O SANTO ESCAPULÁRIO DE NOSSA SENHORA DO CARMO: UM ESTILO DE VIDA.
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Frei Henrique Esteve, 0. Carm.
1- MEIO DE VIDA INTERIOR E SINAL DE CONSAGRAÇÃO AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA
Há sete séculos, quando a Ordem Carmelitana atravessava um perigo muito grave, apareceu a Virgem Santíssima ao Geral, São Simão Stock e lhe entregou o S. Escapulário, dizendo: “Este será para ti e todos os Carmelitas o privilégio; quem morrer vestido com ele não sofrerá o fogo eterno”.
Tal foi a origem da devoção do Escapulário, que mais tarde se desenvolveu com o “Privilégio Sabatino”, tornando-se, a par da devoção do S. Rosário, uma forma universal da devoção mariana.
Para ser aceita e universalmente compreendida, a devoção não podia deixar de ter o seu fundamento próprio. De acordo com o pensamento do “Motu Proprio Sacrorum Antistitum” de Pio X (1910) sobre a origem histórica das devoções privadas, como p. e. o Sagrado Coração de Jesus, todas elas conservam o seu valor relativo, dependente dos diversos elementos que podem ser considerados sob a luz de uma crítica, que exclua qualquer dúvida prudente. Mas quanto a seu aspecto doutrinal tem valor mais absoluto em virtude da sua conexão com a prática da religião, enquanto se podem resguardar a fé e os costumes: coisas essas que estão confiadas pela Vontade divina ao Magistério da Igreja.
Ocorrendo o 7º Centenário da entrega do S. Escapulário, é oportuno evidenciar o seu valor interno afim de que os fiéis possam melhor conhecer o seu alcance e com maior fruto aproveitar das graças anexas a esta devoção e conseguir assim a ajuda eficaz na obra da própria salvação e um motivo seguro para agradecer e glorificar a sua celeste doadora.
2 – ESTRUTURA DA DEVOÇÃO DO S. ESCAPULÁRIO
Antes de qualquer outro assunto, tratemos da estrutura em que repousa a devoção do S. Escapulário. Tem ela um objeto material. É aquilo que cai diretamente sob os nossos sentidos, i. é. o Escapulário, que deve se usado constantemente até à morte, como parte principal do hábito carmelitano. Na sua forma reduzida (o bentinho) para o uso cômodo dos fiéis, vem este constituir uma agregação à Ordem mediante a imposição litúrgica que dele se faz.
Esta parcela do hábito carmelitano (digno de todo o respeito por ser o hábito da Ordem por excelência) considerada em si mesma, como simples pedacinho de lã bem pouca coisa significa. No entretanto, pela devoção que ele rememora, o seu significado é bem mais profundo, por isso que constitui a sua verdadeira natureza: por parte do homem que o veste, é uma perfeita consagração a Maria Santíssima de modo permanente, total e filial; por parte da Mãe de Deus indica proteção que se concretiza nas duas grandes promessas feitas por Nossa Senhora a quem usasse devotamente o S. Escapulário: a perseverança final e a liberação do Purgatório, especialmente no primeiro Sábado depois da morte.
Podemos, portanto afirmar, que o Escapulário é o hábito de uma Ordem eminentemente mariana e que evoca de um modo concreto pelas promessas que encerra, as prerrogativas da verdadeira devoção a Nossa Senhora.
Universalmente reconhecido como símbolo e meio de consagração, é o Escapulário do Carmo um sinal de aliança pelo qual Maria Santíssima, unindo-nos a Si, nos tem como filhos e irmãos, assegurando-nos a Sua maternal proteção em troca da nossa fidelidade ao Seu amor de predileção.
3 – ORIGEM CANÔNICA DA DEVOÇÃO
Após estas explicações gerais, apliquemo-nos a estudar algumas questões de ordem particular. Na origem canônica do Escapulário, na sua forma reduzida para o fácil uso dos fiéis, encontramos o próprio hábito da Ordem, do qual o Escapulário é parte principal e um como distintivo. Daqui se conclui, que o primeiro efeito da devoção e o fundamento dos seu privilégios consiste numa incorporação ou agregação à Ordem; incorporação essa que pode admitir vários graus mais ou menos íntimos, para usufruir os seus valores e bens espirituais.
Esta doutrina, aliás tem muita afinidade com o Corpo Místico de Cristo na sua Igreja. As Ordens religiosas nesse Corpo Místico representam vivamente o espírito de santidade expresso nos três conselhos evangélicos, pobreza, castidade e obediência, que encarna o ideal da perfeição pela profissão religiosa. Por isso, os que emitem os votos religiosos exercem a sua influência nos membros da Igreja com o holocausto da vida, plenificando segundo a doutrina de São Paulo, aquilo que faltava à Paixão de Cristo. Finalmente, a união da caridade e da graça, que participamos como fruto da Comunhão dos Santos especialmente quando estamos em graça, participamo-la muito mais largamente entre os religiosos e os fiéis.
Esta mística concepção encontramo-la também na devoção do Escapulário e a teremos certamente na mais alta consideração, quando teológicamente esclarecemos o seu verdadeiro e pleno sentido. O que melhor se compreenderá, quando compreendermos o Escapulário no seu verdadeiro espírito, i. é. no ideal da vida religiosa do Carmelo, da qual ele é a mais viva e palpitante expressão.
4 – VALOR RELIGIOSO: ESPIRITUALIDADE EM GERAL
O valor religioso do Escapulário deriva da sua íntima conexão com a vida da Ordem: a sua espiritualidade é idêntica à da Ordem, da qual ele é expressiva insígnia. Tenhamos, portanto, presente o seu significado ou simbolismo para bem o compreendermos.
Quanto ao seu valor, como tantos outros ritos da Igreja, depende da matéria, mas não está na matéria, por ser ele de ordem eminentemente espiritual; para bem compreendê-lo, devemos colocá-lo (de maneira secundária e subordinada naturalmente) dentro do plano da economia da Redenção. Assim como esta depende do mistério da Encarnação, pelo qual a Igreja incorporada em Cristo e continuadora da Sua obra redentora tornou-se um SACRAMENTO de salvação, assim também o Escapulário se tornou na Igreja dependente dela um sinal de salvação.
O hábito religioso de fato em última análise não significa outra coisa do que o voto de um cristão que, se consagrando a Deus, se despojou do velho homem e se revestiu do novo, criado à semelhança de Deus. Desta maneira como que renovando o batismo, vem participar daquele caráter sacramental, para que seja apreciado em toda a sua plenitude: o que aliás não implica senão no desejo de conservar a Redenção como veste de inocência, de imortalidade e de glória, veste essa despojada por causa do pecado.
Neste sentido o Escapulário significa, - mais ainda, estabelece – um estado religioso, e pelo mistério da Igreja traz uma certa dignidade, pela qual todas as ações chegam a possuir um novo valor moral.
5 – ÍNDOLE MARIANA E IMPORTÂNCIA PRÁTICA
Além deste valor religioso em geral, o Escapulário possui uma índole particularmente mariana, que o destaca entre todos os outros hábitos e o seu ideal consiste nesse valor. Estes dois motivos, valor religioso e mariano, não se excluem, mas antes se completam íntima e mutuamente. Realmente, a devoção mariana completa a devoção religiosa cristã, do mesmo modo como a Virgem Santíssima associada a Cristo completou a sua obra salvadora.
A índole mariana do Escapulário provém da índole mariana da Ordem. O CARMELO É DE FATO TODO MARIANO. Trazendo ele na sua origem o espírito do Patriarca e Profeta Elias, espírito que é a contemplação divina através da pureza do coração até o perfeito amor de Deus e do próximo, foi ele fundado entre as demais Ordens que se desenvolve na Igreja, para ter a sua própria razão de existir na glorificação e no culto do amor de Deus. Razão esta porque desde a mais remota antigüidade é conhecida como a ORDEM DOS IRMÃOS DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA DO MONTE CARMELO, e nisto repousa toda a glória, toda a confiança da Ordem.
Tal como a Ordem, é o habito carmelitano todo mariano. Por sua própria natureza o Escapulário se tornou o símbolo e meio de devoção a Nossa Senhora. E dizendo DEVOÇÃO, não nos referimos a UMA DEVOÇÃO QUALQUER, mas queremos entender aquela verdadeira e perfeita devoção devida a Maria, a mais possivelmente unida à que se deve a Deus. Da mesma maneira que a vida da Ordem é toda consagrada ao serviço de Nossa Senhora, aquele que por imposição do hábito se associou à Ordem deve ter a intenção de consagrar-se totalmente a Maria e por intermédio d’Ela a Deus.
E na verdade, é tão íntima a conexão que existe entre os caráteres da devoção mariana e a do Escapulário, que este logicamente se apresenta como um símbolo típico daquela. Por ser Maria Santíssima Mãe de Deus e nossa Mãe espiritual associada ao Redentor, a Igreja lhe dedica um culto especial, culto que está entre o que devemos aos Santos e o que devemos a Deus. É o culto de HIPERDULIA. Na prática, este culto é expresso pela consagração, que é a oferta permanente, total íntima e filial de nós mesmos a Maria.
Nenhum objeto de piedade simboliza tão perfeitamente esta propriedade da verdadeira devoção mariana como o Santo Escapulário, que é a veste de Maria. Realmente, uma veste sagrada, que toca intimamente a pessoa, designa de maneira muito mais perfeita aquele caráter íntimo da consagração mariana, do que p. e. uma imagem, um distintivo uma medalha ou uma libré, que tocam a pessoa de modo menos íntimo.
Mas o Escapulário, em virtude ainda de sua história que o interpretou desde a antigüidade como meio universal da íntima devoção mariana, constitui ainda um admirável instrumento de particular proteção da parte da Santíssima Virgem por esta razão o distintivo, que nos recorda a nossa consagração a Maria.
Daí se evidencia a sua importância: a consagração, de fato, não consta somente de uma fórmula, mas consiste naquela convicção íntima de pertencer permanentemente a Maria Santíssima e de depender totalmente d’Ela. Isto se simboliza de uma maneira perfeita pelo S. Escapulário que, continuamente usado sobre a própria pessoa, é figura do jugo suave e leve de Cristo, é como um escuto em todos os perigos e sobretudo na hora da morte. O Escapulário, de fato, nos recorda continuamente Maria, alimenta a convicção íntima de sermos propriedade d’Ela, lembrando-nos a aliança contraída com Ela pela qual nos sentimos sob a Sua proteção.
6 – O ESCAPULÁRIO E O VALOR DA DEVOÇÃO MARIANA
O Escapulário fomenta tanto mais esta consagração mariana, porquanto mostra a todos du’a maneira concreta e patente, por meio de grandes promessas de Maria Santíssima, o valor imanente da Sua devoção. Com efeito, estas promessas, falando doutrinariamente, não são outra coisa senão a aplicação prática do famoso princípio: NENHUM DEVOTO DE MARIA SE PERDERÁ ETERNAMENTE, ou daquele outro princípio: A DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA É SINAL DE PREDESTINAÇÃO.
Certamente por mostrar de modo concreto este valor, é que o S. Escapulário excita a máxima confiança na Santíssima Virgem, de quem é próprio velar com solicitude especial pelos Seus devotos. Ela é tão poderosa, que todo aqueles que estão sob o Seu patrocínio, podem ter esperança firmíssima e ilimitada de obter a salvação eterna.
É verdade, que a esperança teológica não exclui o temor resultante da fragilidade humana. No entanto, este temor é abundantemente recompensado pela consideração do motivo sobrenatural da salvação que é, em nosso caso o poder, a misericórdia e a fidelidade da Bem-aventurada Virgem.
Daí a devoção do S. Escapulário supõe aquela singularíssima dignidade de Maria, pela qual Ela é colocada acima de todas as coisas criadas, tendo-as todas debaixo de Si, na atual ordem de salvação. Considerando devidamente esta Sua dignidade de Mãe de Deus, não é de se admirar, que à devoção do Escapulário por Ela entregue estejam anexas tão grandes e divina promessas, já que as mesmas logicamente promanam desta devoção. O contrário seria antes de se estranhar, pois pelo Escapulário de fato nos unimos tão intimamente a Nossa Senhora, que Ela vem a ser a nossa única Patrona e Senhora, Mãe e Rainha, e finalmente ainda a nossa irmã, como é chamada constantemente na tradição carmelitana.
Assim integrados nesta Família de Maria e colocados debaixo da Sua proteção, pouco nos importa que este privilégio tenha sido obtido e divulgado por S. Simão Stock, que dirigiu à Nossa Senhora a conhecida súplica FLOR DO CARMELO..., mas o que muito importa, é que revestidos desta veste mariana até à morte, procuremos continuamente preservar no Seu santo serviço.
7 – VALOR CRISTÃO DO ESCAPULÁRIO: SUA SIMPLICIDADE E PROFUNDEZA
De outro lado, é digno de menção como o S. Escapulário, consagrando-nos à Bem-aventurada Virgem nos conduz como que pela mão à própria essência do Cristianismo, de tal maneira que também relativamente ao Escapulário se pode dizer: AD JESUM PER MARIAM.
Embora esta devoção em si mesma seja sobremodo simples, todavia, sob esta simplicidade, que considerada superficialmente pode parecer desprezível à primeira vista, se esconde uma certa profundeza maravilhosa, pelo fato que a uma tão simples estejam ligados tão grandes valores espirituais: esta simplicidade vem a ser precisamente um critério de sobrenaturalidade.
Em primeiro lugar, o Escapulário favorecendo muitíssimo a esperança na vida eterna, apoiando-se nas promessas de Maria, imprime de fato à nossa existência uma direção profundamente cristã. E é isto o que realmente constitui a essência do Cristianismo: O Evangelho ou a boa nova da salvação por meio de Jesus Cristo, o Filho de Deus, que vencendo a morte nos abriu as portas da eternidade. Por isso, em união com a fé e a caridade deve ser alimentada também a esperança pela qual seremos salvos: para que prelibando a felicidade do futuro reino celeste, vivamos para Deus em Jesus Cristo, Nosso Senhor.
Outra coisa que se deve notar em relação ao Escapulário, é a gratuidade da salvação, que se afirma por meio do Escapulário. Com efeito, atribuindo-a antes de tudo ao patrocínio de Maria, se ressalta o caráter fundamental do Cristianismo, enquanto este Cristianismo é antes religião de amor e de graça do que de estrita justiça. Não que o Escapulário exclua as boas obras ou os méritos, para cuja aquisição antes ele impulsiona com as obrigações que impõe; mas porque de modo particular inculca a necessidade de graça, que cura e eleva a natureza ferida pelo pecado original, desde o primeiro instante da nossa elevação até ao seu remate com o inefável dom da perseverança final.
Daí que esta devoção, enquanto nos mostra a bondade de Deus e de Sua Santíssima Mãe para conosco, alimentando uma esperança solidíssima, nos mostra igualmente também a nossa fraqueza e defectibilidade, favorecendo assim a nossa humildade. Considerada assim a devoção do S. Escapulário na sua essência, pode-se chamá-la com toda razão: a devoção da esperança e da humanidade. Por isso se explica a sua grade influência na salvação das almas. De fato desde que a predestinação depende da perseverança final que, segundo a lei ordinária de Deus, se concede somente em virtude da oração perseverante, humilde e confiante. Parece claro como o Escapulário, que até à morte trazemos sobre nós, favorecendo os sentimentos de compunção e confiança na intercessão de Maria nossa Mãe, nos ajuda finalmente a alcançar este mesmo dom, como se o obtêm pela oração constante.
De resto não compreenderia o sentido pleno da devoção e das promessas do Escapulário, quem olvidasse a sua eficácia salvadora. Associando-nos de fato pela consagração à vida da Bem-aventurada Virgem, ele nos admoesta continuamente a imitá-la na Sua imaculada pureza, pela qual foi predestinada “ab aeterno” para dar Deus ao mundo e reconduzir o mundo a Deus. Por isso, pelo escapulário vivemos com Maria, em Maria e por Maria.
8 – O ESPÍRITO CATÓLICO DO ESCAPULÁRIO: SUA UNIVERSALIDADE NA IGREJA
Não é, pois, de admirar-se que o Escapulário do Carmo juntamente com o Rosário se tenha tornado em quase toda parte uma forma universal da piedade mariana. Assim como realmente o Rosário ofereceu a forma ideal a consagração, que lhe é devida.
Esta universalidade é atestada pela história. Basta qualquer exemplo, já que esta verdade por si é evidente. Em 1953 José Falcone, de Piacenza, escrevia na sua “Crônica Carmelitana”: “Hoje em dia a Espanha floresce; ali não se vê casa onde não se encontre usado o hábito do Carmo para gozarem as infinitas indulgências carmelitanas... Não parece a Espanha juntamente com Portugal um grande convento carmelitano? Todos querem estar cobertos com esta arma desejada, que os torna intrépidos nas doenças corporais e espirituais. Em toda a Espanha há conventos carmelitanos e inúmeras associações carmelitanas. Na Itália e especialmente na Sicília, no Reino de Napoles e na Lombárdia vêem-se inúmeros confrades assíduos e de mui grande devoção. Em Piacenza, somente no nosso catálogo os confrades passam de 10.000 entre homens e mulheres, seculares e frades de outras Ordens, padres seculares e monges regulares de diversas Ordens. A Alemanha, alta e baixa, conta um número incalculável de confrades, mas muitos foram malogrados por danados hereges. A França se destaca na religião; mas oprimida e agravada vem hoje sendo trabalhada pelos inimigos sacramentários.”
Assim também em época menos remota escreve o Padre Dominicano Petitot, aludindo â última aparição de N. Snra. em Lourdes, realizada em 16 de Julho de 1858: “Antes de se iniciarem as peregrinações a Lourdes, não houve em toda a Cristandade título mais em evidência do que o de NOSSA SENHORA DO MONTE CARMELO. Na época de Bernadete em todas as famílias cristãs a maior parte das crianças levava o Escapulário sobre o peito.” (Les apparitions de Notre Dame à Bernadete, Paris 1934, pg. 93).
A devoção do Escapulário começou a propagar-se especialmente no fim do século XVI, no tempo da contra-reforma, quando esta devoção era apresentada como sinal do verdadeiro espírito católico contra hereges e fautores das heresias. Naquele tempo os protestantes e jansenistas, juntamente com numerosos sábios, sob o pretexto de exaltar a devoção a Cristo, combatiam o culto mariano na Igreja, não sem grande dano paras almas. Em tais condições foi o Escapulário conservado por quase todos como meio e manifestação concreta da devoção mariana na Igreja, do mesmo modo que pouco depois a devoção ao Sagrado Coração de Jesus parecia quase encarnar o culto a Nosso Senhor.
Sem mais a devoção do Escapulário exprimia otimamente a doutrina da Igreja acerca de Nossa Senhora e o culto que lhe é devido. De modo particular, esta devoção patenteava praticamente a Sua mediação universal, sobre a qual se apoia a nossa consagração. Realmente, as duas promessas do Escapulário para a hora da morte e depois no purgatório, não são outra coisa senão uma esplêndida aplicação desta mediação universal: por aumentar a fé, na qual não pouco influi a nossa devoção.
9 – A DEVOÇÃO DO ESCAPULÁRIO NA SÉ APOSTÓLICA
Esta universalidade é especialmente confirmada pelos testemunhos da Santa Sé. Este fato se deve ressaltar tanto mais, porquanto, como narra Guilherme de Sanvico na sua “Cronaca”, escrita mais ou menos em 1291, já a própria Virgem Maria comunicou (a S. Simão Stock), que os irmão voltassem sem receio ao Sumo Pontífice Inocêncio IV, porque dele receberiam um salutar remédio “ (Anal. O. Carm. III, 311).
10 – O ESCAPULÁRIO E A RESTAURAÇÃO DO ESPÍRITO CRISTÃO
Sendo assim, parece que a devoção do Escapulário é muito apropriada para favorecer o espírito cristão, como de fato o tem favorecido em tempos passados. É evidente de quão grande importância é a devoção a N. Snra. na vida da Igreja. Basta para isso rememorar os fatos históricos do Catolicismo, fatos de maior ou menor esplendor em proporção com a maior ou menor devoção à Mãe de Deus. E pela natureza das coisas nem poderia ser de outro modo.
Com efeito juntamente com o S. Rosário nenhuma outra forma de devoção mariana se apresenta tão perfeita como aquela do S. Escapulário. Daí resulta que esta devoção se presta não pouco para a restauração do espírito cristão.
A sua antigüidade já consagrou o seu valor simbólico e a sua grande simplicidade assegura a sua universalidade. Com toda a certeza, a devoção do Escapulário é tal, que não prejudica a nenhuma outra devoção, dando, porém, à vida uma orientação geral mariana, faz com que as outras devoções sejam abraçadas com mais intenso fervor.
CONCLUSÃO
De modo especial, pois, parece o Escapulário do Carmo responder na prática à necessidade presente de exprimir, isto é, por um sinal certo e permanente, a já realizada consagração do gênero humano ao Imaculado Coração de Maria, afim de que, tendo sempre presente tal consagração, a Virgem seja verdadeiramente para nós aquela Estrela do mar que através das borrascas desta vida, nos leve finalmente com segurança àquele porto da eterna salvação, para o qual tendemos.
NOVENA 2018: 4º Dia.
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O ESCAPULÁRIO: UM SACRAMENTAL DA IGREJA
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Frei Meesters O.Carm.,
DEFINIÇÃO SACRAMENTAL
Sacramentais são objetos materiais ou atos, que, “ex opere operantis”, isto é quando o recipiente pedir para si esta graça, mediante uma ação positiva de devoção, operam a graça que representam e que pela Igreja lhes foi anexa (Cfr. Simar: Dogmatik, II, pg. 812)
O Sacramental, portanto, envolve mediação da graça e cooperação da parte do sujeito. Na primeira parte trataremos da mediação da graça, ou com outras palavras: a relação Deus-homem; na segunda parte a COOPERAÇÃO DO SUJEITO, ou com outras palavras: a relação homem-Deus. Em seguida acrescentaremos para cada parte a aplicação à devoção do Escapulário.
A MEDIAÇÃO DA GRAÇA PELO SACRAMENTAL DO ESCAPULÁRIO
A Igreja instituí o sacramental e o usa para, por meio dele, indicar e dar a graça. Ela, em virtude do seu poder sacerdotal de distribuir graças, liga esta graça a determinados sinais visíveis, assim como Cristo o fez nos Sacramentos. A Igreja já faz isso “in aliquam imitationem Sacramentorum” (can. 1144). A Diferença essencial entre o Sacramental e o Sacramento consistente no sinal, sendo o sinal do sacramental caracterizado pelas disposições exigidas do sujeito.
Também o sinal material do sacramental significa graça, tanto quanto o do Sacramento. O Sacramento significa graça santificante, enquanto o Sacramental, porem, significa a graça atual. Assim por exemplo a ablução com água no Batismo significa a purificação do pecado na alma. Este ato de ablução ao mesmo tempo opera o que significa. O mesmo se dá também com o Sacramental: ele significa e opera (Este “operar” será mais tarde mais detalhadamente descrito e limitado na segunda parte).
QUAL É, POIS, A GRAÇA SIGNIFICADA PELO ESCAPULÁRIO?
Isso deveremos deduzir: a) da significação do seu sinal exterior, sua matéria, que é uma veste; e b) da declaração da Igreja, porque um Sacramental como órgão da Igreja só pode significar e operar aquela graça que a Igreja lhe quer anexar. por isso, as nossas conclusões deduzidas da significação da veste deveremos conferi-las com as intenções da Igreja.
A VESTE COMO SINAL DE SACRAMENTAL
Qual é o primeiro significado da veste? Nenhum outro senão cobrir, preservar contra o frio, contra o calor, contra a concupiscência. Assim como derramar água sobre alguém se faz antes de tudo para a purificação, assim se usa também o Escapulário antes de tudo como proteção contra influências de fora. Julgamos que uma proteção sobrenatural não poderá ser significada de maneira mais simples, mais evidente e universalmente mais humana do que por uma veste.
Se, pois, a veste deve simbolizar e caracterizar uma determinada graça, então esta graça dever ser de proteção, de proteção contra influências malsãs na vida sobrenatural. Cada sacramental ou sinal de sacramental, imprime um determinado caráter na graça que opera. No Escapulário este caráter deve ser proteção.
A matéria só, porém, não constitui o sinal completo. Também as palavras pronunciadas, ao aplicar a matéria, tem significação. Elas fazem do sinal geral um sinal aplicado, do “signum remotum” . Deve-se frisar expressamente, que o Escapulário, como sinal, isto é, enquanto duma maneira geralmente humana e, por conseguinte, remota, simboliza proteção, aplica-se perfeitamente o mesmo processo. Entretanto, se bem que o Escapulário, puramente como matéria, já duma maneira suficiente signifique o caráter especial desta graça atual, esta força de significação ainda é mais intensificada pelas palavras que a Igreja pronuncia ao aplicar a matéria.
Em todas as orações da fórmula de imposição também pelas palavras é expressamente significado, que aqui se trata de graças de proteção.
Na primeira oração vem expressamente indicada esta graça especial: “... que ele (ela) protegido pela intercessão da Mãe de Deus, persevere na Vossa graça até a morte”. A segunda oração diz a mesma coisa da maneira seguinte: “... afim de que possais vesti-lo sem mancha e ele vos proteja contra toda a adversidade”. A terceira e última oração exprime a proteção na hora da morte. Até aqui sobre o simbolismo da proteção.
Pensamos, entretanto, que esta proteção ainda goza de um cunho todo particular, a saber, de intimidade: a proteção dada por Maria é íntima, não denotando altivez.
Achamos que este particular não se deduz somente dos autores da nossa Ordem, mas que também está incluído na significação natural da veste. Cristo e São Paulo não puderam encontrar imagem melhor do que a imagem da veste para significar a cordialidade e a intimidade com Deus, a qual resulta da graça. No Antigo Testamento é esta imagem repetida constantemente para significar que o homem é atingido profundamente por alguma coisa. Assim como a veste batismal simboliza o revestir-se de Cristo, assim simboliza o Escapulário de um modo igualmente natural e com o mesmo direito: “o revestir-se de Maria.” Nada atinge mais profunda e intimamente a alguém – tratando-se de coisas exteriores – do que suas vestes.
Julgamos, portanto, que não devemos hesitar em atribuir à veste do Escapulário uma dupla força de significação: proteção e intimidade, ou melhor proteção que ao mesmo tempo é íntima.
A VESTE DO ESCAPULÁRIO COMO ÓRGÃO DA IGREJA.
O Escapulário, ou mais exatamente, a imposição do Escapulário, é como sacramental, um órgão da Igreja e como tal não pode operar outras graças do que as que a Igreja lhe quer anexar.
Daí a seguinte pergunta: A Igreja de fato liga a raça especial de proteção a este sinal, como nós achamos dever-se concluir da força natural da significação da veste? Agora, portanto, segue o controle do qual falamos no começo.
Depois de ter dito que na devoção do Escapulário não se trata dum negócio de somenos importância, o Papa alega como motivo disso: “Na verdade, o Santo Escapulário é como que o hábito mariano, o sinal e penhor da proteção da Mãe de Deus. “Quase todos os pronunciamentos eclesiásticos fazem como que esta proteção, como conseqüência deste sacramental, principalmente culmine numa proteção na hora da nossa morte e depois da nossa morte, no purgatório.
Por isso não podemos duvidar de que, tanto da parte do sinal como da parte da Igreja, verificam-se todas as condições para conseguirmos uma graça especial de proteção por meio de devoção do Escapulário.
Resta-nos, pois, fazer umas considerações sobre as condições às quais deve satisfazer o sujeito, para efetivamente participar desta graça.
A COLABORAÇÃO DO SUJEITO NA DEVOÇÃO DO ESCAPULÁRIO
Depois de termos tratado da mediação da graça, isto é da relação Deus-homem, segue agora o tratado da relação homem-Deus. O que deve fazer o homem? Nos Sacramentos é suficiente a intenção (sob uma ou outra forma) para receber o Sacramento. Além disso, não pode haver obstáculos para a graça. Basta o contato pela intenção e a graça corre por si mesma. Tudo vem de Deus. No Sacramento a tomada de contato pela intenção é suficiente. A graça aqui não começa a correr por si mesma, mas deve ser implorada por uma ação positiva de devoção. Nos Sacramentos, portanto, o homem é passivo, no sacramental é também ativo.
Tanto para o Sacramento como para o Sacramental é, pois, exigida a intenção, a tomada de contato, como também o não por obstáculos. No Sacramental é, além disso, exigida a devoção, a dedicação. e por ser esta devoção a diferença essencial no que toca ao sujeito no Sacramento e no Sacramental, falaremos: a) sobre a DEVOÇÃO no Sacramental do Escapulário e b) sobre as diferentes formas sob as quais se manifesta esta devoção no Sacramental do Escapulário.
A DEVOÇÃO NO SACRAMENTAL DO ESCAPULÁRIO
“Devotio” é a prontidão em se entregar ao serviço de Deus (ou de um Santo). Se faltar esta dedicação, falta um elemento essencial ao Sacramental, e não se nos comunica a graça, porque então ou não se realiza o Sacramental, ou (caso se trata de um Sacramental permanente, como é o Escapulário) porque o Sacramental não pode operar.
Esta devoção não precisa ser necessariamente atual, se bem que isto naturalmente seja o mais perfeito. Assim como qualquer ato humano é um ato plenamente humano, desde que é praticado em virtude dum ato que virtualmente perdure, assim também se verifica o mesmo em relação à devoção, que se exige para o Escapulário. Se de vez em quando fazemos o ato de consagração, toda a nossa vida virtualmente permanece num estado de consagração, e satisfazemos assim de nossa parte às condições exigidas para o Sacramental do Escapulário. Já que Deus (a Igreja) não falha, a graça especial nos será comunicada com certeza infalível.
Mas o que dizer então da devoção 1) das criancinhas, 2) das pessoas que vestem o Escapulário sem atenção, 3) dos pescadores?
A DEVOÇÃO DAS CRIANCINHAS.
As criancinhas não podem ter devoção. Falta, portanto, uma condição essencial para a operação do Sacramental e, por conseguinte, o Escapulário como Sacramental não opera nestas crianças.
Mas dirão: 1º a Igreja reza sobre tal criança quando lhe impõe o Escapulário. Tal oração então não tem eficácia? E 2º a Igreja de fato impõe o Escapulário às crianças; será que esta prática então não tem sentido? De fato, a criança recebe favores em virtude destas orações da Igreja, por exemplo proteção contra perigos naturais. Isto, porém, não pode constituir a graça característica do Sacramental: em primeiro lugar, porque não se pode falar de proteção contra o pecado, enquanto a criança não chegar ao uso da razão; em segundo lugar porque não se efetua nenhum Sacramental faltando-lhe uma condição necessária, a saber a devoção do sujeito. Visto que a oração, porém, sempre produz algum efeito, devemos atribuí-lo também a esta oração da Igreja. Este efeito equivale então ao de qualquer outra oração da Igreja, independente do Sacramental.
A imposição do Escapulário tem verdadeiramente sentido. Pois da parte da Igreja foram cumpridas todas as condições: aplicou-se a esta pessoa o sinal do Sacramental. Enquanto depende da Igreja, a graça pode ser comunicada. Tão logo a criança por sua vez da sua parte fizer o necessário, será completado o Sacramental. A criança, portanto, está potencialmente muito mais próxima a estas graças especiais do que alguém a quem não tenha sido imposto o Escapulário. Pois para este último, nem sequer foram cumpridas as condições por parte da Igreja: a aplicação do sinal da graça. Na criança a metade já está cumprida. Já vive sob o “signum”. Ela possui a graça especial em potência próxima.
PESSOAS QUE USAM O ESCAPULÁRIO SEM ATENÇÃO
Quanto a estas pessoas o operar ou não operar da graça depende do grau da “falta de atenção”. Se o ato de consagração é feito tão frouxamente, que ma se pode falar duma vida de consagração, o Sacramental então não operará continuamente, mas somente ao ser feito o ato e durante o período em que perdurar este ato. Quando não houver mais nenhuma ação da parte do sujeito, também não será mais comunicada nenhuma graça.
OS PECADORES[1]
Os pecadores são capazes de receber graças atuais. Além disso, continuam a ser membros da Igreja, de maneira que os órgãos da Igreja podem atuar sobre eles. Finalmente eles podem ter a intenção de receber o Sacramental e são capazes de atos de devoção. O Escapulário pode, por conseguinte, a graça atual do Sacramental será dirigida para a graça sacramental, como aliás, São Tomás admite para todas as graças dos Sacramentais.
DIFERENTES FORMAS SOB AS QUAIS SE MANIFESTA A DEVOÇÃO.
A devoção é, pois, o ato essencial do sujeito e como tal depende também subjetivamente das diferentes disposições dos sujeitos. Estas diferenças ficam fora do âmbito do Sacramental tão só exige devoção em geral. O homem pode revestir esta devoção de diferentes maneiras, atuando ela então logo independentemente do Sacramental. Posso por exemplo encarar a minha consagração como sendo a consagração dum filho à sua mãe; outro se consagra como um escravo à sua senhora, como um servidor à sua patroa (como principalmente se fazia na Idade Média), etc. Posso considerar meu Escapulário como o uniforme de Maria, como um distintivo que facilmente de recorde minha consagração, etc. Tudo isto não tem nada a ver com o Sacramental do Escapulário, embora seja muito bom e muito útil. Tais considerações de caráter pessoal constituem de certo um poderoso auxílio para conservar e intensificar a devoção (consagração) necessária ao Sacramental. Quanto a esses diversos modos pessoais de encarar o Escapulário, encontra-se material abundante e precioso na literatura da nossa Ordem. Uma mais ampla explanação desta matéria cai fora do âmbito do Sacramental. Pode-se, porem, encontrá-la em outros lugares.
Já dissemos que às crianças e às pessoas que usam o Escapulário sem atenção, somente se comunica a graça do Sacramental, tão logo pela primeira vez ou novamente façam o ato de devoção. Porque tal ato tão simples de devoção não é suficiente para pessoas que, por zombaria ou incredulidade tenham deixado de usar o Escapulário? Pois a tais pessoas deve de novo ser imposto o Escapulário.
A razão nos parece o seguinte: Tratando-se de crianças ou de pessoas que usam o Escapulário sem atenção, da parte da Igreja persiste a condição cumprida: elas continuam incorporadas neste órgão eclesiástico de salvação, se bem que a atuação relativamente a estas pessoas seja somente potencial. Os zombadores e incrédulos, porém, se separaram positivamente deste órgão eclesiástico, assim como por um ato contrário à fé da Igreja o membro se separa de toda a Igreja. Para tais pessoas requer-se, portanto, uma nova incorporação neste órgão especial.
visto que o Sacramental do Escapulário somente concede graças, enquanto é órgão da Igreja, segue uma promessa ou aparição, como tal, não pode constituir nenhum Sacramental. Não há distribuição de graça sacramental sem a intervenção da Igreja. Somente Ela determina quando e como esta graça do Sacramental será concedida. Atribuir tal poder a Nossa Senhora durante uma aparição é impossível. Tal aparição, quando muito, pode ser ocasião para a Igreja Instituir determinado Sacramental baseando-se em Fundamentos Dogmáticos. A historicidade do fato neste caso é de importância secundária.
[1]Nota do org. Devido a popularidade do Escapulário, muitas pessoas se perguntam qual a validade, ou o porque do uso do mesmo por parte de muitos “Devotos” que não tem nenhum vínculo com a espiritualidade carmelitana e, ainda mais, com a mensagem do Evangelho. Uma vez ou outra nos deparamos com imagens de seqüestradores na tv ou em jornais com o Escapulário no pescoço. As vezes nos assustamos com tal “sentimento religioso” destes e de outros. Sem dúvida alguma, para tais “devotos” usar o Escapulário não passa de um modismo ou de um sentimento que não condiz com a espiritualidade Mariana nem com a Boa Nova do Evangelho que nos coloca a vida em abundância como objetivo principal de qualquer relacionamento com o sagrado.
A AUTÊNTICA DEVOÇÃO A MARIA E AO ESCAPULÁRIO DO CARMO[1]
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Papa Paulo VI
Devem-se dar a conhecer os desejos e exortações que dimanam da Constituição Dogmática do Concílio Ecumênico Vaticano II, coincidentes com o nosso próprio pensamento, e que aqui proclamamos: “Estimem muito as práticas pelo Magistério através dos séculos”.
Cremos que, entre estas formas de piedade mariana, devem-se contar expressamente o Rosário e o uso devoto do Escapulário do Carmo. Esta última prática, “pela sua própria simplicidade e adaptação a qualquer mentalidade, conseguiu ampla difusão entre os fiéis, com imenso fruto espiritual”.
Quando se instrui o povo cristão sobre a devoção mariana, seja-lhe inculcada de maneira insistente e categórica que “ao ser honrada a Mãe, o Filho, por causa de quem tudo foi criado e no qual por agrado do Pai eterno reside toda e plenitude, seja devidamente conhecido, amado, glorificado e que, por sua vez, sejam melhor cumpridos seu mandamentos”.
Acentuou-se cuidadosamente que a devoção mariana “não consiste nem no afeto estéril e passageiro, nem na vã credulidade, mas que procede de uma fé autêntica, que induz a reconhecer a excelência da Mãe de Deus e a amar filialmente a nossa Mãe e a imitar as suas virtudes”.
Fomente-se nos fiéis um culto puro e sincero à Virgem Maria, para que sejam verdadeiramente filhos de tal Mãe, imitando as suas virtudes, dando exemplo de caridade fraterna, harmonizando os seus sentimentos, palavras e costumes com o Modelo original da vida cristã, Jesus Cristo, mediador entre Deus e os homens e autor da salvação humana.
É preciso que se honre, com fé plena e obsequiosa, a Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, Mãe da Igreja, Mãe da graça e da misericórdia; Mãe da esperança e da alegria santa, por quem, como por um caminho real, chegamos a Jesus e às suas fontes de salvação.
[1] Da carta de Paulo VI ao cardeal legado do Congresso Mariológio de São Domingos. 02 de fevereiro de 1965. Em: Acta Apostólicas Sedis, 57. 1965, pp. 377-379.
NOVENA 2018: 2º Dia.
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Imagens do Novenário de Nossa Senhora do Carmo na Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Desterro/RJ. CELEBRANTE: Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. CÂMERA: Rachel Ferreira. EDIÇÃO: Olhar Jornalístico. Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 8 de julho-2018.
DOMINGO, 8: Olhar do dia...
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VOCÊ JÁ FOI NA MISSA HOJE? Não ! Domingo é dia do Senhor. Na verdade, nem todas as cidades- e comunidades do nosso Brasil- tem padres ou paróquias. Mas é sempre bom lembrar e rezar pelas vocações. Fotos: Frei Petrônio de Miranda, O. Carm e Frei Michael Farrugia, O. Carm, Conselheiro Geral da Ordem do Carmo na Lapa/RJ logo após a Santa Missa neste domingo, 8.
AO VIVO- 1º Dia da Novena de Nossa Senhora do Carmo, direto do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro.
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FREI RAUL: Novena do Carmo-2018
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O Frei Raul Maravi, Conselheiro Geral do Ordem do Carmo, convida os devotos de Nossa Senhora do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro, para o primeiro Dia da Novena neste sábado, dia 7. Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. julho-2018.
NOVENA DE NOSSA SENHORA DO CARMO NA LAPA/RJ-2018: Comentários dos 9 dias.
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NOVENA DE NOSSA SENHORA DO CARMO NA LAPA/RJ-2018
- Novena com a celebração da Missa -
Frei Petrônio de Miranda, O. Carm.
1º DIA: COMENTÁRIO INICIAL
Boa noite! Bem-vindos e bem-vindas ao primeiro dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo. A Partir de hoje, iremos caminhar nove dias com Maria, a Mãe dos Carmelitas e nossa em uma caminhada ao encontro do seu filho, Jesus Cristo.
O Profeta Elias, que veneramos como o Inspirador de nossa Ordem do Carmo, antes de ser arrebatado ao céu entregou o seu manto a seu discípulo o Profeta Eliseu, que devia ser o seu sucessor; lá está na Bíblia: “O espírito de Elias repousou sobre Eliseu”. Assim, recebendo o Escapulário do Carmo, recebemos também algo do espírito de Maria: “Eis a serva do Senhor”!
É com toda essa riqueza espiritual- mariana que vamos acolher de pé o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia. Cantemos os louvores à Virgem do Escapulário, nossa Padroeira
2º DIA: COMENTÁRIO INICIAL
Boa noite! Bem-vindos e bem-vindas ao segundo dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.
Santa Teresinha do Menino Jesus, carmelita, certa vez falou: “ Gostaria de ter sido padre para pregar a respeito da Santíssima Virgem! Para que um sermão sobre Maria me agrade e me faça bem, preciso apalpar-lhe a vida real e não uma vida imaginária; eu estou certa de que sua vida real devia ser bem simples. Mostram a Santíssima Virgem inabordável, quando deveriam mostrá-la imitável; fazer sobressair suas virtudes, dizer que ela vivia de fé como nós, apresentando as provas que nos dá o próprio Evangelho onde lemos: “E eles não entenderam o que lhes disse”. E esta outra, não menos misteriosa: “E seu pai e mãe estavam admirados das coisas que dele se diziam”. Essa admiração supõe um certo espanto”.
É com este espírito mariano de uma Maria próxima a nós- lembrado por Santa Teresinha, que vamos acolher de pé o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia. Cantemos os louvores à Virgem do Carmo.
3º DIA: COMENTÁRIO INICIAL
Boa noite! Bem-vindos e bem-vindas ao terceiro dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.
O Escapulário do Carmo remonta à Idade Média, quando os religiosos carmelitas passaram a ver no simples avental que usavam um sinal de sua prática evangélica e de sua consagração a Maria.
Os monges carmelitas consideravam a Mãe de Jesus a mais simples de todos os servidores e chegaram à conclusão, pelo testemunho de Jesus, de que, fazendo as coisas mais simples de cada dia, prolongavam de alguma forma a encarnação de Deus neste mundo. De fato, o sentido mais profundo da vida cristã é deixar Deus nascer no próprio coração ajudando-o para que não seja levianamente banido do coração das pessoas.
É com este espírito mariano carmelitano de simplicidade que vamos acolher de pé o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia cantando louvores a Mãe de Deus e dos Carmelitas. Cantemos!
4º DIA: COMENTÁRIO INICIAL
Boa noite! Bem-vindos e bem-vindas ao quarto dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.
O Escapulário do Carmo nada tem a ver com um amuleto ou uma mágica, à disposição dos que fogem de si, da vida e de Deus buscando soluções milagrosas. Antes, é o sinal de Maria que caminha ao encontro de sua gente e com ela se compromete na transparente bondade de Deus, cujo amor merece nossa entusiasta confiança com renovadora adesão. Razão pela qual a devoção do Santo Escapulário tem grande força libertadora e, ao mesmo tempo, engaja as pessoas no exercício da mais pura cidadania.
Nesta noite, louvemos a Mãe dos Carmelitas presente em nossas famílias que usam o Escapulário e se comprometem por uma cidade do Rio de Janeiro de paz e de esperança.
De pé, vamos acolher o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia. Cantemos louvores a Nossa Senhora do Carmo nas expressões culturais e familiares em nosso Brasil.
5º DIA: COMENTÁRIO INICIAL
Boa noite! Bem vindos e bem vindas ao quinto dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.
Para São João da Cruz, Carmelita, Nossa Senhora é o ideal da alma que procura a Deus e que é atraída pelo Senhor. Mas ela é assim atraída por diversas formas.
O Santo realça particularmente que ela, saudada pelo Anjo como «cheia do Espírito Santo», sempre se deixou guiar pelo Espírito Santo, ideal a que devemos aspirar na nossa conversão com Deus por difícil que seja e por poucos que sejam os que conhecem e seguem os conselhos do Espírito Santo.
Nesta noite, a exemplo da Mãe dos Carmelitas que se deixou guiar pelo Espírito Santo, vamos nos esforçar para que toda a nossa caminhada seja iluminada por esta grande luz.
De pé, vamos acolher o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia. Cantemos louvores a nossa Padroeira, nossa mãe e nossa e Rainha do Carmelo.
6º DIA: COMENTÁRIO INICIAL
Boa noite! Bem-vindos e bem-vindas ao sexto dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.
A espiritualidade carmelitana tem no Santo Escapulário uma veste de proteção e compromisso com a transformação das nossas atitudes diante de um mundo consumista, violento e, muitas vezes desumano.
Já no Antigo Testamento a veste - e de maneira especial, o manto - era símbolo dos benefícios divinos, da proteção do alto, do poder transmitido a um enviado de Deus.
A veste especial de José foi símbolo da predileção (Gn 37,3); a capa de Jônatas presenteada a Davi foi um símbolo da amizade (1Sm 18,4). Em Isaías lemos: "Alegro-me imensamente no Senhor, a minha alma exulta no meu Deus, porque me revestiu com as vestimentas da salvação e envolveu-me com o manto da justiça" (Is 61,10). Quando Elias, o Profeta, foi arrebatado da terra, o seu manto caiu sobre Eliseu, seu discípulo, transmitindo-lhe o espírito do mestre (2Rs 2,14ss).
De pé, vamos acolher o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia. Cantemos louvores Virgem do Santo o Escapulário- a nossa veste carmelitana. Cantemos!
7º DIA: COMENTÁRIO INICIAL
Boa noite! Bem-vindos e bem-vindas ao sétimo dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.
A Ordem do Carmo é uma Ordem Religiosa que desde a sua origem se distinguiu como uma Ordem eminentemente Mariana: o nosso título jurídico é este: Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.
Prova desta índole Mariana da Ordem do Carmo está exatamente na existência da primeira capela dedicada a Nossa Senhora construída no Monte Carmelo. Aií, naquela capelinha, nasceu entre os Carmelitas, o seu amor e sua devota veneração a Santíssima Virgem Maria.
Depois de 800 anos de caminhada, aqui estamos nós louvando a Mãe do Carmelo. É com o mesmo vigor dos primeiros monges carmelitas que vamos acolher o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia. Cantemos louvores a nossa Mãe e nossa protetora.
8º DIA: COMENTÁRIO INICIAL
Boa noite! Bem-vindos e bem-vindas ao oitavo dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.
No início do século XIII (1207) nascia no Monte Carmelo na Palestina a Ordem do Carmo, reconhecida e aprovada pelo Papa lnocêncio IV em 1247. Os Eremitas do Monte Carmelo foram logo obrigados a imigrar-se para a Europa. E mesmo na Europa não foram muito bem acolhidos em razão do seu estilo de vida diferente de outras Ordens Religiosas e foram até ameaçados de extinção. Em meio à angústia e sofrimentos o Superior Geral, São Simão Stock, suplicava com insistência a ajuda e proteção da Santíssima Virgem Maria.
Conforme firme tradição, São Simão Stock teve uma visão em 1251, apareceu-lhe Nossa Senhora, trazendo em sua mão o Escapulário dizendo: “Meu filho muito amado, eis o Escapulário que será distintivo da tua Ordem. Aceita-o como um penhor de bênção que alcancei para ti e para todos os membros da Ordem do Carmo. Aquele que morrer piedosamente, vestido com este Escapulário, participará da eterna salvação”! Nós chamamos isto de grande promessa.
De pé, vamos acolher o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia louvando a Mãe de Deus que não desamparou a Ordem do Carmo e continua nos protegendo a todos nós, devotos e devotas do Santo Escapulário. Cantemos!
9º DIA: COMENTÁRIO INICIAL
Boa noite! Bem-vindos e bem-vindas ao último dia do nosso Novenário em louvor a Nossa Senhora do Carmo.
Que a Virgem Maria do Carmelo, após estes 9 dias, nos ajude a sermos fiéis ao que Jesus nos pede neste momento crucial da história do Rio de Janeiro, do Brasil e do mundo.
Assim como no passado, que ela venha nos ajudar, tanto na nossa vida diária em família, quanto em nosso trabalho.
É com este espírito de fé na Virgem do Escapulário e confiança na amorosidade e mansidão de Jesus Cristo, que vamos acolher o celebrante, os coroinhas e as ministras da eucaristia para celebrar esta última noite. Cantemos!
SÃO JOÃO DEL REI: Convite
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O Prior da Ordem Terceira do Carmo de São João del Rei-MG, Eduardo Valim, faz um convite para o Novenário e Festa de Nossa Senhora do Carmo-2018. Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. Divulgação: www.olharjornalistico.com.br
* Celebrar a Festa de Nossa Senhora do Carmo no Campo de Concentração
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Constant Dölle
Dia 16 de julho. Comemoração solene de Nossa Senhora do Carmo. Alguns frades, todos com o mesmo uniforme de prisioneiros se procuram e se encontram num canto escuro do barracão. São os carmelitas Tito Brandsma, Alberto Urbanski, Hilário Januszewski, o prior do Carmelo de Cracóvia, e alguns outros. Um padre diocesano polonês junta-se a eles. Mostrava vontade de tornar-se membro da Ordem Terceira do Carmo. Tito o preparou e o acolheu na Ordem por um simples gesto de imposição de mãos.
Os frades são originários de vários países e provavelmente muitos nunca se viram antes, mas se reconhecem pela tradição espiritual carmelita. Formam uma fraternidade contemplativa. Experimentam esse encontro como um momento eterno que, por um breve tempo, os eleva acima do terror. Com suas cabeças raspadas, corpos famintos, em forma de círculo, estão diante do Senhor cuja vontade está acima de tudo e eleva a todos. Na contemplação desmascaram o destino e desta maneira experimentam, de um jeito novo e iluminado, o enigma da existência.
A festa é celebrada em meio ao ódio e desespero, aos estampidos de botas, aos slogans enganosos e ao sentimento de morte próxima, longe dos confrades e da família. Dão-se as mãos e sabem que podem contar com a proteção de Nossa Senhora do Carmo. Sabem-se ligados a toda a Família Carmelita do mundo livre. No final rezam a oração “Salve, Rainha” , emocionando-se com as palavras: “Gemendo e chorando neste vale de lágrimas”.
*DO LIVRO: O CAMINHO DE TITO BRANDSMA NO TEMPO DE HITLER. PROFESSOR – MÍSTICO CARMELITA – JORNALISTA – MÁRTIR.
Tradução: Frei Gabriel Haamberg, O. Carm, do Convento do Carmo de Mogi das Cruzes, São Paulo.
NOVENA E FESTA DE NOSSA SENHORA DO CARMO: Canto de Ação de Graças
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NOVENA E FESTA DE NOSSA SENHORA DO CARMO NA LAPA, RIO DE JANEIRO. Tempo de se organizar...
NOVENA DO CARMO-2018: Maria mãe- Canto de Ação de Graças.
Letra e Música: Frei Petrônio de Miranda, O. Carm.
Maria ó mãe, Maria ó mãe, mãe dos Carmelitas, vem nos ajudar./ Maria ó mãe, Maria ó mãe, com o Escapulário, vem nos amparar. (bis)
1-Diante do medo, da fome e da Guerra, da nossa omissão, vem nos ajudar. Ó Mãe lá no Monte, com os santos carmelitas, com o Escapulário, vem nos resgatar. (bis)
2- Não deixem ó mãe, na vida os teus filhos, perdidos sem paz, desanimar./ Nas noites escuras, nas quedas da vida, com o Escapulário, vem acompanhar. (bis)
3- Nos jovens cantando, gritando com fé, buscando seguir, o Homem de Nazaré./ Ó Mãe não esqueça, vem nos visitar, o Escapulário, ó mãe vem nos dar. (bis).
4- Num mundo consumista, no ódio a reinar, na mãe natureza, sempre a sangrar./ Ó mãe nos ensina, a não desviar, com o Escapulário, no Monte chegar. (bis)
5- Famílias partidas, refugiados a gritar, o fanatismo religioso, querendo dominar. / Ó Mãe dos Eremitas, no Carmelo a meditar, com o Escapulário, venha nos olhar. (bis)
6-Com o Profeta Elias, vem mãe ensinar, aos filhos do Carmelo, Evangelizar./ Não deixes ó mãe, o Carmelo esquecer, a missão do Profetismo, neste mundo a perecer (bis)
LADAINHA DE NOSSA SENHORA DO CARMO. Ladainha
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(Antes da Ladainha, cantar um canto a Nossa Senhora do Carmo enquanto o Padre incensa a imagem)
Senhor, tende piedade de nós
Cristo, tende piedade de nós
Senhor, tende piedade de nós
Cristo, ouvi-nos
Cristo, atendei-nos
Deus Pai do céu, tende piedade de nós
Deus Filho Redentor do mundo, tende piedade de nós
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós
Mãe de Jesus Cristo, Rogai por nós.
Mãe da Igreja, Rogai por nós.
Mãe e Senhora do Carmelo, Rogai por nós.
Santa Maria do Monte Carmelo, Intercedei por nós
Modelo da família carmelitana, Rogai por nós.
Flor do Carmelo, Rogai por nós.
Estrela do Mar, Rogai por nós.
Nossa Senhora da Subida do Monte Carmelo, Intercedei por nós
Espelho da justiça, Rogai por nós.
Rainha dos Mártires Carmelitas, Rogai por nós.
Rainha de todos os Santos, Rogai por nós.
Rainha do Carmelo, Intercedei por nós
Rainha do Santo Escapulário, Rogai por nós.
Nossa Senhora do Carmo, nossa consolação na hora da morte, Rogai por nós
Nossa Senhora do Carmo, modelo dos missionários, Rogai por nós.
Nossa Senhora do Carmo, perfeito modelo da Boa Nova, Intercedei por nós
Por aqueles desempregados e abandonados, Rogai por nós.
Por aqueles no leito de dor, Rogai por nós
Pelo nosso Santo Padre, o Papa Francisco e seus pastores, Rogai por nós.
Pela nossa comunidade, Intercedei por nós
Pela família carmelitana e os devotos do Escapulário, Rogai por nós.
Pela paz e justiça social em nosso país, Rogai por nós.
Pela paz na cidade do Rio de Janeiro, Rogai por nós.
Pelo ano do Laicato Carmelitano, Intercedei por nós
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.
Padre: Rogai por nós, Flor e Esplendor do Carmelo.
Todos: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo
OREMOS: Venha em nossa ajuda, Senhor, a intercessão da gloriosa e bem-aventurada sempre Virgem Maria, Mãe e Rainha do Carmelo. Concedei-nos, por sua intercessão, chegarmos à verdadeira montanha, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém.
CIDADES E PONTOS GEOGRÁFICOS COM NOME CARMO
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Dom Frei Wilmar Santin, O.Carm
1 - CIDADES (Municípios e distritos)
Carmo, AP, distrito do município de Macapá, Amapá. CEP: 68912-100.
Carmelópolis, CE, distrito do município de Campos Sales, Ceará. CEP: 63.151-000.
Monte Carmelo do Rio Novo, ES, distrito do município de Alto Rio Novo, Espírito Santo. CEP: 29.767-000.
Carmo, RJ, município do estado do Rio de Janeiro, próximo da margem direita do rio Paquequer, a NO de Cantagalo. Está a 221m de altitude. Dista 119km de Niterói, no rumo NNE. População em 1996: 15.175 habitantes. CEP: 28640-000
SANTA CARMEM, MT, município do estado de Mato Grosso. Pop. em 1996: 3.536 hab. CEP: 78.545-000.
Carmo da Cachoeira, MG, município do estado de Minas Gerais. A cidade está situada sobre o ribeirão do mesmo nome, pertencente à bacia do rio Grande, a 907m de altitude. Dista da capital do Estado 217km, em linha reta, no rumo SSO. O município foi instalado em 17-12-1938. Pop. em 1996: 10.803 hab. CEP: 37225-000
Carmo da Mata, MG, município do estado de Minas Gerais. Pop. em 1996: 10.433 hab. CEP: 35547-000
Carmo de Minas, MG, município do estado de Minas Gerais. CEP: 37472-000
Carmo do Cajuru, MG, município do estado de Minas Gerais. Pop. em 1996: 15.961 hab. CEP: 35510-000
Carmo do Paranaíba, MG, município do estado de Minas Gerais. A cidade está situada a 1.067m de altitude, na serra da Mata da Corda, sobre um galho formador do Paranaíba. Dista 271km da capital do Estado, em linha reta, no rumo ONO. Município em 01-12-1873. Pop. em 1996: 28.482 hab. CEP: 38840-000
Carmo do Rio Claro, MG, município do estado de Minas Gerais. A cidade está situada à margem de rio Claro, afluente do rio Sapucaí, a 750m de altitude. Dista da capital do Estado 257km, em linha reta, no rumo OSO. Município em 20-10-1875. Pop. em 1996: 18.482 hab. CEP: 37150-000
Carmópolis de Minas, MG, município do estado de Minas Gerais. Pop. em 1996: 14.263 hab. CEP: 35534-000
Monte Carmelo, MG, município do estado de Minas Gerais. CEP: 38.500-000
Senhora do Carmo, MG, distrito do município de Itabira, Minas Gerais. CEP: 35907-000
Carmo do Rio Verde, GO, município do estado de Goiás. Pop. em 1996: 7.791 hab. CEP: 76340-000
Carmópolis, SE, município do estado de Sergipe. Pop. em 1996: 7.795 hab. CEP: 49740-000
Vila do Carmo do Tocantins, PA, município do estado do Pará. Pop. CEP: 68409-000
Carmolândia, TO, município do estado de Tocantins. Pop. em 1996: 1.610 hab. CEP: 77840-000
Monte do Carmo, TO, município do estado de Tocantins. Pop. em 1996: 5.979 hab. CEP: 77585-000
Carmo, PE, vila do município de São José do Belmonte, Pernambuco.
Nossa Senhora do Carmo, PE, distrito do município de Pombos, Pernambuco. CEP: 55634-000
Nossa Senhora do Carmo, PR, distrito do município de Pato Branco, Paraná. CEP: 85514-000
2 - CACHOEIRA
Carmo, cachoeiras do rio Ji-paraná ou Machado, afluente do Madeira (margem direita), Rondônia.
3 - ILHAS
Carmo, ilha no rio Branco, afluente do Negro, nas proximidades do lago Matamatá - município de Catrimani, no estado do Amazonas.
Carmo, ilha do estado do Maranhão, na freguesia de Bacurytuba.
Carmen, ilha no rio Teles Pires ou São Manuel no trecho a montante do limite entre Mato Grosso e Pará.
4 - LAGOA
Carmo, lagoa do estado do Rio de Janeiro, atravessada pelo canal de Campos a Macaé.
5 - MONTES
Carmo, monte da parte Sudeste do estado de São Paulo, pertencente à serra do Guirra; situa-se entre os rios Guirra e das Cobras, no município de São José dos Campos. Altitude 1.000m.
Carmo, denominação da Serra Geral, no município de Porto Nacional, Tocantins. Altitude 200m. Também a denominam Monte do Carmo.
Serra do Carmo, elevação do estado do Rio Grande do Norte, na margem esquerda do baixo do rio Piranhas.
6 - PONTAS[1]
Carmo, Ponta no estado do Pará, no município de Chaves.
Carmo, Ponta ao Sul da foz do rio da Vigia, no estado do Pará.
Carmo, Ponta ao Sul da foz do Rio Grande do Norte, banha o município de Mossoró e desagua no rio de este nome.
7 - RIOS
Carmo, rio do estado de São Paulo, que tem suas nascentes no município de Franca, lançando suas águas após o curso de 60km, na margem esquerda do rio Grande, nas proximidade de Miguelópolis.
Carmo, rio da parte central do estado de Goiás, que tem suas cabeceiras na serra dos Javaés; dirige-se para Sudeste, e laça suas águas, após 95km de curso, na margem esquerda do Tocantins, na imediações de Porto Nacional.
Carmo, rio da parte Este do estado de Minas Gerais, que tem suas nascentes nas imediações de Bota Fogo, segue para Nordeste, e forma, com o rio Piranga, o rio Doce, após percorrer 50km.
Carmo da Cachoeira, afluente do rio Araguaia, que banha o estado de Goiás.
8 - NOMES ANTIGOS DE CIDADES
Carmo, antigo nome do município de Carmópolis, SE.
Carmo da Bagagem, antigo nome do município Monte Carmelo, MG.
Carmo da França, antigo nome do município de Ituverava, SP.
Carmo de Morrinhos, antigo nome do município de Prata, MG.
[1] “Ponta: Lugar de um rio onde a passagem é difícil” (Dicionário Aurélio).
OLHAR DO DIA: Ordem Terceira do Carmo de São João del Rei-MG.
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Neste domingo, 1º de julho. 15 irmãos e irmãs da Venerável Ordem Terceira do Carmo de São João del Rei-MG, fizeram os votos solenes naquele sodalício. Parabéns!
CARMELITAS: Remédios para perseverar humilde na perfeição da vida eremítica.
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Frei Emanuele Boaga, O.Carm.
Convém também que refutas sobre o que hás de fazer para perseverar vivendo com perfeição a vida eremítica.
Segue minha promessa dizendo: “mandei aos corvos que te levem de comer”. Julguei ser muito necessário anunciar-te isto para teu consolo. Pois, ainda que estejas nadando em delícias inefáveis, enquanto bebes da torrente do meu gozo, tua alegria, entretanto, não pode ser completa por duas causas.
A primeira porque do íntimo de tua alma sentirás um veementíssimo desejo de ver claramente o meu rosto e ainda não podes vê-lo porque “nenhum homem me verá sem morrer “ (Êx 33, 20), “pois eu habito em uma luz inacessível, a qual nenhum homem viu, nem pode ver nesta vida” (1Tm 6, 15).
A segunda causa é porque enquanto estás te esforçando para saborear aquelas delícias inefáveis da torrente do meu insuperável gozo, de repente te verás privado delas pela fraqueza de teu pobre corpo e te encontrarás de novo contigo mesmo, “pois o corpo corruptível prende a alma, e este vaso de barro deprime a mente que está ocupada com muitas coisas” (Sb 9, 15).
Por estas duas razões: não poder ver claramente o meu rosto e não poder permanecer muito tempo naquela gloriosa contemplação de doçura pela fraqueza de teu corpo corruptível, se quiseres perseverar na perfeição, deves suplicar a Deus com gemidos, dizendo-lhe: “meu Deus, meu Deus! A Ti aspiro e me dirijo desde a aurora. De Ti está sedenta a minha alma! E da mesma maneira o está também o meu corpo! Nesta terra deserta, sem caminho e sem água me ponho em tua presença como em teu santuário para contemplar teu poder e tua glória” (Sl 62, 2-3).
Para que então não morras desconsolado com os incontidos soluços e tristezas do coração pela ânsia de ver-me e a fome de saborear a suavidade da doçura de minha glória, “mandei aos corvos que te levem de comer” para dar-te consolo.
Por corvos se entendem aqui, alegoricamente, os Santos Profetas que te precederam e mandei para que fossem teus modelos. Eles nunca sentiram presunção da equidade de sua vida santa, mas conhecendo-se bem pela graça da humildade e vendo sua fraqueza, confessavam ao próprio deficiências dizendo: “se dissermos que não temos pecado, nos enganamos a nós mesmos e a verdade não está em nós” (1Jo l, 8). De cada um destes Padres se escreveu; “Quem prepara para o corvo seu alimento quando seus filhotes levantam para Deus seus gritos, indo de um lado ao outro do ninho por não ter nada que comer?” (Jó 38, 3).
O corvo tem o instinto de olhar para os seus filhotes quando nascem e os vê branquinhos e que se movem de um lado ao outro do ninho, abrindo seus bicos e pedindo alimento. Porém só os alimenta ao vê-los com plumagem negra, reconhecendo pela cor que se parecem com ele; quando vê que a plumagem se toma negra, então põe todo o seu esforço em alimentá-los. De semelhante modo nascem também os pintinhos ou discípulos do Profeta que eu enviei e logo, com seu exemplo, chegam a conseguir tanta graça que bebem da torrente de minha delícia, como bebeu o Profeta Elias.
Quando por fraqueza da própria natureza não chegam a saborear de minha suave doçura, devem dirigir-me suas súplicas movendo-se com o desejo de um lado para outro, porque ainda não lhe é possível tomar do desejado alimento da doçura espiritual, e como está escrito: “se não vos tomardes semelhantes às crianças na simplicidade e inocência, não entrareis no reino dos céus” (Mt 18, 3); devem reconhecer humildemente que ainda são filhotes ou crianças na virtude e não deixar de crescer no bem para não cair no mal, pois está escrito: “todos nós tropeçamos em muitas coisas” (Tg 13, 2).
Porque muitas vezes deixam de meditar em seus pecados e na própria miséria e por isto não podem vestir-se da cor negra da humildade que precisam ter para preservar-se do brilho vão da soberba do mundo. Quanto mais pretendem brilhar no exterior, afanando-se nas atenções da presente vida, tanto menos aptos estarão para poder receber e apreciar em sua alma aqueles manjares espirituais.
O corvo olha os biquinhos abertos de seus filhotes que, famintos lhe pedem de comer, porém enquanto não os vê cobertos de preto não lhes dá alimento, e o Profeta, meu enviado antes de levar e manjar de minha doçura a seus discípulos para que o saboreiem, lhes ensina e exorta a que, como ele, abandonem o brilho vão da vida presente e espera para ver se pelos sofrimentos da penitência e pela meditação em seus pecados se vistam de negro e se reconheçam humildes em sua fraqueza. Se com a humilde confissão de sua vida passada se vestirem como de negras plumas de prantos e gemidos brotados do íntimo da alma, meu Profeta acudirá solicito a todos que lhe pedem com o manjar que eu mesmo tenho lhes preparado, já que os convida a saborear a doçura que mana da torrente de minhas delícias e tanto mais gostosa e proveitosamente os alimenta que mais os vê perfeitamente separados do brilho do mundo e cobertos de negro pela compunção da humilde penitência.
Para que os discípulos se deem perfeita conta de que os alimentos oferecidos pelo Profeta os recebem diretamente de mim, se lhes propõe muito prudentemente em forma de pergunta: “Quem prepara ao corvo seu alimento quando seus filhotes levantam seus pupilos para Deus, indo de um lado a outro do ninho por não ter nada para comer?” (Jó 38, 41). Procura convencer-te: só Deus dá comida e nenhum outro, como está escrito: “chamai pelo que dá alimento aos filhotes do corvo” (Sl 146, 9).
Meu filho, quando chegares à perfeição profética e viveres com perfeição o fim da vida monástica eremítica, e te for dado beber da torrente de minha delícia, não te envaideças porque gostas de tanta doçura; sentirás que, de repente, desaparece por algum tempo a causa da fraqueza e miséria do teu corpo.
Então, cuida bem para que não desças da altura desta perfeição e tomes a abraçar algumas das coisas que já havias deixado e renunciado; porque “quem põe a mão no arado e olha para trás, não é apto para o reino dos céus” (Lc 9, 62) e por isto, “esquecendo o que ficou para trás, e olhando só o que estopara afronte” (Fl 3, 2), “esforçando-te a ti mesmo prossegue até obter o prêmio a que Deus te chama lá do alto!”
Não se promete o prêmio a quem começar a viver isto, mas a quem perseverar até o fim, este se salvará (Mt 10, 22). Prova isto, indo e vindo com a consideração, como os filhotes do corvo no ninho, deves dizer-me em súplica ininterrupta: “Como o cervo sedento anseia pelas fontes de águas, assim, ó meu Deus, chama por Ti a minha alma” (Sl 61, 2).
E se não voltares a experimentar logo aquela suavidade da minha doçura, já antes experimentada, será para que te dês conta, primeiramente, de que se chegaste a provar de tão inefável doçura, não foi por teus próprios méritos, mas por minha benignidade, e em segundo lugar para que a desejes com maior veemência e aumentando o desejo te prepares melhor para poder consegui-la.
E para que neste tempo não desfaleças de todo na perfeição, “mandei aos corvos que te levem o alimento” e assim dispus que os santos Profetas, teus antecessores, te alimentassem com a doutrina dos exemplos da humilde penitência; com a penitência, viam eles, humilhados o negror de seus pecados e não caiam no fascinante brilho da vida carnal.
Para que durante este tempo saibas o que deves fazer, alimenta-te com muita solicitude com sua doutrina como está escrito: “o Sábio buscará a sabedoria de todos os antigos e estudará nos Profetas” (Eclo 39, l).
Se à sua imitação te esforças por apagar de ti o vão brilho da vida presente e procuras vestir-te de luto, como os filhotes do corvo, com a meditação da própria fraqueza e a prática da verdadeira humildade e elevas ao Senhor tuas fervorosas e humildes preces e a correspondente confissão de teus pecados e os abundantes gemidos de dor, como se fossem as plumas negras do corvo; e também se, à semelhança de seus filhotes, te separas do tumulto das cidades, estabelecendo tua vivenda na solidão, te escondes longe da glória da vida mundana e das posses e demais bens e riquezas do mundo, o Senhor te dará de novo de beber e saborearás a doçura do manjar que nasce da torrente de sua delícia.
Por isto se tem escrito: “olhai as aves do céu: não semeiam, nem ceifam, nem recolhem em seus celeiros, e Deus as alimenta” (Mt 6, 26).
Já te ensinei como deves viver para perseverar humilde na perfeição da vida profética eremítica.
*A ORAÇÃO NA VIDA CARMELITANA. Reflexões e textos de autores carmelitanos sobre a Comunhão com Deus e a Oração no Carmelo. Textos preparados por Frei Emanuele Boaga, O.Carm. ( Para Encontros de Espiritualidade Carmelitana das Irmãs Carmelitas da Divina Providência. JULHO - 1986 - Rio Janeiro)
*CARMELITAS: Carisma da Ordem
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«Viver em obséquio de Jesus Cristo e servi-Lo fielmente com coração puro e consciência reta»[1]: esta frase de inspiração paulina é a matriz de todos os componentes do nosso carisma e a base sobre a qual Alberto construiu o nosso projeto de vida. O contexto particular palestiniense das origens e a aprovação da Ordem na sua evolução histórica por parte da Sé Apostólica enriqueceram com novos sentidos inspiradores a fórmula de vida da Regra.
Os Carmelitas vivem o seu obséquio a Cristo, empenhando-se na busca do rosto do Deus vivo (dimensão contemplativa da vida), na fraternidade e no serviço (diakonia) no meio do povo. A tradição espiritual da Ordem sublinhou como estes três elementos fundamentais do carisma não são valores separados ou sem conexão, mas estão, antes, estreitamente ligados entre si.
Deste modo, a mesma tradição elaborou intensamente a experiência do deserto como processo dinâmico unificante de tais valores: é o empenho do Carmelita em fazer de Cristo crucificado, homem despojado e esvaziado, o fundamento da própria vida, e em ordenar para Ele todas as suas energias através da fé, destruindo qualquer obstáculo que se levante contra a perfeita dependência dele e contra a perfeição da caridade para com Deus e com os irmãos. Este processo de despojamento, que conduz à união com Deus, fim último de todo o crescimento do homem, é evocado na nossa espiritualidade pelos temas da "puritas cordis" e do "vacare Deo", expressões da abertura total a Deus e do esvaziamento progressivo de si mesmo.
Quando, através deste processo, chegamos a ver a realidade com os olhos de Deus, a nossa atitude para com o mundo transforma-se segundo o seu amor e manifesta-se na nossa vida de fraternidade e de serviço a contemplação da presença amorosa de Deus[2].
*CONSTITUIÇÕES DA ORDEM DOS IRMÃOS DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA do MONTE CARMELO.
[1] Regra, Prólogo; cfr 2 Cor 10,5; 1 Tim 1,5.
[2] Cfr XII Cons. Prov., 454.
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