NOSSA SENHORA DAS DORES - 15 de setembro: Evangelho do dia- Lectio Divina, com Frei Carlos Mesters, O. Carm
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1) Oração
Ó Deus, quando o vosso Filho foi exaltado, quisestes que sua Mãe estivesse ao pé, junto à cruz, sofrendo com ele. Dai à vossa Igreja, unida a Maria na paixão de Cristo, participar da ressurreição do Senhor. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Jo 19,25-27)
Naquele tempo, 25Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. 26Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. 27Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.
3) Reflexão João 19,25-27
Hoje, festa de Nossa Senhora das Dores, o evangelho do dia traz a passagem em que Maria, a mãe de Jesus, e o discípulo amado se encontram no calvário diante da Cruz. A Mãe de Jesus aparece duas vezes no evangelho de João: no começo, nas bodas de Caná (Jo 2,1-5), e no fim, ao pé da Cruz (Jo 19,25-27). Estes pois episódios, exclusivos do evangelho de João, têm um valor simbólico muito profundo. O evangelho de João, comparado com os outros três evangelhos é como quem tira raio-X onde os outros três só tiram fotografia. O raio-X da fé ajuda a descobrir dimensões nos acontecimentos que os olhos comuns não chegam a perceber. O evangelho de João, além de descrever os fatos, revela a dimensão simbólica que neles existe. Assim, nos dois casos, em Caná e na Cruz, a Mãe de Jesus representa simbolicamente o Antigo Testamento que aguarda a chegada do Novo Testamento e, nos dois casos, ela contribui para que o Novo chegue. Maria aparece como o elo entre o que havia antes e o que virá depois. Em Caná, ela simboliza o AT, percebe os limites do Antigo e toma a iniciativa para que o Novo possa chegar. Ela vai falar ao Filho: “Eles não tem mais vinho!” (Jo 2,3). E no Calvário? Vejamos:
João 19, 25: As mulheres e o Discípulo Amado junto à Cruz
Assim diz o Evangelho: “A mãe de Jesus, a irmã da mãe dele, Maria de Cléofas, e Maria Madalena estavam junto à cruz”. A “fotografia” mostra a mãe junto do filho, em pé. Mulher forte, que não se deixa abater. “Stabat Mater Dolorosa!” Ela é uma presença silenciosa que apóia o filho na sua entrega até à morte, e morte de cruz (Flp 2,8). Além disso, o “raio-X” da fé mostra como se realiza a passagem do AT para o NT. Como em Caná, a Mãe de Jesus representa o AT. O Discípulo Amado representa o NT, a comunidade que cresceu ao redor de Jesus. É o filho que nasceu do AT, a nova humanidade que se forma a partir da vivência do Evangelho do Reino. No fim do primeiro século, alguns cristãos achavam que o AT já não era necessário. De fato, no começo do segundo século, Márcion recusou todo o AT e ficou só com uma parte do NT. Por isso, muitos queriam saber qual a vontade de Jesus a este respeito.
João 19,26-28 : O Testamento ou a Vontade de Jesus
As palavras de Jesus são significativas. Vendo sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: "Mulher, eis aí o seu filho." Depois disse ao discípulo: "Eis aí a sua mãe." Os Antigo e o Novo Testamento devem caminhar juntos. A pedido de Jesus, o discípulo amado, o filho, o NT, recebe a Mãe, o AT, em sua casa. É na casa do Discípulo Amado, na comunidade cristã, que se descobre o sentido pleno do AT. O Novo não se entende sem o Antigo, nem o Antigo é completa sem o Novo. Santo Agostinho dizia: “Novum in vetere latet, Vetus in Novo patet”. (O Novo está escondido no Antigo. O Antigo desabrocha no Novo). O Novo sem o Antigo seria um prédio sem fundamento. E o Antigo sem o Novo seria uma árvore frutífera que não chegou a dar fruto.
Maria no Novo Testamento
De Maria se fala pouco no NT, e ela mesma fala menos ainda. Maria é a Mãe do silêncio. A Bíblia conservou apenas sete palavras de Maria. Cada uma destas sete palavras é como uma janela que permite olhar para dentro da casa de Maria e descobrir como ela se relacionava com Deus. A chave para entender tudo isso é dada por Lucas nesta frase: “Felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática." (Lc 11,27-28)
1ª Palavra: "Como pode ser isso se eu não conheço homem algum!" (Lc 1,34)
2ª Palavra: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra!" (Lc 1,38)
3ª Palavra: "Minha alma louva o Senhor, exulta meu espírito em Deus meu Salvador!" (Lc 1,46-55)
4ª Palavra: "Meu filho porque nos fez isso? Teu pai e eu, aflitos, te procurávamos" (Lc 2,48)
5º Palavra: "Eles não tem mais vinho!" (Jo 2,3)
6ª Palavra: "Fazei tudo o que ele vos disser!" (Jo 2,5)
7ª Palavra: O silêncio ao pé da Cruz, mais eloqüente que mil palavras! (Jo 19,25-27)
4) Para um confronto pessoal
1) Maria ao pé da Cruz. Mulher forte, silenciosa. Como é minha devoção a Maria, a mãe de Jesus?
2) Na Pietà de Miguelangelo, Maria aparece bem jovem, mais jovem que o próprio filho crucificado, quando já devia ter no mínimo em torno de 50 anos. Perguntado porque tinha esculpido o rosto da Maria tão jovem, Miguelangelo respondeu: “As pessoas apaixonadas por Deus não envelhecem nunca”. Apaixonada por Deus! Existe paixão por Deus em mim?
5) Oração final
Quão grande é, Senhor, vossa bondade, que reservastes para os que vos temem e com que tratais aos que se refugiam em vós, aos olhos de todos. (Sl 30,20)
Após polêmicas, a era dos padres pop pode ter chegado ao fim
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Superexposição midiática de religiosos gerou depressão, suspeita de enriquecimento ilícito e contestação do papel sacerdotal
Na série The Young Pope e em sua continuação The New Pope, da HBO, o papa Pio 13 (Jude Law) é um superstar da fé. Mais famoso e idolatrado do que qualquer cantor de rock ou estrela de cinema. Indisfarçavelmente narcisista, ele gosta do culto à sua imagem.
Sacerdotes com trajetória artística padeceram em consequência da fama estrondosa e de conflitos emocionais. Foto: Sala de TV
Já seu sucessor, o deprimido João Paulo III (John Malkovich), prefere manter distância dos holofotes. A pressão midiática sobre ele é tão sufocante que resulta em sua abdicação ao trono de São Pedro. Qualquer semelhança entre o popular papa Francisco e o introspectivo papa emérito Bento 16 não é mera coincidência.
A um católico tradicional, as duas produções causam choque, talvez até indignação. A ficção a respeito dos bastidores do Vaticano mostra um mundo odioso: disputas por dinheiro e poder, sexualidade e luxúria entre os homens que juraram castidade e celibato, domínio da vaidade sobre a pretendida humildade, acobertamento de pecados e crimes, menosprezo às mulheres que servem à cúpula da Igreja.
Na vida real, que às vezes supera a ficção em sordidez, um pouco daquele universo chocante no entorno dos papas pode ser vislumbrado nas acusações contra o padre Robson de Oliveira, do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, de Trindade (GO). Nacionalmente famoso graças a seu programa diário na Rede Vida, ele está no centro de uma investigação de vários crimes — apropriação indébita, falsificação de documentos, sonegação fiscal, associação criminosa e lavagem de dinheiro — que teriam sido cometidos a partir do desvio milionário de doações de fiéis ao longo de anos.
O escândalo não está restrito ao pecado da ganância. Um hacker pago com dinheiro arrecadado na igreja sob a liderança do padre Robson para não divulgar conteúdo impróprio a respeito da intimidade do líder religioso disse ter sido amante dele e apontou outros supostos casos amorosos. A repercussão de tantas denúncias graves teve repercussão bombástica na imprensa, nas redes sociais e entre devotos. O ápice da exposição negativa aconteceu em matéria de 19 minutos na edição de 23 de agosto do Fantástico, na Globo. O religioso e seus advogados negam qualquer ato ilegal. Culpado ou não, o estrago à imagem de Padre Robson é irreversível.
Esse vexame à Igreja Católica tem potencial para encerrar a era dos padres pop. Sempre existiram líderes com atuação artística e forte presença na mídia, a exemplo do precursor padre Zezinho, hoje com 79 anos, ainda circulando por TVs e rádios. Mas o status de superstar da fé foi lançado por Marcelo Rossi na década de 1990. O 'boca a boca' a respeito de suas missas dinâmicas o levou aos programas de Gugu Liberato e Faustão. Sucesso imediato. A televisão transformou o padre do hit ‘Erguei as Mãos’ em ídolo de milhões de pessoas, inclusive de outras religiões. Ele se tornou uma máquina de dinheiro com a venda de CDs, DVDs e livros.
A veneração à sua personalidade gerou extensa investigação do Vaticano. Havia na cúpula do catolicismo certo incômodo com a espetacularização em torno de Marcelo Rossi e a sombra que seu exibicionismo involuntário fazia sobre a liturgia. Vítima do próprio êxito, o padre de sorriso contagiante desenvolveu depressão profunda. Precisou renunciar ao espaço cativo diante das câmeras. Despiu-se da imagem de ‘showman’ de Cristo para buscar a reconexão consigo mesmo e com sua missão evangelizadora. Hoje, faz raras aparições na TV. Dedica-se aos livros. Em alguns deles relatou o inferno vivido nos anos de falsa felicidade.
Igualmente elevado à condição de popstar, padre Fabio de Melo se fez influenciador digital e prolífico produtor de memes. Belo e carismático, virou galã aos olhos das telespectadoras. Da TV Canção Nova passou a aparecer nos principais programas do País. Era um ímã de audiência. Contudo, em algum momento, uma desordem emocional o levou ao fundo do poço. O quadro depressivo foi tão forte que fez o sacerdote pesquisar métodos de suicídio. Afastou-se dos palcos e estúdios de TV. Buscou ajuda médica para tratar a mente e recuperar o amor pela vida. Continua ativo nas redes sociais, porém com grau de exposição menor.
Importante destacar que Marcelo Rossi e Fabio de Melo nunca foram acusados de nenhuma atitude ilícita, como acontece com Robson de Oliveira. A única falha foi, talvez, contra a própria saúde mental. Ambos conheceram as delícias e as dores do status de celebridade: foram amados e respeitados por muitos, criticados e desprezados por tantos outros. A mesma experiência ambígua (baseada em elogios e fofocas, respeitabilidade e invasão de privacidade) marcou os também padres midiáticos Reginaldo Manzotti (TV Evangelizar) e Alessandro Campos (ex-TV Aparecida e RedeTV!, atualmente na Rede Vida).
A visibilidade exagerada sempre cobra um preço alto, às vezes impagável. Nem os ungidos de Deus escapam dessa pressão. Por isso, após episódios angustiantes, a maioria dos padres pop decidiu se recolher ou diminuir a exposição pública. O surgimento de novo fenômeno do gênero na base da Igreja Católica brasileira fica cada vez mais improvável. Fonte: https://www.terra.com.br
*24º Domingo do Tempo Comum- Ano A: Um Olhar
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A Palavra de Deus que a liturgia do 24º Domingo do Tempo Comum nos propõe fala do perdão. Apresenta-nos um Deus que ama sem cálculos, sem limites e sem medida; e convida-nos a assumir uma atitude semelhante para com os irmãos que, dia a dia, caminham ao nosso lado.
O Evangelho fala-nos de um Deus cheio de bondade e de misericórdia que derrama sobre os seus filhos - de forma total, ilimitada e absoluta - o seu perdão. Os crentes são convidados a descobrir a lógica de Deus e a deixarem que a mesma lógica de perdão e de misericórdia sem limites e sem medida marque a sua relação com os irmãos.
A primeira leitura deixa claro que a ira e o rancor são sentimentos maus, que não convêm à felicidade e à realização do homem. Mostra como é ilógico esperar o perdão de Deus e recusar-se a perdoar ao irmão; e avisa que a nossa vida nesta terra não pode ser estragada com sentimentos, que só geram infelicidade e sofrimento.
Na segunda leitura Paulo sugere aos cristãos de Roma que a comunidade cristã tem de ser o lugar do amor, do respeito pelo outro, da aceitação das diferenças, do perdão. Ninguém deve desprezar, julgar ou condenar os irmãos que têm perspectivas diferentes. Os seguidores de Jesus devem ter presente que há algo de fundamental que os une a todos: Jesus Cristo, o Senhor. Tudo o resto não tem grande importância.
LEITURA I - Sir 27,33-28,9
Leitura do Livro d do Eclesiástico
O rancor e a ira são coisas detestáveis,
e o pecador é mestre nelas.
Quem se vinga sofrerá a vingança do Senhor,
que pedirá minuciosa conta de seus pecados.
Perdoa a ofensa do teu próximo
e, quando o pedires, as tuas ofensas serão perdoadas.
Um homem guarda rancor contra outro
e pede a Deus que o cure?
Não tem compaixão do seu semelhante
e pede perdão para os seus próprios pecados?
Se ele, que é um ser de carne, guarda rancor,
quem lhe alcançará o perdão das suas faltas?
Lembra-te do teu fim e deixa de ter ódio;
pensa na corrupção e na morte,
e guarda os mandamentos.
Recorda os mandamentos
e não tenhas rancor ao próximo;
pensa na Aliança do Altíssimo
e não repares nas ofensas que te fazem.
AMBIENTE
O livro de Ben Sira (também chamado "Eclesiástico"), de onde foi extraída a primeira leitura deste domingo, é um livro sapiencial que, como todos os livros sapienciais, pretende apresentar uma reflexão de carácter prático sobre a arte de bem viver e de ser feliz.
Estamos no início do séc. II a.C., numa época em que o helenismo tinha começado o seu trabalho pernicioso, no sentido de minar a cultura e os valores tradicionais de Israel. Jesus Ben Sira, o autor deste livro, está preocupado com a degradação dos valores tradicionais do seu Povo e as cedências que, sobretudo os mais jovens, vão fazendo à cultura grega. A "fé dos pais" corre riscos de desaparecer ou, ao menos, de perder a sua identidade.
Jesus Ben Sira procura, então, apresentar uma síntese da religião tradicional e da sabedoria de Israel, sublinhando a grandeza dos valores judaicos e demonstrando que a cultura judaica não fica a dever nada à brilhante cultura grega. Por essa razão, escreveu este compêndio de "sabedoria". Nele, tenta demonstrar aos seus compatriotas que Israel possuía na "Torah", revelada por Deus, a verdadeira "sabedoria" - uma "sabedoria" muito superior à "sabedoria" grega.
O texto que a liturgia de hoje nos propõe integra uma secção (cf. Sir 24,1-42,14) onde Jesus Ben Sira procura demonstrar que a "sabedoria" - criatura de Deus, oferecida a todos os homens piedosos (cf. Sir 1,1-23,38) - tem um campo especial de ação em Israel, o Povo eleito de Deus. Esta secção não tem uma estrutura clara e coerente: os temas vão-se sucedendo, aparentemente sem uma ordem lógica. Dominam, aí, as "máximas" destinadas a ensinar os comportamentos que se devem assumir nas relações sociais.
Uma nota de carácter prático: o nosso texto aparece, na maior parte das versões recentes da Bíblia, numerado como 27,30-28,7 e não como 27,33-28,9. Aqui, no entanto, conservamos a numeração 27,33-28,9 - que é a apresentada no "Leccionário Dominical". Esta discrepância resulta do facto de o texto apresentado pelo "Leccionário" seguir uma versão latina, mais longa do que a versão grega que serve de base às traduções mais recentes do Livro de Ben Sira.
ATUALIZAÇÃO
Todos os dias vemos, nas notícias que nos chegam de todos os cantos do mundo, onde nos leva a lógica do "responder na mesma moeda". Para vingar ofensas reais ou imaginárias, desencadeiam-se mecanismos de vingança que são responsáveis pela morte de inocentes, por sofrimentos e dramas sem fim e por uma espiral de violência sem limites e sem prazos. É este o mundo que queremos? A única forma de fazermos respeitar os nossos direitos e a nossa dignidade passará por deixarmos à solta os nossos instintos de vingança, de rancor e de ódio?
Ben Sira estabelece uma relação clara entre o perdão de Deus e o perdão humano. É claro que não podemos dizer que Deus não nos perdoa se nós não conseguirmos perdoar aos nossos irmãos (a bondade e a misericórdia de Deus são infinitamente maiores do que as nossas); mas, se o nosso coração estiver dominado por uma lógica de ódio e de vingança, o perdão que Deus nos oferece poderá encontrar aí lugar? Um coração duro, violento e agressivo, incapaz de compreender as falhas dos outros, estará suficientemente disponível para acolher a bondade e o amor de Deus?
Ben Sira lembra também, a propósito do perdão, o horizonte final do homem (a morte)... Não se tratará, tanto, de avisar que se não nos portarmos bem, Deus condena-nos (por esta altura, o Povo de Deus ainda não parece ter uma noção clara de que há, para além desta terra, uma vida eterna reservada para aqueles que escolhem Deus e os seus valores); trata-se, sobretudo, de sugerir que a nossa vida nesta terra está marcada pela brevidade e pela finitude e não pode ser estragada com sentimentos que só nos magoam a nós e aos outros.
Muitos homens do nosso tempo pensam que só nos afirmamos, só nos realizamos e só triunfamos quando somos fortes e respondemos com força e agressividade à força e agressividade dos outros. Jesus Ben Sira, contudo, ensina que a "sabedoria", o êxito e a felicidade do homem não passam por cultivar sentimentos de ódio e de rancor, mas por cultivar sentimentos de perdão e de misericórdia. Quem tem razão? O que é que nos dá paz, nos faz sentir em harmonia conosco, com Deus e com ou outros e nos torna mais felizes: os gestos violentos que mostraram aos outros a nossa força e apaziguaram o nosso orgulho ferido, ou os nossos gestos de perdão, de bondade, de misericórdia?
EVANGELHO (Mt 18,21-35)
MENSAGEM
O mandamento do perdão não é novo - como vimos, aliás, na primeira leitura. Os catequistas de Israel ensinavam a perdoar as ofensas e a não guardar rancor contra o irmão que tinha cometido qualquer falha. Os "mestres" de Israel estavam, no entanto, de acordo em que a obrigação de perdoar existia apenas em relação aos membros do Povo de Deus (os inimigos estavam excluídos dessa dinâmica de amor e de misericórdia). A grande discussão girava, porém, à volta do número limite de vezes em que se devia perdoar. Todos - desde os mais exigentes aos mais misericordiosos - aceitavam, contudo, que o perdão tem limites e que não se deve perdoar indefinidamente.
É nesta problemática que Jesus é envolvido pelos discípulos. Pedro, o porta-voz da comunidade, consulta Jesus acerca dos limites do perdão. Ele sabe que, quanto a isto, Jesus tem ideias radicais e, talvez com alguma ironia, pergunta a Jesus se, na sua perspectiva, se deve perdoar sempre ("até sete vezes?" - vers. 21: o número sete, na cultura semita, indica "totalidade").
Jesus responde que não só se deve perdoar sempre, mas de forma ilimitada, total, absoluta ("setenta vezes sete" - vers. 22). Deve-se perdoar sempre, a toda a gente (mesmo aos inimigos) e sem qualquer reserva, sombra ou prevenção.
É neste contexto e a propósito da lógica do perdão que Jesus propõe aos discípulos uma parábola (vers. 23-35). A parábola apresenta-se em três quadros ou cenas.
Atualização.
O Evangelho deste domingo é sobre a necessidade de perdoar sempre, de forma radical e ilimitada. Trata-se - todos estamos conscientes do facto - de uma das exigências mais difíceis que Jesus nos faz. No entanto não há, neste campo, meias tintas, dúvidas, evasivas, desculpas: trata-se de um valor fundamental da proposta de Jesus. Ele deu testemunho, em gestos concretos, do amor, da bondade e da misericórdia do Pai. Na cruz, ele morreu pedindo perdão para os seus assassinos... Ora o cristão é, antes de mais, um seguidor de Jesus. Pessoalmente, como é que me situo face a isto?
O perdão e a misericórdia tornam-se ainda mais complicados à luz dos valores que presidem à construção do nosso mundo. O "mundo" considera que perdoar é próprio dos fracos, dos vencidos, dos que desistem de impor a sua personalidade e a sua visão do mundo; Deus considera que perdoar é dos fortes, dos que sabem o que é verdadeiramente importante, dos que estão dispostos a renunciar ao seu orgulho e autossuficiência para apostar num mundo novo, marcado por relações novas e verdadeiras entre os homens. Na verdade, a lógica do mundo só tem aumentado a espiral de violência, de injustiça, de morte; a lógica de Deus tem ajudado a mudar os corações e frutificado em gestos de amor, de partilha, de diálogo e de comunhão. Para mim, qual destas duas propostas faz mais sentido? Qual destes dois caminhos pode ajudar a instaurar uma realidade mais humana, mais harmoniosa, mais feliz?
O que significa, realmente, perdoar? Significa ceder sempre diante daqueles que nos magoam e nos ofendem? Significa encolher os ombros e seguir adiante quando nos confrontamos com uma situação que causa morte e sofrimento a nós ou a outros nossos irmãos? Significa "deixar correr" enquanto forem coisas que não nos afetem diretamente? Significa pactuar com a injustiça e a opressão? Significa tolerar tudo num silêncio feito de cobardia e de conformismo? Não. O perdão não pode ser confundido com passividade, com alienação, com conformismo, com cobardia, com indiferença... O cristão, diante da injustiça e da maldade, não esconde a cabeça na areia, fingindo que não viu nada... O cristão não aceita o pecado e não se cala diante do que está errado; mas não guarda rancor para com o irmão que falhou, nem permite que as falhas derrubem as possibilidades de encontro, de comunhão, de diálogo, de partilha... Perdoar não significa isolar-se num silêncio ofendido, ou demitir-se das responsabilidades na construção de um mundo novo e melhor; mas significa estar sempre disposto a ir ao encontro, a estender a mão, a recomeçar o diálogo, a dar outra oportunidade.
Este Evangelho recorda-nos - talvez ainda de forma mais clara e concludente - aquilo que a primeira leitura já sugeria: quem faz a experiência do perdão de Deus, envolve-se numa lógica de misericórdia que tem, necessariamente, implicações na forma de abordar os irmãos que falharam. Não podemos dizer que Deus não perdoa a quem é incapaz de perdoar aos irmãos; mas podemos dizer que experimentar o amor de Deus e deixar-se transformar por Ele significa assumir uma outra atitude para com os irmãos, uma atitude marcada pela bondade, pela compreensão, pela misericórdia, pelo acolhimento, pelo amor.
*Leia a reflexão na íntegra. Clique ao lado no link- EVANGELHO DO DIA.
EVANGELHO DO DIA-23º DOMINGO DO TEMPO COMUM. Sábado, 12 de setembro-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos, concedei aos que creem no Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 6,43-49)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 43 "Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons; 44 porque toda árvore é conhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem se apanham uvas de plantas espinhosas. 45 O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração, mas o homem mau tira do seu mal coisas más, porque a boca fala daquilo de que o coração está cheio." 46 "Por que vocês me chamam: 'Senhor! Senhor!', e não fazem o que eu digo? 47 Vou mostrar a vocês com quem se parece todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática. 48 É semelhante a um homem que construiu uma casa: cavou fundo e colocou o alicerce sobre a rocha. Veio a enchente, a enxurrada bateu contra a casa, mas não conseguiu derrubá-la, porque estava bem construída. 49 Aquele que ouve e não põe em prática, é semelhante a um homem que construiu uma casa sobre a terra, sem alicerce. A enxurrada bateu contra a casa, e ela imediatamente desabou; e foi grande a ruína dessa casa."
3) Reflexão Lucas 6,43-49
O evangelho de hoje traz a parte final do Sermão da Planície que é a versão que Lucas dá do Sermão da Montanha do evangelho de Mateus. Neste final, Lucas reúne
Lucas 6,43-45: A parábola da árvore que dá bons frutos
"Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons; porque toda árvore é conhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem se apanham uvas de plantas espinhosas”. A carta do apóstolo Tiago serve como comentário para esta palavra de Jesus: “Por acaso, a fonte pode fazer jorrar da mesma mina água doce e água salobra? Meus irmãos, por acaso uma figueira pode dar azeitonas, e uma videira pode dar figos? Assim também uma fonte salgada não pode produzir água” (Tiago 3,11-12). A pessoa bem formada na tradição da convivência comunitária faz crescer dentro de si um bom índole que a leva a praticar o bem. Ele “tira coisas boas do bom tesouro do seu coração”, mas a pessoa que descuidou da sua formação terá dificuldade de produzir coisas boas. Ao contrário, “ele tira do seu mal coisas más, porque a boca fala daquilo de que o coração está cheio". A respeito do “bom tesouro do coração” vale a pena lembrar o que diz o livro do Eclesiástico sobre o coração como fonte do bom conselho: “Siga o conselho do seu próprio coração, porque mais do que este ninguém será fiel a você. O coração do homem freqüentemente o avisa melhor do que sete sentinelas colocadas em lugar alto. Além disso tudo, peça ao Altíssimo que dirija seu comportamento conforme a verdade” (Eclo 37,13-15).
Lucas 6,46: Não basta dizer Senhor, Senhor
O importante não é falar bonito sobre Deus, mas é fazer a vontade do Pai e ser assim uma revelação do seu rosto e da sua presença no mundo.
Lucas 6,47-49: Construir a casa sobre a rocha
Ouvir e praticar, esta é a conclusão final do Sermão da Montanha. Muita gente procurava segurança e poder religioso através de dons extraordinários ou de observâncias. Mas a segurança verdadeira não vem do poder, não vem de nada disso. Ela vem de Deus! E Deus se torna fonte de segurança, quando procuramos praticar a sua vontade. Aí, Ele será a rocha que nos sustenta na hora das dificuldades e das tempestades.
Deus como rocha da nossa vida.
No livro dos Salmos, frequentemente encontramos a expressão: “Deus é a minha rocha e a minha fortaleza... Meus Deus, rocha minha, meu refúgio, meu escudo, força que me salva...”(Sl 18,3). Ele é a defesa e a força de quem nele acredita e busca a justiça (Sl 18,21.24). As pessoas que confiam neste Deus, tornam-se, por sua vez, uma rocha para os outros. Assim, o profeta Isaías faz um convite ao povo que estava no cativeiro: "Vocês que estão à procura da justiça e que buscam a Deus! Olhem para a rocha da qual foram talhados, para a pedreira da qual foram extraídos. Olhem para Abraão, seu pai, e para Sara, sua mãe” (Is 51,1-2). O profeta pede para o povo não esquecer o passado e lembrar como Abraão e Sara pela fé em Deus se tornaram rocha, começo do povo de Deus. Olhando para esta rocha, o povo devia criar coragem para lutar e sair do cativeiro. Do mesmo modo, Mateus exorta as comunidades para que tenham como alicerce a mesma rocha (Mt 7,24-25) e possam, dessa maneira, elas mesmas ser rocha para fortalecer os seus irmãos na fé. Este é também o sentido do nome que Jesus deu a Pedro: “Você é Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja” (Mt 16,18). Esta é a vocação das primeiras comunidades, chamadas a unir-se a Jesus, a pedra viva, para tornarem-se, também elas, pedras vivas pela escuta e pela prática da Palavra (Pd 2,4-10; 2,5; Ef 2,19-22).
4) Para um confronto pessoal
1) Qual a qualidade do meu coração?
2) Minha casa está construída sobre a rocha?
5) Oração final
Foste tu que criaste minhas entranhas e me teceste no seio de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste maravilhoso; são admiráveis as tuas obras; tu me conheces por inteiro (Sl 138, 13-14)
EVANGELHO DO DIA-23º DOMINGO DO TEMPO COMUM. Sexta-feira, 11 de setembro-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos, concedei aos que creem no Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 6,39-42)
Naquele tempo, 39 Jesus contou uma parábola aos discípulos: "Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? 40 Nenhum discípulo é maior do que o mestre; e todo discípulo bem formado será como o seu mestre. 41 Por que você fica olhando o cisco no olho do seu irmão, e não presta atenção na trave que há no seu próprio olho? 42 Como é que você pode dizer ao seu irmão: 'Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho', quando você não vê a trave no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave do seu próprio olho, e então você enxergará bem, para tirar o cisco do olho do seu irmão."
3) Reflexão Luca 6,39-42
O evangelho de hoje traz mais alguns trechos do discurso que Jesus pronunciou na planície depois de ter passado uma noite em oração (Lc 6,12) e de ter chamado o doze para serem seus apóstolos (Lc 6,13-14). Grande parte das frases reunidas neste discurso foram pronunciadas em outras ocasiões, mas Lucas, imitando Mateus, as reuniu aqui neste Sermão da Planície.
Lucas 6,39: A parábola do cego guiando outro cego
Jesus contou uma parábola aos discípulos: "Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco?” Parábola de uma linha só que tem muita semelhança com as advertências que, no evangelho de Mateus, são dirigidas aos fariseus: “Ai de vocês, guias cegos!” (Mt 23,16.17.19.24.26) Aqui no contexto do evangelho de Lucas, esta parábola é dirigida aos animadores das comunidades que se consideram donos da verdade, superiores aos outros. Por isso são guias cegos.
Lucas 6,40: Discípulo - Mestre
“Nenhum discípulo é maior do que o mestre; e todo discípulo bem formado será como o seu mestre”. Jesus é Mestre. Não é professor. Professor dá aula em várias matérias, mas não convive. Mestre não dá aula, mas convive. A sua matéria é ele mesmo, o seu testemunho de vida, sua maneira de viver as coisas que ensina. A convivência com o mestre tem três aspectos: (1) O mestre é o modelo ou o exemplo a ser imitado (cf.Jo 13,13-15). (2) O discípulo não só contempla e imita, mas também se compromete com o destino do mestre, com a sua tentações (Lc 22,28), perseguição (Mt 10,24-25), e morte (Jo 11,16). (3) Não só imita o modelo, não só assume o compromisso, mas chega a identificar-se: "Vivo, mas já não sou eu, é Cristo que vive em mim" (Gl 2,20). Este terceiro aspecto é a dimensão mística do seguimento de Jesus, fruto da ação do Espírito.
Lucas 6,41-42: O cisco no olho do irmão
“Por que você fica olhando o cisco no olho do seu irmão, e não presta atenção na trave que há no seu próprio olho? Como é que você pode dizer ao seu irmão: 'Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho', quando você não vê a trave no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave do seu próprio olho, e então você enxergará bem, para tirar o cisco do olho do seu irmão". No Sermão da Montanha, Mateus trata do mesmo assunto e explica um pouco melhor a parábola do cisco no olho. Jesus pede uma atitude criativa que nos torne capazes de ir ao encontro do outro sem julgá-lo, sem preconceitos e racionalizações, acolhendo-o como irmão (Mt 7,1-5). Esta total abertura para o outro como irmão só nascerá em nós quando soubermos relacionar-nos com Deus em total confiança de filhos (Mt 7,7-11).
4) Para um confronto pessoal
1) Cisco e trave no olho. Como eu me relaciono com os outros em casa na família, no trabalho com os colegas, na comunidade com os irmãos e as irmãs?
2) Mestre e discípulo. Como sou discípulo de Jesus?
5) Oração final
Felizes os que habitam em vossa casa, Senhor: aí eles vos louvam para sempre. Feliz o homem cujo socorro está em vós, e só pensa em vossa santa peregrinação (Sl 83, 3)
EVANGELHO DO DIA-23º DOMINGO DO TEMPO COMUM. Quarta-feira, 9 de setembro-2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos, concedei aos que creem no Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 6, 20-26)
Naquele tempo, 20Jesus ergueu os olhos para os seus discípulos e disse: Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o Reino de Deus! 21Bem-aventurados vós que agora tendes fome, porque sereis fartos! Bem-aventurados vós que agora chorais, porque vos alegrareis! 22Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos ultrajarem, e quando repelirem o vosso nome como infame por causa do Filho do Homem! 23Alegrai-vos naquele dia e exultai, porque grande é o vosso galardão no céu. Era assim que os pais deles tratavam os profetas. 24Mas ai de vós, ricos, porque tendes a vossa consolação! 25Ai de vós, que estais fartos, porque vireis a ter fome! Ai de vós, que agora rides, porque gemereis e chorareis! 26Ai de vós, quando vos louvarem os homens, porque assim faziam os pais deles aos falsos profetas!
3) Reflexão Lucas 6, 20-26
O evangelho de hoje traz as quatro bem-aventuranças e as quatro maldições do Evangelho de Lucas. Há uma revelação progressiva na maneira de Lucas apresentar o ensinamento de Jesus. Até 6,16, ele disse muitas vezes que Jesus ensinava o povo, mas não chegou a relatar o conteúdo do ensinamento (Lc 4,15.31-32.44; 5,1.3.15.17; 6,6). Agora, depois de informar que Jesus viu a multidão desejosa de ouvir a palavra de Deus, Lucas traz o primeiro grande discurso que começa com as exclamações: "Felizes vocês pobres!" e "Ai de vocês, ricos!", e ocupa todo o resto do capítulo (Lc 6,12-49). Alguns chamam este discurso de "Sermão da Planície", pois, segundo Lucas, Jesus desceu da montanha e parou num lugar plano onde fez o discurso. No evangelho de Mateus, este mesmo discurso é feito na montanha (Mt 5,1) e é chamado "Sermão da Montanha". Em Mateus, o sermão traz oito bem-aventuranças, que traçam um programa de vida para as comunidades cristãs de origem judaica. Em Lucas, o sermão é mais breve e mais radical. Ele traz quatro bem-aventuranças e quatro maldições, dirigidas para as comunidades helenistas, constituídas de ricos e pobres. Este discurso de Jesus vai ser meditado no evangelho diário dos próximos dias até 13 de setembro.
Lucas 6,20: Felizes vocês, pobres!
Olhando para os discípulos, Jesus declara: "Felizes vocês pobres, porque o Reino de Deus é de vocês!" Esta declaração identifica a categoria social dos discípulos. Eles são pobres! E a eles Jesus promete: “O Reino é de vocês!” Não é uma promessa para o futuro. O verbo está no presente. O Reino já é deles. Eles são felizes desde já. No evangelho de Mateus, Jesus explicita o sentido e diz: "Felizes os pobres em Espírito!" (Mt 5,3). São os pobres que têm o Espírito de Jesus. Pois há pobres com cabeça ou espírito de rico. Os discípulos de Jesus são pobres com cabeça de pobre. Como Jesus, não querem acumular, mas assumem a sua pobreza e, com ele, lutam por uma convivência mais justa, onde haja fraternidade e partilha de bens, sem discriminação.
Lucas 6,21-22: Felizes vocês, que agora têm fome e choram!
Na 2ª e 3ª bem-aventurança Jesus diz: "Felizes vocês que agora estão com fome, porque serão saciados! Felizes vocês que agora choram, porque vão dar risada!" Uma parte das frases está no presente e outra no futuro. Aquilo que agora vivemos e sofremos não é o definitivo. O definitivo é o Reino que estamos construindo hoje na força do Espírito de Jesus. Construir o Reino traz sofrimento e perseguição, mas uma coisa é certa: o Reino vai chegar e “vocês serão saciados e vão dar risada!”.
Lucas 6,23: Felizes serão, quando os homens os odiarem....!
A 4ª bem-aventurança se refere ao futuro: "Felizes serão vocês, quando os homens os odiarem e rejeitarem por causa do Filho do Homem! Fiquem alegres naquele dia, porque grande será a sua recompensa, porque assim também foram tratados os profetas!" Com estas palavras de Jesus, Lucas anima as comunidades do seu tempo, que estavam sendo perseguidas. O sofrimento não é estertor de morte, mas sim dor de parto. Fonte de esperança! A perseguição era um sinal de que o futuro anunciado por Jesus estava chegando para elas. Elas estavam no caminho certo.
Lucas 6,24-25: Ai de vocês, ricos! Ai de vocês que agora têm fartura e riem!
Após as quatro bem-aventuranças a favor dos pobres e excluídos, seguem quatro ameaças ou maldições contra os ricos e os que passam bem e são elogiados por todos. As quatro ameaças têm a mesma forma literária que as quatro bem-aventuranças. A 1ª está no presente. A 2ª e a 3ª têm uma parte no presente e outra no futuro. E a 4ª se refere inteiramente ao futuro. Estas ameaças só se encontram no evangelho de Lucas e não no de Mateus. Lucas é mais radical na denúncia da injustiça.
Diante de Jesus, naquela planície não havia ricos. Só havia gente pobre e doente, vinda de todos os lados (Lc 6,17-19). Mesmo assim, Jesus diz: "Ai de vocês, ricos!" É que Lucas, ao transmitir estas palavras de Jesus, estava pensando mais nas comunidades do seu tempo. Nelas havia ricos e pobres, e havia discriminação dos pobres pelos ricos, a mesma que marcava a estrutura do Império Romano (cf. Tg 5,1-6; Apc 3,17-19). Jesus faz uma crítica dura e direta aos ricos: Vocês, ricos, já têm sua consolação! Vocês têm fartura, mas vão passar fome! Vocês estão rindo, mas vão ficar aflitos e vão chorar! Sinal de que para Jesus, a pobreza não é uma fatalidade, nem é fruto de preguiça, mas é fruto de enriquecimento injusto dos outros.
Lucas 6,26: Ai de vocês quando todos os elogiarem!
“Ai de vocês quando todos os elogiarem, porque assim seus pais tratavam os falsos profetas!” Esta quarta ameaça se refere aos filhos dos que no passado elogiavam os falsos profetas. É que algumas autoridades dos judeus usavam o seu prestígio e a sua autoridade para criticar Jesus.
4) Para um confronto pessoal
1-Será que nós olhamos a vida e as pessoas com o mesmo olhar de Jesus? Dentro do seu coração, o que você acha: uma pessoa pobre e faminta é realmente feliz? As novelas da Televisão e a propaganda do comércio, qual o ideal de felicidade que elas nos apresentam
2-Dizendo “Felizes os pobres”, será que Jesus estava querendo dizer que os pobres devem continuar na pobreza?
5) Oração final
O Senhor é clemente e justo, o nosso Deus é misericordioso. O Senhor protege os simples: eu era fraco e ele me salvou (Sl 114, 5-6)
O NASCIMENTO DE MARIA TÁ NA BÍBLIA?...
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O NASCIMENTO DE MARIA TÁ NA BÍBLIA?... Entenda a Festa que a Igreja celebra hoje. Por Frei Petrônio de Miranda, O. Carm. Convento do Carmo de Angra dos Reis/RJ. 8 de setembro-2020.
NATIVIDADE DE NOSSA SENHORA - 8 de setembro. Evangelho do dia- Lectio Divina, com Frei Carlos Mesters, O. Carm
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1) Oração
Abri, ó Deus, para os vossos servos e servas os tesouros da vossa graça: e assim como a maternidade de Maria foi a aurora da salvação, a festa do seu nascimento aumente em nós a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 1,1-16.18-23)
1Genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. 2Abraão gerou Isaac. Isaac gerou Jacó. Jacó gerou Judá e seus irmãos. 3Judá gerou, de Tamar, Farés e Zara. Farés gerou Esron. Esron gerou Arão. 4Arão gerou Aminadab. Aminadab gerou Naasson. Naasson gerou Salmon. 5Salmon gerou Booz, de Raab. Booz gerou Obed, de Rute. Obed gerou Jessé. Jessé gerou o rei Davi. 6O rei Davi gerou Salomão, daquela que fora mulher de Urias. 7Salomão gerou Roboão. Roboão gerou Abias. Abias gerou Asa. 8Asa gerou Josafá. Josafá gerou Jorão. Jorão gerou Ozias. 9Ozias gerou Joatão. Joatão gerou Acaz. Acaz gerou Ezequias. 10Ezequias gerou Manassés. Manassés gerou Amon. Amon gerou Josias. 11Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no cativeiro de Babilônia. 12E, depois do cativeiro de Babilônia, Jeconias gerou Salatiel. Salatiel gerou Zorobabel. 13Zorobabel gerou Abiud. Abiud gerou Eliacim. Eliacim gerou Azor. 14Azor gerou Sadoc. Sadoc gerou Aquim. Aquim gerou Eliud. 15Eliud gerou Eleazar. Eleazar gerou Matã. Matã gerou Jacó. 16Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo. 18Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. 19José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente. 20Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados. 22Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta: 23Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel (Is 7, 14), que significa: Deus conosco.
3) Reflexão Mateus 1,1-16.18-23
Hoje, 8 de setembro, festa da Natividade de Nossa Senhora, o evangelho traz a genealogia ou a carteira de identidade de Jesus. Por meio de uma lista de nomes dos antepassados, o evangelista conta para as comunidades quem é Jesus e como Deus agiu de modo surpreendente para cumprir nele a sua promessa. As nossas carteiras de identidade têm o nosso nome e o nome dos nossos pais. Algumas pessoas, para dizer quem são, lembram também os nomes dos avôs e avós. Outras, têm vergonha de alguns antepassados da sua família, e se escondem atrás de aparências que enganam. A carteira de identidade de Jesus tem muitos nomes. Na lista destes nomes há uma grande novidade. Naquele tempo, as genealogias traziam somente os nomes dos homens. Por isso, surpreende o fato de Mateus colocar cinco mulheres entre os antepassados de Jesus: Tamar, Raab, Rute, a mulher de Urias e Maria. Por que ele escolheu precisamente estas cinco mulheres, e não outras? Esta é a pergunta que o evangelho de Mateus deixa na nossa cabeça.
Mateus 1,1-17: A longa lista dos nomes – o começo e o fim da genealogia
No começo e no final da genealogia, Mateus deixa claro qual é a identidade de Jesus: ele é o Messias, filho de Davi e filho de Abraão. Como descendente de Davi, Jesus é a resposta de Deus às expectativas do povo judeu (2 Sm 7,12-16). Como descendente de Abraão, ele é uma fonte de bênção e de esperança para todas as nações da terra (Gn 12,13). Assim, tanto os judeus como os pagãos que faziam parte das comunidades da Síria e da Palestina na época de Mateus, ambos podiam ver suas esperanças realizadas em Jesus.
Ao elaborar a lista dos antepassados de Jesus, Mateus adotou um esquema de 3 x 14 gerações (Mt 1,17). O número 3 é o número da divindade. O número 14 é duas vezes 7, que é o número da perfeição. Naquele tempo, era comum interpretar ou calcular a ação de Deus através de números e datas. Por meio destes cálculos simbólicos, Mateus revela a presença de Deus ao longo das gerações e exprime a convicção das comunidades de que Jesus apareceu no tempo estabelecido por Deus. Com a sua chegada a história alcançou o seu pleno cumprimento.
A mensagem das cinco mulheres citadas na genealogia
Jesus é a resposta de Deus às expectativas tanto de judeus como de pagãos, sim, mas o é de uma forma totalmente surpreendente. Nas histórias das quatro mulheres do AT, citadas na genealogia, existe algo de anormal. As quatro eram estrangeiras, conceberam seus filhos fora dos padrões normais do comportamento da época e não satisfaziam às exigências das leis da pureza do tempo de Jesus. Tamar, uma cananéia, viúva, se vestiu de prostituta para obrigar Judá a ser fiel à lei e dar-lhe um filho (Gn 38,1-30). Raab , uma cananéia, prostituta de Jericó, fez aliança com os israelitas. Ajudou-os a entrar na Terra Prometida e professou a fé no Deus libertador do Êxodo (Js 2,1-21). Betsabea, uma hitita, mulher de Urias, foi seduzida, violentada e engravidada pelo rei Davi, que, além disso, mandou matar o marido dela (2 Sm 11,1-27). Rute , uma moabita, viúva pobre, optou para ficar com Noemi e aderiu ao Povo de Deus (Rt 1,16-18). Aconselhada pela sogra Noemi, Rute imitou Tamar e passou a noite na eira, junto com Booz, forçando-o a observar a lei e dar-lhe um filho. Da relação entre os dois nasceu Obed, o avô do rei Davi (Rt 3,1-15;4,13-17). Estas quatro mulheres questionam os padrões de comportamento impostos pela sociedade patriarcal. Mesmo assim, suas iniciativas pouco convencionais deram continuidade à linhagem de Jesus e trouxeram a salvação de Deus para todo o povo. Foi através delas que Deus realizou seu plano e enviou o Messias prometido. Realmente, o jeito de agir de Deus surpreende e faz pensar! No fim, o leitor ou a leitora fica com a pergunta: “E Maria? Existe nela também alguma irregularidade nela? Qual?” A resposta é dada na história de São José que segue no texto (Mt 1,18-23).
Mateus 1,18-23: São José era justo
A irregularidade em Maria é que ela ficou grávida antes de conviver com José, seu prometido esposo, que era justo. Jesus disse: “Se a justiça de vocês não for maior que a justiça dos fariseus e escribas, não vão poder entrar no Reino dos céus”. Se José tivesse sido justo conforme a justiça dos fariseus, ele deveria ter denunciado Maria e ela teria sido apedrejada. Jesus teria morrido. Graças à verdadeira justiça de José, Jesus pôde nascer.
4) Para um confronto pessoal
1-Quando me apresento aos outros, o que digo de mim mesmo e da minha família?
2-Se o evangelista coloca apenas estas cinco mulheres ao lado de mais de quarenta homens, ele, sem dúvida, quer comunicar uma mensagem. Qual é esta mensagem? O que tudo isto nos diz sobre a identidade de Jesus? E o que diz sobre nós mesmos?
5) Oração final
Que todas as tuas obras te louvem, Senhor, e te bendigam os teus fiéis. Proclamem a glória do teu reino e falem do teu poder. (Sl 144, 10-11)
Bispos, dinheiro e ‘africanidade’
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Igreja Universal passou a ser vista, em Angola, como potencial ameaça
Há uma guerra em curso, em Angola, entre o poder terreno e o poder espiritual. Dias atrás, o governo angolano ordenou o fechamento de diversos templos da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), sob as acusações de evasão fiscal e lavagem de dinheiro. Atrás do véu das aparências, ocultam-se tensões políticas profundas, que envolvem o Brasil, além dos múltiplos usos do discurso da “africanidade”.
A Universal construiu um império com cerca de 300 templos, 500 mil fiéis e receitas anuais de US$ 80 milhões no país lusófono africano. No passado recente, a influência dos bispos de Edir Macedo não assustava o regime autoritário de José Eduardo dos Santos. A Iurd era aliada dos governos petistas — que, por sua vez, operavam como parceiros econômicos e diplomáticos do homem forte angolano, especialmente pela concessão de financiamentos do BNDES a obras da Odebrecht.
Mas tudo mudou, nos dois lados do Atlântico. Do lado de lá, João Lourenço tomou o lugar de José Eduardo dos Santos, deflagrando expurgos no MPLA, o partido dirigente, eliminando os dirigentes ligados ao antecessor. Do lado de cá, Bolsonaro substituiu o PT, rompendo a parceria com Angola. A única coisa que não mudou foi o “governismo de resultados” de Edir Macedo, que estabeleceu aliança com o presidente brasileiro de extrema-direita. Daí, a Iurd passou a ser vista, em Angola, como potencial ameaça ao sistema de poder de João Lourenço.
Regimes autoritários incomodam-se, sempre, com a presença de focos alternativos de influência. A ofensiva contra a Iurd inscreve-se nessa moldura genérica. Contudo as formas singulares que assume oferecem uma pequena aula sobre a narrativa da genuína “africanidade”.
Ano passado, sob a liderança do bispo Valente Bezerra Luiz, um vasto grupo de pastores angolanos cindiu com o comando brasileiro da Iurd, representado na África pelo bispo Honorilton Gonçalves. Os dissidentes formaram um centro dirigente local, a “comissão reformada”, e lançaram dois tipos de acusações contra a direção “universal”. De um lado, emergiu o tema do dinheiro: transferência ilegal de recursos angolanos ao Brasil. De outro, surgiu o da “africanidade”: o predomínio “racista” dos pastores brasileiros sobre os de Angola.
A igreja “universal” viu-se diante da questão nacional, uma encruzilhada que, ao longo da história, atormentou os partidos e movimentos internacionais. A guerra esquentou no fim de junho, durante a quarentena da Covid, quando os seguidores da “comissão reformada” invadiram templos vazios em quatro províncias, hasteando bandeiras angolanas nos púlpitos. Então, o grupo dissidente atacou residências de bispos brasileiros, enquanto os dirigentes oficiais organizaram uma milícia para recuperar os templos.
A cisão religiosa acompanha, como uma sombra, tanto a campanha de João Lourenço contra a facção de seu antecessor quanto o distanciamento geopolítico de Angola em relação ao Brasil. Valente e os seus ofereceram ao governo angolano os pretextos legais para deflagrar a ofensiva contra a Iurd. Repentinamente, as práticas financeiras habituais dos bispos “universais” chamaram a atenção de um regime que, antes, fingia nada saber. Fonte: https://oglobo.globo.com
Santuário dedicado à Madre Teresa: lugar de paz e alegria no coração
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Três anos atrás foi consagrado em Pristina, no Kosovo, o Santuário dedicado a Santa Teresa de Calcutá. O Bispo afirma; queremos trazer a reconciliação e a mensagem de amor da Santa, uma figura central para a evangelização
Debora Donnini – Vatican News
Este Santuário é como "uma lâmpada de amor, humildade e esperança, colocado no meio do povo". São palavras de Dom Dodë Gjergji, Bispo de Prizren-Pristina, Kosovo ao descrever o profundo significado do Santuário e da concatedral dedicada a Santa Teresa de Calcutá, três anos após sua consagração em 2017. A Santa fundadora das Missionárias da Caridade, falecida há 23 anos, tem sua memória litúrgica no dia 5 de setembro e foi beatificada em 2003 por São João Paulo II e canonizada pelo Papa Francisco em 2016. Em sua vida realizou ações extraordinárias de amor pelos descartados de nosso tempo e costumava reconhecer sua imagem como a de um "pequeno lápis nas mãos de Deus".
A história do Santuário
O Santuário tem uma história muito particular, encontra-se no local da morte dos primeiros mártires São Floro e Lauro (século II d.C.) e perto do túmulo do Arcebispo Peter Bogdani. Com o apoio do primeiro presidente do Kosovo, Ibrahim Rugova, o terreno foi concedido e a pedra fundamental foi abençoada em 26 de agosto de 2005 pelo bispo Mark Sopi. Ambos morreram no ano seguinte. Isto atrasou os trabalhos de construção. Com a nomeação e chegada do então administrador apostólico, Dodë Gjergji, o projeto foi retomado e, após 10 anos de trabalho, em 2017, o Santuário foi consagrado. Em 2010 foi possível celebrar o centenário do nascimento de Madre Teresa no próprio Santuário, que ainda estava em construção na época.
Luz que ilumina o passado
"Como Igreja Católica queremos ser uma luz de paz e reconciliação", "uma luz que ilumine nosso passado também para que as pessoas possam redescobrir suas raízes cristãs", diz o bispo na entrevista, em referência ao sofrimento vivido pela população, particularmente nos anos da Guerra em 1998-1999, com uma violência que causou a morte de pelo menos 11.000 pessoas. O Santuário é um lugar central na vida de Pristina, capital do Kosovo, "e não apenas para os cristãos", recorda Dom Gjergji: "é uma maravilha ver como pessoas de todas as confissões, de todas as nações, vêm alegremente à catedral e têm uma experiência de paz e alegria no coração". O prelado também lembra dos laços de Madre Teresa com esta terra: de seus pais nascidos em Prizren à vocação recebida no Santuário de Nossa Senhora de Letnica durante a vigília de 14 de agosto de 1928.
O encontro com Papa Francisco
Sobre o encontro com o Papa na semana passada, Dom Gjergji relata: "Discutimos várias questões a respeito do nosso país, nosso passado e futuro, e também falamos sobre o Santuário de Madre Teresa. Fiquei surpreso quando o Papa me perguntou: 'Como está o Santuário de Madre Teresa? Falamos, então, sobre o significado do Santuário para nosso país. A missão de Madre Teresa "nas periferias das cidades e nas periferias existenciais permanece em nossos dias como um testemunho eloquente da proximidade de Deus junto dos mais pobres entre os pobres", disse o Papa Francisco na homilia da missa de canonização, apontando como ela "se comprometeu com a defesa da vida proclamando incessantemente que ‘quem ainda não nasceu é o mais fraco, o menor, o mais miserável'" e como ela "inclinou-se sobre as pessoas indefesas, deixadas moribundas nas margens das ruas, reconhecendo a dignidade que Deus lhes dera.
Levar a mensagem de Madre Teresa aos jovens
O bispo de Prizren-Prishtin, que encontrou Madre Teresa duas vezes pessoalmente, lembra-se dela como uma mulher simples, boa e humilde, e salienta que ela é uma fonte central de esperança "para a reevangelização de nosso povo". "Tentamos", continua o bispo, "levar sua mensagem ao coração dos jovens porque não há exemplo mais belo do que o exemplo do amor de Madre Teresa por todos e em nome de Jesus Cristo". Fonte: https://www.vaticannews.va
23º Domingo do Tempo Comum - Ano A: Um Olhar de Correção Fraterna
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A liturgia deste domingo sugere-nos uma reflexão sobre a nossa responsabilidade face aos irmãos que nos rodeiam. Afirma, claramente, que ninguém pode ficar indiferente diante daquilo que ameaça a vida e a felicidade de um irmão e que todos somos responsáveis uns pelos outros.
A primeira leitura fala-nos do profeta como uma "sentinela", que Deus colocou a vigiar a cidade dos homens. Atento aos projetos de Deus e à realidade do mundo, o profeta apercebe-se daquilo que está a subverter os planos de Deus e a impedir a felicidade dos homens. Como sentinela responsável alerta, então, a comunidade para os perigos que a ameaçam.
O Evangelho deixa clara a nossa responsabilidade em ajudar cada irmão a tomar consciência dos seus erros. Trata-se de um dever que resulta do mandamento do amor. Jesus ensina, no entanto, que o caminho correto para atingir esse objetivo não passa pela humilhação ou pela condenação de quem falhou, mas pelo diálogo fraterno, leal, amigo, que revela ao irmão que a nossa intervenção resulta do amor.
Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Roma (e de todos os lugares e tempos) a colocar no centro da existência cristã o mandamento do amor. Trata-se de uma "dívida" que temos para com todos os nossos irmãos, e que nunca estará completamente saldada.
EVANGELHO - Mt 18,15-20: Atualização.
A palavra "tolerância" é uma palavra profundamente cristã, que sugere o respeito pelo outro, pelas suas diferenças, até pelos seus erros e falhas. No entanto, o que significa "tolerância"? Significa que cada um pode fazer o mal ou o bem que quiser, sem que tal nos diga minimamente respeito? Implica recusarmo-nos a intervir quando alguém toma atitudes que atentam contra a vida, a liberdade, a dignidade, os direitos dos outros? Quer dizer que devemos ficar indiferentes quando alguém assume comportamentos de risco, porque ele "é maior e vacinado" e nós não temos nada com isso? Quais são as fronteiras da "tolerância"? Diante de alguém que se obstina no erro, que destrói a sua vida e a dos outros, devemos ficar de braços cruzados? Até que ponto vai a nossa responsabilidade para com os irmãos que nos rodeiam? A "tolerância" não será, tantas vezes, uma desculpa que serve para disfarçar a indiferença, a demissão das responsabilidades, o comodismo?
O Evangelho deste domingo sugere a nossa responsabilidade em ajudar cada irmão a tomar consciência dos seus erros. Convida-nos a respeitar o nosso irmão, mas a não pactuar com as atitudes erradas que ele possa assumir. Amar alguém é não ficar indiferente quando ele está a fazer mal a si próprio; por isso, amar significa, muitas vezes, corrigir, admoestar, questionar, discordar, interpelar... É preciso amar muito e respeitar muito o outro, para correr o risco de não concordar com ele, de lhe fazer observações que o vão magoar; no entanto, trata-se de uma exigência que resulta do mandamento do amor...
Que atitude tomar em relação a quem erra? Como proceder? Antes de mais, é preciso evitar publicitar os erros e as falhas dos outros. O denunciar publicamente o erro do irmão, pode significar destruir-lhe a credibilidade e o bom-nome, a paz e a tranquilidade, as relações familiares e a confiança dos amigos. Fazer com que alguém seja julgado na praça pública - seja ou não culpado - é condená-lo antecipadamente, é não dar-lhe a possibilidade de se defender e de se explicar, é restringir-lhe o direito de apelar à misericórdia e à capacidade de perdão dos outros irmãos. Humilhar o irmão publicamente é, sobretudo, uma grave falta contra o amor. É por isso que o Evangelho de hoje convida a ir ao encontro do irmão que falhou e a repreendê-lo a sós...
Sobretudo, é preciso que a nossa intervenção junto do nosso irmão não seja guiada pelo ódio, pela vingança, pelo ciúme, pela inveja, mas seja guiada pelo amor. A lógica de Deus não é a condenação do pecador, mas a sua conversão; e essa lógica devia estar sempre presente, quando nos confrontamos com os irmãos que falharam. O que é que nos leva, por vezes, a agir e a confrontar os nossos irmãos com os seus erros: o orgulho ferido, a vontade de humilhar aquele que nos magoou, a má vontade, ou o amor e a vontade de ver o irmão reencontrar a felicidade e a paz?
A Igreja tem o direito e o dever de pronunciar palavras de denúncia e de condenação, diante de atos que afetam gravemente o bem comum... No entanto, deve distinguir claramente entre a pessoa e os seus atos errados. As ações erradas devem ser condenadas; os que cometeram essas ações devem ser vistos como irmãos, a quem se ama, a quem se acolhe e a quem se dá sempre outra oportunidade de acolher as propostas de Jesus e de integrar a comunidade do Reino.
*Laia o Evangelho na íntegra. Clique no link ao lado- EVANGELHO DO DIA.
Frei Martinho: Memória-1
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No vídeo, a senhora Flávia trancozo, da Comunidade Nossa Senhora Aparecida- Vila Velha- Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Angra dos Reis/RJ, fala sobre o trabalho do Frei Martinho, O. Carm, In Memoriam (* 20/02/1938 + 4/09/2020).
EVANGELHO DO DIA-22º DOMINGO DO TEMPO COMUM. Sexta-feira, 4 de setembro -2020. Lectio Divina- com Carmelita.
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1) Oração
Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 5,33-39)
Naquele tempo, 33os fariseus e os mestres da lei disseram a Jesus: Os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam com freqüência e fazem longas orações, mas os teus comem e bebem... 34Jesus respondeu-lhes: Porventura podeis vós obrigar a jejuar os amigos do esposo, enquanto o esposo está com eles? 35Virão dias em que o esposo lhes será tirado; então jejuarão. 36Propôs-lhes também esta comparação: Ninguém rasga um pedaço de roupa nova para remendar uma roupa velha, porque assim estragaria uma roupa nova. Além disso, o remendo novo não assentaria bem na roupa velha. 37Também ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho novo arrebentará os odres e entornar-se-á, e perder-se-ão os odres; 38mas o vinho novo deve-se pôr em odres novos, e assim ambos se conservam. 39Demais, ninguém que bebeu do vinho velho quer já do novo, porque diz: O vinho velho é melhor. - Palavra da salvação.
3) Reflexão Lucas 5,33-39
No evangelho de hoje vamos ver de perto mais um conflito entre Jesus e as autoridades religiosas de época, escribas e fariseus (Lc 5,3). Desta vez, o conflito é em torno da prática do jejum. Lucas relata vários conflitos em torno das práticas religiosas da época: o perdão dos pecados (Lc 5,21-25), comer com pecadores (Lc 5,29-32), o jejum (Lc 5,33-36), e mais dois conflitos em torno da observância do sábado (Lc 6,1-5 e Lc 6,6-11).
Lucas 5,33: Jesus não insiste na prática do jejum
Aqui, o conflito é em torno da prática do jejum. O jejum é um costume muito antigo, praticado por quase todas as religiões. O próprio Jesus o praticou durante quarenta dias (Mt 4,2). Mas ele não insiste com os discípulos para que façam o mesmo. Deixa a eles a liberdade. Por isso, os discípulos de João Batista e dos fariseus, que eram obrigados a jejuar, querem saber por que motivo Jesus não insiste no jejum.
Lucas 5,34-35: Enquanto o noivo está com eles não precisam jejuar
Jesus responde com uma comparação. Enquanto o noivo está com os amigos do noivo, isto é, durante a festa do casamento, estes não precisam jejuar. Jesus se considera o noivo. Durante o tempo em que ele, Jesus, estiver com os discípulos, é festa de casamento. Um dia, porém, o noivo vai ser tirado. Aí, se quiserem, podem jejuar. Jesus alude à sua morte. Ele sabe e sente que, se ele continuar neste caminho de liberdade, as autoridades vão querer matá-lo.
No Antigo Testamento, várias vezes, o próprio Deus se apresenta como sendo o noivo do povo (Is 49,15; 54,5.8; 62,4-5; Os 2,16-25). No Novo Testamento, Jesus é visto como o noivo do seu povo (Ef 5,25). O Apocalipse faz o convite para a celebração das núpcias do Cordeiro com sua esposa a Jerusalém celeste (Ap 19,7-8; 21,2.9).
Lucas 5,36-39: Vinho novo em odre novo!
Estas palavras meio soltas sobre o remendo novo em pano velho e sobre o vinho novo em odre novo devem ser entendidas como uma luz que joga sua claridade sobre os vários conflitos, relatados por Lucas, antes e depois da discussão em torno do jejum. Elas esclarecem a atitude de Jesus com relação a todos os conflitos com as autoridades religiosas. Colocados em termos de hoje seriam conflitos como estes: casamento de pessoas divorciadas, amizade com prostitutas e homossexuais, comungar sem estar casado na igreja, faltar à missa no domingo, não fazer jejum na Sexta-feira Santa, etc.
Não se coloca remendo de pano novo em roupa velha. Na hora de lavar, o remendo novo repuxa o vestido velho e o estraga mais ainda. Ninguém coloca vinho novo em odre velho, porque o vinho novo pela fermentação faz estourar o odre velho. Vinho novo em odre novo! A religião defendida pelas autoridades religiosas era como roupa velha, como odre velho. Não se deve querer combinar o novo que Jesus trouxe com os costumes antigos. Ou um, ou outro! O vinho novo que Jesus trouxe faz estourar o odre velho. Tem que saber separar as coisas. Muito provavelmente, Lucas traz estas palavras de Jesus para orientar as comunidades dos anos 80. Havia um grupo de judeu-cristãos que queriam reduzir a novidade de Jesus ao tamanho do judaísmo de antes. Jesus não é contra o que é “velho”. O que ele não quer é que o velho se imponha ao novo e, assim, o impeça de manifestar-se. Seria o mesmo que, na Igreja Católica, reduzir a mensagem do Concílio Vaticano II ao tamanho da igreja de antes do concílio, como hoje muita gente parece estar querendo.
4) Para um confronto pessoal
1-Quais os conflitos em torno de práticas religiosas que, hoje, trazem sofrimento para as pessoas e são motivo de muita discussão e polêmica? Qual a imagem de Deus que está por trás de todos estes preconceitos, normas e proibições?
2-Como entender hoje a frase de Jesus: “Não colocar remendo de pano novo em roupa velha”? Qual a mensagem que você tira de tudo isto para a sua vida e a vida da sua comunidade?
5) Oração final
Confia ao Senhor a tua sorte, espera nele, e ele agirá. Como a luz, fará brilhar a tua justiça; e como o sol do meio-dia, o teu direito (Sl 36, 2)
EVANGELHO DO DIA-22º DOMINGO DO TEMPO COMUM. Quinta-feira, 3 de setembro -2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 5,1-11)
Naquele tempo, 1Estando Jesus um dia à margem do lago de Genesaré, o povo se comprimia em redor dele para ouvir a palavra de Deus. 2Vendo duas barcas estacionadas à beira do lago, - pois os pescadores haviam descido delas para consertar as redes -, 3subiu a uma das barcas que era de Simão e pediu-lhe que a afastasse um pouco da terra; e sentado, ensinava da barca o povo. 4Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. 5Simão respondeu-lhe: Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas por causa de tua palavra, lançarei a rede. 6Feito isto, apanharam peixes em tanta quantidade, que a rede se lhes rompia. 7Acenaram aos companheiros, que estavam na outra barca, para que viessem ajudar. Eles vieram e encheram ambas as barcas, de modo que quase iam ao fundo. 8Vendo isso, Simão Pedro caiu aos pés de Jesus e exclamou: Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador. 9É que tanto ele como seus companheiros estavam assombrados por causa da pesca que haviam feito. 10O mesmo acontecera a Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram seus companheiros. Então Jesus disse a Simão: Não temas; doravante serás pescador de homens. 11E atracando as barcas à terra, deixaram tudo e o seguiram.
3) Reflexão Lucas 5,1-11
O evangelho de hoje conta como Pedro foi chamado por Jesus. O evangelho de Marcos situa o chamado dos primeiros discípulos logo no início do ministério público de Jesus (Mc 1,16-20). Lucas o situa depois que a fama de Jesus já se havia espalhado por toda a região (Lc 4,14). Jesus já havia curado muita gente (Lc 4,40) e pregado nas sinagogas de todo o país (Lc 4,44). O povo já o procurava em massa e a multidão o apertava por todos os lados para ouvir a Palavra de Deus (Lc 5,1). Lucas torna o chamado mais compreensível. Primeiro, Pedro pôde escutar as palavras de Jesus ao povo. Em seguida, presenciou a pesca milagrosa. Foi só depois desta dupla experiência surpreendente, que veio o chamado de Jesus. Pedro atendeu, largou tudo e se tornou “pescador de gente”.
Lucas 5,1-3: Jesus ensina a partir da barca.
O povo busca Jesus para ouvir a Palavra de Deus. É tanta gente que se junta ao redor de Jesus, que ele fica comprimido. Jesus busca ajuda com Simão Pedro e mais alguns companheiros que acabavam de voltar de uma pescaria. Ele entra no barco deles e, de lá, responde à expectativa do povo, comunicando-lhe a Palavra de Deus. Sentado, Jesus tem a postura e a autoridade de um mestre, mas ele fala a partir da barca de um pescador. A novidade consiste no fato de ele ensinar não só na sinagoga para um público selecionado, mas em qualquer lugar onde tem gente que queira escutá-lo, até mesmo na praia.
Lucas 5,4-5: "Pela tua palavra lançarei as redes!"
Terminada a instrução ao povo, Jesus se dirige a Simão e o anima a pescar de novo. Na resposta de Simão transparecem frustração, cansaço e desânimo: "Mestre, pelejamos a noite toda e não pescamos nada!". Mas, confiantes na palavra de Jesus, eles voltam a pescar e continuam a peleja. A palavra de Jesus teve mais força do que a experiência frustrante da noite!
Lucas 5,6-7: O resultado é surpreendente.
A pesca é tão abundante que as redes quase se rompem e as barcas ameaçam afundar. Simão precisa da ajuda de João e Tiago, que estão na outra barca. Ninguém consegue ser completo sozinho. Uma comunidade deve ajudar a outra. O conflito entre as comunidades, tanto no tempo de Lucas como hoje, deve ser superado em vista do objetivo comum, que é a missão. A experiência da força transformadora da Palavra de Jesus é o eixo em torno do qual as diferenças se abraçam e se superam.
Lucas 5,8-11: "Seja pescador de gente!"
A experiência da proximidade de Deus em Jesus faz Simão perceber quem ele é: "Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um pecador!" Diante de Deus somos todos pecadores! Pedro e os companheiros sentem medo e, ao mesmo tempo, se sentem atraídos. Deus é um mistério fascinante: mete medo e, ao mesmo tempo, atrai. Jesus afasta o medo: "Não tenha medo!" Ele chama Pedro e o compromete na missão, mandando que seja pescador de gente. Pedro experimenta, bem concretamente, que a Palavra de Jesus é como a Palavra de Deus. Ela é capaz de fazer acontecer o que ela afirma. Em Jesus aqueles rudes trabalhadores fizeram uma experiência de poder, de coragem e de confiança. Então, "deixaram tudo e seguiram a Jesus!". Até agora, era só Jesus, que anunciava a Boa Nova do Reino. Agora, outras pessoas vão sendo chamadas e envolvidas na missão. Esse jeito de Jesus trabalhar em equipe é também uma Boa Nova para o povo.
O episódio da pesca no lago mostra a atração e a força da Palavra de Jesus. Ela atrai o povo (Lc 5,1). Leva Pedro a oferecer o seu barco para Jesus poder falar (Lc 5,3). A Palavra de Jesus é tão forte que vence a resistência de Pedro, leva-o a lançar de novo a rede e faz acontecer a pesca milagrosa (Lc 5,4-6). Vence nele a vontade de se afastar de Jesus e o atrai para ser "pescador de gente!" (Lc 5,10) É assim que a Palavra de Deus atua em nós até hoje!
4) Para um confronto pessoal
1) Onde e como acontece hoje a pesca milagrosa, realizada em atenção à Palavra de Jesus?
2) Eles largaram tudo e seguiram Jesus. O que devo largar para poder seguir Jesus?
5) Oração final
Quem será digno de subir ao monte do Senhor? Ou de permanecer no seu lugar santo? O que tem as mãos limpas e o coração puro, cujo espírito não busca as vaidades nem perjura para enganar seu próximo (Sl 23, 3)
ANGRA-AO VIVO: Quinta-feira de Adoração e Confissão. (Das 9h às 17h.
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A Igreja do Carmo está aberta hoje até às 17h. Receba essa bênção neste dia de hoje. Como gesto de caridade, leve a sua doação de roupas e alimentos e deixe no altar da Igreja. A Santa Missa será às 19h, com transmissão ao vivo.
REDENTORISTAS: Carta do Superior Geral sobre o caso "Pe. Robson".
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CONGREGATIO SS. REDEMPTORIS
Superior Generalis
Roma, 29 de agosto de 2020 Festa do Martírio de São João Batista
Queridos confrades, estudantes, leigos e leigas Redentoristas,
Hoje, uma semana apos os eventos que chocaram e abalaram a Província de Goias e tantos fieis, quero assegurar-vos que não estais sozinhos. Ao longo desta semana, como Superior Geral, em conjunto corn o conselho geral e com o Pe. Marcelo Araujo, Coordenador da Conferencia, acompanhei o Pe. Andre Ricardo e seu conselho no dialogo realizado com Dom Washington Cruz, Arcebispo de Goiânia. Como vós, também estamos nos esforçando para entender esses acontecimentos e a situação que levou a essa investigação criminal. Assim como vos, estamos profundamente consternados e pesarosos com as noticias que temos recebido através da mídia e de outras fontes.
Neste momento, a Província Redentorista de Goias esta a sombra da Cruz. Lembro-vos que não estais sozinhos. E desta Cruz que Jesus fala convosco. Foi ao pé da Cruz que permaneceram Maria com João, Maria Madalena e os outros discípulos fieis que não fugiram. Eles continuaram juntos em solidariedade a Jesus. Hoje, também somos chamados a permanecer juntos sob o sinal da Cruz em solidariedade com o nosso Redentor, uns com os outros e com as pessoas a quem fomos enviados...
Como estamos juntos em solidariedade, tantos outros estão aqui conosco. Relembramos as centenas de fervorosos Redentoristas, padres e irmãos, que serviram ao Povo goiano e ao Santuário do Divino Pai Eterno por mais de um século. Por meio de suas pregações, da proximidade com os peregrinos, de sua simplicidade de vida e pobreza, testemunharam o amor de Deus, o Pai Eterno, derramado por nós através de Jesus, nosso Redentor, que vive em nós através da graça do Espirito Santo.
Não podemos esquecer o testemunho dos primeiros missionários alemães que aprenderam português através da proximidade com as pessoas, homens simples como o Servo de Deus, Pe. Pelagio Sauter, C.Ss.R. Recordamos com gratidão as primeiras vocações brasileiras que deixaram seus lares e famílias para darem suas vidas com fidelidade a fim de trazer abundante redenção a milhões de peregrinos e que construíram a Basílica e difundiram a devoção. Esses mesmos missionários levaram o Evangelho a lugares isolados no coração do Brasil, na Amazônia, e alguns foram enviados a outros países.
Sustentados por uma fé forte no amor e na presença de Deus Pai e de Jesus Redentor; plenos do Espirito Santo e sempre acompanhados por Maria, Nossa Mãe Santíssima; vós sois testemunhas do Redentor em nosso mundo ferido ao longo de muitas gerações.
Esta crise atual a ao mesmo tempo uma cruz e uma oportunidade. 0 Redentor vos chama para renovar e fortalecer a fé e reafirmar os princípios da nossa vocação: uma profunda e pessoal relação com Jesus, estilo de vida simples em comunidade, solidariedade com as pessoas a quem nos somos enviados e paixão pelo Evangelho.
Não é tempo para julgamentos, nem para “Não é tempo para julgamentos, nem lamentações ou críticas mútuas. Sim, devemos colaborar o mais plenamente possível com as autoridades, civis e eclesiásticas. Devemos também rezar para que a verdadeira e profética justiça prevaleça para todos os envolvidos!
Em nome do Redentor e de seu Espirito, suplico-vos encarecidamente que se mantenham unidos, em comunhão na oração no coração e na missão. Fortalecei-vos e apoiai-vos mutuamente.
Que Deus Pai Eterno, vos abençoe em nome de seu Filho, nosso Redentor e nosso Irmão! Que Espirito Santo vos Guie e console! Que Maria, nosso Perpétuo Socorro, vos acompanhe diante desta Cruz. Possa as orações de Santo Afonso e do Venerável Pe. Pelagio Sauter ajudar-vos a ser testemunhas autenticas e proféticas do Redentor em solidariedade com o nosso mundo ferido.
Seu Irmão em Jesus, nosso Redentor
Michael Brehl, C.Ss.R.
Superior Gera! C.Ss.R.
Escândalo em Goiás vai parar em Roma e superior-geral se manifesta sobre caso do padre Robson
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Reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, padre Robson Pereira é suspeito do desvio de R$ 130 milhões. Superior-geral diz que redentoristas vão colaborar com as autoridades
Missionário redentorista, padre Robson de Oliveira Pereira é suspeito de vários crimes (Afipe/Reprodução)
O superior-geral da Congregação Redentorista, padre Michael Brehl, C.Ss.R., se pronunciou oficialmente, através de uma carta, sobre as denúncias de irregularidades na Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), responsável pelo Santuário Basílica de Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia (GO). O reitor afastado é o padre Robson de Oliveira Pereira, C.Ss.R., também fundador e presidente da Afipe. O sacerdote é o principal investigado de operação feita pelo Ministério Público de Goiás (MPGO). O superior-geral afirma que a congregação vai colaborar com as autoridades.
Padre Robson de Oliveira Pereira é suspeito dos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, apropriação indébita, falsificação de documentos e sonegação fiscal. A investigação levou ao afastamento do religioso da presidência da Associação Pai Eternos e Perpétuo Socorro (Afipe).
O MP investiga o desvio de pelo menos R$ 120 milhões de doações de fiéis que teriam sido usados, segundo a denúncia, para aquisição de imóveis, entre os quais uma fazenda de R$ 6 milhões na cidade goiana de Abadiânia, e de uma casa de praia, no valor de R$ 3 milhões, em Guarajuba, na Bahia.
Com a repercussão causada, o caso foi parar na cúria central dos Redentoristas. De Roma, o superior-geral manifestou sua solidariedade e reforçou a importância em manter a fé sustentada no amor e na presença de Deus, mesmo diante de momentos difíceis como este. “Não é tempo para julgamentos, nem lamentações ou críticas mútuas. Sim, devemos colaborar o mais plenamente possível com as autoridades, civis e eclesiásticas. Devemos também rezar para que a verdadeira e profética justiça prevaleça para todos os envolvidos!”, declarou padre Brehl, um canadense no comando da congregação desde 2009. Fonte: https://domtotal.com
Padre morre após passar mal durante missa ao vivo pela internet
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Imagens mostram quando Jean Sinsin Bayo chegou a ser socorrido mas morreu cinco dias depois por complicação cardíaca
Um padre da Igreja Católica morreu depois de passar mal enquanto celebrava uma missa transmitida ao vivo pela internet, em Abidjan, capital econômica da Costa do Marfim. De acordo com a Associaton for Catholic Information Africa (ACI África), Jean Sinsin Bayo chegou a ser socorrido, no último dia 22 de agosto, mas morreu cinco dias depois por complicação cardíaca.
Como a celebração era feita por streaming, o momento em que o pároco passa mal, seus últimos minutos fora de um hospital, foi registrado em vídeo que circulou o globo nos últimos dias. Nas imagens, ele aparece normalmente no púlpito, mas parece começar a se sentir mal e cai no chão. Tudo em questão de segundos.
Em nota, o dom Gaspard Béby Gnéba, da Diocese de Man da Costa do Marfim, confirmou o “retorno ao Pai Todo-Poderoso do padre Jean Sinsin Bayo ”, convidando os fiéis a orarem para que Deus o receba no céu. Jean Sinsin Bayo já tinha 41 anos de sacerdócio e era professor de Teologia Dogmática na Universidade Católica da África Ocidental.
Confusão
Apesar do mal estar se tornar viral, Jean Sinsin Bayo acabou envolvido em uma confusão após sua morte. As imagens de sua celebração e queda foram reproduzidas massivamente por portais de notícias de todo o mundo, mas identificado-o como um outro padre, Jude Tafon, que também faleceu nos últimos dias, mas nos Camarões. O esclarecimento foi feito nesta quarta-feira (2/9) pela ACI África.
Jude Tafon tinha 32 anos e morava na Paróquia de São João Deido, em Douala, nos Camarões. Ele faleceu no último sábado (29/8), por complicações de uma doença pré-existente que não foi revelada. O arcebispo Samuel Kleda, da Arquidiocese de Douala dos Camarões, anunciou “com pesar a morte do padre Jude Tafon Nfor, cura na Paróquia de St. John Deido que ocorreu no sábado, em Douala após uma doença.”
Tafon Nfor foi ordenado sacerdote em 12 de dezembro de 2015. Ele também foi professor na Universidade Católica de São Jerônimo em Douala, Camarões. Fonte: https://www.clickpb.com.br
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