Dom Paulo Mendes Peixoto

Arcebispo de Uberaba (MG)

 

Essa Semana não é diferente daquelas de outros anos, com abertura no Domingo de Ramos, na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, capital da fé do Povo de Deus daquele tempo. Os ramos trazidos pelas pessoas representam a alegria pela presença daquele, apresentado pelos profetas, como a esperança para todos. Ao lado da esperança, estava a preocupação das autoridades de Jerusalém.

Na visão comum da sociedade de então, o rei, que ia nascer, profetizado na literatura do Antigo Testamento, viria como sendo o “salvador da pátria”, com capacidade além do que tinham os reis de seu tempo. Essa ideia causava espanto para as autoridades, e isso foi confirmado quando Jesus é acolhido pela multidão quando entrou, montado em um jumento, na cidade de Jerusalém.

A profundidade do mistério que envolve Jesus Cristo escapa aos olhos da cultura moderna, carente de fé. Não é fácil entender que, na paixão e morte do Senhor, estava o germe da vida cristã, culminando com a Ressurreição, com a Páscoa e com uma vida nova. Acompanhar esse itinerário da Paixão de Cristo na Semana Santa, em novos tempos, é ressignificar a dimensão do mistério da vida.

Já são mais de dois mil anos de cristianismo e os objetivos proféticos da vinda e da vida de Cristo ainda não atingiram o que fora proposto como aliança de Deus com o mundo. O mistério de Deus é colocado em segundo plano, ascendendo cada vez mais as práticas de tudo aquilo que degrada a dignidade da vida humana e o desrespeito para com a natureza, criada para o bem de todos.

A sensibilidade da Semana Santa toca no coração de quem admira Jesus como Deus e Homem, aquele que se despojou de todos os tipos de dignidade próprios de um rei. Foi realmente um caminho difícil, de martírio e de morte, assumido com liberdade e consciência clara quanto aos objetivos desse projeto do Pai. Foi como a semente plantada num campo, que morre para gerar nova vida.

O martírio vem acontecendo na vida de muita gente. É só olhar para a situação dos milhares de refugiados dos últimos tempos. No momento o mundo está sendo sensibilizado diante dos migrantes venezuelanos, dos ucranianos forçados a sair de seu país, sem rumo e sem perspectiva de futuro, buscando refúgio em outros países. A Paixão de Cristo, da Semana Santa, se repete na vida das pessoas. Fonte: https://www.cnbb.org.br

 

LÍLIAN BERALDOCOLABORAÇÃO PARA ECOA, DE BRASÍLIA (DF)

Ajudar o mundo a ser um lugar melhor para todos sempre foi o sonho de frei David dos Santos, 69. A busca por uma sociedade mais igualitária ganhou forma e objetivo em um momento crucial de sua vida: descobrir-se negro no Brasil. Foi a partir dessa autopercepção - e de tudo o que ela carrega - que frei David pautou sua vida e militância.

Ainda nos anos 1960, durante a ditadura militar, o jovem David já se angustiava por ver o sofrimento do povo brasileiro com crescimento de pessoas empobrecidas e do processo de favelização. Uma pergunta não saía de sua cabeça: "qual a minha missão nisso tudo?"

À época, ele avaliou o cenário e pensou que poderia ajudar o país sendo diplomata. "Fui para o Itamaraty, quando ele ainda era no Rio de Janeiro, pedir informação sobre o que fazer para ser diplomata. Lá, a pessoa que me atendeu foi bastante grosseira e falou que não conhecia diplomata negro. Falei: mas eu quero ser diplomata negro. Qual o problema? Não é um espaço público? E ele: 'Você fala inglês? Fala francês? Alemão? Esse espaço não é para você'."

A porta fechada foi decisiva para que ele mudasse os rumos profissionais, mas não para abandonar o sonho de transformar o planeta.

A ditadura militar se tornava mais e mais violenta e o jovem começou a pensar em alternativas e instituições que pudessem enfrentar o poder vigente, mas com menos danos pessoais. Ele encontrou na Igreja Católica a aliada que procurava e foi estudar no Seminário de Petrópolis (RJ).

Eu quis ser frei para ajudar os pobres sem ser classificado pela ditadura como comunista. Foi o meu processo de doação radical a essa causa. Uma busca de como servir ao mundo.

Frei David, ativista e fundador da Educafro

 

Cursinho para pobres e negros

Durante um evento para adolescentes negros na Baixada Fluminense, frei David perguntou quantos da plateia estavam se preparando para entrar no ensino superior. A resposta foi muito diferente da que ele esperava. Apenas duas pessoas das mais de 100 presentes tinham a intenção de seguir os estudos.

"O passo seguinte foi criar o pré-vestibular comunitário para jovens pobres poderem se preparar para disputar o espaço com os ricos e fazerem a sua faculdade", conta. Surgiu assim a Educafro, ONG que há mais de 30 anos ajuda jovens pobres, em especial negros, a entrarem em universidades em todo o país.

Com sede em São Paulo, a Educafro já garantiu o acesso ao ensino superior a cerca de 100 mil pessoas e esteve à frente de importantes conquistas da população preta e parda, como a Lei de Cotas nas universidades.

 

Sementes e vidas transformadas

Um dos muitos alunos a passar pelos bancos da ONG foi o assessor parlamentar Ewerton da Silva Carvalho, 30. "Quando eu cheguei, não tinha perspectiva nenhuma de vida. Minha família é muito pobre, não tinha condição de me ajudar nem com passagem", relembra o advogado.

"A Educafro me ajudou a tornar real esse sonho. Foi lá que eu descobri cursinhos comunitários, a existência de políticas de cotas, a entender sobre política. E isso me ajudou a entrar na faculdade sabendo qual era o meu lugar na sociedade", conta Ewerton, que fez cursinho pré-vestibular na instituição e conseguiu uma bolsa de 100% no Programa Universidade para Todos (Prouni).

O advogado credita sua formação profissional e humana aos trabalhos de frei David. "Considero o frei David como um pai. Uma pessoa que moldou o meu caráter todos esses anos. Aprendi muitas coisas com ele. Concordei e discordei", conta Ewerton. A passagem pelo projeto foi tão importante que hoje atua no setor jurídico da Educafro e representa a instituição no Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social do Ministério da Justiça.

Também formada em direito, Keit Lima, 30, afirma que frei David é uma das pessoas mais comprometidas com a equidade racial e com a diminuição da desigualdade no Brasil. "Falar sobre a Educafro é falar sobre comprometimento e coletividade. É uma organização que transforma vidas, e eu sou uma dessas vidas", afirma Keit, que conheceu a Educafro em 2009 e foi aluna da ONG.

 

Acesso à educação e oportunidades de trabalho

Outra linha de atuação da Educafro é a luta pela garantia de um sistema de cotas, não apenas na educação, mas em diversas áreas. No início dos anos 2000, quando as ações afirmativas começaram a ser pensadas no Brasil, frei David era voz potente em prol da população negra e presença constante nos debates e na imprensa.

As primeiras experiências de cotas raciais começaram a ser implantadas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em 2003, e na Universidade de Brasília (UnB), em 2004.

Quase uma década após a criação das primeiras políticas de reserva de vagas para pretos e pardos no ensino público brasileiro, a Lei de Cotas (Lei 12.711/2012) foi aprovada com abrangência nacional, incluindo como critério de reserva de vagas não só a raça como a condição socioeconômica.

"Lotar a votação de negros e negras gritando por seus direitos foi a grande diferença. Se deixasse só na mão de deputados e senadores, até hoje, não teria cota para negro", lembra David das caravanas de jovens até o Congresso Nacional.

Com a conquista das cotas no ensino superior e o consequente aumento de pretos e pardos com graduação, a Educafro estendeu sua linha de atuação para cursinhos preparatórios para concursos de grande visibilidade econômica e social.

"Temos preparatório para concursos do MPF, da Defensoria, de cartórios, de magistratura e assim vai. Atendendo as pessoas que já ganharam reforço da Educafro pelas cotas, na graduação, e agora precisam de reforço, via curso, para entrada em vagas de alta demanda em que não se tem negros", explica. Para essa empreitada, frei David pede apoio de instituições e entidades para que ofereçam bolsas em parceria com a Educafro.

 

Vitória recente

Na luta incansável para inclusão de pretos, pardos e pobres, frei David comemora uma conquista recente: a aprovação, pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), das cotas para afrodescendentes nos concursos de cartórios. Segundo ele, foram 3 anos de batalhas até aprovação da reserva mínima de 20% das vagas para negros. A resolução é válida para os cartórios nos 27 Tribunais de Justiça do Brasil.

A aprovação não escapou de polêmicas e, segundo ele, escancara o racismo ainda presente na sociedade. "No edital do concurso de cartório para o Tribunal de Justiça de São Paulo, por exemplo, estava expresso que os pobres - e os negros são pobres - tinham só um dia para fazer a inscrição com isenção de taxa. Quem é rico tinha 30 dias para fazer a inscrição. Nós, negros, somos as grandes vítimas dessa exclusão. O racismo estrutural está aí", critica. No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 56,2% da população se declara negra.

 

Processos como arma contra racismo

Em uma sociedade estruturalmente racista, a Educafro busca novos mecanismos para combater essa violência direcionada à população negra. Depois de muitos anos de estudo sobre o tema, a entidade compreendeu que uma importante frente de trabalho é a abertura de processos por danos coletivos - uma prática pouco usual no Brasil.

"Tinha um episódio de racismo, fazíamos passeata, chorávamos e acabava por ali. Agora, tem também o processo contra o causador do racismo pedindo danos coletivos", afirma.

Para frei David, essa é uma importante batalha que mostra o amadurecimento da população afrodescendente brasileira. "É mais uma maneira de mostrar que o povo negro está atento e com mais consciência de direitos." Fonte: https://www.uol.com.br

 

Fortes chuvas em Angras dos Reis causam deslizamentos em Angra dos Reis; levantamento parcial elaborado por técnicos da prefeitura em 2019 identificou que mais de 14,6 mil imóveis estão em áreas de risco na cidade Foto: Prefeitura de Angra dos Reis/via Reuters - 02/04/2022

Entre os bairros mais ameaçados, está Monsuaba (com 501 edificações), o mais afetado pela chuva que atingiu a Costa Verde do Rio nos últimos dias, causando deslizamentos e mortes

 

Priscila Mengue, O Estado de S.Paulo

Levantamento parcial elaborado por técnicos da prefeitura de Angra dos Reis em 2019 identificou que mais de 14,6 mil imóveis estão em áreas de risco. Entre os bairros mais ameaçados, está Monsuaba (com 501 edificações), o mais afetado pela chuva que atingiu a Costa Verde do Rio nos últimos dias, causando deslizamentos e mortes.

O mapeamento não informa a classificação de risco dos locais (de baixo a muito alto). Segundo o documento, a avaliação foi feita in loco, por meio de vistorias em conjunto com a Defesa Civil.

Em 2013, o Departamento de Recursos Minerais (DRM-RJ) publicou o Diagnóstico Sobre Risco a Escorregamentos no Estado do Rio, no qual apontava Angra dos Reis, Niterói, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo como as cidades com mais setores de risco iminente. Petrópolis, na região serrana, teve a maior tragédia da sua história neste ano, com 234 mortos após um temporal recorde em fevereiro.

(As regiões têm) Características que apontam para uma possibilidade muito alta de ocorrência de escorregamentos com danos: vertentes íngremes, amplitudes topográficas expressivas, maciços rochosos fraturados, depósitos de tálus e solos residuais dispostos diretamente sobre rocha, combinadas com ocupação urbana densa e vulnerável”, aponta o documento do DRM-RJ.

O documento reconhece que desastres não são um risco só quando há eventos extremos. Ele ressalta que há locais com “alta probabilidade de ocorrência de escorregamentos com danos, mesmo num cenário de chuvas não excepcionais, ou seja, chuvas regulares que ocorrem todos os anos, principalmente no verão”.

O Plano de Emergência do Estado, de 2020, admite “grande dificuldade de realocar e remover grandes contingentes populacionais em uma região de topografia acidentada”, como a Região Serrana, Costa Verde, Sul Fluminense, entre outras. Isso, continua o documento, é “um dos maiores entraves a qualquer política que vise ou venha a objetivar a prevenção de desastres naturais.” Cientistas dizem que eventos climáticos extremos ficarão cada vez mais frequentes com o aquecimento global.

 

Levantamento de 2011 aponta 318 casas em risco em Paraty

Uma carta geológica elaborada pelo Departamento de Recursos Minerais (DRM-RJ) em 2011 apontou 38 setores de "risco iminente a escorregamentos" em Paraty, incluindo 318 casas, além de outros imóveis, como escolas, pousadas e bares. Na época, a estimativa era de que 1.274 pessoas estavam “sob risco”.

No Plano de Contingências do Estado do Rio de Janeiro Para Chuvas Intensas - Verão 2021/2022, é destacado que "desastres no Estado do Rio de Janeiro têm ocorrido com frequência e intensidade e acompanham a expansão desordenada das áreas urbanas e também devido às mudanças climáticas globais". "As necessidades estruturais, humanas e ambientais, bem como as políticas públicas que, em geral, não contemplam de forma eficiente o tema desastre, refletindo no aumento do número de mortos, feridos, causando danos e prejuízos públicos e privados vultosos, insegurança de investidores e estagnação econômica do Estado." Fonte: https://brasil.estadao.com.br

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

 

         O fruto de uma autêntica penitência, que é a conversão do coração a Deus, pode perder-se se cai na tentação, que não é só de épocas remotas, de tentar esquecer que o pecado é pessoal com consequências sociais e comunitárias. Deus quer que o pecador se converta e viva, mas este deve cooperar com o arrependimento e com as obras de penitência. No seu sentido próprio e verdadeiro, o pecado – dizia São João Paulo II –  “é sempre um ato da pessoa, porque é um ato de um homem, individualmente considerado, e não propriamente de um grupo ou de uma comunidade.

         Descarregar o homem dessa responsabilidade seria obliterar a dignidade e a liberdade da pessoa, que também se revelam – se bem que negativa e desastrosamente – nessa responsabilidade pelo pecado cometido. Por isso, em todos e em cada um dos homens, não há nada tão pessoal e intransferível como o mérito da virtude ou a responsabilidade da culpa.

         Assim, é uma graça do Senhor não deixarmos de arrepender-nos dos nossos pecados passados nem mascararmos os presentes, mesmo que não passem de imperfeições. Que também nós passamos dizer: Eu reconheço a minha iniquidade e o meu pecado está sempre a minha frente (Sl 50,5).

         É verdade que um dia confessamos as nossas culpas e o Senhor nos disse: Vá e não tornes a pecar. Mas os pecados deixam um vestígio na alma. “Perdoada a culpa, permanecem as relíquias do pecado, disposições causadas pelos atos anteriores, embora fiquem debilitadas e diminuídas, de maneira que não dominam o homem e permanecem mais em forma de disposição que de hábito. Além disso, existem pecados e faltas que não chegamos a perceber por falta de espírito de exame, por falta de delicadeza de consciência… são como más raízes que ficaram na alma e que é necessário arrancar mediante a penitência para impedir que produzam frutos amargos”.

         Muitos são os motivos que temos para fazer penitência neste tempo da Quaresma, e devemos concretizá-la em pequenas coisas: em mortificar os nossos gostos nas refeições – em viver a abstinência que a Igreja manda – , em ser pontuais, em vigiar a imaginação. E também em procurar, com o conselho do diretor espiritual, do confessor, outros sacrifícios de maior importância, que nos ajudem a purificar a alma e a reparar os pecados próprios e alheios.

         O pecado seja sempre uma ofensa pessoal a Deus, não deixa de produzir efeitos nos demais homens. Para bem ou para o mal, estamos sempre influindo naqueles que estão ao nosso lado, na Igreja e no mundo, e não apenas pelo bom ou mau exemplo que lhes damos ou pelos resultados diretos das nossas ações. Esta é a outra face daquela solidariedade que, em nível religioso, se desenvolve no profundo e magnífico mistério da Comunhão dos santos, graças à qual se pode dizer que cada alma que se eleva, eleva o mundo.

         O Senhor pede-nos que sejamos motivo de alegria e luz para toda a Igreja. No meio do nosso trabalho e das nossas tarefas, ser-nos-á de grande ajuda pensar nos outros, saber que somos apoio- também mediante a penitência – para todo o Corpo Místico de Cristo, e em especial para aqueles que, ao longo da vida, o Senhor foi colocando ao viveres, serás de bom grado um homem penitente. E compreenderás que a penitência é gaudium etsi laboriosum – alegria, embora trabalhosa. E te sentirás “aliado” de todas as almas penitentes que foram, são e serão. Terás mais facilidade em cumprir o teu dever, se pensares na ajuda que te prestam os teus irmãos e na que deixas de prestar-lhes se não és fiel.

         A penitência que o Senhor nos pede, como cristãos que vivem no meio do mundo, deve ser discreta, alegre…, uma penitência que quer permanecer inadvertida, mas que não deixa de traduzir-se em atos concretos. Além disso, não faz mal que vez por outra se percebam as nossas penitências. Se foram testemunhas das tuas fraquezas e misérias, que importa que o sejam da tua penitência?

         Uma penitência que agrada muito a Deus é aquela que se manifesta em atos de caridade e que tende a facilitar aos outros o caminho que conduz a Deus, tornando-o mais amável. As nossas oferendas ao Senhor devem caracterizar-se pela caridade: saber pedir perdão àqueles a quem ofendemos; assumir plenamente o sacrifício que supõe cuidar da formação de alguém que está sob a nossa responsabilidade; ser pacientes; saber perdoar com prontidão e generosidade. A este respeito, nos diz São Leão Magno: “Ainda que sempre seja necessário aplicar-se à santificação do corpo, agora sobretudo, durante os jejuns da Quaresma, deveis aperfeiçoar-vos pela prática de uma piedade mais ativa. Daí esmola, que é muito eficaz para nos corrigirmos das nossas faltas; mas perdoai também as ofensas e abandonai as queixas contra aqueles que vos fizeram algum mal” (São Leão Magno, Sermão 45 – Sobre a Quaresma).

         Que a Bem-Aventurada Virgem Maria nos ajude nesta etapa de santificação já caminhando para o final do tempo quaresmal e nos convida a conversão e a ter um coração completamente voltado para amar ainda mais a Deus e o próximo. Fonte: https://www.cnbb.org.br

 

osservatoreromano. 08 de março-2022.

Tito Brandsma foi um padre carmelita, professor universitário, escritor, ecumenista, respeitado conferencista e jornalista na Holanda.

Foi preso em 19 de janeiro de 1942 por falar contra o regime nazi e trabalhar para alinhar os jornais católicos do país com os ensinamentos da Igreja sobre o nazismo.

Na época, o regime nazi ocupava a Holanda, terra natal do padre Brandsma, e tentava alinhar seu povo com o dogma nazista. Brandsma foi finalmente morto no campo de concentração de Dachau em 26 de julho de 1942.

«Esta é uma notícia que esperávamos há muito tempo e que vem como resultado do reconhecimento da Igreja da santidade e testemunho de Titus Brandsma», disse o Padre Míceál O’Neill, O. Carm., Prior-geral da Ordem Carmelita. «É significativo que tenhamos esta celebração em um momento em que a verdade e a integridade estão sofrendo seriamente nos grandes conflitos que agora ameaçam a paz do mundo».

Como professor, conferencista e jornalista, Brandsma era bem conhecido na Holanda e tinha-se manifestado contra a filosofia nazista nas suas aulas e discursos, antes e durante a Segunda Guerra Mundial.

Como assistente eclesiástico da União de Jornalistas Católicos, visitou editoras católicas, em todo o país, em nome dos bispos católicos para os incentivar a permanecerem firmes contra a impressão de propaganda nazista.

Como presidente da União das Escolas Católicas, trabalhou para derrubar a exigência nazi de expulsar as crianças judias das escolas. Ignorou os regulamentos nas escolas carmelitas. Protestou ainda, quando o governo cortou os salários dos professores em 40%.

As suas opiniões sobre o nazismo eram bem conhecidas na Holanda e dentro do establishment nazista. Foi apelidado de «o pequeno papagaio-do-mar perigoso».

Para os jornalistas católicos, tornou-se um modelo de vocação jornalística, convicção ética e compromisso com a verdade. Por isso, em 1988, a União Católica Internacional de Jornalistas ( UCIP ) criou o Prémio Titus Brandsma, que é concedido, a cada três anos, a jornalistas ou organizações que se destacam pelo compromisso com o valor da busca da verdade.

Brandsma recebeu vários prémios ao longo de sua vida, incluindo o título de Reitor Magnífico da Universidade Católica de Nijmegen e a «Ordem do Leão Holandês» da Rainha Wilhelmina, pelos seus ministérios altruístas.

Recebeu também muitos testemunhos, após sua morte, de pessoas de todas as religiões. Todos refletem que Brandsma manteve a esperança entre pessoas de todas as religiões, mesmo nas horas mais sombrias dos campos de concentração.

Entre os muitos testemunhos poderosos da exemplaridade cristã de Brandsma nos campos está o de um pastor protestante: Posso atestar que Titus Brandsma era um filho de Deus pela graça de Jesus Cristo.

Outros falaram de um respeito e afeição geral por Brandsma pela sua maneira descontraída e amigável. «Ele não conhecia ódio nem aversão, nem impaciência nem aspereza».

O processo diocesano de beatificação e canonização de Tito Brandsma começou na diocese de Den Bosch, na Holanda, em 1952: foi o primeiro processo sobre um suposto mártir do nacional-socialismo. Em 3 de novembro de 1985, São João Paulo II beatificou o padre Tito Brandsma como mártir da fé.

Em julho de 2016, iniciou-se na Diocese de Palm Beach (Flórida) uma investigação diocesana sobre um suposto milagre atribuído à intercessão do Beato, a saber, a recuperação de um melanoma maligno metastático nos gânglios linfáticos do Padre Michael Driscoll, O. C arm.

Em novembro de 2020, o Conselho Médico, nomeado pela Congregação para as Causas dos Santos, reconheceu a inexplicabilidade científica da cura do câncer do padre Driscoll, que foi atribuída à intercessão do Beato Tito Brandsma.

Em 25 de maio de 2021, o Congresso de Consultores Teológicos reconheceu o milagre.

A mesma opinião foi expressa pelos Cardeais e Bispos na Sessão Ordinária de 9 de novembro de 2021.

Finalmente, em 25 de novembro de 2021, o Papa Francisco autorizou a Congregação para as Causas dos Santos a promulgar o decreto referente ao milagre atribuído à intercessão do Beato Tito Brandsma, abrindo caminho para sua canonização.

Em 4 de março de 2022, durante o Consistório Ordinário Público, o Papa Francisco confirmou a opinião dos Cardeais e Bispos e anunciou a data de sua canonização. Fonte: https://www.osservatoreromano.va

Ele estava internado desde o dia 17 de dezembro no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, após sofrer um AVC

 

Morreu nesta terça-feira (15), aos 81 anos, o jornalista e cineasta Arnaldo Jabor. Ele estava internado desde o dia 17 de dezembro no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, após sofrer um AVC. 

Integrante da geração do chamado “cinema novo”, Arnaldo Jabor se tornou conhecido por seus comentários na TV Globo desde os anos 90. 

Lançou o primeiro filme em 1967, “A Opinião Pública”, e outros, como “Eu Te Amo”, de 1981. Publicou ainda livros como "Os Canibais Estão na Sala de Jantar", de 1993, e "O Malabarista - Os Melhores Textos de Arnaldo Jabor", de 2014. Fonte: https://www.band.uol.com.br

 

A cidade de Marabá, no Pará, está vivendo momentos difíceis devido às cheias dos rios Itacaiúnas e Tocantins. A solidariedade está se manifestando pelos governos e pela Igreja.

Os governos do Estado do Pará, municipal de Marabá bem como a Defesa Civil, o Exército, o Corpo de Bombeiros, a Secretaria Municipal de Assistência Social estão ajudando com a construção de abrigos, deslocamento das pessoas até os abrigos ou outros locais para viver melhor, com alimentação, colchonetes, roupas e outras ajudas neste momento em que povo sofre por causa das enchentes.

A Igreja e a diocese de Marabá, com suas comunidades, sacerdotes, lideranças e também pelo projeto social Santa Dulce dos Pobres da cidade de Marabá estão se solidarizando com as famílias, vítimas das cheias dos rios Itacaiúnas e Tocantins e também presta ajuda com comidas, alimentação, colchonetes para as pessoas mais necessitadas.

“Nós estamos unidos com o povo sofredor e com todas as pessoas, entidades, governos que ajudam o povo sofredor. As doações devem ser feitas nas secretarias paroquiais. A solidariedade é fundamental no seguimento a Jesus Cristo que esteve ao lado das pessoas mais necessitadas. O amor a Deus, ao próximo como a si mesmo é a palavra de Jesus para ser seguida e vivida”, afirma o bispo local, dom Vital Corbellini.

 

Saiba como ajudar

Você poderá enviar sua ajuda financeira para a conta abaixo. Todo o recurso que chegar será destinado à compra de alimentos e outras necessidades para as famílias desabrigadas por causa das chuvas.

 

Diocese de Marabá Past Diocesana
CNPJ : 04.882.130/0001-56
Banco Itaú – Cód 341
Agência 0946
Conta Corrente 26947-9.

Fonte: https://www.cnbb.org.br

Por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Comunidade Capim, Lagoa da Canoa/AL. 31 de dezembro-2021.

 

Se a gente seguir as pegadas de Jesus Cristo não para discriminar, apontar o dedo diante dos erros e falhas dos nossos familiares e amigos, mas viver a religião para fazer pontes onde os sofridos- pecadores e excluídos- possam passar, talvez o ano seja novo.

 

Se a gente tirar o ódio do coração, limpar as magoas e não se deixar levar por sentimentos pessimistas e egoístas, mas saber sempre que, depois de uma tempestade, vem o brilho do sol, talvez o ano seja novo.

 

Se a gente não continuar propagando as fake News nas mídias sociais, contra a democracia e a vida do nosso próximo- muitas vezes julgados e condenados- por nossas posições conservadoras e ultrapassadas, talvez o ano seja novo.

 

Se a gente fizer a nossa parte e não ficar de braços cruzados ou estacionados no tempo, esperando que Deus resolva a nossa vida- Desde os problemas financeiros até amorosos- talvez o ano seja novo.   

 

Se a gente não continuar apoiando políticos corruptos, sanguinários, genocidas, bandidos e assassinos dos pobres que, eleição pós-eleição, nos transforma em mamulengo, talvez o ano seja novo.

 

Se a gente for mais humano e solidário diante dos 15 milhões de desempregados, das 600 mil famílias que choram os seus entes queridos vítimas da pandemia, dos jovens negros assassinados nos morros, becos e vielas e dos povos em situação de vulnerabilidade em nossas ruas e praças, talvez o ano seja novo.

 

Se a gente for mais verdadeiro e não esconder as verdades embaixo do tapete, não fugir das responsabilidades e enfrentar os medos e as decepções com a cabeça erguida, enquanto filhos e filhas amadas por Jesus Cristo, talvez o ano seja novo.

 

Se a gente não tiver medo das noites escuras que se aproximarem da nossa caminhada e limpar com força e garra as pedras e os espinhos que iremos encontrar em nosso caminho ao longo do ano, talvez o ano seja novo.

 

Se a gente não desistir do primeiro não, da primeira cara feia ou da primeira porta que baterem em nossa cara convictos que, o Senhor Deus vai estar sempre do nosso lado para enfrentar todos os obstáculos, talvez o ano seja novo.

 

Se a gente não continuar apoiando os negacionistas contra a vacina do novocoronavírus, deletar os fanáticos políticos que pedem a volta da Ditadura Militar e jogar no lixo eleitoral aqueles que usam o nome de Deus para chegarem no poder, talvez o ano seja novo.

 

Se a gente lutar a favor da nossa casa comum- O Planeta Terra- e nas próximas eleições dizer não aos políticos que fecham os olhos diante do grito da mãe natureza, dos indígenas, dos quilombolas e dos trabalhadores ruais, talvez o ano seja novo.

 

Se a gente tiver a coragem de perdoar aqueles que por ventura fizerem algum mal contra nós, dá um Bom dia, uma Boa Tarde e Boa noite para os desanimados e esquecidos do sistema econômico e político, talvez o ano seja novo

 

Talvez... Talvez seja novo. Depende de mim, depende de você, depende de todos nós! Feliz 2022 com os pés no chão.

 

Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Mosteiro de Itaici, São Paulo. 16 de dezembro-2021. www.instagram.com/freipetronio

 

Naquela manhã de nove de maio de 2014, o jovem monge estava angustiado- não pela vida- que aliás estava muito boa atrás dos muros daquele imenso e tradicional mosteiro: um bom plano de saúde, uma boa alimentação, uma boa faculdade... o seu futuro estava garantido! Quer dizer... (Aguarde a nossa crônica do dia)

Uma conversa com a Imaculada Conceição... Homilia do Frei Petrônio de Miranda, O. Carm, no 6º Dia do Novenário de Nossa Senhora da Conceição em Angra dos Reis/RJ. Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 4 de dezembro-2021.

 

de: “A flecha de fogo” de Nicolau “Gallus” (ano 1270 )

Na cela nos é mostrado o tesouro inestimável, e incomparável de contemplação cheia de perfume, de maneira que, desprezadas totalmente as cousas caducas da terra, a nossa alma se consome inteiramente no desejo fervente da contemplação; ... na cela recebemos as verdadeiras delicias do paraíso que de tal modo deleitam e restauram o nosso homem interior, que o seu desejo ao mesmo tempo aumenta a nossa sede e é saturado.

Virgem do Carmo: Uma Prece

Letra e música: Frei Petrônio de Miranda, O. Carm

Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 30 de junho-2021.

 

Mãe do Carmelo, pra onde vais, Virgem do Carmo, onde estais. / Ensina a seguir Jesus, ensina encontrar a paz (bis)

 

1-No Brasil, de tantos mortos, o coronavírus a nos atormentar. / Senhora do Escapulário, vem logo1nos ajudar (bis)

2- No mês, da Flor Carmelo, a Novena vamos rezar. / julho é carmelitano, com o Cristo vamos encontrar (bis).

3- Com, Madalena de Pazzi, e Tito Brandsma, vamos louvar. / Com Teresona e João da Cruz, para o Monte vamos caminhar (bis)

 

Frei Petrônio de Miranda, O. Carm, Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ.

Sábado, 12 de junho-2021.

 

“Quero ser uma outra Santa Teresinha do Menino Jesus”, afirmou Maria Cristina, em um encontro vocacional. “Sim, eu quero ser São João de Cruz”, disse o vocacionado jovem em um encontro para candidatos ao Carmelo. “Eu sei que o Carmelo é o meu céu na terra”, afirmou outro inocente e “imaculado” jovem.

Tais afirmações verídicas, relatam a inocência vocacional de jovens que buscam o Carmelo e as diversas ordens religiosas, congregações, seminários diocesanos e comunidades de vida. As intenções são boas e verdadeiras, mas inocentes- e o que é mais grave- alguns animadores vocacionais continuam alimentado tais ilusões vocacionais.

Talvez que você- também inocente religiosamente ou vocacionalmente- ainda não entendeu o X da questão do meu artigo.

Bem, no meu segundo CD; “Tempo do Carmelo”, tenho uma música que se chama, “Venha para o Carmelo”. Logo na primeira estrofe deixo bem claro o que de fato é a espiritualidade carmelitana: “Não somos anjos, somos humanos, não somos santos, somos humanos. A nossa humanidade, vai te ajudar crescer, subir no Carmelo, desta fonte vai beber”. Aqui retrato toda a nossa riqueza espiritual através da nossa humanidade a partir das nossas virtudes e limitações.

Conheço a história de um jovem- ex-frade carmelita- que, antes de entrar para o Carmelo- sem a orientação sincera e humana do formador- continuo a caminhar nas nuvens vocacionais. Digo, só falava em santidade, “Carmelo céu na terra”, sofrer para seguir Jesus Cristo... Essas trecaiadas toda. Depois de conviver 6 anos em um convento, viu o “outro lado da moeda”. Digo; mentiras, fofocas, ódio, jogo de interesses, acomodação- sim, porque muitas vezes o convento, mosteiros, seminário ou comunidade de vida, não passa de um belo Spa ou de uma grande Multinacional- onde tais jovens tem todos os direitos e mordomias e termina perdendo a sua própria indenidade- agora ele foge da Igreja e da MISSA igual o diabo foge da cruz. Se falar em padres ou vocação, este jovem entra em parafuso. A família não sabe mais o que fazer!

Talvez alguém “inocente” fique escandalizado quando falo das mazelas conventuais e seminarísticas. Bem, na verdade tem gente que finge não ver tais realidades que são humanas. Eu disse HUMANAS! É que muitas vezes fechamos os olhos para a nossa humanidade e “sacralizamos” a vida dos quatro muros das nossas Igrejas, conventos e seminários.   

No Documento; “RECOMENDAÇÕES PASTORAIS DA ASSEMBLEIA PLENÁRIA
DA PONTIFÍCIA COMISSÃO PARA A AMÉRICA LATINA- A FORMAÇÃO SACERDOTAL NOS SEMINÁRIOS, encontramos a seguinte orientação no N° 8: Nos Seminários e nas casas de formação sacerdotal é importante fomentar as equipes de vida, como outras formas de integração comunitária, que favoreçam o amadurecimento para a solidariedade, a capacidade para dar e receber, a correção fraterna, e que seja estímulo para superar o individualismo e o isolamento”. Ou seja, para se formar bom padre, religioso ou religiosa, a dimensão da humanidade é fundamental. Eu disse HUMANIDADE, não uma espiritualidade das nuvens ou descontextualizada.

Termino o meu OLHAR VOCACIONAL com uma citação do Sumo Pontífice, o Papa Francisco, na audiência do dia 10 de junho-2021 na Sala Clementina, no Vaticano, com alguns membros da Comunidade do Pontifício Seminário Regional Marchigiano Pio XI de Ancona. Ele afirmou: "A formação pastoral deve encorajá-los a ir com entusiasmo ao encontro das pessoas. Torna-se sacerdote para servir o Povo de Deus, para cuidar das feridas de todos, especialmente dos pobres. Disponibilidade aos outros: esta é a prova certa do seu sim a Deus, e nada de clericalismo. Ser discípulos de Jesus significa libertar-se de si mesmos e conformar-se aos seus sentimentos, Àquele que veio "não para ser servido, mas para servir". Belas palavras de encorajamento e discernimento para o verdadeiro seguinte a Jesus Cristo Pobre, humilde, Divino e Humano. E tenho dito!

A Cruz de Jesus

Letra e música: Frei Petrônio de Miranda, O. Carm.

(Contatos com o Frei; www.instagram.com/freipetronio  whatsapp- (21) 98291-7139. E-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.)

 

Eis a cruz ó madeiro sagrado, eis a cruz ó altar consumado, eis a cruz, eis a cruz, de Jesus.

 

1-No Monte das Oliveiras Ele sente a aflição, está em silêncio e desolação. Meu Pai afasta de mim essa dor, mas não seja feita a minha vontade mas/ Do Senhor (bis)

 

2-Judas Iscariotes traiu meu Salvador, ô quanto sofrimento ó quanta dor. No coração de Pedro a noite chegou, nega o Filho de Deus/ O Salvador. (bis)

 

3- Ele foi julgado e condenado com desamor, e logo Pilatos Barrabás soltou. Cuspiam Nele e diziam salve o Rei dos Judeus, batiam em sua cabeça/ Ô quanto dor. (bis) 

 

4-No caminho do calvário as santas mulheres encontrou, no caminho do calvário Verônica aflita/ As lágrimas enxugou. (bis)

 

5-Para o calvário a cruz Ele carregou, Simão Cireneu logo o ajudou. Para o calvário a cruz Ele carregou, a sua santa Mãe/ O consolou. (bis)

 

6-No suplício da cruz Dimas suplicou, e o perdão dos pecados ele ganhou. Pobre Filho de Deus homem da dor, os pecados de Dimas/ Ele deletou. (bis)

 

7-No alto da cruz Ele foi condenado, no alto da cruz Ele foi abandonado, no madeiro Ele sente uma grande dor, os pregos e a lança o/ Sangue jorrou. (bis)

 

8- No alto da cruz Ele gritou, meu Deus, meu Deus por que/ Me abandonou. O que fizeram com o meu Senhor, fazem todos os dias, ô/ Quanta horror. (bis)

Mãe dos Carmelitas e de todos os fiéis, especialmente dos que vestem o Santo Escapulário, nós vos escolhemos como protetora desta casa e desta cidade neste tempo de pandemia.

Dignai-vos mostrar neste povo de Deus a vossa proteção como outrora mostrastes à Ordem do Carmo. Preservai a todos nós da contaminação, do medo, do desamino, da falta de fé e todos os males que afetam o nosso corpo e a nossa alma.

Rainha excelsa e Mãe amável do Carmelo, dissestes que o Escapulário é a defesa nos perigos, sinal do vosso amparo e laço de aliança entre vós e os vossos filhos e filhas. Dai-nos a fé que tivestes na palavra de Deus, e o amor que nutristes para com o vosso Filho.

Ó Flor do Carmelo e Estrela do mar, cobre com o vosso manto os doentes nas filhas dos hospitais a espera de uma vaga nas UTIs. Consola os familiares e amigos que choram os seus entes queridos. Abençoa os médicos, os profissionais da saúde e os cientistas no combate ao vírus e dai-nos a mesma fé que tivestes na palavra de Deus e o amor que nutristes para com o vosso Filho. Amém

São José: O mês é dele... o Ano é dele. A Palavra do Frei Petrônio- Direto da Praia do Bonfim, Angra dos Reis/RJ. Segunda-feira, 1º de março-2021.  www.instagram.com/freipetronio 

SANTA TERESA DE JESUS. No dia de Teresa D`Ávila, vamos recordar o IV- Encontro da ALACAR-Associação Latino Americana dos Carmelitas. De de 26 a 31/10/2015 em El Salvador. No vídeo, Frei Savério Canistrà, OCD, Prepósito-Geral da Ordem dos Carmelitas Descalços, falou sobre o profetismo desde a mística de Teresa. Câmera: Frei Petrônio de Miranda, O. Carm.  Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 15 de outubro-2020

 

 

Na Audiência Geral realizada na Sala Paulo VI, Francisco retoma as catequeses sobre a oração após o ciclo dedicado ao cuidado da criação no mundo ferido pela pandemia de coronavírus. “A oração não é um fechar-se com o Senhor, para maquiar a alma. A oração é um confronto com Deus e um deixar-se enviar para servir aos irmãos”, disse o Pontífice.

 

Mariangela Jaguraba - Vatican News

“A oração de Elias” foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira (07/10), realizada na Sala Paulo VI, por causa da chuva que começou a cair cedo na Cidade Eterna.

O Pontífice retomou as catequeses sobre o tema da oração, interrompidas para dar espaço às catequeses sobre o cuidado da criação. “Conheçamos um dos personagens mais fascinantes de toda a Sagrada Escritura: o profeta Elias. Ele vai além dos limites do seu tempo e podemos ver a sua presença também em alguns episódios do Evangelho. Ele aparece ao lado de Jesus, juntamente com Moisés, no momento da Transfiguração. O próprio Jesus refere-se à sua figura para dar crédito ao testemunho de João Batista”, sublinhou Francisco.

 

Elias, incapaz de compromissos mesquinhos

O Papa frisou que “a Escritura apresenta Elias como um homem de fé cristalina: no seu próprio nome, que poderia significar “Javé é Deus”, está incluído o segredo da sua missão. Ele será assim para o resto de sua vida: um homem integérrimo, incapaz de compromissos mesquinhos. O seu símbolo é o fogo, a imagem do poder purificador de Deus. Será o primeiro a ser posto à prova e permanecerá fiel. Ele é o exemplo de todas as pessoas de fé que conhecem tentações e sofrimentos, mas não deixam de viver à altura do ideal para o qual nasceram”.

A oração é a linfa que alimenta constantemente a sua existência. Por esta razão, é um dos personagens mais queridos à tradição monástica, de tal forma que alguns o elegeram padre espiritual da vida consagrada a Deus. Elias é o homem de Deus, que se levanta como defensor da primazia do Altíssimo. No entanto, também ele é obrigado a enfrentar as próprias fragilidades. É difícil dizer quais experiências lhe foram mais úteis: se a derrota dos falsos profetas no Monte Carmelo, ou a perplexidade em que constata que ele «não é melhor do que os seus pais».

 

A oração é deixar-se conduzir por Deus

Segundo Francisco, na alma de quem reza, o sentido da própria debilidade é mais precioso do que momentos de exaltação, quando parece que a vida é uma cavalgada de vitórias e sucessos”, e acrescentou:

Na oração acontece sempre isso. Momentos de oração que nos puxam para cima, nos enche de entusiasmo, e momentos de oração de dor, aridez e provações. A oração é assim: deixar-se conduzir por Deus e deixar-se também golpear, pelas situações ruins e até mesmo pelas tentações. Esta realidade que a oração é assim se encontra em muitas outras vocações bíblicas, também no Novo Testamento; pensemos, por exemplo, em São Pedro e São Paulo, a vida deles era assim: momentos de exultação e momentos de abaixamento, de sofrimentos.

“Elias é o homem de vida contemplativa e, ao mesmo tempo, de vida ativa, preocupado com os acontecimentos do seu tempo, capaz de se lançar contra o rei e a rainha, depois que ele mandaram matar Nabot para tomar posse da sua vinha”, disse ainda o Pontífice.  

 

Precisamos do espírito de Elias

Quanto precisamos de fiéis, de cristãos zelosos que agem diante de pessoas que têm responsabilidade gerencial com a coragem de Elias, para dizer: “Isto não deve ser feito! Isto é um assassinato”! Precisamos do espírito de Elias.

Elias nos mostra, deste modo, “que não deve haver dicotomia na vida de quem reza, não há diferença: se está perante o Senhor e se vai ao encontro dos irmãos para os quais Ele envia".

“A oração não é um fechar-se com o senhor, para maquiar a alma. Não, isto não é oração. Esta é uma oração fingida. A oração é um confronto com Deus e um deixar-se enviar para servir aos irmãos. A prova da oração é o amor concreto pelo próximo.”

"E vice-versa: os fiéis agem no mundo depois de, primeiro, terem silenciado e rezado; caso contrário, a sua ação é impulsiva, desprovida de discernimento, é uma corrida ofegante sem meta. Quando os fiéis fazem assim, cometem muitas injustiças, porque não foram primeiro diante do Senhor para rezar, discernir o que devem fazer”.

 

Regressar a Deus com a oração

O Papa disse ainda que “as páginas da Bíblia sugerem que também a fé de Elias progrediu: ele cresceu na oração, refinou-a pouco a pouco. Para ele, o rosto de Deus tornou-se mais nítido ao longo do caminho. Até atingir o seu ápice naquela experiência extraordinária, quando Deus se manifestou a Elias no monte. Ele manifesta-se não na tempestade impetuosa, não no tremor de terra nem no fogo devorador, mas no «murmúrio de uma brisa suave». Ou melhor, uma tradução que reflete bem essa experiência: em um fio de silêncio sonoro. É assim que Deus se manifesta a Elias”.

É com este sinal humilde que Deus se comunica com Elias, que naquele momento é um profeta fugitivo que perdeu a paz. Deus vai ao encontro de um homem cansado, de um homem que pensava ter falhado em todas as frentes, e com aqu

“Esta é a vicissitude de Elias, mas parece escrita para todos nós”, disse ainda Francisco. “Em certas noites podemos sentir-nos inúteis e solitários. É então que a oração virá e baterá à porta do nosso coração. Todos nós podemos tocar uma orla do manto de Elias. E mesmo que tivéssemos feito algo de errado, ou se nos sentíssemos ameaçados e apavorados, regressando a Deus com a oração, voltarão também como que por milagre a serenidade e a paz. Isto é o que nos ensina o exemplo de Elias”, concluiu o Papa. Fonte: https://www.vaticannews.va

Com Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista/RJ, conheça Assis, Itália, a terra da Espiritualidade Franciscana. Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro.  29 de outubro-2014.

É uma vocação, vem de fábrica, tá no sangue

 

NELSON MOTTA

Não acredito! Agora foi demais. Deve ser uma das frases mais repetidas, e desmentidas, pela realidade do Brasil. Há sempre mais. Já tivemos quadrilhas de políticos e empresários que roubavam nas compras de sangue de hospitais públicos; que sugavam a merenda escolar da boca das crianças para seus bolsos; desviavam verbas para compra de ambulâncias. Próteses. Vacinas. Sempre dos que mais precisavam. Um dos maiores assaltos da quadrilha de Sérgio Cabral foi na Secretaria de Saúde de Sérgio Côrtes, um médico que roubava doentes.

Pelo perfil de covardia, crueldade e desprezo por seu semelhante, não é surpresa que justamente durante a pandemia, no pior momento, bandidos oficiais roubem na compra de respiradores, hospitais de campanha e remédios para a população pobre. A quadrilha de Witzel tinha uma tropa de assalto na Secretaria estadual de Saúde. O bando do satânico pastor Crivella saqueou verbas da saúde, outros desviaram R$ 41 milhões da Fundação Leão XIII, que existe para cuidar da população de rua. Roubaram dinheiro de mendigos!

Roubar sangue, ambulâncias, remédios, respiradores e merenda escolar seria moralmente mais grave do que achacar, receber propina, roubar de ricos e de empresas em obras publicas e programas governamentais? Tanto faz, a conta é sempre paga por todos, principalmente os pobres, que pagam impostos em tudo o que compram.

Mas ladrão é ladrão. É uma vocação, vem de fábrica, tá no sangue, tantos são os sobrenomes em comum de filhos e mulheres de juízes denunciados por venda de sentenças que são advogados. No Brasil, não é a ocasião que faz o ladrão, é o ladrão que faz a ocasião. O mais impressionante é a covardia, crueldade e sadismo na escolha de sua presa indefesa: o elemento sabe que está roubando dos que mais precisam.

O que merece essa escória, a maioria impune com a cumplicidade do Judiciário e de um sistema legal feito para proteger quem pode mais? Fonte: https://oglobo.globo.com