O papel da imprensa
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POR MERVAL PEREIRA
É interessante notar que a importância da imprensa para a democracia vem sendo destacada nos primeiros dias do novo governo Bolsonaro por ministros e autoridades militares, que demonstram publicamente compreender melhor o papel dos meios de comunicação do que o candidato eleito durante sua campanha vitoriosa.
O próprio agora presidente Bolsonaro vem reajustando seu discurso, e ontem admitiu que a imprensa livre é fundamental para a democracia. Mas continua misturando verba publicitária com isenção jornalística. Em seu discurso de posse, o novo ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva foi objetivo: “A presença da mídia nos importa e nos conforta. Mais do que reproduzir notícia, ela nos avisa, nos cobra quando é necessário e sempre ajuda a dar transparência a nossas atividades.”
O ministro Santos Cruz, da Secretaria de Governo, também defendeu o papel da imprensa no combate à corrupção: “A maneira mais eficaz de se combater a corrupção, além das medidas de gestão, além do uso da tecnologia no controle dos gastos públicos, é a divulgação, é a publicidade. Tem que divulgar tudo o máximo que puder. Tem que estar aberto para a imprensa, tem que fornecer todos os dados possíveis.”
O ministro disse ainda que o governo está exposto a todo tipo de avaliação e informações que deveriam ser divulgadas. "Nós vamos estar completamente expostos. Eu não tenho medo dessa exposição, todo mundo aqui vai estar exposto a todas as avaliações e informações que devem ser divulgadas", concluiu.
Também o tenente-brigadeiro do ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, o novo Comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), foi assertivo em seu discurso de posse: “Quanto maior for o zelo com a higidez e a intelectualidade de nosso efetivo, maior será o retorno para a sociedade que por ele é protegida”, começou Bermudez, destacando a importância da inteligência na atuação da Força.
“Haveremos de continuar incentivando a perfeita relação com a mídia, que tanto contribuiu para a construção da reputação de nossa Força nesses 78 anos de existência, criando conteúdos relevantes, pois relevante é nossa missão, assim como é determinante o papel da imprensa”, que ele definiu como o canal de conexão com a sociedade.
É justamente essa a atribuição da imprensa, fazer com que o Estado conheça os desejos e intenções da Nação, e com que esta saiba os projetos e desígnios do Estado, como ressaltei no meu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras. “Um bom jornal é uma nação conversando consigo mesma”, na definição do teatrólogo americano Arthur Miller.
Para Rui Barbosa, a imprensa é a vista da nação. “Através dela, acompanha o que se passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam ou roubam, percebe onde lhe alvejam ou nodoam, mede o que lhe cerceiam ou destroem, vela pelo que lhe interessa e se acautela do que ameaça”.
O presidente americano Thomas Jefferson entendeu que a imprensa, tal como um cão de guarda, deve ter liberdade para criticar e condenar, desmascarar e antagonizar. “Se me coubesse decidir se deveríamos ter um governo sem jornais ou jornais sem um governo, não hesitaria um momento em preferir a última solução”, escreveu ele.
No sistema democrático, a representação é fundamental, e a legitimidade da representação depende muito da informação. Os jornais nasceram no começo do século XIX, com a Revolução Industrial e a democracia representativa. Formam parte das instituições da democracia moderna.
A “opinião pública” surgiu através principalmente da difusão da imprensa, como maneira de a sociedade civil nascente se contrapor à força do Estado absolutista e legitimar suas reivindicações no campo político. Não é à toa, portanto, que o surgimento da “opinião pública” está ligado ao surgimento do estado moderno.
Com o advento das novas mídias sociais, os jornais perderam a exclusividade da formação da opinião pública, mas continuam sendo um “contrapoder”, importante para a institucionalização democrática dos países. É o jornalismo, seja em que plataforma se apresente, que continua sendo o espaço público para a formação de um consenso em torno do projeto democrático. Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
Nota de repúdio contra o projeto de educação binária da Ministra Damares Alves
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Os grupos de pesquisa “Psicologia e Estudos de Gênero” e “Psicologia, Política e Sexualidades”, filiados à Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP) partilharam uma nota de repúdio frente à declaração da Ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos, Sra. Damares Alves, de que “meninos vestem azul, e meninas rosa”.
Foi com perplexidade que os Grupos de Pesquisa “Psicologia e Estudos de Gênero” e “Psicologia, Política e Sexualidades”, filiados à Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP), tomaram conhecimento, por meio das redes sociais, das declarações da Exma. Ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos, Sra. Damares Alves. Em vídeo, com franca epifania acelerada, junto a apoiadores/as, a Ministra fala do começo de uma “nova era” na qual meninos usam azul e meninas usam rosa. No que pesem as metáforas, está posto que se faz uma alusão fascista ao binarismo de gêneros e à exigência de sua reificação metonímica como verdade inexorável.
Há décadas, diversos estudos em Psicologia e Educação demonstram que a identidade de gênero é uma complexa construção psicossocial e corporal. E isso se faz mais observável justamente pelo fato de que mesmo na presença de regras para moldarem os corpos em um gênero específico, as pessoas constroem formas diversas para expressarem suas identidades de gênero. Esta diversidade deve ser estimulada e não censurada. Pesquisas sobre o suicídio em adolescentes demonstram inclusive que os/as mais vulneráveis a atentarem contra a própria vida são justamente aqueles e aquelas que são reprimidos/as em suas expressões de identidades de gênero e sexuais. Outros estudos em História e Sociologia demonstram que em sociedades marcadas pela rigidez dos binarismos de gênero, há um alto índice de desigualdade social e violência de gênero, majoritariamente, do gênero masculino sobre o feminino. Portanto, declarações como estas proferidas pela atual Ministra são absolutamente perigosas, pois estimulam atrasos científicos e aos direitos sociais que terão repercussões muito negativas na cultura e na vida em sociedade.
No que exatamente está pautada a “nova era” alardeada pela Ministra? Seu histórico e o contexto no qual seu discurso foi proferido levam a deduzir que se trata de um fundamento religioso. Enquanto cientistas, é nosso dever fundamentar e transmitir à população as conclusões de nossas investigações. Enquanto cidadãs e cidadãos é nosso dever reivindicar que o Ministério por ela liderado fundamente suas políticas na laicidade do Estado, na igualdade e preservação da diversidade social, e no que a ciência deste país – que é majoritariamente financiada com verba pública -, consegue como resultado de suas pesquisas. É inadmissível que, em pleno século XXI, declarações binárias como as proferidas pela Ministra sejam naturalizadas. Ao exigir que meninos e meninas se vistam com qualquer cor que seja, a Ministra nega a diversidade de expressões de gênero. Reafirma com isso o modo abjeto pelo qual pessoas travestis e transexuais vêm sendo tratadas neste país, que carrega a desumana marca de ser o país que mais mata no mundo cidadãs e cidadãos brasileiras e brasileiros.
O que temem aqueles/as que fixam as normas de gênero em preceitos binários?
Como demonstram os estudos sobre violência contra as mulheres, o fascismo binário teme que, ao flexibilizar as normas de gênero, os homens percam seus privilégios há séculos reafirmados devido à naturalização arbitrária de sua superioridade sobre as mulheres. Outro temor constante, como demonstram os resultados de pesquisas sobre violência contra crianças e adolescentes, advém da crença naturalizada na superioridade adulto cêntrica masculina em relação aos corpos de crianças e adolescentes, sobretudo as do sexo feminino. Tal adulto centrismo machista garante aos homens o imaginário privilégio de direito sobre estes corpos infantis em desenvolvimento. Tal superioridade é fato histórico, cultural, fruto de disputa de discursos e conjunturas sociais e não uma condição natural da vida em sociedade. O ser humano não se socializa por instintos, mas pela palavra, pela articulação social, pela política, pela negociação dos desejos.
Portanto, não há nada a ser celebrado na anunciação desta “nova era”. De nova, não há nada, pois bem antes da Idade Média os governos, assustados com a divisão do poder com as mulheres, recorreram avidamente à preservação das regras binárias de gênero. O que se viu desde então foi uma carnificina de todas as pessoas dissidentes a estes padrões de identificação de gênero, bem como a exclusão simbólica do feminino nas relações de acesso ao poder e/ou à produção de saber.
Deste modo, é em função de nossa imensa preocupação que registramos aqui nosso repúdio a toda e qualquer reificação binária dos gêneros, não apenas porque nega décadas de trabalho que a ciência brasileira vem realizando, com dificuldade, para demonstrar que o ideal é incentivar a diversidade de expressão de gênero como estratégia ética de convívio social solidário e equânime, mas, principalmente, porque tais declarações binárias têm demonstrado nefasto resultado na vida cotidiana das pessoas que ousam questionar os privilégios arbitrários deste binarismo. O que a ciência vem demonstrando, assim como as relações sociais nos países democráticos é que, como ser humano, cada pessoa deverá vestir a cor que quiser, que lhe cai bem ao gosto próprio e não ao gosto de governantes.
Com profunda indignação, subscrevemo-nos, Grupos de Pesquisa e Trabalho filiados à ANPEPP: Psicologia e Estudos de Gênero e Psicologia, Política e Sexualidades, 01/2019. Fonte: https://cebi.org.br
Jovem saudita foge da família, denuncia abusos e faz barricada em hotel na Tailândia
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Rahaf Mohammed al-Qunun, de 18 anos, diz temer pela vida na terra natal e querer asilo para continuar sua educação após ser barrada em aeroporto.
DUBAI — Uma jovem saudita que fugiu de sua família e sofria ameaças de deportação na Tailândia mobilizou autoridades de imigração e comoveu o mundo nesta segunda-feira depois de se entrincheirar em um quarto de hotel e gravar um vídeo em que denunciava o medo da repatriação e pedia asilo. Autoridades tailandesas, que inicialmente defendiam colocá-la logo de manhã em um avião rumo à terra natal, autorizaram-na a permanecer no aeroporto de Bancoc antes de suspender totalmente o plano de deportação e oferecer-lhe proteção no país.
Rahaf Mohammed al-Qunun, de 18 anos, fez uma barricada no quarto de hotel e impediu agentes tailandeses de escoltá-la até o avião. A jovem, que estava no terminal desde sábado, quando teve a entrada no país negada, alegou temer ser morta pela família em casa.
O Ministério de Relações Exteriores saudita negou ter confiscado o passaporte da jovem, como ela alegava, e atribuiu o veto à entrada na Tailândia pela violação das leis imigratórias do país. A Tailândia, por sua vez, rejeitou as acusações da adolescente de que a tenham barrado a pedido da Arábia Saudita. As autoridades do país ressaltaram que a saudita tentou entrar no território estrangeiro sem a documentação apropriada.
Nesta segunda-feira, Qunun postou um vídeo no Twitter em que mostrava a porta do quarto de hotel bloqueada por uma mesa e um colchão. À agência Reuters, a adolescente contou que fugiu do Kuwait durante uma viagem da família ao país do Golfo. Ela pretendia seguir da Tailândia até a Austrália e pedir asilo. Antes disso, foi detida ao deixar o avião em Bangcoc e informada de que seria deportada.
— Meus irmãos e família e a embaixada saudita estarão esperando por mim no Kuwait — alertou Qunun, no domingo. — Eles vão me matar. Minha vida está em perigo. Minha família ameaça me matar pelas coisas mais triviais. Fonte: https://oglobo.globo.com
Família suspende velório em Alagoas por acreditar que jovem ressuscitaria
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Uma situação inusitada mobilizou a pequena cidade de Delmiro Gouveia, no sertão de Alagoas, nesta sexta. A família da jovem Jéssica Lima, de 23 anos, que havia falecido na quinta-feira vítima de uma infecção generalizada, suspendeu o enterro e chegou a retirar o corpo do caixão por acreditar que ela ressuscitaria.
Segundo a Polícia, os pais da jovem, evangélicos e muito religiosos, ficaram inconformados com a morte de Jéssica, e acreditaram quando outros parentes disseram que o corpo da jovem não estava gelado ou rígido e que teriam visto ela se mexer. Além disso, outra parente, também evangélica, afirmou ter feito orações e recebido a resposta de que a jovem ressuscitaria no dia seguinte.
Segundo o policial civil Fabiano Menezes, da Delegacia Distrital de Delmiro Gouveia, dois médicos foram levados até a casa da família, onde ocorria o velório, para examinar o corpo e reforçaram que ele apresentava todas as características de um cadáver. A família apenas concordou em prosseguir com o enterro quando algumas partes do corpo de Jéssica já aparentavam estar em estágio de decomposição.
— A jovem já saiu do hospital com o laudo de morte e não havia do que duvidar, mas a família, muito ligada a princípios religiosos, acabou se agarrando a ideia de um milagre. O que pode ter acontecido, por exemplo, é o corpo ter liberado algum gás, o que é normal. E como o corpo saiu do hospital e não foi examinado no IML, quando alguns órgão chegam a ser retirados, a impressão que eles tinham é de que o corpo estaria pronto para volta à vida — explicou Menezes.
Após muitas discussões, e ainda contra a vontade da família, Jéssica foi enterrada por volta das 17h do mesmo dia, oito horas após o previsto. O carro onde o caixão foi levado foi acompanhado não só por familiares como também outros moradores, curiosos para saber como terminaria a história. Fonte: https://extra.globo.com
(Com pesquisa e informação do correspondente do olhar, Frei Reinaldo Paraíso, O. Carm /RJ).
Bolivianos ficam indignados após declaração de deputado carioca sobre indígenas
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A Bolívia reagiu com indignação, neste sábado (5), às declarações do deputado estadual do Rio de Janeiro Rodrigo Amorim (PSL), que afirmou que "quem gosta de índio, que vá para a Bolívia, que além de ser comunista ainda é presidida por um índio".
Segundo o jornal O Globo, Amorim, do partido de Bolsonaro, fez as declarações ao se referir à Aldeia Maracanã, um terreno onde até 1977 funcionou o Museu do Índio e que abriga famílias indígenas. Amorim defendeu uma "faxina" no local (de 14.300 metros quadrados) para "restaurar a ordem".
De acordo com o deputado estadual, que foi o mais votado do Rio de Janeiro, o espaço poderia servir como estacionamento, shopping, área de lazer ou equipamento acessório ao estádio do Maracanã, que fica ao lado da Aldeia.
"Declaração revoltante de deputado brasileiro ofende a Bolívia e não expressa a irmandade de nossos povos. Diferenças ideológicas entre governos não justificam tal afirmação. O indígena é parte essencial de nossas identidades e nossa força como nação", escreveu o ex-presidente boliviano Carlos Mesa em sua conta no Twitter.
“Indignante declaración de diputado brasileño ofende a Bolivia y no expresa hermandad de nuestros pueblos. Diferencias ideológicas entre gobiernos no justifican tal afirmación. Lo indígena es parte esencial de nuestras identidades y nuestra fortaleza como nación”.
A ministra boliviana das Comunicações, Gisela López, também reagiu nas redes sociais. Ela escreveu no Twitter que o deputado brasileiro "despreza com ignorância supina nossos antepassados, os verdadeiros donos da Pátria Grande, com palavras que demonstram cegueira e pobreza espiritual".
“El diputado brasileño Gustavo Amorim desprecia con ignorancia supina a nuestros antepasados, los verdaderos dueños de la Patria Grande, con palabras que demuestran ceguera y pobreza espiritual”.
Mais da metade da população da Bolívia é indígena, inclusive o atual presidente, Evo Morales, primeiro membro da etnia a chegar ao poder no país. O chefe de Estado esteve presente na cerimônia de posse do líder brasileiro Jair Bolsonaro. Fonte: http://br.rfi.fr/brasil
Distrito Federal: Mulher se esconde com filho em mata para não ser morta por companheiro
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Uma equipe da Polícia Militar resgatou mulher e filho escondidos em um matagal no Recanto das Emas
Uma mulher, 30 anos, teve que se esconder em uma região de cerrado no Recanto das Emas, para não ser morta por companheiro. O filho dela já esperava por ela no matagal. Policiais militares prenderam o agressor, de 51 anos. Ele responderá por ameaça e lesão corporal.
Segundo a comunicação da PM, uma equipe da corporação recebeu a ocorrência de violência contra a mulher por meio do telefone 190. O crime aconteceu na Chácara 5, nos fundos da Quadra 804 do Recanto das Emas.
Ao chegarem ao local, os policiais ouviram vários gritos de socorro vindo de uma mata nos fundos de uma casa. Ao se aproximar, a equipe encontrou a vítima escondida, junto com o filho.
No momento da abordagem, ela contou que foi agredida. A mulher apresentava lesões na cabeça e no braço, e afirmou que o companheiro a ameaçou de morte. Com medo, a vítima fugiu para o matagal para ficar com o filho que já estava escondido há mais de uma hora.
Histórico
Este não foi o primeiro caso de violência contra mulher registrado neste ano. Somente nesta primeira semana de 2019, 342 denúncias de violência contra mulher foram feitas por meio do telefone 190, segundo dados da Polícia Militar. No mesmo período de 2018 a PM recebeu, 213 acionamentos.
De janeiro a junho de 2018, 7.169 casos de violência doméstica e 415 de violência sexual contra mulher foram registrados no DF. Além disso, 14 feminicídios ocorreram na capital no primeiro semestre de 2018. Ceilândia é a região administrativa com mais ocorrências, com 1.161 casos de violência doméstica, 3 de feminicídio e 68 estupros. Fonte: www.correiobraziliense.com.br
OLHAR DE DOMINGO, 6: A Tradição de um povo...
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OLHAR DE DOMINGO. Estátuas de Baltazar, Belchior e Gaspar carregando ouro, incenso e mirra, na Praia do Anil, em Angra dos Reis/RJ. NOTA: As três imagens juntas pesam 32 toneladas. Elas foram construídas na cidade de São João Del Rei/MG, pelo artista plástico, Miguel Santeiro.
Explosivos, ônibus em chamas: Ceará é teste para cooperação entre Bolsonaro e PT
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Nos últimos três dias, foram registrados mais de 40 ataques por facções em 13 municípios cearenses. Governador petista Camilo Santana (PT) vai receber 300 agentes da Força Nacional
Nos últimos dois dias, o Ceará vive um clima de terror, com mais de 40 ataques supostamente praticados por facções criminosas que dominam o crime no Estado e em boa parte do país. Vários ônibus, além de prédios públicos e privados, foram incendiados. Um viaduto chegou a ser dinamitado e outro teve explosivos desativados pelas autoridades. Até o início da tarde desta sexta-feira, haviam sido registrados ataques em pelo menos 13 municípios cearenses e 45 suspeitos haviam sido detidos, a maioria deles em Fortaleza. Esta é a primeira grande crise de segurança pública a eclodir no Governo Bolsonaro, que não tem o dever constitucional de atuar nesta área, mas a usou como uma de suas principais bandeiras de campanha. A gravidade da situação no Ceará levou o governador Camilo Santana (PT) a solicitar apoio federal para contornar a situação. A crise impõe, já na primeira semana deste mandato, o desafio de uma atuação conjunta entre os dois governantes opositores.
Camilo Santana está em constante diálogo com o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, e com o general Fernando Azevedo, da Defesa. O petista solicitou 1.500 militares do Exército, 500 da Força Nacional, além de 80 agentes penitenciários à União para lidar com a crise. Até o momento, Moro autorizou o envio de 300 homens da Força Nacional ao Estado e mais 30 viaturas, além de disponibilizar o aparato da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e do Sistema Penitenciário Nacional. Também sugeriu ao governador ampliar o gabinete de situação, que gerencia a crise, com a participação direta de órgãos federais. Camilo Santana acatou a sugestão. "O momento é de união de todas as forças para a garantia da ordem e proteção de todos os irmãos e irmãs cearenses", afirmou o governador no Facebook. O grupo conta com diversos órgãos municipais, estaduais e federais e coincide em "não baixar a guarda" para as facções. O presidente Bolsonaro também comentou a ação conjunta para controlar a crise no Ceará: "Moro foi muito hábil, muito rápido e eficaz para atender inclusive o Estado cujo governador reeleito tem uma posição radical a nós".
Há fortes sinalizações de que os ataques no Ceará são uma resposta do crime organizado à iniciativa do Governo estadual em endurecer as regras de segurança nos presídios. Os primeiros incêndios a veículos foram praticados na noite da última quarta-feira, um dia após o titular da recém-criada Secretaria da Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque, dizer que não reconhecia facções no Estado e que não separaria mais os presos de acordo com a ligação deles com essas organizações nos presídios. Um relatório da Secretaria da Justiça do Ceará publicado pelo jornal Diário do Nordeste em outubro passado aponta que as três facções mais fortes no Estado predominam em mais da metade dos presídios e cadeias cearenses. O Comando Vermelho predomina em 26 desses equipamentos, a Guardiões Do Estado em 23, e o Primeiro Comando da Capital em 20. Apenas 61 cadeias não têm uma predominância.
Uma carta deixada próximo a um viaduto onde os criminosos detonaram dinamites nesta semana, assinada genericamente pelo "crime organizado", diz que os ataques dos últimos dias são uma "amostra" do que pode acontecer caso o Estado decida "oprimir os irmãos que estão privados de liberdade". Há suspeita de um pacto entre as três facções que atuam no Estado para atacar o governo estadual por conta das medidas anunciadas. Esse tipo de investida para mostrar as forças das facções no Estado têm sido comuns nos últimos anos no Ceará. Reeleito com quase 80% dos votos, Camilo Santana sabia que seguiria o novo mandato com o mesmo desafio do primeiro: a segurança pública e o combate ao crime organizado. Nos últimos anos, os internos vinham sendo distribuídos conforme facções. No novo mandato, o governador resolveu ir na direção oposta.
A onda de violência nos últimos dias tem afetado a população cearense. Os sucessivos ataques a ônibus levaram a Prefeitura de Fortaleza a reduzir a circulação da frota em um terço e alguns grandes comércios decidiram fechar por segurança nesta sexta-feira. O secretário de segurança pública do Ceará, André Costa, diz que o Estado vem cumprindo seu papel constitucional de desenvolver ações para garantir a segurança da população e promete uma resposta "enérgica" e "dura" aos ataques, baseada no uso das forças de segurança. "Não importa o que for feito nas ruas, nós não vamos recuar. Não vamos deixar de avançar dentro do sistema penitenciário nem nas ruas", declara
Segundo André Costa, a crise antecipou a posse de 373 novos policiais militares e de 220 novos agentes penitenciários. Mas esses esforços ainda não são suficientes, ele diz, daí a importância do apoio do Governo federal. Costa diz que policiais estaduais estão fazendo hora extra e que equipes com delegados e escrivães estão sendo enviadas aos presídios para autuação por crimes praticados lá dentro. "Mais de 250 internos estão sendo autuados. As autuações impactarão negativamente na progressão de regime dos indiciados. Toda ação dentro do sistema será devidamente formalizada pela Polícia Civil, para que esses internos respondam por novos crimes praticados", afirmou em entrevista coletiva.
Em relação ao apoio da força nacional aos estados, o secretário Nacional de Segurança Pública, general Guilherme Theophilo, defende padronizar os procedimentos para que se use "o mínimo possível a força nacional de segurança pública" nos estados. Nos últimos dias, o governo do Pará também solicitou tropas federais depois que cinco pessoas foram assassinadas em Belém em um intervalo de 18 minutos, no dia 1º de janeiro. "Hoje nós estamos em 23 Estados, não estamos só em quatro Estados. A Força Nacional é um amortecedor entre os órgãos de segurança pública e o emprego das forças armadas, para que a gente não empregue as forças armadas de maneira prematura", defende.
A falta de uma política nacional de segurança
O deputado Renato Roseno (PSOL-CE), que preside o comitê da violência na Assembleia Legislativa no Estado, diz que esse tipo de ação do uso das forças de seguranças resolve crises pontuais, mas não o problema estrutural do sistema carcerário, que tem ampliado a capacidade de organização desses grupos criminosos e gerado estes episódios anuais no Ceará e em outros Estados do Nordeste. Ele explica que, nos últimos anos, o Nordeste se tornou um terreno fértil para a ampliação de mercados ilícitos desses grupos, antes concentrados no Rio de Janeiro e em São Paulo. Entre as muitas outras variáveis, aponta, estão a desigualdade social, o aumento bélico desses grupos e posição geográfica estratégica de acesso à Europa. Roseno também ressalta que os presídios, cada vez mais lotados pelo aumento do encarceramento, se tornaram ambientes de forte recrutamento, o que tem tornado esses grupos ainda mais fortes.
"O Brasil tem errado nos últimos 30 anos, sem uma política nacional unificada. Quem milita na área sabe que o tema da segurança pública sempre teve respostas muito superficiais e imediatistas", afirma. Para ele, a solução passa por algo semelhante ao que aconteceu na Colômbia: políticas que atuem nos eixos de prevenção, inteligência e combate à corrupção. Mas os indicativos tanto do Governo do Ceará quanto do Governo Federal, ressalta, apontam para um outro caminho, que em geral costuma ter o apoio da sociedade: o aumento do encarceramento. Segundo relatório da Secretaria da Justiça do Estado, as cadeias públicas e penitenciárias cearenses têm apenas 13.830 vagas, mas são ocupadas por quase 30 mil pessoas.
Ao tomar posse como Ministro da Justiça e da Segurança Pública, Moro declarou que fortalecerá ações de combate às 70 facções criminosas que atuam hoje no país. Seguiu em uma linha distinta das de governos estaduais, que muitas vezes se negam até a citar a existência delas. O ministro afirmou que quer incrementar a qualidade das penitenciárias federais para dificultar as comunicações de detentos com o mundo externo. Em isso ocorrendo, é provável que haja uma resposta de facções criminosas, como está acontecendo no Ceará e costuma ocorrer em boa parte do país quando suas lideranças seguem para regimes de isolamento, informa Afonso Benites, de Brasília. Se a proposta for confirmada, esse será um dos testes de fogo da nova gestão. “Precisamos com investimentos e inteligência recuperar o controle do Estado sobre as prisões brasileiras”, declarou o ex-magistrado. Fonte: https://brasil.elpais.com
Veja quem são os youtubers mirins que o Ministério Público quer tirar do ar
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Veja quem são os youtubers mirins que o Ministério Público quer tirar do ar
Foram citados sete canais de youtubers mirins, que reúnem quase 14 milhões de seguidores, em um total de 105 vídeos.
Na última quarta-feira (02/1), o Ministério Público do Estado de São Paulo solicitou ao Google, por meio de ação civil pública, que a empresa retire do ar, no YouTube, vídeos protagonizados pelos chamados "youtubers mirins". De acordo com a entidade, tais peças fazem propaganda de forma velada de produtos ao público infantil, o que fere a lei, segundo a interpretação da Constituição Federal. Agora, foram divulgados quais os canais estão envolvidos no caso, que está sendo analisado pelo Tribinal de Justiça de São Paulo.
Foram citados sete canais de youtubers mirins, que reúnem quase 14 milhões de seguidores, em um total de 105 vídeos. São eles: Julia Silva (25 vídeos), Felipe Calixto (24), Vida de Amy (dez), Canal Duda MH (dez) Manoela Antelo (nove), Gabriela Saraivah (quatro) e Marina Bombonato (23). O conteúdo dos vídeos mostra os protagonistas dos canais apresentando brinquedos de empresas como a Matel, além da rede de lanchonestes McDonald´s, além do canal de TV a cabo Cartoon Network.
O processo foi movido pelo Instituto Alana, uma organização não-governamental (ONG), de impacto socioambiental, e que promove o direito e o desenvolvimento integral da crianças. A entidade monitora abusos envolvendo o consumismo entre o público infanto-juvenil, o que inclui a supervisão de conteúdos exibidos no YouTube a partir do recebimento de denúncias.
Segundo matéria do UOL Tecnologia, o Google é parte da ação, sendo que o Instituto Alana não pretende acionar os canais do YouTube envolvidos, por entender que os "apresentadores infantis também estão vulneráveis à influência das empresas anunciantes". No entanto, a entidade solicita ao Google que a empresa adote medidas de vigilância e de padrão de uso para impedir o uso da plataforma de streaming para publicidade infantil. Além disso, são sugeridas medidas contra a monetização dos vídeos que violam os direitos infanto-juvenis.
Fonte: https://olhardigital.com.br
RIO DE JANEIRO: Carro é queimado com corpo dentro do porta-malas, no Estácio
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Policiais militares do 4º BPM foram acionados para a Rua São Cláudio, onde está o veículo
RIO — Um carro foi queimado com um corpo no porta-malas, na madrugada desta quinta-feira, no Estácio, na Zona Norte do Rio. A carcaça do veículo está na Rua São Cláudio. Policiais militares do 4º BPM (São Cristóvão) estão no local.
Os PMs isolaram a área e acionaram a perícia da Delegacia de Homicídios (DH) da Capital. Fonte: https://oglobo.globo.com
O OLHAR NA VIRADA: Copacabana
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Memórias póstumas: se eu morrer, o que acontece com meu perfil no Facebook?
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Saiba como definir o que acontece com seu perfil no “cemitério virtual”
Maria Clara Cabral
A questão é complexa e pode soar estranha, mas, em uma sociedade cada vez mais imersa na cultura digital, muitas pessoas se perguntam: o que acontecerá com o meu Facebook se eu falecer? O que poucos sabem, no entanto, é que as configurações da rede social mais acessada no Brasil permitem que o usuário defina o que acontece com sua conta após a morte.
É possível indicar um contato “herdeiro” para cuidar da conta, transformando-a em memorial, ou excluí-la permanentemente da plataforma. Saiba como definir o que acontece com seu perfil no “cemitério virtual”:
Excluir o perfil
“Excluir permanentemente uma conta” quer dizer que não será possível reativá-la. Para isso, alguém deverá entrar na conta e solicitar a exclusão. Mas o que acontece com as informações do perfil?
– O perfil, as fotos, as publicações, os vídeos e todo o conteúdo que você tiver adicionado serão permanentemente excluídos. Ninguém poderá recuperar nada do que você tiver adicionado.
– Não será mais possível usar o Facebook Messenger.
– Também não será possível usar o login do Facebook em aplicativos para os quais você tenha se cadastrado com sua conta do Facebook, como o Spotify ou o Pinterest. Será necessário entrar em contato com os aplicativos e sites para recuperar as contas.
– Algumas informações, como mensagens que você enviou para amigos, poderão ser vistas por eles depois da exclusão da conta. Cópias de mensagens enviadas por você são armazenadas nas caixas de entrada dos amigos.
Passo a passo:
Clique em ícone no canto superior direito de qualquer página do Facebook.
Clique em Configurações.
Clique em Suas informações do Facebook na coluna da esquerda.
Clique em Exclua sua conta e suas informações e clique em Excluir minha conta.
Insira a senha, clique em Continuar e em Excluir conta.
“Em memória”
De acordo com as informações da Central de Ajuda da rede social, se o perfil da pessoa falecida não for excluído, ele será transformado em memorial automaticamente, depois que o Facebook tomar conhecimento da morte.
A conta memorial será um local onde amigos e familiares poderão se reunir para compartilhar lembranças. Além disso, a transformação ajuda a proteger a conta, impedindo que as pessoas se conectem a ela.
Para isso, alguém deverá solicitar a transformação.
Confira o que acontece quando uma conta é transformada em memorial:
– A expressão “Em memória de” será exibida ao lado do nome da pessoa em seu perfil;
– Dependendo das configurações de privacidade da conta, os amigos poderão compartilhar lembranças na linha do tempo do memorial;
– O conteúdo que a pessoa compartilhou (por exemplo, fotos e publicações) permanecerá no Facebook e ficará visível para o público com o qual foi compartilhado;
– Os perfis transformados em memorial não são exibidos em espaços públicos, como nas sugestões do recurso “Pessoas que você talvez conheça”, em lembretes de aniversário ou anúncios;
– Ninguém poderá entrar em uma conta transformada em memorial;
– As contas transformadas em memorial que não tiverem um contato herdeiro não poderão ser alteradas;
– As Páginas com um único administrador cuja conta for transformada em memorial serão removidas do Facebook, se a rede receber uma solicitação válida;
No caso da conta memorial, o Facebook também recomenda que o usuário defina um contato herdeiro para que a conta possa ser gerenciada depois de transformada em memorial.
O que o herdeiro pode fazer?
– Escrever uma publicação fixada no seu perfil (por exemplo, para compartilhar uma mensagem final em seu nome ou fornecer informações sobre um serviço de memorial). Caso as configurações da linha do tempo e marcações não permitam que outra pessoa além de você publique em sua linha do tempo, o contato herdeiro não poderá adicionar uma publicação fixada no perfil após transformá-lo em memorial;
– Responder a novas solicitações de amizade (por exemplo, amigos de longa data ou membros da família que ainda não estavam no Facebook);
– Atualizar a foto do perfil e foto da capa;
– Solicitar a remoção da conta;
– Você poderá também permitir que o seu contato herdeiro baixe uma cópia de tudo aquilo que você compartilhou no Facebook. Poderemos conceder recursos adicionais para o contato herdeiro no futuro.
Não será permitido que o contato herdeiro:
– Entre na sua conta.
– Remova ou altere publicações, fotos e outro conteúdo compartilhado anteriormente em sua linha do tempo.
– Leia mensagens.
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VIRADA 2018-2019: COPACABANA-01
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JACOBINA: Mulher joga óleo quente em filha de 17 anos e alega legítima defesa
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JACOBINA: Mulher joga óleo quente em filha de 17 anos e alega legítima defesa
A mãe disse à polícia que a adolescente é usuária de drogas e que agiu para se defender quando era agredida com uma cadeira
Uma mulher arremessou uma vasilha com óleo quente na filha de 17 anos em Jacobina, no norte da Bahia, e afirmou na delegacia que agiu em legítima defesa.
Segundo o G1, o caso ocorreu no Conjunto Habitacional Lagoa Dourada.
A jovem sofreu queimaduras de 1º e 2º grau, ao ser atingida no rosto, pescoço e tórax. Atendida no Hospital Municipal de Jacobina, ela foi transferida para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, conforme informações preliminares.
A mãe disse à polícia que a adolescente é usuária de drogas e que jogou óleo na filha para se defender, quando era agredida com uma cadeira. A jovem ainda não prestou depoimento à Polícia Civil, que investiga o caso. A mulher não foi presa. Fonte: http://bahia.ba
Fátima Bernardes: 'A vida surpreende quem não está com o freio puxado'
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POR MARINA CARUSO
Ela encontrou um novo amor, mais tempo para si mesma e coragem para aprender a nadar. Fátima Bernardes não poderia terminar 2018 mais feliz. Aos 56 anos, aprendeu a rir dos próprios memes, encarar fobias e deixar de ser controladora: “Foi um ano muito especial”
Amanhã, quando você estiver acordando da noitada de ano novo, Fátima Bernardes, provavelmente, já terá mostrado para o Brasil como conseguiu superar o medo de nadar. “Medo, não: pânico, fobia”, diz a apresentadora. Para que pudesse dar algumas braçadas no mar no “Nunca Fiz”, quadro do programa “Encontro” que estreia esta semana, Fátima encarou 70 aulas individuais de natação e algo muito pior: o próprio espírito controlador. “Sou centralizadora. Mesmo com três filhos, deixava separadas as roupas que queria que eles usassem. Queria definir até a cor da sopa que estava na geladeira”, assume.
Aos 56 anos, ela aprendeu que rigor e rigidez são coisas distintas. Separada do jornalista William Bonner há dois anos e longe da bancada do “JN” há sete, está mais leve do que nunca. Se foram as sessões de terapia, a prática de mindfullness ou o namoro com o deputado federal Túlio Gadelha (PDT), 25 anos mais jovem, não importa. “A vida surpreende quem não está com o freio puxado”, acredita.
Que balanço faz de 2008?
Foi o ano que mais dediquei a mim. Com filhos grandes, casa funcionando, novo amor e o programa indo bem, olhei para mim. Aumentei as aulas de dança e topei o desafio de encarar a natação, um bloqueio. Floresci, olhei para as redes sociais, para os meus fãs. Foi um ano especial. Quando saí do “JN” para o “Encontro”, muita gente falou: “Nossa, como você está mais solta”. Sete anos depois, estou mais solta ainda. Com a separação, vivi um baque, né? Por mais que tenha sido de comum acordo, sempre dói. Um ano e pouco depois, você volta a namorar... e ganha outro estado de espírito.
Por que o medo de nadar?
Morava na Zona Norte, longe da praia, não tinha amigos com piscina. Não via necessidade de nadar. Aos 17 anos, fiz natação na faculdade de comunicação da UFRJ, mas não aprendi e não trabalhei o medo. Imagina uma pessoa que não mergulha, não sai de perto da borda. Sabe fraldão? Aquele biquíni que vai enchendo de areia? Era eu na praia. Você não tem ideia do que eu fazia: baldinho, água termal, spray...
Mas tem piscina em casa?
Tenho, mas dá pé. O meu problema era entrar no mar e perder o pé. Meus filhos falavam que eu precisava fazer algo. Mas minha ficha só caiu quando, no programa, uma senhora de 80 anos disse “nunca é tarde pra andar de bicicleta ou aprender a nadar”. Pensei: “Taí, vou nadar” e criar um quadro (o “Nunca Fiz”) sobre superação. Só que nadar não é simples para mim como é dançar. Tenho medo, pânico, fobia. Fiz 70 aulas desde março, com um professor especialista em medo. Não sei de onde vem essa fobia, assim como a de avião. Faço tratamento pra caramba. Já fiz curso específico, terapia comportamental...
Será que, no fundo, não são medos de perder o controle?
Total. O ar e a água a gente não controla, e sou extremamente centralizadora. Meu terapeuta diz que sou iludida, acho que controlo o resto. Como todo fóbico, olho estatísticas e sei que o risco de morrer com uma lâmpada que cai de um poste é maior que o de um acidente aéreo. Mas não adianta. Sou centralizadora no trabalho, fui na educação dos meninos. Saía de casa e deixava separadas as roupas que queria que eles usassem. Queria definir até a cor da sopa que estava na geladeira: “Hoje é vermelha, amanhã, laranja”.
Qual é o seu signo?
Virgem com ascendente em virgem. Dizem: “Coitada, tá explicado”. Mas melhorei. Tenho voado mais desde que comecei a namorar o Túlio (que mora em Recife), e o mindfullness(tipo de meditação) me ajuda a ver que não tenho controle. Quando podia visitar a cabine do avião, melhorava. Tudo parecia dominado porque via que os sistemas são duplicados e que, na falta de um, o outro se aciona. Decorava até achar que podia ajudar o piloto. Hoje sei o quanto é bom a gente se soltar. A vida surpreende quem não está com o freio puxado. Achava que o bom era construído e que surpresa era algo ruim. Com as surpresas positivas, percebi que podia relaxar. Não preciso ir na banguela, mas não dá para viver com o freio de mão puxado.
Como é a sua rotina?
Chego na TV às 7h30, leio o roteiro e vou pro ar. Acabo ao meio-dia, faço fotos com a plateia e, depois, reunião com a equipe para alinhar o dia seguinte. Aí passamos a pauta dos próximos cinco programas e vou para a casa. Faço aulas de dança, natação ou personal e, à noite, leio o programa do dia seguinte. Às sextas, pego o voo de 13h45 para Recife e passo o fim de semana com o Túlio. Agora, vamos triangular com Brasília (Túlio toma posse como deputado em fevereiro), nos dividir como der. Durante a campanha foi mais difícil...
Você foi discreta. Não quis o papel de mulher de candidato?
Não. Falamos muito sobre isso. Meu programa traz pessoas variadas e não é interessante que eu fique qualificada como uma pessoa de um lado só. Ajudei na campanha com um valor pequeno (R$ 5 mil), porque não queria ser alheia, fingir indiferença, mas também não podia ajudar com algo que impactasse demais.
O assédio a incomoda?
Não incomoda, demanda. Se você tem meia hora, resolve um presente de Natal no shopping. Já eu vou demorar uma hora e meia para dar atenção às pessoas, fazer selfies. Outro dia, na formatura de Medicina do irmão do Túlio, fiz muita foto mesmo. Mas não ia deixar de ir. Não é justo comigo, com ele, com a família. A gente não pode se privar. Se quer comer cachorro-quente de rua, a gente come, se quer ir à praia, vai.
O Túlio a ajudou nisso? Ele parece muito leve...
Ele é. Sempre foi e não tinha porque deixar de ser. Eu, dentro da minha realidade, também sou. Não deixo de ir às Lojas Americanas porque vou virar meme. Me exponho ao vivo, não posso ter medo de memes. Gosto deles, me divirto.
Como o namoro começou?
A gente se viu em maio de 2017, num encontro de amigos. Cantou, dançou forró, mas não houve nada. Em setembro, revi o Túlio em São Paulo, onde eu fazia tratamento para fobia. Ia ver a Cláudia Raia no “Cantando na chuva” com uma amiga, que furou. Aí, outra amiga disse: “Chama o Túlio”. Achei sem sentido. Ela insistiu e deu meu telefone pra ele. Por WhatsApp, contei do tratamento para a fobia, e ele perguntou se eu queria passear no Ibirapuera. Eu disse: “Não trouxe boné nem os óculos abelha. Vamos a uma exposição no IMS”. Ele topou. Naquele dia, fiz seis horas de terapia. Ele me encontrou depois, fomos pra exposição, comemos e, de lá, pro musical.
O beijo rolou no teatro?
Não. Passamos 40 dias conversando por mensagens. Aí, num feriado, ele falou “acho que está na hora de ir para o Rio”. E eu: “Tá bom, mas vamos para minha casa de praia para ter privacidade”. Aí, avisei aos meninos que receberia um amigo para “conhecer melhor”. Minha filha comemorou, mas eu disse “calma, a gente se viu duas vezes....”. Só que cometi um equívoco.
Qual?
Cinema na Gávea, à tarde. Chegamos separados, para fugir dos paparazzi. Não sabíamos como agir, havia intimidade nas mensagens, mas não pessoalmente. Demos dois beijos e entramos. Lá dentro, rolou. E ele já saiu me dando a mão. Pronto, bastou. À noite, estamos jantando, ele vai ao banheiro, eu pego o celular e vejo a mensagem de uma amiga: “Quer dizer que tenho que saber pela globo.com?”. Abri a internet e nossa foto estava em todos os sites. Nesse dia, começamos a namorar.
Há vantagens e desvantagens da diferença de idade?
Não penso nisso. Não é um issue. Não nos vemos com essa diferença de 25 anos, nem nossas famílias.
E se ele quiser ter filhos?
Como sou centralizadora, agora só vivo o momento. Abandonei o “e quando” e o “e se” para viver o agora.
Como é a relação com o William?
É boa, nos falamos com frequência. Os dois se conhecem. Túlio veio me ver dançar, e o William foi ver a minha filha, que se apresenta junto. Ele levou a Natasha, numa boa. A gente não teve nenhuma briga, não tem rancor. Foi tudo respeitoso, 26 anos muito legais, com filhos incríveis. Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
O OLHAR NA VIRADA DE ANO NAS ESTRADAS: Acidente em Brazlândia, região administrativa do Distrito Federal
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Homem morre após bater carro em poste na BR-080
O acidente ocorreu por volta das 21h desse domingo (30/12) na saída de Brazlândia
Um homem de 51 anos morreu após perder o controle do veículo e bater em um poste. O acidente ocorreu por volta das 21h desse domingo (30/12), na BR-080, saída de Brazlândia.
O Corpo de Bombeiros foi acionado e atuou no local com três viaturas e 13 militares. Quando o socorro chegou, se deparou com a vítima, identificada como Ermenito Paulino Bezerra, presa às ferragens e sem sinais vitais.
A dinâmica do acidente ainda não foi esclarecida. A Companhia Energética de Brasília (CEB) precisou ser acionada para fazer. Fonte: www.metropoles.com
Assaltos, flanelinhas e vans ilegais tornam ida ao Cristo uma via-crúcis
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Assaltos, flanelinhas e vans ilegais tornam ida ao Cristo uma via-crúcis
'Guias bandalhas' chegam a oferecer entrada R$ 39 mais cara para o Cristo Redentor
Vera Araújo
RIO — Ele está de braços abertos, pronto para receber milhares de visitantes todos os anos. Mas, para ver de perto o Cristo Redentor, uma das maiores atrações do Brasil, os turistas são obrigados a enfrentar uma verdadeira via-crúcis, seja qual for o caminho que escolham para chegar ao alto do Corcovado. Quem vai de carro até o Cosme Velho é logo abordado, nas imediações do Túnel Rebouças e da estação do trenzinho, por homens que tentam convencer os visitantes a abrir mão do tradicional passeio pelos trilhos e a embarcar em vans e mototáxis clandestinos. Quem bate pé e diz que vai subir pelo meio mais charmoso é coagido a pagar até R$ 80 para estacionar em vias próximas à estação do Corcovado, como a Rua Efigênio de Sales.
Na última semana, uma equipe do GLOBO passou pelos mesmos percalços dos turistas que lotam a cidade ao tentar subir até o Cristo. Confiante na falta de fiscalização, um dos homens que se identificam como guias turísticos abordou o carro de reportagem, que estava sem o logotipo do jornal, de forma agressiva, tentando vender lugares em vans ilegais — cada um a R$ 31. Para convencer os possíveis clientes, ele omitiu, propositalmente, que o veículo não chega aos pés do Cristo, só até o Centro de Visitantes das Paineiras. A partir dali, todo visitante, com exceção dos que pegam o trenzinho, tem que pagar uma taxa de visitação de R$ 43, que inclui o transporte da van oficial do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que o leva até o o monumento. Vans oficiais também partem do Largo do Machado e de Copacabana por R$ 76, incluindo a taxa de visitação.
NAS BARBAS DA PM
Quem opta pelo trenzinho do Corcovado paga um pouco mais caro, R$ 79. Mas, no caminho, “guias bandalhas” abordam os visitantes e os enganam, afirmando que, nesta opção, a entrada custará, ao todo, R$ 120, com o objetivo de vender passagens em vans clandestinas. A cena “engana turista” acontece todos os dias, em diversos horários, a menos de 10 metros de uma viatura da Polícia Militar. Os turistas que escapam ao cerco e, bem dispostos, resolvem subir a pé até o monumento são até mesmo xingados. Foi o caso dos chilenos Francisca Otárola, de 22 anos, e Matías Cerda, de 21.
— Eles nos abordaram de forma grosseira. Disseram que o Cristo era longe e nos cobraram R$ 130 por pessoa para subir de van. Dissemos que iríamos a pé. Aí chamaram meu amigo de maricón (maricas em português). Fomos insultados! — reclamou Francisca.
““Eles nos abordaram de forma grosseira. Disseram que o Cristo era longe e nos cobraram R$ 130 por pessoa para subir de van. Dissemos que iríamos a pé. Aí chamaram meu amigo de maricón. Fomos insultados!””
Depois do relato dos visitantes, a equipe de reportagem também tentou subir a pé até o Cristo, mas, no caminho, duas pessoas oferecem transporte à repórter, ressaltando que era perigoso chegar ao monumento andando, pois há favelas no trajeto:
— A senhorita está sozinha, né? Então, é perigoso, porque tem a Favela dos Guararapes no meio — explicou um dos vendedores, oferecendo seus serviços ilegais. — Temos mototáxi e van. A senhorita pode pegar a van, que custa R$ 31 por pessoa e deixa perto, no alto das Paineiras. Lá, tem que pagar a taxa de visitação, de R$ 43. O mototáxi cobra R$ 93, mas tem serviço especial, vip, o próprio piloto entra na fila e paga para a senhorita a taxa de R$ 43, que já está embutida no preço. É tranquilo, bem mais rápido e seguro — afirma o “vendedor”.
“Não entendo como um local turístico como o Rio não tem placas em inglês. Estive no Pão de Açúcar e tive a mesma dificuldade”
Quem consegue vencer a insistência dos vendedores e resolve subir de trenzinho encontra problemas na bilheteria do Trem do Corcovado. O preço do bilhete estava acima do cobrado no site da empresa — a concessionária imediatamente corrigiu o valor ao ser questionada pela reportagem. Os turistas que optam para ir no próprio carro até o alto do Corcovado também não se veem livres dos problemas. Embora haja estacionamento oficial por R$ 50, os flanelinhas, ao longo das Paineiras, cobram até R$ 70. Visitantes estrangeiros também ficam confusos com a sinalização, toda em português.
— Não entendo como um local turístico como o Rio não tem placas em inglês. Estive no Pão de Açúcar e tive a mesma dificuldade. Pedi a uma amiga brasileira para me ajudar, pois não sabia chegar aos locais — diz o alemão Lukas Remshagen.
A segurança é outra pedra no caminho dos visitantes. No último dia 22, a equipe de reportagem subiu e desceu até o Cristo incontáveis vezes em um período de cinco horas. Cruzou apenas com um carro da PM no caminho — um outro estava parado na entrada da Rua C. No último dia 24, véspera de Natal, O GLOBO flagrou o assalto a uma turista na Estrada das Paineiras. Um homem abordou a moça, a jogou no chão, e saiu correndo com os pertences da vítima. Dois dias depois, houve um tiroteio no local, quando criminosos armados, em um carro roubado, abordaram turistas argentinos. E levaram os dois carros onde estavam os “hermanos”, furando um bloqueio da PM.
O serviço de relações-públicas do Parque da Tijuca explicou que qualquer empresa de turismo, táxi, aplicativo ou carro particular pode subir até as Paineiras, onde os passageiros devem, então, embarcar nas vans do ICMBio. A Secretaria municipal de Ordem Pública e a a Coordenadoria Especial de Transporte Complementar informaram que vão intensificar as ações na região. A Guarda Municipal alegou que combate flanelinhas e que “a cobrança irregular de estacionamento configura crime de extorsão”, desde que haja flagrante e o autor e a vítima sejam conduzidos até a delegacia. A PM informou, em nota, que “o Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas e o 2º BPM (Botafogo) colaboram com o patrulhamento dentro de sua capacidade operacional”. Fonte: https://oglobo.globo.com
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