Augusto César chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Carlos Chagas, mas não resistiu. Bandidos conseguiram fugir

Rio - Um homem morreu após ser baleado, na manhã desta terça-feira, em um caminhão de verduras, na Avenida Brasil, na altura de Coelho Neto, na Zona Norte do Rio. Augusto César Medeiros de Souza, de 39 anos, chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Carlos Chagas, mas não resistiu.

Policiais do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) foram acionados para o local, mas os bandidos conseguiram fugir. Segundo testemunhas, os criminosos estavam assaltando outros veículos na via. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DH). Fonte: https://www.odia.com.br

 

Um carro com homens encapuzados emparelhou com o veículo usado pela família e os criminosos efetuaram vários disparos de arma de fogo

Cinco pessoas de uma mesma família, entre elas uma grávida, foram assassinadas na noite desta terça-feira (16) na BR-101, no trecho do município de Mucuri, localizado no sul da Bahia.

De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), um carro com homens encapuzados emparelhou com o veículo usado pela família e os criminosos efetuaram vários disparos de arma de fogo com o carro ainda em movimento.

As vítimas foram identificadas como Jalperaz do Espírito Santo Rocha, Dilma Maria dos Santos Oliveira Rocha, Alan Cláudio de Sousa Felipe, Gabriela Oliveira Rocha e um menor de 17 anos.

Todos os corpos foram encaminhados para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Teixeira de Freitas. Até o momento, não há informações sobre a autoria e motivação do crime. Fonte: http://bahia.ba

Apenas 40% da população do estado estão vacinados. Mais dois casos em Valença elevam para três o número de mortes pela doença este ano

RIO - O sinal de alerta reacendeu nesta segunda-feira com a confirmação de mais duas mortes por febre amarela em Valença, no Sul Fluminense, subindo para três o número de óbitos em decorrência da doença no estado este ano. O primeiro caso foi em Teresópolis, na Região Serrana. Enquanto isso, a cobertura vacinal está muito aquém do necessário. A estimativa da Secretaria estadual de Saúde é que mais de oito milhões de pessoas (cerca de 60%) de um público alvo de 14 milhões — incluindo grupos inseridos em 2018 pelo Ministério da Saúde, como os idosos com aval médico — ainda não foram vacinadas. Na capital, a Secretaria municipal de Saúde informa que apenas 1,69 milhão procurou os postos no ano passado para tomar a vacina, sendo necessário imunizar outros dois milhões. Porém, diante dos novos casos da doença e da notícia de que quatro macacos-prego foram achados mortos nos últimos dois dias numa via de acesso à Floresta da Tijuca, houve correria aos centros de saúde e às clínicas da família da prefeitura.

- De julho a dezembro do ano passado, quando diminuíram os casos de febre amarela, as pessoas relaxaram. Em dezembro, vacinamos só 16.592 pessoas. Todas as nossas unidades estão abastecidas. Mas, agora, não adianta correria. As pessoas precisam ter paciência — ressalta Cristina.

SETE CASOS SOB INVESTIGAÇÃO

Em todo o estado, além dos três mortos, há um paciente de Valença internado em Resende com diagnóstico confirmado de febre amarela. Há outros sete casos sob investigação — um morto e seis internados — cinco deles moradores de Valença.

Os corpos dos macacos achados por moradores da comunidade do Catrambi no acesso à Floresta da Tijuca serão analisados pela Fundação Oswaldo Cruz. Há suspeita de que os animais possam ter sido contaminados pela febre amarela. Segundo a coordenadora do Laboratório Municipal de Saúde Pública, Roberta Ribeiro, o exame deve demorar pelo menos dez dias para ficar pronto, porque os animais foram recolhidos em decomposição.

- Pedimos para as pessoas telefonarem para a central 1746. Os moradores ligaram antes para Corpo de Bombeiros e outros órgãos que não fazem esse trabalho — conta Roberta.

Ainda segundo ela, no ano passado foram recolhidos 179 primatas mortos no município. Nenhum deles tinha o vírus da febre amarela.

- Vacinar não é só importante, é um dever social e uma urgência. É fundamental dar prioridade à vacinação para que não se tenha a ampliação e o risco de urbanização da doença. Estamos em campanha permanente. Todos os municípios têm vacina. A população não precisa esperar o fracionamento (a campanha do Ministério da Saúde, a partir de 19 de fevereiro) — diz o secretário estadual de Saúde, Luiz Antonio Teixeira Júnior, acrescentando que só pedirá a antecipação da campanha ao Ministério da Saúde se houver necessidade.

A superintendente de Vigilância em Saúde do município, Cristina Lemos, garantiu que não faltam vacinas. Mas, a partir desta terça-feira, como cresceu a procura, serão distribuídas senhas nos postos. Fonte: https://oglobo.globo.com

Atualização da recomendação de vacina leva em conta novos casos da doença

RIO - Considerando o aumento de casos de febre amarela em macacos e humanos no Brasil desde o ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta terça-feira uma alteração na recomendação de cuidados para viajantes com destino ao país. Na atualização, a entidade orienta os turistas estrangeiros com planos de visitar o Estado de São Paulo a se vacinar contra a doença ao menos dez dias antes da viagem.

A alteração passa a considerar como área de risco uma porção do estado que inclui o litoral e a capital paulistana, para os quais não havia recomendação de vacina até então.

Até o surto de febre amarela registrado no ano passado, a OMS recomendava a vacina para todos os estados do Norte e do Centro-Oeste do Brasil, além de Maranhão, Minas Gerais e trechos dos estados do Sul, São Paulo, Bahia e Piauí. Com o aumento de casos em 2017, a entidade passou a considerar o Norte do Estado do Rio, o Sul da Bahia e todo o Espírito Santo como área de risco para a febre amarela.

O litoral de São Paulo e uma porção central do estado que incluía a capital paulistana não estavam dentro da área considerada de risco pela OMS. Mas a atualização divulgada nesta terça-feira altera isso. A partir de agora, observando a morte de macacos e os casos confirmados em humanos no território paulista, a OMS determinou que todo o estado deve ser tratado como área de risco. Consequentemente, todos os viajantes com destino a São Paulo devem se vacinar.

O texto sobre a recomendação publicdo no site da OMS observa que, de dezembro de 2016 a junho de 2017, o Brasil registrou 777 casos de febre amarela, com 261 mortes, em oito estados. A maioria dos diagnósticos estava concentrada em Minas Gerais, mas muitas ocorrências foram registradas também em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso, Pará e Tocantins).

Em São Paulo, o governo contabiliza 21 mortes por febre amarela desde janeiro de 2017. O Rio de Janeiro já registrou três mortes este ano. Foram dois óbitos em Valença, no Sul Fluminense, e um em Teresópolis, na Região Serrana. Por causa disso, campanhas de vacinação contra a doença estão em andamento em ambos os estados. Fonte: https://oglobo.globo.com

Informe divulgado neste fim de semana pela Organização Panamericana de Saúde (Opas), braço regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), destaca o crescimento da febre amarela no Brasil, alerta para o risco de o surto no País se expandir e admite que há limitação de vacinas para toda a população.

A Opas afirma que a América Latina registra desde 2016 o maior número de casos da doença em décadas. "O aumento tem relação com um ecossistema favorável à disseminação do vírus e uma população não imunizada."

Mas, desde 13 de dezembro de 2017, apenas o Brasil teve novos casos. Segundo a Opas, foram 777 casos entre o segundo semestre de 2016 e junho de 2017, com 261 mortes. Depois, porém, o País viveu uma fase de baixa transmissão. Recentemente, o número de macacos infectados surpreendeu. O informe diz que é preciso o uso racional da vacina, diante da limitação na disponibilidade, e que 95% da população em áreas afetadas devem ser vacinadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Fonte: http://atarde.uol.com.br/

FEBRE AMARELA EM SALVADOR-BA: Paciente internado com febre amarela morre no Couto Maia

Paciente que saiu de SP com os sintomas da doença morreu no Couto

O paciente internado no Hospital Couto Maia, em Salvador, com febre amarela morreu no final da tarde deste domingo, 14. O homem de 49 anos veio de Taboão, em São Paulo, para Itaberaba (a 296 quilômetros de Salvador), onde nasceu e tinha familiares. Ele morava atualmente na cidade paulista.

Na época da internação, a Secretária de Saúde da Bahia (Sesab) informou que, como a  vítima apresentou os sintomas antes de chegar ao estado, o caso é registrado como importado; ou seja, que não tem origem na Bahia.

O homem foi transferido para a capital baiana após apresentar piora no quadro clínico na última quarta-feira, 10. Ele estava internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município desde o início de janeiro.

Na última sexta, 12, a diretora do Couto Maia, Ceuci Nunes, disse ao A TARDE que o paciente tinha entrado em coma e que estado de saúde dele era grave, porém estável.

A reportagem do Portal A TARDE tenta contato com familiares para saber data e local do sepultamento, mas ninguém foi localizado até a publicação desta matéria.

Fonte: http://atarde.uol.com.br

A relação de consumo da sociedade contemporânea, cresce a cada dia, em todas as classes sociais. O ser humano nasce consumista por natureza e ao crescer em um mundo capitalista, seus valores morais e sociais se confundem com o poder de consumo. O “ser” torna-se “ter”, não importando o que se precise fazer para alcançar as tão desejadas aquisições.

A vontade de consumir, não se esgota na aquisição, ela apenas satisfaz temporariamente, deixando a pessoa de se interessar pelo produto por algum tempo, e começa novo processo de vontade de adquirir novamente, como em uma cadeia: comprar, satisfazer-se, comprar novamente, satisfazer-se novamente.

Os exponenciais de conforto, prazer e lazer, se impõe com o objetivo de orientar os comportamentos. As relações de consumo têm sua natureza ligada ao comércio propriamente dito, com sua expansão e difusão nas relações de consumo. Ao longo do tempo passaram por um processo de aprimoramento ganhando grande importância na sociedade atualmente.

No início as relações eram diretas e pessoais, hoje são indiretas e impessoais, exemplo são as aquisições pela internet. Este mercado vem crescendo e as pessoas de todas as classes sociais se inserindo nele. Em um estudo de mercado os fornecedores concluíram que as classes B e C são as que mais vêm adquirindo produtos pela internet. Reportagem da revista Exame, A classe C cai na rede, “demonstra que cada vez mais comuns no enorme contingente que hoje compõe a classe C, uma massa de 95 milhões de brasileiros com renda familiar entre 1.126 e 4.824 reais por mês, segundo critério da Fundação Getúlio Vargas.”

A mudança de comportamento social levou as pessoas a se conectarem a internet, principalmente de suas residências, transformando as relações virtuais semelhantes as relações que permeiam seus cotidianos, ou seja, nas comunidades mais carentes as pessoas se ajudam virtualmente, indicando produtos, serviços e promoções, como fazem por costume.

Ainda, as empresas ressaltam que as campanhas publicitárias virtuais são mais baratas do que as habituais, feitas em mídia impressa e falada, investindo suas propagandas em sites e redes sociais. O facilidade de acesso aos produtos e a confiança no recebimento de produtos também aqueceu o mercado de consumo virtual.

Na mesma reportagem da revista Exame, trás a historia do taxista Isaías da Silva, que após comprar um celular com acesso a internet que levou seus clientes agendarem corridas de táxi por e-mail, aumentando em 65% as corridas do taxista, diz ele “mudei até meu padrão de consumo. Há um mês viajei com minha família para a Argentina.”

Pesquisadores apontam o grande consumo emocional das pessoas que esbanjam bens e serviços adquiridos com o propósito de demonstração de status.

Um dos mais polêmicos pensadores da atualidade, Lipovetsky realizou estudo comportamental da sociedade contemporânea. Para o autor a felicidade é o valor máximo, mas que transmite inquietações ao espírito. Há o surgimento do hiperconsumismo, o qual o autor chama de felicidade paradoxal, título de seu livro.

A cada dia o mercado vem se aprimorando na satisfação pessoal dos consumidores que se contrapõe a figura do hedonismo contemporâneo. As pessoas têm acesso ao ter, ao comprar, ao obter, porém não se satisfazem por completo, pois tem a aspiração em ser. Buscam prazeres sensoriais, gozando dos prazeres da vida, com coisas supérfluas, um bem estar de massa com a lógica de dispêndios para a auto-afirmação social.

Em seu livro, propõe uma reavaliação da formação do indivíduo. O consumo em massa tornou-se o carro chefe das empresas de publicidades que analisaram o mercado que atuam com pesquisas dentro das classes e constatou que faz parte da vida das classes B e C, o consumo exacerbado, “o consumo conservou um forte potencial de prestigio, não deixando os objetos de ascensão e de integração social, vetores de consideração honorifica.”

Cada vez mais o consumidor se interessa por diferentes formas de satisfação pessoal, não se importando o quanto custe para satisfazer seus desejos consumistas. Lipovetsky chama de “corrida aos prazeres” o consumo de status, que limita-se a aquisição de bens duráveis sob a égide hegemônica. Diversos produtos voltados ao consumismo juvenil, ligadas a liberdade e mobilidade, como exemplo as televisões 3D, que trazem para dentro das residências a sensação de estar dentro dos filmes, em uma euforia lúdica e frívola.

O consumismo intimizado trás a extrema diversificação de ofertas ao público, com novidades lançadas dia a dia. A chegada do hiperconsumismo, que tem seu pilar subjetivo e emocional, motivado por aspirações privadas. As pessoas querem objetos para exibir, como pavões nesta sociedade capitalista. Na busca do reconhecimento tentam se afirmar, em lutas de concorrência, para Lipovetsky, “começa a civilização do hipoconsumismo, esse império em que o sol da mercadoria e do individualismo extremo não se põe jamais.”

Desde a idade media surgiu o gosto pela novidade, principalmente pela moda. Já não se tem mais distinção de camadas sociais, todos buscam incansavelmente o novo, o diferenciar-se. Ainda, não apenas nas classes sociais, mais nas diferentes faixas etárias. Surge o amor pelo novo, apetites experimentais, sendo que o gosto pela moda vai além de vestir-se e sim se demonstrar. A mídia insere na vida das pessoas novas necessidades. A cada década surgem novos produtos trazendo ao ser humano a necessidade de adquiri-los, devido as propagandas de marketing, que tornam os produtos essenciais. Exemplo disso são os celulares, que se tornaram essenciais na vida das pessoas, apesar de ainda muitas pessoas não utilizarem por opção própria, bem como atualmente os celulares com acesso a internet, cada vez mais e mais a lojas vendem e as pessoas cada vez mais “precisam” de um celular com acesso a internet.

Tornou-se um consumo emocional, o marketing louva o processo de persuadir os consumidores, fazendo com que vivam experiências afetivas, chamado de marketing sensorial ou experimental. É a hora da atratividade sensível e emocional, deixando pra trás o marketing tradicional de funcionalidade. As lojas investem em decorações lúdicas e sensoriais. As pessoas de tempos mais antigos não precisavam de máquinas de lavar, micro ondas, liquidificador, e tantos outros eletrodomésticos que não vivemos mais sem.

O consumo emocional trouxe o triunfo das marcas e das aparências. A publicidade em torno de produtos e seus benefícios funcionais, difundem valores, não no sentido literal, mas transparecem um realidade objetiva, os produtos são diferenciais e as marcas seduzem e fazem vender. Quem no mundo não conhece, já ouviu falar ou bebeu coca cola?! A marca difundiu pelo mundo a fora, afirmou-se no mercado consumista e se tornou não apenas uma bebida, mas um marca. Não se vendem mais produtos, mas sim um conceito, um estilo de vida e uma construção de  identidade.

No livro a Felicidade Paradoxal, o autor cita “em sociedade de hiperconsumo, a solução de nossos males, a busca da felicidade, se abriga sob a égide da intervenção técnica, do medicamento, das próteses químicas.”  O hipermaterialismo médico expandiu as técnicas destinadas a prolongar a vida. As mulheres em busca da juventude eterna se submetem a procedimentos estéticos e cirúrgicos não importando quanto custem, em busca da “farmácia da felicidade” tende a diminuir-se a antiga centralidade.

O consumo é o novo ópio do povo destinado a compensar o tédio do cotidiano, a infelicidade e a solidão. A máxima “sofro, logo compro” ressaltada no texto Consumo, Tempo e Jogo, nos diz que “quanto mais o individuo está isolado ou frustrado, mais busca consolos nas felicidades imediatas da mercadoria.”

Um paliativo aos desejos frustrados da sociedade, preenchendo um vazio, suprimido por idas aos shoppings, lojas, em gastar e adquirir produtos, o sonho de todos é um cartão de crédito sem limite de gastos.

Surgem empresas de entretenimento que fornecem realização de sonhos, como dirigir uma Ferrari, pular de pára-quedas, ou até em acontecer coisas programadas pela empresa sem que a pessoa saiba. O consumo não é uma manifestação indireta de desejo, é uma forma de consolo, funciona como um agente de experiências emocionais.

O lazer da experiência é a nova mania da sociedade atual. Hotéis remontam cenários históricos, com guerras medievais, dinossauros, sensações lúdicas de  realidades , de quebras de rotinas. Para Lipovetsky “no presente, o tempo reservado aos lazeres e a sociabilidade representa 30% do tempo desperto dos maiores de quinze anos e ultrapassa o tempo destinado aos trabalhos domésticos”

Um novo capitalismo surge centrado no divertimento e nas mercadorias culturais, e não na produção material. O hipoconsumismo busca menos a posse das coisas por si, mas uma experiência única, em realizar sonhos com prazeres na “embriaguez das sensações e das emoções novas: a felicidade das pequenas aventuras, previamente estipuladas, sem risco nem inconvenientes.

Não se diga que as pessoas se contentam com pouco, apenas se conformam com o pouco e almejam realizar seus sonhos, buscando para isso trabalhar cada vez mais. O consumo hedonista está intimamente ligado as propagandas comerciais, generalizado a economia material e a economia psíquica. As necessidades básicas são satisfeitas, mas mostra-se cada vez mais interessado em prazeres renovados.

Altemir Farinhas é administrador de empresas e especialista em saúde financeira. Ela presta consultoria e assistência para empresas ele também é autor do livro- A Cura, e fala mais sobre o assunto.

Livro “CURA! Há solução para sua vida financeira.”

Ao ler este livro, você vai confirmar o fato de que muitas pessoas passam por problemas idênticos aos seus e, nesse caso específico, muitos desses problemas referem-se a dinheiro. Aquelas que venceram as dificuldades aprenderam com os erros e não se curvaram diante da tempestade. Todos os vencedores viveram momentos de medo, indecisão e angústia. Venceram porque não desistiram, porque viram uma linha de chegada, um objetivo. Venceram porque deram o primeiro passo. (Altemir Farinhas). Fonte: https://cenacult.wordpress.com

Marca informou que lojas serão reabertas assim que se restabeleça a segurança.

A marca de roupas sueca Hennes & Mauritz (H&M) fechou temporariamente suas lojas na África do Sul, como consequência dos protestos registrados nesse país contra um agasalho tachado de racista, que a empresa tinha retirado do catálogo após a polêmica suscitada por essa peça.

Nas ações de protesto registradas no sábado (13) nem empregados nem clientes ficaram feridos, segundo afirmou a H&M através da sua conta no Twitter, mas, apesar disso, a empresa optou por fechar temporariamente os estabelecimentos por considerar prioritário garantir a segurança das pessoas.

A mensagem acrescenta que as lojas serão reabertas assim que se restabeleça a segurança.

No sábado aconteceram ações de protesto em seis lojas da rede em Joanesburgo e outros pontos das províncias de Gauteng, aparentemente impulsionados pelo grupo esquerdista Economic Freedom Fighters (EFF), segundo informações do portal sul-africano "News24".

Os protestos seguem à indignação causada no mundo todo por uma campanha da marca, em que se mostrava um menino negro vestindo um agasalho com a frase 'the coolest monkey in the junlge' ('o macaco mais legal da selva').

A rede sueca retirou o agasalho do seu catálogo e pediu desculpas, em meio a críticas surgidas nas redes sociais e também entre figuras do esporte, como o jogador de basquete americano LeBron James.

O artista canadense Abel Tesfaye, líder do projeto musical The Weeknd, também decidiu romper sua colaboração com a empresa sueca em protesto pelo anúncio.

A H&M expressou em um primeiro comunicado sua "compreensão" pela indignação criada pela imagem do menino e se comprometeu a analisar o ocorrido para impedir este tipo de incidente no futuro.

No entanto, o grupo sul-africano EFF considerou que as desculpas chegaram tarde e convocou os protestos contra as "lojas racistas". Fonte: https://g1.globo.com

Você conhece a humildade? Você conhece a alegria? Você conhece a fé? Você conhece a esperança? Não! Ah meu filho, você precisa conhecer o seu Tião. Ele mora no Alto do Rio das Pedras, em Lídice, distrito de Rio Claro- Rio de Janeiro. Neste sábado 13, tive a alegria de conversar com esta sabedoria e humildade de pessoa. Ele tem 86 anos, mora sozinho, planta, colhe e ama a vida. Confira as fotos que comprovam o que acabei de falar. 

As milícias em benefício próprio descobriram como barganhar com a vida dos brasileiros e ganhar adeptos manipulando o medo e o ódio

*ELIANE BRUM

fechamento da mostra Queer Museum – Cartografia da Diferença na Arte Brasileira aponta a crescente articulação entre setores da política tradicional e milícias como o Movimento Brasil Livre (MBL). Essa articulação está desenhando o Brasil deste momento – e poderá ter muita influência na eleição de 2018. Nesta coligação não formalizada, velhas táticas ganham aparência de novidade pelo uso das redes sociais, com enorme eficiência de comunicação. É velho e novo ao mesmo tempo. A vítima maior não é a arte ou a liberdade de expressão, mas os mesmos de sempre: os mais frágeis, os primeiros a morrer.

A exposição era exibida desde 15 de agosto, em Porto Alegre, no Santander Cultural. Contava com obras de artistas brasileiros de diversas gerações, como Cândido Portinari, Alfredo Volpi, Ligia Clark, Leonilson e Adriana Varejão. É justamente de Varejão uma das obras mais atacadas: “Cenas do interior 2” tem quatro imagens de atos sexuais, incluindo sexo com um animal. Outra obra demonizada foi a de Bia Leite, que expôs desenhos baseados em frases e imagens do Tumblr “Criança Viada”, que reúne fotos enviadas por internautas deles mesmos na infância. Liderados por milícias como o MBL, pessoas começaram a ofender o público da mostra e a acusar os artistas de promover a “pedofilia”, a “zoofilia” e a “sensualização precoce de crianças”. As milícias também promoveram um boicote ao banco. O Santander recuou, e a exposição, que deveria se estender até outubro, foi encerrada.

O MBL, uma das milícias que lideraram os ataques à exposição, foi um dos principais articuladores das manifestações contra o PT e pelo impeachment de Dilma Rousseff, que levaram às ruas milhões de brasileiros vestidos de amarelo. Na ocasião, sua bandeira era a luta contra a “corrupção”. E propagavam ideias “liberais”. Como bem apontou Pablo Ortellado, em sua coluna na Folha de S. Paulo, o MBL descobriu que “as chamadas ‘guerras culturais’ eram um ótimo instrumento de mobilização e que por meio do discurso punitivista e contrário aos movimentos feminista, negro e LGBTT podiam atrair conservadores morais para a causa liberal”. Passaram então a gritar contra as cotas raciais, o aumento do encarceramento (num país em que a maioria dos presos é composta por negros) e um projeto que espertamente foi batizado de “Escola Sem Partido”.

Mas qual é o contexto e o que o MBL e outras milícias semelhantes defendem? Se este tipo de grupo se formou erguendo a bandeira da “anticorrupção” e não promove nenhuma manifestação nas ruas contra um presidente denunciado duas vezes e um dos governos mais corruptos da história do Brasil, é possível levantar a hipótese bastante óbvia de que a “corrupção” nunca foi o alvo.

Quando são citados na imprensa, MBL e assemelhados são tachados de “conservadores” e “liberais”. Isso os coloca sempre num polo contra outro polo, o que é essencial para este tipo de milícia sobreviver, se replicar e agir em rede. E dá a estas milícias uma consistência que não condiz com a realidade de seu conteúdo. Liberais de fato jamais tentariam fechar uma mostra de arte, para ficar apenas num exemplo. Nem faz sentido dizer que são “conservadores” ou mesmo de “direita”. Eles são o que lhes for conveniente ser.

A dificuldade de nomear o que são, é importante perceber, os favorece. E acabam se beneficiando de rótulos aos quais lhes interessa estar associados num momento ou outro e que lhes emprestam um conteúdo que não possuem, mas do qual sempre podem escapar quando lhes convêm. Neste sentido, apesar de exibirem como imagem um corpo compacto, essas milícias são fluidas. Embora ajam sobre os corpos, não há corpo algum. Isso lhes facilita se moverem, por exemplo, da luta anticorrupção para as bandeiras morais, agora que não lhes interessa mais derrubar o presidente.

A força de milícias como MBL é sua capacidade de influenciar tanto eleitores quando odiadores, num momento histórico em que estas duas identidades se confundem

O que se pode afirmar sobre milícias como o MBL é que elas têm um projeto de poder – ou têm um poder que pode servir a determinados projetos de poder. O poder destas milícias está em mostrar que são capazes de se comunicar com as massas e, portanto, de influenciar tanto eleitores quando odiadores, num momento histórico em que estas duas identidades se confundem. E este é um enorme poder, que claramente tem sido colocado a serviço de políticos e de partidos tradicionais. Além e principalmente, claro, de a serviço de seu próprio benefício.

A descoberta de que temas “morais” são uma excelente moeda de barganha não é prerrogativa do MBL e de seus assemelhados. Esta moeda sempre esteve em circulação. Na Nova República, que se seguiu à ditadura civil-militar (1964-1985), ela esteve na primeira eleição presidencial da redemocratização, quando Fernando Collor de Mello, que depois se tornaria o primeiro presidente a sofrer impeachment, usou fartamente contra Lula o fato de que ele tinha uma filha de uma relação anterior ao seu casamento com Marisa Letícia e que teria sugerido um aborto à então namorada.

Mas o marco fundador do que vivemos hoje pode ser localizado bem mais tarde, na eleição de 2010. Naquele momento, ao perceber o potencial eleitoral do crescimento dos evangélicos no Brasil, em especial dos neopentecostais, alguns oportunistas perceberam que jogar o tema do aborto no palanque poderia ser conveniente. Tanto para conquistar o voto religioso quanto para derrubar opositores.

No final do primeiro turno de 2010, a internet e as ruas foram tomadas por uma campanha anônima, na qual se afirmava que Dilma Rousseff era “abortista” e “assassina de fetos”. Rousseff começou a perder votos entre os evangélicos e parte dos bispos e padres católicos exortou os fiéis a não votar nela. José Serra (PSDB) empenhou-se em tirar proveito do ataque vindo das catacumbas, determinando o rumo da campanha dali em diante. E Rousseff correu a buscar o apoio de religiosos, acabando por escrever uma carta declarando-se “pessoalmente contra o aborto”. Nela, comprometia-se, em caso de vencer a eleição, a não propor nenhuma medida para alterar a legislação sobre o tema.

Quem peregrinou por templos evangélicos defendendo Rousseff e garantindo que ela era contra o aborto foi justamente Eduardo Cunha (PMDB), que depois lideraria o processo de impeachment da presidente eleita e hoje está preso. Naquele momento, o debate político, que nas eleições anteriores tinha se mantido dentro de certos parâmetros éticos, foi rebaixado. E os oportunistas religiosos e não religiosos farejaram que estes eram o temas com que poderiam garantir vantagens para si mesmos e para seus grupos, traficando-os no balcão de negócios de Brasília. Quando os limites são superados, mesmo aqueles que promoveram a sua superação não são capazes de prever até onde isso pode chegar. Desde então, o corpo de mulheres e de gays, lésbicas, travestis e transexuais tornou-se uma das principais moedas de barganha eleitoral.

As milícias rapidamente compreenderam esse potencial. Seu trunfo é comprovar que podem levar as massas para onde quiserem, o que as torna valiosas para políticos com grandes ambições eleitorais e valiosas para seus líderes com ambições eleitorais. Mas só podem levá-las porque se comunicam com uma população que se sente cada vez mais insegura e desamparada e que é a primeira a sofrer com a crise econômica e a crescente dureza dos dias sem saúde, sem escola, sem serviços básicos, enquanto assiste a um noticiário que é quase todo ele sobre malas de dinheiro da corrupção. Uma população que há anos tem sido treinada por programas policialescos/sensacionalistas na TV que atribuem todas as dificuldades a facínoras à solta, adestrando-a a ver as mazelas da vida cotidiana como culpa de alguém que pode e deve ser eliminado – e não a uma estrutura mais complexa que a mantém cimentada no lugar dos explorados.

As milícias encontraram o canal de comunicação com o medo e com o ódio de uma população acuada e, assim, o inimigo pode ser mudado conforme a conveniência

As milícias compreendem o potencial desse medo e desse ódio. E sabem se comunicar com esse medo e esse ódio. Encontraram o canal, o ponto a ser tocado. Encontrado o canal, o inimigo pode ser mudado conforme a conveniência. Se agora não interessa derrubar o presidente denunciado por corrupção, há que se encontrar um outro alvo para canalizar esse ódio e esse medo e manter o número de seguidores cativos e, de preferência, crescendo, atingindo públicos mais amplos. E, principalmente, manter o valor de mercado das milícias em alta, em especial às vésperas de uma campanha eleitoral das mais imprevisíveis.

Assim, testemunhamos um fenômeno de ilusão na semana passada. O problema do Brasil já não era a desigualdade nem a pobreza que voltou a crescer. Nem mesmo o desemprego. Nem a crescente violência no campo e nas periferias promovidas em grande parte pelas próprias forças de segurança do Estado a serviço de grupos no poder. Nem o desinvestimento na saúde e na educação. Nem a destruição da floresta amazônica e o ataque aos povos indígenas e quilombolas pelos chamados “ruralistas”. Nem projetos que mexem em direitos conquistados na área trabalhista e da previdência sendo levados adiante sem debate por um governo corrupto. Não.

De repente, na semana passada, o problema do Brasil tornou-se, para milhões de brasileiros, a certeza de que o país é dominado por pedófilos e defensores do sexo com animais. Agora, são artistas que devem ser perseguidos, presos e até, como se viu em algumas manifestações nas redes sociais, mortos. E não só artistas, mas também quadros e peças de teatro. O problema do Brasil é que pedófilos querem corromper as crianças e transgêneros querem destruir as famílias.

Assim como pouco antes o problema do Brasil era o fato de os negros, maioria da população, passarem a ter o acesso à universidade ampliado por ações afirmativas. E o problema do Brasil seria uma suposta doutrinação partidária nas escolas – e não a falta de investimento em educação e o salário de fome dos professores e as escolas caindo aos pedaços. Com esse truque de ilusionismo coletivo se desvia da necessidade de mudar algo muito mais estrutural em um dos países mais desiguais do mundo.

O prejuízo causado pelo ataque à exposição é menos a questão da liberdade de expressão e mais o apagamento dos massacres reais

O prejuízo causado pelo ataque à exposição de arte é menos a questão da censura e do cerceamento da liberdade de expressão, como foi colocado por parte dos que reagiram contra o fechamento da mostra, e mais o apagamento que ataques como este ajudam a produzir e a perpetuar. Como o número assombroso de homossexuais assassinados e de estupros de mulheres no país. Para lembrar: segundo o Grupo Gay da Bahia, que documenta a violência produzida por homofobia, só neste ano 251 pessoas foram assassinadas por sua orientação sexual. No ano passado, ocorreram 343 assassinatos. Os crimes por homofobia vêm crescendo: entre 2005 e 2014 foram 2181 homicídios e, apenas entre 2015 e 2017, já são 3093. Em 2014, metade dos casos registrados de transfobia letal no mundo ocorreu no Brasil. Este massacre, este que é real, este que se dá sobre os corpos de pessoas, este não produz nenhum protesto ou comoção.

A cada hora, no Brasil, cinco mulheres são estupradas. Isso significa que, enquanto você lê este texto, pelo menos uma mulher já sofreu ou está sofrendo um estupro. E isso são apenas os casos documentados. A estimativa, segundo estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), é de que apenas 10% dos estupros são registrados pela polícia. Assim, o número verdadeiro seria de mais de meio milhão de estupros por ano no Brasil. Este massacre, este que é real, este que se dá sobre os corpos de pessoas, este não produz comoção no país.

Ao denunciar a arte e os artistas como “pedófilos”, o que se produz é o apagamento de um fato bastante incômodo: o de que a maioria das crianças violadas é violada por familiares e conhecidos

Ao denunciar a arte e os artistas como “pedófilos”, o que se produz é o apagamento de um fato bastante incômodo: o de que a maioria das crianças violadas é violada por familiares e conhecidos. Pelo menos um quarto dos casos de violação de crianças tem como autor pais e padrastos. Ocorre, portanto, naquilo que a bancada da Bíblia tenta vender como a única família possível, formada por um homem e por uma mulher.

Essa mesma estratégia faz com que a guerra contra as cotas raciais torne ainda mais invisível o horror concreto: o genocídio da juventude negra e pobre. E o “Escola Sem Partido” desloca o problema real, o desinvestimento na escola pública, justamente a que abriga os mais pobres, para um falso problema, a suposta doutrinação política. E assim, com os males reais sendo invisibilizados e apagados, tudo continua como está. E aqueles que gritam seguem cimentados na mesma posição na pirâmide social.

Para que as milícias sigam arregimentando odiadores é preciso que a compreensão do mundo seja cada vez mais literalizada, por isso é tão importante atingir a cultura, aquela que amplia as subjetividades

O fato de que as mais recentes ofensivas sejam contra a cultura não é um dado qualquer. É também por movimentos culturais surgidos nas periferias do país e apoiados por programas públicos, especialmente nas gestões de Gilberto Gil e de Juca Ferreira, que uma juventude politizada fortaleceu sua atuação. É também nas artes e na literatura que se encontra a maior possibilidade de ampliação das subjetividades. E é a subjetividade que nos ajuda a compreender o mundo em que vivemos para além do que nos é dado para ver.

E isso também não é um detalhe: para as milícias seguirem arregimentando eleitores e odiadores é preciso que a compreensão do mundo siga literalizada – ou seja, sem a possibilidade de recursos como metáforas, ironias e invenções de linguagem. Nesse ritmo, daqui a pouco, quando alguém disser coisas como “boca da noite”, um outro vai rebater com a afirmação de que “noite não tem boca”. É também isso que aconteceu quando muitos olharam para a exposição e só literalizaram o que viram lá, bloqueados em qualquer outra possibilidade de entrar em contato com seus próprios sentidos e realidades inconscientes.

Se os programas policialescos/sensacionalistas colaboraram para a compreensão unidimensional do Brasil, as novas igrejas evangélicas cumpriram o papel de literalizar a linguagem de parte dos brasileiros

Se os programas policialescos/sensacionalistas de TV desempenharam e desempenham um papel fundamental para a compreensão simplista do Brasil e dos problemas do Brasil, ao eleger um “culpado” individualizado, sem tocar em questões de desigualdade racial e social e questões de acesso a direitos básicos como a própria justiça, as igrejas evangélicas neopentecostais cumpriram e cumprem o papel de literalizar a linguagem. Há gerações sendo formadas na interpretação literal da Bíblia, para muitos o único livro que leem. O que milícias como MBL perceberam é a possibilidade de manipular essa mesma matéria-prima, arregimentando massas já bem treinadas em enxergar inimigos e literalizar a linguagem.

Há um ponto nesse episódio que é revelador de onde milícias como MBL querem chegar. É o ponto de encaixe. As milícias sempre vociferaram contra os “vândalos” e “desordeiros” que quebravam fachadas de bancos em protestos contrários à sua bandeira de ocasião. Desta vez, aparentemente investiram contra o Santander, um dos maiores bancos do mundo, ao pregar um boicote. Mas não era contra o Santander, e sim contra o fato de uma exposição que afirmaram ser de “apologia à pedofilia e à zoofilia” ter sido financiada por dinheiro de renúncia fiscal via lei Rouanet. O verdadeiro alvo do ataque é o investimento de dinheiro público em cultura. Se a lei Rouanet tem problemas e pode ser aprimorada, ela significou um investimento importante numa área sempre relegada e que tem sofrido enormemente no atual governo.

Neste ponto, vale a pena perceber quais são os candidatos que apoiam e são apoiados por milícias como o MBL. Em São Paulo, João Doria Jr (PSDB), o político cuja política é se dizer não político. Volta e meia são postadas nos sites das milícias as fotos de Doria serelepando pelo Brasil em seu jatinho particular. Nestes posts, é enaltecido o fato de que ele não gasta dinheiro público para se locomover “a serviço de São Paulo”.

Os milhares que apertam a tecla de “curtir” esse tipo de mensagem podem não perceber que se propagam ali duas ideias que prejudicam a maioria da população: 1) que só ricos podem ser eleitos; 2) que o investimento de dinheiro público é ruim para o Brasil, quando justamente é fundamental para combater a desigualdade e garantir o acesso a direitos básicos que se invista em saúde, educação e transporte público, entre outros temas prioritários. A ideia de que todo investimento público é suspeito ou será desviado para a corrupção é bastante conveniente para políticos e candidatos da política tradicional a serviço do mercado. Quanto menos o Estado atuar e investir em áreas estratégicas para a vida cotidiana e a qualificação da população, há mais espaço para negócios que só crescem pela sua ausência.

Outro exemplo é o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr, também do PSDB, notório apoiador e apoiado pelo MBL. A nota do Santander Brasil foi publicada na página oficial do prefeito, com a afirmação de que “a exposição mostrava imagens de pedofilia e zoofilia”. Horas depois, foi apagada. A milícia desempenhou um papel importante em sua vitória na última eleição. E é para a eleição de 2018 que o MBL vem ensaiando lances cada vez mais ousados, como o da exposição, que pode ter levado alguns de seus apoiadores e apoiados a um afastamento temporário. Mas o que importa é e sempre será o poder das milícias de influenciar eleitores/odiadores.

Um grita: “Pedófilo!”. O outro responde: “Nazista!”. O que muda?

De nada adianta chamar as pessoas que se manifestaram contra a mostra de “ignorantes”, “fascistas” e “nazistas”. É também preciso escutá-los para além do óbvio. E para além do que é dado a ver. Do contrário, aqueles que “entendem a arte” se colocam no melhor lugar para as milícias, o de um polo oposto que iguala a todos no patamar do rebaixamento e produz o apagamento das diferenças. Um grita: “Pedófilo!”. O outro responde: “Nazista!”. O que muda? Se estes são “os que entendem”, há que usar esse entendimento para não fazer o jogo das milícias.

Também não adianta gritar que as pessoas não compreendem o que é arte. Se parte significativa da população não teve e não tem acesso à arte é também porque os privilégios se mantêm intactos neste país graças a muita gente que entende de arte. E nada, muito menos a arte, deve estar protegida do debate. O ataque é abusivo. O debate é necessário.

Há diferenças entre as milícias que lideram os ataques e aqueles que elas conseguem arregimentar para os ataques. É importante compreender essas diferenças e aprender a dialogar com elas. Durante a semana passada, por exemplo, evangélicos replicaram mensagens enviadas por seus pastores contra a mostra e a “apologia à pedofilia”. Mas algumas destas pessoas, com quem conversei, estavam replicando a mensagem ao mesmo tempo que participavam ativamente de debates públicos sobre direitos humanos e maior investimento no SUS. Estas, por exemplo, são pessoas com quem é possível conversar. E este é apenas um exemplo. É um erro confundir os líderes das milícias com aqueles que ocasionalmente lideram. Assim como é um erro colocar o complexo mundo evangélico brasileiro no mesmo escaninho.

A crise, como não custa repetir, é também de palavra. Ou principalmente de palavra. E o esvaziamento das palavras é algo poderoso. Como o “livre” do Movimento Brasil Livre (MBL). Ou como “Escola Sem Partido”, um projeto que toma vários partidos. Mas as palavras que os confrontam já se esvaziaram. Como “fascista”, que já pouco ou nada diz. E agora também “nazista” já se desidrata. Para uma parte significativa da população, os conceitos de “direita” e “esquerda” pouco significam. E “pedófilo” agora pode ser alguém que pintou um quadro. Assim como as gentes na internet vão virando fantasmagorias, as palavras também.

A literalização da linguagem é apenas uma das faces da crise da palavra. Os brasileiros sempre tiveram uma linguagem riquíssima, complexa, de invenção, povoada por subjetividades. Guimarães Rosa, um dos maiores ícones da literatura brasileira, bebeu nesta fonte – e não o contrário. Alguns dos melhores momentos da música brasileira foram paridos por essa inventividade ousada. É o teatro quem tem melhor dado conta do atual momento do Brasil.

É nesta resistência que é preciso apostar. E para isso é preciso investir muito no fortalecimento dos movimentos culturais. E é preciso fazer a disputa também ou principalmente pela linguagem. Quando tantos gritam “pedófilo” é preciso escutar e responder de forma que o diálogo seja possível. Quem ganha com o esvaziamento das palavras já sabemos. Quem perde nem sempre percebe que perde.

Aqueles que investem no terror sabem apenas como começa. Mas como ignoram a história e apostam na desmemória, não aprenderam uma lição básica: quando se manipula medos e ódios, o controle é apenas uma ilusão. Nunca se sabe até onde pode chegar nem como acaba. Fonte: https://brasil.elpais.com

*Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficção Coluna Prestes - o Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém vê, O Olho da Rua, A Menina Quebrada, Meus Desacontecimentos, e do romance Uma Duas. Site: desacontecimentos.com Email: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. Twitter: @brumelianebrum/ Facebook: @brumelianebrum

Pela primeira vez, o Fórum Mundial da Água ocorrerá em um país do Hemisfério Sul. O potencial hidrográfico fez com que o Brasil fosse escolhido como sede. Para o diretor executivo do 8º Fórum Mundial da Água, Ricardo Andrade, um dos principais objetivos é chamar a atenção do cidadão comum. A reportagem é de Olga Bardawil, da Agência Brasil, 08-01-2018.

“É fazer com que o tema água entre na agenda do dia a dia do cidadão. Não só do cidadão mobilizado, aquele que discute o tema da água, mas daquele cidadão comum, que acha que a água nasce na torneira, que para ter água limpa precisa de torneira limpa, que não tem a percepção da importância de cuidar bem da água”, destaca.

Andrade é diretor de Gestão da Agência Nacional de Águas (ANA) e um dos 50 profissionais responsáveis pela organização do Fórum Mundial da Água, que ocorrerá em Brasília entre os dias 18 e 23 de março.

Ele ressalta que a realização do fórum é um desafio. “Alguns falam que teremos 30 mil participantes. Outros dizem que pode ser até mais do que isso. Mas a nossa pretensão não é fazer o fórum com o maior número de participantes, mas um fórum que de fato transforme a discussão política sobre a água, que eleve nossa preocupação com o tema da água. Acho que esse poderá ser o principal legado do Fórum.”

Veja a seguir os principais trechos da entrevista de Ricardo Andrade à Agência Brasil:

Eis a entrevista.

O que levou o Brasil a ser escolhido para sediar o Fórum Mundial da Água?

Vamos começar pelo papel da ANA, que é uma instituição nova, com apenas 17 anos – foi criada em 2000. Por ser uma agência nacional, que não tem escritórios regionais, mas atua em todo o país por meio de parcerias com órgãos estaduais, a ANA sempre buscou parcerias no exterior. A partir daí, marcamos presença no Conselho Mundial da Água (CMA), que é o promotor do Fórum Mundial da Água. A realização do fórum no Brasil se tornou quase que uma obrigação. E aqui há um ponto que precisa ser bem esclarecido: é o de que isso não foi uma iniciativa da ANA. A agência foi provocada. As diversas instituições brasileiras ligadas à água se reuniram e entenderam que estava na hora de realizar o fórum na América do Sul. E isso se justificava com o argumento de que o Brasil tinha o que mostrar: a maior oferta hídrica individual do mundo.

Como o país está lidando com esse desafio?

É um desafio, sem dúvida. Alguns falam que teremos 30 mil participantes. Outros dizem que pode ser até mais do que isso. Mas a nossa pretensão não é fazer o fórum com o maior número de participantes, mas um fórum que de fato transforme a discussão política sobre a água, que eleve nossa preocupação com o tema da água. Acho que esse poderá ser o principal legado do fórum. Uma das expectativas é fazer com que a água entre na agenda do dia a dia do cidadão. Não só do cidadão mobilizado, aquele que discute o tema da água, mas daquele cidadão comum, que acha que a água nasce na torneira, que para ter água limpa precisa de torneira limpa, que não tem a percepção da importância de cuidar bem da água.

Como é essa presença brasileira no Conselho Mundial da Água?

Desde 2003, a ANA atua no conselho, mas em 2009, resolvemos ampliar um pouco essa presença, porque a agência estava mais madura e queria ter uma representatividade maior. E dada a importância do Brasil na questão da água e a liderança que o país exerce nesse tema, a ANA passou a liderar o processo de engajamento internacional. Hoje, o presidente do Conselho Mundial da Água é um brasileiro, o professor Benedito Braga, representante da Escola Politécnica da Universidade São Paulo e atual secretário de Saneamento do estado de São Paulo. O Brasil tem ainda quatro governadores no Conselho.

Por que o senhor acha que falar em maior oferta hídrica passa a impressão de a água ser inesgotável?

Porque dá a sensação de que nós temos muita água, que ela nunca vai acabar e que não temos que nos preocupar com ela. E isso não é verdade. Nós temos essa água, sim. Mas onde tem água não tem gente e onde tem gente não tem água. Na Amazônia, tem água mas não tem gente. No Nordeste, em quase todo o litoral brasileiro, tem gente mas não tem água. E onde tem água e tem gente, muitas vezes, a água não é bem cuidada. É poluída, desperdiçada. Então, passando por essas reflexões, entendemos que era o momento de oferecer ao Conselho Mundial da Água a oportunidade de trazer o Fórum para o Hemisfério Sul.

Partindo dos resultados dos fóruns anteriores, o senhor diria que houve realmente um progresso na discussão do tema da água, desde o primeiro lá no Marrocos?

Um fato inédito, por exemplo: nós temos um compromisso de desenvolvimento sustentável especifico para a água. Dizer que isso é resultado apenas das discussões ocorridas nos Fóruns Mundiais da Água talvez seja exagerado, mas dizer que os Fóruns Mundiais da Água não tiveram nada a ver com isso seria leviano e falso. Então, acho que os fóruns contribuíram sim para a discussão, mobilizaram a sociedade, e os seus resultados são reais. Hoje, você tem dezenas de eventos sobre água em diferentes regiões do mundo a cada ano. Sempre mobilizando as populações locais, a sociedade, os governantes.

Como esses eventos podem, de algum modo, trazer soluções?

Não se consegue oferecer água de boa qualidade no tempo certo e no lugar correto se não tiver financiamento, se não tiver uma boa governança. Não adianta oferecer água se não tratar o esgoto, porque aí o manancial que se tinha para oferecer água perde a qualidade. E aí passa a se ter um problema de quantidade não porque falta água, mas porque falta qualidade. Então, o grande desafio, de fato, está nessa linha. Os investimentos do governo avançaram, a conscientização da população avançou. Estamos avançando, temos ainda muito a progredir, mas organizações como a ANA, as agências reguladoras estaduais, as companhias de saneamento, os governos, no Brasil em especial, têm trabalhado incansavelmente para melhorar os índices de qualidade de vida.

O senhor acredita que o Fórum Mundial da Água no Brasil vai ampliar essa compreensão do tema?

Há um dado interessante que eu poderia citar a partir das reuniões preparatórias do fórum que tivemos em Brasília. Uma ocorreu em junho de 2016, antes da crise hídrica, e outra em Abril de 2017, durante a crise por que passa a capital. Na primeira reunião, 30% do público eram de moradores locais. Na segunda, esse público local era de 60%. Qual a diferença entre as duas reuniões? Em 2016, tínhamos normalidade no abastecimento de água e, em 2017, tínhamos uma situação de crise instalada. Os sinais são muito claros de que o fato de a crise estar instalada aumentou o interesse pelo tema água. Então, é possível que o fato de se correr o risco de não ter págua em casa leve as pessoas a refletir sobre a água disponível, a necessidade de economizá-la, de usar essa água racionalmente, de protegê-la de certa forma, de cobrar os governantes, e não apenas os governantes, mas o cidadão, seu próprio vizinho. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

“Hoje é dia de agradecer e muito ao bondoso Deus pelas maravilhas que ele realiza a cada segundo em minha vida!!!! Neste meu aniversário de 35 anos elevo a Deus uma prece de gratidão e fico maravilhado pelas vitórias alcançadas em minha vida nestes últimos tempos.... Celebro a vida e a vida em comunhão, pois a minha vida a ti ó Deus eu quero entregar!!! Viva ao meu dia de nascido”!!! Frei Tiago Oliveira da Cruz, O. Carm. Fonte: Facebook

Todos computadores em risco: os seus, o meu. Smartphones e tablets também. O roubo de dados dessa vez não está ligado a alguma cyber-guerra entre Estados, mas ao crime cibernético que tem como alvo todos nós. Um flagelo maciço. O Silicon Valley sabia e calou-se: a ética dos Donos da Web afunda cada vez mais. Não nos consola a criatividade linguística daqueles que batizam essas pragas: Spectre, como o vilão supremo de um filme de James Bond, Meltdown, como a fusão nuclear de uma Central enlouquecida. As falhas na segurança dos computadores pessoais dizem respeito à maioria dos produtos vendidos nos últimos 15 ou 20 anos. Tablets e smartphones são igualmente vulneráveis, especialmente se usam a memória armazenada na "cloud computing". A reportagem é de Federico Rampini, jornalista italiano, radicado nos EUA, publicada por Repubblica, 06-01-2018.

Esta é a nuvem digital que quase todos nós usamos, sem mesmo sabê-lo, ou por recomendação dos fabricantes, a fim de "proteger" os nossos dados!

Basta um aplicativo infectado em seu smartphone, um programa infectado no seu computador, ou apenas um malware escondido em uma janela publicitária que aparece por um rápido instante. Alguém pode roubar dados valiosos, não só privativos, mas senhas, cartões de crédito, acesso a contas bancárias, sistemas de pagamento. Nenhuma marca está imune: da Apple à Microsoft e ao Google, todos estão nessa. E antes deles os fabricantes dos microprocessadores que são a mente de cada dispositivo digital: Intel, AMD, ARM. A nata da Silicon Valley, a vanguarda da modernidade, o capitalismo jovem e descolado.

Mas foi preciso todos esses anos para descobri-lo? "São falhas catastróficas, no caso do Spectre, talvez não exista remédio possível nem hoje nem nunca, não pode ser excluído que a única solução seja jogar no lixo todos os aparelhos e comprar novos", escreve o especialista Bruce Schneider de Harvard. Severo nos julgamentos, mas no final ele também dominado pela lógica perversa que impera naquele mundo: em que "eles" erram e nós pagamos.

Calados, reticentes até o fim, os Donos da Web. Uma obra-prima de hipocrisia é a declaração da Intel divulgada na última quarta-feira: tenta tranquilizar os usuários (e aqui estamos falando de bilhões de pessoas) afirmando que as falhas chamadas Spectre e Meltdown "não modificarão nem apagarão os seus dados". Mas este não é o ponto, o problema é a vulnerabilidade ao roubo de informações confidenciais e valiosas.

É angustiante mergulhar na leitura de comunicados onde as várias empresas distribuem fartamente conselhos sobre como nos defendermos. Não só as instruções para os remédios são complicadíssimas, coisa de profissionais, mas a situação é ainda pior: a premissa é perversa, nos pedem para arregaçar as mangas e começar a trabalhar para consertar os seus desastres. É como se um fabricante de automóveis, tendo descoberto que um modelo tem um grave defeito de fabricação, enviasse aos clientes um manual para que ele arrume o carro sozinho.

A comparação com a indústria automobilística, ou outros setores da velha economia, é pertinente e deve ser examinado a fundo. Em outra época histórica, ou seja, na América dos anos 1960 e na Europa dos anos 1970-80, aconteceu um movimento chamado de "consumerismo". Graças às relações de forças favoráveis, nós consumidores conquistamos direitos importantes, aos quais correspondiam responsabilidades específicas por parte da indústria. Podem chamá-lo de "accountability", se preferirem o termo em inglês. As consequências concretas foram significativas. Se um modelo de carro tinha algum defeito automaticamente incidiam sanções, a obrigação de retirar do mercado tal modelo, de resolver os defeitos a cargo do fabricante. Ônus semelhantes foram impostos a muitos bens produzidos em massa, da indústria de alimentos aos eletrodomésticos.

Nada de similar existe hoje para os produtos mais presentes e dominantes de nossa época: os dispositivos digitais, ou melhor, os softwares que são a sua alma. Entre uma época e outra temos no meio uma reversão dramática nas relações de forças. Regular o capitalismo está fora de moda, especialmente nos Estados Unidos, que abriga os gigantes da economia digital. Os novos donos se declaram progressistas, mas ignoram a ética da responsabilidade. Por trás da máscara da modernidade, o Silicon Valley em muitos aspectos revela atrasos perturbadores: isso vale para os comportamentos anti-sindicais, a construção de oligopólios que sufocam a competição e as desigualdades salariais no setor. E vale para o tratamento reservado a nós consumidores: se o último gadget que prometia maravilhas tem sérios problemas, vamos nos virar com o manual faça-você-mesmo para dar um jeito. Naquele mencionado passado, haveria uma discussão sobre alguma ação coletiva, sobre o ressarcimento de danos. Esses direitos, hoje, parecem pertencer a uma espécie de paraíso perdido. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

Bandidos armados explodiram caixas eletrônicos do Banco Santander dentro do Condomínio Vila Residencial, em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio, na madrugada desta segunda-feira. Um segurança foi feito refém na ação criminosa. O bando ainda queimou dois carros e fugiu pelo mar, de lancha.

Segundo testemunhas contaram a policiais militares do 33º BPM (Angra dos reis) que estiveram no local, os bandidos chegaram ao condomínio, que fica na Estrada Rio-Santos, em dois carros. Eles renderam os seguranças da portaria, levando das vítimas armas e celulares. Um dos vigilantes foi levado como refém.

O bando seguiu para o local onde ficavam os caixas eletrônicos e os explodiram. Logo depois, liberam o segurança. Dois carros foram queimados pelos criminosos, que fugiram na lancha. Ainda não há confirmação se o dinheiro dos caixas foi levado.

O perfil "Angranews", do Facebook, publicou uma sequência de fotos que mostram os carros ainda em chamas, assim como a destruição no local onde estavam instalados os caixas eletrônicos.

O local do crime está isolado para a realização de uma perícia da Polícia Civil. O caso será investigado pela 166ª DP (Angra dos Reis). Fonte: https://extra.globo.com

Frei Jerry, O. Carm. da Basílica do Carmo da Bela Vista, São Paulo, na Missa no Carmo da Lapa/RJ neste domingo, 7. 

Um helicóptero da Graer fez o resgate das vítimas; Apenas uma está em estado grave

Um acidente envolvendo dois carros deixou dez pessoas feridas no Km-53 da BA-099, em Praia do Forte na manhã deste domingo (7).

Segundo informações da SSP, um helicóptero da Graer (Grupamento Aéreo no interior do Estado) fez o resgate das vítimas que foram encaminhadas para os hospitais do Subúrbio e Geral de Camaçari. Agentes do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) e uma ambulância da concessionária que administra a rodovia também auxiliaram nos primeiros socorros.

“Chegamos rápido e conseguimos prestar os primeiros socorros às vítimas. Felizmente todos foram levados conscientes”, declarou o comandante do Graer, tenente-coronel Renato Lima em nota. Fonte: http://bahia.ba

Os pais sempre querem o melhor para seus filhos. Eles esperam que sejam saudáveis, inteligentes, respeitosas, gentis e, se possível, que pratiquem algum esporte para manter a mente e o corpo saudável. Todas essas virtudes e mais tinham Lanna Hamann, com apenas 16 anos.

Tudo estava planejado para um dia perfeito. Lanna estava de férias com sua família e alguns amigos; O lugar escolhido eram as belas praias do México. Depois de fazer um passeio pelas lojas e praticar várias atividades esportivas, como de costume, a jovem começou a se sentir mal.

Seus amigos relatam que estavam na praia quando isso aconteceu. Lanna entrou em colapso na areia; os paramédicos chegaram imediatamente, mas era tarde, ela havia morrido. Minutos depois, eles disseram que a razão era um ataque cardíaco.

A família e os amigos não podiam acreditar. Como uma menina tão jovem, saudável e cheia de vida acabou assim? Hoje, a mãe, desconsolada, sabe que nada vai devolver a sua filha, mas quer que todos saibam o que está por trás da morte súbita de Lanna para que não haja mais vítimas. Ela relata que fizeram todos os exames necessárias para encontrar a causa da morte.

Os médicos determinaram que o ataque cardíaco foi causado por algo que a menina tinha bebido. Ao rever tudo o que fizeram naquele dia, a mãe lembrou que Lanna queria passar por inúmeros lugares e realizar tantas atividades quanto possível, e para evitar a fadiga durante todo o dia, ela tomava bebidas energéticas em vez de água.

Os especialistas dizem que o consumo de bebidas energéticas tem vários efeitos, principalmente gerados pelo alto teor de cafeína. Estudos realizados na Universidade Johns Hopkins determinaram que a ingestão desproporcional provoca aceleração da freqüência cardíaca, aumento da adrenalina, desidratação, gastrite, dano e alterações nos nervos e rins, entre outros.

Uma dessas bebidas é equivalente a aproximadamente quatro cafés. Lanna bebeu cerca de 6 latas e seu corpo não conseguiu suportar, porque o consumo dessas bebidas deveria ser ocasional e não em doses excessivas.

A família de Lanna quer que todos conheçam sua história, porque as bebidas energéticas são compradas gratuitamente, independentemente de você ser mais novo ou mais velho, o que torna seu consumo mais acessível e arriscado. Cuide-se e cuide da sua família, a morte pode ser escondida mesmo em bebidas que prometem ” nos encher de vida “. Fonte: https://onoticioso.com

Em uma repetição neurótica, este ano começou da mesma forma que 2017. Rebeliões em Aparecida de Goiânia, no Complexo Agroindustrial do Regime Semiaberto, estamparam as manchetes da semana, que logo serão esquecidas se o fenômeno repetir as dinâmicas das tragédias nos presídios no início de 2017. Passou da hora do Estado assumir uma nova visão em relação à Política Nacional de Segurança Pública e, consequentemente, em relação aos cárceres brasileiros.

As rebeliões e mortes em cadeias no Brasil são sintomas claríssimos do resultado de políticas irracionais, que deveriam ser pensadas de forma transversal junto a temas como a descriminalização das drogas, o racismo, o encarceramento em massa e o punitivismo do Estado. São estes os temas a serem debatidos a fim de que encontremos o caminho para repensar o sistema carcerário brasileiro, partindo de uma perspectiva que não seja a atual.

A vida dos presos em geral é sempre banhada a massacres, mortes, proliferação de doenças e muita violência, tudo isso em um ambiente superlotado e completamente insalubre. Por exemplo: a capacidade do presídio de Aparecida de Goiânia, palco das mais recentes rebeliões, é de 468 presos. No dia da última vistoria o prédio estava com 1.153 presos, segundo relatório do CNJ.

A vida dos familiares de quem está preso também funciona como uma extensão destes horrores: de acordo com um levantamento realizado no presídio de Aparecida de Goiânia, em diversos momentos crianças presenciaram relações sexuais de seus pais em dias de visita íntima, por falta de espaços adequados e descuido das administrações.

Pode parecer, num primitivo e raso julgamento, que o ideal seria manter todas essas pessoas presas. Afinal de contas, a lógica do senso comum supõe que elas cometeram algum crime, em outro caso estariam livres, já que o sistema não falha. Acontece que essa situação calamitosa é o reflexo de um sistema proibicionista que oprime, mata e continua segregando, em sua esmagadora maioria, as pessoas pobres, pretas, jovens e periféricas.

Uma das principais estruturas da lógica do encarceramento no Brasil é a ampliação de um Estado autoritário, proibicionista, racista e punitivista, que garante o andamento do projeto de superlotação das prisões, servindo como uma das mais fortes engrenagens da injustiça social. A lógica reside em proteger os interesses das classes incluídas econômica e socialmente, enquanto o pobre, preto, jovem, usuário de drogas ou morador de comunidades periféricas vai parar na cadeia, facilmente apontado como bandido.

Os altos índices de presos no país simbolizam uma das maiores contradições do nosso sistema, visto que a maioria deles não representam grande risco à sociedade. A maior parte da população carcerária é composta por pessoas sem antecedentes criminais, acusadas de roubos, crimes contra a propriedade ou até mesmo aguardando julgamento.

Portanto, o sistema Judiciário deveria encontrar formas de enfrentar satisfatoriamente o desafio de reduzir a população carcerária, avaliando os direitos dos presos e analisando com cautela questões como a insalubridade das masmorras brasileiras, fator que gera doenças e faz com que presos morram como ratos em celas superlotadas; as violações aos Direitos Humanos nos presídios, reflexo de um Judiciário punitivista e caolho; o direito à progressão de pena, que tem falhado em muitos casos; as prisões temporárias, que seguem à espera de julgamento por falta de fôlego do judiciário e por falta de assistência jurídica para os presos; etc.

Também é importante ressaltar que desde que a Lei de Drogas foi sancionada, em 2006, o número de presos aumentou exponencialmente, fato que denuncia uma direta relação entre a política de drogas vigente e o encarceramento em massa – sem sombra de dúvidas, o principal fator agravante do caos no sistema prisional.

No Brasil temos uma das maiores populações carcerárias do mundo. E veja só: caminhamos para a primeira colocação no ranking. Só aqui em Goiás a população carcerária aumentou em 64% nos últimos quatro anos, segundo dados publicados pelo CNJ.

Também é preciso responsabilizar a mídia, que provoca uma reflexão rasa na opinião pública ao fantasiar em relação aos reais motivos da violência dentro dos presídios. Dizer que as brigas entre facções são o principal motivo destas rebeliões é muito pouco, afinal sabemos que as rixas são naturais e previsíveis nestes ambientes, dando margem a todo tipo de prevenção.

Não restam dúvidas: as prisões já não são opções viáveis econômica e socialmente. Elas deveriam ser a exceção, enquanto a liberdade deveria ser a regra.

Por que não desistir da guerra contra as drogas e seguir o caminho da legalização, conforme apontado pelo colega colunista Jean Wyllys em sua última coluna para a Mídia Ninja? Por que não enfrentar a cultura da prisão como regra e transformá-la em exceção? Por que não repensar as estruturas e ações militares que fazem prisões em flagrante e abordagens suspeitas nas periferias? Por que não assumir que passou da hora de olharmos para aqueles que consideramos indesejáveis com maior empatia? A quem serve seguir varrendo para baixo do tapete? Fonte: http://midianinja.org/