Nicarágua. Cardeal Brenes: Igreja perseguida pelo regime
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Nesta segunda-feira, os bispos do país latino-americano decidirão se continuam o diálogo nacional enquanto a situação político-social se agrava e as manifestações contra o Presidente não cessam.
Manágua
A Igreja Católica na Nicarágua é perseguida pelo regime do presidente Daniel Ortega. Foi o que disse neste domingo (22/07) o cardeal Leopoldo Brenes Solorzano, presidente da Conferência Episcopal do País e da Comissão para o Diálogo Nacional, no dia em que toda a América Latina se uniu em oração pela paz na Nicarágua, atingida por uma crise que desde abril último causou mais de 360 mortes.
Hoje a decisão dos bispos
"A Igreja é perseguida em várias partes do mundo hoje" - disse Dom Brenes - "faz parte da igreja, que sempre foi perseguida. Não somos estranhos" a esse fato. Pelo menos sete os episódios de profanação e vários ataques a bispos registrados desde quando o episcopado pediu a Ortega que antecipasse as eleições de 2021 para março de 2019 para acabar com a crise social e política. Dom Brenes também anunciou que nesta segunda-feira o episcopado da Nicarágua analisará se deve continuar o diálogo nacional mesmo após as declarações do presidente que acusaram os bispos de "manobras de golpe".
Perigo de uma guerra civil
Por sua vez, o senador norte-americano Marco Rubio advertiu Washington de que "a possibilidade de uma guerra civil na Nicarágua é real", e acusou Ortega de "encher as mãos de sangue", com a repressão, recusando-se a antecipar as eleições.
Prisões, locais de tortura
A Associação Nicaraguense de Direitos Humanos (Anpdh) afirmou neste domingo que os partidários do governo da Nicarágua "não são sensíveis à dor", referindo-se à intimidação contra as mães dos manifestantes detidos nas prisões de El Chipote, em Manágua, que se tornaram locais de tortura de acordo com a oposição. Enquanto isso, as manifestações contra Ortega continuaram no sábado e domingo em alguns municípios da Nicarágua, sem vítimas, e os estudantes anunciaram uma marcha para esta segunda-feira. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) denunciou "assassinatos, execuções extrajudiciais, maus-tratos, tortura e detenções arbitrárias perpetradas contra a maioria da população jovem do país": o governo nicaraguense rejeita as acusações.
Os protestos contra Ortega e sua esposa, vice-presidente, Rosario Murillo, começaram em 18 de abril por causa do fracasso das reformas da segurança social, e tornaram-se um pedido de renúncia do Presidente, depois de onze anos no poder, com acusações de abusos. Fonte: www.vaticannews.va
Um Momento Para Refletir!
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“Uma cobra entrou numa carpintaria enquanto rastejava para o seu canto, ela passou por cima de um serrote e feriu-se um pouco. No momento, ela virou-se e mordeu o serrote, e mordendo o serrote, feriu-se gravemente na boca.
Então, não compreendendo o que lhe estava a acontecer e pensando que o serrote a atacava, ela decidiu enrolar-se à volta do serrote para sufocá-lo com todo o seu corpo, apertando-o com todas as suas forças, é assim que, infelizmente, a cobra acaba por ser morta pelo serrote."
Mora:
*Às vezes reagimos na raiva , pensando magoar aqueles que nos fizeram mal, mas estamos ferindo a nós mesmos*.
*Na vida, as vezes é melhor ignorar situações, pessoas e ofensas. Porque as consequências podem ser irreversíveis e catastróficas .*
*JESUS ensinou a perdoar. Porque mágoa adoece o corpo e mata sua alma. A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira." *Provérbios 15:1.
AO VIVO NESTE DOMINGO 22: Ortega ataca a Igreja e chama os bispos da Nicarágua de “golpistas”
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Presidente investe contra os religiosos durante a comemoração do 39° aniversário da revolução sandinista. A Igreja convoca os paroquianos a uma jornada de jejum e exorcismo
O presidente Daniel Ortega lançou na sexta-feira um duro ataque contra os bispos da Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN), a quem chamou de golpistas e acusou de atiçar a violência no país, que completou 93 dias de uma profunda crise política que já deixou mais de 300 mortos e milhares de feridos. Os bispos são os intermediários nas negociações para encontrar uma saída à crise, ainda que o chamado diálogo nacional esteja parado pela intransigência do Executivo, que não acabou com a repressão contra os manifestantes que exigem o fim do regime, uma das principais condições da Igreja para manter vivas as negociações.
"Eu pensava que eram mediadores, mas não, estavam comprometidos com os golpistas. Eram parte do plano com os golpistas", disse um irritado Ortega durante a comemoração do 39º aniversário da revolução sandinista, realizada na Praça da Fé João Paulo II de Manágua e na qual esteve presente o corpo diplomático em função no país, entre eles o representante do Vaticano, o polonês Stanislaw Waldemar Sommertag.
Ortega acrescentou que para ele os bispos ficaram desqualificados como mediadores do diálogo ao "apoiar" o que chamou de um golpe de Estado contra ele, com o que o mandatário deixou claro que não continuará em uma negociação mediada pela Igreja. "Foi duro para mim ver a atitude golpista dos senhores bispos", disse o mandatário. Fontes consultadas em Manágua afirmaram que Ortega quer estruturar uma negociação a sua medida, sem os bispos como mediadores.
Os bispos apresentaram a Ortega uma agenda de negociação que passa por antecipar as eleições no máximo até março de 2019, reformas na Constituição e uma limpeza do sistema eleitoral, controlado pelo mandatário. Ortega já disse que não está disposto a antecipar as eleições e que fica no poder até 2021, quando está prevista a realização das eleições gerais da Nicarágua. As palavras de ordem que os seguidores do ex-guerrilheiro sandinista cantavam na praça na sexta-feira eram: "Daniel fica, mesmo que você não queira, Daniel fica!".
Após o discurso de Ortega a oposicionista Aliança Cívica, que reúne estudantes universitários, camponeses, empresários, acadêmicos e representantes de organizações da sociedade civil e é a contraparte nas negociações, respaldou o trabalho de mediação dos bispos e seus representantes disseram que estavam prontos para retomar a agenda do diálogo. A Conferência Episcopal também recebeu o apoio de Luis Almagro, secretário geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), que disse também que o diálogo "é a instância para se resolver aspectos políticos e eleitorais da crise" nicaraguense.
Até agora Ortega manteve uma relação fria, mas respeitosa com os bispos. O mandatário se definiu como "católico" e em seus discursos faz alusões à Bíblia. De fato, na quarta-feira disse que tinha a "paciência de Jó" em relação às discussões do diálogo. Com o ataque de quinta-feira, entretanto, Ortega tirou a máscara de fiel e revelou sua verdadeira postura diante da Igreja a qual já atacou ferozmente nos anos oitenta, quando do Governo sandinista criticou vários padres.
"Ortega apostou tudo em sua relação com o cardeal Miguel Obando (já falecido) e a influência deste sobre o clérigo, incluindo os bispos. Para Ortega, Obando se transformou na Igreja e formou uma 'santíssima Trindade' com ele, Obando e sua esposa, Rosario Murillo", explicou uma fonte que conhece muito bem o interior da Igreja nicaraguense. "Ortega pensou que com o cardeal Leopoldo Brenes (nomeado pelo papa Francisco em fevereiro de 2014) poderia fazer a mesma coisa que com Obando, que os manipularia e os teria ao seu lado no diálogo. Jamais imaginou que o alto escalão da Igreja seria sensível ao mais essencial: a vida das pessoas. É por isso que começa a atacar os bispos", explicou.
Os bispos nicaraguenses decidiram na sexta-feira não reagir diretamente ao discurso de Ortega, ainda que Silvio Báez, bispo auxiliar de Manágua, tenha dito em sua conta do Twitter que "a Igreja não sofre por ser caluniada, agredida e perseguida. Sofre por aqueles que foram assassinados, pelas famílias que choram, pelos presos injustamente e pelos que fogem da repressão". A Conferência Episcopal convocou seus paroquianos a se "entregarem" na sexta-feira a uma jornada de jejum e exorcismo como "desagravo" contra o Governo. As jornadas de exorcismo seriam realizadas em cada paróquia da Nicarágua. Ortega reagiu com ironia a essa convocação e disse aos bispos de seu tablado de flores da Praça da Fé que exorcizem "os demônios que estão aí... digam a eles que precisamos restabelecer a paz e a estabilidade para que o país continue crescendo". Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil
XVI Domingo do Tempo Comum – B: Um Olhar
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"No final das nossas atividades apostólicas, devemos ouvir, na oração e na reflexão, o parecer do Senhor, da comunidade e da família."
Pe. Cesar Augusto dos Santos - Cidade do Vaticano
A primeira leitura deste XVI Domingo do Tempo Comum fala da repreensão que Deus, através do Profeta Jeremias, fez aos últimos Reis de Israel daquele tempo, Joaquim e Sedecias, por não terem cuidado do povo, levado como escravo para a Babilônia.
Desde o Livro do Gênesis, Deus nunca se deixa derrotar pelas más ações humanas, mas seu amor sempre vence. Imediatamente, após chamar a atenção do povo e anunciar o castigo, o Senhor anuncia a vinda de verdadeiros pastores, que deveriam zelar pelo rebanho. Porém, vai mais além, suscitando um rei, entre os descendentes de Davi. Este rei “faria valer a justiça e a retidão na terra”.
Foi o que aconteceu com a vinda de Jesus Cristo, que não trouxe de volta o esplendor de Salomão, mas a mudança dos corações. Eis a diferença entre os novos pastores: não davam primazia ao que poderia corromper os seres humanos, que passam, mas ao que os tornaria filhos de Deus e irmãos de todos.
Também nós deveríamos fazer um exame de consciência para ver se não traímos a confiança depositada em nós por Deus, pela família, pelos amigos, ao sermos infiéis aos nossos propósitos.
Para saber se estamos no bom caminho ou se a autoridade, seja ela qual for, tem a aprovação divina ou não, deveríamos examinar o que foi feito, em favor da justiça e do direito, e se a liderança foi usada para servir, apesar de perder os privilégios.
No Evangelho, São Marcos nos dá uma grande lição: a necessidade de fazermos uma avaliação do nosso trabalho sob a luz divina. Era isto que os discípulos faziam ao voltar realizados de suas atividades missionárias; eles relatavam a Jesus o que acontecia durante o dia.
Por isso, o agente pastoral e o leigo cristão jamais devem sucumbir por ativismo. Pelo contrário, o que fizerem seja fruto da oração e da escuta de Deus. Não basta uma simples reflexão humana, mas devemos rezar, dialogar com o Senhor e ouvir o que ele nos diz, em nossa mente e em nosso coração, sobre as nossas atividades. É preciso também ouvir, na oração, a nossa comunidade e a nossa família. Fonte: www.vaticannews.va
Missionárias da Caridade desmentem venda de crianças
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Irmã Maria Prema MC, Superiora Geral das Irmãs da Caridade, fez uma declaração sobre a falsa denúncia do envolvimento das irmãs da caridade na venda de uma criança.
Padre Arnaldo Rodrigues - Cidade do Vaticano
No dia de ontem, 18 de julho, alguns meios de comunicação deram a noticia sobre a ordem do governo indiano de investigar todas as casas da Congregação das Irmãs Missionarias da Caridade, conhecidas como as irmãs da caridade de Madre Teresa de Calcutá. A denuncia seria de que as irmãs estariam envolvidas num suposto caso de venda de bebês. A "venda" de um recém-nascido por um empregado das freiras de Madre Teresa em Ranchi (Jharkhand) levou em poucos dias a prisão de uma freira e um inquérito a todas as casas onde as Missionárias da Caridade cuidam de crianças.
A ministra indiana de Desenvolvimento Feminino e Infantil, Maneka Gandhi, determinou que na ultima segunda-feira, 16 de julho, que todos os governos estatais inspecionassem todos os centros do país.
Irmã Mary Prema, Superiora das irmãs de Madre Teresa, falou a agência de notícias Asia News sobre estas acusações e afirmou: “O desaparecimento de uma criança vendida não tem nada a ver com a congregação das Missionárias da Caridade. Sobre as freiras se acumulam "mitos generalizados, informações distorcidas e notícias falsas, juntamente com alusões infundadas".
Leia na integra a nota oficial das Irmãs da Caridade:
“Estamos profundamente doloridas e tristes com os recentes acontecimentos na casa das Missionárias da Caridade, a Nirmal Hriday na East Jail Road, em Ranchi. Embora expressemos nossa plena confiança no processo judicial em andamento, desejamos expressar nosso choro e o nosso descontentamento pelo que aconteceu e queremos expressar nossa condenação por ações individuais que nada têm a ver com a congregação das Missionárias da Caridade.
Estamos cooperando totalmente com os investigadores e estamos abertos a qualquer investigação livre, equilibrada e justa. Neste contexto, especialmente tendo em conta os muitos mitos generalizados, informações distorcidas e notícias falsas que se espalham, juntamente com alusões infundadas que são lançadas sobre as irmãs de Madre Teresa, é importante estabelecer a série de eventos como eles realmente aconteceram.
Irmã Concelia MC, foi nomeada como chefe da seção "mães solteiras" em Nirmal Hriday, East Jail Road, Ranchi, em 6 de junho de 2017. Ela era responsável pela admissão, atendimento hospitalar, aconselhamento, registro, apoio de mães e recém-nascidos na CWC (Child Welfare Committee - Comitê de Assistência à Criança), quando necessário, e quando as mães solteiras recebiam alta da casa.
A Sra. Anima Indwar começou a trabalhar na Nirmal Hriday em janeiro de 2012. Ela inicialmente trabalhou em uma seção de ajuda e depois como membro da equipe para cuidar das mães solteiras. Ele aprendeu muito bem o trabalho e ajudou a Irmã Concelia de maneira competente. Desta forma, a Sra. Anima Indwar pôde desfrutar da confiança das freiras de Nirmal Hriday. Assim, quando Irmã Concelia precisava assumir uma responsabilidade urgente, a Sra. Anima Indwar acompanhava sozinha as mães solteiras, seus filhos e seus cuidadores ao Hospital Sadar, ao RIMS (Rajendra Institute of Medical Sciences - Instituto de Ciências Médicas Rajendra), ao escritório da CWC, conforme necessário.
Em 29 de junho de 2018, por volta das 12h30, um representante da Proteção Infantil, Sra. Seema e outros membros da Previdência Social, cerca de cinco deles, chegaram a Nirmal Hriday. Eles solicitaram registros de admissão e residência contendo informações sobre todos os hóspedes da casa. Eles apreenderam os registros de Nirmal Hriday sem dar nenhum recibo para essa apreensão.
Entre todos os registros realizadas para "mães solteiras", os representantes acima mencionados fizeram perguntas especificamente sobre a Sra. Karishma Toppo e seu filho. A Sra. Karishma Toppo foi admitida em Nirmal Hriday em 19 de março de 2018 e deu à luz seu bebê em 1 de maio de 2018. Após o parto, a Sra. Karishma Toppo declarou que entregaria seu filho para a CWC. Assim, a Sra. Anima Indwar, a Sra. Karishma Toppo e sua cuidadora levaram o bebê de Nirmal Hriday para entregá-lo. Nem o Nirmal Hriday nem as freiras podiam de qualquer maneira garantir que a criança fosse realmente entregue à CWC. E isso também porque a CWC normalmente não dão nenhum atestado à casa, depois de ter obtido a guarda de uma criança, filho de mãe solteira.
Em 3 de julho de 2018, interrogada pela CWC, Anima Indwar admitiu que o bebê de Karishma Toppo não foi entregue à CWC. Após essa admissão, o CWC a entregou à polícia. No mesmo dia, o bebê de Karishma Toppo foi entregue ao CWC pelas senhoras Anima Indwar e Karishma Toppo.
Em 4 de julho de 2018, a irmã Concelia e a irmã Marie Deanne, superior de Nirmal Hriday, foram interrogadas pela polícia. A irmã Concelia foi presa, enquanto a irmã Marie Deanne, depois de ser mantida até as 19 horas do dia seguinte, foi libertada.
Na noite de 4 de julho de 2018, sem qualquer notificação, a CWC e a representante do Gabinete para a Proteção das Crianças, Sra. Seema, levaram consigo 11 mães solteiras, uma mãe solteira com o filho e um cuidador da casa. Essas mulheres foram submetidas a profunda humilhação e vergonha pública, tendo sido arrastadas para fora diante de muitos meios de comunicação.
Por razões desconhecidas, em 6 de julho de 2018, nossa casa Shishu Bhawan em Hinoo sofreu um ataque da polícia e da CWC. As 22 crianças da casa foram levadas pela CWC, incluindo uma criança de um mês de idade. Durante a custódia na CWC, uma dessas crianças ficou gravemente doente e internada em tratamento intensivo no Hospital Rani. Até mesmo os registros desta casa foram levados pelos representantes oficiais sem dar à casa qualquer recibo da apreensão.
É doloroso que a CWC tenha reservado tal tratamento à uma casa que há apenas duas semanas, seus próprios representantes a definiram como tendo "um excelente ambiente para cuidar das crianças".
Seguindo os passos de nossa fundadora, Santa Madre Teresa, as Missionárias da Caridade cuidam dos pobres, dos abandonados e dos aflitos desde 1950. Até o momento existem 5167 irmãs ativas e contemplativas com 760 casas em 139 países. Na Índia, as Missionárias da Caridade têm 244 casas, incluindo no Jharkhand. Nosso trabalho inclui oferecer casas para pessoas que sofrem de lepra, tuberculose, AIDS, crianças e adultos com deficiências físicas e mentais, dormitórios, dispensários para primeiros cuidados médicos, lares para mulheres carentes, meninas em perigo, mulheres grávidas abandonadas, mulheres cuja pobreza e fome as levaram para a estrada.
A Congregação das Missionárias da Caridade se compromete a continuar com seu serviço aos mais pobres dos pobres, de coração e sem ônus, servindo aos necessitados e vulneráveis, mesmo entre as críticas infundadas e sem precedentes que enfrentamos hoje. Temos total confiança na lei e nos tribunais, nas investigações das autoridades e acreditamos que a justiça prevalecerá.
Rezamos por todos os que foram afetados pelos acontecimentos recentes e pedimos a Deus para abençoar todos aqueles que estão próximos a nós nestes momentos dolorosos e difíceis, confiando nossas orações a Deus para todas as pessoas de boa vontade.
Nossa Mãe, Santa Teresa de Calcutá, interceda por nós diante do Pai onipotente".
Irmã Mary Prema MC
Superiora Geral
Fonte: www.vaticannews.va
Nossa Senhora do Carmo
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Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro
No dia 16 de julho celebramos a memória mariana de Nossa Senhora do Carmo. São muitos os textos da Ordem do Carmo e de histórias sobre o assunto, que se tornou de domínio público. Ao adentramos na história da Igreja, encontramos uma linda página marcada pelos homens de Deus, mas também pela dor, fervor e amor à Virgem Mãe de Deus: é a história da Ordem dos Carmelitas, da qual testemunha o cardeal Piazza: “O Carmo existe para Maria, e Maria é tudo para o Carmelo, na sua origem e na sua história, na sua vida de lutas e de triunfos, na sua vida interior e espiritual”.
A palavra Carmelo vem do hebraico, ‘carmo’, e significa vinha; e ‘el’ significa Senhor; portanto, ‘Vinha do Senhor’. Este nome nos aponta para a famosa montanha que fica na Palestina, de onde o profeta Elias e o sucessor Eliseu fizeram história com Deus e com Nossa Senhora, conforme uma interpretação piedosa foi prefigurada numa pequena nuvem. (Cf. 1 Rs 18,20-45).
O Monte Carmelo, na Palestina, é o lugar sagrado do Antigo e do Novo Testamento. É o Monte em que o profeta Elias evidencia a existência e a presença do Deus verdadeiro, vendo os 450 sacerdotes pagãos do Baal, fazendo descer do céu o fogo devorador. (I Reis, 18, 19ss). É, ainda, o profeta Elias que implora ao Senhor chuva benfazeja, depois de uma seca de três anos e três meses. (1Re, 18, 45). É no Monte Carmelo que a tradição colocou a origem da Ordem Carmelitana. Ali viviam eremitas entregues à oração e à penitência.
Devido a perseguições aos cristãos na Terra Santa, o grupo de eremitas do Monte Carmelo acabou indo para a Europa, se estabelecendo na Inglaterra. Aí se uniu a eles o eremita Simão Stock. Esse homem, penitente como o profeta Elias e austero como João Batista, chamava-se Simão. Mas, diante de sua vida solitária no interior oco de uma árvore no seio da floresta, deram-lhe o apelido de Stock.
Já vivendo com os eremitas do Carmelo, e depois por passar várias dificuldades em sua vida, São Simão teve a inspiração e a confirmação mariana de sua vida e sua ordem no dia 16 de julho de 1251. Ele suplicava, com o maior empenho, à Mãe do Carmelo sua proteção, recitando a bela oração por ele composta: “Flor do Carmelo, vinha florífera, esplendor do céu, virgem fecunda, singular. Ó Mãe benigna, sem conhecer varão, aos Carmelitas dá privilégio, estrela do mar”.
Terminada esta oração, levantou os olhos marejados de lágrimas, e viu sua cela encher-se subitamente de luz. Rodeada de anjos, em grande cortejo, apareceu-lhe a Virgem Santíssima, revestida de esplendor, trazendo nas mãos o escapulário, dizendo a São Simão Stock, com inexprimível ternura maternal: “Recebe, diletíssimo filho, este escapulário de tua Ordem, como sinal distintivo e marca do privilégio que eu obtive para ti e para todos os filhos do Carmelo; é um sinal de salvação, uma salvaguarda nos perigos, aliança de paz e de uma proteção sempiterna. Quem morrer revestido com ele será preservado do fogo eterno”.
A devoção ao escapulário na história da Igreja é muito parecida com a do rosário, constituindo-se numa das mais antigas e populares formas de devoção à Virgem Maria. O escapulário é um sacramental, ou seja, uma realidade visível, que nos conduz a Deus, com sua graça redentora, seu perdão e suas promessas. Santa Teresa (reformadora da Ordem das Freiras Carmelitas juntamente com São João da Cruz) dizia que portar o escapulário era estar revestido com o hábito de Nossa Senhora.
A bem-aventurada Virgem Maria, Nossa Senhora do Carmo, aparece na vida de São Simão com um grande olhar de misericórdia e compaixão. Com a vida de Nossa Senhora do Carmo, percebemos o quanto ela olha para os seus e se compadece. Maria é a mulher da misericórdia e a mulher que sempre estende as mãos para ajudar os seus filhos que passam por necessidades e dificuldades.
Peçamos a Nossa Senhora do Carmo que nos ajude a caminhar na misericórdia, no amor, na paz e na fraternidade. Neste ano jubilar, esta devoção mariana quer nos ajudar a não desanimarmos diante das perseguições, e procurar, revestidos de Maria, continuar firmes no Senhor, confiando em sua providência. Com a experiência da misericórdia de Deus, temos a certeza de sermos sinais dessa mesma misericórdia aos outros. Que diante das ‘secas das vidas de tantas pessoas’ o Senhor nos ajude a profetizar que a ‘nuvem de chuva que chega’ nos vem pela intercessão de Maria para que sejamos fiéis seguidores do Senhor mesmo com tantos falsos profetas ao redor.
Que a vida de oração no monte de Deus nos acompanhe nesses dias para ‘contemplar o Deus misericordioso’. Que a Virgem Mãe nos ampare em todas as dificuldades. Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós! Fonte: http://arqrio.org
Nossa Senhora do Carmo, uma das devoções mais antigas e amadas
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Hoje, 16 de julho, é a festa litúrgica de Nossa Senhora do Carmo. Uma antiga devoção que remonta aos profetas da Bíblia. Grandes comemorações em Roma e em várias cidades da Itália.
Cidade do Vaticano
O culto mariano, caso único entre os cultos dos santos, tem suas raízes nove séculos antes do nascimento de Maria. O primeiro profeta de Israel, Elias, morando no Monte Carmelo teve a visão da vinda da Bem-Aventurada Virgem. Viu que ela se elevava em uma pequena nuvem, trazendo uma chuva providencial que salvaria Israel de uma grande seca. É um dos cultos mais antigos da Roma cristã, assim como a Ordem Carmelita que está ligada ao que foi escrito na Bíblia, quando se conta que Elias recebeu a profecia do Mistério da Virgem e Mãe sobre o nascimento do Filho de Deus. Já no primeiro século, os eremitas que se retiraram no Monte construíram uma capelinha dedicada à Nossa Senhora. “Tradicionalmente os carmelitas estão ligados à Nossa Senhora – explica padre Agostino Farcas, pároco da Igreja de Santa Maria do Carmo no bairro Mostacciano de Roma – mas também a Elias, ou seja à capacidade como a do profeta de ouvir a Deus”.
“ O Senhor disse-lhe: ‘Sai e permanece sobre o monte diante do Senhor’. Então o Senhor passou. Antes do Senhor, porém, veio um vento impetuoso e forte, que desfazia as montanhas e quebrava os rochedos, mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto. Passado o terremoto, veio um fogo, mas o Senhor não estava no fogo. E depois do fogo ouviu-se o murmúrio de uma leve brisa ”
A iconografia popular
Segundo a iconografia popular, Nossa Senhora do Carmo não leva Jesus no colo, mas estende os braços oferecendo o escapulário. A imagem refere-se à aparição de Nossa Senhora em 16 de julho de 1251 ao carmelita São Simão Stok, entregando-lheu um escapulário e revelando-lhe os privilégios ligados ao culto.
“Não é um amuleto ou um talismã – prossegue padre Agostino – mas um sinal de salvação. Significa estar cobertos pela sua graça, pelos seus dons. Se hoje dizemos ‘quero o escapulário’, acreditamos receber este sinal de salvação que nos leva às virtudes de Maria, nos ajuda a tentar viver como ela”.
As Confrarias intituladas a Nossa Senhora do Carmo
Com o tempo as Confrarias intituladas a Nossa Senhora do Carmo e a favor de alguns papas que lhe concederam privilégios espirituais, fez com que aumentasse a devoção popular.
Em 1623, um decreto da Congregação do Índice, consagrava a “Tradição do Sábado”, ou seja a ajuda que Nossa Senhora do Carmo concede neste dia aos seus devotos mortos na graça de Deus para alcançar a plenitude do amor divino.
Imagem encontrada no Tibre
As origens do culto em Roma remontam a 1535. Naquele ano, alguns marinheiros encontraram na foz do rio Tibre, perto de Fiumicino, a imagem de Nossa Senhora do Carmo que depois foi transportada para a igreja de S. Crisóstomo. Desde então Nossa Senhora do Carmo foi chamada “De Noantri”, ou “Fiumarola”, em recordação do lugar onde foi encontrada. Provavelmente, sem exagerar, a festa no bairro Trastevere é a maior de toda a cidade de Roma.
Nossa Senhora do Carmo no bairro Trastevere
A imagem de Nossa Senhora do Carmo está conservada na igreja de Santa Ágata no bairro Trastevere. Segundo a iconografia clássica, não leva Menino Jesus no colo, mas estende os braços para baixo e está vestida como uma carmelita terciária. Na igreja, algumas vitrinas expõem as preciosas vestes de seda celestes, brancas e amarelas e três mantôs doados pela princesa Bianca Caracciolo di Fiorino. Além das vestes doadas pela princesa, as roupas custodiadas pelas irmãs de São Pascoal são doações de pessoas de todas as condições sociais. Uma das últimas remonta a 1970 e foi doada por um grupo de costureiras que trabalharam por três anos. A coleção é formada por algumas coroas de prata e de metal usadas na procissão e decoradas com pedras preciosas.
João Paulo II e Nossa Senhora do Carmo
Todos conhecem a grande devoção de São João Paulo II pela Virgem Maria. Abaixo apresentamos uma passagem dedicada à Nossa Senhora do Carmo, escrita pelo Pontífice: “Reconcilia os irmãos em um abraço fraterno; que desapareçam os ódios e os rancores, que se superem as divisões e as barreiras, que se unam as rupturas e curem as feridas”. Fonte: www.vaticannews.va
15º Domingo do Tempo Comum – Ano B: A Cartilha do Missionário.
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A liturgia do 15º Domingo do Tempo Comum recorda-nos que Deus atua no mundo através dos homens e mulheres que Ele chama e envia como testemunhas do seu projeto de salvação. Esses “enviados” devem ter como grande prioridade a fidelidade ao projeto de Deus e não a defesa dos seus próprios interesses ou privilégios.
A primeira leitura apresenta-nos o exemplo do profeta Amós. Escolhido, chamado e enviado por Deus, o profeta vive para propor aos homens – com verdade e coerência – os projetos e os sonhos de Deus para o mundo. Atuando com total liberdade, o profeta não se deixa manipular pelos poderosos nem amordaçar pelos seus próprios interesses pessoais.
A segunda leitura garante-nos que Deus tem um projeto de vida plena, verdadeira e total para cada homem e para cada mulher – um projeto que desde sempre esteve na mente do próprio Deus. Esse projeto, apresentado aos homens através de Jesus Cristo, exige de cada um de nós uma resposta decidida, total e sem subterfúgios.
No Evangelho, Jesus envia os discípulos em missão. Essa missão – que está no prolongamento da própria missão de Jesus – consiste em anunciar o Reino e em lutar objetivamente contra tudo aquilo que escraviza o homem e que o impede de ser feliz. Antes da partida dos discípulos, Jesus dá-lhes algumas instruções acerca da forma de realizar a missão… Convida-os especialmente à pobreza, à simplicidade, ao despojamento dos bens materiais.
EVANGELHO: (Mc 6,7-13) ATUALIZAÇÃO
- Como é que Deus age, hoje, no mundo? A resposta que o Evangelho deste domingo dá é: através desses discípulos que aceitaram responder positivamente ao chamamento de Jesus e embarcaram na aventura do “Reino”. Eles continuam hoje no mundo a obra de Jesus e anunciam – com palavras e com gestos – esse mundo novo de felicidade sem fim que Deus quer oferecer aos homens.
- Atenção: Jesus não chama apenas um grupo de “especialistas” para o seguir e para dar testemunho do “Reino”. Os “doze” representam a totalidade do Povo de Deus. É a totalidade do Povo de Deus (os “doze”) que é enviada, a fim de continuar a obra de Jesus no meio dos homens e anunciar-lhes o “Reino”. Tenho consciência de que isto me diz respeito e que eu pertenço à comunidade que Jesus envia em missão?
- Qual é a missão dos discípulos de Jesus? É lutar objetivamente contra tudo aquilo que escraviza o homem e que o impede de ser feliz. Hoje há estruturas que geram guerra, violência, terror, morte: a missão dos discípulos de Jesus é contestá-las e desmontá-las; hoje há “valores” (apresentados como o “último grito” da moda, do avanço cultural ou científico) que geram escravidão, opressão, sofrimento: a missão dos discípulos de Jesus é recusá-los e denunciá-los; hoje há esquemas de exploração (disfarçados de sistemas econômicos geradores de bem estar) que geram miséria, marginalização, debilidade, exclusão: a missão dos discípulos de Jesus é combatê-los. A proposta libertadora de Jesus tem de estar presente (através dos discípulos) em qualquer lado onde houver um irmão vítima da escravidão e da injustiça. É isso que eu procuro fazer?
- As advertências de Jesus para que os discípulos se apresentem sempre numa atitude de sobriedade e de despojamento significam, em primeiro lugar, que o discípulo nunca deve fazer dos bens materiais a sua prioridade fundamental. Se o discípulo estiver obcecado pelo “ter”, tornar-se-á escravo dos bens, acomodar-se-á e não terá espaço nem disponibilidade para se lançar na aventura do anúncio do Reino. Por outro lado, o discípulo que erige os bens materiais como a prioridade da sua vida sentirá sempre a tentação de se calar, de não incomodar os poderosos, a fim de preservar os seus interesses econômicos e os seus benefícios particulares.
- As advertências de Jesus para que os discípulos se apresentem sempre numa atitude de sobriedade e de despojamento significam também o desapego das ideias e preconceitos, dos hábitos e costumes, das paixões e afetos que podem constituir um obstáculo para a missão de anunciar o Reino.
- As palavras de Jesus recomendam ainda aos discípulos que atuam por um tempo prolongado num determinado lugar, a moderação e o agradecimento para com aqueles que os acolhem. Quem é recebido numa casa ou num lugar como hóspede, deve converter-se numa bênção para essa casa e comportar-se com sobriedade, equilíbrio e maturidade.
- Com frequência os discípulos de Jesus têm de lidar com a oposição e a recusa da proposta que eles testemunham. É um facto que deve ser visto com normalidade e compreensão. No entanto, quando isto suceder, é missão dos discípulos alertar os implicados para a gravidade da recusa. Quem recusa as propostas de Deus, deve estar plenamente consciente de que está a perder oportunidades únicas e a afastar-se da sua realização plena, da vida verdadeira.
*LEIA AO LADO A REFLEXÃO NA ÍNTEGRA. CLIQUE NA PALAVRA- EVANGELHO DO DIA.
DE PREGADOR DE RETIRO DO PAPA A BISPO: Pe. José Tolentino
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Pe. José Tolentino: “Papa Francisco é um pastor com o cheiro do rebanho”
A ordenação episcopal do novo arquivista e bibliotecário da Santa Sé terá lugar a 28 de julho no Mosteiro dos jerónimos, em Lisboa.
Domingos Pinto-Lisboa
“O Papa Francisco pede a todos nós e pede à igreja uma conversão ao Evangelho, e isso é sempre uma redescoberta daquilo que é essencial, daquilo que é o mais profundo”, diz à VATICAN NEWS D. José Tolentino Mendonça.
O sacerdote madeirense foi nomeado pelo papa no passado dia 26 de julho novo arquivista do Arquivo Secreto do Vaticano e bibliotecário da Biblioteca Apostólica, elevando-o ainda à dignidade de arcebispo.
O vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa que orientou este ano o retiro de Quaresma do Papa Francisco e da Cúria Romana, vai ser ordenado bispo no próximo dia 28 deste mês, no Mosteiro dos Jerónimos.
Uma celebração que será presidida pelo cardeal patriarca de Lisboa e que terá como bispos co-ordenantes o cardeal D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, e D. Teodoro de Faria, bispo emérito do Funchal.
Sobre a sua nomeação, D. José Tolentino Mendonça diz que “foi uma surpresa muito grande o convite do Santo Padre”, mas que acolhe “com sentido de obediência e de entusiasmo pelo desafio que ele me fez”.
Já no contexto da sua nova missão na igreja, que terá início a 1 de setembro, o padre português lembra que “uma biblioteca é um lugar onde o futuro encontra as suas raízes”, e isso é muito importante para “a história da igreja, mas também para a história da própria humanidade”.
O futuro prelado acentua a “cultura como uma aliada natural da própria fé e do dinamismo da Evangelização”, e alerta para o grande perigo que é sempre um certo reducionismo” neste contexto do diálogo fé e cultura.
“O mundo atual tem muita sede e penso que o Papa Francisco nos tem ajudado muito a valorizar a sede que há no coração humano”, sublinha.
Ao portal da Santa Sé, D. José Tolentino Mendonça lança ainda um olhar para o pontificado de Francisco, e deixa uma palavra de “gratidão a Deus por nos ter dado um Pastor, um Pedro que está próximo do rebanho e que traz consigo o cheiro das ovelhas”. Fonte: https://www.vaticannews.va
LEVANDO MARIA COMO GUIA: Aprender a escutar Deus nos clamores da vida, tendo como guia a Mãe de Jesus.
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Frei Carlos Mesters, O. Carm
Não basta escutar a Palavra de Deus. É preciso colocá-la em prática. E, neste ponto, temos como mestra e guia Maria, a Mãe de Jesus:
“Enquanto Jesus dizia essas coisas, uma mulher levantou a voz no meio da multidão, e lhe disse: "Feliz o ventre que te carregou, e os seios que te amamentaram." Jesus respondeu: "Mais felizes são aqueles, que ouvem a palavra de Deus e a põe em prática." (Lc 11,27-28)
A Bíblia fala pouco da Mãe de Jesus. Só sete livros a mencionam: Gálatas (Gl 4,4), Marcos Mc 3,20-21.31-35), Lucas (Lc 1 e 2; 11,17), Atos (At 1,13), Mateus (Mt 1 e 2), João (Jo 2,1-13; 19.25-26) e Apocalipse (Apc 12,1-17). Ela mesma fala menos ainda. Cinco destes sete livros só falam sobre Maria, mas ela mesma não fala. Ela só fala em dois livros: Lucas e João. E, mesmo estes dois, conservam apenas sete palavras de Maria. Nada mais!
1ª Palavra: "Como pode ser isso se eu não conheço homem algum!" (Lc 1,34)
2ª Palavra: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra!" (Lc 1,38)
3ª Palavra: "Minha alma louva o Senhor, exulta meu espírito em Deus!" (Lc 1,46)
4ª Palavra: "Meu filho porque fez isso? Teu pai e eu, aflitos, te procurávamos" (Lc 2,48).
5º Palavra: "Eles não têm mais vinho!" (Jo 2,3)
6ª Palavra: “Fazei tudo o que ele vos disser!" (Jo 2,5)
7ª Palavra: O silêncio ao pé da Cruz, mais eloquente que mil palavras! (Jo 19,25-27)
Os Evangelhos apresentam a Mãe de Jesus como mulher silenciosa. Apenas sete palavras! É a prática do silêncio que capacita as pessoas para escutar a Palavra de Deus nos fatos da vida. O que mais nos falta hoje é o silêncio. Não é fácil fazer silêncio. Não é fácil escutar. Às vezes, alguém nos chama, mas não escutamos. Muito barulho, não só ao redor, mas também dentro de nós. Outras vezes, o chamado é muito fraco, um gemido apenas, ou vem de alguém que chama com um gesto que não foi entendido. Condição para poder escutar é saber fazer silêncio, sobretudo dentro de nós.
Cada uma daquelas sete palavras da Mãe de Jesus nos faz saber como ela fazia para escutar os apelos de Deus, mesmo lá onde não havia palavras, mas apenas o silêncio de uma situação humana pedindo socorro. Além disso, tanto Lucas quanto João, ambos oferecem uma chave importante para entender o relacionamento de Maria com a Palavra de Deus.
Lucas, quando fala de Maria, pensa nas Comunidades e apresenta Maria como modelo. Na maneira de Maria relacionar-se com a Palavra de Deus, vê Lucas a maneira mais correta para a comunidade relacionar-se com a Palavra de Deus: descobri-la, escutá-la, acolhê-la, encarná-la, vivê-la, aprofundá-la, ruminá-la, fazê-la nascer e crescer, deixar-se moldar por ela, mesmo quando não a entende ou quando ela a faz sofrer. A chave para isto nos é dada no elogio à sua mãe: Feliz quem ouve e pratica a Palavra (Lc 11,27).
João costuma descrever os fatos sob dupla dimensão: histórico-literal e simbólico-espiritual. Assim, os dois episódios que falam da Mãe de Jesus, as bodas de Caná (Jo 2,1-5), e ao pé da Cruz (Jo 19,25-27), são história e símbolo ao mesmo tempo. Para João, a Mãe de Jesus é símbolo do Antigo Testamento. Ela aguarda a chegada do Novo e contribui para que o Novo chegue. Ela é o elo entre o que havia antes e o que virá depois. Nos dois episódios, em Caná e ao pé da cruz, veremos a história e o símbolo.
Vamos ver as sete palavras para aprender como escutar os apelos de Deus e colocá-los em prática.
1ª Palavra. "Como pode ser isso se eu não conheço homem algum!" (Lc 1,34)
A palavra do anjo Gabriel era transparente, não deixava dúvida. Dizia claramente o que Deus estava pedindo a Maria, a saber: ser a mãe do Messias, daquele que viria realizar as promessas dos profetas, a esperança de todo o povo. Maior missão e glória não eram possíveis imaginar para uma moça daquela época.
Maria não se exalta, nem se sente privilegiada. Ela escuta o apelo de Deus, confronta-o com a sua condição humana e pergunta a si mesma: “Como pode ser isso, se eu não conheço homem algum!”
Não é falta de fé, nem medo, nem recusa, nem falsa humildade. Mas realismo humilde, sem exaltação. Maria não quer ser a causa de que o plano de Deus corra perigo de fracassar devido às limitações da sua condição humana, pois dentro da situação concreta em que ela se encontrava, a proposta do anjo não poderia ser realizada: “Não conheço homem algum!”.
2ª Palavra. "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra!" (Lc 1,38)
O anjo esclarece:
“O Espírito Santo descerá sobre ti!” Esclarecida pelo anjo, Maria não hesita nem volta atrás, mas se oferece: “Eis aqui a serva do Senhor!” Ela se faz a empregada de Deus. Ela sabe que isto vai trazer muitos problemas para a sua vida. Pois como explicar a gravidez ao povo de Nazaré? Ninguém iria acreditar nela. Como explicá-la a José, seu prometido esposo? Ela correria o perigo de ser apedrejada.
Apesar de todas estas dificuldades reais, Maria se entrega à ação da Palavra de Deus: “Faça-se em mim segundo a tua palavra!” Ela não pensa em si mesma, nem se fecha dentro do seu mundo. O que conta não é o bem-estar dela mesma, nem as suas aspirações pessoais, mas, sim, ser um instrumento eficaz na realização do plano de Deus: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra!”
3ª Palavra. "Minha alma louva o Senhor, exulta meu espírito em Deus, meu Salvador!" (Lc 1,46)
Estamos diante de uma das experiências humanas mais bonitas e mais comuns que se possa imaginar. Duas donas de casa, Maria e Isabel, ambas grávidas, se encontram e conversam entre si sobre as coisas da vida. Isabel elogia a fé de Maria, e Maria responde louvando e agradecendo a Deus: “Minha alma louva o Senhor, exulta meu espírito em Deus, meu Salvador!”.
Do começo ao fim, o Cântico de Maria está permeado de frases vindas dos salmos. Neste cântico, ela se revela como alguém que sabe de cor a Bíblia, sobretudo os salmos. De tanto rezar e meditar os salmos, quando ela mesma se dirige a Deus, usa palavras e frases dos salmos para expressar seus próprios sentimentos, pedidos e louvores a Deus.
No Cântico, ela se revela também como alguém que tem consciência clara da situação social e política em que se encontra o seu povo. A Mãe de Jesus conhece as pretensões dos soberbos (Lc 1,51), a ganância dos ricos (Lc 1,53) e a opressão que os poderosos exercem sobre os pequenos, os humildes (Lc 1,52). Ela se faz porta-voz da esperança dos pequenos (Lc 1,54-55).
Unir o conhecimento da realidade com a leitura orante e constante da Bíblia é a chave que abriu os olhos do coração de Maria para poder escutar os apelos de Deus, dentro da realidade da vida do seu povo, e dentro das coisas mais comuns da sua vida.
4ª Palavra. "Meu filho porque fez isso conosco? Teu pai e eu, aflitos, te procurávamos" (Lc 2,48)
Romaria anual até a Jerusalém. Três ou quatro dias de viagem. Famílias inteiras caminhando. Muita gente! Em Jerusalém triplica a população. As crianças pequenas vão com os pais. Os jovens de doze anos para cima se agrupam entre parentes e pessoas mais achegadas do povoado. No regresso a Nazaré, Maria e José se dão conta de que Jesus não estava com os parentes, nem com as pessoas mais achegadas. Susto, medo e sofrimento. Imediatamente, voltam para Jerusalém à procura do menino.
Depois de três dias de busca, eles o encontram no Templo, sentado no meio dos doutores, escutando e fazendo perguntas. Menino inteligente! Emoção muito grande para os pais. Mas Maria não esconde seu sofrimento, sua preocupação e sua decepção: "Meu filho, por que fez isso conosco? Olhe, seu pai e eu, aflitos, te procurávamos". Maria não tem medo de dizer o que pensa e de perguntar pelo motivo das coisas que ela não entende e a fazem sofrer.
Jesus responde: “Por que me procuravam? Então, não sabiam que devo estar na casa do meu Pai!” Resposta enigmática! Antes, Maria já não tinha entendido a atitude do filho, e nem agora ela entende a palavra dele. Jesus não dá explicação do seu comportamento e parece minimizar o sofrimento da mãe.
Maria silencia diante do mistério. Não deve ter sido fácil. Mas mesmo silenciando, ela continua buscando o sentido da palavra que ela não entendeu. “Ela conservava no coração todas estas coisas” (Lc 2, 19.51).
Este é o caminho para chegar à compreensão e aceitação da Palavra de Deus: ruminá-la, meditá-la, até obter o entendimento que esclarece o caminho.
5ª Palavra. "Eles não tem mais vinho!" (Jo 2,3)
A história.
Na descrição das bodas da Caná, a Mãe de Jesus aparece como mulher atenta aos problemas dos outros. Ela percebe o problema do casal: “Eles não têm mais vinho!” Falta de bebida na festa de casamento num povoado pequeno da área rural da Galiléia era um problema sério que comprometia o bom nome dos noivos. Maria é uma presença atenciosa. Despreocupada de si mesma, ela é capaz de perceber o problema dos outros, pois quem vive fechado em si mesmo, não percebe o sofrimento calado do irmão e da irmã.
O símbolo. Como símbolo e porta-voz do Antigo Testamento (AT), da história do seu povo, a Mãe de Jesus percebe e reconhece os limites do Primeiro Testamento: “Eles não tem mais vinho!” A economia da salvação do AT tinha esgotado todos os seus recursos e já não era capaz de realizar o grande sonho, alimentado pelos profetas, a saber: as Bodas entre Deus e seu povo (cf. Os 11,21; Is 54,4-8).
A Mãe de Jesus constata e reconhece os limites do AT. Sem vinho a festa do casamento corre perigo de fracassar. Maria recorre a Jesus, pois em Jesus chegou a possibilidade oferecida por Deus para superar os limites e realizar, finalmente, as promessas da união entre Deus e seu povo.
6ª Palavra. “Fazei tudo o que ele vos disser!" (Jo 2,5)
A história.
A Mãe de Jesus é apresentada como uma pessoa que não só percebe o problema dos noivos, mas também toma a iniciativa concreta para solucioná-lo. Ela recorre a Jesus. Jesus responde: “Mulher, o que há entre mim e ti? Minha hora ainda não chegou”. A resposta parecia uma recusa. Mas Maria não a entendeu como uma recusa. Pelo contrário, imediatamente ela se dirige aos empregados e diz: “Fazei tudo o que ele vos disser!” Não basta constatar o problema. É preciso contribuir para a sua solução. Não basta ouvir a Palavra de Deus. É preciso colocá-la em prática.
O símbolo. Jesus responde: “Mulher, o que há entre mim e ti? Minha hora ainda não chegou”. A resposta de Jesus verbaliza um grave problema que existia nas comunidades, no fim do primeiro século, época em que João escreve o seu Evangelho, a saber: Qual é mesmo a relação entre o Antigo Testamento (AT) e o Novo Testamento (NT), e como se realiza a transição? Pois, havia cristãos que consideravam o AT como superado e aceitavam só os textos do NT.
As palavras de Maria aos empregados iluminam o problema: “Fazei tudo o que ele vos disser!”. O próprio AT manda olhar para, além de si mesmo, e encontra sua plena realização em Jesus. O recado final do AT é este: “Fazei tudo o que ele vos disser!” Quem se fecha na sua própria história, impede a chegada do futuro. Ele se fecha na letra que mata. É o espírito de Jesus que dá vida plena à letra (2 Cor 3,6).
“Minha hora ainda não chegou!” A realização plena das promessas do AT se realizará através da “hora” de Jesus, isto é, sua morte e ressurreição que transformarão a água da vida em vinho para a festa definitiva das núpcias do Cordeiro (cf Apc 19,7; 21,1.9).
Seis ânforas cheias de água, cada uma com cem litros, foram transformadas em vinho, vinho bom. Seiscentos litros de vinho para uma festa que já estava no fim. O que fizeram com o vinho que sobrou? Estamos bebendo até hoje!
7ª Palavra. O silêncio ao pé da Cruz, mais eloquente que mil palavras! (Jo 19,25-27)
A história.
A mãe de Jesus está em pé junto à cruz do filho. Ela não fala. Mas o seu silêncio é mais eloquente que mil palavras! Ela é apoio silencioso ao filho na hora suprema da sua missão. Enfrenta a noite escura da Cruz, e aguarda a madrugada da ressurreição.
O símbolo. Na hora da morte, é o "Discípulo Amado" que acolhe a Mãe de Jesus em sua casa. O Discípulo Amado é a nova Comunidade que cresceu ao redor de Jesus, é o filho que nasceu do Antigo Testamento. A pedido de Jesus, o filho, o Novo Testamento, recebe a Mãe, o Antigo Testamento, em sua casa. Os dois devem caminhar juntos, pois o Novo não se entende sem o Antigo. Seria um prédio sem fundamento. E o Antigo sem o Novo ficaria incompleto. Seria uma árvore sem fruto.
Traduzido para hoje, isto quer dizer: a fé não se entende sem a vida. Seria um prédio sem fundamento. E a vida sem a fé ficaria incompleta. Seria uma árvore sem fruto. Este é objetivo deste nosso retiro.
O silêncio orante de Jesus
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Pe. Alfredo J. Gonçalves, CS
Todo silêncio contém um segredo oculto: indescritível e inaferrável a partir da razão humana. Ao contrário do mutismo, que não passa de um pseudosilêncio (encerrado em si mesmo e fechado ao diálogo com o outro, desértico, árido e estéril, às vezes destilando veneno, um “gueto impenetrável” que representa a recusa de toda e qualquer comunicação) – o verdadeiro silêncio contém o mistério da Palavra. Calam-se todas as palavras (no plural, com minúscula), para que possa falar a Palavra (no singular, com maiúscula). Jesus Cristo, o “Verbo que se fez carne e armou sua tenda entre nós” é a Revelação de Deus, em seu infinito amor e misericórdia.
Disso resulta que sua mensagem – em gestos ou palavras que, de tão concretas, visíveis e palpáveis, mais parecem gestos – nasça, cresça, se desenvolva e ganhe autoridade no terreno fecundo do silêncio. Somente este silêncio de escuta e contemplação, sempre atento, reverente e respeitoso diante dos desígnios do Pai, poderá engendrar a Palavra viva, livre, libertadora e criativa. A Palavra que renova e anima, conforta e confere novo vigor ao exausto caminheiro. Na visão do teólogo italiano Bruno Forte, por exemplo, enquanto Jesus é a “Palavra Encarnada” e o Espírito Santo o “Encontro”, o Pai continua sendo o “Silêncio”, indefinível e insondável ao conhecimento científico.
E de fato, o silêncio na vida de Jesus nos impressiona e comove. O profeta de Nazaré proclama a Boa Notícia do Evangelho somente em idade já relativamente adulta, após 30 anos de silenciosa meditação. Mas antes disso, retira-se por 40 dias e 40 noites ao silêncio ermo mas habitado do deserto, onde deverá ser tentado pelo demônio. Criação literária ou não, a simbologia dos 40 dias e 40 noites reflete o poder místico e espiritual do “estar a sós consigo mesmo e com Deus”.
Em seguida, durante seu ministério público itinerante, por diversas vezes Jesus dribla a multidão e os próprios discípulos para retirar-se à montanha, novamente ao deserto ou a um lugar à parte, numa prática permanente de escuta e oração. Impressiona igualmente o silêncio de toda a família de Nazaré, onde Maria, como sublinha o evangelista Lucas por duas vezes “conservava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu coração” (Lc 2, 19.51). José, por sua vez, embora sempre pronto a ouvir os anjos de Deus e por-se em marcha para defender a família, jamais profere uma palavra.
Entre tantos momentos de silêncio, são emblemáticos o momento de oração no Horto das Oliveiras (ou Getsêmani), antes de ser preso e conduzido aos tribunais, como também a atitude de “escrever no chão com o dedo”, no episódio da mulher surpreendida em adultério (Jo 8, 1-11). Neste último caso, Jesus se interpõe entre os fariseus e doutores da lei (juízes) e a acusada (réu). O silêncio de Jesus, que se limita a “escreve no chão” revela-se um verdadeiro espelho para a consciência de todos os presentes. Espelho ainda mais evidente diante das palavras gestadas por esse silêncio: “Quem de vocês não tiver pecado, atire nela a primeira pedra”. Enquanto Jesus “continua a escrever no chão”, os ouvintes “foram se retirando um a um, a começar pelos mais velhos”.
Silêncio que, além de interpelar a consciência dos próprios doutores da lei e fariseus, inverte os papéis desse, digamos, tribunal improvisado. Se, de um lado, os acusadores (juízes) se convertem em réus, de outro, a acusada (réu) torna-se uma espécie de juíza, mesmo sem proferir qualquer palavra. O silêncio possui este segredo: transmite sentimentos e emoções que as palavras são incapazes de expressar. Outras vezes converte-se em lágrimas, olhares, sorrisos, abraços, gestos, toques... Todos mais eloquentes que qualquer palavra! O final da história é expressivamente comovente: “Eu também não te condeno; podes ir, e nã peques mais”, conclui o Mestre. Palavras de carne e osso, diríamos! Jesus não legitima o pecado, não lhe é cúmplice... Mas acolhe e absolve a pecadora arependida.
Roma, Itália, 18 de setembro de 2014
O relacionamento pessoal com Deus
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Frei Joseph Chalmers O. Carm.
O relacionamento pessoal com Deus é um conceito central para a jornada espiritual. Os escritores bíblicos usaram muitas metáforas pra descrever o relacionamento humano/divino e a realidade humana mais próxima foi a do matrimônio. Para crescermos em nosso relacionamento com Deus, vale a pena tentar aprender algo do desenvolvimento normal de um relacionamento humano. Penso que o processo espiritual no matrimônio e na vida consagrada é o mesmo, com exceção dos meios para alcançar o objetivo. A vida humana é uma escola de amor. Se não aprendermos a amar, mesmo que realizemos grandes coisas aos olhos do mundo, somos como um bronze que soa ou um címbalo que tine (1Cor 13,1). Pelo número de matrimônios que terminam em divórcio podemos compreender que aprender a amar não é fácil.
A oração é o portão pelo qual entramos no relacionamento com Deus e o caminho para manter viva a chama no relacionamento. Oração é comunicação com Deus. Marido e mulher não podem crescer em seu amor sem uma comunicação contínua. As regras que regulam os relacionamentos humanos também podem ser aplicadas ao relacionamento com Deus. A tentação quanto a oração é vê-la como um dever a ser realizado em vez de um caminho para se comunicar com Deus. Se fosse meramente uma obrigação, seria bem simples. Bastaria dizer as palavras certas ou preencher o tempo necessário. A oração é algo mais. Ela deve nos transformar. Se não acontece transformação alguma, algo não está certo com nossa oração ou com nossa vida.
O objetivo da vida espiritual é bem simples: tornar-se como Deus, ser capaz de ver a criação como Deus a vê e a amá-la como Deus ama. As vocações particulares (família, vida consagrada etc) são caminhos diferentes para alcançar os mesmos objetivos. Toda estrada deve ser um modo para aprendermos como Deus ama.
O relacionamento humano, compreendido como um modelo para o desenvolvimento de nosso relacionamento com Deus, tem seus limites. Cristo é muito mais do que um amigo. Ele é o único que pode nos restaurar e nos transformar totalmente, levando-nos à nossa plenitude. Num relacionamento humano normal, se um lado decide não continuar uma amizade, não há nada mais a ser dito ou feito. No entanto, Deus nos persegue continuamente porque só Deus sabe qual é nosso bem final.
Deus nos procura e nos convida a entrar mais profundamente no mistério da vida da Trindade. Somente em Deus podemos encontrar a resposta ao nosso próprio mistério. A oração começa com o convite que Deus nos apresenta de diferentes maneiras. Deus sempre tem muitos recursos. Deus vem a nós quer estejamos num bom lugar ou não. Deus nos chama desse lugar e nos convida a começar uma jornada na companhia divina. Se recusarmos, Deus repete o convite continuamente de modos diferentes. Deus nunca desiste de nós. Quando não respondemos positivamente, Deus nos guia delicadamente. Todo relacionamento é diferente, mas podemos aprender algo com as experiências alheias.
A oração é um relacionamento com Deus. Somos chamados a sermos amigos íntimos de Deus, em e através de Jesus Cristo. Não é fácil dar permissão a outra pessoa para entrar em nossas vidas e dar a essa pessoa a liberdade de percorrer os corredores de nosso coração, mas uma amizade profunda exige isso. Jesus Cristo quis nos transformar. O processo de transformação é longo e muitas vezes árduo. Deus nunca desiste de nós, mas devemos fazer nossa parte para que o grande trabalho de transformação seja realizado plenamente.
Na espiritualidade carmelitana, Maria é venerada como Mãe e Irmã. Ela nos ajuda, nos alimenta e nos acompanha em nossa jornada pela vida. Seu papel é acima de tudo nos ajudar a entrar e a crescer em nosso relacionamento com Deus. Não devemos apenas admirar seus privilégios. De certa forma, eles nos apontam para nosso próprio futuro. Maria pode nos ajudar mais facilmente se estivermos abertos à sua presença em nossas vidas.
*Do livro, O Som do Silêncio, de Frei Joseph Chalmers O. Carm. Ex- Prior Geral da Ordem do Carmo.
A devoção do Santo Escapulário.
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Dom Vital Wilderink O. Carm.
SIMBOLISMO MARIANO
Se perguntar-nos a uma pessoa que traz o bentinho, qual é a razão deste seu proceder, a resposta poderá variar, mas, em última análise, acentuará sempre uma relação entre o Escapulário e a Virgem Maria, E, de fato, tal relação existe. Mais ainda: é ela que dá ao Escapulário o seu valor específico. O Escapulário é símbolo da devoção mariana. A atração que ele exerce sobre o mundo católico, encontra a sua principal justificação na sua índole mariana.
Existe, infelizmente, muito ignorância acerca do Escapulário. Assim há pessoas que atribuem ao Escapulário uma força mágica, como se fosse um amuleto, ou então, vêem nele um salvo-conduto com que podemos entrar no céu, mesmo sem a veste nupcial. (1) No extremo oposto encontramos uma corrente que não oculta a sua aversão da devoção do Escapulário, como em geral de todas devoções particulares, ordens terceiras e confrarias. Tudo isto forma, segundo a sua opinião, um obstáculo para as almas que desejam aprofundar a sua vida de graça. De fato, não podemos negar que uma acumulação de devoções, de fitas, opas e medalhas facilmente enredam a alma na sua vida espiritual. O homem é demasiadamente limitado para aprofundar a sua vida cristã através de muitas devoções. Em si, porém, uma devoção, aprovada pela Igreja, é para isto um ótimo meio.
O que deu origem a tantas falsas apreciações do Escapulário, que vão da superstição até o desprezo, foi o desconhecimento do seu simbolismo. É numa parte desta riqueza, que queremos fixar a nossa atenção no presente artigo.
O HOMEM E O SÍMBOLO
Um estudante Brasileiro, ao passar pelas ruas de Roma, viu-se, de repente, em face de uma bandeira da sua pátria. Tal vista causou nele como que um choque elétrico e, ele quedou-se imóvel a fitar o “querido símbolo da Terra, da amada Terra do Brasil”. Enquanto o nosso estudante estava ali, imerso num mundo variado de sentimentos e lembranças, passavam outras pessoas pelo mesmo local. Estas lançavam um olhar curioso sobre a bandeira e continuavam, desinteressados, o seu caminho. Para elas aquela bandeira não era mais que uma das muitas que existe no mundo.
Em todos os tempos e em todos os lugares, o homem sentiu a necessidade de exprimir as suas ideias e intenções por meio de um símbolo. Esta necessidade, aliás, lança as suas raízes na própria natureza humana. O homem graças à sua alma, é capaz de desenvolver uma atividade espiritual. Porém, quando se trata de manifestar a sua experiência interior, ele necessita do seu corpo e do mundo material que o rodeia. Poder de expressão dentro da esfera espiritual, o homem não possui. Podemos portanto dizer que na atividade especificamente humana, há sempre um valor simbólico. Na sua linguagem, nos seus gestos, mesmo no seu silêncio esconde-se e, ao mesmo tempo, manifesta-se sempre o seu mundo interior.
Para dar corpo à sua alma, o homem utiliza também as coisas materiais existentes fora dele. A matéria torna-se então, por assim dizer, a “tradução” das ideias e intenções humanas. Deste modo ela recebe uma certa dignidade, ela é de certa maneira humanizada. Isto já demonstra que o símbolo como símbolo existe apenas dependentemente do homem, da sua atual experiência interior. Recordemo-nos do estudante brasileiro. Para ele a bandeira existia formalmente como símbolo, ao passo que o interesse das pessoas estrangeiras não passava de estético.
O poder humano de criar símbolos não é ilimitado. Entre o símbolo e o simbolizado já devem existir certos pontos de contato, um certo parentesco. (2) O pelicano foi sempre indicado como símbolo do amor de Cristo, que quer, que seja a razão que o motivou. É claro que um falcão, p. ex., não serviria senão a um simbolismo oposto.
A necessidade de dar figura à sua experiência espiritual, o homem a sente de modo particular na sua relação para com Deus e todas as coisas religiosas. Por isto podemos compreender, porque os místicos, embora cientes da sua incapacidade de exprimir o inexprimível, usam tantas vezes de imagens nupciais.
Não é, pois, de admirar que o Carmelo, já desde muitos séculos, possua um símbolo da sua vida mariana. Teremos ainda ocasião de ver, quais são as razões que deram origem ao simbolismo mariana do Escapulário.
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS
Certamente não era uma época tranquila, aquela do século XIII, que viu desembarcar nos portos da Europa ocidental os primeiros Carmelitas. A vida social via-se sujeita a profundas transformações. Enquanto o feudalismo dos séculos anteriores desaparecia pouco a pouco, formavam-se no mesmo ritmo as famosas corporações medievais. Tais transformações não se limitaram ao exterior, mas influenciaram profundamente o modo de pensar e todas as manifestações da cultura medieval.
Durante a época feudalista, desenrolava-se a vida do homem em torno dos castelos. Somente assim podia-se levar uma vida segura. Afora os habitantes dos castelos, os barões, não existia uma classe que podia chamar-se independente. A independência daqueles fundava-se na possessão de terras. O simples lavrador e o artesão não podiam apelar para o seu trabalho a fim de valer-se dos seus direitos. Para proteger a sua vida e a das suas famílias contra perigos de várias espécies, eles punham-se debaixo da proteção do senhor de um castelo. Este se lhes declarava protetor, caso se colocasse com todos os seus haveres aos seu serviço. Gravuras medievais conservaram para a posteridade a bela cerimônia com que se confirmava tal contrato. O vassalo ajoelhava-se perante o seu senhor, colocava as suas mãos nas do barão e prometia-lhe fidelidade. Em seguida, o senhor feudal cobria com o seu manto ao seu novo vassalo, significando com este gesto que ele era aceito na sua família. (3) Daí em diante o vassalo usava os brasões do seu senhor, que constituíam para ele como que o título dos direitos que o barão lhe havia concedido em forma de privilégios.
Pouco a pouco os artífices começaram a agrupar-se em cidades. O trabalho manual passou por um lento processo de especialização, motivando assim a origem das diversas corporações profissionais. Os direitos individuais, que antes se fundavam no poder e na proteção dos senhores feudais, encontravam agora uma base mais sólida no trabalho manual dentro das corporações para defender os seus direitos e para granjear novos privilégios, cada corporação tinha o seu representante junto ao soberano, na pessoa do seu chefe. Mudanças idênticas àquelas da sociedade medieval, operavam-se dentro da Igreja. A obra de S. Francisco e S. Domingos dava nova vida à Igreja. Enquanto as antigas ordens monásticas se caracterizavam pela possessão de terras, as ordens mendicantes baseavam a sua vida na atividade entre o povo. Isto dava-lhes direito de pedir esmolas.
Era, pois, este o aspecto que a Igreja e a sociedade apresentavam, quando os monges o Carmelo chegaram à Europa. Devido ao seu caráter eremítico, a Ordem não recebia acolhida muito benévola da parte do povo. O Prior Geral Simão Stock via com clareza que a continuação do antigo teor de vida significaria a morte da Ordem. Sem perder de vista o fim específico da Ordem, que é a vida contemplativa, o santo Geral trabalhou muito para dar uma nova estrutura ao Carmelo, que satisfizesse às exigência da vida européia. Em 1254, o para Inocêncio IV deu aos Carmelitas licença de pregar e ouvir confissões. No início, porém, eles encontraram no exercício deste ministério muita oposição da parte dos bispos e do clero secular.
É evidente que, estando os padres mais em contato com o povo, a espiritualidade carmelitana recebia uma profunda influência do novo ambiente. De modo particular salientam-se as características desta época na vida mariana da Ordem. A Ordem gloriava-se de trazer o título de Nossa Senhora do Carmo. De algum modo podemos avaliar o que significava isto para o medievo, quando nos lembramos da relação que existia entre o vassalo e o senhor feudal. Ora, a Ordem que pertencia a Nossa Senhora, encontrava-se em perigo. Ataques de várias espécies, ameaçavam até tirar-lhe a existência. O superior geral dirige-se à Patrona da Sua Ordem, suplicando-lhe com insistência um privilégio especial, que pusesse termo a esta oposição. A virgem Maria aparece, então, a Simão Stock, rodeada de anjos. E, dando-lhe o Escapulário da Ordem.
Na figura da virgem Maria, reconhecemos facilmente a senhora feudal da Idade Média. Porém, nota-se também claramente a influência da mentalidade corporativa. Nossa Senhora o privilégio com o Escapulário, que fazia parte essencial do hábito carmelitano. Assim como os direitos do artesão se fundavam no trabalho dentro da sua corporação, de igual modo a vida dentro da Ordem do Carmo era requerida para a participação no privilégio mariano.
Passada a Idade Média, o simbolismo do Escapulário perdeu muitas das suas características medievais, para receber influências de outras épocas.
Típicas são as variações do século XVII. Conhecemos na história esta época como o século do absolutismo dos reis, principalmente franceses e espanhóis. Criou-se uma nova mentalidade cujos vestígios encontramos ainda na devoção mariana, como a compreendia um S. Luís Grignon de Montfort. A Virgem Maria era antes de tudo uma soberana em face da qual o devoto se considerava um servo, ou mesmo um prisioneiro e um escravo. Tal concepção oferece-nos o livro que o Carmelita turonense, Matias de S. João, escreveu sobre a devoção do Escapulário. Para ele, o Escapulário é considerado como vínculo que nos prende ao serviço da Virgem, um escudo que usamos na malícia espiritual, onde somo chefiados por nossa Imperatriz celeste. O P. Matias de São João já não acentua tanto a índole corporativa do Escapulário, como o fazia o medievo. Para este último o Escapulário era em primeiro o distintivo da Ordem do Carmo, portanto, de uma Ordem muito mariana. Somente mediante a vida mariana de que o Escapulário era o símbolo.
HÁBITO MARIANO
Apesar das muitas variações que a mentalidade das diversas épocas teceu em torno do simbolismo do Escapulário, este permaneceu intacto quanto ao essencial. O Escapulário é sempre símbolo da proteção da Virgem Maria sobre aquelas almas que, de modo total e permanente, a Ela se consagram.
Precisamos mais a relação entre Maria santíssima e o seu devoto, simbolizada pelo Escapulário, podemos dizer que os Carmelitas sempre consideraram Maria como sua Mãe. Já as constituições de 1357, oferecem-nos um testemunho explicito desta tradição do Carmelo. (5) Entre as respostas que o frade há de dar às perguntas acerca da origem e do caráter da Ordem, encontramos uma, segundo a qual a Virgem Maria foi ao Carmelo para visitar seus filhos. Certamente, tudo isto não passará de lenda. Porém, haverá testemunho mais vivo desta consciência dos Carmelitas de serem filhos de Maria? Mesmo o P. Matias de S. João, apesar das suas tendências regalistas, não pôde deixar de dizer que o Escapulário “nos eleva à qualidade não apenas de servo e de doméstico da Virgem santa, mas também aquela de seu irmão e de seu filho adotivo.” (6) E, finalmente, o nosso tempo ouve ainda ressoar a exclamação de S. Teresa de Lisieux, como que confirmando a tradição mariana do Carmelo.
A nossa consagração total à Virgem Mãe como filhos seus, simbolizada pelo Escapulário, é certamente a forma ideal da piedade mariana. Não é, pois, sem razão que Pio XII concede à devoção do Escapulário uma certa primazia. Isto justifica-se mais ainda porque a devoção do Escapulário tem o dom de intensificar e facilitar a nossa vida mariana. Não falamos agora do simbolismo do Escapulário, como fruto específico da mentalidade medieval. Antes somos de opinião que, como tal, ele terá pouco valor prático para o homem moderno, principalmente no Novo Mundo, cuja história desconhece o regime feudal. A espontaneidade é uma das qualidade indispensáveis ao símbolo. Ora, o simbolismo do Escapulário é de tal plasticidade, que deixa largo espaço para as preferências do ambiente e do indivíduo.
Devemos lembrar-nos que o Escapulário, como hábito carmelitano, é uma veste. A índole mariana desta veste provém do caráter mariano da Ordem do Carmo. Tal índole consolidou-se pela tradição multissecular da Ordem, segundo a qual a própria Virgem Maria entregou o Escapulário ao sexto prior geral, como sinal de predileção. Não é, pois, de admirar que o Escapulário já bem depressa, veio a ser chamado “hábito mariano” ou “ veste de Maria.” E cremos que o Escapulário, considerado sob este aspecto, conserva viva uma profunda significação, também para o mundo moderno.
Poderíamos comprar o Escapulário com um uniforme, que indica a função e a dignidade da pessoa que a veste. Poderíamos, ainda, pensar no papel fundamental da veste que é o de proteger o homem contra a concupiscência e as inclemência do clima. Facilmente pode-se relacionar estas condições com a proteção que a Virgem Maria exerce sobre aqueles que trazem o seu hábito.
A força simbolizante do Escapulário, como veste mariana, pode atingir maiores profundezas. Como nenhuma outra, a verte está intimamente ligada a toda a personalidade do homem. A sagrada Escritura oferece-nos disto muitos exemplos. Na profecia de Isaias ouvimos cantar a Igreja, a Esposa de Cristo: “Rejubilo-me no Senhor...porque me revestiu do hábito da salvação”. (8) E quando S. Paulo quer exortar aos fiéis de levar uma vida realmente cristã, ele exclama repetidas vezes: “Revesti-vos do homem novo”. (9) Não será difícil transferir estas comparações para o simbolismo do Escapulário. Quando nos revestimos da veste de Maria, queremos simbolizar com este gesto a nossa consagração à Mãe de Deus, que é também nossa Mãe. Esta entrega total atingirá o mais íntimo do nosso ser. Toda a nossa vida encontrará a sua inspiração em Maria e será assim profundamente Cristã. Sendo o Escapulário símbolo de uma vida mariana, compreende-se melhor o motivo do seu uso constante e ininterrupto.
No nosso mundo atual, que apresenta um aspecto assaz triste, presenciamos uma renovação da piedade mariana. Feliz presságio! O nascimento de Maria marcou o início da nossa salvação. Deus quis que a figura da Virgem se destacasse na história da salvação do mundo e de cada um de nós em particular. Cumpre-nos a nós tomar consciência viva desta verdade e, por conseguinte, introduzir Maria na nossa vida pessoal. Seja o, Escapulário o símbolo da realização deste intento!
AS PROMESSAS
A devoção do Escapulário consta de outro elemento, que merece um estudo especial. Referimo-nos às promessas, Nossa Senhora do Carmo seria uma desconhecida para a grande maioria dos fiéis, destes que agora com tanta piedade a veneram, visto que são as promessas que constituem o motivo por que tantos cristãos se revestem do Escapulário. Muitos viram neste motivo um egoísmo estreito, outros temeram o perigo de graves abusos. Perdia-se, porém, de vista a devoção do Escapulário em toda a sua plenitude. Esquecia-se de que o Escapulário é penhor de promessas em virtude da vida mariana que ele simboliza. Quando se separam estes dois elementos correlativos, facilmente se forma uma idéia errada da nossa devoção. Foi efetivamente a noção falsa da devoção que deu origem a muitas controvérsias. Esta oposição, que a devoção do Escapulário encontrou no decorrer dos séculos, não atacava a veracidade das visões, mas visava mostrar a ausência de base doutrinal. Pois, como alhures já observamos, não é autenticidade histórica que confere às promessas o seu verdadeiro valor. «Não se trata, diz pio XII, de uma coisa de somenos importância, mas de conseguir a vida eterna». É evidente que a verdade de tal promessa não pode depender de manuscritos mediáveis. Temos aqui uma questão religiosa cuja solução compete à teologia, não a investigações históricas. Quem, pois pretende defender a historicidade das visões com o fim de salvaguardar o valor das promessas, comete um grave erro e nega implicitamente o fundamento teológico das mesmas. Não negamos ser a história das visões de um grande valor. A experiência nos ensina que ela exerce sobre os fiéis uma grande atração e força de estímulo. Além disto, a narrativa das visões possui uma veracidade que supera a sua historicidade discutida. Tal veracidade é inerente a todas as lendas marianas que a Idade Média nos legou. Pois estas não são frutos de mera fantasia popular, mas exprimem na sua forma simples e comovente uma grande realidade, qual é a mediação universal da Virgem Maria.
O OBJETO DAS PROMESSAS
Em conformidade com a tradição, costuma-se distinguir, como anexas ao Escapulário, duas promessas: a preservação do fogo eterno e um auxílio especial da virgem às almas dos seus devotos, que ainda se encontram no purgatório. Para poder julgar acerca do valor teológico das promessas, veremos brevemente como elas se apresentam nas diversas fontes.
A terminologia com que vem enunciada a grande promessa, feita a S. Simão Stock, conservou durante os séculos, uma grande uniformidade. As variantes relatam apenas diferenças acidentais, que facilmente se reduzem ao texto. O objeto da promessa consiste, portanto, na preservação do fogo infernal, ou seja, na consecução da vida eterna. Visto que a morte em estado de graça é condição necessária para obter a felicidade eterna, o objetivo imediato da promessa é a graça da perseverança final. Por esta razão é que alguns autores consideram o Escapulário como sinal de predestinação.
Explicitamente a promessa refere-se apenas à hora da morte. No entanto, não podemos restringir a intervenção da Virgem Mãe a determinado momento. Entre a vida celeste e a vida terrena do cristão existe uma relação muito íntima. A vida eterna lança as suas raízes na vida presente. Quando alguém obtém a felicidade eterna, deve isto a um plano da divina Providência, que já à sua vida terrena dá uma direção definitiva.
Não podemos limitar a ação co-redentora de Maria aos últimos instantes da nossa vida mortal, porque ela faz parte do plano que a divina Providência traçou para a nossa vida. Que tal plano existe também na vida de grandes pecadores que somente se convertem no leito da morte, faz-nos ver a profunda significação de um antigo provérbio português: Deus escreve direito por linhas tortas.
Maiores dificuldades encontramos ao determinar o objeto do Privilégio Sabatino. Na sua versão mais conhecida, a tradição nos narra que a virgem apareceu ao Papa João XXII e lhe disse que haveria de livrar do Purgatório os confrades do Escapulário, no primeiro sábado depois da morte. Como condição exigiu que cada um guardasse a castidade conforme o próprio estado de vida.
Outros autores procuram evitar esta dificuldade e seguem um outro texto, não menos antigo, que traz «subito» em vez de «sabbato». Segundo eles, portanto, trata-se de um erro tipográfico. Uma outra variante encontramos em alguns documentos subsequentes: substituem o «sabbato» por «quantocius». Um exemplo ainda recente dá-nos o breve apostólico de Pio XII do ano de 1950. Escreve o santo Padre: «E certamente a Mãe piedosíssima, conforme aquela tradição chamada de Privilégio Sabatino, não deixará de interceder junto a Deus por seus filhos, quando no Purgatório estiverem a expiar seus pecados, a fim de que alcancem quanto antes a pátria eterna». Nota-se que a idéia da liberação, realizada pela virgem Maria desapareceu, para dar lugar a uma intercessão espiritual junto de Deus. Esta visita da Virgem ao Purgatório constituía para os teólogos do século XVII um outro ponto de discussão.
Quando os Papas, iteradas vezes, aprovaram o Privilégio Sabatino, não fizeram outra coisa senão confirmar a doutrina da Igreja sobre mediação universal de Maria Santíssima, que não somente diz respeito à Igreja militante, mas também à Igreja padecente. É esta a idéia central do Privilégio Sabatino, que, em si, é alheia aos pontos discutidos. A questão do sábado é um reflexo de uma profunda convicção medieval, segundo a qual o sábado era um dia consagrado, de modo especial, à Mãe de Deus. S. Pedro Damião (1007-1072) nos conta que já no seu tempo, em todos os sábados, se celebrava um missa em honra de Maria Santíssima.
É notável que alguns autores não falam da grande promessa, mas mencionam apenas o Privilégio Sabatino. Isto se explica pela relação íntima que existe entre as duas promessas. é evidente que o Privilégio Sabatino já pressupõe a grande promessa, ou seja, a preservação do fogo eterno. De outra parte, a grande promessa é só plenamente realizada, quando a alma é livrada do Purgatório. Visto que o Privilégio Sabatino não acrescenta nada de essencialmente novo à grande promessa, a sua significação consiste em entender e explicar ele a grande promessa em favor de todos os fiéis, que pela recepção do Escapulário, se afiliaram à Ordem carmelitana.
Quando o Privilégio Sabatino exige como condição, a guarda da castidade conforme o estado de vida de cada um, não podemos concluir daí que qualquer transgressão exclui o devoto da participação da promessa mariana. Neste caso, a devoção do Escapulário já não seria mais «acomodada na sua própria simplicidade à índole de todas as pessoas». O que dissemos da grande promessa, vale também para o Privilégio Sabatino: não podemos restringir a determinado momento a intervenção salvifica de Maria. Se alguém, pois, caiu em pecado, receberá, por intercessão de Maria, a graça de fazer a devida penitência, para que de novo possa participar das suas promessas.
Surge agora uma pergunta: Afinal, que de extraordinário contém as promessas principalmente aquela feita a S. Simão Stock? Conta-se que S. Pio X disse, certa feita, que estava pronto a canonizar qualquer religioso que tivesse observado fielmente a regra e as constituições do seu instituto. O mesmo ele poderia ter afirmado de qualquer pessoa, que, durante a sua vida tivesse realizado o ideal cristão.
Certamente não se trata de uma especial economia de salvação. A ação co-redentora de Maria Santíssima não existe fora da economia da graça, instaurada por Cristo. No entanto, não podemos esquecer que a perseverança final é uma graça que não podemos merecer. Daí se pode avaliar o grande valor do auxílio e da proteção da Virgem, que, nestes privilégios nos são prometidos. Graças a este auxílio especial nos será dada a força de viver constantemente conforme o espírito do Escapulário e, depois desta vida, gozar a felicidade eterna.
AS CONTROVÉRSIAS
Não será inútil esboçar o cenário histórico da oposição, que a devoção do Escapulário encontrou, principalmente nos séculos XVII e XVIII. Como qualquer ciência deve a sua origem à existência de problemas, de igual forma, a teologia do Escapulário começou a formar-se como uma tentativa de resolver as dificuldades que se faziam contra a nossa devoção. Conhecendo estas controvérsias, compreender-se-á com maior clareza o que nos diz a doutrina católica sobre a devoção do Escapulário e, especialmente, sobre o valor das promessas.
No início do século XVII, a devoção já atingira uma grande florescência entre os fiéis. Tal incremento admirável explica-se como uma reação do espírito católico contra a pseudo-reforma protestante. Para a Igreja Maria é a «cheia de graça», a criatura em que a graça divina obteve uma vitória completa. O triunfo desta graça foi tal que conferiu a Maria um papel ativo na obra redentora de Cristo. A doutrina protestante, porém, nega a maternidade espiritual de Maria na ordem sobrenatural, como nega também a verdadeira vida da graça e, por conseguinte, rejeita o culto mariano da Igreja Católica.
Na Idade Média, esta adição teria sido de toda supérflua, visto que a noção de privilégio já pressupunha a idéia de uma vida a serviço do protetor. (8) Devemos, porém, lembrar-nos que a convivência social do século XVII já não tinha mais aquele caráter feudal da época medieval e, por conseguinte, a palavra «privilégio» tinha perdido a sua significação profunda.
Outra oposição, mais acerba, provinha de ambientes mais ou menos heterodoxos. Entre estes enumeramos os jansenistas e vários católicos, que se dedicavam ao estudo crítico da história eclesiástica. Enquanto as controvérsias com as autoridades eclesiásticas versavam acerca da interpretação católica da devoção, estes novos adversários eram mais radicais, porque atacavam a devoção na sua totalidade. Pretendiam eles voltar a um cristianismo mais puro como dos primeiros séculos, rejeitando todas as formas de piedade aparecidas em tempos posteriores. A crítica histórica do fim do século XVII estava profundamente impregnada do espírito geométrico e crítico de Descartes. O terreno sobre o qual ela se exercia com preferência era aquele da piedade popular, das lendas, das relíquias, das indulgências e das orações medievais. Os historiadores pensavam que deviam sacrificar tudo à verdade histórica, mesmo a piedade. (10) Voltar às fontes do cristianismo é, em si, uma tendência muito louvável. Não se pode esquecer, porém, que a letra da Sagrada Escritura e a antiga tradição necessitam de um contexto, que é o espírito da Igreja viva. A igreja não é um monumento histórico, mas uma realidade viva, social e, ao mesmo tempo, pessoal. É, pois, um grave erro querer eliminar todas as formas de piedade que, durante séculos, produziram para os fiéis tão opimos frutos. Tais devoções contém como que um epítome de toda a religião e uma norma prática para vida de perfeição. Quando se rejeitam as devoções aprovadas pela Igreja, facilmente se chega a rejeitar também os valores autenticamente cristãos nelas expressas. Tal aconteceu no protestantismo, como também no jansenismo. Não é, pois, de admirar, que no jansenismo, se tenha perdido a genuína noção do cristianismo. A religião dos filhos de Deus mudou-se numa religião de justiça e de temor. A caridade já não era mais para os jansistas o «vínculo da perfeição» (Col. 3,14) mas, sim, a austeridade ascética. Lógica era, portanto, a sua atitude perante as diversas devoções marianas, tanto recomendadas pela Igreja. Não será necessário descrever por longo a sua oposição neste particular.
As controvérsias foram para os teólogos um estímulo para aprofundar o seu conhecimento da devoção do Escapulário. Assim é que, desde os meados do século XVII, começam a aparecer diversas obras de caráter científico sobre a nossa devoção. O êxito das controvérsias foi a aprovação definitiva da devoção do Escapulário. Esta foi dada por Bento XIII quando inseriu na liturgia da Igreja a festa de Nossa Senhora do Carmo, cuja celebração fora proibida em 1628, nas Igrejas não-carmelitanas.
Também hoje em dia há uma oposição contra a devoção do Escapulário. Em geral, funda-se esta oposição no pretexto de um renovamento litúrgico. Certamente não podemos senão aplaudir a tendência da espiritualidade moderna de encontrar na liturgia uma fonte para a vida espiritual. Esta tendência, aliás, é sobejamente confirmada pelas reformas litúrgicas que, desde S. Pio X, a Igreja vem fazendo e que – esperemos – ainda hão de continuar. Porém, isto não é motivo para eliminar as múltiplas formas de piedade, não estritamente litúrgicas. Entre a liturgia e a devoção do Escapulário não pode haver repugnância. Ambas podem unir-se numa síntese de vida verdadeiramente cristã.
Limitamo-nos no presente estudo, quase unicamente, a considerar as promessas sob o seu aspecto material. A fim de não ultrapassar os limites de uma artigo de revista, deixaremos a exposição teológica para uma próxima ocasião.
Padres não têm experiência para preparar pessoas para o casamento, constata cardeal
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Os padres não têm credibilidade quando se trata de formar pessoas para o casamento, de acordo com o principal clérigo irlandês no Vaticano. A reportagem é do Irish Times, 04-07-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O cardeal Kevin Farrell, prefeito (chefe) do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida do Vaticano, disse, em Dublin, que “os padres não são as melhores pessoas para formar outras pessoas para o casamento”.
“Eles não têm credibilidade. Eles nunca viveram a experiência. Eles podem saber de teologia moral, teologia dogmática na teoria, mas daí a colocá-la em prática todos os dias... Eles não têm a experiência.”
O clericalismo está morto, disse ainda o cardeal que está por trás do Encontro Mundial das Famílias em Dublin no próximo mês, “não porque tenhamos feito algo para matá-lo, mas por causa dos números”. Em Dallas, onde ele foi bispo de 2007 a 2016, “temos um milhão e meio de católicos e 75 padres, com uma taxa de 45% a 50% de frequência. Esses 75 padres não vão se interessar em organizar encontros de preparação para o casamento”, disse.
“Temos que nos preocupar com os 99%, com os batizados, e não nos preocupar com as outras coisas pelas quais estivemos obcecados.” A arquidiocese de Dublin, com uma população de 1,15 milhão de católicos, tem 413 padres diocesanos e religiosos.
O cardeal Farrell falou em uma entrevista com a Intercom, uma revista publicada pelos bispos católicos da Irlanda. “A base de toda a vida humana é a família, mas, em alguns países, a Igreja é muito clerical”, afirmou.
Mas há “países onde os leigos dirigem a Igreja. Na minha própria experiência como bispo de Dallas, nós tínhamos um padre em uma paróquia onde 10.000 pessoas participavam da missa no fim de semana. Temos paróquias com um orçamento anual de 20 milhões de dólares. Nenhum padre poderá administrar uma paróquia dessa magnitude sem leigos competentes”.
No Vaticano, o Papa Francisco “se dá conta de que a Cúria Romana está sobrecarregada de clérigos, e não deveria ser assim. Funções administrativas dentro da Igreja podem ser feitas por qualquer pessoa. Elas têm sido feitas principalmente por padres, mas também podem ser feitas por leigos”.
No que se refere às mulheres, o Papa Francisco, “pela primeira vez na história da Igreja”, nomeou-as como consultoras da Congregação para a Doutrina da Fé, “que é, quer se goste ou não, a ‘usina central’ do Vaticano”. Ele também nomeou três mulheres para altos cargos no Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, disse o cardeal. “Francisco, despercebidamente, tem colocado mulheres em posições de poder gradualmente”, afirmou.
Quanto à ordenação de mulheres, o cardeal Farrell perguntou: “Queremos transformá-las em clérigos? Nós não. Elas têm que ser pessoas do mundo que vivem no mundo”. Nenhuma das mulheres que ocupam altos cargos no Vaticano eram “membros consagradas de comunidades leigas. São mulheres casadas”.
Em sua opinião, “a ordenação de mulheres não é verdadeiramente uma solução para a Igreja, porque, se você simplesmente ordenar mulheres, você as isolará, se você continuar o sistema, se você não mudar as estruturas”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Paulo Gustavo se defende após piada com Jesus Cristo
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O humorista foi acusado de desrespeitar a bíblia por conta da brincadeira e questionou os internautas sobre o ódio destilado nos comentários do seu perfil
Paulo Gustavo publicou um verdadeiro textão nas redes sociais para se defender das críticas que recebeu após uma piada com a Bíblia e Jesus Cristo em seu Instagram.
“Se Jesus fosse vivo hoje, de carne e osso, poderia sim estar no show do Pabllo Vittar, tal como em qualquer outro show, de qualquer outro artista. Isto porque ele foi quem entendeu que todos eram iguais, merecedores do mesmo respeito, do mesmo amor, independente de condição, cor, ou gênero”, desabafou o artista.
O humorista foi acusado de desrespeitar a bíblia por conta da brincadeira e questionou os internautas sobre o ódio destilado nos comentários do seu perfil. “Vocês acham mesmo que com toda essa raiva, vocês estão seguindo os mandamentos de Deus?”.
Toda polêmica foi causada por conta de uma fala do artista na peça ‘Minha Vida em Marte’, onde o comediante vive um padre e pede: “Casa eu e meu marido?”. Como resposta, ouve um sonoro “Não pode”.
E o personagem de Paulo Gustavo responde: “Quem escreveu essa Bíblia está desatualizado. Se Jesus Cristo fosse vivo, estaria no show de Pablo Vittar. Está todo mundo indo, menino. Quem está mandando a gente para cá, eu, Pabllo Vittar? Hoje em dia está nascendo um monte de bi, gente fluída. Quem está mandando os fluídos para cá? É Deus, então por que eu não posso casar na igreja? Casa logo eu, deixa de ser bobo, larga disso”. Fonte: http://bahia.ba/entretenimento
Evangélica apanha de companheiro por ele não aceitar sua nova religião
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Mais um caso de violência doméstica foi registrado em Várzea Grande na noite dessa
Mais um caso de violência doméstica foi registrado em Várzea Grande/ MT na noite dessa quarta-feira (04). Desta vez, uma mulher de 26 anos foi agredida pelo companheiro, de 30 anos, por ele não aceitar o fato de ela ter se tornado evangélica.
Conforme o boletim de ocorrência, ao chegar ao local a vítima disse aos policiais que o suspeito é seu convivente e que, ao chegar em casa nessa quarta-feira (04), foi agredida pelo suspeito “por motivo de intolerância religiosa”.
“De acordo com a vítima, esta mudou de religião e, devido a isto, vem sofrendo constantes ameaças por parte do suspeito, e que nesta noite foi a primeira vez que o mesmo lhe agrediu com socos, vindo a lhe agredir a face”, consta no boletim de ocorrência.
A vítima também contou que o companheiro agrediu o filho do casal, de cinco anos. Os policiais relataram no boletim que era perceptível que o suspeito apresentava sinais de embriaguez e que ele resistiu à prisão, precisando ser algemado.
A mulher disse que o companheiro ainda ameaçou o vizinho que tentou ajudá-la, vindo a arrombar o portão da casa do vizinho com um chute, causando-lhe um corte no pé esquerdo. O vizinho se comprometeu a também registrar um boletim na delegacia contra o suspeito.
O homem foi encaminhado para a Central de Flagrantes para resguardar a segurança da mulher e deverá ser indiciado por lesão corporal e ameaça. Fonte: https://www.olivre.com.br
MONJAS CARMELITAS DE JABOTICABAL/SP: Convite.
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Mês de julho é mês de Nossa Mãe Santíssima do Carmo.
Venha participar, amanhã dia 05 de julho retorno das Imagens da Peregrinação de Nossa Senhora do Carmo e Coroação da sua Imagem. Será às 19:30 horas no Mosteiro "Flos Carmeli". Vamos juntos agradecer e pedir à Senhora do Carmo que abençoe a todos nós e as nossas famílias.
Ó vinde cristãos louvar a Maria, com hino singelo e terna alegria. Flor do Carmelo nossa alegria, salve, salve Maria! Fonte: Face:
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