Cacique da aldeia Sapukai morre vítima do coronavírus em Angra dos Reis
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Domingos Venite, de 68 anos, estava internado no Centro de Referência para tratamento de Covid-19.
Por G1 Sul do Rio e Costa Verde
O cacique de uma aldeia indígena de Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro, morreu com coronavírus na madrugada desta terça-feira (21). Ele era líder da tribo guarani Sapukai, a maior tribo indígena do estado do Rio.
Domingos Venite, de 68 anos, estava internado no Centro de Referência para Tratamento de Covid-19 desde o dia 26 de junho.
A Secretaria Municipal de Saúde orientou a tribo a não realizar o ritual de falecimento, seguindo as normas da Anvisa para a pandemia. O corpo será sepultado no cemitério da aldeia, respeitando as normas estabelecidas.
Segundo o governo municipal, 88 indígenas estão infectados pelo coronavírus. Eles estão sendo acompanhados por uma equipe médica que atua em na Unidade de Saúde da Família da aldeia.
Atualmente, cerca de 350 indígenas da tribo guarani vivem na aldeia Sapukai, que fica localizada a cerca de 6 km da BR-101 (Rodovia Rio-Santos), na região de Bracuí. A comunidade vive em uma área montanhosa cercada por Mata Atlântica.
Em nota, a prefeitura de Angra dos Reis lamentou a morte do cacique e disse que ele recebeu todos os cuidados necessários para o tratamento da doença. Fonte: https://g1.globo.com
Segunda 20: Angra dos Reis ao vivo
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Nesta segunda, dia 20, veja imagens da cidade de Angra dos Reis, Rio de Janeiro.
Jovem é morto a pedradas na BA em crime motivado por homofobia
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Adolescente que confessou o crime diz que foi assediado e não gosta de homossexuais
SALVADOR
Um jovem de 21 anos foi morto a pauladas e teve o seu corpo queimado por motivo de homofobia na madrugada do último domingo (12) no município de Luís Eduardo Magalhães, oeste da Bahia.
Guilherme de Souza estava voltando para casa no bairro Conquista, periferia da cidade, quando foi abordado por dois adolescentes, de 14 e 16 anos. Ele foi apedrejado pelos jovens e ficou inconsciente. Na sequência, foi arrastado até uma casa abandonada, onde foi queimado.
A polícia apreendeu um dos adolescentes horas depois do crime. Em depoimento, o jovem de 14 anos confessou que premeditou a morte de Guilherme, o agrediu junto com outro amigo e ateou fogo na vítima.
Em uma primeira versão, ele afirmou em depoimento que matou Guilherme após uma discussão entre ambos. Em um segundo depoimento à polícia, contudo, ele afirmou que se sentia incomodado com a forma com que Guilherme, que era homossexual, olhava para ele e o paquerava.
“Ele disse que vítima o tinha assediado e que ficou envergonhado. Afirmou que não gostava de homossexual e que o mataria na primeira oportunidade”, afirma o delegado Rivaldo Luz, coordenador regional de Polícia Civil da região.
Em entrevista à TV Bahia, Franciane de Souza, mãe de Guilherme, lamentou a morte do filho e, sobretudo, a sua motivação.
“Qualquer mãe pensa que um dia o filho vai chegar em casa porque alguém bateu, fez alguma coisa pelo fato dele ser homossexual. A gente sempre se preocupa, a mãe sempre se preocupa com isso. Mas jamais na minha vida eu ia pensar que iam matar meu filho daquela forma, daquele jeito, por ele ser homossexual”, disse, em tom emocionado.
O adolescente de 14 anos foi apreendido provisoriamente e aguarda decisão judicial. Ele devem ser encaminhado para Salvador para o cumprimento de medida socioeducativa. O jovem de 16 anos está foragido. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Freio na solidariedade
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É evidente que o dinheiro do auxílio emergencial não cobre todas as despesas de uma casa
FLÁVIA OLIVEIRA
Na esteira da pane no mercado de trabalho, da queda de renda das famílias, das dificuldades financeiras das empresas e da precipitada flexibilização do isolamento social nas principais metrópoles brasileiras, diminuiu o volume de doações que viabilizam ações humanitárias em favelas e periferias. Projetos de entrega de cestas básicas, kits de higiene, água potável e até de produção de máscaras de proteção individual (agora de uso obrigatório nas cidades) perceberam o freio na solidariedade, a partir do terceiro mês da crise decorrente da pandemia da Covid-19. É sinal preocupante, porque a vulnerabilidade das famílias que perderam trabalho, renda ou provedores segue imensa. E ainda não tem prazo para terminar.
Os principais coletivos de favelas do Rio de Janeiro que, na primeira hora da crise sanitária, se organizaram para socorrer os lares lançados subitamente à extrema pobreza notaram a partir de junho o encolhimento das doações. Aconteceu no Gabinete de Crise do Alemão, no Movimenta Caxias, no Fala Akari, na Frente CDD, no projeto Cidades Contra o Corona, na Redes da Maré. Não é incomum que campanhas de arrecadação percam fôlego à medida que o tempo passa. Eliana Sousa Silva, diretora da Redes da Maré, já viu acontecer em outras ocasiões: “O país não tem tradição de doações permanentes. Por isso, sempre soubemos que o fluxo iria diminuir e nos preparamos. O problema é que a vulnerabilidade explodiu e vai demorar a passar. A flexibilização agrava a situação, porque dá a falsa ideia de normalidade. Mas isso não é verdade. Há mais gente precisando de ajuda que no começo”.
A crise da Covid-19 se mostra diferente pela intensidade, pela quantidade de famílias necessitadas e, agora se sabe, pela duração. Ela vai exceder os três meses inicialmente previstos até mesmo pelo governo federal. Sob pressão da sociedade civil e do Congresso Nacional, o presidente Jair Bolsonaro já anunciou mais duas parcelas de R$ 600 de auxílio emergencial e estenderá por decreto o prazo dos acordos de suspensão de contrato de trabalho e redução de jornada e salário. As duas medidas, segundo o Ministério da Economia, preservaram mais de 12 milhões de vagas com carteira assinada, ainda que impondo queda nos rendimentos. Cerca de 65 milhões de brasileiros, incluindo os beneficiários do Bolsa Família, já receberam as primeiras parcelas do auxílio.
Muitas empresas e fundações privadas se planejaram para financiar ou doar alimentos, água e produtos de higiene e limpeza por dois ou três meses, a partir do início da crise. As organizações sociais estão agora num esforço para convencê-las a esticar a ajuda. Da mesma forma, famílias de classe média que repassaram recursos para ações humanitárias viram a renda encolher com a tragédia no mercado de trabalho e também interromperam ou reduziram os repasses. “Estamos com o mesmo fluxo de distribuição com as arrecadações que temos, mas o apoio não é o de antes. A tendência é que a gente diminua consideravelmente a atuação. A sensação é que a pandemia acabou”, desabafa Jota Marques, integrante da Frente CDD, da Cidade de Deus.
Na edição mais recente da Pnad Covid-19, referente à segunda semana de junho, o IBGE contabilizou 10,1 milhões de desempregados, 9,7 milhões de pessoas afastadas do trabalho sem remuneração, 30,2 milhões de ocupados que receberam menos que o normal. O rendimento médio caiu 18%. São informações que explicam, ao mesmo tempo, o arrefecimento das doações e o aumento da vulnerabilidade. Famílias que nunca precisaram de cestas básicas tiveram de recorrer a ONGs. Foi gente que perdeu o emprego ou viu a renda desabar e, sem reservas financeiras, ficou sem ter o que comer. Eliana se lembra de um casal da Maré, ele funcionário no Aeroporto do Galeão, ela manicure, com duas filhas, uma no ensino médio, outra universitária: “Estamos atendendo a pessoas que nunca necessitaram de ajuda. E os que já eram vulneráveis estão em situação pior, porque as crianças perderam até a refeição servida nas escolas”.
Mais espantosa é a ausência do poder público. É evidente que o dinheiro do auxílio emergencial não cobre todas as despesas de uma casa, daí a necessidade de complementação com outros itens. Quanto menor o projeto social, maior a dificuldade. Na Redes da Maré, o primeiro mês da campanha de arrecadação rendeu 7.272 cestas de alimentos e 8.400 pratos de comida para moradores em situação de rua; o segundo, 15 mil e 10.500, respectivamente. Prevendo a queda, a ONG se preparou para garantir três meses de doações às famílias cadastradas. Agora, busca estender parcerias para prolongar a ajuda. O Cidade Contra o Corona arrecadou na primeira rodada R$ 65 mil; na segunda, R$ 24 mil. Por isso, a terceira fase da campanha foi cancelada. “Organizações financiadoras e doadores potenciais viram o auxílio emergencial como solução para os mais pobres. A retomada econômica sinaliza normalidade. A classe média empobreceu. E a ausência do Estado é a coisa mais trágica”, enumera a arquiteta e urbanista Tainá de Paula, responsável pela iniciativa.
A Central Única de Favelas (Cufa), articuladora de uma campanha nacional que já distribuiu R$ 113 milhões em cestas básicas e vales de R$ 120 a mães chefes de família, tem transferido donativos a outras instituições. A Ação da Cidadania começou a receber doações em março, beneficiada pelo redirecionamento de recursos de empresas para combate à fome. Durante a crise da Covid-19, já arrecadou mais de cinco mil toneladas e atendeu a quase dois milhões de pessoas nos 26 estados e no Distrito Federal. É cinco vezes mais que no último Natal Sem Fome, a campanha lançada em 1993 pelo sociólogo Herbert de Souza e reativada em 2017 após uma década suspensa, informa Daniel Souza, filho de Betinho, à frente da ONG. “Sabemos que tanto a pandemia quanto a fome vão piorar no segundo semestre e que 2021 será, em miséria e insegurança alimentar, muito mais grave que 2020. Enquanto estivermos recebendo doações, estaremos distribuindo. O medo é que a fome se naturalize, da mesma forma que as mortes pela Covid-19 estão se banalizando”. O risco é imenso. Fonte: https://oglobo.globo.com
A morte e seus usos políticos: chaves para a compreensão
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"Talvez a ideia de bom uso político e público da morte, hipótese assumida neste texto, possa ser resumida em uma palavra. Memória. Reparar o reparável, lembrar o irreparável, uma velha fórmula que depende invariavelmente da recordação. A memória não é tudo, mas sem ela não somos nada", escreve Diogo Justino, Mestre e Doutor em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Coordenador do GT Direitos, memória e Justiça de Transição do Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais (IPDMS).
Eis o artigo.
Em março de 1968 a Ditadura Militar assassinou o jovem estudante paraense Edson Luís, no momento em que os secundaristas organizavam uma manifestação. Seu corpo foi levado até a ALERJ em um cortejo-passeata. Ali o expuseram e velaram, ato que foi registrado em uma foto desconcertante, onde se vê um amontoado de estudantes ao redor do corpo sobre uma mesa. A exposição pública de Edson Luís foi proposital, os estudantes receavam que se permitissem que fosse levado ao IML, logo desapareceria, assim como muitos outros. Naquele ato dava-se rosto aos sem-rosto e afirmava-se uma verdade inquestionável. Ninguém poderá dizer que não aconteceu.
Sua missa de sétimo dia se converteu em uma grande manifestação no centro do Rio de Janeiro. A repressão veio através da cavalaria da Polícia Militar às portas da Igreja da Candelária, também registrada por outra célebre foto, de Evandro Teixeira. Os assassinatos de Edson Luís e Benedito Frazão (que chegou a ser socorrido mas faleceu no hospital) comoveram o país e desencadearam uma série de protestos em 1968. No final do ano o regime se endureceu com o AI-5.
A questão sobre os usos públicos e políticos da morte não é recente, apesar de ter sido ressaltada pelo debate ao redor dos números da Covid-19. George Woodcock na História das ideias anarquistas[1], descreveu o enterro de Kropotkin como “a última grande manifestação dos amantes da liberdade contra os bolcheviques”. Uma procissão de cinco quilômetros tomou as ruas de Moscou. Há dois anos uma multidão se concentrou na Praça Cinelândia, onde velava-se Marielle Franco, caminhando depois em um ato político que terminou na ALERJ e nos dias de hoje as ruas do mundo se enchem após o assassinato de George Floyd.
Sandra Gayol e Gabriel Kessler em La muerte como problema público[2] colocam esse problema em discussão, refletindo sobre o assassinato político na Ditadura argentina e mortes recentes famosas. Eles perguntam como a morte de um indivíduo pode tornar-se relevante politicamente, sendo capaz de interpelar os poderes públicos e propiciar mudanças – a morte é um fim, mas não absoluto, porque pode criar um movimento. A articulação com a política não esquece que a morte é um recurso, um instrumento do qual o Estado pode se valer para alcançar um objetivo.
Os atuais debates em torno dos termos biopolítica, tanatopolítica e necropolítica nos mostram a centralidade da gestão da vida e da morte no âmbito público. Assim, o uso político da morte não aparece apenas em manifestações contra políticas que provocam o extermínio, como as que foram mencionadas anteriormente, mas nas práticas históricas (e ainda cotidianas) de exercício de poder, sobretudo de poder punitivo. É uma política-de-morte que se utiliza politicamente da morte, o que difere do uso político de uma morte provocada por violência estatal. Ou seja, mata-se primeiro, para depois colher benefícios políticos.
Usa-se politicamente da morte quando se expõe publicamente as cabeças dos cangaceiros do grupo de Lampião assassinados em 1938 nas Alagoas, quando se enforca publicamente Tiradentes no Rio de Janeiro de 1792 com sua cabeça sendo exposta em praça pública na cidade que hoje se chama Ouro Preto, ou quando se expõe a cabeça de Zumbi dos Palmares na Recife de 1695. São encenações difamantes com objetivos de demonstração de poder e dissuasão dos movimentos contra o regime. Assassinato e uso político conformam um mesmo esquema.
Como o exercício de poder não é linear, em outros momentos a morte é escamoteada ou minimizada. Esse apagamento não deixa de ser um uso político, neste caso, com um combo morte-esquecimento. A Ditadura tentava esconder do público, mas os movimentos de oposição jamais deixavam de saber que um companheiro havia desaparecido, causando ainda assim alguns efeitos dissuasórios.
Hoje vivemos intensamente neste debate. Boletins diários de números de óbitos, desconfiança nas informações, subnotificações e a apreensão sobre qual será o uso político. Com relação ao Governo Federal parece claro: minimização, apagamento, esquecimento e revisionismo, com as novas formas de contagem e divulgação dos dados e uma espécie de “auditoria” para supostamente corrigir fraudes dos governos estaduais.
Para Jair Bolsonaro pouco importa a dor e o sofrimento dos atingidos pela Pandemia, o importante é o uso político. Isso foi evidenciado no famoso vídeo da reunião ministerial divulgado após decisão do Supremo Tribunal Federal. Entre tantos momentos de incredulidade que algumas cenas provocaram, outras passaram quase despercebidas. Numa dessas cenas Bolsonaro afirma que ligou para o Diretor da Polícia Rodoviária Federal para reclamar de uma nota de falecimento.[3]
O policial Marcos Tokumori havia falecido em decorrência da Covid-19 e o Diretor da PRF emitiu nota de pesar. Com um texto bonito e cuidadoso, informou o ocorrido e desejou conforto à família e amigos. No entanto, o Presidente não se conformou porque na nota constava somente Covid-19 e não outras comorbidades, demonstrando muito mais uma preocupação com sua narrativa de que a Covid-19 não é tão grave. Afinal, se morreu, certamente tinha outras doenças.
Ao contrário, segundo a esposa de Tokumori, ele não tinha nenhuma comorbidade e não era da população de risco. Dessa forma, além da minimização da morte, o Presidente ainda difamou o morto e prejudicou o luto. Se irritar com uma nota de pesar pelo simples fato dela informar a causa mortis, tal é o nível de banalização da morte que vivenciamos. Todavia, a gestão do Governo Federal na crise do Covid-19 vai muito além da banalização e da minimização – é mesmo uma política-de-morte, e esquecimento.
A estratégia de ocultamento não é nova. Em Os afogados e os sobreviventes[4] Primo Levi conta que os SS de Auschwitz se divertiam avisando cinicamente que não importava o desfecho daquela guerra, pois a guerra contra os detentos já estava ganha: ninguém sobraria para dar testemunho, as provas seriam destruídas e, ainda que alguma coisa restasse, as pessoas não dariam crédito. O nazismo foi também um projeto de esquecimento, de destruição de informações e invisibilidade das vítimas. Um assassino que tentava produzir a morte física e hermenêutica.
Não surpreende a fala de Carlos Wizard, formado em estatística e convidado para ser secretário do Ministério da Saúde, quando diz que fará uma recontagem dos mortos, um expediente comum das ditaduras. Os números são importantes, fundamentais para que saibamos de toda a verdade, mas não falam sozinhos – caso falhem, precisaremos recorrer ao testemunho. Quando vemos o trabalho dos profissionais de saúde, os cemitérios cheios e as famílias desoladas, podemos entender que estamos diante de uma experiência que vai extrapolar os números. Max Horkheimer e Paul Tillitch trocavam cartas sobre a experiência do nazismo, em uma delas, Tillitch sugeriu que escrevessem um texto com o maior número de dados possível. Horkheimer respondeu dizendo que a ciência recorre à estatística, mas ao conhecimento basta um campo de concentração.[5]
O que seria então um bom uso político e público da morte? Algo que honre a memória das vítimas e nos forneça chaves para lutar por um mundo onde essas mortes não ocorreriam. Se a morte poderia ser evitada por políticas públicas as quais os políticos tinham conhecimento, ou se é provocada por motivações políticas, não há alternativa senão “politizar a morte” - colocar em questão a política que a permite ou a produz para fazer justiça às vítimas e evitar repetições. Contrariamente a isso, as minimizações, apagamentos e manipulações dos números são práticas políticas que ofendem às vítimas e não contribuem para uma compreensão do fenômeno. É um uso politiqueiro que pensa em ganhos eleitorais e pessoais, um abuso e desrespeito para com os que se foram.
Todos somos dotados de uma frágil vacina chamada Memória, ela nos avisa que o passado poderia ser diferente, que muitas mortes poderiam ser evitadas por decisões políticas – não foram fatalidades. As vítimas se fazem presentes pela sua ausência[6]. Hoje são quase 40 mil ausências no Brasil. A presença-da-ausência nos dirige um apelo que transforma luto em luta. O policial militar José Thadeu Gomes era contra o isolamento social e infelizmente faleceu em virtude da Covid-19, sua esposa hoje luta para conscientizar as pessoas da gravidade da pandemia.[7] Não se trata de uma “instrumentalização política” com fins eleitorais; senão uma luta que mantem viva a memória de seu marido e procura evitar outras vítimas. A memória serve a isso – nos ajuda a interromper a lógica histórica que continua produzindo vítimas destinadas a cair no esquecimento. Uma lógica que nos faz esquecer de Cláudia Silva Ferreira, dos 111 tiros em Costa Barros e do menino Miguel.
Para fazer justiça às vítimas será necessário colocar em debate público a politização da morte, seus usos e abusos, suas formas de honrar ou desonrar a memória. Não apenas a memória das vítimas, também dos seus familiares cujo sofrimento é uma categoria política, e a memória dos enfermeiros, médicos e profissionais essenciais, heróis sem rosto que não podem entrar para a história tal qual os operários das Tebas de sete portas da poesia de Bertolt Brecht.
Talvez a ideia de bom uso político e público da morte, hipótese assumida neste texto, possa ser resumida em uma palavra. Memória. Reparar o reparável, lembrar o irreparável, uma velha fórmula que depende invariavelmente da recordação. A memória não é tudo, mas sem ela não somos nada. É a partir dela que podemos pôr em marcha as estratégias de contenção, superação e não-repetição da barbárie. Senão, como disse Walter Benjamin, nem os mortos estarão a salvo.
Notas
[1] WOODCOCK, George. Anarchism : A History Of Libertarian Ideas And Movements. Meridian Books. The World Publishing Company. Cleveland and New York
[2] La muerte como problema público
[3] Em reunião, Bolsonaro reclamou de nota que lamentava morte de policial rodoviário por coronavírus
[4] LEVI, Primo. Os afogados e os sobreviventes: os delitos, os castigos, as penas, as impunidades. São Paulo: Paz e Terra, 2004.
[5] Carta de Horkheimer a Tillich de 12 de agosto de 1942. Citada por WIGGERSHAUS, Rolf. A Escola de Frankfurt: história, desenvolvimento teórico, significação política. Rio de Janeiro: DIFEL, 2002. p. 347.
[6] Expressão de Reyes Mate. Ver: MATE, Reyes. Meia-noite na história: Comentários às teses de Walter Benjamin sobre o conceito de história. Editora Unisinos. 2011.
[7] Viúva de PM que era contra isolamento quer alertar sobre gravidade da Covid
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Violência policial e política
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Renato Sérgio de Lima
Em 1997, caso da Favela Naval serviu como catalisador de mudanças na PM paulista. Há hoje espaço para mudança de atitude da corporação?
Por Samira Bueno*, publicado originalmente no Boletim Semanal de Análises Fonte Segura, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (fontesegura.org.br)
Casos recentes de imagens de abordagens policiais reacenderam o debate sobre violência policial e uso desproporcional da força por agentes do Estado. Em Barueri, um cidadão sentado na calçada foi violentamente abordado por quatro policiais, mesmo sem demonstrar nenhum tipo de resistência. Na zona norte de São Paulo, policiais foram flagrados espancando um jovem, que seria ainda arrastado por uma escadaria e levaria socos na cara de um dos agentes. As ocorrências, amplamente noticiadas pela imprensa e compartilhadas nas redes sociais, geraram uma série de comparações entre esses episódios e o caso conhecido como Favela Naval, responsável por reformas na Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Era março de 1997 quando o Jornal Nacional exibiu as imagens de policiais torturando e extorquindo nove moradores da região da Favela Naval, em Diadema, que terminou com a execução a tiros do mecânico Mário José Josino pelo policial militar conhecido como Rambo. As cenas foram recebidas com grande consternação pela sociedade, causando comoção muito maior do que os 111 mortos do Carandiru, cinco anos antes. Após a exibição das imagens, que ficaram conhecidas mundialmente, o governador Mário Covas fez um pedido de desculpas à sociedade e solicitou ao então secretário da Segurança José Afonso da Silva, reconhecido jurista, uma proposta de Emenda Constitucional que transferia para a polícia civil a tarefa de policiamento ostensivo.
O episódio em Diadema promoveu uma série de mudanças internas na corporação, sob pena de ainda maior enfraquecimento político. O governador Mario Covas substituiu à época o comandante geral, e o que se seguiu foram profundas transformações nos currículos de formação da tropa, que inauguraram o tripé que incluía a gestão pela qualidade, direitos humanos e policiamento comunitário como bases de sustentação da organização.
Ainda que incrementais, estas mudanças foram responsáveis por uma série de inovações e avanços nas políticas de segurança pública do Estado de São Paulo, que coincidem em sua maioria com a atuação de Mário Covas como governador. Este ponto é importante de ser destacado, pois reside aí um elemento central para compreensão do que ocorreu em 1997, e do porquê o mesmo não deverá acontecer agora em 2020.
O primeiro ponto a ser destacado diz respeito ao empenho e liderança pessoal de Mário Covas na agenda de controle da atividade policial. Covas foi eleito com uma plataforma que prometia reduzir os níveis de letalidade policial, criou a Ouvidoria de Polícia em seu primeiro dia de mandato, determinou a publicação de estatísticas periodicamente e concebeu um programa de afastamento de policiais envolvidos em ocorrências de alto risco. O tema do controle do uso da força policial não era contingente e tampouco decorria de oportunismo político, mas era estrutural de seu plano de governo. Bem diferente da postura do atual governador João Doria, que foi eleito na esteira dos ideais bolsonaristas, e em abril do ano passado parabenizava policiais envolvidos em uma ocorrência com resultado morte por “colocarem no cemitério mais dez bandidos”.
O segundo ponto a ser destacado diz respeito à percepção da população em relação à violência policial. Se em 1997 boa parte da classe média não tinha ideia de como a Polícia Militar podia ser truculenta na periferia, em 2020 essa desigualdade no padrão de policiamento da organização está naturalizada, tendo sido reconhecida pelo ex-comandante da Rota em entrevista ao portal de notícias UOL, quando apontou que a abordagem realizada nos Jardins tem que ser diferente da abordagem na periferia. Em uma sociedade assentada na desigualdade, a afirmação não causa espanto ou indignação e passou a ser naturalizada.
Por fim, o terceiro ponto a ser levantado e que ajuda a compreender por que nenhuma mudança significativa deve ocorrer no curto prazo com a PMESP diz respeito ao reconhecimento por parte da própria corporação da necessidade de promover mudanças. Seja pela pressão da opinião pública ou do governador, o fato é que em 1997 a Polícia Militar do Estado de São Paulo entendeu que precisava mudar, reconheceu que os casos de violência policial não eram episódios isolados e se dedicou a expurgar os que defendiam o confronto como política de Estado.
Instituições autônomas e militarizadas como as Polícias Militares são muito refratárias ao controle externo e só mudam efetivamente quando o controle interno atua. Por mais pressões externas que existam, é necessário o reconhecimento da necessidade de mudança para que estes processos sejam desencadeados. A declaração recente do governador João Doria de que implementará um amplo programa de “retreinamento” da corporação e o anúncio de instalação de 200 câmeras corporais efetivam a mudança de discurso do político. E ainda que propostas do gênero sejam louváveis, parecem ignorar que estamos diante de um padrão de uso da força que tem relação com uma cultura organizacional que entende a força letal como um desfecho provável do policiamento, e não um resultado a ser evitado ao máximo.
A corporação, por sua vez, continua a insistir no discurso das “maçãs podres” para justificar as muitas cenas de violência policial recentemente divulgadas, ainda que os “desvios individuais de conduta” ocorram em diferentes regiões, sob diferentes comandos, em diferentes circunstâncias e em meio a uma pandemia que fez despencar os crimes patrimoniais e recolheu mais da metade da população às próprias casas. A história demonstra que, enquanto a negação seguir como bússola da corporação, os episódios de truculência e brutalidade seguirão recorrentes.
Samira Bueno
Diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
Coronavírus: por que a OMS diz que o pior da pandemia de Covid-19 ainda está por vir
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Diretor da organização diz que contexto mundial de desunião piora ainda mais a pandemia de coronavírus: 'Lamento dizer, mas com esse ambiente e com essas condições, nós tememos pelo pior'.
Por BBC
O pior da pandemia do Covid-19 ainda pode estar por vir, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS), seis meses depois do começo da pandemia.
O diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o vírus infectaria mais pessoas se os governos não implementassem as políticas certas.
Sua mensagem segue sendo: "teste, rastreie, isole e faça quarentena".
Mais de 10 milhões de casos foram registrados no mundo todo desde o surgimento da doença na China no final do ano passado.
O número de infectados que morreram está agora acima de 500 mil. Metade dos casos no mundo ocorreram nos Estados Unidos e na Europa, mas a Covid-19 está crescendo rapidamente nas Américas, sobretudo nos Estados Unidos e Brasil.
O vírus também está afetando o sul da Ásia e a África, com o pico da pandemia previsto para chegar no final de julho.
"Todos queremos que isso acabe. Todos queremos dar sequência às nossas vidas. Mas a realidade dura é que não estamos nem perto disso", disse Tedros.
"Apesar de muitos países já terem feito progresso, globalmente a pandemia está na verdade acelerando."
"Com 10 milhões de casos agora e meio milhão de mortes, a não ser que nós enfrentemos o problema que já identificamos na OMS, a falta de união nacional e a falta de solidariedade global e o mundo dividido que estão ajudando o vírus a se espalhar... o pior ainda está por vir."
"Lamento dizer, mas com esse ambiente e com essas condições, nós tememos pelo pior."
"Nós também fazemos um apelo para que os governos sigam os exemplos de Alemanha, Coreia do Sul e Japão, que mantiveram seus surtos sob controle através de políticas que incluíram testes e rastreios rigorosos", disse ele.
Tedros não citou exemplos de países que considera problemáticos no combate ao coronavírus.
Quais são os países mais afetados?
Estados Unidos e Brasil estão entre os países com o maior número de casos e de mortes. Em ambos, autoridades locais estão tomando decisões sobre reabrir ou não a economia.
O Estados Unidos registraram mais de 2,5 milhões de casos e cerca de 126 mil mortes com o Covid-19 até agora — mais do que qualquer outro país.
Os Estados americanos que abandonaram a quarentena nas últimas semanas — sobretudo no sul — têm registrado aumentos fortes no número de casos.
Os novos surtos fizeram com que Texas, Flórida e outros Estados restringissem as medidas de reabertura novamente.
O país com o segundo maior número de casos é o Brasil — são 1,3 milhão e mais de 58 mil mortes.
Na segunda-feira (29), o Distrito Federal decretou estado de emergência. Grande parte dos estados e prefeituras do Brasil tem adotado medidas de reabertura da economia.
No Reino Unido, país da Europa Ocidental com o maior número de mortes, o país se prepara para a reabertura da economia, mas uma cidade, Leicester, terá de permanecer com parte de seu comércio fechado devido ao aumento de casos. Fonte: https://g1.globo.com
Não estou com medo, estou com São Pedro
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Por Joaquim Ferreira dos Santos
Eu sei, São Pedro, que você não tem nada a ver com isso, dono apenas das sete chaves do que vai acima das nuvens, mas hoje é o dia a ti consagrado e - como todos os outros santos estão em quarentena, guardando distanciamento celestial dos fiéis - eis que a teus pés me posto e ponho fé. O descalabro é geral. Os gafanhotos avançam.
Na falta de a quem mais clamar misericórdia, os homens de bem fazendo tiro ao alvo nas minhas aflições, a ti eu invoco e peço que instale na pauta do plenário a urgência de um impeachment sanitário, me conceda aos pulmões a graça clínica de um anticorpo e, urgente, na conta bancária de cada dia, deposite os peixes do auxílio emergencial programado para abril e até hoje sem.
Eu sei que o teu aplicativo mais baixado é o de andar sobre as águas e manter cheia a rede dos pescadores. Leva a mal não, meu santo, mas hoje é tudo contigo. Primeiro cancelaram Santo Antônio, depois bloquearam São João. Quando eu já ia desistindo, ouvi os artistas cantando o “andar com fé/que a fé não costuma faiá” no aniversário do Gilberto Gil. Resolvi fazer o mesmo que eles, mas ao meu jeito, sem melodia, e aqui vai esta oração de palavras simples para que a civilidade prevaleça, a cultura nos engrandeça e a ignorância não vingue.
Vai que é tua, meu santo das chuvas e dos trovões, porque todos os altares da burocracia humana foram percorridos e, tão Brasil, os pedidos de milagre por mim implorados em manifestos, em notas de repúdio, depois de terem a firma autenticada em duas vias, caíram em exigência. Ninguém se ama, ninguém se quererá no palanque do futuro. Falta união, sobra um medo geral de dar as mãos e se contaminar.
A quem se recorre, Pedro, quando no planeta das ideias planas os responsáveis pelo devido processo legal estão neste momento metidos em alguma aglomeração, a máscara com a bandeira do Brasil ancorada entre o queixo caído e o nó na garganta?
É por tudo isso, o temor de agregar meu número à estatística do consórcio dos órgãos de imprensa, que a ti recorro em primeira instância, a justiça divina sem foro especial para os desesperados do horror com a cloroquina ao redor. Não para, Pedro.
Cruzes e ataúdes são o novo skyline, os urubus passeiam entre os girassóis e, diz fonte segura, o próximo “Walking dead” tem tudo para ser aqui. Não obstante – ouvi ontem na missa virtual do Padre Jorjão - és a pedra sobre a qual foi construída a esperança. As portas do inferno não prevalecerão contra tamanho poder.
É uma pena que neste dia a ti consagrado não esteja armada a festa de sempre, nem o milho de costume posto a assar entre as brasas da fogueira. Chegou o tempo em que só se é aflição e súplica. Esparrama sobre nós a vacina dos teus cuidados, aplica a força do teu stop divino contra a maldade que se esconde nos corações humanos. E no próximo ano, tenho certeza, no alto-falante do arraial vai estar tocando de novo aquela outra música do Gil: “Eu agora não tô mais com medo/Estou com Pedro”. Amém. Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com
Com suspeita de Covid-19, mais dois indígenas da aldeia Sapukai são internados em Angra
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Segundo a prefeitura, um deles é o vice-cacique Aldo Fernandes. Essa semana, 30 membros da aldeia, a maior do estado do Rio, já haviam sido diagnosticados com a doença.
Por G1 Sul do Rio e Costa Verde
Mais dois indígenas são internados com suspeita de coronavírus em Angra dos Reis
Mais dois indígenas da aldeia Sapukai, em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro, foram internados com suspeita de coronavírus. Eles deram entrada na Santa Casa, Centro de Referência da Covid-19 na cidade, na quinta (25) e sexta-feira (26).
Segundo a prefeitura, um deles é o vice-cacique Aldo Fernandes. Ele já estava sendo monitorado por equipes da Secretaria Municipal de Saúde por ter doença pré-existente e por ter tido contato com outras pessoas da aldeia que testaram positivo para o coronavírus. Ao apresentar os sintomas, foi levado para o Centro de Referência.
Essa semana, 30 membros da aldeia Sapukai, a maior do estado do Rio, já haviam sido diagnosticados com a doença. Dentre eles, o caso mais grave era o do cacique Domingos Venite, de 69 anos. Ele também está internado no Centro de Referência e continua em estado grave, respirando com a ajuda de aparelhos.
“A Prefeitura de Angra, por meio da Secretaria de Saúde, informa que todas as ações em saúde necessárias são realizadas de forma responsável e incansável na Aldeia Sapukai, com estratégias específicas respeitando a realidade cultural local”, diz a nota do governo municipal.
Atualmente, cerca de 500 índios da tribo guarani vivem na aldeia Sapukai, que fica localizada a cerca de 6 km da BR-101 (Rodovia Rio-Santos), na região de Bracuí. A comunidade vive em uma área montanhosa cercada por Mata Atlântica.
Em abril, o G1 mostrou como as aldeias da Costa Verde do Rio, dentre elas a Sapukai, estavam fazendo para respeitar as restrições de isolamento e tentar evitar o contágio do coronavírus. Fonte: https://g1.globo.com
26 de junho, Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas
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No vídeo, Maycon e Cristiane, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, de Angra dos Reis/RJ- Diocese de Itaguaí.
NOTA: DIA INTERNACIONAL DE COMBATE AS DROGAS (ou Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas ), é celebrado mundialmente no dia 26.06. Anualmente a ONU, através do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC) dá ênfase à Campanha Internacional de Prevenção às Drogas.
A data foi definida pela Assembléia Geral da ONU através da Resolução 42/112 de 7 de Dezembro de 1987, implementando recomendação da Conferência Internacional sobre o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, realizada em 26 de Junho do mesmo ano, ocasião em que se aprovou o Plano Multidisciplinar Geral sobre Atividades Futuras de Luta contra o Abuso de Drogas.
A Coordenadoria de Politica de Drogas – Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania – PMSP, com apoio do Vereador Aurelio Nomura, promove a celebração desse evento mundial, com palestrantes internacionais inclusive, objetivando esclarecer e atualizar a comunidade nacional no assunto DEPENDÊNCIA QUIMICA. Fonte: https://www.uniad.org.br
Cacique de aldeia de Angra dos Reis (RJ) é internado em estado grave com covid-19
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Caso alerta para contaminação nas aldeias do sul do estado; entidades indígenas apontam falhas nos dados oficiais
Eduardo Miranda e Mariana Pitasse
Há mais de 10 dias apresentando sintomas da covid-19, o cacique de uma aldeia indígena de Angra dos Reis, na região sul fluminense, e que prefere não ter o nome divulgado, foi internado em estado grave na última terça-feira (23). Ele está entubado e permanece no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Centro de Referência Covid-19 montado na cidade. A aldeia, com aproximadamente 500 habitantes, já tem 30 casos confirmados da doença, segundo dados da Prefeitura de Angra.
Apesar de estar fora da região metropolitana, que é a mais atingida pelo novo coronavírus, Angra dos Reis é uma das cidades que reúne mais casos de covid-19 em todo o estado do Rio de Janeiro, somando 2.239 casos confirmados e 78 óbitos, até esta quinta-feira (26). O município está atrás apenas da capital fluminense, de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Duque de Caxias. Além disso, a região da Baía da Ilha Grande, que engloba os municípios de Angra, Mangaratiba e Paraty, apresenta a maior carência de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), equipamentos e profissionais, proporcionalmente ao tamanho da população local no estado.
Nas redes sociais, Arundo Terceiro, que é técnico de saúde mental do município e membro da ONG Centro de Integração Valorização e Ajuda (Iva), denunciou a prefeitura por não ter realizado o teste da covid-19 quando o cacique procurou uma unidade de saúde pública há 10 dias já com sintomas da doença.
“Ele me disse por telefone, três dias atrás, que esteve na tenda com os sintomas e não foi feito o exame nele. Agora, ele está entubado. Isso é negligência, é crime! Estamos à beira de uma tragédia em Angra e a Prefeitura tem a obrigação de levar um contingente para fazer exames em todos da aldeia”, afirmou Arundo.
Em nota, a Prefeitura de Angra dos Reis disse que os casos na aldeia estão sendo acompanhados e monitorados pelo Departamento de Saúde Coletiva e confirmou a informação de Arundo, de que o cacique procurou atendimento no último dia 14, mas “inicialmente resistiu às orientações dos profissionais, pois estava aguardando o término do ritual de pajelança”.
“Os pacientes com síndrome gripal são tratados profilaticamente, com os testes para covid agendados para o 10º dia, e os doentes crônicos recebem atenção especial. As equipes de saúde visitam as famílias constantemente, dando todo o suporte para a população indígena”, diz trecho da nota.
Covid em territórios indígenas
Em todo o Brasil, estima-se que 365 indígenas tenham morrido em decorrência do novo coronavírus e haja 8.428 casos confirmados da doença. Mas de acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), as informações que vêm sendo divulgadas pelas secretarias estaduais de Saúde não correspondem a essa realidade.
Segundo a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), ligada ao Ministério da Saúde, até a última segunda-feira (22), o número de óbitos era de 128. Mas o Comitê Nacional de Vida e Memória Indígena, que compila os dados da Apib, informa que até o dia 22, somavam 250 mortes se forem levadas em conta as subnotificações.
Segundo Aline Rochedo Pachamama, do Povo Puri da Mantiqueira, originário da região sudeste do país, os meios de proteção e isolamento não chegaram às comunidades indígenas, muitas localizadas próximas aos centros urbanos.
“A covid avança para todos, mas de forma mais intensificada nas aldeias. Muitas dessas pessoas nunca tomaram outras vacinas e agora estão tendo que lidar com um vírus que vai muito além de outros que já tivemos contato. Então, a gente está no luto constante e luta constante contra esse genocídio. Desde janeiro, estamos fazendo denúncias sobre as invasões, as presenças de garimpeiros, grileiros. Não precisamos de tutela, mas que nossos direitos sejam garantidos. Está na constituição, salvaguardar os povos e os territórios indígenas. Isso não é um pedido, é uma exigência e deve ser cumprida”, afirma.
De acordo com Aline, os apelos feitos pelas comunidades antes que a pandemia chegasse ao país não foram levados em consideração pelos governos. “A gente fala com muita emoção. Temos recebido todos os dias notícias de mortes dos nossos parentes, da região sudeste, norte, nordeste, do sul, as pessoas estão morrendo, sem atenção. Não tem patrimônio mais importante nesse país do que a vida dos povos originários. Essa pandemia veio para trazer um alerta e as pessoas ainda não entenderam esse grito da terra, da mãe, natureza, da floresta”, conclui. Fonte: https://www.brasildefatorj.com.br
Cacique Domingos de Aldeia Guarani, em Angra, é internado com Covid-19; há 30 casos de indígenas confirmados
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Com a pandemia, comunidade depende de doações para se alimentar
Felipe Grinberg
RIO — Líder indígena Guarani Myba em Angra dos Reis, o cacique Domingos foi internado nesta terça-feira com coronavírus. Ele foi internado no CTI, onde recebe suporte de oxigênio, segundo a prefeitura. Em toda a cidade já foram confirmados 76 mortes e 1.395 casos de Covid-19.
Domingos foi diagnosticado com o vírus há cerca de duas semanas, mas sua situação clínica piorou na segunda-feira, quando começou a sentir falta de ar. Ele é um dos 30 casos de Covid-19 na aldeia que já foram confirmados pelo município. São cerca de 500 pessoas morando na região, sendo dividia em cinco grandes famílias.
O cacique e os outros diagnosticados estavam sendo acompanhados por uma equipe de saúde que atua diariamente na comunidade. A orientação, segundo os indígenas, foi que eles permanecessem isolados em casa. Apenas Domingos evoluiu para um caso mais grave, sendo preciso o atendimento em um hospital. Quando começou a sentir falta de ar, o líder chegou a pensar em realizar uma "pajelança" — ritual em busca de cura, mas foi convencido a procurar ajuda antes disso.
O técnico de saúde mental Arundo Terceiro publicou um vídeo em suas redes sociais nesta terça-feira afirmando que cacique contou a ele ter procurado ajuda no domingo já com os sintomas, mas havia sido orientado em continuar em casa. Ao GLOBO, Terceiro, que é voluntário de uma ONG que atua na aldeia, contou que o líder indígena estava aborrecido com a situação: — Ele me ligou e contou ter procurado a tenda mas tinham dito apenas para ele ficar em observação. Estava aborrecido com a situação — diz.
O cacique Domingos foi o primeiro agente de saúde na aldeia Sapukai, ainda na década de 1990. Depois também trabalhou como motorista e se aposentou há pouco tempo. Com mais de 60 anos, Domingos é o dono de um dos três carros da aldeia, e por isso vai frequentemente ao centro de Angra, para fazer compras e levar outros índios até o banco para receber os benefícios governamentais que têm direito.
Em uma rede social, a prefeitura de Angra dos Reis publicou uma nota afirmando que o cacique "resistiu ao tratamento indicado pela Secretaria de Saúde, pois estava aguardando o término do ritual de pajelança". O município também afirmou que tem acompanhado toda a população da aldeia.
'Sem doações, não teríamos comida', conta liderança
O indígena e mestre em Linguística Algemiro da Silva contou ao GLOBO que no começo da pandemia muitos tiveram dificuldade de entender ou de acreditar que a doença chegaria na aldeia. Mas aos poucos a comunidade foi aceitando melhor e atualmente o dia-dia da aldeia está bastante afetado. A internação do cacique, segundo ele, assustou ainda mais os indígenas.
— Demos a orientação para evitar alguns rituais e outras atividades que poderiam aumentar o contágio. Sabíamos que alguns precisam ir na cidade e poderiam levar o vírus para a aldeia. Mas a internação do cacique assustou a todos — conta.
Ele ainda explica a importância dos rituais para a cultura:
— Temos a pajelança na aldeia, tem danças, cantos, faz parte da cultura. Temos também o hábito de estarmos sempre juntos. Mas orientei a não fazerem mais e muitos seguiram. A maioria que pegou a Covid está se recuperando bem.
Algemiro ainda explica que a aldeia sobreviva muito da venda de artesanato voltada ao turismo. Com as medidas de isolamento social, os indígenas ficaram seu um dos maiores pilares de rendimento. Ele ainda critica a falta de apoio da Funai, que, desde março, enviou apenas 55 cestas básicas para as 100 famílias.
Foi montada então uma rede online para arrecadar doações para a compra de cestas básicas. Um grupo de WhatsApp foi criado para receber todos os comprovantes de doação, afim de dar mais transparência. Já são mais de 200 participantes. Nesta quinta-feira deve ser entregue a quarta leva comprada com o dinheiro arrecadado:
— Esta iniciativa foi muito bacana porque sem essa rede, não teríamos nenhuma comida na aldeia. Com o arrecadado conseguimos comprar o básico para sobreviver— conta.
Procurada na madrugada desta quinta-feira, a Funai ainda não se pronunciou. Fonte: https://oglobo.globo.com
Aldeia indígena em Angra dos Reis tem 30 casos confirmados de Covid-19
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Atualmente, cerca de 500 índios da tribo guarani vivem na aldeia Sapukai. Cacique Domingos Venite, de 69 anos, respira com ajuda de aparelhos.
Por G1 Sul do Rio e Costa Verde
Uma aldeia indígena localizada em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro, tem 30 casos confirmados do novo coronavírus. A informação foi divulgada pela prefeitura na noite desta quarta-feira (24).
O caso mais grave é o do cacique Domingos Venite, de 69 anos, que está respirando com ajuda de aparelhos no CTI do centro de referência para tratamento de pacientes com Covid-19, montado dentro da Santa Casa.
Segundo a prefeitura, ele apresentou os primeiros sintomas no dia 14 de junho. Na terça-feira (23), Domingos começou a apresentar falta de ar e foi internado imediatamente.
Atualmente, cerca de 500 índios da tribo guarani vivem na aldeia Sapukai, que fica localizada a cerca de 6 km da BR-101 (Rodovia Rio-Santos), na região de Bracuí. A comunidade vive em uma área montanhosa cercada por Mata Atlântica. Fonte: https://g1.globo.com
Semana de Combate as Drogas.
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No vídeo, o Frei Petrônio de Miranda, O. Carm- Direto da cidade de Angras dos Reis/RJ- fala sobre a Semana Nacional de combate as Drogas. Nota: Com a temática “Sobriedade, compromisso de amor” e o lema: “Amai-vos, também uns aos outros” (João, 13,34), a Pastoral da Sobriedade, organismo vinculado a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Semana Nacional de Combate as Drogas: Entrevista
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Bate Papo com Maycon e Cristiane, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, de Angra dos Reis/RJ- Diocese de Itaguaí.
PASTORAL DA SOBRIEDADE EMITE NOTA POR OCASIÃO DA SEMANA NACIONAL SOBRE DROGAS
Com a temática “Sobriedade, compromisso de amor” e o lema: “Amai-vos, também uns aos outros” (João, 13,34), a Pastoral da Sobriedade, organismo vinculado a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), celebra de 19 a 26 de junho a Semana Nacional Sobre Drogas.
Neste período, instituições que trabalham com a prevenção ao uso do álcool e outras drogas realizam diversas atividades e campanhas com o intuito de diminuir os riscos e prejuízos que o uso abusivo dessas substâncias possa oferecer ao indivíduo e à sociedade.
Por causa da realidade do isolamento social, a Pastoral da Sobriedade tem feito encontros virtuais para continuar dando apoio aos que enfrentam esse desafio do vício, além de emitir uma nota que traz reflexões sobre a prevenção e os males que a dependência química pode causar.
No texto, a pastoral faz alguns questionamentos como: Qual seria o papel da nossa Igreja diante desse cenário, no qual o Brasil faz parte? O que de fato estamos contribuindo para chegar antes da dependência ser instalada em nossas famílias? Como diminuir o quadro de vulnerabilidade presente na nossa Comunidade, Cidade, Diocese?
A nota chama a atenção ainda para a urgência da atuação no trabalho de prevenção ao uso abusivo de álcool e outras drogas nas comunidades, fortalecendo os fatores de proteção para assim diminuir os fatores de risco do consumo.
“A Pastoral da Sobriedade, Organismo da CNBB, com mais de 1.400 grupos de autoajuda no Brasil tem sido uma das respostas concretas na Prevenção e Recuperação, com uma ação missionária junto às famílias que sofrem decorrente do uso de álcool e outras drogas”, destaca o documento.
Dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), mostram que, globalmente, em torno de 35 milhões de pessoas sofrem de transtornos ocasionados pelo uso de drogas e necessitam de tratamento.
“A pesquisa realizada com dados novos e mais precisos revelaram que as consequências adversas para a saúde, decorrentes do uso de drogas, são mais severas e generalizadas do que se pensava anteriormente”, diz o a nota
Assinada pela Coordenadora Nacional da Pastoral da Sobriedade, Denise Ferreira de Souza Ribeiro, a nota ressalta a importância da campanha e pede que seja realizada campanha de reforço de vínculos familiares e afetivos. “Resgatem a JUVENTUDE que sempre foi estabelecida como prioridade na maioria de nossas dioceses. Cativem as crianças, conheçam seu universo, reforcem sua autonomia, estabeleçam papeis paternos claros com limites e valores éticos. Divulguem informações que promovam conhecimentos e não mitos. Somos o maior canal de PREVENÇÃO; façamos a nossa parte”, reforça a o texto. Fonte: http://cnbbne2.org.br
Câmera e reportagem: Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Convento do Carmo. 20 de junho-2020. Divulgação: www.instagram.com/freipetronio
MÚSICA DO FREI PETRÔNIO: Pra onde você vai seu corona?
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Pra onde você vai seu corona?
Letra e música, Frei Petrônio de Miranda, O. Carm
Convento do Carmo, Angra dos Reis/RJ.
Violão e voz: Edson, Basílica do Carmo, São Paulo
(Se alguém desejar gravar vídeos, áudios, fazer animação, fiquem a vontade! Vamos juntos combater o “seu corona” e lutar pela vida)
1-Seu corona, seu corona, pra onde você vai. Seu corona, seu corona, nesta casa você não cai. Não cai!
Xô seu corona, xô seu corona, nesta casa você não cai. Não cai!
2-Seu corona saiu da China, e começou a viajar, com água e sabão, nas minhas mãos ele não vai ficar.
3-Os políticos do Brasil, do seu corona começaram a gostar, desviaram o dinheiro da saúde, e os doentes começaram a gritar.
Ministério Público do Trabalho reúne relatos de motoboys na pandemia
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Ministério Público do Trabalho reúne relatos de motoboys na pandemia
Ideia é reativar debate sobre a sustentabilidade da profissão e o vínculo de trabalho com os aplicativos
Capacete O Ministério Público do Trabalho finalizou nesta quinta-feira (18) os detalhes de uma campanha sobre o impacto do coronavírus na vida dos entregadores de aplicativos de delivery. A ideia, segundo a expectativa do órgão, é fomentar o debate sobre a sustentabilidade da profissão, que ganhou luz na quarentena. O projeto, que tem cinco filmes e fala do risco de contaminação dos motoboys, chega na esteira do movimento de boicote aos apps organizado pelos entregadores.
Contágio Os vídeos reúnem relatos de ciclistas e motoboys que passaram a trabalhar com os aplicativos depois de perderem o emprego com carteira assinada. Eles falam do medo de contrair a doença e contam a história de familiares com quem dividem moradia e que pertencem aos grupos de risco do coronavírus.
Garupa Também se queixam da remuneração oferecida pelas donas dos apps e dizem que o excesso de oferta de mão de obra no ramo aumentou a concorrência e escasseou as corridas.
Pista Os vídeos foram filmados em parceria com a Unicamp e o UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas) e começam a circular nesta sexta (19), no mesmo dia em que o MPT terá audiências de tentativas de conciliação com algumas das maiores empresas de delivery sobre as medidas de proteção dos entregadores contra a Covid-19.
Engarrafamento Quem atua no projeto diz acreditar que o novo debate sobre a categoria pode resgatar a questão do vínculo de emprego tratada em ações ajuizadas ao longo dos últimos dois anos.
com Mariana Grazini
Jornalista, Joana Cunha é formada em administração de empresas pela FGV-SP. Foi repórter de Mercado e correspondente da Folha em Nova York.
As estrelas da pandemia
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Teresa Cristina é a melhor companhia para as noites de tédio da quarentena
O isolamento mexeu com a linguagem do audiovisual. A sofisticação e o requinte técnico não combinam com o distanciamento social. A precariedade de recursos e a simplicidade são o novo normal. A nova estética fica evidente ao se comparar qualquer clipe que Anitta tenha produzido no ano passado e as laives que ela protagonizou nos últimos meses. Alguns sertanejos até têm procurado aparentar uma riqueza que, no ar, fica constrangedora. Bom mesmo é ver Ivete Sangalo de pijama brincando na cozinha com o filho e o marido e Roberto Carlos não pedindo para repetir quando erra a letra (ou o tom) de alguma canção. A criatividade está em alta, e a pandemia já criou suas primeiras estrelas.
Algumas dessas estrelas parecem se inspirar no passado, no tempo da televisão ao vivo e em preto e branco. Quando Paula Lavigne libera em seu perfil no Instagram os vídeos que faz em casa com Caetano Veloso, é impossível não se lembrar de “Alô, doçura!”, um dos maiores sucessos do primeiro decênio da TV brasileira. Estrelado por Eva Wilma e John Herbert, que eram casados como Paula e Caetano, “Alô, doçura!” mostrava, uma vez por semana, a intimidade de um par romântico. Eles interpretavam personagens diferentes em cada episódio. Esta é uma das diferenças para o Instagram de Lavigne. Agora, ela é sempre Paula, ele é sempre Caetano. Mas talvez sejam personagens. Ela nunca aparece, a voz surge em off, faz perguntas sem parar. Caetano, muitas vezes de pijama, come paçoca e defende a revalorização da princesa Isabel. Paula insiste para ele fazer uma laive. Às vezes, fica a impressão de que ela é insistente demais, ele parece não fazer questão de esconder a impaciência. Mas ela o chama de “papito” e está sempre reiterando o amor entre os dois. Ele desconversa. É o “Alô, doçura!” da pandemia.
Outra estrela destes tempos é Marcelo Adnet. O comediante chegou na Globo coberto de expectativas devido ao sucesso que fazia na MTV. Mas só agora conseguiu a carência de recursos que faz com que seu brilho seja ampliado. “Sinta-se em casa!”, o programete diário que comanda no GloboPlay, é a melhor crônica desses dias de pandemia. Adnet explica a política de hoje com tanta sabedoria quanto um comentarista da GloboNews, mas com mais humor. As imitações de Adnet ajudam a gente a enfrentar a difícil tarefa de entender o país.
Mas o maior sucesso de todas as laives é a de Teresa Cristina. A cantora apresenta um programa temático diário no qual canta a capela e recebe convidados. Carismática e divertida, ela usa o Instagram para inserir seu nome na lista de divas da MPB que faziam o mesmo na televisão, como Elis Regina e Elizeth Cardoso. Ela aperta os olhos e entrega a miopia ao tentar ler os nomes dos seguidores que estão chegando, aproxima-se demais da câmera, perdendo o ângulo certo, mas isso faz parte da graça. Teresa Cristina é a melhor companhia para as noites de tédio da quarentena.
Numa época da qual a gente vai levar tantas más recordações, é bom saber que tem gente produzindo boas lembranças pra gente ter no futuro. Fonte: https://oglobo.globo.com
260 mil pessoas são beneficiadas pela Campanha “É tempo de cuidar”, da CNBB e Cáritas
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Mais de 900 toneladas de alimentos e, ao todo, 260 mil pessoas beneficiadas no Brasil.
Esses são os resultados da Ação Solidária Emergencial da Igreja no Brasil “É Tempo de Cuidar”, uma iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Cáritas Brasileira, que está prestes a completar dois meses de atuação.
Os itens arrecadados visam atender demandas de primeira necessidade das pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade social, afetadas pelo contexto de pandemia do coronavírus. Segundo o balanço realizado na última segunda-feira, 08 de junho, pelo Comitê Gestor da Ação Solidária Emergencial, entre as doações estão 979.437 quilos de itens alimentícios e 119.819 unidades de kits de higiene e limpeza.
As arrecadações são distribuídas às comunidades mais vulneráveis que tiveram sua renda extremamente afetada. São beneficiados desempregados, migrantes e refugiados, população em situação de rua e comunidades carentes. Para distribuição, cada diocese mapeia os beneficiários a partir das realidades mais críticas e que precisam de atenção maior de cada comunidade.
Até o momento, segundo o balanço, foram também arrecadados mais de 50 mil unidades de roupas e calçados e mais de 145 mil unidades de alimentos prontos para consumo. A arrecadação de equipamentos de proteção individual já ultrapassa a marca de mais de 55 mil unidades.
Some-se à essa mobilização
Apesar dos números positivos e do engajamento de várias comunidades em torno da Ação, muitas famílias ainda continuam desassistidas. Por isso, a CNBB e a Cáritas Brasileira mantêm a mobilização solidária enquanto durar os impactos sociais gerados pela pandemia. A Igreja Católica no Brasil, seguindo seu histórico de presença solidária na vida das pessoas empobrecidas, quer assim minimizar os impactos da crise e fortalecer as muitas famílias afetadas pela pandemia.
Para conhecer mais a Ação Solidária Emergencial e fazer parte desse movimento de solidariedade, acesse o passo-a-passo no hotsite “É Tempo de Cuidar”. Outras informações sobre a Ação Solidária estão sendo veiculadas no Facebook e Instagram da CNBB (@CNBBnacional) e da Cáritas Brasileira (@CaritasBrasileira). Fonte: https://www.cnbb.org.br
AO-VIVO QUARENTENA COM FREI PETRÔNIO. Quem fica parado é poste!
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Diz o provérbio popular, "Quem fica parado é poste"! Se esta é de fato uma grande verdade, vamos então nos movimentar. Ah! Aqui deixo a minha solidariedade aos profissionais de educação física que até agora não foram contemplados pelos nossos administradores e infelizmente continuam sem exercer a profissão como consequência do coronavírus. Esperamos que esta situação se resolva o mais rápido possível. Estamos juntos nesta luta! Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 9 de junho-2020. www.instagram.com/freipetronio
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