Incêndio atinge a Catedral de Notre-Dame, em Paris
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A polícia isolou a área e está retirando os turistas que estavam dentro da construção medieval. Torre desmoronou em meio às chamas.
Um grande incêndio atingiu a catedral de Notre-Dame, em Paris, nesta segunda-feira (15), um importante símbolo da cidade.
O fogo foi relatado primeiro por usuários em redes sociais. Não está claro ainda o que o causou, mas pode estar relacionado a uma obra que vinha sendo feita no telhado. A emissora France 2 disse que a polícia está tratando o caso como um acidente.
Não há feridos até o momento, de acordo com Laurent Nunez, secretário de Estado no Ministério do Interior. "Um incêndio terrível está acontecendo na Catedral de Notre-Dame. Os bombeiros de Paris estão tentando dominar as chamas (...) Peço a todos que respeitem o perímetro de segurança", escreveu a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, no Twitter.
A polícia isolou a área e está retirando os turistas que havia dentro da catedral. Pouco mais de uma hora depois do início do fogo, procuradoria de Paris abriu uma investigação para averiguar as causas do incêndio, informou o jornal "Le Figaro".
Obras
Uma grande operação dos bombeiros está tentando controlar as chamas, que afetam sobretudo a torre central da catedral, visitada por milhares de pessoas todos os dias.
Também há chamas saindo das duas torres dos sinos, de acordo com testemunhas no local. O incêndio pode estar ligado às obras que vinham sendo feitas no telhado do edifício. A torre central estava rodeada por um andaime. Imagens postadas em rede social mostram que uma parte dela caiu em meio às chamas. Testemunhas afirmam que o telhado também desmoronou:
A turista Kassia Rouan, que estava no parque adjacente à catedral no momento do incêndio, afirmou que "quando os bombeiros chegaram, já havia muitas chamas vindo do teto" da catedral.
"Nós vimos muita fumaça, pensamos que era por causa das obras que estão fazendo. Cada vez tinha mais e mais [fumaça]. Fomos para a frente e fomos afastados para evitar que fôssemos afetados pela fumaça. Vimos as chamas saindo da catedral. Muito triste ", relatou a turista.
A brasileira Mariana Souza, de 33 anos, estava em frente à catedralminutos antes do prédio ser atingido pelo incêndio. "A gente saiu de lá, cinco minutos depois olhamos para trás e o negócio [estava] pegando fogo. Não ouvi nenhum barulho, só vimos muita fumaça mesmo", contou.
O presidente Emmanuel Macron foi até o local e comentou o incêndio no Twitter.
“A catedral Notre-Dame vítima das chamas. Emoção de toda uma nação. [Envio] pensamentos para todos os católicos e todos os franceses. Como todos os nossos compatriotas, estou triste esta noite de ver queimar essa parte de nós", escreveu.
O presidente dos EUA, Donald Trump, expressou horror em relação ao caso. "Que horrível assistir ao incêndio gigante na Catedral de Notre-Dame em Paris. Talvez tanques de água aéreos pudessem ser usados para apagá-lo. É preciso agir rápido!" escreveu no Twitter.
A Defesa Civil francesa afirmou, porém, que não pode utilizar aviões cortafogo. Pelas redes sociais, o órgão informou que o despejo de água por aeronaves do tipo "poderia levar ao colapso integral da estrutura".
Famosa no mundo todo
Situada na pequena ilha chamada Île de la Cité, em Paris, a catedral fica rodeada pelas águas do rio Sena. Não é a igreja mais antiga, nem a maior ou a mais alta do mundo, mas certamente é uma das mais famosas.
Testemunha dos mais importantes eventos na história da França, desde sua fundação a catedral testemunhou o nascimento de 80 reis, dois imperadores e cinco repúblicas. Ela também assistiu à participação da França em duas guerras mundiais.
Como reporta a rede BBC, suas famosas gárgulas, que protegem a construção contra espíritos malévolos, testemunharam glórias e tragédias ao longo dos séculos. A Notre-Dame por exemplo foi saqueada e quase demolida durante a Revolução Francesa.
Mas o monumento, erguido em homenagem a Nossa Senhora - daí o nome, Nossa Senhora de Paris -, sobreviveu a tudo isso.
A catedral começou a ser construída em 1163 e só foi concluída 180 anos depois. Mesmo antes de terminada, a obra em construção já atraía cavaleiros medievais que, durante as Cruzadas, iam a Notre Dame rezar e pedir proteção antes de partir para o Oriente. Em 1431, com as obras já concluídas, foi entre suas paredes que um menino de dez anos, de saúde delicada - Henrique 6º, da Inglaterra -, foi coroado rei da França.
E em 1804, ao som dos tubos do grande órgão da catedral, Napoleão foi coroado imperador dentro dela. Fonte: https://g1.globo.com
Semana Santa ainda serve para o Século XXI?
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Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo de Juiz de Fora
A Semana Santa é a semana mais importante para o mundo cristão. É quando celebramos a Páscoa da Ressurreição e, para isso, meditamos sobre a forma com que isto aconteceu na vida de Jesus Cristo. Ele é o Filho de Deus. Não é somente um homem, não é apenas um mestre, mas é homem e Deus verdadeiros. Como homem, assumiu todas as dores e sofrimentos da humanidade. Como Deus, foi capaz de vencer a morte e ressuscitar. E esta grande graça é transmitida a todos nós, todos aqueles que n’Ele acreditam. Nós também vamos morrer, mas vamos ressuscitar com Ele, pela força d’Ele.
A Semana Santa celebra esses mistérios e, por isso, passa pela reflexão da dor, dos sofrimentos, das injustiças. Cristo sofreu em três aspectos. O aspecto físico – torturas, crucifixão e morte; o aspecto moral – humilhação e desprezo; e o aspecto espiritual – mesmo na cruz sentiu o abandono espiritual. ‘Meu Pai, meu Pai, por que me abandonaste?’ (cf. Mc 15,34). Mas, na verdade, não era o abandono do Pai, era assumir, em sua vida, aquilo que pode acontecer com muitas pessoas, o estado de abandono.
O homem atual precisa olhar para Cristo, cuja mensagem principal é o amor. ‘Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelo seu irmão’ (cf. Jo 15,13). Muitas vezes vivemos uma cultura de ódio, de vingança, de disputa. A cultura de Cristo é a cultura do amor. Por isso, saber sofrer, morrer e viver com amor é uma das mensagens mais importantes que o homem do século XXI deve aprender. A dor e o sofrimento são realidades da vida, ninguém pode delas escapar. E, por isso, quando nós vemos Cristo sofrer da forma que sofreu, e da maneira com que assumiu o sofrimento e a morte, nós aprendemos com Ele a lição mais importante para a vida.
Celebrar a Semana Santa tem um grande significado para a humanidade no século XXI ou em qualquer outro tempo em que possamos viver: a humanidade tem fases, e em todas essas fases históricas a mensagem de Cristo tem um sentido não só importante, mas indispensável. Se o homem não aprender a lição de Cristo, nunca será homem verdadeiro. O homem que exclui a Deus não é homem inteiro. Por isso, celebrar esses mistérios, os mais importantes da nossa fé, tem uma grande importância, de fato, para todos nós que vivemos nessa época de progressos tão significativos e às vezes de lacunas tão dolorosas na nossa vida humana, na nossa relação com o próximo e com Deus.
A Páscoa é a passagem. Passagem da morte para a vida, passagem de uma situação negativa para uma situação positiva, passagem de uma vida de pecado para uma vida na graça de Deus.
Celebrar os mistérios da Semana Santa, da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, significa apresentar Jesus como Deus que continua nos salvando. O ato salvador de Cristo não está preso a um determinado momento da história. Ele é perpétuo, por isso ele vai tendo efeitos nos vários momentos históricos da vida da humanidade. Fonte: http://www.cnbb.org.br
SEMANA SANTA: Segunda-feira, 15 de abril-2019. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Concedei, ó Deus, ao vosso povo, que desfalece por sua fraqueza, recobrar novo alento pela Paixão do vosso Filho. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 12, 1-11)
1Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde morava Lázaro, que ele tinha ressuscitado dos mortos. 2Lá, ofereceram-lhe um jantar. Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. 3Maria, então, tomando meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os cabelos. A casa inteira encheu-se do aroma do perfume. 4Judas Iscariotes, um dos discípulos, aquele que entregaria Jesus, falou assim: 5“Por que este perfume não foi vendido por trezentos denários para se dar aos pobres?” 6Falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas, porque era ladrão: ele guardava a bolsa e roubava o que nela se depositava. 7Jesus, porém, disse: “Deixa-a! que ela o guarde em vista do meu sepultamento. 8Os pobres, sempre os tendes convosco. A mim, no entanto, nem sempre tereis”. 9Muitos judeus souberam que ele estava em Betânia e foram para lá, não só por causa dele, mas também porque queriam ver Lázaro, que Jesus tinha ressuscitado dos mortos. 10Os sumos sacerdotes, então, decidiram matar também Lázaro, 11pois por causa dele muitos se afastavam dos judeus e começaram a crer em Jesus.
3) Reflexão
* Estamos entrando na Semana Santa, a semana da páscoa de Jesus, da sua passagem deste mundo para o Pai (Jo 13,1). A liturgia de hoje coloca diante de nós o início do capítulo 12 do evangelho de João, que faz a ligação entre o Livro dos Sinais (cc 1-11) e o Livro da Glorificação (cc.13-21). No fim do "Livro dos Sinais", apareceram com clareza a tensão entre Jesus e as autoridades religiosas da época (Jo 10,19-21.39) e o perigo que Jesus corria. Várias vezes tentaram matá-lo (Jo 10,31; 11,8.53; 12,10). Tanto assim, que Jesus era obrigado a levar uma vida clandestina, pois podia ser preso a qualquer momento (Jo 10,40; 11,54).
* João 12,1-2: Jesus, perseguido pelos judeus, vai à Betânia. Seis dias antes da páscoa, Jesus vai à Betânia na casa das suas amigas Marta e Maria e de Lázaro. Betânia significa Casa da Pobreza. Ele estava sendo perseguido pela polícia (Jo 11,57). Queriam matá-lo (Jo 11,50). Mesmo sabendo que a polícia estava atrás de Jesus, Maria, Marta e Lázaro receberam Jesus em casa e ofereceram um jantar para ele. Acolher em casa uma pessoa perseguida e oferecer-lhe um jantar era perigoso. Mas o amor faz superar o medo
* João 12,3: Maria unge Jesus. Durante o jantar, Maria unge os pés de Jesus com meio litro de perfume de nardo puro (cf. Lc 7,36-50). Era um perfume cheiroso, caríssimo, de trezentos denários. Em seguida, ela enxuga os pés de Jesus com seus cabelos. A casa inteira ficou cheia do perfume. Em todo este episódio, Maria não fala. Só age. O gesto cheio de simbolismo fala por si mesmo. Lavando os pés, Maria se faz servidora. Jesus vai repetir o gesto na última ceia (Jo 13,5).
* João 12,4-6: Reação de Judas. Judas critica o gesto de Maria. Acha que é um desperdício. De fato, trezentos denários eram o salário de trezentos dias! O salário de quase um ano inteiro foi gasto de uma só vez! Judas acha que o dinheiro deveria ser dado aos pobres. O evangelista comenta que Judas não tinha nenhuma preocupação com os pobres, mas que era um ladrão. Tinha a bolsa comum e roubava dinheiro. Julgamento forte que condena Judas. Não condena a preocupação com os pobres, mas sim a hipocrisia que usa os pobres para se promover e se enriquecer. Nos seus interesses egoístas, Judas só pensava em dinheiro. Por isso não percebeu o que estava no coração de Maria. Jesus enxerga o coração e defende Maria.
* João 12,7-8: Jesus defende a mulher. Judas olha o gasto e critica a mulher. Jesus olha o gesto e defende a mulher: “Deixa-a! Ela o conservou para o dia da minha sepultura!" Em seguida, Jesus diz: "Pobres sempre tereis, mas a mim nem sempre tereis!" Quem dos dois vivia mais perto de Jesus: Judas ou Maria? Como discípulo,Judas convivia com Jesus há quase três anos, vinte e quatro horas por dia. Fazia parte do grupo. Maria só o encontrava uma ou duas vezes ao ano, por ocasião das festas, quando Jesus vinha a Jerusalém e visitava a casa dela. Só a convivência sem o amor não faz conhecer. Tolhe o olhar. Judas era cego. Muita gente convive com Jesus e até o louva com muito canto, mas não o conhece de verdade nem o revela (cf. Mt 7,21). Duas afirmações de Jesus merecem um comentário mais detalhado: (1) “Pobres sempre tereis”, e (2) “Ela guardou o perfume para me ungir no dia do meu sepultamento”.
* 1. “Pobres sempre tereis” Será que Jesus quis dizer que não devemos preocupar-nos com os pobres, visto que sempre vai haver gente pobre? Será que a pobreza é um destino imposto por Deus? Como entender esta frase? Naquele tempo, as pessoas conheciam o Antigo Testamento de memória. Bastava Jesus citar o começo de uma frase do AT, e as pessoas já sabiam o resto. O começo da frase dizia: “Vocês vão ter sempre os pobres com vocês!” (Dt 15,11a). O resto da frase que o povo já conhecia e que Jesus quis lembrar, era este: “Por isso, eu ordeno: abra a mão em favor do seu irmão, do seu pobre e do seu indigente, na terra onde você estiver!” (Dt 15,11b). Conforme esta Lei, a comunidade deve acolher os pobres e partilhar com eles seus próprios bens. Mas Judas, em vez de “abrir a mão em favor do pobre” e de partilhar com ele seus próprios bens, queria fazer caridade com o dinheiro dos outros! Queria vender o perfume de Maria por trezentos denários e usá-los para ajudar os pobres. Jesus cita a Lei de Deus que ensinava o contrário. Quem, como Judas, faz campanha com o dinheiro da venda dos bens dos outros, não incomoda. Mas aquele que, como Jesus, insiste na obrigação de acolher os pobres e de partilhar com eles os próprios bens, este incomoda e corre o perigo de ser condenado.
* 2. "Ela guardou esse perfume para me ungir no dia do meu sepultamento" A morte na cruz era o castigo terrível e exemplar, adotado pelos romanos para castigar os subversivos que se opunham ao império. Uma pessoa condenada à morte de cruz não recebia sepultura e não podia ser ungida, pois ficava pendurada na cruz até que os animais comessem o cadáver, ou recebia sepultura rasa de indigente. Além disso, conforme a Lei do Antigo Testamento, ela devia ser considerada como "maldita por Deus" (Dt 21, 22-23). Jesus ia ser condenado à morte de cruz, conseqüência do seu compromisso com os pobres e da sua fidelidade ao Projeto do Pai. Não ia ter enterro. Por isso, depois de morto, não poderia ser ungido. Sabendo disso, Maria se antecipa e o unge antes de ser crucificado. Com este gesto, ela mostra que aceitava Jesus como Messias, mesmo crucificado! Jesus entende o gesto dela e o aprova.
* João 12,9-11: A multidão e as autoridades. Ser amigo de Jesus pode ser perigoso. Lázaro corre perigo de morte por causa da vida nova que recebeu de Jesus. Os judeus decidiram matá-lo. Um Lázaro vivo era prova viva de que Jesus era o Messias. Por isso, a multidão o procurava, pois o povo queria experimentar de perto a prova viva do poder de Jesus. Uma comunidade viva corre perigo de vida porque é prova viva da Boa Nova de Deus!
4) Para um confronto pessoal
1) Maria foi mal interpretada por Judas. Você já foi mal interpretada alguma vez? Como você reagiu?
2) O que nos ensina o gesto de Maria? Que alerta nos traz a reação de Judas?
5) Oração final
O SENHOR é minha luz e minha salvação; de quem terei medo? O SENHOR é quem defende a minha vida; a quem temerei? Ele me dá abrigo na sua tenda no dia da desgraça. Esconde-me em sua morada, sobre o rochedo me eleva. (Sl 26, 1.5)
Domingo de Ramos: Jesus só precisou de um jumentinho
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“E levaram o jumentinho a Jesus” (Lc 19,35). A reflexão bíblica é elaborada por Adroaldo Palaoro, padre jesuíta, comentando o evangelho do Domingo de Ramos - Ciclo C (14/04/2019) que corresponde ao texto bíblico de Lucas 19,28-40.
Eis o comentário.
Celebramos hoje o chamado “Domingo de Ramos”, a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Nada de mobilizações, nada de comissão de preparação da festa; não teve um mestre de cerimônias para que tudo acontecesse dentro das normas estabelecidas; não pediu que a polícia lhe acompanhasse, nem guarda-costas para sua segurança pessoal. Jesus nunca buscou as grandes manifestações populares. A improvisação contou com a espontaneidade do povo simples e, como tal, nada de grandes solenidades, de aparato espetacular. Para Jesus, bastava-lhe um jumentinho. O resto ficou a cargo da iniciativa da multidão que se uniu a Ele, enfeitando o caminho e entoando hinos messiânicos.
Todos sabemos que as “mudanças profundas e duradouras” na sociedade não vem de cima, mas de baixo, a partir da solidariedade e da identificação de vida com os últimos deste mundo. Ali, nas periferias e nas margens, há uma esperança latente e alentadora daqueles que se empenham por imprimir um movimento novo à história; é nele que está a semente de uma vida diferente, criativa e mais promissora.
E Jesus foi o ponto de partida de uma ousada mudança na história da humanidade.
Os evangelistas sinóticos relatam a vida pública de Jesus como uma subida das “periferias” até a capital política e religiosa. E Jesus “entra” em Jerusalém, montado num jumentinho e aclamado por seus seguidores. Escolhe um jumentinho como símbolo de um messianismo de paz e simplicidade. Nada, portanto, de uma manifestação espetacular; Ele rompe com a imagem de um triunfador e despoja-se de todo indício de poder. Jesus, presença de vida nos povoados, vilas e campos, quer levar vida a uma cidade que carregava forças de morte em seu interior. Ele quer pôr o coração de Deusno coração da grande cidade; deseja recriar, no coração da capital, o ícone da nova Jerusalém, a cidade cheia de humanidade e comunhão, o lugar da justiça e fraternidade...
Mantos colocados como tapetes pelo solo, ramos de oliveira e palmas e tudo o que saía de dentro das pessoas: o canto, o grito de louvor, as vivas, os aplausos. O povo simples faz as coisas de maneira simples, mas que se tornam simpáticas, festivas. Além disso, Jesus não precisava mais que isso.
Jesus não quis entrar em Jerusalém como os conquistadores militares, mas como o homem simples, como o Salvador simples. Porque, para Jesus era uma entrada que queria ser como uma nova oferta de salvação à cidade de Jerusalém, e a salvação não é oferecida com títulos de grandeza; isso sim, ela é oferecida com cantos, danças, alegria. Jesus quer que todos descubram a novidade do Evangelho com vibração e com sentido festivo; quando Ele nos oferece o dom salvação, faz com alegria e é também com alegria que somos chamados a acolhê-lo.
Como mensageiro de paz, chegou Jesus a Jerusalém montado num jumentinho. Não precisava de soldados e nem de instituições de violência para se defender. Sem armas de guerra, sem um possante cavalo, sem poderes e nem ambições..., mas montado num jumentinho de paz; um jumentinho emprestado e novo, não domado, pois Jesus não possuía nem um jumentinho.
O texto de Lucas supõe que Jesus tinha conhecidos naquela região, à entrada da aldeia (Betfagé). O jumentinho não era seu, mas contava com amigos que o emprestaram.
Este jumentinho é símbolo da vida campesina e pacífica, animal do pobre; é conhecida sua resistência na lida do cotidiano do campo: carrega peso, lavra a terra, suporta longas viagens.... Não é animal para a guerra e nem para alimentar a vaidade daqueles que querem demonstrar seu poder diante dos outros. Jesus se serve de um jumentinho para dizer que não quer se impor pelas armas e pela força; seu senhorio é diferente, retomando as tradições campesinas de seu povo.
Como o jumentinho não tem arreio, nem apetrechos (é um jumentinho novo, nunca montado), os discípulos estendem seus próprios mantos na garupa, para que assim Jesus pudesse montar com dignidade e, sobre sua garupa, pudesse entrar na cidade, descendo pelo Monte das Oliveiras.
Jesus chegou a Jerusalém de maneira pacífica, mas muito provocadora, pois instaurar o Reino como Ele propunha implicava um desafio para o sistema imperial de Roma e para a política sacerdotal do templo.
Que Jesus era uma pessoa desconcertante, não resta dúvida. Continuamente Ele assumia atitudes que desconcertavam a todos, ou realizava alguns gestos que causavam assombro... Sempre evitou grandes manifestações que poderiam se prestar a enganos e equívocos em torno à sua pessoa.
Quando quiseram fazê-lo rei, escapou e se refugiou na montanha. Como é que agora, o primeiro dia de sua última semana, lhe ocorre armar um rebuliço? Como profeta, Jesus toma consciência que agora já não é mais o momento dos discursos, mas dos gestos; já não é o momento das palavras, mas dos fatos; já não é o momento de esconder-se, mas de mostrar a cara; já não é o momento das prudências, mas dos riscos; já não é o momento de ocultar sua messianidade, mas de proclamá-la.
A Igreja também necessita de gestos, mas de gestos evangélicos. Muito mais que grandes discursos, a Igreja necessita de gestos simples que o povo entenda, viva e sinta.
Temos demasiados “exibicionismos clericais” que tem pouco a ver com a simplicidade de Jesus; temos grandes solenidades, que possivelmente são bem-intencionadas, mas que expressam pouco da simplicidade e da pobreza de Jesus.
Com frequência confundimos nossa vitalidade cristã com as grandes massas em torno às grandes figuras da Igreja. Medimos nossa fé pelas estatísticas daqueles que assistem a essas grandes manifestações. E logo, todos somos conscientes de que tudo continua igual, que as grandes massas não vão mudar depois dos grandes aplausos e vivas.
Jesus mesmo viveu essa experiência. Essa mesma multidão que hoje o acompanha, dentro de uns dias pedirá que o crucifiquem. Os entusiasmos massivos têm muito pouco de personalização da fé. É mais o sentimentalismo do momento que uma experiência profunda do Evangelho.
Jesus não fundou uma Igreja de grandes massas. Pelo contrário, falou de uma Igreja “pequeno rebanho”, “sal e fermento”, esvaziada de vaidades e carregada de simplicidade.
Não estamos insistindo em demasia no prestígio da Igreja? Não estamos por demais preocupados com uma Igreja que brilha, em vez de uma Igreja simples, pobre e despojada? Não temos na Igreja “carros possantes” em excesso e pouquíssimos jumentinhos?
Para meditar na oração
Nosso zelo e amor pelo Evangelho e pela semente do Reino que nele está contida, deve favorecer o advento de uma “Nova Jerusalém”; é preciso cuidar o coração, esvaziá-lo, limpá-lo, aquecê-lo, transformá-lo em humilde receptáculo, para que o Espírito do Senhor possa ali pousar e nele habitar como num ninho acolhedor, transmitindo-lhe vida, luz, calor, paz, ternura...
- Como você descreve sua “Jerusalém interior”: cidade da paz e do encontro ou cidade da intolerância e da violência? Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
A Cruz de Jesus ontem... A Cruz hoje.
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A Cruz de Jesus
Letra e música: Frei Petrônio de Miranda, O. Carm.
Eis a cruz ó madeiro sagrado, eis a cruz ó altar consumado, eis a cruz, eis a cruz, de Jesus.
1-No Monte das Oliveiras Ele sente a aflição, está em silêncio e desolação. Meu Pai afasta de mim essa dor, mas não seja feita a minha vontade mas/ Do Senhor (bis)
2-Judas Iscariotes traiu meu Salvador, ô quanto sofrimento ó quanta dor. No coração de Pedro a noite chegou, nega o Filho de Deus/ O Salvador. (bis)
3- Ele foi julgado e condenado com desamor, e logo Pilatos Barrabás soltou. Cuspiam
Nele e diziam salve o Rei dos Judeus, batiam em sua cabeça/ Ô quanto dor. (bis)
4-No caminho do calvário as santas mulheres encontrou, no caminho do calvário Verônica aflita/ As lágrimas enxugou. (bis)
5-Para o calvário a cruz Ele carregou, Simão Cirineu logo o ajudou. Para o calvário a cruz Ele carregou, a sua santa Mãe/ O consolou. (bis)
6-No suplício da cruz Dimas suplicou, e o perdão dos pecados ele ganhou. Pobre Filho de Deus homem da dor, os pecados de Dimas/ Ele deletou. (bis)
7-No alto da cruz Ele foi condenado, no alto da cruz Ele foi abandonado, no madeiro Ele sente uma grande dor, os pregos e a lança o/ Sangue jorrou. (bis)
8- No alto da cruz Ele gritou, meu Deus, meu Deus por que/ Me abandonou. O que fizeram com o meu Senhor, fazem todos os dias, ô/ Quanta horror. (bis)
Sábado, 13 de abril-2019. 5ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, vós sempre cuidais da salvação dos homens e nesta Quaresma nos alegrais com graças mais copiosas. Considerai com bondade aqueles que escolhestes, para que a vossa proteção paterna acompanhe os que se preparam para o batismo e guarde os que já foram batizados. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 11, 45-56)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 45Muitos dos judeus, que tinham vindo a Marta e Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. 46Alguns deles, porém, foram aos fariseus e lhes contaram o que Jesus realizara. 47Os pontífices e os fariseus convocaram o conselho e disseram: Que faremos? Esse homem multiplica os milagres. 48Se o deixarmos proceder assim, todos crerão nele, e os romanos virão e arruinarão a nossa cidade e toda a nação. 49Um deles, chamado Caifás, que era o sumo sacerdote daquele ano, disse-lhes: Vós não entendeis nada! 50Nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo, e que não pereça toda a nação. 51E ele não disse isso por si mesmo, mas, como era o sumo sacerdote daquele ano, profetizava que Jesus havia de morrer pela nação, 52e não somente pela nação, mas também para que fossem reconduzidos à unidade os filhos de Deus dispersos. 53E desde aquele momento resolveram tirar-lhe a vida. 54Em consequência disso, Jesus já não andava em público entre os judeus. Retirou-se para uma região vizinha do deserto, a uma cidade chamada Efraim, e ali se detinha com seus discípulos. 55Estava próxima a Páscoa dos judeus, e muita gente de todo o país subia a Jerusalém antes da Páscoa para se purificar. 56Procuravam Jesus e falavam uns com os outros no templo: Que vos parece? Achais que ele não virá à festa? - Palavra da salvação.
3) Reflexão João
* O evangelho de hoje traz a parte final do longo relato da ressurreição de Lázaro em Betânia, na casa de Marta e Maria (João 11,1-56). A ressurreição de Lázaro é o sétimo sinal (milagre) de Jesus no evangelho de João e é também o ponto alto e decisivo da revelação que ele vinha fazendo de Deus e de si mesmo.
* A pequena comunidade de Betânia, onde Jesus gostava de hospedar-se, reflete a situação e o estilo de vida das pequenas comunidades do Discípulo Amado no fim do primeiro século lá na Ásia Menor. Betânia quer dizer "Casa dos pobres". Eram comunidades pobres de gente pobre. Marta quer dizer "Senhora" (coordenadora): uma mulher coordenava a comunidade. Lázaro significa "Deus ajuda": a comunidade pobre esperava tudo de Deus. Maria significa "amada de Javé": era a discípula amada, imagem da comunidade. O episódio da ressurreição de Lázaro comunicava esta certeza: Jesus traz vida para a comunidade dos pobres. Jesus é fonte de vida para todos que nele acreditam.
* João 11,45-46: A repercussão do sétimo Sinal no meio do povo
Depois da ressurreição de Lázaro (Jo 11,1-44), vem a descrição da repercussão deste sinal no meio do povo. O povo estava dividido. “Muitos judeus, que tinham ido à casa de Maria e que viram o que Jesus fez, acreditaram nele”. Mas outros “foram ao encontro dos fariseus e contaram o que Jesus tinha feito. Estes últimos fizeram a denúncia. Para poder entender esta reação negativa de uma parte do povo é preciso levar em conta que a metade da população de Jerusalém dependia em tudo do Templo para poder viver e sobreviver. Por isso, dificilmente eles iriam apoiar um desconhecido profeta da Galiléia que criticava o Templo e as autoridades. Isto também explica como alguns se prestavam para ser informantes das autoridades.
* João 11,47-53: A repercussão do sétimo Sinal no meio das autoridade
A notícia da ressurreição de Lázaro fez crescer a popularidade de Jesus. Por isso, os líderes religiosos convocam o conselho, o sinédrio, a autoridade máxima, para discernir o que fazer. Pois, “esse homem está realizando muitos sinais. Se deixamos que ele continue assim, todos vão acreditar nele; os romanos virão e destruirão o Templo e toda a nação”. Eles tinham medo dos romanos. De fato, o passado, desde a invasão romano em 64 antes de Cristo até à época de Jesus, já tinha mostrado várias vezes que os romanos reprimiam com toda a violência qualquer tentativa de rebelião popular (cf Atos 5,35-37). No caso de Jesus, a reação romana poderia levar à perda de tudo, inclusive do Templo e da posição privilegiada dos sacerdotes. Por isso, Caifás, o sumo sacerdote, decide: “É melhor um só homem morrer pelo povo, do que a nação inteira perecer”. E o evangelista faz este bonito comentário: “Caifás não falou isso por si mesmo. Sendo sumo sacerdote nesse ano, profetizou que Jesus ia morrer pela nação. E não só pela nação, mas também para reunir juntos os filhos de Deus que estavam dispersos”. Assim, a partir deste momento, os líderes, preocupados com o crescimento da liderança de Jesus e motivados pelo medo dos romanos, decidem matar Jesus.
* João 11,54-56: A repercussão do sétimo Sinal na vida de Jesus
O resultado final é que Jesus tinha que viver como clandestino. “Ele não andava mais em público entre os judeus. Retirou-se para uma região perto do deserto. Foi para uma cidade chamada Efraim, onde ficou com seus discípulos”. A páscoa estava próxima. Nessa época do ano, a população de Jerusalém triplicava por causa do grande número de peregrinos e romeiros. A conversa de todos era em torno de Jesus: "Que é que vocês acham? Será que ele não vem para a festa?" Da mesma maneira, na época em que foi escrito o evangelho, no fim do primeiro século, época da perseguição do imperador Domiciano (81 a 96), as comunidades cristãs que traziam a vida para os outros viam-se obrigadas a viver na clandestinidade.
* Uma chave para entender o sétimo sinal da ressurreição de Lázaro
Lázaro estava doente. As irmãs Marta e Maria mandaram chamar Jesus: "Aquele a quem amas está doente!" (Jo 11,3.5). Jesus atende ao pedido e explica aos discípulos: "Essa doença não é mortal, mas é para a glória de Deus, para que por nela seja glorificado o Filho de Deus!" (Jo 11,4) No evangelho de João, a glorificação de Jesus acontece através da sua morte (Jo 12,23; 17,1). Uma das causas da sua condenação à morte vai ser a ressurreição de Lázaro (Jo 11,50; 12,10). Muitos judeus estavam na casa de Marta e Maria para consolá-las da perda do irmão. Os judeus, representantes da Antiga Aliança, só sabem consolar. Não trazem vida nova.. Jesus é que vai trazer vida nova! Assim, de um lado, a ameaça de morte contra Jesus! De outro lado, Jesus chegando para vencer a morte! É neste contexto de conflito entre vida e morte, que se realiza o sétimo sinal da ressurreição de Lázaro.
Marta diz que crê na ressurreição. Os fariseus e a maioria do povo também acreditavam na Ressurreição (At 23,6-10; Mc 12,18). Acreditavam, mas não a revelavam. Era apenas fé na ressurreição no fim dos tempos e não na ressurreição presente na história, aqui e agora. Esta fé antiga não renovava a vida. Pois não basta crer na ressurreição que vai acontecer no final dos tempos, mas tem que crer que a Ressurreição já está presente aqui e agora na pessoa de Jesus e naqueles que acreditam em Jesus. Sobre estes a morte já não tem mais nenhum poder, porque Jesus é a "ressurreição e a vida". Mesmo sem ver o sinal concreto da ressurreição de Lázaro, Marta confessa a sua fé: "Eu creio que tu és o Cristo, o filho de Deus que vem ao mundo" (Jo 11,27).
Jesus manda tirar a pedra. Marta reage: "Senhor, já cheira mal! É o quarto dia!"(Jo 11,39). Novamente, Jesus a desafia apelando para a fé na ressurreição, aqui e agora, como um sinal da glória de Deus: "Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?" (Jo 11,40). Retiraram a pedra. Diante do sepulcro aberto e diante da incredulidade das pessoas, Jesus se dirige ao Pai. Na sua prece, primeiro, faz ação de graças: "Pai, dou-te graças, porque me ouviste. Eu sabia que tu sempre me ouves!" (Jo 11,41-42). Jesus conhece o Pai e confia nele. Mas agora ele pede um sinal por causa da multidão que o rodeia, para que possa acreditar que ele, Jesus, é o enviado do Pai. Em seguida, ele grita em alta voz, grito criador: "Lázaro, vem para fora!" E Lázaro veio para fora (Jo 11,43-44). É o triunfo da vida sobre a morte, da fé sobre a incredulidade! Um agricultor comentou: "A nós cabe retirar a pedra! E aí Deus ressuscita a comunidade. Tem gente que não quer tirar a pedra, e por isso a comunidade deles não tem vida!"
4) Para um confronto pessoal
1) O que significa para mim, bem concretamente, crer na ressurreição?
2) Parte do povo aceitava Jesus, parte não aceitava. Hoje, parte do povo aceita a renovação da igreja, e parte não aceita. E eu?
5) Oração final
Ouvi, nações, a palavra do SENHOR, anunciai às terras distantes; dizei: ‘Aquele mesmo que dispersou Israel vai reuni-lo novamente e dele cuidará qual pastor do seu rebanho.’ Pois o SENHOR libertou Jacó, livrou-o do poder de outro mais forte. (Jr 31, 10-11)
Sexta-feira, 12 de abril-2019. 5ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Perdoai, ó Deus, nós vos pedimos, as culpas do vosso povo. E, na vossa bondade, desfazei os laços dos pecados que em nossa fraqueza cometemos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 10, 31-42)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 31Os judeus pegaram pela segunda vez em pedras para o apedrejar. 32Disse-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte de meu Pai. Por qual dessas obras me apedrejais? 33Os judeus responderam-lhe: Não é por causa de alguma boa obra que te queremos apedrejar, mas por uma blasfêmia, porque, sendo homem, te fazes Deus. 34Replicou-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Vós sois deuses (Sl 81,6)? 35Se a lei chama deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (ora, a Escritura não pode ser desprezada), 36como acusais de blasfemo aquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, porque eu disse: Sou o Filho de Deus? 37Se eu não faço as obras de meu Pai, não me creiais. 38Mas se as faço, e se não quiserdes crer em mim, crede nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai. 39Procuraram então prendê-lo, mas ele se esquivou das suas mãos. 40Ele se retirou novamente para além do Jordão, para o lugar onde João começara a batizar, e lá permaneceu. 41Muitos foram a ele e diziam: João não fez milagre algum, 42mas tudo o que João falou deste homem era verdade. E muitos acreditaram nele. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* Estamos chegando perto da Semana Santa, em que comemoramos e atualizamos a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Desde a quarta semana da quaresma, os textos dos evangelhos diários são tirado quase exclusivamente do Evangelho de João, dos capítulos que acentuam a tensão dramática entre, de um lado, a revelação progressiva que Jesus faz do mistério do Pai que o enche por inteiro e, de outro lado, o fechamento progressivo da parte dos judeus que se tornam cada vez mais impenetráveis à mensagem de Jesus. O trágico deste fechamento é que ele é feito em nome da fidelidade a Deus. É em nome de Deus que eles rejeitam Jesus.
* Esta maneira de João apresentar o conflito entre Jesus e as autoridade religiosas não é só algo que aconteceu no longínquo passado. É também um espelho que reflete o que acontece hoje. É em nome de Deus que algumas pessoas se transformam em bombas vivas e matam os outros. É em nome de Deus que nós, membros das três religiões do Deus de Abraão, judeus, cristãos e muçulmanos, nos condenamos e nos combatemos mutuamente, ao longo da história. É tão difícil e tão necessário o ecumenismo entre nós. Em nome de Deus foram feitas muitas barbaridades e continuam sendo feitas até hoje. A quaresma é um período importante para parar e perguntar qual a imagem de Deus que habita o meu ser?
* João 10,31-33: Os judeus querem apedrejar Jesus. Os judeus apanham pedras para matar Jesus. Jesus pergunta: "Por ordem do meu Pai, tenho feito muitas coisas boas na presença de vocês. Por qual delas vocês me querem apedrejar?" A resposta: "Não queremos te apedrejar por causa de boas obras, e sim por causa de uma blasfêmia: tu és apenas um homem, e te fazes passar por Deus." Querem matar Jesus por blasfêmia. A lei mandava apedrejar tais pessoas.
* João 10,34-36: A Bíblia chama todos de Filhos de Deus. Eles querem matar Jesus porque ele se faz passar por Deus. Jesus responde em nome da mesma Lei de Deus: "Por acaso, não é na Lei de vocês que está escrito: 'Eu disse: vocês são deuses'? Ninguém pode anular a Escritura. Ora, a Lei chama de deuses as pessoas para as quais a palavra de Deus foi dirigida. O Pai me consagrou e me enviou ao mundo. Por que vocês me acusam de blasfêmia, se eu digo que sou Filho de Deus?”.
* Estranhamente, Jesus diz “a lei de vocês”. Ele deveria dizer “nossa lei”. Por que ele fala assim? Aqui transparece novamente a ruptura trágica entre Judeus e Cristãos, dois irmãos, filhos do mesmo pai Abraão, que se tornaram inimigos irredutíveis a ponto de os cristãos dizerem “a lei de vocês”, como se não fosse mais nossa lei.
* João 10,37-38: Ao menos acreditem nas obras que faço. Jesus torna a falar das obras que ele faz e que são a revelação do Pai. Se não faço as obras do Pai não precisam crer em mim. Mas se as faço, mesmo que vocês não acreditem em mim, acreditem ao menos nas obras, para que você possam chegar a perceber que o Pai está em mim e eu no pai. As mesmas palavras Jesus vai pronunciar para os discípulos na última Ceia (Jo 14,10-11).
* João 10,39-42: Novamente querem matá-lo, mas ele escapou das mãos deles. Não houve nenhum sinal de conversão. Eles continuam achando que Jesus é blasfemo e insistem em querer matá-lo. Não há futuro para Jesus. Sua morte está decretada, mas sua hora ainda não chegou. Jesus sai e atravessa o Jordão para o lugar onde João tinha batizado. Assim mostra a continuidade da sua missão com a missão de João. Ajudava o povo a perceber a linha da ação de Deus na história. O povo reconhece em Jesus aquele que João tinha anunciado.
4) Para um confronto pessoal
1) Os judeus condenam Jesus em nome de Deus, em nome da imagem que eles têm de Deus. Já aconteceu eu condenar alguém em nome de Deus e depois descobrir que eu estava errado?
2) Jesus se diz “Filho de Deus”. Quando eu professo no Credo que Jesus é o Filho de Deus, qual o conteúdo que eu coloco nesta minha profissão de fé?
5) Oração final
Eu te amo, SENHOR, minha força, SENHOR, meu rochedo, minha fortaleza, meu libertador; meu Deus, minha rocha, na qual me refúgio; meu escudo e baluarte, minha poderosa salvação. (Sl 17, 2-3)
Quinta-feira, 11 de abril-2019. 5ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Assisti, ó Deus, aqueles que vos suplicam e guardai com solicitude os que esperam em vossa misericórdia, para que, libertos de nossos pecados, levemos uma vida santa e sejamos herdeiros das vossas palavras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 8, 51-59)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 51Disse Jesus aos Judeus em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá jamais a morte. 52Disseram-lhe os judeus: Agora vemos que és possuído de um demônio. Abraão morreu, e também os profetas. E tu dizes que, se alguém guardar a tua palavra, jamais provará a morte... 53És acaso maior do que nosso pai Abraão? E, entretanto, ele morreu... e os profetas também. Quem pretendes ser? 54Respondeu Jesus: Se me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; meu Pai é quem me glorifica, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus 55e, contudo, não o conheceis. Eu, porém, o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria mentiroso como vós. Mas conheço-o e guardo a sua palavra. 56Abraão, vosso pai, exultou com o pensamento de ver o meu dia. Viu-o e ficou cheio de alegria. 57Os judeus lhe disseram: Não tens ainda cinquenta anos e viste Abraão!... 58Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão fosse, eu sou. 59A essas palavras, pegaram então em pedras para lhas atirar. Jesus, porém, se ocultou e saiu do templo. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* O capítulo 8 parece uma exposição de obras de arte, onde se podem admirar e contemplar famosas pinturas, uma ao lado da outra. O evangelho de hoje traz mais uma pintura, mais um diálogo entre Jesus e os judeus. Não há muito nexo entre uma e outra pintura. É o expectador ou a expectadora que, pela sua observação atenta e orante, consegue descobrir o fio invisível que liga entre si as pinturas, os diálogos. Deste modo vamos penetrando aos poucos no mistério divino que envolve a pessoa de Jesus.
* João 8,51: Quem guarda a palavra de Jesus jamais verá a morte. Jesus faz um solene afirmação. Os profetas diziam: Oráculo do Senhor! Jesus diz: “Em verdade, em verdade vos digo!” E a afirmação solene é esta: “Se alguém guardar minha palavra jamais verá a morte!” De muitas maneiras este mesmo tema aparece e reaparece no evangelho de João. São palavras de grande profundidade
* João 8,52-53: Abraão e os profetas morreram. A reação dos judeus é imediata: "Agora sabemos que estás louco. Abraão morreu e os profetas também. E tu dizes: 'se alguém guarda a minha palavra, nunca vai experimentar a morte'. Por acaso, tu és maior que o nosso pai Abraão, que morreu? Os profetas também morreram. Quem é que pretendes ser?" Eles não entenderam o alcance da afirmação de Jesus. Diálogo de surdos..
* João 8,54-56: Quem me glorifica é meu Pai. Sempre de novo Jesus bate na mesma tecla: ele está de tal modo unido ao Pai que nada do que ele diz e faz é dele. Tudo é do Pai. E ele acrescenta: "Quem me glorifica é o meu Pai, aquele que vocês dizem que é o Pai de vocês. Vocês não o conhecem, mas eu o conheço. Se dissesse que não o conheço, eu seria mentiroso como vocês. Mas eu o conheço e guardo a palavra dele. Abraão, o pai de vocês, alegrou-se porque viu o meu dia. Ele viu e encheu-se de alegria." Estas palavras de Jesus devem ter sido como uma espada a ferir a auto-estima dos judeus. Dizer às autoridades religiosas: “Vocês não conhecem o Deus que vocês dizem conhecer. Eu o conheço e vocês não o conhecem!”, é o mesmo que acusa-las de total ignorância exatamente naquele assunto no qual eles pensam ser doutores especializados. E a palavra final encheu a medida: “Abraão, o pai de vocês, alegrou-se porque viu o meu dia. Ele viu e encheu-se de alegria”.
* João 8,57-59: Não tens 50 anos e já viu Abraão! Tomaram tudo ao pé de a letra mostrando assim que não entenderam nada do que Jesus estava dizendo. E Jesus faz nova afirmação solene: “Em verdade, em verdade digo a vocês: antes que Abraão existisse, EU SOU!” Para quem crê em Jesus, é aqui que alcançamos o coração do mistério da história. Novamente pedras para matar Jesus. Nem desta vez o conseguiram, pois a hora ainda não chegou. Quem determina o tempo e a hora é o próprio Jesus.
4) Para um confronto pessoal
1) Diálogo de surdos entre Jesus e os judeus. Você já teve alguma vez a experiência de conversar com alguém que pensa exatamente o oposto de você e não se dá conta disso?
2) Como entender esta frase: “Abraão, o pai de vocês, alegrou-se porque viu o meu dia. Ele viu e encheu-se de alegria” ?
5) Oração final
Procurai o SENHOR e o seu poder, não cesseis de buscar sua face. Lembrai-vos dos milagres que fez, dos seus prodígios e dos julgamentos que proferiu. (Sl 104, 4-5)
Quarta-feira, 10 de abril-2019. 5ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus de misericórdia, iluminai nossos corações purificados pela penitência. E ouvi com paternal bondade aqueles a quem dais o afeto filial. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 8, 31-42)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 31Jesus dizia aos judeus que nele creram: Se permanecerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos; 32conhecereis a verdade e a verdade vos livrará. 33Replicaram-lhe: Somos descendentes de Abraão e jamais fomos escravos de alguém. Como dizes tu: Sereis livres? 34Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo. 35Ora, o escravo não fica na casa para sempre, mas o filho sim, fica para sempre. 36Se, portanto, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres. 37Bem sei que sois a raça de Abraão; mas quereis matar-me, porque a minha palavra não penetra em vós. 38Eu falo o que vi junto de meu Pai; e vós fazeis o que aprendestes de vosso pai. 39Nosso pai, replicaram eles, é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão. 40Mas, agora, procurais tirar-me a vida, a mim que vos falei a verdade que ouvi de Deus! Isso Abraão não o fez. 41Vós fazeis as obras de vosso pai. Retrucaram-lhe eles: Nós não somos filhos da fornicação; temos um só pai: Deus. 42Jesus replicou: Se Deus fosse vosso pai, vós me amaríeis, porque eu saí de Deus. É dele que eu provenho, porque não vim de mim mesmo, mas foi ele quem me enviou. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* No evangelho de hoje, continua a reflexão sobre o capítulo 8 de João. Em forma de círculos concêntricos, João vai aprofundando o mistério de Deus que envolve a pessoa de Jesus. Parece repetição, pois ele sempre torna a falar do mesmo assunto. Na realidade, é o mesmo assunto, mas é cada vez num nível mais profundo. O evangelho de hoje aborda o tema do relacionamento de Jesus com Abraão, o Pai do povo de Deus. João procura ajudar as comunidades a compreender como Jesus se situa dentro do conjunto da história do Povo de Deus. Ajuda-as a perceber a diferença que existe entre Jesus e os judeus, pois também os judeus e aliás todos nós somos filhos e filhas de Abraão.
* João 8,31-32: A liberdade que nasce da fidelidade à palavra de Jesus. Jesus afirma aos judeus: "Se vocês guardarem a minha palavra, vocês de fato serão meus discípulos; conhecerão a verdade, e a verdade libertará vocês". Ser discípulo de Jesus é o mesmo que abrir-se para Deus. As palavras de Jesus são na realidade palavras de Deus. Elas comunicam a verdade, pois fazem conhecer as coisas do jeito que elas são aos olhos de Deus e não aos olhos dos fariseus. Mais tarde, durante a última Ceia, Jesus ensinará a mesma coisa aos discípulos.
* João 8,33-38: O que é ser filho e filha de Abraão? A reação dos judeus é imediata: "Nós somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: 'vocês ficarão livres'?” Jesus rebate fazendo uma distinção entre filho e escravo e diz: "Quem comete o pecado, é escravo do pecado. O escravo não fica para sempre na casa, mas o filho fica aí para sempre. Por isso, se o Filho os libertar, vocês realmente ficarão livres”. Jesus é o filho e vive na casa do Pai. O escravo não vive na casa. Viver fora de casa, fora de Deus, é viver em pecado. Se eles aceitarem a palavra de Jesus poderão tornar-se filhos e terão a liberdade. Deixarão de ser escravos. E Jesus continua: “Eu sei que vocês são descendentes de Abraão; no entanto, estão procurando me matar, porque minha palavra não entra na cabeça de vocês”. Em seguida aparece bem clara a distinção: “Eu falo das coisas que vi junto do Pai; vocês também devem fazer aquilo que ouvem do pai de vocês”. Jesus lhes nega o direito de dizer que são filhos de Abraão, pois as obras deles dizem o contrário.
* João 8,39-41a: Um filho de Abraão pratica as obras de Abraão. Eles insistem em afirmar: “Nosso Pai è Abraão!” como se quisessem apresentar a Jesus o documento de sua identidade. Jesus rebate: "Se vocês são filhos de Abraão, façam as obras de Abraão. Agora, porém, vocês querem me matar, e o que eu fiz, foi dizer a verdade que ouvi junto de Deus. Isso Abraão nunca fez. Vocês fazem a obra do pai de vocês”. Nas entrelinhas, ele sugere que o pai deles é satanás (Jo 8,44). Sugere que são filhos da prostituição.
* João 8,41b-42: Se Deus fosse pai de vocês, vocês me amariam, porque eu saí de Deus. Usando palavras diferentes, Jesus repete a mesma verdade: “Quem é de Deus escuta as palavras de Deus”. A origem desta afirmação vem de Jeremias que disse: “Colocarei minha lei em seu peito e a escreverei em seu coração; eu serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Ninguém mais precisará ensinar seu próximo ou seu irmão, dizendo: "Procure conhecer a Javé". Porque todos, grandes e pequenos, me conhecerão - oráculo de Javé. Pois eu perdoo suas culpas e esqueço seus erros” (Jr 31,33-34). Mas eles não se abriram para esta nova experiência de Deus, e por isso não reconhecem Jesus como o enviado do Pai.
4) Para um confronto pessoal
1) Liberdade que se submete totalmente ao Pai. Existe algo assim em você? Conhece pessoas assim?
2) Qual a experiência mais profunda em mim que me leva a reconhecer Jesus como o enviado de Deus?
5) Oração final
Bendito és tu, Senhor, Deus dos nossos pais, sejas louvado e exaltado para sempre! Bendito seja o teu nome santo e glorioso! Sejas louvado e exaltado para sempre! (Dn 3, 52)
Bispo defende a própria mãe de agressão do presidente das Filipinas, e Facebook suspende sua conta
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Depois de defender a própria mãe de um ataque do presidente Rodrigo Duterte, um bispo das Filipinas teve seu perfil no Facebook temporariamente suspenso. A reportagem é de Charles Collins, publicada em Crux, 07-04-2019. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Há muito tempo, Dom Pablo Virgilio David, bispo de Kalookan, é um crítico da brutal campanha do presidente contra o tráfico de drogas, que grupos de direitos humanos dizem que levou a milhares de assassinatos extrajudiciais.
Duterte sempre repreendeu o bispo pelas críticas, chegando a ameaçá-lo com a decapitação em novembro do ano passado e insinuando que ele era um usuário de drogas que rouba as coletas das missas. Mais tarde, David confirmou que recebeu ameaças de morte anônimas após as declarações do presidente.
No dia 2 de abril, o presidente chamou David de “filho de uma prostituta” – um epíteto comum de Duterte, que ele também usou no passado para descrever o Papa Francisco e Barack Obama.
“Esse David, ele não faz nada além de reclamar”, disse o presidente. “Você sabe, se você for um padre e quiser me criticar – David, é melhor você ouvir, seu filho de uma prostituta –, saia do púlpito. Não use a sua religião.”
No dia seguinte, David postou uma homenagem à sua mãe, Bienvenida Siongco David, que morreu no ano 2000, em seu perfil pessoal no Facebook. “Ela é a mulher que o presidente do nosso país chamou de prostituta em seu discurso ontem. Ele me chamou de filho de uma prostituta por supostamente atacá-lo no púlpito da Igreja, o que eu nunca fiz. O púlpito nunca é para esse propósito. A menos, é claro, que ele pense que pedir o fim da violência e do assassinato extrajudicial na minha diocese equivale a atacá-lo”, escreveu o bispo.
David falou da fortaleza de sua mãe durante a ocupação japonesa na Segunda Guerra Mundial, do seu apoio à carreira de seu marido no serviço público e de seus esforços para cuidar de seus 13 filhos depois que ela ficou viúva aos 58 anos de idade.
“Ela conseguiu criar um sociólogo, um arquiteto/urbanista, dois advogados, um engenheiro civil, um corretor imobiliário, um banqueiro, um tecnólogo médico, um enfermeiro de cuidados intensivos, um bispo, um nutricionista, um dentista e um economista. Seus esforços não foram em vão; nenhum de seus filhos se tornou um fardo para o país”, continuou o bispo.
“A nossa família não espera que ninguém no governo dê a ela o reconhecimento por sua imensa contribuição na construção da nação. Mas também não esperamos que alguém insulte a sua memória e a chame de prostituta. ELA NÃO MERECE ISSO”, escreveu ele.
Na quinta-feira, o Facebook bloqueou a sua conta, acusando-o de “phishing” – ou seja, de tentar acessar os dados pessoais de uma pessoa por meios fraudulentos. “Eu fui bloqueado. Recebi alguns conselhos sobre como reativar a conta”, disse David ao CBCPNews, o serviço oficial de notícias da Conferência Episcopal.
O Facebook possui muitos sistemas antiphishing automatizados, e as contas podem ser bloqueadas temporariamente por diversos motivos, inclusive se um grande número de pessoas denunciar um usuário por cometer tal prática. Isso pode tornar o perfil de uma pessoa vulnerável a uma campanha coordenada de falsas denúncias de atividade de phishing.
O perfil do bispo foi restaurado mais tarde naquele dia.
Duterte tem estado em desacordo com a Igreja Católica do país desde antes de assumir o cargo em 2016. Duterte alegou ter sido abusado por um padre quando frequentava a Davao High School, uma instituição administrada pelos jesuítas, no fim dos anos 1950.
Em 24 de março, o presidente disse que seria “um mundo melhor” se todos os padres molestadores fossem “mortos hoje à noite”. No mesmo discurso, Duterte também chamou os bispos da nação de “filhos da puta”, que “servem aos ricos e à elite, aos donos de bancos e de outros negócios”.
Em dezembro, o presidente chegou a pedir que as pessoas “matem [os bispos], esses tolos não servem para nada. Tudo o que eles fazem é criticar”. Seu porta-voz disse que o presidente estava usando “hipérboles” e “faz certas declarações de efeito dramático”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
O NOVO BEATO DA IGREJA: Padre Donizetti. Reportagem do "Jornal Nacional", do dia 8 de abril-2019
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Terça-feira, 9 de abril-2019. 5ª SEMANA DA QUARESMA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Concedei-nos, ó Deus, perseverar no vosso serviço para que, em nossos dias, cresça em número e santidade o povo que vos serve. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 8, 21-30)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 21Jesus disse-lhes: Eu me vou, e procurar-me-eis e morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, vós não podeis ir. 22Perguntavam os judeus: Será que ele se vai matar, pois diz: Para onde eu vou, vós não podeis ir? 23Ele lhes disse: Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima. Vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo. 24Por isso vos disse: morrereis no vosso pecado; porque, se não crerdes o que eu sou, morrereis no vosso pecado. 25Quem és tu?, perguntaram-lhe eles então. Jesus respondeu: Exatamente o que eu vos declaro. 26Tenho muitas coisas a dizer e a julgar a vosso respeito, mas o que me enviou é verdadeiro e o que dele ouvi eu o digo ao mundo. 27Eles, porém, não compreenderam que ele lhes falava do Pai. 28Jesus então lhes disse: Quando tiverdes levantado o Filho do Homem, então conhecereis quem sou e que nada faço de mim mesmo, mas falo do modo como o Pai me ensinou. 29Aquele que me enviou está comigo; ele não me deixou sozinho, porque faço sempre o que é do seu agrado. 30Tendo proferido essas palavras, muitos creram nele. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* Na semana passada, a liturgia nos levava a meditar o capítulo 5 do Evangelho de João. Esta semana ela nos confronta com o capítulo 8 do mesmo evangelho. Como o capítulo 5, também o capítulo 8 contém reflexões profundas sobre o mistério de Deus que envolve a pessoa de Jesus. Aparentemente, trata-se de diálogos entre Jesus e os fariseus (Jo 8,13). Os fariseus querem saber quem é Jesus. Eles o criticam por ele dar testemunho de si mesmo sem nenhuma prova ou testemunho para legitimar-se diante do povo (Jo 8,13). Jesus responde dizendo que ele não fala a partir de si mesmo, mas sempre a partir do Pai e em nome do Pai (Jo 8,14-19).
* Na realidade, os diálogos são também expressão de como era a transmissão catequética da fé nas comunidades do discípulo amado no fim do primeiro século. Eles refletem a leitura orante que os cristãos faziam das palavras de Jesus como expressão da Palavra de Deus. O método de pergunta e resposta ajudava-os a encontrar a resposta para os problemas que, naquele fim de século, os judeus levantavam para os cristãos. Era uma maneira concreta de ajudar a comunidade a ir aprofundando sua fé em Jesus e sua mensagem.
* João 8,21-22: Onde eu vou, vocês não podem me seguir. Aqui João aborda um novo assunto ou um outro aspecto do mistério que envolve a pessoa de Jesus. Jesus fala da sua partida e diz que, para onde ele vai, os fariseus não podem segui-lo. “Eu vou e vocês me procuram e vão morrer no seu pecado”. Eles procuram Jesus, mas não vão encontra-lo, pois não o conhecem e o procuram com critérios errados. Eles vivem no pecado e vão morrer no pecado. Viver no pecado é viver afastado de Deus. Eles imaginam Deus de um jeito, e Deus é diferente do que eles o imaginam. Por isso não são capazes de reconhecer a presença de Deus em Jesus. Os fariseus não entendem o que Jesus quer dizer e tomam tudo ao pé da letra: “Será que ele vai se matar?”
* João 8,23-24: Vocês são aqui de baixo e eu sou lá de cima. Os fariseus se orientam em tudo pelos critérios deste mundo. “Vocês são deste mundo e eu não sou deste mundo!” O quadro de referências que orienta Jesus em tudo que ele diz e faz é o mundo lá de cima, isto é, Deus, o Pai, e a missão que recebeu do Pai. O quadro de referências dos fariseus é o mundo cá de baixo, sem abertura, fechado nos seus próprios critérios. Por isso, eles vivem em pecado. Viver em pecado é não ter o olhar de Jesus sobre a vida. O olhar de Jesus é totalmente aberto para Deus a ponto de Deus estar nele em toda a sua plenitude (cf. Col 1,19). Nós dizemos: “Jesus é Deus”. João nos convida a dizer: “Deus é Jesus!”. Por isso, Jesus diz. “Se vocês não acreditarem que EU SOU, vocês vão morrer em seus pecados”. EU SOU é a afirmação com que Deus se apresentou a Moisés no momento de libertar o seu povo da opressão do Egito (Ex 3,13-14). É a expressão máxima da certeza absoluta de que Deus está no meio de nós através de Jesus. Jesus é a prova definitiva de que Deus está conosco. Emanuel.
* João 8,25-26: Quem è você? O mistério de Deus em Jesus não cabe nos critérios com que os fariseus olham para Jesus. De novo perguntam: “Quem è você?” Eles nada entenderam porque não entendem a linguagem de Jesus. Jesus teria muito a falar a eles a partir de tudo que ele experimentava e vivia em contato com o Pai e a partir da consciência da sua missão. Jesus não se auto-promove. Ele apenas diz e expressa o que ouve do Pai. Ele é pura revelação porque é pura e total obediência.
* João 8,27-30: Quando vocês tiverem elevado o Filho do Homem saberão que EU SOU. Os fariseus não entendem que Jesus, em tudo que diz e faz, é expressão do Pai. Só vão compreendê-lo depois que tiverem elevado o Filho do Homem. “Aí vocês saberão que EU SOU”. A palavra elevar tem o duplo sentido de elevar sobre a Cruz e de ser elevado à direita do Pai. A Boa Nova da morte e ressurreição vai revelar quem é Jesus, e eles saberão que Jesus é a presença de Deus no meio de nós. O fundamento desta certeza da nossa fé é duplo: de um lado, a certeza de que o Pai está sempre com Jesus e nunca o deixa sozinho e, de outro lado, a radical e total obediência de Jesus ao Pai, pela qual ele se torna abertura total e total transparência do Pai para nós
4) Para um confronto pessoal
1) Quem se fecha nos seus critérios e acha que já sabe tudo, nunca será capaz de compreender o outro. Assim eram os fariseus frente a Jesus. E eu frente aos outros, como me comporto?
2) Jesus é radical obediência ao Pai e por isso é total revelação do Pai. E eu, que imagem de Deus se irradia a partir de mim?
5) Oração final
SENHOR, escuta minha oração, e chegue a ti meu clamor. Não me ocultes teu rosto no dia da minha angústia. Inclina para mim teu ouvido; quando te invoco, atende-me depressa. (Sl 101, 2-3)
Frei Damião dá mais um passo para ser reconhecido como santo
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No processo de canonização, que já dura nove anos, ele foi reconhecido pelo Vaticano como Venerável, título que precede os de Beato e Santo
O Papa Francisco autorizou promulgar, nesta segunda-feira (8), o decreto que reconhece a figura de Frei Damião de Bozzano como Venerável — título que reconhece virtudes heroicas e precede os decretos de beato e de santo na Igreja Católica. A decisão ocorreu em audiência com o Reverendíssimo Cardeal Angelo Becciu, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, no último dia 6 de abril de 2019, no Vaticano.
Apesar de já ser considerado um verdadeiro santo aos olhos de muitos fiéis nordestinos, o processo de canonização é demorado. como destacou o dom Fernando Saburido, da Arquidiocese de Olinda e Recife, e inclui uma série de documentações e testemunhos sobre a vida e trajetória da pessoa.
"O povo já proclama Frei Damião santo por tudo que ele viveu nas missões e no dia-a-dia da população pobre do Nordeste, mas a Igreja mantém a salutar cautela dos estudos da vida e das obras, antes e depois de sua morte, para declará-lo santo”, explicou dom Fernando em nota oficial da Arquidiocese.
No Recife, o capuchinho frei Jociel Gomes é o responsável pelo encaminhamento dos documentos e relatórios referente à causa, em processo que teve início há nove anos. A solicitação estava em análise no Vaticano desde 2012.
Para se tornar santo, antes é preciso ser reconhecido como beato e ter ao menos dois milagres reconhecidos pela Igreja Católica. Fonte: https://jconline.ne10.uol.com.br
Papa Francisco reconhece virtudes heroicas do menino Nelsinho Santana
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Nascido em Ibitinga, ele morreu em Araraquara em 1964 após ficar meses internado na Santa Casa.
Por Brenda Bento*, G1 São Carlos e Araraquara
O Papa Francisco reconheceu as virtudes heroicas do servo de Deus, Nelson Santana, conhecido como Nelsinho. Nascido em Ibitinga (SP), que faz parte da Diocese de São Carlos, o menino de 9 anos morreu em Araraquara em 1964 após ficar meses internado na Santa Casa.
A aprovação do decreto pelo Papa Francisco ocorreu no sábado (6), mas a decisão foi publicada manhã desta segunda-feira (8). O próximo passo do Vaticano é o reconhecimento dos milagres para o processo de beatificação. O Vaticano também reconheceu um dos milagres do sacerdote brasileiro Donizetti Tavares de Lima. Fiéis de Tambaú comemoraram.
Segundo a Diocese de São Carlos, um dos supostos milagres atribuídos a Nelsinho foi enviado ao Vaticano em 2012. No ano de 2007, o pequeno Vitor da Silva Leitão, de 1 ano, sofria de uma doença chamada macrocefalia e foi curado em Brasília (DF). A família do garoto relatou que recebeu uma cópia da certidão de óbito de Nelsinho e que pediu por sua intercessão.
Trajetória
Nelsinho nasceu em 31 de julho de 1955 e tinha câncer no braço. Entre os sete e oito anos, ele sofreu uma queda que provocou um ferimento no ombro esquerdo e, devido às complicações, precisou ser amputado.
Até os 9 anos, Nelsinho morou na Santa Casa de Araraquara onde fez sua primeira comunhão. Ele anunciou previamente sua morte e morreu no hospital em 24 de dezembro de 1964.
O corpo foi sepultado em Araraquara no dia de Natal como indigente, pois a família não tinha recursos para bancar o funeral. Posteriormente a família recebeu a doação de uma sepultura no Cemitério São Bento.
O lugar onde Nelsinho foi sepultado com o passar do tempo tornou-se muito visitado pelas graças alcançadas que foram atribuídas a ele. Segundo o cemitério, o local ainda recebe visitas.
Em 24 de outubro de 2011, o corpo de Nelsinho foi exumado e os restos mortais foram colocados em duas caixas e transferidos para a Paróquia Senhor Bom Jesus, em Ibitinga. O corpo dele foi preparado para ser colocado na cripta construída dentro da Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus.
Sob supervisão de Fabio Rodrigues, do G1 São Carlos e Araraquara.
Fonte: https://g1.globo.com
Igreja no Brasil terá um novo beato: Pe. Donizetti Tavares de Lima
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Igreja no Brasil terá um novo beato: Pe. Donizetti Tavares de Lima
Na audiência ao prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Becciu, no último sábado, o Papa Francisco reconheceu o milagre por intercessão do Venerável Servo de Deus Pe. Donizetti Tavares de Lima que será beatificado.
Mariangela Jaguraba - Cidade do Vaticano
O Papa Francisco recebeu em audiência, no último sábado (06/04), o prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Becciu.
Pe. Donizetti Tavares de Lima será beatificado
Durante o encontro, o Santo Padre autorizou a promulgação de alguns decretos, reconhecendo o milagre por intercessão do Venerável Servo de Deus Pe. Donizetti
Tavares de Lima que será beatificado.
O sacerdote diocesano brasileiro nasceu em 3 de janeiro de 1882, em Cássia (MG), e faleceu em 16 de junho de 1961, em Tambaú (SP).
Padre Donizetti espalhou por Tambaú diversas obras sociais, dentre as quais a fundação do asilo São Vicente de Paulo e da Associação de Proteção à Maternidade e Infância de Tambaú. Criou também a Congregação Mariana, a Irmandade das Filhas de Maria e o Círculo Operário Tambauense.
Exerceu seu sacerdócio como Jesus, a serviço dos pobres, dos marginalizados e doentes. Viveu de maneira simples e humilde, sempre à disposição do povo.
Ainda hoje em Tambaú as suas obras sociais continuam sendo testemunhas de seu zelo social. Tinha grande devoção a Nossa Senhora Aparecida. Em sua época, contam-se vários sinais milagrosos da multidão que ia a Tambaú para receber a bênção do pe. Donizetti.
Nelsinho Santana, menino de grande fé
Francisco reconheceu as virtudes heroicas do Servo de Deus Nelson Santana. Leigo, brasileiro de Ibitinga (SP), Nelson nasceu 31 de julho de 1955, e morreu em Araraquara (SP), em 24 de dezembro de 1964., na vigília de Natal.
Nelsinho, como era conhecido, era um garoto que tinha câncer no braço. Dos 7 aos 9 anos praticamente morou no hospital e fez lá sua primeira comunhão.
Frei Damião- O Missionário do Nordeste
Francisco também reconheceu as virtudes heroicas do Servo de Deus Damiano da Bozzano, no século Pio Giannotti, sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Ele nasceu em Bozzano, na Itália, em 5 de novembro de 1898 e morreu em Recife, no Brasil, em 31 maio de 1997.
Leia a reportagem completa aqui: www.vaticannews.va
Domingo, 7 de abril-2019. 5ª DOMINGO DA QUARESMA.
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1) Oração
Ó Deus, que pela vossa graça inefável, nos enriqueceis de todos os bens, concedei-nos passar da antiga à nova vida, preparando-nos assim para o reino da glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 8, 1-11)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 1Dirigiu-se Jesus para o monte das Oliveiras. 2Ao romper da manhã, voltou ao templo e todo o povo veio a ele. Assentou-se e começou a ensinar. 3Os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher que fora apanhada em adultério. 4Puseram-na no meio da multidão e disseram a Jesus: Mestre, agora mesmo esta mulher foi apanhada em adultério. 5Moisés mandou-nos na lei que apedrejássemos tais mulheres. Que dizes tu a isso? 6Perguntavam-lhe isso, a fim de pô-lo à prova e poderem acusá-lo. Jesus, porém, se inclinou para a frente e escrevia com o dedo na terra. 7Como eles insistissem, ergueu-se e disse-lhes: Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra. 8Inclinando-se novamente, escrevia na terra. 9A essas palavras, sentindo-se acusados pela sua própria consciência, eles se foram retirando um por um, até o último, a começar pelos mais idosos, de sorte que Jesus ficou sozinho, com a mulher diante dele. 10Então ele se ergueu e vendo ali apenas a mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou? 11Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Disse-lhe então Jesus: Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
* No Evangelho de hoje, vamos meditar sobre o encontro de Jesus com a mulher que ia ser apedrejada. Pela sua pregação e pelo seu jeito de agir, Jesus incomodava as autoridades religiosas. Por isso, elas procuravam todos os meios possíveis para acusá-lo e eliminá-lo. Assim, levam até ele uma mulher, pega em flagrante de adultério. Sob a aparência de fidelidade à lei, usam a mulher para ter argumentos contra Jesus. Também hoje, sob a aparência de fidelidade às leis da igreja, muitas pessoas são marginalizadas: divorciados, aidéticos, prostitutas, mães solteiras, homossexuais, etc. Vejamos como Jesus reage:
* João 8,1-2: Jesus e o povo. Depois da discussão sobre a origem do Messias, descrita no fim do capítulo 7 (Jo 7,37-52), “cada um tinha voltado para casa” (Jo 7,53). Jesus não tinha casa em Jerusalém. Por isso, foi para o Monte das Oliveiras. Lá havia um Horto, onde ele costumava passar a noite em oração (Jo 18,1). No dia seguinte, antes do nascer do sol, Jesus já estava novamente no templo. O povo também veio bem cedo para poder escutá-lo. Eles sentavam no chão ao redor de Jesus e ele os ensinava. O que será que Jesus ensinava? Deve ter sido muito bonito, pois o povo vinha antes do nascer do sol para poder escutá-lo!
* João 8,3-6a: Os escribas armam uma cilada. De repente, chegam os escribas e os fariseus, trazendo consigo uma mulher pega em flagrante de adultério. Eles a colocam no meio da roda. Conforme a lei, esta mulher deveria ser apedrejada (Lv 20,10; Dt 22,22.24). Eles perguntam: "E qual é a sua opinião?" Era uma cilada. Se Jesus dissesse: "Apliquem a lei", eles diriam: “Ele não é tão bom como parece, porque mandou matar a pobre da mulher!” Se dissesse: "Não matem", diriam: "Ele não é tão bom como parece, porque nem sequer observa a lei!" Sob a aparência de fidelidade a Deus, eles manipulam a lei e usam a pessoa da mulher para poder acusar Jesus.
* João 8,6b-8: Reação de Jesus: escreve no chão. Parecia um beco sem saída. Mas Jesus não se apavora nem fica nervoso. Pelo contrário. Calmamente, como quem é dono da situação, ele se inclina e começa a escrever no chão com o dedo. Quem fica nervoso, são os adversários. Eles insistem para que Jesus dê a sua opinião. Então, Jesus se levanta e diz: "Quem for sem pecado seja o primeiro a jogar pedra!" E inclinando-se tornou a escrever no chão. Jesus não discute a lei. Apenas muda o alvo do julgamento. Em vez de permitir que eles coloquem a luz da lei em cima da mulher para poder condená-la, pede que eles se examinem a si mesmos à luz do que a lei exige deles. A ação simbólica da escritura no chão esclarece tudo. A palavra da Lei de Deus tem consistência. Uma palavra escrita no chão não tem consistência. A chuva e o vento a apagam logo. O perdão de Deus apaga o pecado identificada e denunciado pela lei.
* João 8,9-11: Jesus e a mulher. O gesto e a resposta de Jesus derrubaram os adversários. Os fariseus e os escribas se retiram envergonhados, um depois do outro, a começar pelos mais velhos. Aconteceu o contrário do que eles esperavam. A pessoa condenada pela lei não era a mulher, mas eles mesmos que pensavam ser fiéis à lei. No fim, Jesus ficou sozinho com a mulher no meio da roda. Jesus se levanta e olha para ela: "Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou!" Ela responde: "Ninguém, Senhor!" E Jesus: "Nem eu te condeno! Vai, e de agora em diante não peques mais!"
* Jesus não permite que alguém use a lei de Deus para condenar o irmão ou a irmã, quando ele mesmo ou ela mesma é pecador ou pecadora. Este episódio, melhor do que qualquer outro ensinamento, revela que Jesus é a luz que faz aparecer a verdade. Ele faz aparecer o que existe de escondido dentro das pessoas, no mais íntimo de cada um de nós. À luz da sua palavra, os que pareciam os defensores da lei, se revelam cheios de pecado e eles mesmos o reconhecem, pois vão embora, a começar pelos mais velhos. E a mulher, considerada culpada e merecedora da pena de morte, está de pé diante de Jesus, absolvida, redimida e dignificada (cf. Jo 3,19-21).
4) Para um confronto pessoal
1) Procure colocar-se na pele da mulher: quais eram os sentimentos dela naquele momento?
2) Que passos nossa comunidade pode e deve dar para acolher os excluídos?
5) Oração final
O SENHOR é o meu pastor, nada me falta. Ele me faz descansar em verdes prados, a águas tranquilas me conduz. Restaura minhas forças, guia-me pelo caminho certo, por amor do seu nome. (Sl 22, 1-3)
Incêndios atingem igreja na Pavuna e prédio no Leblon, Rio
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Incêndios atingem igreja na Pavuna e prédio no Leblon, Rio
Igreja de Santo Antônio, na Rua Maria Joaquina, pegou fogo no início da tarde. No início da noite, chamas atingiram apartamento no Leblon. Não há informações sobre feridos
Uma igreja pegou fogo neste domingo (7) na Pavuna, Zona Norte do Rio. Bombeiros do quartel de Duque de Caxias combateram o incêndio.
As chamas atingiram a igreja de Santo Antônio, na Rua Maria Joaquina, e começaram pouco antes das 14h.
Mais tarde, no Leblon, Zona Sul do Rio, outro incêndio atingiu ao menos um apartamento na Rua Humberto de Campos.
Nos dois incêndios, não há informações sobre feridos. Fonte: https://g1.globo.com
A MORTE DO PADRE PINTO: "Nem a Igreja para uma alma livre".
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Fiéis contam histórias sobre Padre Pinto
Comunidade da Lapinha lamenta perda de “personalidade única”; padre faleceu na quinta-feira (4)
Os dogmas da igreja não poderiam parar uma alma livre. A liberdade com a qual um autor incorpora a própria arte é um processo de transgressão natural que, talvez, traduza o momento em que, todo de amarelo, o padre José de Souza Pinto surgiu no altar da Igreja da Lapinha, em janeiro de 2006, e homenageou a orixá Oxum. O ato revelou a olhos desacostumados um homem que, mesmo religioso, não deixou de lado a irreverência dos artistas.
A morte do sacerdote, nesta quinta-feira (4), aos 72 anos, é sentida pelos moradores da Lapinha, em Salvador. Lá, onde foi pároco por 30 anos, mas já não era visto há algum tempo, as referências a José Pinto vão muito além do que ficou marcado por aquela celebração de 2006. E, antes que se diga que Padre Pinto não ‘honrou’ a igreja, os mais próximos do religioso garantem: “Ele nasceu para isso”.
Anos antes de se vestir de Nossa Senhora da Guia, sincretizada no candomblé por Oxum, há 13 anos, Padre Pinto já tinha deixado sua marca na Paróquia da Lapinha: além de muitos outros, crismou, batizou e casou os quatro filhos da professora aposentada Celina dos Santos Silva, 84 anos, a quem tratava por Céu.
“Uma pessoa iluminada, de alma e espírito livres. Ele fez parte da história de toda a minha família, só não fez me casar, mas, em compensação, celebrou minhas bodas de prata e ouro”, conta Celina, emocionada, ao lembrar que conheceu o religioso em 1979, seis anos depois de ele ser ordenado ao sacerdócio, aos 26 anos de idade.
Desde a época das polêmicas até aqui, para a professora, nenhuma reportagem envolvendo Padre Pinto transmitiu às pessoas quem, de fato, era o padre. Filho único de pai e mãe, o artista plástico e bailarino nasceu e foi criado no bairro de São Caetano, em Salvador.
“Isso era o mínimo. Ele era uma pessoa de espírito livre e nem a Igreja Católica para uma alma livre. Mas, o que eu realmente acredito é que ele foi excelente em sua vida religiosa, sofreu muito quando foi afastado da Lapinha, mas precisou se acostumar”, revela.
Padre Pinto começou a vida religiosa na Paróquia Santos Cosme e Damião, na Liberdade. Mas foi na Lapinha que ele se tornou uma extensão da paróquia, ao revitalizar a Festa de Reis. Não há quem more ali, do Largo ao Queimadinho, que não conheça ou já tenha ouvido falar no sacerdote que colocou os três Reis Magos dentro de uma Fobica, em um presépio temático que tinha até uma réplica da estátua do poeta Castro Alves.
‘Tinha segurança’
A personalidade variável, como define a amiga Celina, era uma constante na vida do sacerdote. Para ela, no entanto, Padre Pinto era certo de tudo o que fazia. Ela contou ao CORREIO sobre o dia em que convidou o religioso para um passeio. Católicos, ela e o marido até já tinham se acostumado com o jeito alegre do religioso, mas sequer podiam imaginar que Pinto surgiria vestindo um short de cetim e batom vermelho.
“Eu fiquei muito surpresa e, confesso, até assustada. Hoje, não cabe mais um padre travado, fechado, mas naquela época, há 15 anos, tudo era diferente e, querendo ou não, ele representava uma comunidade religiosa e não era o que se esperava de um representante do catolicismo”, pondera.
Celina, contudo, não repreendeu o amigo. “Como? Não tive coragem, não tinha como. Ele era muito inteligente, se expressava bem demais e sabia exatamente o que fazia. A segurança dele ao argumentar as coisas quebrava qualquer um ao meio. Até a Igreja, que podia ter feito algo para parar ele, não pôde conter aquilo, estava ali, era dele”, acredita.
A aposentada lembrou que, logo que foi afastado da Lapinha, em 2006, Pinto passou a ser visto com cada vez menos frequência, com contato sempre restrito. Havia sido transferido para a Paróquia de São Caetano da Divina Providência, onde atuava como vigário paroquial. Morou lá nos últimos 13 anos. Até a aparência, segundo a amiga, era outra.
“A última vez que estivemos juntos foi em 2016 e ele estava triste, amarelado, largado. A vida dele era na Lapinha, onde fez história, missas lindas, era adorado e respeitado por todos, independentemente de tudo”, acrescenta Celina, ao lamentar que não foi informada da causa da morte de José Pinto. Por conhecidos ligados ao religioso, soube que ele foi socorrido até o Hospital Jorge Valente, nesta quarta (3), após sofrer uma queda, o que foi confirmado ao CORREIO por uma prima do padre.
Em nota, o diretor provincial da Sociedade das Divinas Vocações, Padre José Carlos Lima, afirmou que o Padre Pinto sofria de transtorno de bipolaridade, além de problemas cardiológicos e hipertensão, desde 2006. “Com o passar dos anos, o seu quadro de saúde foi se debilitando e oscilando entre períodos de estabilidades e momentos de alterações. Mais precisamente no último ano, este quadro de oscilação se apresentou com mais frequência”, disse, sem citar a queda.
O líder religioso afirmou que o padre prestou “inúmeros serviços” à Congregação e Arquidiocese de São Salvador da Bahia e se destacou pela “eloquência e retórica em suas pregações, grande parte do seu ministério presbiteral foi desenvolvido na Paróquia Nossa Senhora da Conceição da Lapinha em Salvador”, considerou.
‘Morreu cedo’
Quem recebeu suas bênçãos garante que Padre Pinto partiu antes da hora. Para o desenhista Daniel Cesart, 36, ainda era tempo do sacerdote celebrar missa e distribuir simpatia pelo bairro. Daniel, que nasceu, foi criado e continua morando na Lapinha, foi batizado por José Pinto e garante que sua morte foi uma perda para toda a família.
“Era um cara incrível como padre, artista plástico e bailarino. Via nele a versatilidade que uma pessoa deve ter. Ele era a equidade, laicidade e o sincretismo religioso em prática. Sua ausência foi e será sentida na Festa de Reis, que nunca mais teve o mesmo esplendor de quando ele estava à frente”, comenta.
O próprio Padre Pinto, em uma entrevista ao CORREIO, em 1999, falava sobre intolerância. “O processo de evangelização no Brasil desconsiderou, desde o início, com os jesuítas, a mística indígena e negra e, por isso, acabou contribuindo para a aniquilação dos índios e o sofrimento dos negros. Essa postura foi baseada na noção de intolerância”, declarou, após o Encontro Nacional de Padres, Bispos e Diáconos Negros.
A notícia da morte abalou a família da professora aposentada Áurea Freitas, 78. Ela conta que não faltava a uma missa celebrada pelo sacerdote que mais fez celebrações por aquela paróquia, e que crismou e batizou seus dois filhos.
"Eu não ia à missa porque era obrigação, mas porque era bom estar próximo a ele. Eu não tenho palavras, mas faço questão de garantir que ele era um excelente líder. Um padre como nunca vi, que virou uma família para todos nós e nos ensinou muito sobre ajudar e respeitar ao próximo, com sua alegria e generosidade", destaca Áurea.
A aposentada contou que, quando o padre virou assunto nacional, estava em viagem em Belo Horizonte (MG) e ficou surpresa com o que viu pela TV. "Tomei um susto, não entendi aquela manifestação, me questionei o porquê". Áurea disse, no entanto, que o sacerdote sempre teve comportamento irreverente no convívio com as pessoas, mesmo na igreja. "Brincava muito e sempre foi artista. Pintava as próprias batas, ensinava arte às crianças, sempre muito atencioso", completou.
'Um marco'
Filha de Áurea, a professora de Artes Acy Freitas, 34, tem boas lembranças dos anos de convívio com o religioso. Depois da crisma e do batismo, chegou a ser coroinha de Padre Pinto, a quem define como um marco na história da paróquia que, nesta sexta-feira (5), não abriu as portas. Todos os membros participaram da missa de corpo presente, realizada na Paróquia São Caetano e, em seguida, do enterro, na Ordem 3ª de São Francisco, na Baixa de Quintas.
"Ele sempre foi um catequista incrível, que nos transmitiu toda vivência religiosa da melhor maneira possível. Além das obras, ele pensava e vivia a arte, então a gente tinha muitos momentos de diálogo, de liberdade, sempre pautados pelo respeito à religião, mas de um jeito saudável", lembra.
Assim como a mãe, Acy garante que, por unanimidade, o legado de José de Souza Pinto foi e será respeitado pelos moradores da Lapinha. "Tinha o dom da palavra, ele era muito autêntico. Quem somos nós para apontar erros? Não estamos aqui para mudar nada e ninguém, tudo o que ele fez aquelas coisas que aconteceram, certamente partiram de um desejo dele e nós sempre respeitaremos", disse Áurea, em referência à manifestação como
Oxum.
Nas lembranças da professora Celina dos Santos, Padre Pinto será para sempre o reflexo de liberdade, amor, segurança e respeito. Foi assim quando viu as imagens do pároco reverenciando o candomblé. Mesmo católica, explica que teve o entedimento de que o amigo só queria mostrar às pessoas que a religião de matriz africana "não é um bicho de sete cabeças". Fonte: www.correio24horas.com.br
Bispo envolvido em confusão com Caetano Veloso está sendo 'coagido'
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Ingrid Soares
O bispo dom José Francisco Falcão, envolvido em uma polêmica após dizer que queria "dar veneno de rato" ao autor da música É proibido proibir, de Caetano Veloso, se manifestou nesta sexta-feira (5/4) e diz que está sendo coagido. O religioso nega, porém, que esteja pensando em ir embora do Brasil. Segundo pessoas próximas ao padre, ele foi ameaçado, após a má repercussão da homilia presidida pelo pároco da Paróquia Militar de São Miguel Arcanjo, no último domingo (31/3).
Durante a celebração na capela militar, o bispo teria dito que "gostaria de dar um veneno de rato" para o "imbecil que nos anos 1970 cantou que é proibido proibir". A declaração caiu feito uma bomba na internet, principalmente devido aos tempos atuais, onde consevadores e liberais vivem em duelo constante, principalmente nas redes sociais. Até o próprio Caetano Veloso, ao ficar sabendo do teor da pregação do religioso, disse que entraria com um processo contra o padre.
Em carta divulgada nesta sexta-feira (5/4), tendo como destinatário o cantor e compositor baiano e todos os veículos de imprensa do país, José Francisco alegou que a missa foi celebrada em ação de graças pela promoção dos oficiais generais do Exército Brasileiro e ocorre desde a década de 1960 em capelanias e paróquias militares católicas.
O bispo ressaltou, ainda, que em nenhum momento da homilia fez alusão ao nome de qualquer cantor ou música, tampouco utilizou a palavra "imbecil" e que realizou exclusivamente leituras litúrgicas ao falar da passagem do filho pródigo que abandona a casa do pai em busca da liberdade sem proibição, o que prega, inclusive, a música.
"Noticiaram que eu tinha dito aquelas coisas, mas o que tenho a dizer é que minha função é prestar auxílio onde for preciso. Tenho viagens programadas até o fim do ano, mas pelo meu dever. Não guardo mágoa de quem veicula notícias erradas sem ao menos ouvir o que o outro lado tem a dizer, mas é necessário ter ética no jornalismo. Seguramente, em tempos difíceis, de fake news, precisamos do jornalismo. E que ele escute as partes interessadas. Como cristão, o que tenho a dizer é que perdoo", disse ao Correio.
"Na homilia, afirmei: 'na década de 1970, alguém fez uma música É proibido proibir. Referi-me ao refrão cunhado no final da década de 1950 e transformado em música nos anos que se seguiram ao espírito de maio de 1968, em Paris, e que se espalhou em seguida pelo mundo, notadamente na década de 1970", dizia o trecho da carta.
Caetano Veloso afirmou, na quarta-feira (3/4), que interpelaria judicialmente o bispo auxiliar do Oridinariado Militar do Brasil. A fala do bispo repercutiu nas redes sociais após a revelação feita pela revista Veja na segunda-feira (1º/4). De acordo com a publicação, também estaria na missa a viúva do coronel Brilhante Ustra, considerado o maior torturador da ditadura militar brasileira.
Em nota oficial, a Arquidiocese Militar do Brasil disse que, em nenhum momento do transcurso da missa falou-se de "ditadura" ou "golpe" ou se agradeceu a Deus por outro motivo. Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br
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