"Com uma personalidade dominante, sempre há o perigo de se cercar apenas de pessoas que digam sim. Acho que, no início do PT, havia vozes diferentes e pessoas que desafiavam Lula. Acho que, quando ele se tornou presidente, isso se tornou um problema. Talvez não tenha havido pessoas suficientes dizendo: 'Lula, você está cometendo um erro, precisa ir numa direção completamente diferente'."

O diagnóstico acima é do acadêmico britânico Richard Bourne, autor do livro Lula of Brazil: The story so far ("Lula do Brasil: a história até agora", em tradução livre), que, em entrevista à BBC Brasil, expressou preocupação diante da primeira condenação do líder petista no âmbito da operação Lava Jato.

O juiz Sergio Moro condenou o ex-presidente a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso em que era acusado de receber um apartamento no Guarujá (SP) em troca da promoção de interesses da empreiteira OAS junto à Petrobras. Ele nega os crimes e poderá recorrer da sentença em liberdade.

O biógrafo, que conviveu com Lula no final de seu primeiro mandato, não está convencido de que o petista tenha sido o chefe do esquema de corrupção na Petrobras, mas acredita que ele "não fez perguntas suficientes" sobre como o partido arrecadava os recursos de campanha e geria a estatal. Bourne tampouco embarca na tese alimentada pelo PT de ele é vítima de uma perseguição política por parte do Judiciário.

Ele diz que o ex-presidente continua sendo alguém que "consegue iluminar um palanque", mas cuja popularidade pode ter contribuído para um sentimento de invulnerabilidade. Isso teria provocado em Lula tanto uma certa "tolerância à corrupção" quanto à ideia de que deve retornar ao poder em 2018.

A candidatura do petista, no entanto, pode se tornar inviável caso a condenação seja confirmada em segunda instância.

"Lula certamente é alguém vaidoso e isso piorou com o passar do tempo. Uma das piores coisas da morte de Marisa é que não há mais uma pessoa para desinflar um pouco essa vaidade e mostrar a ele o que ele deveria estar fazendo", reflete Bourne, que completa: "Ele deveria ter pensado melhor em outras maneiras de usar seu capital político em favor do país (após deixar o poder)."

Chefe 'improvável'

Há um ano, Bourne disse à BBC Brasil que, em sua opinião, Lula foi "conivente com a corrupção" durante seu governo. Mesmo assim, a condenação de Moro no processo do tríplex do Guarujá lhe causou surpresa. "Eu não imaginava Lula como esse chefe de um grande esquema de corrupção, como foi sugerido. Isso não quer dizer que eu não ache que ele possa ter se beneficiado de alguma forma, mas essa ideia de que ele era esse grande manipulador, como dizem os procuradores, não parecia provável", diz. "Eu ainda acho que Lula foi conivente com o sistema corrupto, e minha percepção de sua história sugere que ele foi muito relaxado em relação à corrupção. Acho que ele estava tolerando a corrupção a seu redor e não fez perguntas suficientes."

Em setembro de 2016, procuradores do Ministério Público Federal denunciaram formalmente o ex-presidente pela primeira vez no âmbito da Lava Jato, afirmando que ele era o "comandante máximo do esquema de corrupção" na Petrobras e "o verdadeiro maestro dessa orquestra criminosa".

Em sua sentença, no entanto, Moro não menciona a acusação de que Lula seria o articulador do esquema. Mais além, diz que é "forçoso reconhecer o mérito" do governo petista "no fortalecimento dos mecanismos de controle", citando medidas como o fortalecimento da Controladoria-Geral da União (CGU), investimentos na Polícia Federal e a independência do Ministério Público Federal.

Após o elogio, o juiz diz que o petista "subestimou a possibilidade" de que esse reforço nos meios de controle pudesse "levar à descoberta de seus próprios crimes".

Apesar das críticas de perseguição feitas a Moro e aos procuradores pela defesa de Lula, Richard Bourne acha que o sistema Judiciário brasileiro "está operando muito bem, e melhor do que o sistema político". Mesmo assim, ele vê na atuação do Ministério Público Federal uma tentativa de impedir a consolidação de Lula como favorito à Presidência nas próximas eleições. "Um dos objetivos dos procuradores ao ir atrás de Lula é retirá-lo da corrida presidencial. E isso já teve um sério impacto dentro do Brasil e internacionalmente. Muito da imagem que ele tinha já está danificado. É triste." Bourne demonstra preocupação também com o que diz ser "uma abordagem menos rígida da corrupção no governo Temer do que houve com Lula".

"Acho que há perguntas muito sérias (sobre o envolvimento de Temer com esquemas de propina) e fico triste de ver que a Comissão de Constituição e Justiça do Congresso votou para proteger Temer. Espero que, quando a situação for para o plenário, ele seja suspenso do cargo", diz Bourne.

Concessões

Na época em que o britânico escreveu sua biografia, Lula era famoso mundialmente como o cara", nas palavras do então presidente americano Barack Obama.      Durante uma reunião do G20, em abril de 2009, Obama afirmou que o brasileiro era o "político mais popular da Terra". Era o auge da popularidade de Lula, mesmo após o escândalo do Mensalão - no qual seriam condenados dois de seus principais "homens fortes" no PT, o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente do partido José Genoíno.

Para Bourne, esse é um dos momentos decisivos para o ex-presidente - no qual, avalia, a

Posição pode ter lhe subido à cabeça.

"Acho que em determinado momento ele pode ter se sentido invulnerável porque, não só no partido como no mundo, ele era tão forte. Ele tinha viajado o mundo e o Brasil, tinha sobrevivido a diversas derrotas eleitorais", avalia.

"Acho que ele sentiu que conseguiria manipular a situação e lidar com o sistema político brasileiro. É uma pena. Ele poderia ter feito muito mais para melhorar a natureza pouco representativa do Congresso."

Naquela altura, segundo o biógrafo, Lula já havia "desistido de algumas batalhas" para chegar à Presidência. "A 'Carta ao Povo Brasileiro', por exemplo, é um abandono do seu tipo inicial de socialismo. Quando ele foi eleito finalmente, ele já não queria problemas, estava pronto para fazer concessões."

As concessões, principalmente as alianças com antigos inimigos políticos, foram consideradas por muitos uma traição aos ideais do partido, e também deram início ao sentimento de que o PT havia se tornado "mais um" no jogo que prometeu mudar.

Até o momento de sua primeira eleição, em 2002, Lula criticava duramente o ex-senador do PMDB e ex-presidente José Sarney e chamava sua família de "mentirosa". Oito anos depois, no final de seu segundo mandato, Sarney o acompanhava pessoalmente no voo que o levaria até sua casa, em São Bernardo do Campo (SP), para a festa de despedida organizada pelo PT.

Em 2013, ao receber, juntamente com Sarney, a medalha Ulysses Guimarães, Lula parabenizou o ex-presidente por seu "comportamento digno" no comando do país.

"Eu acho que, para chegar a presidente da República, as pessoas têm de estar preparadas para saber que não são donas do país, são apenas donas de um mandato que tem tempo de validade, hora de chegada e hora de saída. E foi assim que o senhor se comportou", disse na ocasião.

Para Bourne, as alianças de Lula são parte importante do que o fez chegar ao poder, mas também podem ajudar a explicar sua implicação em escândalos de corrupção.

"Parte de seu talento como chefe de sindicato é que ele negociava com todos e não havia inimigo que ele não pudesse transformar em amigo. Isso é um talento, mas também, talvez, algo que o tenha levado a fazer concessões que não deveria ter feito."

"Mas não acho que ele traiu completamente os ideais do partido", pondera o biógrafo. "Ele, afinal, teve iniciativas como o Bolsa Família e outras que certamente ajudaram os mais pobres."

Nostalgia

Bourne diz que a candidatura de Lula em 2018 seria "um erro para ele e para o país", mas acredita que, se concorrer, ainda pode ser eleito, mesmo após o abalo que as acusações da Lava Jato causou em sua imagem.

As chaves para sua volta ao Palácio do Planalto, diz o britânico, seriam seu carisma e a imagem que seu governo ainda evoca do "Brasil que daria certo". "Lula ainda é bastante popular entre certos setores da população brasileira, é claro, mas em certo sentido muitas pessoas estão quase nostálgicas de um momento em que o Brasil parecia um lugar mais feliz e mais importante no mundo. E elas acham que ele conseguiria isso de novo", afirma.

"Mas acho que, se Lula conseguir ficar fora da prisão, faria mais sentido que usasse seu carisma para apoiar um candidato que valesse a pena, talvez alguém mais talentoso do que Dilma."

Uma pesquisa qualitativa encomendada pelo jornal Valor Econômico e divulgada fevereiro de 2017 indica que a "saudade" do otimismo econômico da era Lula pode, de fato, atrair votos para o ex-presidente - mesmo dos eleitores que se afastaram do PT após os escândalos de corrupção.

No final do último mês de junho, uma pesquisa do Datafolha mostrava que, apesar de ter o maior índice de rejeição entre os possíveis candidatos num primeiro turno, Lula ainda venceria na maioria dos cenários projetados.

"Falava-se que, quando Bill Clinton entrava em uma sala, todos instantaneamente se conectavam a ele. Lula é esse tipo de pessoa, alguém que consegue iluminar um palanque. Ele é um homem do povo, de fato. Isso não era atuação para ele, é como ele é. Esse sempre será o seu apelo", avalia o biógrafo.

"Mas ele é uma pessoa pouco disciplinada, que não usava seu tempo de maneira muito eficiente quando presidente. Gostava de encontrar as pessoas, mas provavelmente não era muito bom na parte mais chata e administrativa."

História

O bordão "nunca antes na história desse país" foi uma das marcas da retórica de Lula desde 2002, alvo de paródias feitas por admiradores e detratores.

Em outubro de 2016, num artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, intitulado "Por que querem me condenar", Lula diz confiar "que cedo ou tarde a Justiça e a verdade prevalecerão, nem que seja nos livros de história."

A obsessão do ex-presidente com o reconhecimento futuro chegou a ser medida pelo jornalista Ali Kamel, da TV Globo, no livro Dicionário Lula - Um Presidente Exposto Por Suas Palavras. Ao analisar 1.554 discursos do petista, o autor encontrou bordões como "nunca antes na história", "desde Cabral" e "desde a Proclamação da República" em 880 deles.

Para Richard Bourne, Lula deverá ser lembrado como um presidente que fez transformações e abriu caminhos para o Brasil - mas que poderia ter sido melhor. "Ele pode se orgulhar do que fez, especialmente no primeiro ano. Mas não é um homem atento aos detalhes, e não fez o suficiente pela educação brasileira, que tem problemas sérios. Ele podia ter feito mais, mas estava contra forças muito poderosas."

"Acho que, seja o que for que acontecer agora, em 50 anos os historiadores dirão: 'sim, Lula teve uma contribuição significativa no fim da ditadura militar, na maior participação do Brasil no cenário internacional, em ajudar os brasileiros mais pobres e em abrir a possibilidade de uma sociedade mais igualitária", conclui. http://www.bbc.com

É a primeira vez, desde a Constituição de 1988, que um ex-presidente é condenado criminalmente. A decisão de Sérgio Moro permite que Lula recorra em liberdade.

O juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no processo que envolve o caso da compra e reforma de um apartamento triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo. Ele foi condenado a nove anos e seis meses pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

É a primeira vez, desde a Constituição de 1988, que um ex-presidente é condenado criminalmente. A sentença foi publicada nesta quarta-feira (12) e não determina a prisão imediata de Lula. Na decisão, Moro permite que petista recorra em liberdade.

"[...] Considerando que a prisão cautelar de um ex-Presidente da República não deixa de envolver certos traumas, a prudência recomenda que se aguarde o julgamento pela Corte de Apelação antes de se extrair as consequências próprias da condenação. Assim, poderá o ex-Presidente apresentar a sua apelação em liberdade", diz a decisão. 

Por "falta de prova suficiente da materialidade", o juiz absolveu Lula das acusações de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o armazenamento do acervo presidencial numa transportadora, que teria sido pago pela empresa OAS.

O G1 fez contato com a defesa de Lula e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.

"Por fim, registre-se que a presente condenação não traz a este julgador qualquer satisfação pessoal, pelo contrário. É de todo lamentável que um ex-Presidente da República seja condenado criminalmente, mas a causa disso são os crimes por ele praticados e a culpa não é da regular aplicação da lei. Prevalece, enfim, o ditado "não importa o quão alto você esteja, a lei ainda está acima de você (uma adaptação livre de 'be you never so high the law is above you')", escreveu Moro na sentença.  Fonte: http://g1.globo.com

Após suspensão, luzes foram apagadas. Cinco senadoras sentaram nas cadeiras destinadas aos integrantes da Mesa Diretora, e quando presidente da Casa quis sentar, elas não deixaram.

presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), suspendeu nesta terça-feira (11) a sessão aberta para analisar a reforma trabalhista após senadoras da oposição ocuparem a mesa do plenário, onde fica a cadeira do senador, e se recusarem a deixar o local.

Cerca de cinco minutos após Eunício ter determinado a suspensão, as luzes no plenário foram parcialmente apagadas. Nessa hora, o painel eletrônico marcava a presença de 49 dos 81 senadores no plenário.

Questionado sobre a situação, a assessoria de Eunício não disse de quem partiu a ordem para desligar as luzes. A oposição diz que a ordem partiu do presidente da Casa.

As senadoras oposicionistas que ocuparam os lugares na mesa são: Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lídice da Mata (PSB-BA), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Fátima Bezerra (PT-RN) e Regina Sousa (PT-PI).

Elas sentaram à mesa do plenário assim que a sessão foi aberta, por volta de 11h, quando Eunício ainda não estava no local. Pelas regras do Senado, qualquer senador pode abrir uma sessão, desde que haja quórum. Foi isso que as oposicionistas fizeram.

Contrárias à reforma trabalhista, as senadoras aproveitaram a primeira hora da sessão para passar a palavra para outros parlamentares que discursavam contra a proposta enviada pelo governo. Fonte: http://g1.globo.com

 

Diante da agenda apertada e da necessidade de voltar logo para Brasília a fim de comandar pessoalmente as negociações com o objetivo de barrar a denúncia contra ele na Câmara, o presidente Michel Temer viajou para a Alemanha em um avião 767 da Força Aérea Brasileira (FAB).

Essa aeronave tem maior autonomia de voo e não precisa fazer escalas para chegar ou voltar de Hamburgo, na Alemanha, onde o presidente participará do encontro dos líderes do G20.

Se usasse o avião presidencial, Temer teria de pousar nas Ilhas Canárias, tanto na ida quanto na volta. O avião maior consome o dobro do combustível, mas permite seguir diretamente ao destino. O objetivo de Temer é estar de volta a Brasília no sábado (8). Fonte: http://g1.globo.com

Segundo o Ministério Público, ex-ministro do governo Michel Temer teria agido para impedir eventuais delações do ex-deputado Eduardo Cunha e do doleiro Lúcio Funaro, ambos presos.

O ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima foi preso preventivamente nesta segunda-feira (3) na Bahia, por decisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília. Ele deve ser levado ainda nesta segunda por agentes da Polícia Federal para Brasília.

O G1 procurou por telefone as advogadas de Geddel, a assessoria de imprensa do ex-ministro e o diretório do PMDB, mas não tinha conseguido contato até a última atualização desta reportagem.

Ex-deputado e ex-ministro dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer, Geddel era um principais nomes do PMDB no governo até pedir demissão, em novembro do ano passado, depois de supostamente ter pedido a intervenção do então ministro Marcelo Calero (Cultura) para liberar um empreendimento imobiliário em Salvador. À época, ele negou que tivesse feito pressão sobre Calero. No governo Temer, Geddel era um dos principais responsáveis pela articulação política com deputados e senadores.

Geddel Vieira Lima foi preso acusado de agir para atrapalhar investigações da Operação Cui Bono, que apura fraudes na liberação de crédito da Caixa Econômica Federal – o ex-ministro foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa entre 2011 e 2013, no governo Dilma Rousseff. A investigação, que se concentra no período em que Geddel ocupou o cargo, teve origem na análise de conversas registradas em um aparelho de telefone celular apreendido na casa do então deputado Eduardo Cunha.

O Ministério Público Federal (MPF) argumenta que Geddel atuou para evitar possíveis delações premiadas do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do doleiro Lúcio Funaro, ambos presos pela Operação Lava Jato e também investigados na Cui Bono.

Segundo o MPF, Geddel tentou garantir que Cunha e Funaro recebessem vantagens indevidas para não fazer delação, além de “monitorar” o comportamento do doleiro para constrangê-lo a não fechar o acordo. Fonte: http://g1.globo.com

O coordenador da setorial de Direitos Humanos do PT, Rodrigo Mondego, afirma que ninguém dirigiu a palavra diretamente à jornalista, que cantos na decolagem e aterrissagem foram apenas contra a Rede Globo

Por Redação                                                                           

Em entrevista exclusiva à Fórum, Rodrigo Mondego, coordenador da Setorial de Direitos Humanos do PT, refuta como mentirosas afirmações feitas pela jornalista Míriam Leitão, que publicou coluna no jornal O Globo em que diz ter sofrido agressões verbais durante voo no sábado, 3 de junho, por parte de militantes do PT.

Rodrigo, apesar de não ser delegado da convenção do partido, voltou no mesmo voo com destino ao Rio de Janeiro. Segundo ele, Míriam Leitão foi reconhecida na fila de embarque, e parte dos militantes ficou “ouriçada” por ela ser uma das principais críticas ao partido, “que participou desse massacre midiático de mais de uma década contra o PT, com verdade e inverdades”, afirma.

Nessa hora, por ser advogado, conversou com as pessoas e falou para não dirigirem a palavra diretamente a ela. “Fazer manifestação contra a Globo é legítimo, é um direito constitucional, mas em nenhum momento dirija a palavra diretamente para a Míriam, porque ela vai querer, com certeza, criminalizar como uma injúria ou algo do tipo”, aconselhou.

Diz que assim que embarcaram, mesmo antes de os militantes cantarem, a Polícia Federal entrou o avião. Um policial de terno foi até a parte de trás da aeronave e questionou quem era o líder? Quem estava fazendo aquilo? A resposta foi que não havia líder, ali todo mundo era dirigente do partido. “E a gente não está fazendo nada. Quando a Polícia Federal saiu e o piloto decidiu decolar, o pessoal começou a gritar “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”, a “verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura”, e cânticos do tipo.”

Ele relata que o voo não foi tranquilo, com algumas pessoas sentindo mal-estar pelas manobras do piloto. Assim que o avião estava descendo no Santos Dumont, novamente voltaram a gritar: “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo.” “Golpistas não passarão, fascistas não passarão.” Mas, segundo ele, um grito aberto, nunca olhando ou focando em Míriam Leitão.

Sobre a afirmação da jornalista em o Globo, que diz ter sido xingada por 2 horas, Mondego diz que é mentira. “As pessoas gritaram quando o avião estava subindo e quando estava descendo contra a Globo. Fora isso, ficaram fazendo brincadeiras entre si, num grupo de amigos. Sem contar que metade dos delegados eram mulheres, que discutiram sobre violência à mulher no congresso do partido, e nunca permitiriam um ataque machista, de conotação sexista”, diz.

Outra afirmação que o advogado afirma ser mentira de Míriam é que as pessoas ficavam empurrando a cadeira dela no voo. “Mentira, até porque ela estava perto do pessoal que era mais velho do partido, no meio do avião. Ela mente. Se isso não foi algo armado para ela se vitimizar, e mais uma vez atacar os militantes do PT, é muito estranho. Inclusive tem fotos dos comissários filmando tudo e não tem nenhuma filmagem até agora que comprove esses ataques absurdos que ela diz ter sofrido”, conclui.

Fonte: http://www.revistaforum.com.br

POR MÍRIAM LEITÃO

Sofri um ataque de violência verbal por parte de delegados do PT dentro de um voo. Foram duas horas de gritos, xingamentos, palavras de ordem contra mim e contra a TV Globo. Não eram jovens militantes, eram homens e mulheres representantes partidários. Alguns já em seus cinquenta anos. Fui ameaçada, tive meu nome achincalhado e fui acusada de ter defendido posições que não defendo.

Sábado, 3 de junho, o voo 6237 da Avianca, das19h05, de Brasília para o Santos Dumont, estava no horário. O Congresso do PT em Brasília havia acabado naquela tarde e por isso eles estavam ainda vestidos com camisetas do encontro. Eu tinha ido a Brasília gravar o programa da Globonews.

Antes de chegar ao portão, fui comprar água e ouvi gritos do outro lado. Olhei instintivamente e vi que um grupo me dirigia ofensas. O barulho parou em seguida, e achei que embarcariam em outro voo.

Fui uma das primeiras a entrar no avião e me sentei na 15C. Logo depois eles entraram e começaram as hostilidades antes mesmo de sentarem. Por coincidência, estavam todos, talvez uns 20, em cadeiras próximas de mim. Alguns à minha frente, outros do lado, outros atrás. Alguns mais silenciosos me dirigiram olhares de ódio ou risos debochados, outros lançavam ofensas.

— Terrorista, terrorista — gritaram alguns.

Pensei na ironia. Foi “terrorista” a palavra com que fui recebida em um quartel do Exército, aos 19 anos, durante minha prisão na ditadura. Tantas décadas depois, em plena democracia, a mesma palavra era lançada contra mim.

Uma comissária, a única mulher na tripulação, veio, abaixou-se e falou:

— O comandante te convida a sentar na frente.

— Diga ao comandante que eu comprei a 15C e é aqui que eu vou ficar — respondi.

O avião já estava atrasado àquela altura. Os gritos, slogans, cantorias continuavam, diante de uma tripulação inerte, que nada fazia para restabelecer a ordem a bordo em respeito aos passageiros. Os petistas pareciam estar numa manifestação. Minutos depois, a aeromoça voltou:

— A Polícia Federal está mandando você ir para frente. Disse que se a senhora não for o avião não sai.

— Diga à Polícia Federal que enfrentei a ditadura. Não tenho medo. De nada.

Não vi ninguém da Polícia Federal. Se esteve lá, ficou na porta do avião e não andou pelo corredor, não chegou até a minha cadeira.

Durante todo o voo, os delegados do PT me ofenderam, mostrando uma visão totalmente distorcida do meu trabalho. Certamente não o acompanham. Não sou inimiga do partido, não torci pela crise, alertei que ela ocorreria pelos erros que estavam sendo cometidos. Quando os governos do PT acertaram, fiz avaliações positivas e há vários registros disso.

Durante o voo foram muitas as ofensas, e, nos momentos de maior tensão, alguns levantavam o celular esperando a reação que eu não tive. Houve um gesto de tão baixo nível que prefiro nem relatar aqui. Calculavam que eu perderia o autocontrole. Não filmei porque isso seria visto como provocação. Permaneci em silêncio. Alguns, ao andarem no corredor, empurravam minha cadeira, entre outras grosserias. Ameaçaram atacar fisicamente a emissora, mostrando desconhecimento histórico mínimo: “quando eles mataram Getúlio o povo foi lá e quebrou a Globo”, berrou um deles. Ela foi fundada onze anos depois do suicídio de Vargas.

O piloto nada disse ou fez para restabelecer a paz a bordo. Nem mesmo um pedido de silêncio pelo serviço de som. Ele é a autoridade dentro do avião, mas não a exerceu. A viagem transcorreu em clima de comício, e, em meio a refrões, pousamos no Santos Dumont. A Avianca não me deu — nem aos demais passageiros — qualquer explicação sobre sua inusitada leniência e flagrante desrespeito às regras de segurança em voo. Alguns dos delegados do PT estavam bem exaltados. Quando me levantei, um deles, no corredor, me apontou o dedo xingando em altos brados. Passei entre eles no saguão do aeroporto debaixo do coro ofensivo.

Não acho que o PT é isso, mas repito que os protagonistas desse ataque de ódio eram profissionais do partido. Lula citou, mais de uma vez, meu nome em comícios ou reuniões partidárias. Como fez nesse último fim de semana. É um erro. Não devo ser alvo do partido, nem do seu líder. Sou apenas uma jornalista e continuarei fazendo meu trabalho. Fonte: http://blogs.oglobo.globo.com

Presidenta do PT Gleisi Hoffmann orienta militância a não realizar manifestações políticas em locais impróprios e a não agredir pessoas por suas posições políticas, ideológicas ou por outro motivo

O Partido dos Trabalhadores lamenta o constrangimento sofrido pela jornalista Miriam Leitão no voo entre Brasília e o Rio de Janeiro no último dia 3 de junho, conforme relatado por ela em sua coluna de hoje. Orientamos nossa militância a não realizar manifestações políticas em locais impróprios e a não agredir qualquer pessoa por suas posições políticas, ideológicas ou por qualquer outro motivo, como confundi-las com as empresas para as quais trabalhem.

Entendemos que esse comportamento não agrega nada ao debate democrático. Destacamos ainda que muitos integrantes do Partido dos Trabalhadores, inclusive esta senadora, já foram vítimas de semelhante agressão dentro de aviões, aeroportos e em outros locais públicos.

Não podemos, entretanto, deixar de ressaltar que a Rede Globo, empresa para a qual trabalha a jornalista Miriam Leitão, é, em grande medida, responsável pelo clima de radicalização e até de ódio por que passa o Brasil, e em nada tem contribuído para amenizar esse clima do qual é partícipe. O PT não fará com a Globo o que a Globo faz com o PT. Fonte: http://www.pt.org.br

Apesar da decisão do Tribunal Superior Eleitoral de rejeitar a cassação da chapa Dilma-Temer por 4 a 3, o Palácio do Planalto teme que os votos de Luiz Fux e Rosa Weber, a favor da cassação, influenciem o ambiente no Supremo se a Procuradoria Geral da República oferecer denúncia contra Temer.

Por isso, a estratégia do governo é "liquidar a fatura" no ambiente político, habitat natural de Temer, e não deixar que uma eventual denúncia de Rodrigo Janot seja submetida ao plenário do STF.

O STF só analisará uma eventual denúncia se a Câmara autorizar. O processo é o seguinte: se a PGR denunciar o presidente, uma comissão especial da Câmara e, depois, o plenário, terão de analisar a denúncia, que só irá para o Supremo se menos de 172 deputados votarem contra o andamento do processo. Durante esta semana, o presidente vai seguir na ofensiva para garantir votos na Câmara com o objetivo de barrar a eventual denúncia e, assim, evitar uma nova batalha jurídica - desta vez com ministros do STF.

A avaliação no Planalto é que, diferentemente da Corte eleitoral, não é possível traçar estratégias para garantir vitória e prever resultados no Supremo. Nas contas do governo, hoje, os ministros simpatizantes ao Planalto são Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, ex-ministro da Justiça de Temer.

Como Luiz Fux e Rosa Weber são vistos como ministros com votos contrários a Temer no caso de uma eventual denúncia, os demais integrantes do Supremo são vistos como incógnitas por auxiliares do presidente.

Isso porque, nas palavras de um interlocutor de Temer, existe no STF uma "maioria silenciosa". Fonte: http://g1.globo.com

Durante a leitura de seu voto, o ministro Napoleão Nunes Maia comparou o presidente do TSE, Gilmar Mendes, a Pôncio Pilatos, governador romano que decidiu pela crucificação de Jesus Cristo. Ele criticava que Pilatos ouviu a voz do povo ao decidir sobre o destino de Jesus. 

— O que Pôncio Pilatos fez foi democratizar sua decisão. Ouvir a vox populi. Deu no que deu. Passou à História como um homem covarde, um juiz sem estrutura mental para enfrentar a turba — disse.

Na sequência, Nunes Maia descreveu Pilatos:

— Pilatos era um homem muito rico, bonito, general, casado com a sobrinha do imperador Tibério. Era poliglota e diplomata. Conversou com Jesus na língua nativa do mestre. Homem ilustrado para aquela época. Se você me permitir, professor Gilmar, vou dizer que Pôncio Pilatos tinha em seu tempo o respeito intelectual, a cultura, a profeciência e a admiração que tem Vossa Excelência hoje no Brasil — afirmou. Fonte: http://blogs.oglobo.globo.com

Segundo membros do partido ouvidos pela BBC Brasil, a principal hipótese é que ele concorra como vice da ex-senadora Marina Silva. Mas o cenário com Barbosa para presidente também é avaliado.

BBC BRASIL.com

Há uma "hipótese robusta" de que o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa companha uma chapa com Marina Silva em 2018, de acordo com políticos e assessores da Rede.

Segundo membros do partido ouvidos pela BBC Brasil, a principal hipótese é que ele concorra como vice da ex-senadora Marina Silva. Mas o cenário com Barbosa para presidente também é avaliado.

A aproximação entre Marina e Barbosa ficou explícita dentro da Rede após uma longa conversa que os dois tiveram ao telefone na última terça-feira.

Políticos e pessoas ligadas à cúpula do partido afirmaram à reportagem que, desde então, Marina teceu diversos elogios a Barbosa. "Ele é muito gentil, um excelente político", teria afirmado. Depois da ligação, Marina e Barbosa teriam se falado outras vezes.

O senador Randolfe Rodrigues, também da Rede, estaria mantendo conversas indiretas com Barbosa e também o veria como um bom nome para a chapa ao lado de Marina, de acordo com pessoas próximas ao senador.

Em grupos de Whatsapp da Rede, o nome de Barbosa já é colocado como se fosse certo na chapa para a presidência de 2018. A maior dúvida entre os membros do partido é se ele encabeçará a campanha ou se será o vice de Marina.

Aproximação

O partido não confirma oficialmente a candidatura de Barbosa nem sua filiação. Mas o ex-ministro já deu deu diversos sinais de aproximação e intimidade com a Rede. Internamente, seu nome é visto como "excelente".

"Ele (Barbosa) já foi convidado mais de uma vez para se filiar ao partido, demonstrou simpatia, mas não sinalizou. Ele mostra simpatia pela ideia, mas ainda não houve acerto", disse um membro da Rede à BBC Brasil.

Nesta manhã, o ex-ministro acompanhou o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do processo que pode cassar o presidente Michel Temer. Sua presença causou certa surpresa. Justamente nesta quinta o processo entra na sua fase mais importante.

Barbosa sentou-se na primeira fileira. Entre as pessoas que o acompanhavam estava Zé Gustavo - porta-voz nacional Rede. O deputado federal Alessandon Molon (Rede-RJ), que acompanha o julgamento desde seu início, há dois dias, também estava no TSE.

Em entrevista à BBC Brasil, Gustavo não confirmou que há conversas entre o partido e Barbosa, mas que Marina tem hábito de conversar com ele para entender o cenário político. "Ele daria uma grande contribuição ao país", disse.

Na quarta-feira, Joaquim Barbosa defendeu eleições diretas no caso de uma eventual cassação de Michel Temer e não descartou sua possível candidatura. "Eu sou cidadão brasileiro, cidadão pleno, há três anos livre das amarras de cargos públicos. Portanto, a decisão de me candidatar ou não está na minha esfera de deliberação", afirmou. Fonte: www.terra.com.br

Convencido de que o presidente será absolvido pela corte, ministros dele já estudam dar demonstração de força no Congresso para enterrar de vez qualquer possibilidade de investigação contra o peemedebista.

De acordo com informações da coluna de Mônica Bérgamo, o governo de Michel Temer já se prepara para o dia seguinte à votação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Convencido de que o presidente será absolvido pela corte, ministros dele já estudam dar demonstração de força no Congresso para enterrar de vez qualquer possibilidade de investigação contra o peemedebista.

“A primeira providência seria derrotar Rodrigo Janot no parlamento. O procurador-geral da República deve oferecer denúncia contra Temer. Mas, para que ela siga adiante, é preciso autorização do Congresso. O governo acredita que derruba a iniciativa com cerca de 250 votos.

Depois dessa segunda eventual vitória, o governo partiria para a terceira, e que considera a última: a votação de recurso de algum deputado de oposição pedindo que as propostas de impeachment contra Temer tramitem na casa. A bancada governista derrotaria a ideia no voto, evitando que novos pedidos voltassem a tramitar, ao menos no médio prazo.

Superada essa terceira, digamos, batalha, Temer falaria à nação. E pediria trégua para se dedicar exclusivamente a governar”. Como diria o saudoso craque Garrincha, cujos restos mortais sumiram do cemitério, falta combinar com os russos.

*Com informações da coluna de Mônica Bérgamo

Fonte: http://www.revistaforum.com.br

Rolo compressor continua para tentar entregar a reforma até o final de junho

O relator da reforma trabalhista, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), tentou ler hoje na Comissão de Assuntos Sociais, CAS, do Senado o texto da reforma que retira direitos dos trabalhadores. A estratégia é passar o rolo compressor e aprovar diversas medidas neste mês de junho, antes que o governo Temer caia. O relatório foi aprovado na última terça-feira na Comissão de Assuntos Econômicos e precisa passar ainda pela CAS e pela Comissão de Constituição e Justiça, CCJ, antes de ir a plenário.

A oposição alegou que a atividade de hoje não poderia acontecer porque não fora colocada na pauta da comissão dois dias antes, como manda o regimento interno Foi feito acordo como líder do governo, Romero Jucá, para que ficasse para a próxima semana. A intenção de Jucá e dos governistas é votar nas comissões até o dia 28 para que chegue a plenário antes do recesso parlamentar de julho.

Sem emendas – A pressa para aprovar a reforma de qualquer jeito levou relator Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e a base do governo a recusar mais de mais de 400 destaques e emendas já apresentados na primeira votação. Querem aprovar o texto original da Câmara dos Deputados para que não tenha de voltar a ser analisado na outra casa legislativa. Fonte: http://www.revistaforum.com.br

"Para a atual gestão municipal de São Paulo, dignidade humana, garantia de direitos, exercício de cidadania, parecem ser conceitos relativos, não aplicáveis a 'pessoas diferenciadas'”, escreve Chico D’Angelo, médico e deputado federal (PT-RJ), em artigo publicado por CartaCapital, 30-05-2017.

Eis o artigo.

O circo de horrores no qual a administração municipal transformou a cidade de São Paulo precisa ser entendido em um contexto abrangente e avaliado em toda a magnitude de sua gravidade. Aos fatos, a ação do prefeito João Dória (PSDB) foi uma trapalhada levada a cabo: ao invés de descentralizar a Virada Cultural e acabar com a cracolândia, a prefeitura produziu exatamente o efeito oposto, distribuindo os consumidores de crack em 23 novas áreas da cidade. O reconhecimento da intervenção desastrosa é correto, mas não basta.

É preciso ter clareza de que a truculência e a selvageria do episódio não se referem apenas a uma questão pontual, não expressam apenas o despreparo e a irresponsabilidade de uma gestão midiática, ávida por uma notoriedade vazia, que utiliza como método de avaliação de suas ações o número de curtidas, retuitadas, compartilhamentos e comentários positivos em suas redes sociais.

Os eventos ocorridos a partir de 21 de maio na capital paulista são episódios emblemáticos do modo como certa parcela da classe dominante brasileira – e sua representação política – julga adequado abordar a vida de “pessoas diferenciadas” (segundo expressão usada por certa moradora da área de Higienópolis, em outra ocasião).

A reedição pirotécnica do método “prendo e arrebento” - com a demolição de um imóvel ainda ocupado, a retirada forçada de pessoas que sofrem de dependência de drogas, a ameaça de internação compulsória, entre outras iniciativas – expressa o total desprezo pela dignidade humana, e já influiu nas exonerações das duas secretárias municipais ligadas à área social e nas reações enérgicas do Ministério Público e da Defensoria Pública do Estado de São Paulo.

Também provocou o repúdio e a condenação de especialistas de saúde pública e de grande parte da sociedade civil, como expresso na “Carta Rio em repúdio às ações de violência contra as pessoas que habitam a Cracolândia e em defesa do programa De Braços Abertos”, subscrita por trabalhadores, gestores, pesquisadores e militantes em defesa da vida.

Em consenso com a Organização Mundial de Saúde (OMS), que considera inadequada e ineficaz a adoção da internação compulsória como estratégia central, o Brasil priorizou a implantação de serviços comunitários para o tratamento da dependência de drogas, possibilitando a expansão da rede de atendimento e do acesso ao tratamento, inseridos em um contexto de direitos humanos e respeito à dignidade do paciente.

Mas, para a atual gestão municipal de São Paulo, dignidade humana, garantia de direitos, exercício de cidadania, parecem ser conceitos relativos, não aplicáveis a “pessoas diferenciadas”.

Na história da humanidade, o nascimento da era moderna teve amparo em alguns conceitos fundamentais, entre eles, o humanismo, a aceitação da centralidade do ser humano. A ideia de modernidade só faz sentido baseada no entendimento da vida humana como realidade radical, sobre a qual as demais se inserem.

Entre nós, a busca pela "modernidade", iniciada na aventura collorida, sempre teve por base a concessão de privilégio quase absoluto ao capital especulativo. Hoje, no âmbito do governo federal, o ataque à cracolândia se expressa no teto dos gastos sociais e nas reformas trabalhista e previdenciária, entre outras iniciativas. Ao contrário do que ilusoriamente propõem, os algozes do povo brasileiro jamais serão modernos. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Um emissário de confiança do Papa Francisco esteve no Brasil para discutir a atuação de movimentos sociais e trouxe na bagagem um presente do pontífice para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: uma cópia da encíclica "Laudato Si", em que o papa critica o consumismo e desenvolvimento irresponsável e faz um apelo à mudança e à unificação global das ações para combater a degradação ambiental e as alterações climáticas. Fonte: Facebook

Queremos exercer nosso direito de votar e escolher o sucessor do ilegítimo e nefasto Temer e o apoio dos artistas ajuda no diálogo com toda a sociedade, aponta Vagner

O presidente da CUT, Vagner Freitas, e o coordenador da Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos,  participarão do ato Rio de Janeiro Pelas Diretas Já, que será realizado neste domingo, dia 28, na Praia de Copacabana.

O ato por eleições diretas para escolha do sucessor de Temer, acusado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de pelo menos três crimes (organização criminosa, corrupção passiva e obstrução de Justiça), está sendo organizado pelas frentes Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular.

As falas políticas começam por volta das 11h. Depois, os artistas que cantarão pelas Diretas Já assumirão o palco. Entre eles, Caetano Veloso, Mano Brown, Teresa Cristina, Crioulo, Mart´Nália e Cordão da Bola Preta.

Para os representantes das frentes, que Temer não se sustenta mais na presidência é um fato indiscutível. Portanto, aos movimentos sociais e sindical cabe lutar e definir estratégias para escolher o melhor caminho para o futuro do país. Esse caminho passa, necessariamente, por eleições diretas, via escolha do novo presidente pelo voto popular.

“O Congresso Nacional eleito em 2014 já mostrou a que veio. É de maioria reacionária que se alia a grandes companhias nacionais e internacionais para retirar direitos sociais e trabalhistas, vender nosso patrimônio, nossas terras e aumentar ainda mais os lucros dos empresários”, diz o presidente da CUT.

Para Boulos, “só um amplo movimento por Diretas Já pode derrotar o projeto de Temer de garantir uma agenda comprometida com a maioria do povo brasileiro”

E quando a CUT, as demais centrais e os movimentos sociais, como MST, MTST, UNE e CMP, protagonizam a luta pelas Diretas Já, estão sinalizando que é preciso escolher um presidente comprometido com os interesses da classe trabalhadora e dos brasileiros mais pobres, pontua Vagner, que acrescenta: “a maioria dos deputados e senadores é de bancadas ligadas ao empresariado. Se a decisão ficar nas mãos deles, vão escolher um parlamentar subordinado aos interesses dos empresários”. 

Tanto Vagner quanto Boulos ressaltam a importância da presença dos artistas nos atos pelas diretas já. Para Boulos, “a presença dos artistas no ato Rio de Janeiro Pelas Diretas Já mostra que é um movimento muito além dos partidos e dos movimentos social organizado. É um movimento que representa 85% do povo brasileiro que quer uma saída democrática para o país”. 

“Queremos exercer nosso direito de votar e escolher o sucessor do ilegítimo e nefasto Temer e o apoio dos artistas ajuda no diálogo com toda a sociedade, diz Vagner, que completa: São trabalhadores, militantes e artistas populares lutando por um Brasil mais justo e solidário”. 

ATENÇÃO: Às 10h tem uma concentração CUTISTA em frente ao hotel Copacabana Palace. A CUT chegará no ato com um grande bloco vermelho.

Serviço:
Data  –      28/05

Local –     Orla da Praia de Copacabana

Posto 5, entre as ruas Siqueira Campos e Figueiredo Magalhães   
Horário –  11h. Fonte: http://cut.org.br/noticias

Coxinhas x mortadelas

Quarta agora, no Rio, haverá uma reunião de artistas, organizada por Tico Santa Cruz, da banda Detonautas. A ideia é um debate franco entre “coxinhas” (antipetistas) e “mortadelas” (simpatizantes do PT e de outras siglas de esquerda) sobre a atual crise política. Os “coxinhas” terão, entre outros, Marcelo Serrado e Márcio Garcia. E os “mortadelas”, Wagner Moura e Leticia Sabatella. Fonte: http://blogs.oglobo.globo.com