PROVINCIAL DOS CARMELITAS: Convite.
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O SIMBOLISMO DO ESCAPULÁRIO, OU BENTINHO DO CARMO
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Frei Angelino Wisssink O. Carm.
O Escapulário do Carmo é um Sacramental muito simples e a nossa vida religiosa deve ser também muito simples como simples foi a vida de Nossa Senhora, venerada através do Escapulário! Deus não nos chama para coisas maravilhosas! Jesus quer que nós sejamos humildes; “aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração” disse Jesus! A simplicidade e a humildade de nossa vida devem caracterizar-se pelo cumprimento fiel de nossos deveres cotidianos e fazer tudo com amor; tudo quanto fazemos com amor é grande perante Deus!
O Escapulário do Carmo, colocado no pescoço, toca no meu corpo e isto faz lembrar uma realidade: eu sou o que sou realmente neste momento histórico e concreto de minha vida, neste lugar, nesta família e no convívio das pessoas que amo! Não devo imaginar um mundo abstrato como se eu estivesse vivendo no tempo de Cristo ou como se eu fosse uma pessoa importante, um governador por exemplo etc.!
O Escapulário do Carmo é composto de dois pedacinhos de pano, presos por um cordão; uma parte pende no peito e outra nas costas; isto significa que devo olhar para frente, isto é, para o meu futuro, para o meu destino eterno, o céu! No céu, o Deus que adoraremos, no dizer de São João Evangelista, é Amor; e um amor profundo que existe no Deus Uno e Trino: Pai, Filho e Espírito Santo! Este amor é tão grande que no modo de pensar humano, transborda para fora, dando origem a este universo maravilhoso, que saiu do seio da SS. Trindade, que é a criatura humana, homem e mulher, feitos a sua imagem e semelhança, feitas também para conhecê-lo e amá-lo! Deus quer que a sua criatura predileta, homem e mulher, se voltem para Ele e para sempre!
Com o Escapulário em frente, no peito, olhando para o futuro, para o nosso destino eterno, devemos animar-nos e não cruzar os nossos braços e descansar; pelo contrário, como Jesus nos ensinou, devemos amar a Deus e manifestar este amor fazendo o bem aos nossos semelhantes, exatamente porque somos uma imagem de Deus!
E com o Escapulário nas costas, devemos também olhar para trás, isto é, para o nosso passado! É bom meditar sobre a História da Salvação e ver a Misericórdia de Deus sobre o seu povo no Antigo Testamento e bem interpretar a vida de Cristo e a vida da Igreja! Meditar também na minha própria vida, na minha história para ver o que sou e o que poderia ter sido se tivesse cooperado com a Graça de Deus!
O ESCAPULÁRIO DO CARMO É TAMBÉM UMA VESTE.
O profeta Elias, que veneramos como o Inspirador de nossa Ordem do Carmo, antes de ser arrebatado ao céu entregou o seu manto a seu discípulo o Profeta Eliseu, que devia ser o seu sucessor; lá está na Bíblia: “O espírito de Elias repousou sobre Eliseu” (2 Reis, 14)!
Assim recebendo o Escapulário do Carmo, recebemos também algo do espírito de Maria: “Eis a serva do Senhor”! O Escapulário do Carmo é uma veste igual para todos, é um símbolo que significa: perante Deus e nossa Mãe Maria Santíssima, somos todos iguais; somos todos irmãos e irmãs; ninguém se julgue superior aos outros! E sob a égide de Nossa Senhora, a mulher do Proto – Evangelho, do Gênesis, devemos nos empenhar na luta pelo restabelecimento do Reino de Deus e fazer todo o possível para que haja entre nós uma verdadeira Fraternidade – A Fraternidade Carmelitana! O Escapulário, sinal – símbolo da minha Confraternidade; esta é a piedosa tradição das palavras de Maria na visão de São Simão Stock a 16 de julho de 1251!
A DEVOÇÃO DE NOSSA SENHORA DO CARMO EM MINAS GERAIS
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Frei Emanuele Boaga, 0. Carm. In Memoriam
Na vereda outrora clara e acidentada do Itaperava cujas rochas brilhavam aos raios ardentes do sol alguns aventureiros, em busca do ouro, penetram nos sertões bravios dos campos dos Cataguases. Eis que a 16 de julho de 1698 esta bandeira chega até a encosta do Itacolomi, descobrindo e ocupando aí um ribeirão que denominaram de Ribeirão do Carmo, a fim de perpetuar a efeméride de Senhora do Carmo. Era chefe da expedição João Lopes de Lima, que fez aí quem era muito devoto.
Em 1703 a expedição do cel. Salvador Furtado de Mendonça redescobre a região que vai crescendo sob a picareta dos bandeirantes, às margens do aurífero Ribeirão do Carmo, sob a proteção da Virgem do Carmo, a Mãe e primeira Protetora da terra mineira. Já em 1711 é a região elevada à categoria de Vila [Ribeirão do Carmo], início da futura cidade de Mariana.
Na mesma cidade de Mariana foi fundada em 1751 a Ordem Terceira do Carmo. Sob a responsabilidade do mestre Domingos Moreira de Oliveira foi iniciada, em 1784, a construção da igreja do Carmo. A Ordem Terceira seguinte foi fundada em Ouro Preto, famosa pela bela igreja que fez construir e na qual se conserva a única decoração em cerâmica rococó do Estado de Minas. Neste templo trabalhou o grande escultor mineiro Antônio Francisco Lisboa, o “Alejadinho”, que segundo uma tradição, teria recebido seu salário em ouro falso. Prosperaram e se difundiram as Ordens Terceiras do Carmo por todo o território das Minas Gerais, e deixaram grandes frutos espirituais. Igrejas também monumentais, em honra de Nossa Senhora do Carmo e sob cuidado das Ordens Terceiras, foram edificadas em São João del Rei, Sabará e Diamantina. Além disto, houve irmãos que difundiram pequenas capelas dedicadas a Nossa Senhora do Carmo, em muitos lugares de Minas Gerais que logo se transformaram em arraiais e vilas.
Para que se faça uma ideia de como foi forte esta devoção nas terras mineiras, basta citar o número de localidades que têm como nome oficial a sua invocação. Segundo Augusto de Lima Junior, que fez uma pesquisa particular sobre este assunto, ao ser proclamada a República em 1889 existia em Minas Gerais 21 localidades com o título de Nossa Senhora do Carmo, ou seja: N. Sra. do Carmo da Capela Nova Betim, N. Sra. do Carmo do Pará ou Cajurú, N. Sra. do Carmo da Bagagem, N. Sra. do Carmo do Frutal, N. Sra. do Carmo de Itabira, N. Sra. do Carmo dos Arcos, N. Sra. do Carmo do Japão, N. Sra. do Carmo do Campestre, N. Sra. do Carmo das Luminárias, N. Sra. do Carmo da Cachoeira, N. Sra. do Carmo da Escaramuça, N. Sra. do Carmo do Campo Grande (atual Campos Gerais), N. Sra. do Carmo de Cambuí, N. Sra. do Carmo da Cristina, N. Sra. do Carmo do Prata, N. Sra. do Carmo da Borda da Mata, N. Sra. do Carmo do Arraial Novo, N. Sra. do Carmo do Rio Claro, N. Sra. do Carmo da Cachoeira do Brumado, N. Sra. do Carmo de Morrinhos, N. Sra. do Carmo do Rio Verde. A estas localidades podem-se acrescentar o Município de Nossa Senhora do Carmo de Jabotá (erigido em 1842 e a seguir extinto), e a Freguesia de Nossa Senhora do Carmo de Pains, em 1884.
Nos tempos atuais, um decreto de 19/10/1979 do Governo do Estado determina a comemoração do dia 16 de julho como o dia do Estado de Minas Gerais, transferindo simbolicamente, nesse dia, a capital do Estado para Mariana.
ESCAPULÁRIO: OS DESAFIOS DE UMA DEVOÇÃO.
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Frei Emanuele Boaga, 0. Carm. In Memoriam
O Escapulário se tornou logo objeto de veneração na Ordem Carmelitana. São Simão Stock, também chamado Simão Anglus, por ser inglês, no assumir a direção geral da Ordem (1256 – 1265) encontrou dividida e em luta. Isso se atribuía à alteração da Regra (1247) e à transmissão da vida eremítica para o sistema das ordens mendicantes (cura de almas e estudo). Murmurava-se até que a “nova” Ordem do Carmo não era mais um caminho segura para o céu, Em sua aflição, Simão recorreu, confiante, à Mãe de Deus que lhe apareceu numa visão (1261?). Tinha nas mãos o hábito dos Carmelitas (o escapulário) e, apontando-o, disse: “Quem morrer com este traje não sofrerá o fogo eterno.”
Simão sentiu-se consolado e animado com esta visão. O escapulário nas mãos de Maria foi para ele o penhor de que sua Ordem se encontrava num caminho seguro para o céu e não na senda da perdição. A promessa da Padroeira da Ordem se aplica, em primeiro lugar, aos seus membros, mas também a cada um dos que usarem a veste do Carmo.
Para o povo cristão, esta promessa de Maria foi, naturalmente, um atrativo para se agregar à Ordem dos Carmelitas. Esta filiação se realiza pela entrega da veste religiosa, isto é, do escapulário. Isto levou ao uso de um escapulário em formato pequeno.
No início dos tempos modernos foram criadas muitas irmandades do escapulário que em fins do século XIV, passaram a celebrar como sua a festa principal da Ordem. A festa do Carmelo deveria ser uma ação de graças por todos benefícios recebidos da Mãe de Deus. Daí seu nome oficial: “Comemoração solene da Bem-aventurada Maria”.
A ideia da realização desta festa proveio da vitória dos Carmelitas numa discussão na Universidade de Cambridge (1347) sobre o direito de usarem a designação de “Irmãos de Nossa Senhora”, 17 de julho foi a data escolhida porque neste dia, em 1274, o Concílio de Lyon não suspendeu a Ordem, mas a confirmou como tal, o que foi considerado como proteção especial de sua Padroeira, Maria.
Para o povo fiel, porém, era muita mais importante a promessa feita por Nossa Senhora ao uso do escapulário. Assim quando a festa máxima dos carmelitas se tornou também a festa do escapulário foi ela, em 1470, antecipada para o dia 16 de julho.
ESCAPULÁRIO DO CARMO: NATUREZA E CARÁTER-01
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O Escapulário é essencialmente uma veste. Quem o recebe, em virtude de o ter recebido, é associado à Ordem do Carmo num grau mais ou menos íntimo. O Escapulário ou bentinho, de fato, é a miniatura do hábito desta Ordem, que para viver no seguimento e serviço de Jesus Cristo, escolheu a experiência espiritual da familiaridade com Maria, irmã, mãe e modelo.
A agregação à Família Carmelitana e a familiaridade com Maria assumem um caráter fundamentalmente comunitário e eclesial, porque Maria "ajuda todos os seus filhos, onde quer e como quer que vivam, a encontrarem em Cristo o Caminho rumo à casa do Pai. E assim o Escapulário é um pequeno "sinal" do grande ideal do Carmelo: intimidade com Deus e amizade entre os discípulos.
O ESCAPULÁRIO DO CARMO
1- Ligada à história e aos valores espirituais da Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, a devoção a Maria se exprime, entre os carmelitas, mediante o Escapulário. Por isso quem o recebe torna-se membro da Família da Ordem e se compromete a viver a sua espiritualidade de acordo com as características do seu estado de vida.
TRAÇOS HISTÓRICOS
Um projeto mariano de vida evangélica
A Ordem dos Irmãos da Santíssima Virgem Maria nasceu no Monte Carmelo, na Terra Santa, no século XII. Um grupo de eremitas oriundos do Ocidente, ali se estabeleceram para viverem o seguimento de Jesus na terra de Jesus. Diante do pedido deles, o Patriarca Alberto deu-lhes uma norma de vida, que, entre outras coisas, lhes pedia a construção, no meio das celas, de um oratório, onde se reunissem para a Eucaristia (1). Dedicaram-no a Maria, pretendendo deste modo ligar-se a Ela de maneira especial, a ponto de serem identificados, pelo povo primeiro, e depois oficialmente, como os "Irmãos da Santíssima Virgem Maria do Monte Carmelo".
O itinerário evangélico ou o compromisso cristão dos Carmelitas assume, portanto, uma característica profundamente mariana. Na verdade, Maria engrandece o Senhor e exulta nas maravilhas do seu amor misericordioso (cf Lc 1,46); escuta e contempla no seu coração todos os acontecimentos, que se referem a Jesus (cf Lc 2,19.51). identifica-se com o seu povo, especialmente com os necessitados, com os pobres de pobreza espiritual e material, com os marginalizados (cf Lc 1,39ss; Jo 2,3). é assídua na oração, aberta ao fogo do Espírito, que é a força de qualquer doação apostólica (cf At 1,14; 2,1-4).
5º DIA DA NOVENA DE NOSSA SENHORA DO CARMO NA LAPA/RJ.
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COMENTÁRIO INICIAL
Boa noite! Bem vindos e bem vindas ao quinto dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.
No Brasil há 103 paróquias que têm Nossa Senhora do Carmo como padroeira. Apesar da devoção a Nossa Senhora do Carmo ter chegado ao Brasil já no século XVI, só tardiamente, ou seja, no século XVIII (1743), foi realizada a fundação da primeira Paróquia Nossa Senhora do Carmo. Isto se deve ao fato de que os carmelitas não assumiam paróquias no início de suas atividades no Brasil.
No séc. XVIII temos a fundação de apenas duas paróquias Nossa Senhora do Carmo, a saber, as paróquias de Piracuruca (1743) e de Jucás (1755). No séc. XIX são fundadas 31; no séc. XX, 68. Por estes números constata-se um crescimento concreto da devoção.
Hoje, vamos nos unir aos conventos, catedrais, paróquias, comunidades, associações e congregações que também estão celebrando a Virgem do Escapulário.
MARIA, CARMELO, IGREJA
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(Beato Frei Tito Brandsma, do livro A Beleza do Carmelo).
Elaboração do Frei Martinho Cortez, O. Carm.
1- Os Irmãos do Monte Carmelo
Uma tradição antiga e constante (1Rs 18) dizia que Elias havia entrevisto na pequena nuvem portadora de chuva e salvação para a terra seca de Israel — um protótipo de Nossa Senhora, a mãe do Redentor.
Muito antes de a Ordem se fixar em definitivo no monte Carmelo — assim era o projeto inicial — havia por lá um santuário dedicado a santa Maria; com a nova estruturação, sob uma norma de vida, o santuário tornou-se centro da Ordem e os primeiros frades chamaram-se “Irmãozinhos de santa Maria do monte Carmelo”.
A piedade mariana cresceu, porque todo dia se reuniam na capela para louvar a Deus e meditar. A oração comunitária se realizava sob o olhar da Mãe celeste, tornando-se a devoção por ela cada vez mais fervorosa e cheia de zelo. Deus quis que o primeiro mosteiro carmelita fosse construído na vizinhança da capela e se tornasse o coração da devoção a Maria. Esta devoção tinha íntima conexão com a comunidade estabelecida e o nome com que foram chamados pelos habitantes vizinhos era sua característica, característica de ex-cruzados que depuseram suas espadas para serem os “cavaleiros de Maria”!
Quando Brocardo, o superior geral, estava para morrer, reuniu os carmelitas e exortou-os a honrar Maria com uma vida de virtude: “Vocês são chamados de irmãozinhos de nossa Senhora; cuidem para que, depois de minha morte, seja sempre honrado esse nome!” Depois de confirmar os irmãos em vida, Brocardo confirmou-os até o fim, como Cristo no amor aos discípulos.
2 - Os filhos da Igreja
A devoção a Maria continuou na Europa, servindo até para argumentar em favor de sua aprovação. Foi mantido o nome de “Irmãos de santa Maria”, que depois se tornou seu nome de aprovação oficial como Mendicantes. A “devoção à Mãe de Deus” tornou-se a característica preferida dos carmelitas, até para defender seus direitos perante a Igreja. Papas e bispos concederam indulgências aos membros da Ordem e fizeram empenho para rápida oficialização da mesma. Um dos mais esforçados superiores gerais, Simão Stock, compunha para ela lindas orações, das quais se conservaram até hoje o “Ave Stella matutina” e o “Flos Carmeli”. Sabendo Simão Stock da importância dessa característica mariana da Ordem, para ser aceita e amada pelo povo e oficializada pela Igreja — nunca deixou de crer confiantemente, de insistir valentemente e suportar com coragem as resistências contra uma nova ordem religiosa.
A história da entrega do escapulário — verdadeira ou lendária — é um símbolo da atuação desse carmelita inglês tenaz e cheio de fé. A Ordem estava ameaçada por dois perigos imediatos: um, interno, a perda da vitalidade original; outro, externo, os adversários da sua existência eclesial. Mas o santo conseguiu superar os ataques mais ferozes; sua atuação levou à expansão da devoção a Maria, com o tema de sua proteção de Mãe e Patrona, sinalizado em quem usasse o hábito carmelita. O povo entendeu a mensagem e a vida da Ordem e acabou aproximando-se dos frades também para revestir-se do santo hábito. Muita gente tornou-se também, por agregação, “Filhos de nossa Senhora”, principalmente porque queriam gozar os benefícios espirituais ligados à intercessão da virgem Maria. Foi quando o escapulário substituiu lentamente o hábito completo, conservando o sentido essencial de compromisso com Jesus e com a Igreja, através de Maria e sua maternidade protetora!
3- Os filhos e irmãos da Virgem
Na Ordem do Carmo e com a aprovação oficial das autoridades da Igreja, Maria é venerada com características próprias:
Ela é a mãe de Deus... Do monte Carmelo os frades olhavam na direção de Nazaré e recordavam a Anunciação, a Encarnação, a Maternidade divina. Contemplavam os mistérios e procuravam imitar Maria, tendo como consequência uma intimidade profunda, verdadeira união mística.
Ela é modelo e exemplar... A mais excelente das criaturas, modelo de todas as virtudes, espelho em que devemos mirar-nos. Na força desse exemplar, se o carmelita é autêntico, certamente cresce em virtude e santidade!
Ela está viva em nós!... A união passa a nós a própria vida marieforme; ela vive em nós, à semelhança do que diz Paulo em Gálatas 2,20 (“Cristo vive em mim”). Viver em Deus -Viver em Maria. O carmelita deve ser, se gosta do que é e é sincero em sua profissão- outra Maria!
JULHO E NOSSA SENHORA DO CARMO: Refletindo sobre o símbolo do Escapulário
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Frei Carlos Mesters, O. Carm.
Naquele século XII, época da origem da Família Carmelitana, havia muitos escapulários. Um deles era o escapulário do Carmo. O escapulário era uma espécie de avental ou manto, usado pelos camponeses de um determinado lugar ou fazenda, para expressar sua pertença à família do dono daquele lugar. A veste do escapulário era um sinal visível da família, a que eles estavam ligados. Conferia identidade às pessoas e as integrava num determinado grupo social ou comunidade.
O escapulário era expressão da garantia de proteção que os camponeses recebiam do dono do lugar (feudo, fazenda) e da sua esposa, chamada a “Senhora do Lugar”. Era expressão também do obséquio ou serviço que eles deviam prestar ao fazendeiro e à “Senhora do Lugar”.
Os primeiros carmelitas, porém, abandonaram o seu feudo na Europa e foram para a Terra de Jesus. Queriam viver em obséquio de outro dono, Jesus; e de outra Senhora do Lugar, Maria, a Mãe de Jesus. O Escapulário do Carmo é a expressão visível deste novo jeito de viver o Evangelho. Manto de proteção e de compromisso.
JULHO E NOSSA SENHORA DO CARMO: ASPECTOS MARIANOS DO LIVRO “DE INSTITUTIONE”
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AUTOR: FELIPE RIBOT († 1391)
Autor do artigo: Lucas M. di Girolamo, OSM, Revista CARMELUS, 52, 1, 2005)
INTRODUÇÃO
Texto dos inícios da Ordem do Carmo. Conjunto singular de documentos espirituais e conteúdos entre os quais a devoção e a identidade mariana do Carmelo. Parte de uma coleção de livros escritos e editados pelo provincial catalão Felipe Ribot († 1391). Dois elementos de destaque: (a) a importância de Elias, (b) a particular devoção à Virgem Maria. A mensagem mariana numa sucessão de inúmeras imagens e denominações bíblicas para sublinhar a ligação dos carmelitas com a mãe de Deus.
- A experiência do Carmelo
A dimensão mariana no panorama das origens da Ordem Carmelita. Contexto mais amplo é os das primeiras Cruzadas. Eremitas latinos se fazem notícia no monte Carmelo. Procura do Reino e projeto de vocação em vida de “santa penitência, com a oração centrada na Bíblia, na Eucaristia, às vezes, e na mortificação” (E. Boaga, “Como Pedras Vivas”). Ligação com o lugar e a afirmação da devoção mariana com origem na literatura de viagens e peregrinações, Bíblia e Vidas de Santos, interesse por lugares santos dedicados a Maria + a percepção da unidade de fundo existente entre a Virgem Santa e seu Filho Jesus. — Fator 1: o contexto das Cruzadas e sua devoção mariana (lugar; oração; modelo). Fator 2: o uso constante da Sagrada Escritura, definindo a relação “Mariaß>Carmeloß>Elias”. Textos da caminhada carmelita dos primórdios: 1Rs 18, 42-45 e Ct 7, 6 (em perspectiva mariana). Apoio mais antigo: Honório de Autun (entre 1133 e 1156) e Felipe de Harveng. — Base ao título mariano: capela dedicada à Virgem; a denominação encontrada 1245 e 1247, de Inocêncio IV. — Base do caráter eremítico: a “Fórmula de Vida”, as bulas papais, uma acentuação forte e digna de respeito dos inícios do caráter eremítico e da identidade da Ordem consolidfada já no século XIII. — Outro aspecto básico para o caráter original: a assiduidade em relação à Sagrada Escritura de seus membros (atitude de escuta; “modus vivendi”; uso da Escritura; papel de Elias). — Importância de três aspectos interligados pela frase corrente “A Escritura foi dada para a salvação”: a percepção da Escritura como fato espiritual (motivo); a finalidade de edificar as pessoas em vista da salvação (finalidade); o conjunto de citações e a afirmação da intenção subjacente (método). Exemplos: Livro II, capítulo 2 e Livro III, capítulo 1 (Elias, profetas, profetismo); Livro III, capítulo 1 filhos dos profetas, ótica de futuro e progresso histórico, vicissitudes históricas, itinerância); Livro V, capítulo 1 (característica de universalismo; celebração entusiasta e ao mesmo tempo “pacata” pelo crescimento da família; fenômeno da “agregação”). — A partir dos elementos presentes no “De Institutione” se pode delinear os valores que, especialmente após a aprovação de Inocêncio IV (mendicantes, 1247); 1) sua matriz eremítico-eliana, não como afastamento do mundo, mas como ligação com a realidade à volta; 2) a itinerância, elemento precioso para a tarefa da pregação + figura da caminhada existencial do homem em direção ao Reino; 3) as figuras de Elias e Maria (cf. Lc 2, 39s), unidas por Cristo (testemunho de carmelitas: John Baconthorp, G. de Cheminot († 1342-50), G. de Coventry († em mais ou menos 1360), G. de Hildesheim († 1375).
A Virgem Maria no “De Institutione”
Concentrada essencialmente no Livro VI (privilégios da Virgem Mãe + relação Maria<-->membros da Ordem.
1) Premissas de método
Há chaves de interpretação do tempo e da história. Em síntese, pode-se dizer que são três: 1) o fato da Revelação como critério interpretativo de fundo e tendo por centro e vértice a Encarnação de Jesus, A saber: (a) Cristo como vértice e centro da Revelação, legitimando o uso livre da Bíblia; (b) repetição dos textos (leit-motiv) e familiaridade (como uma co-autoria). — 2) A vivência e interpretação da história através de um “quid” de natureza meta-histórica por ele experimentado (experiências espirituais colocadas por escrito). — 3) A dimensão cristológica que inclui e sustenta a doutrina mariana (fala-se da Virgem Maria, mas o panop de fundo é Cristo-Fonte.
2) Elementos marianos do livro.
Pelo menos quatro elementos (conceitos: 1) a nuvenzinha, cf. 1Rs 18, 42-45, e seu sentido (caps. 1-4); 2) o testemunho de virgindade da Ordem (caps. 3.5-6); 3) as figuras exponenciais de Elias e Maria (cap. 5); 4) o título da Ordem (cap. 6-8). Sua unidade e enlaçamento expõem a identidade da família carmelita, portadora na Igreja da sábia síntese entre a tradição do AT e a novidade de Jesus bebida na experiência mariana. Esta se tornou um estilo de vida em Deus (“vita mariefome”, Miguel de S, Agostinho, † 1684).
2.1. A nuvenzinha e seu significado.
1 Rs 18, 42-45. Texto carmelita mais característico: a nuvem, a forma de mão de homem, do mar para o céu. A identificação “nuvem ß> Maria” (cf tbm Is 19, 1 + 45, 8) aparece no Oriente e no Ocidente nos séculos IV e V. — Testemunho precioso, porque se aproxima bastante do que se fala longamente no “De Institutione”: Maria é a criatura imaculada e imune do pecado. Fala ainda da virgindade como elemento importante na formação carmelita. — Particular importância tem a locução “Mare amaro”, de base bíblica: “mare” = realidade de forças desconhecidas e negativas. semelhante interpretação: Maria = gota de mar ou mar amargo. Há em Maria esplêndido equilíbrio entre a sua eleição por Deus, que lhe deu privilegiados dotes, e a pertença à humanidade pecadora (“Mare amaro”). — A tradição espiritual da Ordem viu nessa figuração da Mãe de Deus sua imaculada conceição, verdade de fé diretamente dependente da Encarnação. Viu, também, a figuração da Assunção (cf Miguel Aiguani, autor carmelita, † 1400). — Primeira conclusão: a presença mútua de dois fatores (pertença à nossa humanidade + graça especial de Deus) na única imagem da nuvenzinha. Imagem profunda que reafirma a pureza de Maria e abre a reflexão sobre o testemunho e a vocação dos carmelitas.
2.2. O testemunho da virgindade da Ordem.
Está no livro VI, caps. 3. 5-6. A dura disciplina dos monges para imitar Elias. Lembrança da nuvenzinha. Etimologia estranha da palavra “Carmelo” (“ciência da circuncisão” ß-> “castração mental”; expressão violenta para duas coisas: a adesão incondicional a Deus + o Carmelo como garantia.
2.3. As figuras de Elias e Maria
Livro VI, cap. 5: centralização sobre esses dois caracteres da Ordem. Moldura disso: a relação ”Elias ß> Maria”, nó teológico importantíssimo e fator que acompanha a caminhada carmelita: a imitação recíproca. Ribot garimpa idéias em textos bem anteriores ao seu. Fator de exemplaridade e internalização de ambos como patrimônio carmelita. “Conditio sine qua non” para a relação de fraternidade entre Maria e os frades. A passagem do AT para o NT não é vista como ruptura, mas indicação de fraternidade com a Virgem, o que torna mais válida sua imitação, pois esta é antecipada e fundamentada na Encarnação (cf Hb 1, 1-3). De Elias (cf presença em Mt 17, 3 e paralelos) se vai a Cristo, cuja encarnação engrendece Maria e a Igreja.
A significação da passagem do AT para o NT, como se lê no “De Institutione” se pode ver no gráfico abaixo:
2.4. O título da Ordem
A questão do título pode ser vista num plano de evolução histórica, como afirma E. Boaga (“Como Pedras Vivas”). Recordam-se aqui duas datas iniciais (séc. XIII): 1246-1247, carta de Inocêncio IV ao bispo de Londres, onde fala de “fratres beatae Mariae Virginis de Monte Carmelo” (irmãos da bem-aventurada Maria Virgem do monte Carmelo”); e 1252, data do início do uso oficial do título, depois de aprovado por Inocêncio IV: “heremitae fratres ordinis sanctae Mariae virginis de monte Carmeli” (eremitas irmãos da ordem da santa Maria virgem do Monte Carmelo). Não há como ter clareza de se o título veio de fora ou emergiu de dentro. Na primeira hipótese, é da autoria do povo que queria distinguir o grupo de outros residentes no Monte (Santa Margarida); na segunda, há testemunhos implícitos de escritos do século XIV e a comparação entre datas oficiais da bula de 1252 e as datas de quando o povo chamava os carmelitas. A questão, porém, não está resolvida.
Nosso livro propõe três elementos relacionados com o título: 1) o conceito de imitação (Elias); 2) a troca do nome favorito na passagem do Antigo para o Novo Testamento; 3) a fixação dos dois títulos finais.
Dito isto, fica proposto novamente o conceito de imitação pelos monges que seguem os passos de Elias, “profetas”, por exemplo, título vinculado ao costume deles de louvar e salmodiar com todo o ser. Depois, ao serem chamados de “filhos dos profetas”, os discípulos, à imitação de Elias, residente do monte Carmelo — passaram a também residir ali, de onde o título “carmelitas”. Tais aspectos são passados pelo texto no intuito de reafirmar e confirmar a memória das origens. No cap. 7, uma outra lista de títulos a partir da novidade evangélica, por exemplo o de Nota-se já no título “religiosos”, a saber, gente ligada a Deus, sobretudo pelo culto.
Preparando a conclusão, deixamos para trás dois aspectos talvez irrelevantes: a lista dos títulos antigos (cap. 7); a lista dos títulos modernos (cap. 8), para concentrar a argumentação no último capítulo, onde estão dois únicos títulos de uso corrente: “carmelitas” e “irmãozinhos da Bem-aventurada Virgem Maria”. Eles representam tanto a síntese das duas épocas em que se “snoda” (?) o mistério/desígnio da salvação centralizado em Jesus, quanto o próprio núcleo do patronato exercido por Maria sobre a Ordem, resultante da dimensão espacial (Senhora do Lugar), da dimensão teológica (Maria, Mãe de Deus e figura da Igreja) e da dimensão espiritual (Maria com quem se liga a Ordem por vincula de fraternidade).
CONCLUSÃO
“Maria, que entrou intimamente na história da salvação, reúne em si de alguma forma e reverbera os maiores dados da fé” (Vaticano II, LG 65, cap. VIII). Em que pese a distância cronológica entre a LG e o “De Institutione”, essa frase representa um ponto de partida e um ponto de chegada. De partida, para as reflexões seguintes; de chegada, enquanto exprime um longo itinerário de estudo sobre a devoção à Virgem. Isto significa que a Mãe de Deus está no centro de uma pluralidade de aspectos por ela mesma conservados unidos por força de sua singular comunhão com Deus e aprofundados de tempos em tempos.
O “De Institutione” nasce sem dúvida da experiência de vida e do fervor inicial em torno de um projeto de exclusiva dedicação às coisas do Senhor (cf 1Cor 7, 35). Isto implica uma renovação de vida assumida na força do exemplo da Mãe de Deus — a Senhora Nova — de uma novidade que lhe é inerente, sem dissociação com Jesus e com repercussão eclesial. Partindo dessa premissa, podem-se anotar os aspectos relevantes do livro resumidos em linhas fundamentais.
DESEJO DE DEUS. — Determina a vida contemplativa inicial. Os primeiros carmelitas vivem em grupo no Carmelo, lugar biblicamente associado à manifestação divina; lugar de solidão, que logo se enche da sonora presença dos primeiros consagrados à pregação e à salmodia. Esse desejo de Deus não é imobilismo nem existência estática; logo a eles se agregam outros ao modo de filiação que garante sua continuidade.
CONSCIÊNCIA DO LIMITE. — Aspecto com certa dramaticidade. Na visão da nuvenzinha, a proposta carmelita de vida em virgindade a exemplo de Elias e Maria. Por isso temos dois planos significativos, mesmo antropologicamente: o inferior (a humanidade pecadora de são parte os carmelitas); o superior (toda a singularidade da Virgem Maria). É notável, contudo, como o “De Institutione” sublinha fortemente o caráter agônico da vida espiritual!
CARÁTER MARIANO: HÁBITO E CULTO. — A presença de Maria determina o itinerário desta família, que a ela se dedica pelo culto e pelo sinal externo do hábito mudado para a cor branca emblemática da pureza.
Por fim, o “De Institutione” traz como característica um forte e realista ascetismo; sua leitura atenta revela uma impostação fortemente cristológica, com base em interpretações da época, que levam em consideração a escatologia cristã, os eventos que consumam a Páscoa de Jesus e se encontram na glorificação de Maria, antecipação da glória da Igreja e do Homem.
O que liga concretamente essas chaves de leitura é o empenho pela santidade, que é a vocação de toda pessoa consagrada, vocação originada da plenitude a que Deus faz chegar cada homem/mulher; santidade que é a meta de caminhada para a qual, sustentado pela graça, cada qual se orienta por uma vida de fidelidade.
Tal fidelidade é comum a Elias e Maria, ambos distinguidos pelo caráter profético e, como tais, capazes de falar de Deus. É a missão do profeta: não o anúncio de um futuro róseo, mas recordar e fazer recordar a verdade que são a caminho para o céu. Neste sentido, o grande defensor da fé do AT e a Mãe do Senhor não são para os carmelitas parâmetros jurássicos fossilizados, mas passíveis de serem vividos em substância e na prática em todos os contextos em que a Ordem estiver operacionalizando a parte de Igreja chamada a difundir a única mensagem de Salvação. No percurso desse caminho, é possível testemunhar com credibilidade o dom a nós confiado e que somos chamados a tornar conhecido como dádiva universal de redenção!
*Tradução de Frei Martinho Cortez para uso no Noviciado Carmelita/2008
OLHAR PARA O ESCAPULÁRIO: O Escapulário do Carmo na vida dos Santos- Santo Afonso Maria de' Liguori,[1]
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A devoção a Maria é o perfume da nossa fé, é o sorriso celestial para as almas dos fiéis, é a música alegre para os nossos corações, é o palpitar mais querido da nossa vida cristã.
Compreende-se, portanto, que o amor a Maria, graças à sua dignidade sublime de Mãe de Deus e à sua missão de Mãe dos homens, tenha em todos os tempos arrebatado os Santos. E assim existe uma fileira imponente de Santos Padres e Doutores - e vai crescendo um século depois do outro - que têm páginas admiráveis sobre Maria e nos ensinam a verdadeira devoção a Nossa Senhora.
O grande Bispo e Doutor Santo Afonso Maria de' Liguori foi com certeza um dos Santos mais devotos de Maria. A santidade da Virgem, a sua pureza e beleza, a devoção cheia de ternura que nutria para com Ela fizeram-lhe brotar do coração o doce canto:
Sois pura, sois pia, sois bela, ó Maria! Toda alma já sabe, que mãe assim terna no mundo não cabe.
À "dulcíssima Senhora", à "sua caríssima Rainha" Santo Afonso nada mais pede que amá-la sempre mais e fazê-la amada por todos. "Ficai sabendo - escreve ele na súplica colocada no início do livro das suas GLÓRIAS - que desta minha pequena homenagem eu quero uma recompensa; e esta seja que de hoje em diante eu Vos ame mais do que antes e cada um, em cujas mãos chegar esta minha pequenina obra, fique inflamado de amor por Vós".
Difundir a devoção a Maria, falar a seu respeito, cantar as suas glórias, celebrar as suas prerrogativas, tornar conhecida a ternura do seu amor e o seu poder junto ao trono de Deus, eram os anseios do nosso Santo. "É costume - dizia - dos amantes deste mundo falar muitas vezes sobre as prerrogativas das pessoas amadas e louvá-las, para verem assim o seu amor louvado e aplaudido também pelos outros. Muito medíocre, portanto, deve supor-se o amor daqueles que se gabam de amar a Virgem Maria e, no mais, pouco pensam em falar sobre Ela e fazê-la amada também pelos outros".
"Não agem assim os que verdadeiramente amam esta amabilíssima Senhora; gostariam eles de louvá-la por toda parte, e vê-la amada pelo mundo inteiro, e, por isso, sempre que lhes é possível ou em público ou privadamente procuram acender nos corações de todos aquelas benditas chamas, pelas quais se sentem inflamados de amor para com a sua amada Rainha". (As Glórias de Maria).
Manter-se-á sempre fiel a este programa, e da sua iluminada inteligência correrão rios de doutrina sobre a devoção a Maria, devoção que chama os pecadores à penitência e lhes aponta o caminho da salvação. "Todos os que se salvam - escreve ele no livro citado - não se salvam senão por intermédio desta divina Mãe; por necessária conseqüência pode dizer-se que da oração a Maria e da confiança na sua intercessão depende a salvação de todos".
Santo Afonso associava às práticas interiores da devoção à Santíssima Virgem o exercício das práticas exteriores. O santo Doutor conhecia bem quanto as tradicionais práticas de piedade, sejam úteis, desde que sejam feitas da maneira devida, e assim via nelas outros tantos eficacíssimos meios para conquistar a proteção de Maria e tornar-se merecedor do seu santo amor. Nele já desde os primeiros anos foi muito cheia de carinho a devoção ao Rosário e ao Escapulário do Carmo. De fato ele escrevia no livro "As Glórias de Maria": «Devoções assim tão piedosas foram-me queridas desde a infância». Esta terna e sincera confissão brotou espontânea do seu coração amargurado pela leviandade de um escritor seu contemporâneo que tivera a ousadia de chamar "devoçõezinhas" estas práticas de piedade, que eram para ele um estímulo constante a recorrer à divina Mãe, a invocar o seu patrocínio a cada instante.
Sempre ligou grande importância ao santo Escapulário: nele via um sinal de destinação ao serviço da celestial Rainha, um uniforme que distingue os prediletos de Maria e os admite à sua filiação: "Como os homens têm como uma honra ter alguns o seu uniforme, assim Maria fica feliz quando os seus devotos trazem o se Escapulário como um sinal de que estão dedicados ao seu serviço e são do número dos familiares da Mãe de Deus" ("As Glórias de Maria").
Ensina-nos Santo Afonso também que a devoção ao Escapulário se apóia sobre bases sólidas, visto que é de origem celeste. Eis o que escreve a respeito no livro citado: "Pelo ano de 1251 Maria apareceu ao Bem-Aventurado Simão Stock, inglês, e dando-lhe o seu escapulário disse-lhe que aqueles que o houvessem trazido estariam livres da eterna condenação; foram estas as suas palavras: "Recebe, filho muito querido, este escapulário da tua Ordem, sinal da minha confraternidade, privilégio para ti e todos os carmelitas; quem com ele morrer não padecerá o fogo eterno". É a Mãe de Deus que intervém para assegurar aos filhos, que se apressem em oferecer-Lhe homenagens e orações, a fim de se tornarem dignos de tão grande dom.
Hereges e críticos que não disseram para desacreditar o uso do santo Escapulário? Mas a devoção dos fiéis tem resistido a todos os golpes sem nunca enfraquecer-se, e os Sumos Pontífices, prestando reconhecida homenagem à bondade de divina Mãe, enriqueceram esta devoção com numerosas Indulgências. É conhecido o grande bem que o sagrado Escapulário tem oferecido às almas, e por isso exclama o nosso Santo: "Oh! Quantos que hoje estão no inferno ter-se-iam salvo se tivessem perseverado nos obséquios a Maria, aos quais uma vez deram início!"
O caminho que conduz ao céu está semeado de espinhos; inimigos traiçoeiros escondem-se de emboscada, e o viajante temeroso sente a necessidade de um guia que lhe infunda coragem e o acompanhe ao seu destino. A devoção a Maria, diz Santo Afonso, é arma poderosíssima para vencer em todos os combates: invocando o seu nome, apertando ao peito o seu Escapulário, desvanecer-se-ão as tentações e a alma conservará toda a beleza espiritual.
O Bentinho do Carmo não é somente defesa da pureza, mas também refúgio nos perigos que ameaçam a vida na terra e despedaçam o delicado fio da existência humana. O santo Bispo aponta as virtudes singulares conferidas por Maria ao Escapulário do Carmo e, segundo o testemunho do sábio e piedoso Pe. Crasset, narra como um soldado ferido de morte, recomendando-se à Virgem Santíssima, cujo escapulário carregava, alcançou tempo para reconciliar-se com Deus e salvar-se. Conta ainda sobre um homem que, golpeado de cheio no peito por uma bala, ficou incólume, servindo-lhe o bentinho de escudo.
A proteção de Maria não se limita à nossa vida mortal, mas se estende para além do túmulo, em favor das almas que sofrem no Purgatório: "Naquela prisão das almas esposas de Jesus Cristo, escreve Santo Afonso, Maria tem um certo domínio e autoridade plenipotenciária, tanto para aliviá-las como também para libertá-las daquelas penas". O Bentinho do Carmo dá prova disto, uma vez que a Santíssima Virgem prometeu a quem o trouxer dignamente libertá-lo do Purgatório no primeiro sábado depois da morte.
Privilégio singular e preciosíssimo, confirmado pelos Sumos Pontífices e enriquecido de Indulgências; privilégio, graças ao qual Santo Afonso nutria uma devoção toda particular ao Escapulário, privilégio que recomendava, especialmente aos sacerdotes, na sua "Floresta de matérias a serem pregadas".
Como todos devotos de Maria, Santo Afonso não passava um dia sem ter prestado a Nossa Senhora a ardorosa homenagem da sua veneração, com a esperança de ser acolhido na feliz eternidade. E cantava a Maria:
Concede-me ainda, ó minha Rainha, sempre te ame. até que no céu possa um dia sem véu ver a tua beleza.
A Divina Providência conservou incólumes os sagrados restos mortais do grande Doutor da Igreja; e a Rainha do Carmelo quis manifestar quanto lhe tinha sido grata a devoção do apóstolo das suas glórias, conservando intacto o sagrado Escapulário que repousou sobre o coração de Santo Afonso, com o qual morreu e foi sepultado.
[1]. Il Monte Carmelo 1938 p. 42-45
CARMELITAS: Simplesmente Humanos-02.
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CARMELITAS: Simplesmente Humanos-01.
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CARMELITAS: ESCONDE-TE NA TORRENTE DO CARIT- 02
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Da: “Forma de vida dos primeiros monges” (ano 1370)
Os Religiosos monges ermitães que somos, devemos meditar sempre mais cada uma destas palavras, não só no sentido literal histórico, mas principalmente no sentido místico, e com tanto maior solicitude, quanto nelas se encerra mais perfeitamente a instituição, isto é: o modo de vida para chegar à perfeição profética e, enfim, à vida religiosa eremítica.
Esta vida de perfeição religiosa encerra dois fins: um podemos consegui-lo com nosso esforço e o exercício das virtudes, ajudados pela graça divina. Este fim consiste em oferecer a Deus o coração santo e limpo de toda mancha atual de pecado.
Conseguimos este fim quando já formos perfeitos e estivermos no Carit. ou seja, quando nos tivermos escondido naquela caridade da qual disse o sábio: “a caridade cobre todas as faltas” (Prov 10,12).
Mostrando o Senhor a Elias que queria que chegasse a este fim de caridade, lhe disse: te esconderás na torrente do Carit.
O outro fim da santa vida eremítica é dom totalmente gratuito de Deus que Ele comunica à alma. Consiste em que, não só depois da morte, mas ainda nesta vida mortal, possa gozar no afeto do amor e no gozo da luz do entendimento, algo sobrenatural do poder da presença de Deus e o deleite da eterna glória. Isto quer significar beber da torrente da delícia divina.
NOSSA SENHORA DO CARMO: 1º Dia da Novena.
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O Frei Petrônio de Miranda, Padre Carmelita e Jornalista/RJ, fala sobre a devoção a Nossa Senhora do Carmo: Sua origem e expansão a partir da capelinha dedicada a Santa Maria no Monte Carmelo. Para ler o texto, clique aqui: http://www.olharjornalistico.com.br/index.php/video-cast/8739-novena-de-nossa-senhora-do-carmo-na-lapa-rj-2017 Convento do Carmo da Lapa, Rio de Janeiro. 7 de julho-2017.
NOVENA DE NOSSA SENHORA DO CARMO NA LAPA/RJ-2017
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- Novena com a celebração da Missa -
(Comentários; Dom Frei Wilmar Santin, O. Carm. Bispo de Itaituba-PA; Frei Christopher O’Donnell, O. Carm e Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Rio de Janeiro).
1º DIA: COMENTÁRIO INICIAL
Boa noite! Bem vindos e bem vindas ao primeiro dia do nosso novenário de Nossa Senhora do Carmo. A Partir de hoje, iremos percorrer os nove dias com Maria, a Mãe dos Carmelitas e nossa em uma caminhada ao encontro do seu filho, Jesus Cristo.
A devoção a Nossa Senhora do Carmo tem sua origem no Monte Carmelo, onde os primeiros carmelitas, após o fim da Terceira Cruzada (1192), se fixaram e construíram uma capela dedicada a Maria e desenvolveram uma particular devoção à Mãe de Deus.
Na Regra de Vida dada por Alberto de Jerusalém (entre 1206-1214) não havia menção à Bem-aventurada Virgem. A Regra realmente especificou que deveria haver um oratório no meio das celas onde missas diárias deveriam ser celebradas. Pelo relato dos peregrinos, sabemos que a partir de mais ou menos 1231 ou talvez mais tarde, esse oratório foi dedicado à Nossa Senhora. Ainda encontramos indícios desta igreja dedicada à Maria no Monte Carmelo até o século XV. Naquele tempo existiam muitas igrejas dedicadas a Maria em lugares associados à sua vida, com legendas ou liturgias sobre ela.
Ao retornarem à Europa, manifestaram sua especial devoção mariana na dedicação de igrejas e incluindo o nome de Maria no próprio nome da Ordem. Já em 1252 o Papa Inocêncio IV oficialmente denomina os carmelitas como pertencentes a Ordem da Virgem Maria do Monte Carmelo
Várias gestos concretos provaram o amor dos Frades a Senhora do Monte Carmelo, tais como inserir o nome de Maria na fórmula da profissão; Na obrigação de recitar diariamente nos ofícios e na missa a “Salve Regina” e nas diversas festas marianas dedicadas a Mãe de Jesus, tais como; Purificação, Anunciação, Assunção e Natividade de Maria e, por último, no uso da capa branca.
É com toda essa riqueza espiritual- mariana que vamos acolher de pé o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia. Cantemos os louvores à Nossa Senhora do Carmo.
2º DIA: COMENTÁRIO INICIAL
Boa noite! Bem vindos e bem vindas ao segundo dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.
Os Carmelitas chegaram em 1580 no Brasil. Em 1583 fundaram em Olinda o primeiro convento. Sucederam-lhe as fundações de Salvador (1586), Santos (1589), Rio de Janeiro (1590), Angra dos Reis (1593), São Paulo (1594), Paraíba (1596), São Cristóvão (1600), São Luís (1616), Belém (1624), Alcântara (1647), Recife (1654). Em todas estas fundações, suas igrejas conventuais foram dedicadas à Nossa Senhora do Carmo. Portanto se tornaram centros de difusão da devoção à Virgem do Carmo.
Quando assumiram as missões nos rios Negro e Solimões, também colocaram várias aldeias sob o patrocínio de Nossa Senhora do Carmo.
Relembrando os missionários carmelitas que espalharam a devoção a Nossa Senhora do Carmo e do Escapulário pelo Brasil, vamos acolher de pé o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia. Cantemos os louvores à Virgem do Carmo.
3º DIA: COMENTÁRIO INICIAL
Boa noite! Bem vindos e bem vindas ao terceiro dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.
Além de fundar os conventos no Brasil, os carmelitas também foram fundando a Ordem Terceira do Carmo. Estas por sua vez se tornaram centros de vivência e de difusão da devoção a Nossa Senhora do Carmo. A primeira Ordem Terceira foi no Brasil foi a de São Paulo em 1594. Raul. Outras foram fundadas em Salvador, em 1636); Rio de Janeiro, 1648; Recife, 1695 e Santos, em 1742.
Nesta noite, vamos trazer a memória os frades, as freiras e leigos que implantaram essa devoção no Brasil e de modo particular aqui na comunidade da Lapa.
Agradecendo ao Bom Deus pela presença dos Carmelitas na história do Brasil, vamos acolher de pé o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia cantando louvores a Mãe de Deus e dos Carmelitas. Cantemos!
4º DIA: COMENTÁRIO INICIAL
Boa noite! Bem vindos e bem vindas ao quarto dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.
Quando as pessoas têm devoção a um santo ou a um determinado título de Nossa Senhora, colocam nos filhos o nome do santo de sua devoção. Assim os nomes de santos dados aos filhos demonstram a existência de uma determinada devoção. Em relação a Nossa Senhora do Carmo, temos no Brasil muitas pessoas, principalmente mulheres, com os nomes: Carmem, Carminha, Carmelita, Carmela... e sobretudo Maria do Carmo. Entre os homens temos: Carmelo e Carmo. O mais comum é encontrar a expressão “do Carmo” como segundo nome ou mesmo sobrenome, por exemplo: José do Carmo, Carlos do Carmo, Antônio do Carmo, etc.
Nesta noite, louvemos a Mãe dos Carmelitas presente em nossas famílias, seja através do nome “Do Carmo” ou do Escapulário, como forma de expressão do carinho, amor e confiança na Mãe de Deus.
De pé, vamos acolher o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia. Cantemos louvores a Nossa Senhora do Carmo nas expressões culturais e familiares em nosso Brasil.
5º DIA: COMENTÁRIO INICIAL
Boa noite! Bem vindos e bem vindas ao quinto dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.
No Brasil há 103 paróquias que têm Nossa Senhora do Carmo como padroeira. Apesar da devoção a Nossa Senhora do Carmo ter chegado ao Brasil já no século XVI, só tardiamente, ou seja, no século XVIII (1743), foi realizada a fundação da primeira Paróquia Nossa Senhora do Carmo. Isto se deve ao fato de que os carmelitas não assumiam paróquias no início de suas atividades no Brasil.
No séc. XVIII temos a fundação de apenas duas paróquias Nossa Senhora do Carmo, a saber, as paróquias de Piracuruca (1743) e de Jucás (1755). No séc. XIX são fundadas 31; no séc. XX, 68. Por estes números constata-se um crescimento concreto da devoção.
Hoje, vamos nos unir aos conventos, catedrais, paróquias, comunidades, associações e congregações que também estão celebrando a Virgem do Escapulário.
De pé, vamos acolher o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia. Cantemos louvores a nossa Padroeira, nossa mãe e nossa e Rainha do Carmelo.
6º DIA: COMENTÁRIO INICIAL
Boa noite! Bem vindos e bem vindas ao sexto dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.
A maior devoção ligada a Nossa Senhora do Carmo é o Escapulário. Apesar de se recordar a visão de São Simão Stock o que mais se divulga é o Escapulário como sinal de proteção nos perigos e na hora da morte.
Segundo a tradição da Ordem do Carmo, Nossa Senhora apareceu a São Simão Stock, carmelita inglês, no dia 16 de julho de 1251. Ele era um homem de grande santidade e devoção, que sempre pedia à Virgem, em suas orações para favorecer a Ordem com algum privilégio único. A Virgem apareceu a ele segurando o Escapulário em sua mão e dizendo: “Isto é para ti e para os teus um privilégio. Aquele que morrer com ele será salvo”.
Esta devoção não chegou ao Brasil só através dos carmelitas, mas também através dos leigos que já tinham a devoção em Portugal. Só isto justifica a presença da devoção em regiões onde os carmelitas não trabalharam e nem sequer tiveram contato. Nas igrejas dos conventos carmelitas e da Ordem Terceira encontramos em geral imagens e pinturas da entrega do Escapulário a São Simão.
No meio do povo a devoção sempre esteve centrada no escapulário e na proteção que Nossa Senhora do Carmo dá para aqueles que o usam. Recentemente esta devoção foi reforçada pela mídia brasileira ao noticiar que vários surfistas aqui no Rio de Janeiro foram tragados por uma grande onda no mar. Apenas um não morreu. Este publicamente afirmou que só se salvou porque usava o Escapulário. O resultado é que todos os surfistas passaram a usar o Escapulário como um sinal de proteção de Nossa Senhora.
Nesta noite, roguemos a Senhora do Escapulário para que, neste período de crise e desemprego, nos auxilie e nos proteja em nossa caminhada e anuncio da Boa Nova do seu filho Jesus Cristo.
De pé, vamos acolher o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia. Cantemos louvores a nossa Padroeira e nossa protetora. Cantemos!
7º DIA: COMENTÁRIO INICIAL
Boa noite! Bem vindos e bem vindas ao sétimo dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.
A mais antiga devoção mariana entre os Carmelitas é, provavelmente, a invocação da Padroeira. Não significa que a ideia de Mãe, parte da herança cristã comum à toda Igreja, foi ignorada. Mas numa era feudal, a reflexão carmelitana sobre o oratório consagrado à Maria influenciou rapidamente a devoção de Maria como Padroeira.
Assim, na cultura medieval feudal, Maria é vista como a Suserana do lugar, a sua Padroeira, pois tudo está sob seu domínio. O Carmelita é, portanto, um vassalo num incondicional serviço.
A noção de padroeira é tão tradicional e profunda que poderia parecer que pertence à essência do carisma mariano da Ordem. Uma chave para sua compreensão é que, diferente de alguns outros modos de se considerar Maria, o patronato implica num relacionamento de duas vias: Maria protege os Irmãos; os Irmãos servem a Maria. A dimensão deste duplo relacionamento para com Maria é característico do modo de vida carmelitano.
A existência desta devoção em terras brasileiras pode ser demonstrada historicamente pelo menos a partir da chegada dos carmelitas em 1580. Como esta devoção não era um monopólio da Ordem do Carmo - apesar de ter ali sua origem, mas estava eclesial enraizada na religiosidade popular portuguesa, provavelmente chegou antes através de imigrantes leigos que já tinham a devoção em Portugal.
Nesta noite, roguemos a Padroeira do Carmelo para que todos nós, sob a inspiração da Boa Nova do seu filho, coloquemo-nos a serviço do Seu Filho na implantação do Reino.
De pé, vamos acolher o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia. Cantemos louvores a nossa Padroeira e nossa protetora. Cantemos a nossa Padroeira.
8º DIA: COMENTÁRIO INICIAL
Boa noite! Bem vindos e bem vindas ao oitavo dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.
Na devoção a Nossa Senhora do Carmo há um grande número de cânticos. Mesmo depois do Vaticano II continuam a surgir cânticos dedicados à Virgem do Carmo. Gradativamente nos novos cantos está desaparecendo o tema do escapulário. Em vez de se evocar a proteção e ajuda na hora da morte, louva-se a Maria e se manifesta a certeza de que Ela caminha com seus devotos. O título que mais aparece nos cânticos é Flor do Carmelo. Aqui se vê a influência direta do cântico-oração Flos Carmeli, que segundo a tradição carmelitana, foi composto por São Simão Stock e cantado na noite de 16 de julho de 1251 após a Visão de Nossa Senhora.
9º DIA: COMENTÁRIO INICIAL
Boa noite! Bem vindos e bem vindas ao nono dia do nosso Novenário de Nossa Senhora do Carmo.
Hoje, vamos olhar para Nossa Senhora do Carmo com o título de IRMÃ DOS CARMELITAS. A noção de Maria como Irmã pode estar implícita nos títulos de Irmãos da Bem-aventurada Maria do Monte Carmelo. Essa expressão IRMÃOS começou a surgir apenas no século XV que o passo corajoso foi assumido e divulgado e Maria foi explícita e diretamente chamada de Irmã dos Carmelitas.
O tema de Irmã, que é significativo para a mariologia contemporânea, não foi central no século XV, mas sua importância não deve ser minimizada. O uso de “Irmã” começou mais ou menos como um jogo de palavras com “Irmãos da Bem-aventurada Virgem” e não refletiu um genuíno uso devocional de tal título mariano.
As fontes desta devoção são, de fato, patrísticas. Reside no fato de que Maria, como nós, é uma filha de Adão. Maria é nossa irmã pelo fato de que todos temos nossa origem em Adão. Nos tempos modernos, Paulo VI desenvolveu o tema no discurso final da terceira seção do Concílio Vaticano no dia 21 de novembro de 1964.
A noção de irmã reforça o elemento da proximidade de Maria a nós, uma companheira e uma presença amorosa tão característicos da mariologia carmelitana. Esta é, certamente, uma razão a mais para aprofundar esta nossa herança mariana carmelitana.
Nesta última noite, roguemos a nossa irmã- A Senhora do Carmo, que nos ajuda a sermos verdadeiramente sinais de irmãos no sentido pleno de Atos dos Apóstolos.
De pé, vamos acolher o celebrante, os coroinhas e as ministras de eucaristia. Cantemos louvores a nossa irmã e Mãe. Cantemos!
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