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de: “A flecha de fogo” de Nicolau “Gallus” (ano 1270 )
Na cela nos é mostrado o tesouro inestimável, e incomparável de contemplação cheia de perfume, de maneira que, desprezadas totalmente as cousas caducas da terra, a nossa alma se consome inteiramente no desejo fervente da contemplação; ... na cela recebemos as verdadeiras delicias do paraíso que de tal modo deleitam e restauram o nosso homem interior, que o seu desejo ao mesmo tempo aumenta a nossa sede e é saturado.
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Veja o álbum. Clique aqui:
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De um manuscrito medieval
Um padre deve ser, ao mesmo tempo,
pequeno e grande,
de espírito nobre, como de sangue real,
simples e espontâneo como um colono,
um herói no domínio de si,
um homem que lutou com Deus,
uma fonte de santificação,
um pecador que Deus perdoou,
senhor de seus desejos,
um servidor humilde para os tímidos e fracos,
que não se rebaixa diante dos poderosos,
mas se curva diante dos pobres, discípulos de seu senhor,
chefe de rebanho,
um mendigo de mãos largamente abertas,
um portador de inumeráveis dons,
um homem no campo de batalha,
uma mãe para confortar os doentes,
com a sabedoria da idade e a confiança de um menino,
voltado para o alto, os pés na terra,
feito para a alegria, experimentado no sofrimento,
longe de toda a inveja, que vê longe,
que fala com franqueza,
um inimigo da preguiça, sempre fiel,
tão diferente de mim
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Na nona reflexão proposta ao Papa Francisco e à Cúria romana, o padre Tolentino recordou que as periferias “não são somente lugares físicos, são também pontos internos da nossa existência, são lugares da alma que têm necessidade de serem pastoreados”.
Cidade do Vaticano
A periferia está no DNA do cristão e é um horizonte no qual a Igreja deve redescobrir-se. Com estas palavras o padre José Tolentino Mendonça iniciou sua reflexão na tarde desta quinta-feira. “Onde está o meu irmão?”. A partir desta pergunta de Deus contida no Livro de Gênesis, nasce a nona reflexão dos Exercícios Espirituais ao Papa e à Cúria, dedicada ao tema “escutar a sede das periferias”.
O convite do sacerdote português é o de “olhar com olhos bem abertos a realidade do mundo ao nosso redor” e de procurar o nosso irmão entre os pobres e os últimos do mundo, não separando a “sede espiritual” da “sede literal”.
“ Um dos critérios para entender o que é “centro” e o que é “periferia” no mundo, é de fato o acesso à água, direito inalienável da pessoa. ”
Como já afirmado na Laudato Si e reiterado pelos dados das organizações internacionais, três pessoas em cada dez, ou seja, cerca de 2 bilhões de seres humanos, não têm a possibilidade de desfrutar de água potável.
Uma multidão literalmente sedenta, diante da qual se “torna urgente adotar uma autêntica conversão de estilos de vida e do coração”, “que vá em direção contrária à cultura do descarte e da desigualdade social”. Enquanto os países ricos desperdiçam os seus recursos, de fato, “os outros vivem no suplício”.
Jesus “homem periférico”
Neste contexto, “a Igreja não deve ter medo de ser profética e de colocar o dedo na chaga” e não pode que não confrontar-se com as periferias do mundo. “Um discípulo de Jesus deve saber disto com convicção”, antes de tudo porque “o próprio Jesus é um homem de periferia”.
Não era cidadão romano, nem fazia parte da elite judaica, nasceu na periferia da Judeia, por sua vez periferia de Israel e do Império. E se dirige às periferias, dando dignidade aos doentes, oprimidos, pobres, estrangeiros e pecadores:
“ A periferia está no DNA do cristão, o aproxima de seu contexto originário, mas também ao seu programa. É uma chave indispensável para a sua hermenêutica espiritual e existencial. Em todas as épocas permanecerá, para a experiência cristã, o lugar privilegiado onde encontrar e reencontrar Jesus. ”
O próprio cristianismo é depois, pela sua natureza, uma “realidade periférica”.
Vitalidade do projeto cristão está nas periferias
Pode-se ver isto concretamente onde os centros das cidades tornaram-se “um polo de atividades burocráticas e comerciais” e “uma vitrine do passado” para os turistas, enquanto “a vitalidade do projeto cristão se joga nas periferias”, “onde frequentemente não há nem mesmo a presença de uma igreja de alvenaria e onde tudo é mais precário, rarefeito, improvisado”.
“ Para a Igreja, a periferia é portanto um horizonte e não um problema e é onde pode sair de si mesma e redescobrir-se. ”
A escolha do encontro com as periferias não é unicamente um imperativo da caridade, é uma mobilização histórica e geográfica, que consente o encontro com aquilo que o cristianismo foi e com aquilo que ele é. Também as periferias da Igreja têm sede: de serem ouvidas.
Como advertia São João Crisóstomo, a Igreja deve evitar o “terrível cisma” entre “o que separa o sacramento do altar, do sacramento do irmão, o que perigosamente dissocia o sacramento da eucaristia do sacramento do pobre”.
Periferias como lugares da alma
As periferias existenciais, todavia, não são somente econômicas, conclui padre Mendonça, “e sabemos todos como entre nós e quem está ao nosso lado, existem frequentemente distâncias infinitas a serem abraçadas e vencidas”.
Por isto a humanidade deve ser abraçada, e mesmo que não consigamos impedir as lágrimas no rosto do próximo, podemos oferecer a ele um lenço e dizer “estou aqui”, “não estás sozinho”.
As periferias, de fato, “não são somente lugares físicos, são também pontos internos da nossa existência, são lugares da alma que têm necessidade de serem pastoreados”. Fonte: http://www.vaticannews.va
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Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista.
Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 3 de novembro-2017.
Naquele túmulo frio
Descansa um homem que em vida aqueceu vidas
Naquele túmulo prisioneiro de corpos
Descansa um homem que libertou vidas
Naquele túmulo escuro e cinzento
Descansa um homem que iluminou uma família
Se ele é santo? É sim, senhor!
Naquele túmulo com o lenho da cruz
Descansa um homem temente a Deus
Naquele túmulo simples
Descansa um homem que valorizou as pequenas coisas
Naquele túmulo silencioso
Descansa um homem que valorizou as palavras
Se ele é santo? É sim, senhor!
Naquele túmulo de ossos e lagrimas
Descansa um justo que fez da justiça o seu hino
Naquele túmulo de terra e barro
Descansa um agricultor que da terra tirou o seu ganha pão
Naquele túmulo de fétidas carnes
Descansa um homem que, com suor e lagrimas, uniu uma família
Se ele é santo? É sim, senhor!
Naquele túmulo simples
Descansa um homem que valorizou as pequenas coisas
Naquele túmulo com pedras e terra
Descansa um homem que abriu caminhos
Naquele túmulo de mistério incompreensível
Descansa um homem que foi um livro aberto
Se ele é santo? É sim, senhor!
Naquele túmulo sem brilho e sem cor
Descansa um homem que deu cores a vida
Naquele túmulo impenetrável
Descansa um homem misericordioso, atencioso e amigo
Naquele túmulo símbolo do desengano da vida
Descansa um homem que fez da vida um canto de louvor
Se ele é santo? É sim, senhor!
Naquele túmulo expressão do nada
Descansa um homem que fez tudo por todos
Naquele túmulo berço sepulcral
Descansa um homem que cativou vidas com um sorriso
Naquele túmulo de silêncio perpétuo
Descansa um homem silencioso, atencioso e sincero
Se ele é santo? É sim, senhor!
O seu nome é Manoel Artur de Miranda.
*Manoel Artur de Miranda (*15/10/1930 + 03/11/2016)
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Cidade do Vaticano (RV) - A Ordem Carmelita é uma ordem que surgiu no final do século XI, na região do Monte Carmelo, na Palestina. Homens e mulheres de oração, os membros da Ordem são religiosos/as e leigos/as contemplativos. Definem sua missão como “Seguir Jesus Cristo, na Contemplação, na Fraternidade e na Missão Profética, inspirando-se em Elias e Maria, um mundo em transformação, a serviço da Vida e da Esperança”. Mas as obras sociais não ficam de lado.
O Frei Petrônio Miranda, que leva em peregrinação neste Ano Eliano Missionário a imagem do Profeta Elias, ressalta o trabalho da Associação São Martinho, entidade filantrópica que atua desde 1984 na área da infância e juventude no Rio de Janeiro. Ouça a entrevista.
Clique aqui:
http://br.radiovaticana.va/news/2016/07/29/carmelitas_contempla%C3%A7%C3%A3o_e_obras_sociais/1238138
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