Evangelho do Dia- Oitava da Páscoa. Jesus e Maria Madalena
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EVANGELHO DO DIA: Jesus e Maria Madalena. ( JO 20, 11-18). Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Terça-feira, 6 de abril-2021. www.instagram.com/freipetronio
Terça-feira, 6 de abril-2021. OITAVA DA PÁSCOA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que nos concedestes a salvação pascal, acompanhai o vosso povo com vossos dons celestes, para que, tendo conseguido a verdadeira liberdade, possa um dia alegra-se no céu, como exulta agora na terra. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 20, 11-18)
Naquele tempo, 11Maria tinha ficado perto do túmulo, do lado de fora, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se para olhar dentro do túmulo. 12Ela enxergou dois anjos, vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras”. Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Dizendo isto, Maria virou-se para trás e enxergou Jesus, de pé, mas ela não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou- lhe: “Mulher, por que choras? Quem procuras?” Pensando que fosse o jardineiro, ela disse: “Senhor, se foste tu que o levaste, dize-me onde o colocaste, e eu irei buscá-lo”. 16Então, Jesus falou: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabûni!” (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: “Não me segures, pois ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então, Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor”, e contou o que ele lhe tinha dito.
3) Reflexão
O evangelho de hoje descreve a aparição de Jesus a Maria Madalena. A morte do seu grande amigo levou Maria a uma perda do sentido da vida. Mas ela não desistiu da busca. Foi ao sepulcro para reencontrar aquele que a morte lhe tinha roubado. Há momentos na vida em que tudo desmorona. Parece que tudo acabou. Morte, desastre, doença, decepção, traição! Tantas coisas que podem tirar o chão debaixo dos pés e jogar-nos numa crise profunda. Mas também acontece o seguinte. Como que de repente, o reencontro com uma pessoa amiga pode refazer a vida e nos fazer redescobrir que o amor é mais forte do que a morte e a derrota.
O Capítulo 20 de João, além da aparição de Jesus a Madalena, traz vários outros episódios que revelam a riqueza da experiência da ressurreição: (1) do discípulo amado e de Pedro (Jo 20,1-10); (2) de Maria Madalena (Jo 20,11-18); (3) da comunidade dos discípulos (Jo 20,19-23) e (4) do apóstolo Tomé (Jo 20,24-29). O objetivo da redação do Evangelho é levar as pessoas a crer em Jesus e, acreditando nele, ter a vida (Jo 20,30-3).
Na maneira de descrever a aparição de Jesus a Maria Madalena transparecem as etapas da travessia que ela teve de fazer, desde a busca dolorosa até o reencontro da Páscoa. Estas são também as etapas pelas quais passamos todos nós, ao longo da vida, na busca em direção a Deus e na vivência do Evangelho.
João 20,11-13: Maria Madalena chora, mas busca. Havia um amor muito grande entre Jesus e Maria Madalena. Ela foi uma das poucas pessoas que tiveram a coragem de ficar com Jesus até a hora da sua morte na cruz. Depois do repouso obrigatório do sábado, ela voltou ao sepulcro para estar no lugar onde tinha encontrado o Amado pela última vez. Mas, para a sua surpresa, o sepulcro estava vazio! Os anjos perguntam: "Por que você chora?" Resposta: "Levaram meu senhor e não sei onde o colocaram!" Maria Madalena buscava o Jesus, o mesmo Jesus, que ela tinha conhecido e com quem tinha convivido durante três anos.
João 20,14-15: Maria Madalena conversa com Jesus sem reconhecê-lo. Os discípulos de Emaús viram Jesus mas não o reconheceram (Lc 24,15-16). O mesmo acontece com Maria Madalena. Ela vê Jesus, mas não o reconhece. Pensa que é o jardineiro. Como os anjos, Jesus pergunta: "Por que você chora?" E acrescenta: "A quem está procurando?" Resposta: "Se foi você que o levou, diga-me, que eu vou buscá-lo!" Ela ainda busca o Jesus do passado, o mesmo de três dias atrás. É a imagem de Jesus do passado que a impede de reconhecer o Jesus vivo, presente na frente dela.
João 20,16: Maria Madalena reconhece Jesus. Jesus pronuncia o nome: "Maria!" Foi o sinal de reconhecimento: a mesma voz, o mesmo jeito de pronunciar o nome. Ela responde: "Mestre!" Jesus tinha voltado, o mesmo que tinha morrido na cruz. A primeira impressão é que a morte foi apenas um incidente doloroso de percurso, mas que agora tudo tinha voltado a ser como antes. Maria abraça Jesus com força. Era o mesmo Jesus que ela tinha conhecido e amado. Realiza-se o que dizia a parábola do Bom Pastor: "Ele as chama pelo nome e elas conhecem a sua voz". - "Eu conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem" (Jo 10,3.4.14)
João 20,17-18: Maria Madalena recebe a missão de anunciar a ressurreição aos apóstolos. De fato, é o mesmo Jesus, mas a maneira de ele estar junto dela já não é mais a mesma. Jesus lhe diz: "Não me segure, porque anda não subi para o Pai!" Ele vai para junto do Pai. Maria Madalena deve soltar Jesus e assumir sua missão: anunciar aos irmãos que ele, Jesus, subiu para o Pai. Jesus abriu o caminho para nós e fez com que Deus ficasse, de novo, perto de nós.
4) Para um confronto pessoal
- Você já passou por uma experiência que lhe deu um sentimento de perda e de morte? Como foi? O que foi que lhe trouxe vida nova e lhe devolveu a esperança e a alegria de viver?
- Qual a mudança que se operou em Maria Madalena ao longo do diálogo? Maria Madalena buscava Jesus de um jeito e o reencontrou de outro jeito. Como isto acontece hoje na nossa vida?
5) Oração final
Nossa alma espera pelo SENHOR, é ele o nosso auxílio e o nosso escudo. SENHOR, esteja sobre nós a tua graça, do modo como em ti esperamos. (Sl 32, 20.22)
Maioria das capitais já permitiu missas e cultos na pandemia
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Gilmar Mendes, Luiz Fux e Nunes Marques Foto: Editoria de Arte
Uma das exceções era Belo Horizonte, cujo prefeito, Alexandre Kalil (PSD), afirmou, em um primeiro momento, que não cumpriria a decisão do ministro, mas depois recuou
Marlen Couto, Bernardo Mello e André de Souza
RIO E BRASÍLIA - Na véspera do julgamento, pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), da autorização para a realização de cultos e missas presenciais em meio à fase mais aguda da pandemia de Covid-19, levantamento feito pelo GLOBO mostra que a maioria das capitais, 22 das 26, já tinha decretos que liberavam o funcionamento de igrejas antes da decisão do ministro Kassio Nunes Marques que proibiu prefeitos e governadores de vetar a prática. Uma das quatro exceções era Belo Horizonte, cujo prefeito, Alexandre Kalil (PSD), afirmou, em um primeiro momento, que não cumpriria a decisão do ministro, mas depois recuou. A tendência é que o plenário da Corte reafirme amanhã a autonomia de estados e municípios para estabelecer medidas restritivas.
Além de Belo Horizonte, São Paulo, Fortaleza e Rio Branco tiveram de permitir celebrações na Páscoa após a determinação de Nunes Marques. No caso da capital cearense, um decreto foi editado para regulamentar a medida. No Acre, o funcionamento estava vedado nos fins de semana e feriados, inclusive a Páscoa. Após a decisão de Nunes Marques, contudo, o governador sinalizou apoio à liberação de cultos no estado.
O alto número de capitais com funcionamento de igrejas liberado se soma ao fato de que ao menos 14 estados e o Distrito Federal já têm leis que classificam atividades religiosas como essenciais, isto é, podem funcionar presencialmente em meio a medidas de isolamento social. O levantamento foi feito pelo GLOBO a partir de dados da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure), autora do pedido acatado por Nunes Marques que autorizou o funcionamento de templos.
Limite de público
Parte dos estados que já permitiam o funcionamento de igrejas teve que adaptar o limite de capacidade máxima em cultos e missas presenciais, depois da decisão de Nunes Marques, que prevê percentual de 25%. Isso porque mais da metade das regras locais prevê lotação entre 30% e 50%. Em outras três cidades, esse percentual era inferior. Foi o caso de Porto Alegre. O decreto estadual, seguido pela capital, determinava lotação máxima de 10% ou 30 pessoas em cultos, o que fosse maior. Com a determinação do STF, o governo editou nova norma, aumentando a capacidade para 25%.
Ontem, o ministro Gilmar Mendes negou liminar pedida pelo PSD contra decreto do governo do estado de São Paulo que proibiu a realização de atividades religiosas coletivas. O presidente da Corte, ministro Luiz Fux, reservou a sessão de amanhã para julgar a questão.
Ministros do STF ouvidos pelo GLOBO avaliam que Nunes Marques sairá derrotado.
— Eu penso que a liminar dele cai, e cai por um escore acachapante — disse o ministro Marco Aurélio Mello, com a ressalva de que o plenário pode ser uma “caixa de surpresa”.
A avaliação é compartilhada, de forma reservada, por outros integrantes da Corte. Marco Aurélio entende que agora é hora de ficar em casa, até porque a campanha de vacinação segue lenta.
— Nós teremos muitas Páscoas pela frente. Foi o que eu disse: vamos rezar em casa. O altar-mor é a residência, é a casa da pessoa, não é o templo — disse o ministro.
Relator de ação sobre o tema apresentada pela Anajure, Nunes Marques liberou cultos religiosos presenciais, o que gerou insatisfação nos bastidores do tribunal. Há preocupação com o risco de aglomerações em igrejas. Nunes Marques foi indicado para o STF pelo presidente Jair Bolsonaro.
Assim, com decisões monocráticas opostas, caberá ao plenário fixar um entendimento sobre o tema. Em seu despacho, Gilmar citou decisões de outros ministros que permitem restrições a atividades religiosas. Fux, por exemplo, suspendeu em 23 de março deste ano liminares do Tribunal de Justiça de Pernambuco. Essas liminares, por sua vez, suspendiam um decreto estadual que impunha restrições a atividades religiosas. Rosa Weber também negou o pedido de uma igreja contra um decreto de Mato Grosso que proibiu cultos e missas.
Na ação analisada por Gilmar, o PSD alegou que o decreto paulista viola o direito constitucional à liberdade religiosa e de culto. O ministro discordou e atacou o negacionismo. Ele também destacou que, segundo uma decisão do plenário do próprio STF, estados e municípios podem tomar medidas sanitárias para enfrentar a pandemia.
“A questão que se coloca é se o conteúdo normativo desses preceitos fundamentais restaria violado pelas restrições à realização de cultos, missas e demais atividades religiosas de caráter coletivo em razão da pandemia da Covid-19 determinadas pelo decreto. Quer me parecer que apenas uma postura negacionista autorizaria resposta em sentido afirmativo. Uma ideologia que nega a pandemia que ora assola o país, e que nega um conjunto de precedentes lavrados por este Tribunal durante a crise sanitária que se coloca”, escreveu, destacando que a Constituição assegura o livre exercício de cultos religiosos “na forma da lei”, ou seja, afasta a interpretação de que seja um direito absoluto, e que São Paulo vive um “verdadeiro colapso no sistema de saúde”.
Nunes Marques, em sua decisão, disse que o momento da pandemia pede cautela, mas reconheceu a “essencialidade” da atividade religiosa para dar “acolhimento e conforto espiritual”.
Pedido de transferência
Ontem, o procurador-geral da República, Augusto Aras, que é contra a restrição a cultos e missas, pediu que a ação apresentada pelo PSD contra decreto do governo do estado de São Paulo seja transferida do gabinete de Gilmar para o de Nunes Marques.
A decisão de Nunes Marques foi tomada em uma ação apresentada em junho do ano passado. Já as duas ações específicas contra o decreto de São Paulo foram apresentadas em março de 2021. A tendência é que Fux negue o pedido apresentado por Aras. Fonte: https://oglobo.globo.com
Pressão religiosa mantém cultos abertos ao redor do mundo
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Nos EUA, Trump politizou o embate entre igrejas e governadores em torno de medidas restritivas durante a corrida eleitoral. Na Europa, fiéis foram às ruas e levaram disputa à Justiça para flexibilizar medidas
Camila Zarur
RIO - Assim como no Brasil, o embate entre governos e igrejas por causa das medidas restritivas em meio à pandemia foi parar na Justiça em outras partes do mundo. Líderes e grupos religiosos pressionaram as administrações públicas para que as restrições impostas para conter o contágio do novo coronavírus fossem suspensas ou se tornassem mais flexíveis.
Nos Estados Unidos, a questão foi politizada pelo então presidente Donald Trump, que, em meio à corrida eleitoral para sua reeleição, pressionava para a retomada das atividades mesmo que a pandemia não estivesse controlada. Por diversas vezes, o ex-chefe da Casa Branca deu declarações para forçar a reabertura de igrejas e templos, fazendo assim um aceno à sua base mais religiosa. Também atacava estados democratas — do partido oposto ao seu — que adotavam medidas mais rígidas.
— Alguns governadores consideram as lojas de bebidas alcoólicas e as clínicas de aborto essenciais, mas deixaram de fora igrejas e outras casas de culto — disse Trump, em maio de 2020— Os governadores precisam fazer a coisa certa e permitir que esses lugares essenciais de fé sejam abertos agora.
Endossada pelo discurso do republicano, a Diocese do Brooklyn levou as medidas adotadas pelo governo democrata de Nova York à Suprema Corte do país, pedindo a suspensão do limite de capacidade para cerimônias religiosas. O pedido foi deferido, e uma decisão semelhante foi tomada por um juiz federal para isentar sinagogas ortodoxas nova iorquinas da restrição.
Quarentena na Europa
Na Europa, igrejas, mesquitas e sinagogas ficaram fechadas durante a primeira quarentena no continente. Foram reabertas quando as restrições foram suspensas. Porém, quando os casos da Covid-19 voltaram a subir, no segundo semestre do ano passado, grupos religiosos pressionaram os governos para que suas atividades não fossem proibidas novamente.
No Reino Unido, líderes de diversas religiões escreveram em conjunto uma carta direcionada ao premier britânico, Boris Johnson. No texto, afirmaram que era preciso ter um equilíbrio entre as restrições e a atuação das comunidades religiosas, e que os espaços coletivos de adoração também eram essenciais.
Na França, a pressão foi mais incisiva, com fiéis indo às ruas para protestar contra as restrições e líderes religiosos questionando as decisões do governo na Justiça. Em todos os casos, a justificativa era que havia menos risco de se contrair o coronavírus em locais de culto do que em outros espaços públicos — contrariando a fala de especialistas — e que o direito à liberdade religiosa estava sendo suprimido.
Em novembro, o Conselho de Estado, instância máxima da justiça francesa, determinou que o governo de Emmanuel Macron revisasse o limite de 30 pessoas por culto, independentemente do tamanho do espaço em que ele ocorresse. A decisão foi uma resposta a uma ação movida por bispos católicos, alegando que a ordem do governo era muito mais rígida às igrejas do que a estabelecimentos comerciais.
“Os reclamantes estão certos ao dizer que a medida é desproporcional à luz da proteção da saúde pública. Portanto, (a restrição) é uma violação grave e ilegal da liberdade de culto”, decidiu a Corte.
A pressão religiosa foi tão eficaz no continente que mesmo hoje, com a situação mais grave do que no início da pandemia, cultos e celebrações continuam permitidos.
Regras dos Países
Alemanha
Uma distância mínima de 1,5 metro deve ser mantida, e o uso de máscaras é obrigatório. Os cantos estão proibidos, e caso haja a previsão de lotação máxima, deve haver um registro dos fiéis.
Itália
Locais de culto podem funcionar com a participação presencial, desde que respeitados os protocolos assinados pelo governo com as respectivas igrejas.
Espanha
Cultos e missas estão permitidos, desde que respeitem o limite de 50% da capacidade dos templos.
Estados Unidos
As regras variam entre cada estado, mas o Centro de Controle e Prevenção de Doenças orienta que as pessoas não se reúnam com quem more em casas diferentes, mantenham uma distância de dois metros e sempre usem máscaras.
Reino Unido
Fiéis devem manter uma distância de 2 metros entre si, ou de 1 metro, caso estejam de máscara. Sermões devem ser dados em voz baixa e não pode haver canto ou em ambientes fechados.
França
Fiéis devem se sentar com uma distância de três assentos entre si, e é preciso que haja uma distância de duas fileiras para cada uma ocupada. Fonte: https://oglobo.globo.com
Segunda-feira, 5 de abril-2021. OITAVA DA PÁSCOA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que fazeis crescer a vossa Igreja dando-lhe sempre novos filhos, concedei que por toda a sua vida estes vossos servos sejam fiéis ao sacramento do batismo que receberam professando a fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 28, 8-15)
Naquele tempo, 8as mulheres saindo às pressas do túmulo, com sentimentos de temor e de grande alegria, correram para dar a notícia aos discípulos. 9Nisso, o próprio Jesus veio-lhes ao encontro e disse: “Alegrai-vos!” Elas se aproximaram e abraçaram seus pés, em adoração. 10Jesus lhes disse: “Não tenhais medo; ide anunciar a meus irmãos que vão para a Galileia. Lá me verão”. 11Quando foram embora, alguns da guarda entraram na cidade e comunicaram aos sumos sacerdotes o que tinha acontecido. 12Reunidos com os anciãos, deliberaram dar bastante dinheiro aos soldados; 13e instruíram-nos: “Contai o seguinte: ‘Durante a noite vieram os discípulos dele e o roubaram, enquanto estávamos dormindo’. 14E se isso chegar aos ouvidos do governador, nós o tranqüilizaremos, para que não vos castigue”. 15Eles aceitaram o dinheiro e fizeram como lhes fora instruído. E essa versão ficou divulgada entre os judeus, até o presente dia.
3) Reflexão
Páscoa! O evangelho de hoje descreve a experiência de ressurreição das discípulas de Jesus. No início do seu evangelho, ao apresentar Jesus, Mateus tinha dito que Jesus é Emanuel, Deus Conosco (Mt 1,23). Agora, no fim, ele comunica e amplia a mesma certeza da fé, pois proclama que Jesus ressuscitou (Mt 28,6) e que ele estará conosco sempre, até o fim dos tempos! (Mt 28,20). Nas contradições da vida, esta verdade muitas vezes é contestada. Não faltam as oposições. Os inimigos, os chefes dos judeus, se defendem contra a Boa Notícia da ressurreição e mandaram dizer que o corpo foi roubado pelos discípulos (Mt 28,11-13). Tudo isto acontece hoje. De um lado, o esforço de tanta gente boa para viver e testemunhar a ressurreição. De outro lado, tanta gente maldosa que combate a ressurreição e a vida.
No evangelho de Mateus, a verdade da ressurreição de Jesus é contada através de uma linguagem simbólica, que revela o sentido escondido dos acontecimentos. Mateus fala de tremor de terra, de relâmpagos e anjos que anunciam a vitória de Jesus sobre a morte (Mt 28,2-4). É a linguagem apocalíptica, muito comum naquela época, para anunciar que, finalmente, o mundo foi transformado pelo poder de Deus! Realizou-se a esperança dos pobres que reafirmam sua fé: “Ele está vivo, no meio de nós!”
Mateus 28,8: A alegria da Ressurreição vence o medo. Na madrugada do domingo, o primeiro dia da semana, duas mulheres foram ao sepulcro, Maria Madalena e Maria de Tiago, chamada a outra Maria. De repente, a terra tremeu e um anjo apareceu como um relâmpago. Os guardas que estavam vigiando o túmulo desmaiaram. As mulheres ficaram com medo, mas o anjo as reanimou, anunciando a vitória de Jesus sobre a morte e enviando-as a reunir os discípulos de Jesus na Galileia. É na Galileia que eles poderão vê-lo de novo. Lá, onde tudo começou, acontecerá a grande revelação do Ressuscitado. A alegria da ressurreição começa a vencer o medo. Inicia-se o anúncio da vida e da ressurreição.
Mateus 28,9-10,: A aparição de Jesus às mulheres. As mulheres saem correndo. Dentro delas, há um misto de medo e de alegria. Sentimentos próprios de quem faz uma profunda experiência do Mistério de Deus. De repente, o próprio Jesus vai ao encontro delas e diz: “Alegrem-se!”. Elas se prostram e o adoram. É a postura de quem acredita e acolhe a presença de Deus, mesmo que ela surpreenda e ultrapasse a capacidade humana de compreensão. Agora é o próprio Jesus que dá a ordem de reunir os irmãos na Galileia: "Não tenham medo. Vão anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão".
Mateus 28,11-15: A astúcia dos inimigos da Boa Nova. A mesma oposição que Jesus encontrou em vida, aparece agora depois da sua ressurreição. Os chefes dos sacerdotes se reúnem e dão dinheiro aos guardas. Eles devem espalhar o boato de que os discípulos roubaram o corpo de Jesus e inventaram essa conversa de ressurreição. Os chefes recusam e combatem a Boa Notícia da Ressurreição. Preferem acreditar que tudo não passou de uma invenção dos discípulos e das discípulas de Jesus.
O significado do testemunho das mulheres. A presença das mulheres na morte, no enterro e na ressurreição de Jesus é significativa. Elas testemunharam a morte de Jesus (Mt 27,54-56). No momento do enterro, elas ficaram sentadas diante do sepulcro e, portanto, podiam dar testemunho do lugar onde fora colocado o corpo de Jesus (Mt 27,61). Agora, na madrugada do domingo, elas estão lá de novo. Sabem que aquele sepulcro vazio é realmente o de Jesus! A profunda experiência de morte e ressurreição que elas fizeram transformou suas vidas. Elas mesmas ressuscitaram e se tornaram testemunhas qualificadas da ressurreição nas Comunidades cristãs. Por isso, recebem a ordem de anunciar: "Jesus está vivo! Ele ressuscitou!"
4) Para um confronto pessoal
1) Qual é a experiência de ressurreição na minha vida? Existe em mim alguma força que procura combater a experiência de ressurreição? Como reajo?
2) Qual é hoje a missão da nossa comunidade como discípulos e discípulas de Jesus? De onde podemos tirar força e coragem para cumprir nossa missão?
5) Oração final
Bendigo o SENHOR que me aconselhou; mesmo de noite meu coração me instrui. Sempre coloco à minha frente o SENHOR, ele está à minha direita, não vacilo. (Sl 15, 7-8)
Em vídeo, padre faz alerta sobre isolamento social antes de morrer por causa da Covid-19, no Paraná
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Padre Marinaldo Batista fez desabafo antes de ser internado e morrer por Covid-19 — Foto: Reprodução/RPC
Padre Marinaldo Batista tinha 53 anos e havia perdido os pais por causa da doença em um intervalo de 20 dias. Sacerdote foi sepultado em Mariluz, na sexta-feira (2).
Um padre morreu vítima da Covid-19 após gravar um vídeo fazendo um alerta sobre o isolamento social. Marinaldo Batista perdeu os pais em um intervalo de 20 dias, por causa da doença. O sepultamento dele foi feito em Mariluz, no noroeste do Paraná.
O sacerdote tinha 25 anos de ordenação e atuava em uma igreja dos Estados Unidos. Ele veio para o Brasil e não conseguiu voltar por causa da pandemia.
Batista ficou 23 dias internado. Em um vídeo publicado nas redes sociais, antes da hospitalização, o padre conta que o irmão dele foi contaminado e fez um desabafo.
"Este é o problema que estamos vivendo hoje no Brasil. Além de uma pandemia que ninguém controla, as pessoas estão simplesmente ignorando o problema. Não saia de casa tendo o risco de ter a doença e levar a morte para os outros", afirmou à época.
O pai do padre morreu no dia 5 de março. Já a mãe do sacerdote morreu no dia 23 de março. Na quinta-feira (1º), o padre também não resistiu e morreu vítima da doença. O irmão dele conseguiu se recuperar.
Como Batista ficou mais de 20 dias internado, um velório foi permitido. A cerimônia foi transmitida pela internet. O sepultamento aconteceu na sexta-feira (2).
Marinaldo Batista tinha 53 anos e já havia sido padre em Mariluz e Campo Mourão. Ele também foi missionário no Canadá. Fonte: https://g1.globo.com
Covid-19: Nunes Marques decide que estados e municípios não podem proibir cultos e missas
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Liberação de cultos e missas sai na véspera da celebração de Páscoa, neste domingo (4). Atividades religiosas terão de respeitar protocolos, como uso de máscara e distanciamento.
Ministro Nunes Marques liberou a realização de cultos e missas — Foto: Reprodução/TV Justiça
Por Fernanda Vivas e Marcio Falcão, TV Globo — Brasília
O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou em caráter liminar (provisório) neste sábado (4) que estados, municípios e Distrito Federal não podem editar normas de combate à pandemia do novo coronavírus que proíbam completamente celebrações religiosas presenciais, como cultos e missas.
Segundo a decisão individual do ministro, tomada na véspera deste domingo (5) de Páscoa, governadores e prefeitos também não podem exigir o cumprimento de normas já editadas que barrem a realização de missas, cultos e reuniões de quaisquer credos e religiões.
Na decisão, o ministro também estabeleceu que será preciso respeitar medidas sanitárias
como forma de tentar evitar a disseminação do novo coronavírus, entre as quais:
-Limitar a ocupação a 25% da capacidade do local;
-Manter espaço entre assentos com ocupação alternada entre fileiras de cadeiras ou bancos;
-Deixar o espaço arejado, com janelas e portas abertas sempre que possível;
-Exigir que as pessoas usem máscaras;
-Disponibilizar álcool em gel nas entradas dos templos;
-Aferir a temperatura de quem entra nos templos.
A liberação de cultos e missas no país, mediante medidas de prevenção, ocorre no momento mais crítico da pandemia, que se aproxima de 330 mil mortes por Covid-19, com média móvel acima de 3 mil óbitos por dia e falta de leitos de UTI em hospitais pelo país.
Nunes Marques concedeu a liminar em uma ação da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure), que questionou decretos estaduais (Piauí e Roraima) e municipais (João Monlevade-MG, Macapá-AP, Serrinha-BA, Bebedouro-SP, Cajamar-SP, Rio Brilhante-MS e Armação dos Búzios-RJ) que suspenderam celebrações religiosas como medidas de enfrentamento à pandemia.
Segundo a Anajure, os decretos feriram “o direito fundamental à liberdade religiosa e o princípio da laicidade estatal, ao ser determinada a suspensão irrestrita das atividades religiosas na cidade”.
Relator do caso no STF, Nunes Marques explicou que concedeu a liminar por considerar que havia "perigo na demora" da decisão que contempla um país de maioria cristã durante a Semana Santa, "momento de singular importância para celebração" das crenças da população.
“Reconheço que o momento é de cautela, ante o contexto pandêmico que vivenciamos. Ainda assim, e justamente por vivermos em momentos tão difíceis, mais se faz necessário reconhecer a essencialidade da atividade religiosa, responsável, entre outras funções, por conferir acolhimento e conforto espiritual”, disse.
O relator argumentou que há regras distintas pelo país sobre o tema e considerou ser “gravosa a vedação genérica à atividade religiosa” da forma como foi feita nos decretos, o que contraria a liberdade religiosa. “Proibir pura e simplesmente o exercício de qualquer prática religiosa viola a razoabilidade e a proporcionalidade”, escreveu.
O ministro citou o funcionamento do transporte coletivo durante a pandemia e concluiu “ser possível a reabertura de templos e igrejas, conquanto ocorra de forma prudente e cautelosa, isto é, com respeito a parâmetros mínimos que observem o distanciamento social e que não estimulem aglomerações desnecessárias”. Fonte: https://g1.globo.com
A Hora da Mãe, liturgia da dor na esperança
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Desde os primeiros séculos da era cristã, existe uma liturgia própria do Sábado Santo que acompanha Maria na espera e se une a ela neste dia de silêncio. Uma celebração de rito oriental, também acolhida no rito latino.
Maria Milvia Morciano – Vatican News
A Hora da Mãe é uma antiga liturgia, recitada na manhã do Sábado Santo desde 1987, Ano Mariano, na Basílica de Santa Maria Maior, onde foi oficiada pela primeira vez - século IX - pelos Santos Cirilo e Metódio. A celebração alterna salmos, leituras e orações rítmicas breves, os assim chamados "tropari" da liturgia bizantina.
Mas a celebração não é realizada apenas na papal arquibasílica maior: o favor de que goza a estendeu também para outros lugares. Por duas vezes foi celebrada na Basílica de São Pedro, a pedido de São João Paulo II e, ainda hoje, em outras igrejas. Esta tradição é alimentada pelo padre Ermanno Toniolo, da Ordem dos Servos de Maria, diretor do Centro para a Cultura Mariana de Roma e professor emérito da Pontifícia Faculdade Teológica "Marianum". Nascida em ambiente bizantino, a Hora de Maria se torna um elo vivo entre o Oriente e o Ocidente.
A Hora da Mãe, liturgia a ser recitada nas casas
Este ano, como no anterior, devido às restrições impostas para a contenção da pandemia por Covid-19, a Hora da Mãe, oficiada pelo arcipreste cardeal Stanislav Rylko, titular da Basílica de Santa Maria Maior, não pode ser celebrada em público, mas os fiéis ainda são convidados a reproduzir este esplêndido rito em suas casas diante de uma imagem de Nossa Senhora. Iluminada por uma lamparina ou uma vela, desde que não pascal - como relata o livrinho sobre a celebração mariana editado pelo padre Toniolo - torna-se também um momento de comunhão também familiar.
Maria das Dores
Nenhuma dor é maior do que aquela de uma mãe que perdeu seu filho. Imaginemos a dor de Maria: sabia o que devia acontecer e aprendeu a aceitar isso durante toda a vida, desde aquele primeiro ‘sim’ da Anunciação.
Ele vê tudo se cumprir sob seus olhos, com a certeza da fé de que seu filho é Deus, mas o vê sofrer como qualquer outro homem, submetido a terríveis torturas e humilhações e condenado à morte. A Virgem reconhece aquela dor que Simeão lhe previra: "Uma espada trespassará a tua alma" (Lc 2, 35). Citando Paulo na Carta aos Romanos (4, 18), a respeito de Abraão, o padre Toniolo escreve que Maria "acreditou contra toda evidência, esperou contra toda esperança".
O sim de Maria
Sob a cruz, Maria pronuncia mais uma vez - no silêncio de seu coração - seu sim incondicional. A dor de Maria não é desesperada, mas ainda assim é insuportável, porque é a mais pura dor de uma mãe. Transcorre o sábado, aquele dia interminável em que espera que tudo aconteça.
Esta força de fé, esta esperança segura certamente não poderia aliviar sua dor. Ela teve que testemunhar a agonia de seu Filho e sua morte. Ela o segurou pela última vez em seus braços antes de deixá-lo levá-lo para a sepultura. Ela teve que aceitar o desapego e o vazio que se abateu sobre ela.
É impossível compreender quantos pensamentos «ela guardava em seu coração» (Lc 2, 51) no clamor das lamentações das piedosas mulhres e entre os Apóstolos perdidos. Sozinho, mas não na solidão e no abandono: Cristo, antes de morrer, pensou na sua Mãe e em todos os homens. Antes de morrer, da Cruz confia a sua Mãe a João:
Então Jesus, vendo sua mãe e o discípulo que ele amava ao lado dela, disse à sua mãe: "Mulher, eis aí o teu filho!" Depois disse ao discípulo: "Eis aí a tua mãe!" E dessa hora em diante o discípulo a recebeu como sua mãe”. (João 19, 26-27)
União da Mãe com o Filho
Assim, toda a Igreja se reúne em torno dela, que se torna ponte entre o Filho e a humanidade, entre a morte e a vida, à espera da Ressurreição. Se a Sexta-feira Santa é a hora de Cristo, morto na Cruz, o Sábado Santo é a Hora da Mãe. Fonte: https://www.vaticannews.va
Via Sacra. A paixão de Jesus desenhada pelas crianças
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Via Sacra. A paixão de Jesus desenhada pelas crianças
As vozes das crianças e dos jovens das casas-família “Il Tetto” que criaram as ilustrações que acompanham as meditações da Via-Sacra, que veremos na Praça São Pedro nesta Sexta-feira Santa. Alessandro, o autor do Cristo na capa: "Ele sorri, porque o mal também pode ser visto de outra maneira, e vencer" e a responsável pela comunicação afirma: "“As crianças nos ajudam a ver coisas que não vemos mais"
Alessandro Di Bussolo – Vatican News
Jesus coroado de espinhos mas sorridente, e a mão de Pilatos que o entrega a seus carrascos para a crucificação. É a capa do livreto "Com o coração e os olhos das crianças" sobre as meditações da Via-Sacra que o Papa preside nesta Sexta-feira Santa na Praça São Pedro. Desenho feito por Alessandro, um jovem de 18 anos que vive em uma das casas da cooperativa "Il Tetto Casal Fattoria" em Roma, uma realidade que acolhe cerca de 100 crianças e jovens com dificuldades familiares e trinta deles participaram da proposta de ilustrar a Via-Sacra 2021. presidida por Francisco.
As casas-família nos arredores de Roma
Alessandro estará na Praça com Olivia, 16 anos, de origem russa, que também carregará a cruz em algumas estações, enquanto que Tiziano de 12 anos e Simone de 9, estarão entre o público. Nós os encontramos com Adira de 14 anos (para os menores os nomes são todos fictícios) na primeira estrutura desta cooperativa social nascida em 1984 como uma associação voluntária, nos arredores de de Roma.
"Do mal, podemos sair imediatamente iniciando uma nova vida"
"Decidi representar Jesus sorrindo - nos conta - porque ele, muitas vezes em sua vida, nos ensinou que nem todo o mal vem para o mal, e que o mal também pode ser visto de maneira diferente. Ele nos diz que nossa maneira de agir pode se tornar um exemplo para os outros e pode ser tomada como um convite para começar uma nova vida". Isto é exatamente o que Alessandro e seus amigos estão tentando fazer na casa-família "Il Tetto" junto com seus amigos e educadores. Olivia chegou há pouco mais de um mês, e escolheu desenhar o Cristo Ressuscitado "porque está ligado ao fato de que uma pessoa também pode ressuscitar de um período sombrio, e eu já vivi muitos deles em minha vida. Estou saindo de um destes, e por isso me ajudou muito a fazer este desenho".
Olívia e Jesus Ressuscitado: "Um renascimento como a minha chegada aqui".
A menina explica que desenhou Jesus saindo do sepúlcro "e uma luz muito brilhante vindo em sua direção", como viu em alguns quadros. Mas ela queria colocar, atrás dele, "um detalhe com a parte do Evangelho que fala de sua ressurreição". Gostei da imagem - explica - e também foi significativo colocar algo que falava da ressurreição de Cristo". Um renascimento, como sua vida desde que chegou ao "Il Tetto". "Aqui estou à vontade e estou muito bem com pessoas que sempre me escutam, que estão aqui para mim. E isso é algo que nunca aconteceu em minha casa, porque as pessoas que estavam comigo não se importavam muito com o que eu estava fazendo, com meus interesses".
Adira e Cireneu: "Minhas amigas fizeram isso por mim"
Todos gostaram de desenhar junto com seus companheiros nas diversas casas-família, são cinco, criadas ao longo do tempo pela cooperativa, e nos 8 apartamentos do projeto "autonomia acompanhada" para adultos. "Pela primeira vez parei para pensar em aspectos da vida que não são considerados com frequência", diz Alessandro. Adira, de 14 anos, escolheu a quarta estação, porque como Jesus, que foi ajudado por Simão de Cireneu a carregar a cruz, "eu fui ajudada por minhas amigas em um momento difícil, e para mim foi muito importante. Parecia que eu não iria conseguir fazer isso, mas juntas conseguimos".
Simone: "O Papa nos deu um lindo presente"
E todos, se pudessem, na sexta-feira à noite na Praça São Pedro, diriam ao Papa "obrigado, porque ele nos deu um belo presente, pedindo-nos que desenhássemos para a Via-Sacra", como Simone, de 9 anos, que fala de seu Jesus carregando a cruz e "algumas pessoas jogando pedras nele. Senti pena porque eles o machucaram muito". Tiziano, de 12 anos, gostaria de dizer a Francisco que "ele é uma pessoa legal e tem uma mente aberta".
As crianças nos ajudam a ver coisas que não vemos mais"
"Acredito que o Papa quis recolher seus desenhos e suas reflexões, e os quis com ele na Via-Sacra, para fazê-los retornar ao centro do nosso pensamento como adultos - diz-nos Caterina Amendola, responsável pela comunicação do "Il Tetto" - em um ano em que em todo o mundo as crianças sofreram uma grande privação na vida social e nas relações. Ela nos diz: "Vamos começar de novo a partir das crianças". Caterina recorda as palavras de Jesus quando diz: "Deixai vir a mim as criancinhas". E, pensando nos desenhos e palavras das crianças, acrescenta: "O olhar delas é claro e autêntico, elas têm uma maneira de ver a realidade muito diferente da nossa adultos, que temos mais estruturas e mais convicções. Elas nos ajudam a ver coisas que não vemos mais".
Muitos desenhos sobre os encontros de Jesus na Via-Sacra
Dos desenhos, Caterina lembra das muitas imagens dedicadas "aos encontros que Jesus faz durante seu percurso" e dos diferentes sentimentos ligados a estas relações, da raiva à compaixão e à amizade. É assim que ela nos fala sobre a preparação dos desenhos das crianças e jovens envolvidos.
Entrevista com Caterina Amendola (Il Tetto)
Caterina Amendola: Começamos com um relato das 14 etapas do caminho que Jesus percorre e sua experiência. É uma história de sofrimento, de abandono, de quedas, mas também de amizade, de alívio e de esperança. Este foi o ponto de partida para nossa participação na Via-Sacra com o Papa Francisco, a partir de uma história que contamos às crianças e desta história eles pegaram o que mais lhes tocou e o transformaram em um desenho, colocando um pouco de sua própria história e experiência. Não envolvemos os pequenos, começamos dos 7-8 anos de idade. Cada educador então contava a história, dependendo das crianças que tinha à sua frente, modulando um pouco o discurso e também ouvindo suas perguntas, que são diferentes de acordo com as diferentes idades.
O que mais a impressionou nos desenhos das crianças?
Caterina Amendola: O que emerge antes de tudo é a atenção que as crianças deram às relações entre os vários personagens, aos encontros que Jesus faz ao longo do caminho e também ao que emerge dessas relações: a dor da mãe que vê seu filho sofrer, o gesto de ajuda e amizade ao carregar a cruz, a compaixão e também a raiva e a violência da multidão. Certamente nos desenhos alguns representaram as emoções que são vistas nesta história, alguns foram muito precisos em sua representação, eles fizeram quase tirinhas da história. Particularmente na crucificação, uma das crianças fez uma cruz negra muito bonita, muito poderosa e muito evocativa.
Podemos dizer que viram Jesus como um dos seus, e que também se empatizaram com seu sofrimento?
Caterina Amendola: Acredito que todos nós vivemos com cruzes e estes garotos têm por trás deles percursos difíceis e em subida, e tiveram que carregar grandes fardos. Aqui no "Il Tetto", em vez disso, eles encontram amizade, partilha e também alívio ao caminharem juntos. Nosso desejo é que esta experiência tenha sido para todos uma oportunidade para refletir um pouco sobre sua história. Mas estas são coisas que amadurecem com o tempo. Nossos meninos e meninas não são todos católicos, por isso para alguns deles isso significava descobrir uma história que não conheciam e para outros foi uma maneira de aprofundar, de refletir sobre algumas coisas que nunca souberam antes, mesmo sobre a história de Jesus.
Como se pode incluir esta experiência, que é única, no caminho que vocês fazem para seu crescimento e também de cura das feridas que tiveram?
Caterina Amendola: O caminho de cada um, obviamente, é pessoal. Cada um deles tem uma história diferente, idades diferentes, culturas diferentes, famílias diferentes. Para cada um deles há um caminho e um projeto de acompanhamento, para um crescimento mais sereno. Esta experiência é certamente intensa, e a participação na Via-Sacra com o Papa Francisco será certamente uma lembrança inesquecível. Cada um deles está vivendo de uma maneira diferente e para todos eles é certamente uma grande emoção e uma lembrança feliz. Fonte: https://www.vaticannews.va
Dom Paulo Cezar, Sexta-feira Santa: o amor de Cristo nos salvou
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Dom Paulo: “você que está em casa, você que neste ano não pode ir à igreja por causa do distanciamento social, por causa desse momento difícil que estamos vivendo, coloque a sua Cruz num lugar visível, coloque um ramo perto da sua Cruz. Mas não só coloque, mas contemple a Cruz de Cristo”.
Vatican News
O arcebispo de Brasília, dom Paulo Cezar Costa nos faz uma reflexão sobre a Sexta-feira Santa na qual nos pede para contemplarmos a Cruz de Cristo e perceber o amor d’Ele por nós.
“Estamos vivendo a Sexta-feira Santa, este dia que celebramos, rememoramos a condenação à morte de Jesus. Jesus que é conduzido até o Calvário, e ali é crucificado. A morte à qual Jesus foi condenado é morte de maldição, morte à qual o império romano sentenciava os seus inimigos, os inimigos do império. Morte de bandido, morte de inimigos do império. E Jesus é ainda crucificado entre dois ladrões, o que já era um fato humilhante se tornou ainda mais humilhante”.
Amados e amadas de Deus, é o amor de Cristo por nós, destaca o arcebispo de Brasília. Aquilo que vai dizer São Paulo na carta aos Filipenses, ele se abaixou, se encarnou, se humilhou até a morte e morte de Cruz. É o amor de Cristo por nós. É o que diz o Evangelho de João, “não há maior amor do que doar a vida pelos amigos”. Ele doou a vida por nós, Ele fez da sua vida um dom de amor pela nossa salvação.
Dom Paulo Cezar sublinha que “nós somos chamados a experimentarmos nesta Sexta-feira Santa o amor de Cristo. Você que está em casa, você que neste ano não pode ir à igreja por causa do distanciamento social, por causa desse momento difícil que estamos vivendo, coloque a sua Cruz num lugar visível, coloque um ramo perto da sua Cruz. Mas não só coloque, mas contemple a Cruz de Cristo”.
Contemplando a Cruz de Cristo – continua o arcebispo de Brasília – “perceba o amor dele por você, o amor dele por nós, o amor de Cristo que nos salvou, o amor de Cristo que nos deu vida nova, o amor de Cristo que nos assiste em cada momento da nossa existência, o amor de Cristo que não nos abandona neste momento de crise, neste momento difícil em que a nossa sociedade está vivendo. Contemplem o amor de Cristo. Experimente o amor de Cristo”.
Dom Paulo Cezar conclui exortando: “que você possa celebrar uma Sexta-feira Santa experimentando o amor de Cristo. Uma Sexta-feira Santa mais introspectiva, sentindo e experimentando o amor de Cristo por você, pela sua família, pela nossa sociedade”. Fonte: https://www.vaticannews.va
Conheça a origem da tradição de comer peixe na Sexta-feira Santa
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A Páscoa celebra a ressurreição de Jesus Cristo, três dias após sua crucificação. A data sempre cai em um domingo, mas as atividades começam na Quinta-feira Santa, com a cerimônia de lava-pés. A tradição revive a última ceia, quando Jesus, de joelhos, lavou os pés de seus apóstolos. Além da humildade, o ato simboliza a purificação.
Na Sexta-feira Santa, também conhecida como Sexta-feira da Paixão, Jesus Cristo foi condenado, carregou uma cruz e foi crucificado. É dia de sacrifícios para os cristãos, em sinal de consternação pela morte de Jesus, e não se deve comer carne vermelha. Isso acontece porque, na época, a carne era artigo de luxo, e era peça rara à mesa das pessoas mais pobres. O peixe, por outro lado, era abundante e barato, por isso comum nas refeições dos mais humildes.
Mas comer peixe neste dia não significa só adotar a simplicidade. À espelho do que fez Jesus, o ato simboliza também uma penitência. Assim, não basta apenas comer frutos do mar, toda a refeição deve ser simples, além de ser à base de peixe, e deve-se evitar quaisquer outros prazeres no dia. Na tradição, a Via Sacra (trajeto que Jesus Percorreu) é encenada, revivendo-se os 14 momentos da Paixão de Cristo.
No Sábado de Aleluia, os cristãos refletem sobre a morte de Jesus, e no domingo renovam suas esperanças celebrando a ressurreição de Cristo e a promessa da remissão dos pecados e da vida eterna. Fonte: https://www.siaranews.com.br
Quaresma: por que o peixe não é considerado “carne”?
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E por que não podemos comer frango, se podemos comer peixe?
Jesus jejuou durante 40 dias e morreu em uma sexta-feira. Por isso, embora algumas pessoas decidam não comer carne durante toda a Quaresma, as sextas-feiras são os dias mais respeitados e importantes. Antigamente, em alguns países católicos, em todas as sextas-feiras do ano só se consumia peixe.
É preciso recordar que esta abstinência de carne é feita para honrar o sacrifício do Senhor ao morrer na cruz para limpar nossos pecados.
Desde a antiguidade, a carne vermelha foi símbolo de opulência e celebração. Por isso, consumi-la durante a Quaresma não combinaria com o sentimento de reflexão e humildade desta época litúrgica.
Em sua “Suma Teológica”, São Tomás de Aquino explica que o consumo de carne vermelha também dá mais prazer, já que ela é mais saborosa. Abster-se dela seria mostra de um grande sacrifício.
“Ah, então são apenas as canes vermelhas que são proibidas”, pensarão alguns. Não, o frango – que é carne branca – também não é permitido na Quaresma. Mas por que então o peixe está liberado?
Como escreveu São Paulo, “Nem todas as carnes são iguais: uma é a dos homens e outra a dos animais; a das aves difere da dos peixes” (I Coríntios 15,39).
Neste sentido, São Tomás de Aquino adverte que o frango também proporciona prazer. Talvez não tanto quanto o da carne vermelha, mas ele é um animal de “sangue quente” e da terra, diferenciando-se do peixe: “O jejum foi instituído pela Igreja com a finalidade de frear as concupiscências da carne, que considera os prazeres do tato relacionados à comida e ao sexo. Portanto, a Igreja proibiu aos que jejuam os alimentos que dão mais prazer ao paladar, além de serem um incentivo à luxúria. Tais são as carnes dos animais que tomam seu descanso na terra e os seus derivados, como o leite e os ovos das aves”.
Não obstante, com o passar dos anos, a Igreja foi flexibilizando esta regra. Em alguns países da América Latina, a carne de capivara, por exemplo, é permitida, já que a Igreja a considera como carne de peixe, apesar de ela ser um mamífero aquático. Nos Estados Unidos, a carne de lagarto também é considerada “peixe” pela Igreja desde 2010.
E em relação aos frutos do mar, como moluscos e crustáceos? Alguns membros do clero acreditam que a ostra e a lagosta devem ficar fora da lista de carnes permitidas na Quaresma, já que, embora aquáticos, também são associados ao luxo e ao extremo prazer.
Quanto aos derivados animais (ovos, leite e queijo), também há divergências dentro da Igreja. Alguns os consideram pertinentes, pois não são o animal em si. Mas outros dizem que é preferível substitui-los.
Em resumo: a carne permitida às sextas-feiras da Quaresma (e na Quarta-feira de Cinzas) é aquela que provém do mar, dos lagos e dos rios, com algumas exceções. Assim, como Jesus deu sua carne e sangue por nós, jejuar é uma mostra de gratidão.
Explicado isso, é importante dizer que, embora o peixe possa ser consumido, seu preparo deve ser simples. Os doentes, crianças menores de 14 anos, pessoas com problemas mentais, mulheres que amamentam e aqueles que têm restrições alimentares podem descumprir a norma.
Apesar de não ser um mandamento, abster-se de certos gostos gastronômicos nos agrega um sentido de humildade, abnegação, agradecimento e penitência. É uma maneira de recordar e viver o tempo da Quaresma em verdadeira preparação para a Páscoa. Fonte: https://pt.aleteia.org
AGU defende no Supremo suspensão de decretos que proíbam cultos e missas no país
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Manifestação foi enviada em ação que questiona decreto de São Paulo que proibiu cultos e missas. Posicionamento do governo é semelhante ao apresentado pela PGR.
Por Fernanda Vivas, TV Globo — Brasília
A Advocacia-Geral da União (AGU) enviou nesta quinta-feira (1º) ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestação na qual defendeu a suspensão de decretos locais que proíbam cultos, missas e atividades religiosas como forma de evitar a disseminação do coronavírus.
A manifestação foi enviada em uma ação que questiona um decreto de São Paulo com esse conteúdo. O relator do caso é o ministro Gilmar Mendes.
O posicionamento da AGU é semelhante ao da Procuradoria-Geral da República, apresentado na quarta (31) ao Supremo.
O parecer da AGU é assinado pelo novo ministro da pasta, André Mendonça, que assumiu o posto nesta semana no lugar de José Levi Mello do Amaral Júnior.
"É possível afirmar, desde logo, que a restrição total de atividades religiosas, inclusive sem aglomeração de pessoas, nos moldes impugnados na petição inicial, não atende aos requisitos da proporcionalidade, na medida em que impacta de forma excessiva o direito à liberdade de religião, sem que demonstrada a correlação com os fins buscados e com desprezo de alternativas menos gravosas", afirmou a AGU.
"Em outros termos, é particularmente excessiva, no ponto, a proibição irrestrita de realização de eventos religiosos", completou.
O documento foi enviado um dia após o Brasil ter registrado em 24 horas 3.950 mortes por Covid, o maior número diário do país desde o início da pandemia.
Ainda no documento, a AGU argumentou que a liminar deve ser concedida já que as atividades religiosas estão suspensas em São Paulo até o dia 11 de abril - portanto, até data posterior à Páscoa, o que inviabiliza as celebrações do período.
"Para os mais de 2 bilhões de fiéis que professam a fé cristã no mundo, a Páscoa é talvez a celebração mais importante de todas, unindo todos os segmentos do cristianismo, como o catolicismo romano, a ortodoxia oriental e o protestantismo, nas suas mais variadas vertentes. No Brasil, país em que cerca de 80% da população é católica ou evangélica, mesmo descontando-se a parcela não praticante, a importância religiosa da efeméride é indiscutível para milhões de brasileiros", afirmou. Fonte: https://g1.globo.com
Paixão de Cristo, paixão do mundo: memória e compromisso
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A maioria da humanidade está vivendo um verdadeiro calvário!
A cruz de Jesus é símbolo maior do protesto de Deus contra sistemas e governos violentos. Na foto, protesto da ONG Rio de Paz em agosto de 2020, pelos então 100 mil mortos (Rio de Paz)
Élio Gasda
As celebrações litúrgicas da Semana Santa acontecem de forma virtual, mais uma vez. No entanto, o distanciamento social e o recolhimento interior podem nos ajudar a despertar a sensibilidade dos cristãos para a via crucis destes tempos de pandemia global.
A paixão do mundo atualiza a Paixão de Cristo. A maioria da humanidade está vivendo um verdadeiro calvário! Uma Semana Santa marcada pela dor e desespero de milhares de pessoas. Jesus em seu caminho até Gólgota é acompanhado por muitos peregrinos solitários, sofridos e angustiados. Famílias destroçadas vivendo a dor, a perda, o luto. Como Maria, a mãe que acompanha o Filho agonizante. A esperança na vida nova parece uma utopia distante.
Contudo, a crise não é só sanitária. É uma crise generalizada. É econômica, política e social. "Tudo está interligado". A pandemia e o colapso do sistema de saúde, a explosão do desemprego e da fome, escancaram as reais intenções de um governo essencialmente perverso. Um governo que assume a face mais cruel do capitalismo e sua dimensão brutal que é a concentração de riqueza na mão de poucos. "Essa economia mata!" (Evangelii gaudium, 53).
Por que tanto sofrimento? Onde está Deus? Deus está surdo aos nossos clamores? Ou somos nós que estamos surdos aos apelos de Deus? Nos calamos diante da vulnerabilidade humana e do planeta. Papa Francisco nos mostra que "na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e nos transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente. Agora nos sentimos em mar agitado, implorando: Acorda, Senhor!"
Deus não nos abandonou. Deus participa do sofrimento e da luta pela vida de milhares de pessoas nesta Semana Santa. Jesus sofre nos enfermos entubados, nos que clamam por oxigênio, por um leito, por sedativos, e até por uma morte rápida. Jesus sofre no abandono de quem vive nas ruas. Jesus está no motorista das ambulâncias, nas faxineiras e seguranças das UPAs e hospitais. Está presente no trabalho dos médicos e enfermeiros, dos sanitaristas, dos cientistas. Está na oração e no empenho diário daqueles que, de uma forma ou outra, tentam solucionar o problema e levar esperança para os desesperançados.
Contudo, Deus não está presente em governos genocidas, insensíveis à dor e ao luto do seu povo. Um governo que cede aos gritos de uma elite egoísta que condena os pobres à cruz da pandemia, da fome e do desemprego, do aluguel, da violência e da exploração desumana do trabalhador, da cruz do feminicídio e do racismo. Deus também não está assentado nas cadeiras de instituições omissas que lavam as mãos como Pilatos e nada fazem para aliviar o peso de tantos Cristos flagelados em sua via crucis.
Mataram Jesus usando o nome de Deus! Deus, em Jesus, Se fez humano, sofreu todo tipo de violência. A mesma que hoje se abate sobre os pobres e indefesos. Jesus viveu sua vida para amar e amou até o fim. Foi torturado e condenado à morte por amar sem limites.
Muitas vidas dilaceradas, tantas cruzes sobre os pobres! Quando um cristão relativiza o sofrimento do irmão, já deixou de ser cristão. Porque ser cristão é ter a mesma compaixão de Jesus. É ser capaz de sofrer com os que sofrem, de chorar com os que choram. E o Brasil virou um vale de lágrimas, um gigantesco cemitério. A Paixão de Jesus se repete na vida de todos os flagelados pela pandemia, pela fome, abandonados pelos poderes deste mundo. Neles, tocamos a carne de Jesus crucificado. "O ser humano é um reflexo do Cristo, porque foi criado por meio Dele e em vista Dele" (Colossenses 1,15-17).
O Tríduo Pascal é o evento mais impactante da história. A cruz de Jesus é símbolo maior do protesto de Deus contra sistemas e governos violentos. Ser cristão é ser discípulo de um torturado, condenado à pena de morte e crucificado. No Brasil, a maioria se diz cristã.
Nestes tempos de luto e angústia, que a celebração da Páscoa reforce o compromisso dos cristãos por mais vida, justiça e fraternidade. Cristão de verdade não recua diante da perversidade. Nunca! Muito menos agora! Feliz Páscoa! Fonte: https://domtotal.com
Agradecer por mais um mês
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AGRADECER A DEUS POR MAIS UM MÊS... A Palavra do Frei Petrônio. Praia das Gordas, Angra dos Reis/RJ. 31 de março-2021. www.instagram.com/freipetronio
Quarta-feira, 31 de março-2021. SEMANA SANTA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que fizestes vosso Filho padecer o suplício da cruz, para arrancar-nos à escravidão do pecado, concedei aos vossos servos a graça da ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 26, 14-25)
14Um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes 15e disse: “Que me dareis se eu vos entregar Jesus?” Combinaram trinta moedas de prata. 16E daí em diante, ele procurava uma oportunidade para entregá-lo. 17No primeiro dia dos Pães sem fermento, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa?” 18Jesus respondeu: “Ide à cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a ceia pascal em tua casa, junto com meus discípulos’”. 19Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a ceia pascal. 20Ao anoitecer, Jesus se pôs à mesa com os Doze. 21Enquanto comiam, ele disse: “Em verdade vos digo, um de vós me vai entregar”. 22Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a perguntar-lhe: “Acaso sou eu, Senhor?” 23Ele respondeu: “Aquele que se serviu comigo do prato é que vai me entregar. 24O Filho do Homem se vai, conforme está escrito a seu respeito. Ai, porém, daquele por quem o Filho do Homem é entregue! Melhor seria que tal homem nunca tivesse nascido!” 25Então Judas, o traidor, perguntou: “Mestre, serei eu?” Jesus lhe respondeu: “Tu o dizes”. Palavra da salvação.
3) Reflexão
Ontem o evangelho falou da traição de Judas e da negação de Pedro. Hoje, fala novamente da traição de Judas. Na descrição da paixão de Jesus do evangelhos de Mateus acentua-se fortemente o fracasso dos discípulos. Apesar da convivência de três anos, nenhum deles ficou para tomar a defesa de Jesus. Judas traiu, Pedro negou, todos fugiram. Mateus conta isto, não para criticar ou condenar, nem para provocar desânimo nos leitores, mas para ressaltar que o acolhimento e o amor de Jesus superam a derrota e o fracasso dos discípulos! Esta maneira de descrever a atitude de Jesus era uma ajuda para as Comunidades na época de Mateus. Por causa das freqüentes perseguições, muitos tinham desanimado e abandonado a comunidade e se perguntavam: "Será que é possível voltar? Será que Deus nos acolhe e perdoa?" Mateus responde sugerindo que nós podemos romper com Jesus, mas Jesus nunca rompe conosco. O seu amor é maior do que a nossa infidelidade. Esta é uma mensagem muito importante que colhemos do evangelho durante a Semana Santa.
Mateus 26,14-16: A Decisão de Judas de trair Jesus. Judas tomou a decisão, depois que Jesus não aceitou a crítica dos discípulos a respeito da mulher que gastou um perfume caríssima só para ungir Jesus (Mt 26,6-13). Ele foi até os sacerdotes e perguntou: “Quanto vocês me pagam se eu o entregar?” Combinaram trinta moedas de prata. Mateus evoca as palavras do profeta Zacarias para descrever o preço combinado (Zc 11,12). Ao mesmo tempo, a traição de Jesus por trinta moedas evoca a venda de José pelos seus próprios irmãos, avaliado pelos compradores em vinte moedas (Gn 37,28). Evoca ainda o preço de trinta moedas a ser pago pelo ferimento a um escravo (Ex 21,32).
* Mateus 26,17-19: A Preparação da Páscoa. Jesus era da Galiléia. Não tinha casa em Jerusalém. Ele passava as noites no Horto das Oliveiras (cf. Jo 8,1). Nos dias da festa de páscoa a população de Jerusalém triplicava por causa da quantidade enorme de peregrinos que vinham de toda a parte. Não era fácil para Jesus encontrar uma sala ampla para poder celebrar a páscoa junto com os peregrinos que tinham vindo com ele desde a Galiléia. Ele manda os discípulos encontrar uma pessoa em cuja casa decidiu celebrar a Páscoa. O evangelho não oferece ulteriores informações e deixa que a imaginação complete o que falta nas informações. Era um conhecido de Jesus? Um parente? Um discípulo? Ao longo dos séculos, a imaginação dos apócrifos soube completar a falta de informação, mas com pouca credibilidade.
* Mateus 26,20-25: Anúncio da traição de Judas. Jesus sabe que vai ser traído. Apesar de Judas fazer as coisas em segredo, Jesus está sabendo. Mesmo assim, ele faz questão de se confraternizar com o círculo dos amigos, do qual Judas faz parte. Estando todos reunidos pela última vez, Jesus anuncia quem é o traidor. É "aquele que põe a mão no prato comigo". Esta maneira de anunciar a traição acentua o contraste. Para os judeus a comunhão de mesa, colocar juntos a mão no mesmo prato, era a expressão máxima da amizade, da intimidade e da confiança. Mateus sugere assim que, apesar da traição ser feita por alguém muito amigo, o amor de Jesus é maior que a traição!
* O que chama a atenção é a maneira de Mateus descrever estes fatos. Entre a traição e a negação ele colocou a instituição da Eucaristia (Mt 26,26-29): a traição de Judas, antes (Mt 25,20-25); a negação de Pedro e a fuga dos discípulos, depois (Mt 25,30-35). Deste modo, ele destaca para todos nós a inacreditável gratuidade do amor de Jesus, que supera a traição, a negação e a fuga dos amigos. O seu amor não depende do que os outros fazem por ele.
4) Para um confronto pessoal
1) Será que eu seria capaz de ser como Judas e de negar e trair a Deus, a Jesus, aos amigos e amigas?
2) Na semana santa é importante eu reservar algum momento para compenetrar-me da inacreditável gratuidade do amor de Deus por mim.
5) Oração final
Quero louvar com um cântico o nome de Deus e exaltá-lo com ações de graças; “Vede, humildes e alegrai-vos! Vós que buscais a Deus, vosso coração reviva! Pois o SENHOR atende os pobres, não despreza os seus cativos. (Sl 68, 31.33-34)
O ENCONTRO DE JESUS E NOSSA SENHORA, A VIRGEM DO SILÊNCIO
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Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)
Ó Encontro, tão doloroso!
Ó Encontro, já predestinado!
Ó Encontro, com tantas vozes, gritos de ódio, choros desesperados e angustiados!
Ó Encontro, dos olhares da Mãe e do Filho, de dores e esperanças!
Ó Encontro, que o velho Simeão preparou o coração da Mãe ao ver o seu Filho carregando o Pecado do mundo em suas costas!
Rememorar o Encontro de Jesus Cristo e sua Mãe, a Virgem Santíssima, na Via Dolorosa da Cruz, nos faz entender todo o caminho que é perpassado para o cumprimento total do Plano da Salvação. Vivenciar a loucura da Cruz, é ter a certeza de que Deus não usa das ações para que os sábios possam entender, mas através da entrega total do Seu Filho Unigênito, depõe-se para o cumprimento do alcance da Salvação a todos que O buscam e acreditam no Amor Incondicional.
Maria Santíssima, já tinha o seu coração preparado por tamanha dor. Ora, o velho Simeão profetizou a ela quando Cristo era apenas uma criança: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te transpassará a alma” (cf. Lucas 2,34b-35). Portanto, a Virgem do Silêncio sabia todo o caminho de dor que Seu Amado Filho iria passar, pelo Sacrifício de morte, e morte de Cruz, afinal “Cristo é nossa Paz: do que era dividido fez uma unidade” (Ef 2,14a).
“Ele será sinal de contradição”, não forçou uma guerra, não propôs uma batalha para conquistar impérios, reinados. Cristo fez de seus sinais a contradição daquilo que é esperado por aqueles que se dizem líderes. Pois, o Cristo veio ao encontro do diálogo, da misericórdia, a qual podemos afirmar que a fraternidade e o diálogo são compromissos de amor, porque Cristo fez uma unidade daquilo que era dividido” (cf. Texto-base CFE-2021, p.8). Portanto, Jesus usou do contraditório para demonstrar a todos que somente através do amor, da entrega total é que a graça se estabelece.
Maria sempre sentiu a importância deste ato, afinal “o mistério da Cruz e da Ressurreição garante-nos que o ódio, a violência, o sangue e a morte não têm a última palavra nas vicissitudes humanas. A vitória definitiva é de Cristo e nós devemos voltar a partir d’Ele, se queremos construir para todos um futuro de paz autêntica, de justiça e de solidariedade”. (São João Paulo II). Por isto, embora o silêncio de Nossa Senhora possa ecoar em nosso entendimento como uma reação a dor a qual ela via seu filho passar, este mesmo silêncio demonstra a capacidade da Mãe Santíssima em confiar piamente nos Planos de Deus.
Ao olharmos este Encontro do Silêncio, sejamos fiéis em vivenciar o Amor que levou a contradição da Cruz em vista da salvação de todos nós. E rezemos fielmente, em adoração, a este momento marcante em favor de nossas vidas:
“Pela cruz tão oprimido,
Cai Jesus, desfalecido
Pela tua salvação
(…)
De Maria lacrimosa,
No Encontro lastimosa
Vê a imensa compaixão
Pela Virgem Dolorosa
Vossa Mãe tão piedosa
Perdoai-me, meu Jesus”
Saudações em Cristo!
Fonte: https://www.cnbb.org.br
Semana Santa: Ofício das Trevas
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O Ofício de trevas- existe desde o século XIII- mostra, de forma bastante clara, a figura do servo Sofredor e, junto dEle, nos colocamos rezando e meditando sobre os Sofrimentos de Sua Paixão e Morte na Cruz. Este nome- Ofício de Trevas- tem diversas explicações. Entre elas:
As trevas naturais de meia-noite ao anoitecer, ou seja, as horas destinadas à recitação do ofício, lembrando as palavras de Jesus, “Esta é a vossa hora e do poder das trevas”. (Lc 22, 53);
As trevas litúrgicas, quando durante as cerimonias da paixão apagam-se todas as luzes na igreja, exceto uma;
As trevas simbólicas da paixão.
As velas simbolizam o abandono experimentado por Jesus durante a Paixão: dez velas recordam os Apóstolos, que fugiram diante da Paixão; quatro velas recordam o apóstolo João e as mulheres junto à cruz que, embora tenham permanecido fiéis, também experimentam a escuridão da morte do Senhor; e a última vela recorda o próprio Cristo.
Esta vela, a de Cristo, não é apagada ao final da celebração, mas conduzida para a parte de trás do altar ou para a sacristia, simbolizando o mistério do sepultamento de Cristo e sua alma que desce à “mansão dos mortos”
Na celebração são utilizadas as matracas que contém um som seco e oco, esse som remete que Cristo está caminhando para a morte e as marteladas dos pregos na Cruz. Por não ser um momento de festa, as pessoas utilizam roupas da cor preta, utiliza-se também um candelabro triangular com 15 velas a frente do altar.
Terça-feira, 30 de março-2021. SEMANA SANTA. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos celebrar de tal modo os mistérios da paixão do Senhor, que possamos alcançar vosso perdão. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 13, 21-33.36-38)
21Depois de dizer isso, Jesus ficou interiormente perturbado e testemunhou: “Em verdade, em verdade, vos digo: um de vós me entregará”. 22Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem estava falando. 23Bem ao lado de Jesus estava reclinado um dos seus discípulos, aquele que Jesus mais amava. 24Simão Pedro acenou para que perguntasse de quem ele estava falando. 25O discípulo, então, recostando- se sobre o peito de Jesus, perguntou: “Senhor, quem é?” 26Jesus respondeu: “É aquele a quem eu der um bocado passado no molho”. Então, Jesus molhou um bocado e deu a Judas, filho de Simão Iscariotes. 27Depois do bocado, Satanás entrou em Judas. Jesus, então, lhe disse: “O que tens a fazer, faze logo”. 28Mas nenhum dos presentes entendeu por que ele falou isso. 29Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam que Jesus estava dizendo: “Compra o que precisamos para a festa”, ou que desse alguma coisa para os pobres. 30Então, depois de receber o bocado, Judas saiu imediatamente. Era noite. 31Depois que Judas saiu, Jesus disse: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. 32Se Deus foi glorificado nele, Deus também o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. 33Filhinhos, por pouco tempo eu ainda estou convosco. Vós me procurareis, e agora vos digo, como eu disse também aos judeus: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir’. 36Simão Pedro perguntou: “Senhor, para onde vais?” Jesus respondeu-lhe: “Para onde eu vou, não podes seguir-me agora; mais tarde me seguirás”. 37Pedro disse: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei minha vida por ti!” 38Jesus respondeu: “Darás tua vida por mim? Em verdade, em verdade, te digo: não cantará o galo antes que me tenhas negado três vezes. Palavra da salvação
3) Reflexão
Estamos na terça feira da Semana Santa. Os textos do evangelho destes dias nos confrontam com os fatos terríveis que levaram à prisão e à condenação de Jesus. Os textos não trazem só as decisões das autoridades religiosas e civis contra Jesus, mas também relatam as traições e negações dos próprios discípulos que possibilitaram a prisão de Jesus pelas autoridades e contribuíram enormemente para aumentar o sofrimento de Jesus.
João 13,21: O anúncio da traição. Depois de ter lavado os pés dos discípulos (Jo 13,2-11) e de ter falado da obrigação que temos de lavar os pés uns dos outros (Jo 13,12-16), Jesus se comoveu profundamente. E não era para menos. Enquanto ele estava fazendo aquele gesto de serviço e de total entrega de si mesmo, ao lado dele um discípulo estava tramando a maneira de como traí-lo naquela mesma noite. Jesus expressa a sua comoção e diz: “Em verdade lhes digo: um de vocês vai me trair!” Não diz: “Judas vai me trair”, mas “um de vocês”. É alguém do círculo da amizade dele que vai ser o traidor”.
João 13,22-25: A reação dos discípulos. Os discípulos levam susto. Não esperavam por esta declaração tão séria de que um deles seria o traidor. Pedro faz um sinal a João para ele perguntar a Jesus qual dos doze iria cometer a traição. Sinal de que eles nem sequer desconfiavam quem pudesse ser o traidor. Ou seja, sinal de que a amizade entre eles ainda não tinha chegado à mesma transparência de Jesus para com eles (cf. Jo 15,15). João se inclinou para perto de Jesus e perguntou: “Quem é?”
João 13,26-30: Jesus indica Judas. Jesus disse: é aquele a quem vou dar um pedaço de pão umedecido no molho. Ele pegou um pedaço de pão, molhou e deu a Judas. Era um gesto comum e normal que os participantes de uma ceia costumavam fazer entre si. E Jesus disse a Judas: “O que você tem que fazer, faça logo!” Judas tinha a bolsa comum. Era o encarregado de comprar as coisas e de dar esmolas para os pobres. Por isso, ninguém percebeu nada de especial no gesto e na palavra de Jesus. Nesta descrição do anúncio da traição está uma evocação do salmo em que o salmista se queixa do amigo que o traiu: “Até o meu amigo, em quem eu confiava e que comia do meu pão, é o primeiro a me trair” (Sl 41,10; cf. Sl 55,13-15). Judas percebeu que Jesus estava sabendo de tudo (Cf. Jo 13,18). Mesmo assim, não voltou atrás, e manteve a decisão de trair Jesus. É neste momento que se opera a separação entre Judas e Jesus. João diz que o satanás entrou nele. Judas levantou e saiu. Ele entrou para o lado do adversário (satanás). João comenta: “Era noite”. Era a escuridão.
João 13,31-33: Começa a glorificação de Jesus. É como se a história tivesse esperado por este momento da separação entre a luz e as trevas. Satanás (o adversário) e as trevas entraram em Judas quando ele decidiu de executar o que estava tramando. Neste mesmo momento se fez luz em Jesus que declara: “Agora o Filho do Homem foi glorificado, e também Deus foi glorificado nele. Deus o glorificará em si mesmo e o glorificará logo!” O que vai acontecer daqui para frente é contagem regressiva. As grandes decisões foram tomadas, tanto da parte de Jesus (Jo 12,27-28) e agora também da parte de Judas. Os fatos se precipitam. E Jesus já dá o aviso: “Filhinhos, é só mais um pouco que vou ficar com vocês”. Falta pouco para que se realize a passagem, a Páscoa.
João 13,34-35: O novo mandamento. O evangelho de hoje omite estes dois versículos sobre o novo mandamento do amor e passa a falar do anúncio da negação de Pedro.
João 13,36-38: Anúncio da negação de Pedro. Junto com a traição de Judas, o evangelho traz também a negação de Pedro. São os dos dois fatos que mais contribuíram para o sofrimento de Jesus. Pedro diz que está disposto a dar a vida por Jesus. Jesus o chama à realidade: “Você dar a vida por mim? O galo não cantará sem que me renegues três vezes”. Marcos tinha escrito: “O galo não cantará duas vezes e você já me terá negado três vezes” (Mc 14,30). Todo mundo sabe que o canto do galo é rápido. Quando de manhã cedo o primeiro galo começa a cantar, quase ao mesmo tempo todos os galos estão cantando. Pedro é mais rápido na negação do que o galo no canto.
4) Para um confronto pessoal
1) Judas, amigo, torna-se traidor. Pedro, amigo, torna-se negador. E eu?
2) Colocando-me na situação de Jesus: como enfrenta negação e traição, o desprezo e a exclusão?
5) Oração final
És tu, Senhor, a minha esperança, és minha confiança, SENHOR, desde a minha juventude. Sobre ti me apoiei desde o seio materno, desde o colo de minha mãe és minha proteção; em ti está sempre o meu louvor. (Sl 70, 5-6)
Francisco diminui salário dos cardeais de Roma. Por quê?.
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Austeridade é palavra de ordem no governo do papa jesuíta
Em decisão histórica, Francisco reduz em 10%, e por tempo indeterminado, o salário dos cardeais que atuam em Roma (AFP/ Vincenzo Pinto)
Mirticeli Medeiros*
Como o resto do mundo, o Vaticano está em crise. Recentemente, a Secretaria de Economia da instituição publicou seu balanço anual, que prevê déficit de 49,7 milhões de euros. Motivo: atividades comerciais em queda (atrações turísticas e museus fechados); menos doações à Igreja e setor imobiliário pouco movimentado por causa da crise. Diante disso, qual a atitude do papa? Evitar, a todo o custo, as demissões. O pontífice disse que nenhum funcionário do Vaticano ficará sem emprego, independente do que aconteça. O pequeno Estado mantém, atualmente, cerca de 5 mil funcionários. Dentre os quais mais de 3 mil não são religiosos.
Mas para tomar esse tipo de decisão, outros cortes tiveram que ser feitos. E num ato corajoso, Francisco mexeu, justamente, no bolso de seus mais estreitos colaboradores: os cardeais. Preferiu sacrificá-los a reduzir a remuneração dos pais de família que dependem do Vaticano.
Um cardeal que trabalha no pequeno Estado ganha, atualmente, cerca de 5. 500 mil euros (pouco mais de 36 mil reais, na cotação atual). Além disso, eles não pagam impostos na Itália (porque são cidadãos do Vaticano) e moram em 'apartamentos funcionais' cedidos pela instituição. Com a medida, eles passarão a receber 4.950 mil euros – menos 10%. Mesmo assim, é um valor acima da média, se compararmos à realidade italiana. Para se ter uma ideia, um funcionário público, no país, fatura metade disso. Um gerente de banco, por exemplo (um dos cargos mais bem pagos na Itália), embolsa cerca de 4 mil euros ao mês.
Vale salientar que a medida se aplica somente aos cardeais que trabalham no Vaticano. São eles que, em sua maioria, coordenam os dicastérios (ministérios) da Cúria Romana, como no caso da Congregação para a Doutrina da Fé, Institutos de Vida Consagrada, Culto Divino, etc. Como vimos, o valor da remuneração ultrapassa o recebido por trabalhadores formais na Itália. Porém, enquanto ministros de um Estado (no caso, o Vaticano), os purpurados recebem menos que um ministro do governo italiano, cujo salário varia entre 9 mil e 12 mil euros ao mês.
Os outros cardeais, que geralmente são arcebispos de grandes cidades pelo mundo, são mantidos pelas dioceses que coordenam. Os italianos recebem entre 1.400 e 3 mil euros.
A decisão de Francisco foi publicada em forma de motu proprio (um documento pontifício que exprime um desejo pessoal do papa). É a segunda vez que ele, dentro do seu projeto de reforma das finanças vaticanas, mexe no dinheiro dos purpurados. E explicou que a mudança não foi motivada somente pela crise provocada pela pandemia. O texto também diz que o objetivo é seguir os "critérios da proporcionalidade e da progressividade", de modo que "os postos de trabalho, daqui pra frente, sejam salvaguardados".
Em 2013, após ser eleito, o papa argentino retirou o bônus de 2 mil euros que era concedido aos cardeais da Comissão do Banco do Vaticano (IOR). Na época, para conter gastos, também congelou o salário de todos os empregados do Vaticano.
Desta vez, além dos cardeais, chefes de outros organismos da Cúria Romana, bem como religiosos e padres, que não necessariamente assumem cargos de direção, terão redução na folha de pagamento. Menos 8% para o primeiro grupo e menos 3% para o segundo.
Os cardeais, que trabalham em Roma, sempre receberam uma contribuição?
A remuneração dada aos cardeais, que por muito tempo foi chamada de "piatto cardinalizio" – do italiano, "prato cardinalício" – foi estabelecida, formalmente, no século 15, pelo papa Paulo III. Porém, para que o cardeal pudesse receber a remuneração, alguns critérios deveriam ser observados.
O beneficiado não poderia pertencer a uma família nobre nem receber nenhum tipo de sustento do soberano do território de proveniência. O prato, nesse caso, servia para suprir o que faltava à manutenção daquele cardeal em Roma, um auxílio "ao prato do pobre cardeal".
Atualmente, o Vaticano prefere usar o termo "contribuição cardinalícia" quando se refere à remuneração recebida pelos cardeais que atuam na Cúria Romana.
*Mirticeli Medeiros é jornalista e mestre em História da Igreja pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Desde 2009, cobre o Vaticano para meios de comunicação no Brasil e na Itália e é colunista do Dom Total, onde publica às sextas-feiras. Fonte: https://domtotal.com
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