COM MARIA EM ORAÇÃO E MISSÃO (MAGNIFICAT – Lc 1, 46-55). Retiro da OTC em Saquarema
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Província Carmelitana Fluminense
Venerável Ordem Terceira do Carmo
Sodalício de Saquarema, Rio de Janeiro
Retiro. 30 de novembro-2024
Frei Petrônio de Miranda, O. Carm e Paulo Daher
COM MARIA EM ORAÇÃO E MISSÃO (MAGNIFICAT – Lc 1, 46-55)
Paulo Daher
A minha alma glorifica ao Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua serva:
de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações.
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas:
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que O temem.
Manifestou o poder do seu braço
e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos
e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens
e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu Israel seu servo,
lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais,
a Abraão e à sua descendência
para sempre.
O contexto do Magnificat é vocacional e missionário, nos inspira na ação libertadora, não podemos ficar somente na imagem poética deste belo hino de louvor a Deus, mas penetrarmos na mensagem que Maria nos proporciona. O Magnificat acontece, então, dentro da experiência missionária contemplando as maravilhas que Deus havia realizado também na vida de Isabel.
Inspirados pelas palavras de Maria, certamente observaremos o que a Regra nos pede: “viver em obséquio de Jesus Cristo”. Carmelo Missão, significa sair da comodidade, sair da zona de conforto, não ficar agarrado em si mesmo, seguir o Profeta Elias, caminhar sempre. É realizar algum serviço que resgate e promova a vida de muitos. O Cântico de Maria é referência bíblica também numa imagem que nos remete à dimensão missionária e é de muita importância no contexto atual. Maria nos ajuda e ensina que devemos buscar a libertação. A história da “visitação”, conforme Lc 1, 39-45, é um episódio mariano de missão e serviço, despojamento e solidariedade, sem perder de vista a realidade.
O Magnificat nasce da capacidade de Maria ser fraterna e solidária e essa disponibilidade chega ao ápice quando da sua tomada de decisão de ir ao encontro de Isabel. É o encontro de Deus com a comunidade na pessoa de maria que consigo carrega Jesus. “Minha alma louva o Senhor, exulta meu espírito em Deus, meu salvador”! No cântico, ela se revela como alguém que tem consciência da situação social e política em que se encontra seu povo.
Magnificat é um canto de louvor, de agradecimento, mas também mostra com clareza de que lado está Deus. O cântico de louvor a Deus é pela obra realizada, não só em Maria, mas para com a humanidade. Nos faz perceber a importância que os pobres e oprimidos têm na esperança em Deus. O Magnificat é profundamente otimista, transmite alegria. “Está em sintonia com a sincera oração dos pobres, daqueles que depositam sua esperança só em Deus, que conservam em seu coração a expectativa de ver o Messias como fez o velho Simeão” (cf. Don Antônio de Assis – Bispos Auxilias de Belém-PA – Artigo: A Oração de Maria -Magnificat - Lc 2, 25-29).
Lembramos da Libertatis Connscientia, nº 97, se refere a Maria: “imagem mais perfeita da liberdade e libertação da humanidade e do cosmo” e prossegue afirmando que Ela é “Mãe e Modelo” da Igreja no que diz respeito à “sua missão”. Maria conjuga fé e compromisso e assim se faz missionária e discípula de seu próprio Filho. É a mãe das missões, pois seu SIM nos ensina a ser seguidores e se somos seguidores de Jesus, devemos ser missionários da justiça e da paz, levando a Boa Nova a todos. São João Paulo II, em seu pronunciamento no Brasil, em 1980, disse: “Maria é fonte de vida cristã”, nos remete à tarefa missionária da prática evangélica libertadora.
A Regra da OTC, nº 34, nos ensina como exercer a dimensão do carmelo missão. “Acolher a Palavra com disponibilidade e adesão plena...inspira-lhes a fidelidade à missão, à ação animada pela caridade e pelo espírito de serviço e à efetiva cooperação na realização da obra de salvação”. Juntos a Maria caminham pelas estradas da história, atentos às autênticas necessidades humanas”.
Sendo assim, não poderíamos deixar de vislumbrar no Magnificat a face missionária-sócio-libertadora que Maria nos apresenta e que nos identifica com a disponibilidade e fidelidade à missão. É um misto de hino e cântico de ação de graças e que manifesta a ação voltada para a libertação ao mesmo tempo que louva a Deus pela vida. “O cântico de Maria proclama de forma profética, a ação transformadora de Deus nas relações sociais” (cf MURAD, 2012, p.78).
É importante contextualizar socialmente o magnificat, na medida em que o encontro de Maria com Isabel, representa o encontro de Maria com a comunidade; Deus vem ao encontro de seu povo e o liberta (trazJesus). É um cântico de libertação “numa situação de pobreza sócio-econôica, dominação sociopolítica, opressão ideológica” ( Mariologia Social, Clorovis Boof, p. 324). Como está nossa sociedade hoje?, conforme Lucas 1, 39-45. Este episódio mariano é missão e serviço, despojamento e solidariedade, mas também é acolhimento, é olhar contemplativo para a realidade. Maria conjuga fé e compromisso e assim se faz missionária de seu Filho.
“O Cãntico proclama de forma profética, a ação transformadora de Deus nas relações sociais” ( Murad, Maria toda de Deus e tão humana, p. 78). Então, representa a face missionária-sócio-transformadora que Maria nos apresenta, e se somos realmente devotos de Maria façamos o que Ela pede: “Fazei tudo o que meu Filho disser” (Jo 2, 1-10), isto representa a busca do próximo que precisa de nós, é o que chamo de “devoção comprometida”.
Numa perspectiva de divisão do texto, podemos vislumbrar três estruturas que são maneiras de Deus agir: a) derruba do trono os poderosos e eleva os humildes; b) dispersa os soberbos de coração; c) enche os famintos de bens e despede os ricos de mãos vazias.
Lc 1, 51 – dispersa os soberbos de coração – trata-se da maneira de se portar na vida, são pessoas orgulhosas e prepotente. Maria viveu numa sociedade de opressão e sabe que este tipo de vida não traz benefício para os pobres. Em Lc 13, 30; 14,9, por exemplo, Jesus realiza a profecia do Magnicat ao proclamar que os últimos serão os primeiros.
Lc 1, 52 – derruba do trono os poderosos - na Bíblia trono significa poder político ( 2Sm 3,10). A apelação dos menos favorecidos para defender seus direitos encontramos em Is 1,10: “Ai daqueles que fazem decretos iníquos e daqueles que escrevem apressadamente sentenças de opressão, para negar a justiça ao fraco e fraudar o direito dos pobres do meu povo, para fazer das viúvas a sua presa e despojar os órfãos”.
O que podemos perceber sobre o que Maria quer dizer com seu espírito profético? Afirmar que Deus tira o poder dos que o utilizam para o mal e restabelecer os despojados. Deus restitui a dignidade dos menos favorecidos com sua misericórdia e por isso |Maria canta que “Deus fez em mim maravilhas”, pois dela nasceu Jesus, aquele que veio para que todos tenham vida e vida plena, então o “anúncio profético de Maria se realiza na pregação e prática libertadora de Jesus...ressurreição é o supremo sinal de Deus que derruba do trono os poderosos e eleva os humildes”. (MURAD, Maria, toda de Deus e tão humana, 2012, p.80).
Lc 1,53 – enche de bens os famintos, despede os ricos de mãos vazias – diz respeito à conjuntura econômica da época, aqueles que não têm como se alimentar de forma satisfatória certamente não sobreviverá e terá problemas de saúde. Deus promete que todos terão como viver e Lucas nos mostra isso com alegria quando lemos em Atos 2,46, que os cristãos “partem o pão nas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração”.
Podemos, com o auxílio e exemplo de Maria, manifestar o pensamento e atitudes, numa prática de conversão, em ações que gerem vida; ações pessoais e coletivas que possam gerar frutos de compromisso com o cuidado com o nosso planeta, nas questões ambientais, políticas, sociais e econômicas.
O cântico de Maria mostra que ela é Mãe atenta e amorosa, mas ao mesmo tempo mulher forte e capaz de se comprometer com a realidade e, ainda hoje, continua sendo protagonista de nossa história nos estimulando no caminho da profecia e da missão evangelizadora de construir o Reino de Deus, “vivendo em obséquio de Jesus Cristo”, como nos mostra a espiritualidade carmelita.
Conforme Papa Francisco, “ Maria é a mulher orante e trabalhadora em Nazaré, mas também Nossa Senhora da Prontidão, a que sai “a pressa” (Lc1,39) da sua povoação para ir ajudar os outros. Esta dinâmica de justiça e ternura, de contemplação e de caminho para os outros faz dela um modelo eclesial de evangelização” ( Evangeli Gaudium, 2013, nº 288).
PARA REFLETIR
1 – Qual o perfil de Maria presente no Magnificat?
2 – Em que o Magnificat pode ajudar nossa experiência de oração?
3 – Em que o Magnificat pode nos ajudar, como carmelitas, em nossa missão?
4 – Quais aspectos da espiritualidade carmelita encontramos no Magnificat?
Malafaia contradiz até Jesus para defender Bolsonaro.
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A defesa que o pastor Silas faz do ex-presidente expõe a degradação religiosa que marca nossos tempos
A devoção a Jair Bolsonaro (esq.) parece ter feito Silas Malafaia esquecer o sexto mandamento: 'Não matarás' - Bruno Santos - 7.set.24/Folhapress
É sociólogo, pastor e professor da Faculdade de Teologia da Igreja Presbiteriana Independente (Fatipi) e pesquisador na área de espiritualidade e saúde mental
O desentendimento entre Silas Malafaia e Bolsonaro parece ter ficado no passado. No dia 20, o pastor gravou um vídeo defendendo o ex-presidente após a revelação de planos para assassinar Alexandre de Moraes, Lula e Alckmin.
Curiosamente, Malafaia não recorre à Bíblia para justificar sua defesa de Bolsonaro e dos demais indiciados, mas ao Código Penal. Em tom de jurista, afirmou: "Não é infração penal imaginar, pensar ou combinar alguma coisa, mesmo que constitua crime, se não houver o início da execução de um delito." Não cabe aqui discutir se monitorar alvos e portar armas não configuram início de execução; essa tarefa caberá aos juristas.
A paixão política cegou Malafaia e o fez desprezar aquilo que ele frequentemente diz defender: a tradição judaico-cristã. Foi em nome dessa herança que ele já condenou a união civil entre pessoas do mesmo sexo. No entanto, sua devoção a Bolsonaro parece tê-lo feito esquecer o sexto mandamento: "Não matarás."
Mais espantoso é ouvir um pastor ignorar completamente as palavras de Jesus no Sermão da Montanha para minimizar a gravidade dos assassinatos planejados. Ao ecoar o senador Flávio Bolsonaro e afirmar que "pensar em matar alguém não é crime", Malafaia contradiz uma das contribuições mais valiosas do cristianismo à civilização: a ênfase na moralidade interna. Jesus ensinou: "Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios..." (Marcos 7:21).
Espera-se que pastores falem sobre o que é pecado, não sobre tecnicalidades legais. No entanto, Malafaia, sempre vocal sobre pecados como homossexualidade, aborto e feminismo, silencia sobre o pecado da cogitação de assassinato. Isso é especialmente grave, considerando o papel central do cristianismo em promover a paz, alicerçada na transformação da subjetividade humana.
Jesus ensinou: "Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento..." (Mateus 5:21-22). João Calvino, reformador do século 16, observou que, embora seja a mão que comete o assassinato, é o coração que o concebe. Segundo ele, o sexto mandamento é uma regra tanto para o coração quanto para a mão. Antes de se consumar num ato, o assassinato nasce como pensamento. Pastores deveriam ensinar que cogitar um crime é um pecado grave, não perder tempo justificando tecnicalidades.
Ao normalizar pensamentos de assassinato contra inimigos políticos, renuncia-se ao ideal ético estabelecido por Jesus de Nazaré. Essa banalização não apenas alimenta uma cultura de violência, mas também contraria o evangelho.
O Messias seguido pelos cristãos foi vítima de prisão arbitrária, tortura, julgamento político parcial e morte violenta. Jair Messias Bolsonaro construiu sua carreira política exaltando torturadores e ridicularizando vítimas da ditadura. A defesa que Malafaia faz do "Messias Bolsonaro" expõe a degradação política e religiosa que marca nossos tempos. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Igrejas são algoritmos e filtram notícias sobre a trama golpista
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O que muitos evangélicos ficaram sabendo sobre a trama golpista é, em geral, muito diferente do divulgado pelos jornais
Antropólogo, autor de "Povo de Deus" (Geração 2020), criador do Observatório Evangélico e sócio da consultoria Nosotros
A esquerda brasileira tem a aprender com Dana White. O chefão do UFC fez uma declaração na coletiva de imprensa após o UFC 309, em Nova York, evento em que o presidente eleito Donald Trump e Elon Musk foram os convidados de honra. Ele afirmou: "Eu venho tendo esta filosofia pelos últimos cinco anos: a mídia tradicional morreu. Não tem mais a influência que tinha antes".
E prossegue: "As duas coisas mais odiadas no mundo hoje são a mídia e os políticos. Ninguém confia neles e ninguém acredita neles. A verdadeira influência está com os jovens na internet, os chamados influenciadores. Então, venho construindo relações com essas pessoas nos últimos quatro ou cinco anos. E esta eleição foi vencida na internet".
Essa fala é central para analisarmos como os brasileiros vêm se informando sobre o que acontece no país.
Um exemplo recente é o anúncio feito pela Polícia Federal de que um grupo de militares, supostamente com a aprovação do ex-presidente Jair Bolsonaro, planejou o assassinato do presidente e vice-presidente eleitos em 2022, além do então presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes.
O campo democrático, especialmente à esquerda, parece celebrar o anúncio do plano e as prisões dos envolvidos, sob a ilusão de que o restante do país acompanha as notícias pelas mesmas fontes de informação. Esse é um erro. E é um erro ainda maior quando se trata dos evangélicos, que formaram a principal base de apoio eleitoral do bolsonarismo em 2018 e 2022.
Embora a análise de White sobre influenciadores da internet seja relevante, ela não explica completamente a realidade brasileira. Isso porque desconsidera o ecossistema comunicacional que se desenvolveu em torno de grandes denominações evangélicas.
Igrejas atuam como algoritmos. O convívio e as relações sociais filtram de maneira implícita ou explícita as informações que circulam em ambientes compartilhados, como os próprios templos e também os grupos de WhatsApp.
E o que chegou aos grupos de WhatsApp das igrejas e de pastores sobre a denúncia de planos para anular os resultados da última eleição? Com alguma frequência, a mesma mensagem dita por Dana White: mídia e políticos estão articulados para mentir sobre o que acontece no país.
Todo o conteúdo que eu recebi de interlocutores é atual e associado às notícias sobre o G20. Inclui material em vídeo sobre a repercussão internacional da fala deselegante da primeira-dama Janja sobre Elon Musk, críticas à "hipocrisia" do presidente Lula pela alta de preços no país, denúncias de casos de "terrorismo de esquerda" desconsiderados pela mídia, imagens de protestos com o rosto dos presos do 8 de Janeiro e a versão da família Bolsonaro sobre o que chamam de perseguição ao ex-capitão.
Dana White tem um lado nesse debate, mas sua análise é —pode-se dizer— profética. Veio da internet o empurrão final que levou Trump à Casa Branca. O que foi testado e funcionou lá está sendo aplicado e será aperfeiçoado para a eleição brasileira de 2026. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Comissão para o Laicato motiva celebração do Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas, no próximo domingo.
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O Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas será celebrado no próximo domingo, 24 de novembro, Solenidade de Cristo Rei. O bispo de Araguaína (TO) e presidente da Comissão Episcopal para o Laicato da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Giovane Pereira de Melo, gravou uma mensagem com a motivação para que a data seja celebrada numa perspectiva sinodal.
“Participe da sua comunidade, celebre esse dia bonito, Solenidade de Cristo Rei, celebrando os cristãos leigos e leigas numa caminhada sinodal!”, disse dom Giovane.
Neste ano, a celebração proposta pelo Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) traz a motivação bíblica “Façam tudo com amor!” (1Cor 16,14) e está relacionada com a celebração do Jubileu da Esperança, que terá início no próximo mês, e com a celebração dos 50 anos do organismo que reúne os cristãos leigos e leigas do Brasil.
“A celebração do Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas deste ano nos coloca no caminho do Jubileu da Esperança, proclamado pelo Papa Francisco para 2025. Somos peregrinos de esperança, e este tema é central na vida cristã. Sem a esperança, com certeza muitos cristãos leigos e leigas não teriam forças para enfrentar os desafios pessoais, sociais, políticos e eclesiais que encontramos pelo caminho e, muitas vezes, nos desmotivam e desanimam”, motivou a presidente do CNLB, Sônia Gomes de Oliveira.
Para auxiliar nas celebrações, foi oferecido material especial para reflexão e celebração, além de materiais visuais prontos para impressão e download. O conteúdo convida os leigos a refletirem sobre o Jubileu da Esperança, convocado pelo Papa Francisco para 2025.
“A cartilha reforça nossa missão: como cristãos leigos, somos sinais vivos do Reino de Deus nas diferentes realidades do mundo. O material convida os leigos a dar testemunho dessa Boa Notícia que é Cristo e a participar ativamente da sinodalidade da Igreja, vivendo o carisma e a missão cristã de forma corresponsável”, explicou Sônia. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Padre de Osasco é um dos 37 indiciados em inquérito sobre tentativa de golpe; ele é citado como integrante do núcleo jurídico do esquema.
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José Eduardo de Oliveira usava as redes sociais por gravar vídeos no Youtube discutindo guerra cultural, aborto e a influência ruim das músicas e divas pop na vida de crianças e adolescentes
O padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco, na Grande São Paulo. — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Por Rodrigo Rodrigues, Isabela Leite, g1 SP e GloboNews — São Paulo
Entre os 37 indiciados nesta quinta-feira (21) pela Polícia Federal no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado no país está o padre católico José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco, na Grande São Paulo.
Em fevereiro, ele foi alvo da operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal. A operação cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva contra pessoas acusadas de participação na elaboração da tentativa de golpe de estado no Brasil, em janeiro do ano passado.
O religioso é conhecido nas redes sociais por gravar vídeos no Youtube discutindo guerra cultural, aborto e a influência ruim das músicas e divas pop na vida de crianças e adolescentes (leia mais abaixo)
O relatório final do inquérito, que tem mais de 800 páginas, foi concluído no início da tarde desta quinta e vai ser entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O padre José Eduardo é citado como integrante do núcleo jurídico do esquema. Segundo o ministro Alexandre de Moraes, o núcleo assessorava os membros do suposto plano de golpe de estado na elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas.
De acordo com a Polícia Federal, o padre supostamente participou de uma reunião no dia 19 de novembro de 2022, com Filipe Martins e Amauri Feres Saad – outros dois indiciados- como indicam os controles de entrada e saída do Palácio do Planalto.
O encontro, segundo o inquérito da PF, fazia parte de uma série de discussões convocadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para "tratativas com militares de alta patente sobre a instalação de um regime de exceção constitucional."
Filipe Martins era ex-assessor especial de Bolsonaro e foi preso pela PF em fevereiro.
Durante a operação em fevereiro, o padre José Eduardo de Oliveira e Silva foi informado pela PF que terá que cumprir medidas cautelares para não ser preso.
Entre elas, a proibição de manter contato com os demais investigados da operação, o compromisso de não se ausentar do país e entrega de todos os passaportes (nacionais e estrangeiros) no prazo de 24 horas.
Em nota, o advogado Miguel Vidigal afirmou que não recebeu nenhum relatório disponível. "Temos uma nota da Polícia Federal com alguns nomes indiciados."
"Menos de 7 dias depois de dar depoimento à Polícia Federal, meu cliente vê seu nome estampado pela Polícia Federal como um dos indiciados pelos investigadores. Os mesmos investigadores não se furtaram em romper a lei e tratado internacional ao vasculhar conversas e direções espirituais que possuem garantia de sigilo e foram realizadas pelo padre.
Quem deu autorização à Polícia Federal de romper o sigilo das investigações? Até onde se sabe, o ministro Alexandre de Moraes decretou sigilo absoluto. Não há qualquer decisão do magistrado até o momento rompendo tal determinação.
A nota da Polícia Federal com a lista de indiciados é mais um abuso realizado pelos responsáveis da investigação e, tendo publicado no site oficial do órgão policial, contamina toda instituição e a torna responsável pela quebra da determinação do ministro."
O que disse o padre José Eduardo
Por meio de nota em fevereiro, o padre negou que tenha participado de qualquer conspiração contra a Constituição Brasileira. Segundo o padre, como sacerdote católico "é chamado para auxílio espiritual não apenas dos frequentadores da minha paróquia, mas também de todos aqueles de alhures que espontaneamente me procuram com assuntos dos mais variados temas".
"Como é meu dever, preservo a privacidade de todos eles, visto que os dilemas que me apresentam são sempre de foro interno. Em relação ao referido 'inquérito dos atos antidemocráticos', minha posição sobre o assunto é clara e inequívoca: a República é laica e regida pelos preceitos constitucionais, que devem ser respeitados. Romper com a ordem estabelecida seria profundamente contrário aos meus princípios", disse José Eduardo.
"Abaixo de Deus, em nosso país, está a Constituição Federal. Portanto, não cooperei nem endossei qualquer ato disruptivo da Constituição. Como professor de teologia moral, sempre ensinei que a lei positiva deve ser obedecida pelos fiéis, dentre os quais humildemente me incluo. Estou inteiramente à disposição da justiça brasileira para qualquer eventual esclarecimento, recordando o dever de toda a sociedade de combater qualquer tipo de intolerância religiosa", completou.
"A única missão na minha vida é o meu trabalho sacerdotal. Por isso, preciso de um “tradutor” que me faça compreender os passos jurídicos decorrentes desta inusitada e inesperada situação e que me ajude a atender com precisão os pedidos do Poder Judiciário. Por isso, constituo meu “tradutor” o Dr. Miguel da Costa Carvalho Vidigal, advogado, que saberá dar respostas jurídicas pertinentes ao assunto. Ainda não obtivemos acesso aos autos, o qual esperamos obter nos próximos dias", declarou.
Quem é o padre José Eduardo
Integrante da ala conservadora da Igreja Católica, o padre José Eduardo comemora 18 anos de sacerdócio em 2024. Ele é o vigário oficial da 'Paróquia São Domingos – o Pregador-, no bairro de Umuarama, em Osasco.
Doutor em Teologia Moral pela Pontifícia Universidade da Santa Cruz (Roma, Itália), o religioso grava vídeos no Youtube com críticas às cantoras Madonna e Luiza Sonza, por exemplo, e analisa a letra das músicas e o simbolismo de clipes de canções como “Campo de Morango”.
“É de uma baixaria que a gente fica realmente constrangido”, diz ele.
“Não é apenas a letra [das músicas] que diz coisas. Mas é a harmonia, o ritmo e a melodia. Uma música de amor que tem uma batida sensual, ela está falando de amor em termos libidinosos. Na melodia está embutida uma mensagem sexual que não está embutida na letra. [...]Se uma melodia não tem uma inspiração divina, ela tem uma inspiração humana ou demoníaca?”, argumentou o padre em vídeo gravado em 7 de agosto do ano passado.
Entre as pautas que o padre mais gosta de comentar é o aborto: “Você tem pessoas tão loucas que elas são abortistas e veganas. São a favor de que se matem os bebês no ventre de suas mães, mas são totalmente contra o extermínio de animais para o consumo”, declarou ele em outro vídeo.
"Chatólicos"
O padre também frequenta canais e podcast de grande repercussão na extrema direita, como os produtos da produtora Brasil Paralelo e o canal do economista bolsonarista Rodrigo Constantino.
Nos textos em que mantém no seu site pessoal, o padre também alerta os fiéis católicos contra os colegas de igreja que ele chama de “chatólicos”.
Entre as características desse tipo de cristão, segundo o religioso, estão as seguintes:
“O fulano que se converteu ontem, mas já se considera o próprio martelo dos hereges; justificam toda agressividade, desde que ungida com uma pretensa defesa da fé, em nome da qual cometem calúnias e difamações, além de muita desonestidade intelectual; Participam da liturgia como censores, mais preocupados com os eventuais erros cometidos pelo celebrante que com a edificação de sua alma; vivem de sensacionalismo escatológico, assustando “os outros com revelações particulares e especulações irresponsáveis sobre o capiroto”, escreveu. Fonte: https://g1.globo.com
Padre Carmelita Descalço, Frei Giorgio Maria Faré, é excomungado por cisma e demitido da Ordem.
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Padre Giorgio Maria Faré, o carmelita descalço que não reconhece o Papa Francisco, é excomungado
Por Zita Dazzi
A disposição segue a recusa pública e obstinada do frade em reconhecer o Papa Francisco como um Pontífice Romano legitimamente eleito.
Padre Giorgio Maria Faré, frade carmelita da província da Lombardia que não reconhece Bergoglio como pontífice, foi excomungado e renunciou à ordem carmelita. A informação foi comunicada pelo superior geral dos Carmelitas Descalços, Padre Miguel Marquez Calle.
“Esta disposição – explica o Padre Márquez – surge na sequência da recusa pública e obstinada por parte do Padre Faré – de reconhecer o Papa Francisco como Pontífice Romano legitimamente eleito e de permanecer em comunhão com ele”. Fonte: https://milano.repubblica.it
Padre italiano enfrenta excomunhão após declarar que Francisco não é o Papa legítimo
Giorgio Maria Fare
por redacioninfovaticana
LifeSiteNews relata que o padre carmelita italiano Padre Giorgio Maria Faré poderia ser excomungado e expulso da Ordem Carmelita se não se retratasse da sua declaração de que o Papa Francisco não é o “Papa legítimo”, alegando que a renúncia de Bento XVI era inválida. Este ultimato foi estabelecido pelo seu superior e expirou em 30 de outubro.
Numa carta datada de 17 de outubro, divulgada pelo meio de comunicação italiano Silere non possum, o comissário da província lombarda da OCD, padre Renato Dell'acqua, informou a comunidade carmelita sobre a situação em Faré. Segundo Dell'acqua, o Padre Miguel Márquez, superior geral da ordem, assinou uma admoestação canónica no dia 15 de outubro instando Faré a renunciar ao seu cargo antes de 30 de outubro para evitar a sua excomunhão da Igreja Católica e a sua expulsão da ordem.
As declarações de Faré, transmitidas no YouTube em 13 de outubro, sustentam que Bento XVI, ao renunciar, não abandonou adequadamente o ofício papal, o que, segundo ele, invalidaria o pontificado de Francisco. Durante esta homilia, Faré expressou a sua impossibilidade de celebrar a missa “em comunhão com o Papa Francisco”, o que causou séria preocupação entre os seus superiores.
Dell'acqua expressou sua preocupação na carta enviada a Faré: “O Padre Faré tem 15 dias para retratar suas teses e não incorrer em excomunhão e expulsão da ordem. Deixando de lado toda vã curiosidade, rezemos pelo arrependimento do irmão”, escreveu o comissário.
Faré também investigou, na sua homilia de 13 de Outubro, o que considera uma conspiração da “máfia de St. Gallen” para instalar um Papa de orientação liberal após a morte de Bento XVI. Segundo sua teoria, Bento XVI, ciente dessa conspiração, teria renunciado de forma intencionalmente inválida, optando por manter o título de “Papa Emérito”, continuar usando a batina branca e manter seu brasão como mensagens para os cardeais agirem. . Faré destacou que se tivessem detectado e relatado estas “anomalias” após a renúncia de Bento XVI, um “conclave inválido” teria sido evitado.
O sacerdote utilizou como prova da invalidade da renúncia de Bento XVI a expressão latina utilizada na sua carta, na qual indicava “declaro que renuncio” em vez de um simples “renuncio”, o que, segundo ele, não cumpre com os requisitos estabelecidos no cânon 332 §2 do Código de Direito Canônico de 1983, que exige a renúncia completa ao “munus” ou “ofício” do papado, e não apenas ao seu ministério.
LifeSiteNews contatou o Padre Faré, que se recusou a comentar mais sobre o assunto. Fonte: https://infovaticana.com
Quem é o Padre Giorgio Maria Faré?
FREI GIORGIO MARIA FARÉ (Melzo 1972) é Frade Carmelita Descalço da Inspetoria da Lombardia e Sacerdote desde 2001.
Obteve a Licenciatura em Teologia Fundamental em Milão, na Faculdade Teológica do Norte de Itália e o Doutoramento em Teologia com especialização em Teologia Fundamental em Roma, na Pontifícia Universidade Gregoriana, com uma tese intitulada: “Fé e comunidade eclesial em perspectiva liminar - Verificação da utilidade heurística de uma categoria antropológica para uma reflexão sobre a chegada à fé e sobre a experiência eclesial”.
Antes de sua ordenação sacerdotal, serviu durante seis anos na prisão de San Vittore, em Milão, como assistente voluntário.
Foi membro do Conselho Presbiteral da Arquidiocese de Milão de 2009 a 2020 e foi Secretário do CISM Diocesano da Arquidiocese de Milão e Conselheiro do Conselho da Presidência do CISM da Lombardia de 2011 a 2019.
Em 2013 publicou o livro “A Santa Missa nas duas Formas do Rito Romano. Celebrar, servir, compreender” com prefácio do Cardeal Antonio Cañizares Llovera e introdução de Dom Nicola Bux.
Em 2016 publicou o livro “Il Sacrificio Perfetto”.
Em 2024 publicou o livro “O homem e a Igreja diante do limiar. Ensaio teológico fundamental sobre a chegada à fé e a experiência eclesial segundo a categoria da liminaridade", Dissertação de doutorado em Teologia com especialização em Teologia Fundamental... Fonte: www.veritatemincaritate.com
Novo estudo do Pe. Giorgio Faré sobre a invalidez de Jorge Bergoglio
“Afirmo que Bergoglio não é o papa.”
Estas palavras foram proferidas em uma homilia proferida em 13 de outubro pelo Padre Giorgio Maria Faré, um importante sacerdote italiano. *
Padre Faré, frade carmelita descalço e doutor em teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, fez a afirmação após um estudo canônico e histórico intensivo dos eventos que cercaram a renúncia do Papa Bento XVI e o subsequente conclave papal — e na esteira de sua profunda angústia pelos terríveis danos que Jorge Bergoglio causou nos últimos onze anos.
Essa angústia é evidente no que o Padre Faré descreve como um “ponto de virada” em seu discernimento sobre essas questões, ocorrido em 16 de junho, quando ele refletiu sobre as leituras da missa daquele dia.
A proclamação desta Palavra de Deus me desafiou: naquele momento percebi que estava sendo chamado a fazer uma escolha fundamental. Eu tinha que decidir se permaneceria fiel à Sagrada Escritura e a Jesus Cristo ou se sucumbiria à tentação de me adaptar a um ensinamento construído sobre compromissos e meias-verdades... Chegamos a um ponto crítico: um padre deve escolher se prega o que a Sagrada Escritura e a Igreja sempre ensinaram ou se adere ao que o chamado “Papa Francisco” ensina em seu magistério ordinário.
Chegando a uma conclusão tão importante e ponderando seu próprio futuro à luz disso, o Padre Faré diz perto do fim de sua homilia: “Sou um padre católico e continuarei a sê-lo e a fazer o que um padre faz. Claramente, não celebrarei mais a Santa Missa 'com Francisco, nosso Papa.'”
Como já dissemos muitas vezes, a Igreja está passando por uma crise sem precedentes. Pode ser útil ver como outros clérigos e leigos fiéis estão respondendo a ela, e como às vezes abordagens muito diferentes estão levando à mesma conclusão fundamental sobre a crise e Bergoglio. A homilia do Padre Faré, essencialmente o artigo produzido por seu estudo mencionado acima, é um tanto longa, mas vale a pena ler para uma perspectiva útil sobre a crise na Igreja hoje. Fonte: https://missionofdivinemercy.org
Papa envia mensagem ao G20 no Brasil e pede ações concretas contra a fome e a pobreza.
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Na mensagem lida pelo cardeal Pietro Parolin, o Papa aborda a necessidade de solidariedade internacional e o redirecionamento de fundos militares para o combate à desigualdade. O Pontífice destaca o compromisso da Santa Sé e pede aos líderes reunidos no G20 ações concretas na redistribuição justa de recursos e decisões ousadas que garantam dignidade e alimento a todos.
Thulio Fonseca - Vatican News
O Papa Francisco enviou uma mensagem aos líderes do G20, reunidos no Rio de Janeiro, para tratar de temas como a urgência de ações concretas no combate à fome e à pobreza no mundo. A mensagem foi lida nesta segunda-feira, 18 de novembro, pelo Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, durante o lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.
No texto, endereçado ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o Papa Francisco faz um apelo por solidariedade global e coordenação entre as nações para enfrentar injustiças sociais e econômicas, e sublinha que ações imediatas e conjuntas são indispensáveis para erradicar a fome e a pobreza, com foco na dignidade humana, no acesso aos bens essenciais e na redistribuição justa de recursos:
"É evidente que devem ser tomadas ações imediatas e decisivas para erradicar o flagelo da fome e da pobreza. Tais ações devem ser realizadas de forma conjunta e colaborativa, com o envolvimento de toda a comunidade internacional. A implementação de medidas eficazes requer um compromisso concreto dos governos, das organizações internacionais e da sociedade como um todo. A centralidade da dignidade humana, dada por Deus, de cada indivíduo, o acesso aos bens essenciais e a justa distribuição de recursos devem ser priorizados em todas as agendas políticas e sociais."
Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza: a proposta da Santa Sé
Um dos pilares da mensagem é a abordagem de Francisco sobre a proposta de criação da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. O Papa também alertou contra programas que ignoram as reais necessidades dos mais pobres e enfatizou que a fome resulta de desigualdades estruturais na distribuição de recursos, não da escassez de alimentos:
"A Aliança poderia começar implementando a proposta de longa data da Santa Sé, que propõe redirecionar fundos atualmente alocados para armas e outros gastos militares para um fundo global destinado a combater a fome e promover o desenvolvimento nos países mais empobrecidos. Essa abordagem ajudaria a evitar que os cidadãos desses países tivessem que recorrer a soluções violentas ou ilusórias, ou a deixar seus países em busca de uma vida mais digna."
Solidariedade internacional como base para o futuro
Ao destacar a importância de uma solidariedade internacional baseada na fraternidade e no cuidado com a casa comum, o Santo Padre pediu ao G20 que mantenha a luta contra a fome como prioridade permanente, não apenas em momentos de crise. Ao encerrar, Francisco instou os líderes a tomarem decisões ousadas e concretas:
"A Santa Sé continuará promovendo a dignidade humana e fazendo sua contribuição específica para o bem comum, oferecendo a experiência e o engajamento das instituições católicas ao redor do mundo, para que em nosso mundo nenhum ser humano, como pessoa amada por Deus, seja privado de seu pão diário. Que o Deus Todo-Poderoso abençoe abundantemente seus trabalhos e esforços para o verdadeiro progresso de toda a família humana."
G20 no Rio de Janeiro
O G20, que reúne as 20 maiores economias do planeta, realiza sua cúpula nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro. O lema do evento, "Construindo um mundo justo e um planeta sustentável", reflete o compromisso do Brasil em promover acordos globais que combinem prosperidade econômica com inclusão social e desenvolvimento ambiental.
O encontro ocorre em um momento crítico, com o aumento de conflitos internacionais, desigualdade econômica e crises climáticas. A programação inclui debates sobre segurança alimentar, mudanças climáticas, saúde global e reforma do sistema financeiro internacional.
Além disso, o evento busca representar um compromisso com uma governança global mais equitativa e com uma transição ecológica justa e inclusiva. Entre os líderes presentes estão representantes dos Estados Unidos, China, Índia, Itália, Alemanha, França, Japão e outros países.
Comissão da Santa Sé para o G20
A comissão da Santa Sé para o G20 é composta pelo cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano; dom Giambattista Diquattro, núncio apostólico no Brasil; cardeal Orani João Tempesta, arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro; monsenhor Joseph Grech, secretário do cardeal Parolin; e por monsenhor André Sampaio, vigário episcopal do Rio de Janeiro. Fonte: https://www.vaticannews.va
O Dia dos Pobres e os sapatos do Papa para um sem-teto
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No almoço com Francisco na Sala Paulo VI neste domingo (17/11) também estará Giuseppe, um sem-teto de Roma, que há poucos dias recebeu de presente, do Dicastério para o Serviço da Caridade, um par de sapatos que o Pontífice havia disponibilizado para os mais necessitados. A história foi compartilhada com a mídia do Vaticano pelo cardeal Krajewski, o esmoleiro do Papa: o significado do evento que está sendo celebrado neste dia é de restaurar a dignidade das pessoas.
Pe. Paweł Rytel-Andrianik e Pe. Marek Weresa - Vatican News
No oitavo Dia Mundial dos Pobres, neste domingo (17/11), o Papa convidou os pobres e os sem-teto para a missa e uma refeição comunitária a ser realizada na Sala Paulo VI com 1.300 pessoas. Também fará parte desse grupo Giuseppe, um sem-teto de Roma, que há poucos dias recebeu um par de sapatos como presente do Pontífice. Celebrar o Dia Mundial dos Pobres significa seguir Jesus e simplesmente pensar da mesma forma como indicado no Evangelho, porque é isso que Cristo teria feito e, portanto, é isso que também faremos. É assim que o cardeal Konrad Krajewski, esmoleiro do Papa, explica à mídia do Vaticano sobre o significado do evento do dia em que o Papa Francisco preside missa na Basílica do Vaticano e depois almoça com 1.300 pessoas necessitadas na Sala Paulo VI.
Os sapatos do Papa para um sem-teto
O cardeal, falando sobre as atividades do Dicastério para o Serviço da Caridade e os muitos exemplos de bondade e ajuda, contou sobre Giuseppe, um “sem-teto local” que vive nas ruas há anos. Esta semana, o Papa recebeu um par de sapatos tamanho 42. Francisco imediatamente entregou esse presente ao departamento da Esmolaria Apostólica. Poucas horas depois, Giuseppe chegou precisando de sapatos; ele disse que não conseguia mais andar com os velhos que estava usando. O número 42 foi providencialmente seu. “Ele recebeu imediatamente os sapatos do Santo Padre, calçou-os e também estará na refeição com o Papa no domingo.”
“A oração do pobre eleva-se até Deus”
O cardeal, referindo-se ao tema do Dia Mundial dos Pobres deste ano “A oração do pobre eleva-se até Deus”, enfatizou que o modelo em oração para nós é Jesus que, no Evangelho, nos deixou muitas imagens e exemplos que mostram a virtude da perseverança. “Nós vencemos quando rezamos a Deus”, observa Krajewski. Ao mesmo tempo, ele ressalta que como e quando Deus ouve as orações dos “pobres” é um mistério. Pode ser necessária uma atitude prolongada de oração, como na história de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho; ou há situações em que as invocações são ouvidas muito rapidamente; mas também há casos em que as orações não são atendidas. Isso acontece por uma razão simples, diz o cardeal: o que acontece pode não ser para o meu bem. “É por isso que Deus ouve as orações que nos tornam belos, para agradar a Deus e às pessoas. Elas são para o nosso próprio bem e isso é provavelmente a coisa mais importante”, diz o esmoleiro.
Restaurar a dignidade ouvindo
Krajewski lembrou que os eventos deste domingo (17/11) são precedidos por inúmeras iniciativas para cuidar dos pobres, como o ambulatório sob a Colunata de Bernini, que fica aberto todos os dias e recebe cerca de 150 pessoas sem-teto. Todos os necessitados, mesmo as pessoas sem documentos ou que não sabem italiano, podem contar com atendimento médico abrangente. Antes de tudo, porém, é preciso ouvir o próximo, sua história e suas necessidades, porque “restaurar a dignidade também acontece ouvindo”. Essas pessoas com fragilidades são visitadas por médicos e recebem medicamentos gratuitos do Santo Padre na farmácia do Vaticano. A refeição após a Eucaristia com os pobres, organizada pelo Dicastério para o Serviço da Caridade, é oferecida pela Cruz Vermelha Italiana. No final, todos receberão dos padres da Congregação dos Sacerdotes Missionários uma mochila contendo alimentos e produtos de necessidades básicas para a vida cotidiana. Fonte: https://www.vaticannews.va
MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA O VIII DIA MUNDIAL DOS POBRES
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XXXIII Domingo do Tempo Comum
17 de novembro de 2024
A oração do pobre eleva-se até Deus (cf. Sir 21, 5)
Caros irmãos e irmãs!
- A oração do pobre eleva-se até Deus (cf. Sir21, 5). No ano dedicado à oração, em vista do Jubileu Ordinário de 2025, esta expressão da sabedoria bíblica é ainda mais oportuna a fim de nos preparar para o VIII Dia Mundial dos Pobres, que acontecerá no próximo 17 de novembro. A esperança cristã inclui também a certeza de que a nossa oração chega à presença de Deus; não uma oração qualquer, mas a oração do pobre. Reflitamos sobre esta Palavra e “leiamo-la” nos rostos e nas histórias dos pobres que encontramos no nosso dia-a-dia, para que a oração se torne um modo de comunhão com eles e de partilha do seu sofrimento.
- O livro de Ben-Sirá, ao qual nos referimos, não é muito conhecido e merece ser descoberto pela riqueza dos temas que aborda, sobretudo quando se refere à relação do homem com Deus e com o mundo. O seu autor, Ben-Sirá, é um mestre, um escriba de Jerusalém que, provavelmente, escreve no século II a.C. Radicado na tradição de Israel, é um homem sábio, que ensina sobre vários domínios da vida humana: desde o trabalho à família, desde a vida em sociedade à educação dos jovens; presta atenção às questões relacionadas com a fé em Deus e a observância da Lei. Aborda os problemas nada fáceis da liberdade, do mal e da justiça divina, que hoje são de grande atualidade também para nós. Inspirado pelo Espírito Santo, Ben-Sirá pretende transmitir a todos o caminho a seguir para uma vida sábia e digna de ser vivida diante de Deus e dos irmãos.
- Um dos temas a que este autor sagrado dedica mais espaço é a oração, e fá-lo com grande ardor, porque dá voz à sua própria experiência pessoal. Efetivamente, nenhum texto sobre a oração poderia ser eficaz e fecundo se não partisse de quem se encontra diariamente na presença de Deus e escuta a sua Palavra. Ben-Sirá declara que, desde a sua juventude, procurou a sabedoria: «Quando eu era ainda jovem, antes de ter viajado, busquei abertamente a sabedoria na oração» (Sir51, 13).
- No seu caminho, descobre uma das realidades fundamentais da revelação, ou seja, o facto de os pobres terem um lugar privilegiado no coração de Deus, a tal ponto que, perante o seu sofrimento, Deus se “impacienta” enquanto não lhes faz justiça: «A oração do humilde penetrará as nuvens, e não se consolará, enquanto ela não chegar até Deus. Ele não se afastará, enquanto o Altíssimo não olhar, não fizer justiça aos justos e restabelecer a equidade. O Senhor não tardará nem terá paciência com os opressores» (Sir35, 17-19). Deus, porque é um Pai atento e carinhoso para com todos, conhece os sofrimentos dos seus filhos. Como Pai, preocupa-se com aqueles que mais precisam dele: os pobres, os marginalizados, os que sofrem, os esquecidos... Ninguém está excluído do seu coração, uma vez que, diante d’Ele, todos somos pobres e necessitados. Somos todos mendigos, pois sem Deus não seríamos nada. Nem sequer teríamos vida se Deus não no-la tivesse dado. E, no entanto, quantas vezes vivemos como se fôssemos os donos da vida ou como se tivéssemos de a conquistar! A mentalidade mundana pede que sejamos alguém, que nos tornemos famosos independentemente de tudo e de todos, quebrando as regras sociais para alcançar a riqueza. Que triste ilusão! A felicidade não se adquire espezinhando os direitos e a dignidade dos outros.
A violência causada pelas guerras mostra claramente quanta arrogância move aqueles que se consideram poderosos aos olhos dos homens, enquanto aos olhos de Deus são miseráveis. Quantos novos pobres produz esta má política das armas, quantas vítimas inocentes! Contudo, não podemos recuar. Os discípulos do Senhor sabem que cada um destes “pequeninos” traz gravado em si o rosto do Filho de Deus, e que a nossa solidariedade e o sinal da caridade cristã devem chegar até eles. «Cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres, para que possam integrar-se plenamente na sociedade; isto supõe estar docilmente atentos, para ouvir o clamor do pobre e socorrê-lo» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 187).
- Neste ano dedicado à oração, precisamos de fazer nossa a oração dos pobres e rezar com eles. É um desafio que temos de aceitar e uma ação pastoral que precisa de ser alimentada. Com efeito, «a pior discriminação que sofrem os pobres é a falta de cuidado espiritual. A imensa maioria dos pobres possui uma especial abertura à fé; tem necessidade de Deus e não podemos deixar de lhe oferecer a sua amizade, a sua bênção, a sua Palavra, a celebração dos Sacramentos e a proposta dum caminho de crescimento e amadurecimento na fé. A opção preferencial pelos pobres deve traduzir-se, principalmente, numa solicitude religiosa privilegiada e prioritária» (ibid., 200).
Tudo isto requer um coração humilde, que tenha a coragem de se tornar mendigo. Um coração pronto a reconhecer-se pobre e necessitado. Existe, efetivamente, uma correspondência entre pobreza, humildade e confiança. O verdadeiro pobre é o humilde, como afirmava o santo bispo Agostinho: «O pobre não tem de que se orgulhar, o rico tem o orgulho para combater. Portanto, escuta-me: sê um verdadeiro pobre, sê virtuoso, sê humilde» (Discursos, 14, 4). O homem humilde não tem nada de que se vangloriar nem nada a reclamar, sabe que não pode contar consigo próprio, mas acredita firmemente que pode recorrer ao amor misericordioso de Deus, diante do qual se encontra como o filho pródigo que regressa a casa arrependido para receber o abraço do pai (cf. Lc 15, 11-24). O pobre, sem nada em que se apoiar, recebe a força de Deus e coloca n’Ele toda a sua confiança. Com efeito, a humildade gera a confiança de que Deus nunca nos abandonará e não nos deixará sem resposta.
- Aos pobres que habitam as nossas cidades e fazem parte das nossas comunidades, recomendo que não percam esta certeza: Deus está atento a cada um de vós e está perto de vós. Ele não se esquece de vós, nem nunca o poderia fazer. Todos nós fazemos orações que parecem não ter resposta. Por vezes, pedimos para sermos libertados de uma miséria que nos faz sofrer e nos humilha, e Deus parece não ouvir a nossa invocação. Mas o silêncio de Deus não significa distração face ao nosso sofrimento; pelo contrário, contém uma palavra que pede para ser acolhida com confiança, abandonando-nos a Ele e à sua vontade. É ainda Ben-Sirá que o testemunha: “O juízo de Deus será em favor dos pobres” (cf. 21, 5). Da pobreza, portanto, pode brotar o canto da mais genuína esperança. Lembremo-nos de que «quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem. […] Esta não é a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo ressuscitado» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 2).
- O Dia Mundial dos Pobres tornou-se um compromisso na agenda de cada comunidade eclesial. É uma oportunidade pastoral que não deve ser subestimada, porque desafia cada fiel a escutar a oração dos pobres, tomando consciência da sua presença e das suas necessidades. É uma ocasião propícia para realizar iniciativas que ajudem concretamente os pobres, e também para reconhecer e apoiar os numerosos voluntários que se dedicam com paixão aos mais necessitados. Devemos agradecer ao Senhor pelas pessoas que se disponibilizam para escutar e apoiar os mais pobres: sacerdotes, pessoas consagradas e leigos que, com o seu testemunho, são a voz da resposta de Deus às orações daqueles que a Ele recorrem. Portanto, o silêncio quebra-se sempre que se acolhe e abraça um irmão necessitado. Os pobres têm ainda muito para ensinar, porque numa cultura que colocou a riqueza em primeiro lugar e que sacrifica muitas vezes a dignidade das pessoas no altar dos bens materiais, eles remam contra a corrente, tornando claro que o essencial da vida é outra coisa.
A oração, por conseguinte, encontra o certificado da sua autenticidade na caridade que se transforma em encontro e proximidade. Se a oração não se traduz em ações concretas, é vã; efetivamente, «a fé sem obras está morta» (Tg 2, 26). Contudo, a caridade sem oração corre o risco de se tornar uma filantropia que rapidamente se esgota. «Sem a oração quotidiana, vivida com fidelidade, o nosso fazer esvazia-se, perde a alma profunda, reduz-se a um simples ativismo» (BENTO XVI, Catequese, 25 de abril de 2012). Devemos evitar esta tentação e estar sempre vigilantes com a força e a perseverança que nos vem do Espírito Santo, que é dador de vida.
- Neste contexto, é bom recordar o testemunho que nos deixou Madre Teresa de Calcutá, uma mulher que deu a vida pelos pobres. Esta santa repetia continuamente que a oração era o lugar dondetirava força e fépara a sua missão de serviço aos últimos. Quando falou na Assembleia Geral da ONU, a 26 de outubro de 1985, mostrando a todos as contas do terço que trazia sempre na mão, disse: «Sou apenas uma pobre freira que reza. Ao rezar, Jesus põe o seu amor no meu coração e eu vou dá-lo a todos os pobres que encontro no meu caminho. Rezai vós também! Rezai, e sereis capazes de ver os pobres que tendes ao vosso lado. Talvez no mesmo andar da vossa casa. Talvez até nas vossas próprias casas há quem espera pelo vosso amor. Rezai, e abrir-se-ão os vossos olhos e encher-se-á de amor o vosso coração».
E como não recordar aqui, na cidade de Roma, São Bento José Labre (1748-1783), cujo corpo jaz e é venerado na igreja paroquial de Santa Maria ai Monti. Peregrino desde França até Roma, rejeitado em muitos mosteiros, viveu os seus últimos anos pobre entre os pobres, passando horas e horas em oração diante do Santíssimo Sacramento, com o terço, recitando o breviário, lendo o Novo Testamento e a Imitação de Cristo. Não tendo sequer um pequeno quarto para se alojar, dormia habitualmente num canto das ruínas do Coliseu, como “vagabundo de Deus”, fazendo da sua existência uma oração incessante que subia até Ele.
- No caminho para o Ano Santo, exorto todos a fazerem-se peregrinos da esperança, dando sinais concretos de um futuro melhor. Não nos esqueçamos de guardar «os pequenos detalhes do amor» (Exort. ap.Gaudete et Exsultate, 145): parar, aproximar-se, dar um pouco de atenção, um sorriso, uma carícia, uma palavra de conforto... Estes gestos não podem ser improvisados; antes, exigem uma fidelidade quotidiana, muitas vezes escondida e silenciosa, mas fortalecida pela oração. Neste momento, em que o canto da esperança parece dar lugar ao ruído das armas, ao grito de tantos inocentes feridos e ao silêncio das inúmeras vítimas das guerras, dirijamos a Deus a nossa invocação de paz. Somos pobres de paz e, para a acolher como um dom precioso, estendemos as mãos, ao mesmo tempo que nos esforçamos por costurá-la no dia-a-dia.
- Em todas as circunstâncias, somos chamados a ser amigos dos pobres, seguindo os passos de Jesus, que foi o primeiro a solidarizar-se com os últimos. Que a Santa Mãe de Deus, Maria Santíssima, nos sustente neste caminho; ela que, aparecendo em Banneux, nos deixou uma mensagem a não esquecer: «Eu sou a Virgem dos pobres». A ela, a quem Deus olhou pela sua humilde pobreza e em quem realizou grandes coisas com a sua obediência, confiemos a nossa oração, convictos de que subirá até ao céu e será ouvida.
Roma – São João de Latrão, na Memória de Santo António, Patrono dos pobres, 13 de junho de 2024. Fonte: https://www.vatican.va
FRANCISCO
*33º- DOMINGO DO TEMPO COMUM: Um olhar de Esperança
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Tema
A liturgia do 33º Domingo do Tempo Comum convida-nos a ler a história dos homens numa perspectiva de esperança. Garante-nos que o egoísmo, a violência, a injustiça, o pecado, não têm a “última palavra” na história do mundo e dos homens; a “última palavra” será sempre de Deus, que vai, a seu tempo, mudar a noite do mundo numa aurora de vida sem fim. É com essa certeza que devemos enfrentar a vida e o caminho que temos à nossa frente.
EVANGELHO – Marcos 13,24-32
O “discurso escatológico” de Jesus é um texto difícil, uma vez que emprega imagens e linguagens marcadas por alusões enigmáticas, bem ao jeito do género literário “apocalipse”. Nele confluem elementos de caráter histórico – a anunciada destruição de Jerusalém e do templo ocorrerá quarenta anos depois, no ano 70, quando as tropas romanas de Tito tomarem a cidade e a incendiarem – com reflexões de caráter profético sobre o sentido da história humana no seu conjunto. O objetivo do discurso seria dar aos discípulos indicações acerca da atitude a tomar frente às vicissitudes que marcarão a caminhada histórica da comunidade, até ao momento em que Jesus vier para instaurar, em definitivo, o novo céu e a nova terra.
INTERPELAÇÕES
Ver os telejornais ou escutar os noticiários é, com frequência, uma experiência que nos desassossega e que nos deprime. Os dramas da “aldeia global” que é o mundo entram em nossa casa, sentam-se à nossa mesa, perturbam a nossa tranquilidade, escurecem os nossos horizontes. A guerra, a opressão, a injustiça, a miséria, a escravidão, o egoísmo, o desprezo pela dignidade dos seres humanos, atingem-nos, mesmo quando acontecem a milhares de quilómetros do pequeno mundo onde nos movemos todos os dias. As sombras que marcam a história atual da humanidade tornam-se realidades próximas, tangíveis, que nos inquietam e nos desanimam. Sentimo-nos impotentes, incapazes de mudar o rumo das coisas. O futuro parece-nos sombrio e sem saída. A Palavra de Deus que hoje nos é servida abre, contudo, a porta à esperança. Reafirma, uma vez mais, que Deus não abandona os seus filhos que caminham na história e está determinado a transformar o mundo velho do egoísmo e do pecado num mundo novo de vida e de felicidade para todos os homens. A humanidade não caminha para o caos, para a destruição, para o sem sentido, para o nada; mas caminha ao encontro desse mundo novo em que o homem, com a ajuda de Deus, alcançará a plenitude das suas possibilidades. Como é que vemos e avaliamos a história dos homens? Acreditamos que o mal não triunfará e que a última palavra será sempre de Deus? Acreditamos que Deus fará surgir, das ruínas do mundo velho, um mundo novo, de alegria e de felicidade plenas?
Os cristãos não leem a história atual da humanidade como um caminho sem saída; mas veem os momentos de tensão e de luta que hoje marcam a vida dos homens e das sociedades como sinais de que o mundo velho está a ser transformado e renovado, e que em seu lugar vai surgir um mundo novo e melhor. Isso faz dos discípulos de Jesus arautos e testemunhas da esperança. Certos de que Deus conduz a história de acordo com o seu projeto, os seguidores de Jesus não vivem dominados pelo medo, pelo pessimismo, pelo desespero, por discursos negativos, por angústias a propósito do fim do mundo… Os nossos contemporâneos têm de ver em nós pessoas a quem a fé dá uma visão otimista da vida e da história; pessoas que caminham, alegres e confiantes, ao encontro desse mundo novo que Deus nos prometeu. Sustentados pela fé, somos testemunhas da esperança? Os homens e mulheres com quem nos cruzamos são contaminados pelo nosso testemunho de confiança em Deus, pela nossa alegria serena, pela coragem com que enfrentamos as vicissitudes e as crises da vida?
Deus é o Senhor da história, Deus é o arquiteto do mundo novo que irá surgir. No entanto, Ele associa-nos à sua obra e convoca-nos para trabalharmos ao lado d’Ele na concretização desse projeto. Os filhos e filhas de Deus não podem ficar de braços cruzados à espera que o mundo novo caia do céu; mas, enquanto caminham pela vida e pela história, são chamados a anunciar e a construir, com a sua vida, com as suas palavras, com os seus gestos, esse mundo que está nos projetos de Deus. Isso implica, antes de mais, um processo de conversão que nos leve a suprimir aquilo que em nós é egoísmo, orgulho, prepotência, exploração, injustiça (mundo velho); implica, também, testemunharmos objetivamente em gestos concretos, os valores do mundo novo: a partilha, o serviço, o perdão, o amor, a fraternidade, a solidariedade, a paz; implica, ainda, lutarmos sem desfalecer contra tudo aquilo que desfeia o mundo, que causa sofrimento e morte, que põe em causa a vida, a liberdade e a felicidade dos filhos e filhas de Deus. Aceitamos ser protagonistas, ao lado de Deus, na construção de um mundo mais justo, mais fraterno, mais humano, ou deixamo-nos arrastar passivamente, acomodados e instalados, aceitando que o mundo avance sem a nossa intervenção e sem o nosso testemunho de discípulos de Jesus?
Esse Deus que não abandona os homens na sua caminhada histórica vem continuamente ao nosso encontro para nos deixar os seus desafios, para nos fazer entender os seus projetos, para nos indicar os caminhos que Ele nos chama a percorrer. Da nossa parte, precisamos de estar atentos à sua proximidade e reconhecê-l’O nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e que buscam a libertação. O cristão não vive de olhos postos no céu, à espera de uma comunicação especial de Deus; mas vive de olhos postos no mundo, para “ler” o que está a acontecer a cada instante e para escutar os apelos que Deus lhe deixa a cada momento nos acontecimentos da história e nos factos corriqueiros de que é feita a nossa vida de todos os dias. Procuramos detectar os apelos e sinais que Deus nos envia e através dos quais Ele nos indica o que espera de nós? Procuramos manter-nos íntimos de Deus, dialogar frequentemente com Ele, escutar a sua Palavra, a fim de percebermos o plano que Ele tem para o mundo e para nós?
Há uma realidade incontornável, que nunca podemos olvidar: apesar da ação de Deus e dos nossos próprios esforços para que o nosso mundo seja, a cada instante, transformado e humanizado, o mundo novo com que sonhamos e que está no projeto de Deus nunca será uma realidade plena nesta terra: a nossa caminhada neste mundo será sempre marcada pela nossa finitude, pelos nossos limites, pela nossa imperfeição, pelo nosso egoísmo, pelas nossas opções discutíveis. O mundo novo sonhado por Deus é uma realidade escatológica, cuja plenitude só acontecerá depois de Cristo, o Senhor, ter destruído definitivamente o mal que nos torna escravos. Estamos conscientes disso? Temos consciência de que caminhamos rodeados de debilidade e de finitude, mas que isso não pode enfraquecer o nosso compromisso, os nossos esforços, a nossa alegria, a nossa confiança em Deus?...
*Leia na integra. Clique no link ao lado- EVANGELHO DO DIA.
Segunda-feira, 11 de novembro-2024. 32º Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus de poder e misericórdia, afastai de nós todo obstáculo para que, inteiramente disponíveis, nos dediquemos ao vosso serviço. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 17, 1-6)
Naquele tempo, 1Jesus disse também a seus discípulos: É impossível que não haja escândalos, mas ai daquele por quem eles vêm! 2Melhor lhe seria que se lhe atasse em volta do pender, perdoa-lhe. 4Se pecar sete vezes no dia contra ti e sete vezes no dia vier procurar-te, dizendo: Estou arrependido, perdoar-lhe-ás. 5Os apóstolos disseram ao Senhor: Aumenta-nos a fé! 6Disse o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar, e ela vos obedecerá. - Palavra da salvação.
3) Reflexão Lucas 17,1-6
O evangelho de hoje traz três palavras distintas de Jesus: uma sobre como evitar o escândalo dos pequenos, outra sobre a importância do perdão e uma terceira sobre o tamanho da fé em Deus que devemos ter.
Lucas 17,1-2: Primeira palavra: evitar o escândalo
“Jesus disse a seus discípulos: "É inevitável que aconteçam escândalos, mas, ai daquele que produz escândalos! Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos”. Escândalo é aquilo que faz a pessoa tropeçar e cair. No nível da fé significa aquilo que desvia a pessoa do bom caminho. Escandalizar os pequenos é ser motivo pelo qual os pequenos se desviem e percam a fé em Deus. Quem faz isto recebe a seguinte sentença: “Corda no pescoço amarrada numa pedra de moinho para ser jogado no fundo do mar!” Por que tanta severidade? É porque Jesus se identifica com os pequenos, os pobres. (Mt 25,40.45). São os seus preferidos, os primeiros destinatários da Boa Nova (cf. Lc 4,18). Quem toca neles, toca em Jesus! Ao longo dos séculos, muitas vezes, nós cristãos pelo nosso modo de viver a fé fomos motivo pelo qual os pequenos se afastaram da igreja e procuraram outras religiões. Já não conseguiam crer, como dizia o apóstolo na carta aos romanos, citando o profeta Isaías: "Por causa de vocês, o nome de Deus é blasfemado entre os pagãos." (Rm 2,24; Is 52,5; Ez 36,22). Até onde nós temos culpa? Será que merecemos a corda no pescoço?
Lucas 17,3-4: Segunda palavra: Perdoar o irmão
“Prestem atenção! Se o seu irmão peca contra você, chame a atenção dele. Se ele se arrepender, perdoe. Se ele pecar contra você sete vezes num só dia, e sete vezes vier a você, dizendo: 'Estou arrependido', você deve perdoá-lo”. Sete vezes por dia! Não é pouco! Jesus pede muito! No evangelho de Mateus, ele diz que devemos perdoar até setenta vezes sete! (Mt 18,22). O perdão e a reconciliação são um dos assuntos em que Jesus mais insiste. A graça de poder perdoar as pessoas e reconcilia-las entre si e com Deus foi dada a Pedro (Mt 16,19), aos apóstolos (Jo 20,23) e à comunidade (Mt 18,18). A parábola sobre a necessidade de perdoar o próximo não deixa dúvida: se não perdoarmos aos irmãos, não podemos receber o perdão de Deus (Mt 18,22-35; 6,12.15; Mc 11,26). Pois não há proporção entre o perdão que recebemos de Deus e o perdão que devemos oferecer ao próximo. O perdão com que Deus nos perdoa gratuitamente é como dez mil talentos comparados com cem denários (Mt 18,23-35). A Bíblia de Jerusalém fez o cálculo: dez mil talentos são 174 toneladas de ouro; cem denários não passam de 30 gramas de ouro.
Lucas 17,5-6: Terceira palavra: Aumentar em nós a fé
“Os apóstolos disseram ao Senhor: "Aumenta a nossa fé!" O Senhor respondeu: "Se vocês tivessem fé do tamanho de uma semente de mostarda, poderiam dizer a esta amoreira: 'Arranque-se daí, e plante-se no mar'. E ela obedeceria a vocês”. Neste contexto de Lucas, a pergunta dos apóstolos aparece como motivada pela ordem de Jesus de perdoar até sete vezes por dia ao irmão ou à irmã que pecar contra nós. Não é fácil perdoar. O coração fica magoado, e a razão arruma mil motivos para não perdoar. Só com muita fé em Deus é possível chegarmos ao ponto de ter um amor tão grande que ele nos torne capazes de perdoar até sete vezes por dia ao irmão que peca contra nós. Humanamente falando, aos olhos do mundo, perdoar assim é loucura e escândalo, mas para nós tal atitude é expressão da sabedoria divina que nos perdoa infinitamente mais. Dizia Paulo: “Nós anunciamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos. (1Cor 1,23) .
4) Para um confronto pessoal
1) Na minha vida, alguma vez, já fui motivo de escândalo par o meu próximo? Ou alguma vez, os outros foram motivo de escândalo para mim?
2) Será que sou capaz de perdoar sete vezes por dia ao irmão ou à irmã que me ofende sete vezes por dia?
5) Oração final
Cantai em sua honra, tocai para ele, recordai todos os seus milagres. Gloriai-vos do seu santo nome, alegre-se o coração dos que buscam o Senhor. (Sl 104, 2-3)
Padre esfaqueado durante missa na Igreja de São José em Bukit Timah; suspeito é preso
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Padre esfaqueado durante missa na Igreja de São José em Bukit Timah; suspeito é preso
A polícia disse que o homem tinha quatro outras armas em sua posse. ST FOTO: DESMOND WEE
CINGAPURA – Um padre foi esfaqueado por um homem armado com uma faca enquanto celebrava a missa noturna na Igreja de São José, em Upper Bukit Timah, em 9 de novembro.
O agressor, um homem de 37 anos de Cingapura, foi desarmado por membros da congregação e posteriormente preso por policiais, disse a polícia em um comunicado.
Acredita-se que ele tenha agido sozinho, com base em investigações preliminares, e a polícia disse que não suspeita que o ataque tenha sido um ato de terrorismo, por enquanto.
O homem tem antecedentes criminais envolvendo ferimentos graves e uso indevido de drogas, acrescentou a polícia, pedindo ao público que mantenha a calma e não especule, pois as investigações estão em andamento para estabelecer o motivo por trás do incidente.
Ele é um cingalês que já havia declarado à Autoridade de Imigração e Pontos de Verificação que é cristão, disse o Ministro de Assuntos Internos e Direito, K. Shanmugam, em uma publicação no Facebook.
O padre de 57 anos, identificado pela Igreja Católica em Cingapura como Reverendo Christopher Lee, estava consciente quando levado ao National University Hospital. Ele está em condição estável.
A polícia disse que o agressor será acusado no tribunal em 11 de novembro por causar voluntariamente ferimentos graves com arma perigosa.
A Força de Defesa Civil de Cingapura e a polícia receberam pedidos de ajuda por volta das 18h30.
Uma paroquiana que pediu para ser identificada apenas como Sra. Lee disse ao The Straits Times que estava participando da missa das 17h30, e o padre foi esfaqueado em algum momento entre 18h15 e 18h20, enquanto a Sagrada Comunhão estava sendo distribuída.
Ela disse que não tinha uma visão clara do que estava acontecendo, pois estava sentada nas últimas fileiras da igreja, mas conseguiu entender o que aconteceu depois de perguntar a outras pessoas ao seu redor.
O agressor estava sentado entre os paroquianos durante o culto, disse a Sra. Lee.
Ao se aproximar do padre para receber a comunhão, ele pegou uma faca dobrável e esfaqueou o padre, que então caiu para trás.
A polícia disse que o homem tinha quatro outras armas em sua posse. Atualmente, não há evidências que sugiram que este foi um ataque com motivação religiosa, acrescentou a polícia.
O esfaqueamento ocorreu durante a missa mensal das crianças. Muitas crianças estavam sentadas perto da frente quando o ataque aconteceu, e elas começaram a gritar e chorar, disseram fontes.
Membros da congregação, incluindo a equipe de Resposta a Emergências da Arquidiocese, ajudaram a dominar o agressor, disse a Arquidiocese Católica Romana de Cingapura em um comunicado.
Formada em 2016, a equipe é formada por voluntários que atuam como socorristas em emergências.
Em uma postagem no Facebook, o primeiro-ministro Lawrence Wong disse que a violência não tem lugar em Cingapura.
“Acima de tudo, devemos defender a segurança e a santidade dos nossos locais de culto – lugares onde as pessoas buscam paz, consolo e comunidade”, acrescentou.
“Neste caso, foi uma sorte que vários membros da congregação ajudaram a desarmar o agressor antes que ele pudesse causar mais danos. Muitos paroquianos ficaram muito abalados com o que aconteceu, e espero que eles se curem deste evento traumático.”
O Ministro da Cultura, Comunidade e Juventude, Edwin Tong, disse que ficou chocado com o incidente.
“Tal violência, de qualquer forma e por qualquer razão, não tem lugar algum em Cingapura, muito menos em um local de culto. As autoridades relevantes investigarão este incidente e o abordarão apropriadamente”, ele acrescentou em sua publicação no Facebook.
O arcebispo William Goh, chefe da Igreja Católica Romana em Cingapura, disse em uma postagem no Facebook que ficou “chocado e profundamente triste” com o ataque.
“Também estou muito preocupado com o impacto psicológico que este incidente pode ter tido em nossos filhos e em todos que testemunharam este ataque”, acrescentou.
Ele pediu que as pessoas permanecessem calmas e não especulassem sobre o incidente ou fizessem julgamentos sem conhecer todos os fatos.
“Devemos permitir que as autoridades investiguem o assunto”, disse ele.
Em comunicado, a Organização Inter-Religiosa condenou o ataque “num espaço sagrado onde indivíduos estavam reunidos em serviço religioso”.
Vários grupos religiosos também emitiram declarações no Facebook para expressar solidariedade à comunidade católica e enfatizar que atos de violência em um local de culto não podem ser tolerados.
A Sra. Lee disse à ST que, após o ataque, os fiéis foram solicitados a não deixar a igreja até que a ambulância partisse, para não bloquear sua rota. Após o término do culto, eles permaneceram para rezar pela rápida recuperação do padre.
A polícia falou com fiéis sentados na mesma fileira do agressor, que teria esquecido sua bolsa para trás.
“Fiquei muito chocada... Eu estava tremendo e muito assustada”, disse a Sra. Lee.
A Igreja de São José disse em uma postagem no Facebook que as missas e eventos ocorrerão normalmente em 10 de novembro.
Falando à mídia por volta da 1h da manhã do dia 10 de novembro na Sede da Divisão Policial de Jurong, o vice-comandante da Divisão Policial de Jurong, Bertran Chia, elogiou dois membros do público por sua bravura em desarmar e deter o homem. Fonte: https://www.straitstimes.com
Sacerdote esfaqueado durante Missa em Singapura
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O ataque aconteceu durante a Comunhão na Missa mensal das crianças da paróquia São José. Upper Bukit Timah. O sacerdote está hospitalizado e seu quadro é estável.
Vatican News
Um sacerdote foi esfaqueado enquanto celebrava a Missa na noite de sábado, 9. Trata-se do Pe. Christopher Lee, de 57 anos, pároco da Igreja de St Joseph, que fica entre as estações Cashew e Hillview MRT em Upper Bukit Timah, Singapura. Ele está atualmente internado no Hospital Universitário Nacional. Sua condição de saúde é estável.
O ataque aconteceu durante a Comunhão na Missa mensal das crianças da paróquia, durante a qual as crianças realizam tarefas que geralmente são realizadas por adultos. As crianças também ocupam as primeiras filas nesses eventos, que são abertos para a participação de todos.
Membros da congregação, incluindo a equipe de Resposta a Emergências Arquidiocesana, ajudaram a dominar o agressor. A equipe de Resposta a Emergências Arquidiocesana é composta por voluntários que atuam como primeiros socorristas em emergências.
A polícia e a Força de Defesa Civil de Singapura foram chamadas à igreja por volta das 18h30. O agressor, um cingalês de 37 anos, que havia sido desarmado por fiéis foi preso. Segundo a polícia, "ele tem antecedentes por ferimentos graves e abuso de drogas". Ele havia declarado anteriormente à Autoridade de Imigração e Pontos de Verificação (ICA) que é cristão, de acordo com o Ministro de Assuntos Internos K. Shanmugam.
"Com base nas investigações preliminares, acredita-se que o homem tenha agido sozinho e a polícia não suspeita que este seja um ato de terrorismo, ao menos por enquanto", informa ainda a polícia local, exortando a população à calma e a "abster-se de especulações, pois as investigações estão em andamento para apurar a motivação por trás deste incidente."
As paróquias católicas em Singapura têm suas próprias equipes de resposta a emergências, com seus membros presentes nas Missas de fim de semana. Elas são treinadas pela Arquidiocese católica, que tem sua própria equipe que é mobilizada para grandes eventos, especialmente aqueles com a presença do arcebispo de Singapura, o cardeal William Goh.
Depois do ataque, o cardeal disse estar "chocado e profundamente triste que a violência tenha sido cometida contra um de nossos amados padres na casa de Deus enquanto ele celebrava a Missa".
"Também estou muito preocupado com o impacto psicológico que este incidente pode ter tido em nossos filhos e em todos que testemunharam este ataque", disse ele em suas contas de mídia social. "Peço aos fiéis que permaneçam calmos, não especulem sobre o incidente ou julguem sem conhecer todos os fatos. Devemos permitir que as autoridades investiguem o assunto."
Governo condena ataque
Expressando choque e tristeza, o primeiro-ministro Lawrence Wong disse que esperava que os paroquianos conseguissem superar desse "evento traumático".
"A violência não tem lugar em Singapura. Acima de tudo, devemos defender a segurança e a santidade de nossos locais de culto - lugares onde as pessoas buscam paz, consolo e comunidade", escreveu o Sr. Wong em uma postagem no Facebook.
"Vamos ficar calmos e unidos, apoiando uns aos outros no espírito de harmonia e resiliência que nos define como cingapurianos."
O Ministro da Cultura, Comunidade e Juventude Edwin Tong condenou o ataque. "Tal violência, de qualquer forma e por qualquer motivo, não tem lugar em Singapura, muito menos em um local de culto. As autoridades relevantes investigarão este incidente e o abordarão adequadamente."
Mensagens de apoio de organizações religiosas
Várias organizações religiosas emitiram declarações após o ataque.
A AMP Singapore, uma organização sem fins lucrativos que atende à comunidade muçulmana, desejou ao Pe. Christopher uma rápida recuperação e disse que a violência de qualquer tipo é "inaceitável e não deve ser tolerada".
Em uma carta endereçada ao cardeal Goh, o Conselho Religioso Islâmico de Singapura (MUIS) disse que está junto com os católicos e todas as comunidades religiosas em Singapura na proteção da santidade de todos os locais de culto. "Não pode haver lugar para nenhuma forma de violência, especialmente em nome de qualquer religião e em espaços religiosos."
O Conselho Consultivo Sikh expressou um sentimento semelhante, observando que os locais de culto são espaços sagrados. Ele também pediu que as pessoas permanecessem calmas e não especulassem sobre o incidente.
O LoveSingapore, um movimento cristão, também condenou o ataque: "Estamos com nossos irmãos e irmãs na Igreja católica denunciando a violência em qualquer local de culto."
Chamando o ataque de "sem sentido", "sem provocação" e "terrivelmente hediondo", a Federação Budista de Singapura disse que se juntaria a pessoas de todas as religiões para rezar pela rápida recuperação do Padre Christopher.
A Organização Inter-Religiosa (IRO), que visa promover a harmonia entre as diferentes religiões, pediu ao público que demonstrasse apoio à comunidade católica. "Estes são tempos para demonstrar compaixão inter-religiosa e coesão social, como sempre fizemos em Cingapura", disse a IRO. "Vamos permanecer calmos e unidos em amor e solidariedade."
Em um comunicado à imprensa no domingo, a instituição de caridade malaio-muçulmana Perdaus condenou o ataque e pediu paz nos locais de culto.
O Hindu Endowments Board e o Hindu Advisory Board disseram que estavam "profundamente tristes" com o incidente. "Atos de violência não têm lugar em nossa sociedade, especialmente em espaços sagrados destinados à paz e à reflexão", disseram em uma declaração conjunta. "A comunidade hindu se mantém unida em solidariedade à comunidade católica e seus líderes durante este momento de tristeza." Fonte: https://www.vaticannews.va
*Com informações de CNA
32º- Domingo do Tempo Comum: Confiança em Deus: ser generoso com o irmão!
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Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)
No 32º Domingo do Tempo Comum, Ano B, a liturgia nos apresenta uma mensagem profunda de confiança e generosidade, especialmente com as leituras do Primeiro Livro dos Reis (1Rs 17,10-16) e do Evangelho de Marcos (Mc 12,38-44). Em ambas, encontramos mulheres viúvas em situações de vulnerabilidade, mas que, mesmo assim, se mostram generosas, confiando em Deus de forma exemplar.
Na primeira leitura, vemos o profeta Elias encontrar uma viúva em Sarepta, uma mulher que, em meio à seca e à fome, quase não tem o que comer. Quando Elias lhe pede um pouco de pão e água, ela responde: “Pela vida do Senhor, teu Deus, não tenho pão… Eu ia preparar para mim e para meu filho; vamos comer e depois morrer” (1Rs 17,12). Ainda assim, Elias a encoraja, dizendo: “Não tenhas medo. Vai e faz o que disseste. Mas prepara primeiro para mim um pequeno pão e traze-o” (1Rs 17,13).
Ao confiar na palavra do profeta, a viúva de Sarepta entrega tudo o que tem, e Deus recompensa sua fé, multiplicando a farinha e o óleo. Essa história nos ensina sobre a Providência Divina e como Deus abençoa aqueles que confiam Nele. A viúva é um exemplo de generosidade que não calcula, uma fé que entrega e se confia totalmente aos cuidados de Deus.
No Evangelho de Marcos, Jesus observa os ricos depositando grandes somas no tesouro do Templo, e então nota uma pobre viúva que coloca duas pequenas moedas, todo o seu sustento. Ele diz aos discípulos: “Em verdade vos digo, esta viúva pobre colocou mais do que todos os outros que ofereceram moedas ao tesouro. Pois todos deram do que tinham em abundância; ela, porém, na sua pobreza, ofereceu tudo o que possuía, tudo o que tinha para viver” (Mc 12,43-44).
Aqui, Jesus nos ensina sobre a verdadeira generosidade, aquela que vem do coração e não se mede pelo valor material. A viúva dá tudo o que tem, um gesto de total desprendimento e confiança em Deus. Ela representa aqueles que confiam plenamente em Deus, reconhecendo que Ele é a verdadeira fonte de suas vidas.
Estas duas viúvas, uma de Sarepta e outra do Templo, são figuras de fé e humildade que nos ensinam a verdadeira essência da generosidade cristã. A verdadeira caridade não está em dar apenas o que nos sobra, mas em se entregar com todo o coração, como fez Jesus ao dar sua própria vida por nós.
O ato de dar não é um ato isolado, mas uma atitude constante de entrega a Deus e ao próximo. No Evangelho de Mateus, Jesus nos lembra que “onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6,21). Assim, Ele nos desafia a colocar nosso coração em Deus, confiando plenamente Nele e na Sua providência.
Este domingo nos convida a refletir sobre como estamos vivendo nossa generosidade e nossa confiança em Deus. Quando oferecemos algo a Deus, estamos entregando o que é de mais valioso para nós? Ou estamos guardando para nós mesmos, com medo de faltar? Podemos lembrar que a fé em Deus é uma fonte inesgotável de bênçãos, assim como a farinha e o azeite da viúva que nunca faltaram.
São Paulo, na sua Segunda Carta aos Coríntios, nos diz: “Deus ama a quem dá com alegria” (2Cor 9,7). A viúva do Evangelho é um exemplo dessa alegria em doar, mesmo na pobreza.
Que este domingo nos inspire a sermos mais generosos, desprendidos e confiantes em Deus. Assim como as viúvas das leituras, sejamos capazes de colocar tudo o que temos nas mãos de Deus, certos de que Ele cuida de nós. Que nossa vida seja um testemunho vivo da fé, pois Jesus nos chama a entregar o melhor de nós mesmos, sem temor, sabendo que Ele é o nosso sustento.
Hoje celebramos o 8º. Dia Mundial dos Pobres. Em comunhão com o Papa Francisco e toda a Igreja que tem como lema “A oração do pobre eleva-se até Deus (cf. Eclo 21, 5)”. No ano dedicado à oração, em vista do Jubileu Ordinário de 2025, essa “expressão da sabedoria bíblica é ainda mais oportuna” em preparação a data do final do ano, escreve o Pontífice, na “certeza de que a nossa oração chega à presença de Deus; não uma oração qualquer, mas a oração do pobre”, para que se torne “um modo de comunhão”, “partilhando o sofrimento” deles.
Que Maria, mãe dos pobres e dos humildes, nos ajude a sermos generosos e confiantes, entregando-nos plenamente ao Pai, que nunca desampara os seus filhos. Fonte: https://www.cnbb.org.br
A Igreja está mudando
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É importante que ela tenha uma consciência renovada daquilo que é chamada a ser, desde a sua origem
Dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, escreve mensalmente na seção Espaço Aberto
No dia 27 de outubro passado, encerrou-se no Vaticano a 16.ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que se dedicou ao tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. O que estava em questão era a superação da concepção da Igreja como uma instituição clerical, para olhá-la como o conjunto dos batizados, o “povo de Deus” que crê e segue o Evangelho de Jesus Cristo. Nesse povo, todos participam dos mesmos bens espirituais e são chamados a caminhar unidos, na busca da grande meta da existência, que é o encontro derradeiro com Deus. E todos os seus membros participam da missão de anunciar e testemunhar o Evangelho do reino de Deus no mundo.
A assembleia do Sínodo, de fato, retomou e atualizou a reflexão sobre a Igreja, presente na Constituição Dogmática Lumen Gentium, do Concílio Vaticano II. A preparação e a realização da assembleia sinodal foram marcadas por uma metodologia sinodal, com uma consulta ampla às bases da Igreja, que são as paróquias, dioceses e organizações dos cristãos leigos e consagrados a Deus na vida religiosa. O papa Francisco insistia em dizer que era preciso ouvir e dialogar com todos. Ao processo de escuta, seguiu-se um longo tempo de discernimento nas Conferências Episcopais e nos organismos continentais da Igreja, como o Conselho Episcopal Latino-Americano. Finalmente, tendo por base as muitas contribuições recolhidas, fez-se a reflexão e o discernimento em duas sessões da assembleia sinodal, com a participação de mais de 300 membros, procedentes de todas as partes do mundo católico. Da assembleia sinodal resultou o documento final, publicado logo após ser votado pelos participantes, no dia 26 de outubro. O documento está disponível na internet.
Muitas expectativas foram criadas sobre possíveis mudanças que o Sínodo poderia introduzir na vida da Igreja. Alguns também manifestaram temores sobre eventuais desvios que o Sínodo poderia desencadear. E houve aqueles que tentaram influenciar as pautas sinodais mediante a pressão da opinião pública sobre os participantes da assembleia. É compreensível que isso aconteça, mas as pressões externas, geralmente, têm pouco efeito sobre os trabalhos na sala sinodal. Além disso, o Sínodo é um organismo consultivo da Igreja e não lhe cabe tomar decisões, a não ser que o papa assim disponha, e no limite das competências próprias de um Sínodo. O organismo colegiado apto a tomar decisões vinculantes na Igreja é o Concílio.
Mesmo sem tomar decisões, a assembleia elaborou indicações importantes para uma prática eclesial mais adequada àquilo que a Igreja de Cristo deve ser em vista da realização de sua missão. Embora a sinodalidade da Igreja pareça algo novo, o seu conteúdo é tão antigo quanto a própria Igreja. As qualidades e a dinâmica da “Igreja sinodal” estão presentes nas próprias origens apostólicas da Igreja e, por isso, ela é chamada a se orientar continuamente, ao longo da sua história, por essas características essenciais que fazem parte da natureza da Igreja. Mais do que nunca, no atual momento histórico, essa volta às origens mostra-se necessária para a renovação interna da Igreja. Por isso, o papa Francisco determinou que se ouvissem todos os segmentos do corpo eclesial, para perceber melhor quais são as carências, as necessidades e as urgências da missão da Igreja em todo o mundo.
Não é simples promover mudanças na Igreja e nem tudo nela depende de decretos pontifícios. A Igreja Católica é um organismo, complexo, com enormes diversidades legítimas quanto às suas manifestações culturais e contextos históricos e sociais. Não se trata de meras mudanças organizativas, doutrinais ou funcionais e não se pensa numa uniformização da Igreja. Embora ela tenha em toda parte a mesma profissão de fé, a mesma doutrina, os mesmos preceitos morais, a mesma autoridade referencial, ela está inserida numa incrível variedade de experiências históricas, sensibilidades culturais e religiosas e relações sociais. As mudanças atualmente necessárias dizem respeito, sobretudo, à autocompreensão da Igreja, povo de Deus, à sua mensagem e àquilo que ela significa para o mundo; às suas relações internas e ao envolvimento de todos os seus membros na missão.
O documento da assembleia sinodal indica que essas mudanças serão alcançadas através de um processo de conversão em diversas dimensões. A primeira delas é a conversão a Deus. Como organismo religioso inserido na História, a Igreja precisa ser dócil às inspirações do Espírito de Deus. Além disso, é necessária a conversão das relações internas na Igreja, para que todos, verdadeiramente, participem do seu bem. Por fim, é fundamental a conversão dos processos de envolvimento na missão da Igreja para o seu dinamismo testemunhal e missionário. Fonte: https://www.estadao.com.br
Se a Igreja vai alcançar essas mudanças a médio ou longo prazo, é difícil prever. Mas é importante que ela tenha uma consciência renovada daquilo que é chamada a ser, desde a sua origem. Fonte: https://www.estadao.com.br
*CARDEAL-ARCEBISPO DE SÃO PAULO
Sexta-feira, 08 de novembro-2024. 31º Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus de poder e misericórdia, que concedeis a vossos filhos e filhas a graça de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 16, 1-8)
Naquele tempo, 1Jesus disse também a seus discípulos: Havia um homem rico que tinha um administrador. Este lhe foi denunciado de ter dissipado os seus bens. 2Ele chamou o administrador e lhe disse: Que é que ouço dizer de ti? Presta contas da tua administração, pois já não poderás administrar meus bens. 3O administrador refletiu então consigo: Que farei, visto que meu patrão me tira o emprego? Lavrar a terra? Não o posso. Mendigar? Tenho vergonha. 4Já sei o que fazer, para que haja quem me receba em sua casa, quando eu for despedido do emprego. 5Chamou, pois, separadamente a cada um dos devedores de seu patrão e perguntou ao primeiro: Quanto deves a meu patrão? 6Ele respondeu: Cem medidas de azeite. Disse-lhe: Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve: cinquenta. 7Depois perguntou ao outro: Tu, quanto deves? Respondeu: Cem medidas de trigo. Disse-lhe o administrador: Toma os teus papéis e escreve: oitenta. 8E o proprietário admirou a astúcia do administrador, porque os filhos deste mundo são mais prudentes do que os filhos da luz no trato com seus semelhantes. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
O evangelho de hoje traz uma parábola que trata da administração dos bens e que só existe no evangelho de Lucas. Ela costuma ser chamada A parábola do administrador desonesto. Parábola desconcertante. Lucas diz: “O Senhor elogiou o administrador desonesto, porque este agiu com esperteza”. O Senhor é o próprio Jesus e não o administrador. Como é que Jesus podia elogiar um empregado corrupto?
Lucas 16,1-2: O administrador é ameaçado de despejo
Um homem rico tinha um administrador que foi denunciado por estar esbanjando os bens dele. Então o chamou, e lhe disse: 'O que é isso que ouço contar de você? Preste contas da sua administração, porque você não pode mais ser o meu administrador”. O exemplo, tirado do mundo do comércio e do trabalho, fala por si. Alude à corrupção que existia. O patrão descobriu a corrupção e decidiu demitir o administrador desonesta. Este, de repente, se vê numa situação de emergência obrigado pelas circunstâncias imprevistas a encontrar uma saída para poder sobreviver. Quando Deus se faz presente na vida de uma pessoa, aí, de repente, tudo muda e a pessoa entra numa situação de emergência. Ela terá que tomar uma decisão e encontrar uma saída.
Lucas 16,3-4: O que fazer? Qual a saída?
“Então o administrador começou a refletir: 'O senhor vai tirar de mim a administração. E o que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha”. Ele começa a refletir para descobrir uma saída. Analisa, uma por uma, as possíveis alternativas: cavar ou trabalhar na roça para sobreviver, ele acha que para isso não tem força. Para mendigar, sente vergonha. Ele analisa as coisas. Calcula bem as possíveis alternativas. “Ah! Já sei o que vou fazer para que, quando me afastarem da administração tenha quem me receba na própria casa”. Trata-se de garantir o seu futuro. O administrador desonesto é coerente dentro do seu modo de pensar e de viver.
Lucas 16,5-7: Execução da solução encontrada
“E começou a chamar um por um os que estavam devendo ao seu senhor. Perguntou ao primeiro: 'Quanto é que você deve ao patrão?' Ele respondeu: 'Cem barris de óleo!' O administrador disse: 'Pegue a sua conta, sente-se depressa, e escreva cinqüenta'. Depois perguntou a outro: 'E você, quanto está devendo?' Ele respondeu: 'Cem sacas de trigo'. O administrador disse: 'Pegue a sua conta, e escreva oitenta". Dentro da sua total falta de ética o administrador foi coerente. O critério da sua ação não é a honestidade e a justiça, nem o bem do patrão do qual ele depende para viver e sobreviver, mas é o próprio interesse. Ele quer a garantia de ter alguém que o receba em sua casa.
Lucas 16,8: O Senhor elogiou o administrador desonesto
E agora vem a conclusão desconcertante: “E o Senhor elogiou o administrador desonesto, porque este agiu com esperteza. De fato, os que pertencem a este mundo são mais espertos, com a sua gente, do que aqueles que pertencem à luz”. A palavra Senhor indica Jesus, e não o patrão, o homem rico. Este jamais iria elogiar um empregado que foi desonesto com ele no serviço e que, agora, roubou mais 50 barris de óleo e 20 sacas de trigo! Na parábola, quem faz o elogio é Jesus. Elogiou não porque roubou, mas porque soube ter presença de espírito. Soube calcular bem as coisas e encontrar uma saída, quando de repente se viu desempregado. Assim como os filhos deste mundo sabem ser espertos nas suas coisas, assim os filhos de luz deveriam aprender deles a ser espertos na solução dos seus problemas, usando os critérios do Reino e não os critérios deste mundo. “Sejam espertos como as serpentes e simples como as pombas” (Mt 10,16).
4) Para um confronto pessoal
1) Sou coerente?
2) Qual o critério que uso na solução dos meus problemas?
5) Oração final
Uma só coisa pedi ao Senhor, só isto desejo: poder morar na casa do Senhor
todos os dias da minha vida; poder gozar da suavidade do Senhor e contemplar seu santuário. (Sl 26, 4)
Quinta-feira, 7 de novembro-2024. 31º Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus de poder e misericórdia, que concedeis a vossos filhos e filhas a graça de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 15, 1-10)
Naquele tempo, 1Aproximavam-se de Jesus os publicanos e os pecadores para ouvi-lo. 2Os fariseus e os escribas murmuravam: Este homem recebe e come com pessoas de má vida! 3Então lhes propôs a seguinte parábola: 4Quem de vós que, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la? 5E depois de encontrá-la, a põe nos ombros, cheio de júbilo, 6e, voltando para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Regozijai-vos comigo, achei a minha ovelha que se havia perdido. 7Digo-vos que assim haverá maior júbilo no céu por um só pecador que fizer penitência do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. 8Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas e perdendo uma delas, não acende a lâmpada, varre a casa e a busca diligentemente, até encontrá-la? 9E tendo-a encontrado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Regozijai-vos comigo, achei a dracma que tinha perdido. 10Digo-vos que haverá júbilo entre os anjos de Deus por um só pecador que se arrependa. - Palavra da salvação.
3) Reflexão Luca 15,1-10
O evangelho de hoje traz a primeira de três parábolas ligadas entre si pela mesma palavra. Tratam de três coisas perdidas: ovelha perdida (Lc 15,3-7), moeda perdida (Lc 15,8-10), e filho perdido (Lc 15.11-32). As três parábola são dirigidas para os fariseus e os doutores da lei que criticavam Jesus (Lc 15,1-3). Isto é, são dirigidas para o fariseu ou para o doutor da lei que existe em cada um de nós.
Lucas 15,1-3: Os destinatários das parábolas
Estes três primeiros versos descrevem o contexto em que foram pronunciadas as três parábolas: “Todos os cobradores de impostos e pecadores se aproximavam de Jesus para o escutar. Mas os fariseus e os doutores da Lei criticavam a Jesus”.: De um lado, se encontram os cobradores de impostos e os pecadores; do outro lado, os fariseus e os doutores da lei. Lucas diz com um pouco de exagero: “Todos os publicanos e pecadores se aproximavam de Jesus para o escutar”. Algo em Jesus os atraía. É a palavra de Jesus que os atrai (cf Is 50,4). Eles querem ouvi-lo. Sinal de que não se sentem condenados, mas sim acolhidos por ele. A crítica dos fariseus e escribas é esta: "Esse homem acolhe pecadores, e come com eles!". No envio dos setenta e dois discípulos (Lc 10,1-9), Jesus tinha mandado acolher os excluídos, os doentes e possessos (Mt 10,8; Lc 10,9) e praticar a comunhão de mesa (Lc 10,8).
Lucas 15,4: Parábola da ovelha perdida
A parábola da ovelha perdida começa com uma pergunta: "Se um de vocês tem cem ovelhas e perde uma, será que não deixa as noventa e nove no campo para ir atrás da ovelha que se perdeu, até encontrá-la?” Antes de ele mesmo dar a resposta, Jesus deve ter olhado os ouvintes para ver como responderiam. A pergunta é formulada de tal maneira que a resposta só pode ser positiva: “Sim, ele vai atrás da ovelha perdida!” E você, como responderia? Você deixaria as noventa e nove ovelhas no campo para ir atrás de uma única que se perdeu? Quem faria isso? Provavelmente, a maioria terá respondido: “Jesus, aqui entre nós, ninguém faria uma coisa tão absurda. Diz o provérbio: “Melhor um passarinho na mão do que dez voando!”
Lucas 15,5-7: Jesus interpreta a parábola da ovelha perdida
Ora, na parábola o dono das ovelhas faz o que ninguém faria: larga tudo e vai atrás da ovelha perdida. Só Deus mesmo para tomar uma tal atitude! Jesus quer que o fariseu ou o escriba que existe em nós, em mim, tome consciência. Os fariseus e os escribas abandonavam os pecadores e os excluíam. Eles nunca iriam atrás da ovelha perdida. Deixariam que ela se perdesse no deserto. Eles preferem as noventa e nove que não se perderam. Mas Jesus se coloca na pele da ovelha que se perdeu e que, naquele contexto da religião oficial, cairia no desespero, sem esperança de ser acolhida. Jesus faz saber a eles e a nós: “Se por acaso você se sentir perdido, pecador, lembre-se que, para Deus, você vale mais que as noventa e nove outras ovelhas. Deus vai atrás de você. E caso você se converter, saiba que “no céu haverá mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão."
Lucas 15,8-10: Parábola da moeda perdida
A segunda parábola: "Se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, será que não acende uma lâmpada, varre a casa, e procura cuidadosamente, até encontra a moeda? Quando a encontra, reúne amigas e vizinhas, para dizer: 'Alegrem-se comigo! Eu encontrei a moeda que tinha perdido'. E eu lhes declaro: os anjos de Deus sentem a mesma alegria por um só pecador que se converte". Deus fica alegre conosco. Os anjos ficam alegres conosco. A parábola era para comunicar esperança a quem estava ameaçado de desespero pela religião oficial. Esta mensagem evoca o que Deus nos diz no livro do profeta Isaías: “Eu te gravei na palma da minha mão!” (Is 49,16). “Tu és precioso aos meus olhos, eu te amo!” (Is 43,4)
4) Para um confronto pessoal
1) Você andaria atrás da ovelha perdida?
2) Você acha que a igreja de hoje é fiel a esta parábola de Jesus?
5) Oração final
Procurai o Senhor e o seu poder, não cesseis de buscar sua face. Lembrai-vos dos milagres que fez, dos seus prodígios e dos julgamentos que proferiu. (Sl 104, 4-5)
Quarta-feira, 6 de novembro-2024. 31º Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus de poder e misericórdia, que concedeis a vossos filhos e filhas a graça de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 14, 25-33)
Naquele tempo, 25Muito povo acompanhava Jesus. Voltando-se, disse-lhes: 26Se alguém vem a mim mas não se desapega de seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27E quem não carrega a sua cruz e me segue, não pode ser meu discípulo. 28Quem de vós, querendo fazer uma construção, antes não se senta para calcular os gastos que são necessários, a fim de ver se tem com que acabá-la? 29Para que, depois que tiver lançado os alicerces e não puder acabá-la, todos os que o virem não comecem a zombar dele, 30dizendo: Este homem principiou a edificar, mas não pode terminar. 31Ou qual é o rei que, estando para guerrear com outro rei, não se senta primeiro para considerar se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? 32De outra maneira, quando o outro ainda está longe, envia-lhe embaixadores para tratar da paz. 33Assim, pois, qualquer um de vós que não renuncia a tudo o que possui não pode ser meu discípulo. - Palavra da salvação.
3) Reflexão Lucas 14,25-33 (Mt 10,37-38)
O evangelho de hoje fala sobre o discipulado e apresenta as condições para alguém poder ser discípulo ou discípula de Jesus. Jesus está a caminho de Jerusalém, onde vai ser preso e morto na Cruz. Este é o contexto em que Lucas coloca as palavras de Jesus sobre o discipulado.
Lucas 14,25: Exemplo de catequese
O evangelho de hoje é um exemplo bonito de como Lucas transforma as palavras de Jesus em catequese para o povo das comunidades. Ele diz: “Grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele disse”. Jesus fala para as grandes multidões, isto é, fala para todos, inclusive para o povo das comunidades do tempo de Lucas e inclusive para nós hoje. No ensinamento que segue, ele coloca as condições para alguém poder ser discípulo de Jesus.
Lucas 14,25-26: Primeira condição: odiar pai e mãe
Alguns diminuem a força da palavra odiar e traduzem “dar preferência a Jesus acima dos pais”. O texto original usa a expressão “odiar os pais”. Em outro lugar Jesus manda amar e honrar os pais (Lc 18,20). Como explicar esta contradição? Será que é uma contradição? No tempo de Jesus a situação social e econômica levava as famílias a se fechar sobre si mesmas e as impedia de cumprir a lei do resgate (goel), isto é, de socorrer os irmãos e as irmãos da comunidade (clã) que estavam ameaçados de perder sua terra ou de cair na escravidão (cf. Dt 15,1-18; Lev 25,23-43). Fechadas sobre si mesmas, as famílias enfraqueciam a vida em comunidade. Jesus quer refazer a vida em comunidade. Por isso pede que se rompa a visão estreita da pequena família que se fecha sobre si mesma e pede para que as famílias se abram e se unam entre si na grande família, na comunidade. Este é o sentido de odiar pai e mãe, mulher filhos, irmãos e irmãs. Jesus mesmo, quando os parentes da sua pequena família queiram leva-lo da volta para Nazaré, não atendeu ao pedido deles. Ignorou ou odiou o pedido deles e alargou a família, dizendo: “Meu irmão, minha irmã, minha mãe é todos aquele que faz a vontade do Pai” (Mc 3,20-21.31-35). Os vínculos familiares não podem impedir a formação da Comunidade. Esta é a primeira condição.
Lucas 14,27: Segunda condição: carregar a cruz
“Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo”. Para entender bem o alcance desta segunda exigência devemos olhar o contexto em que Lucas coloca esta palavra de Jesus. Jesus está indo para Jerusalém onde será crucificado e morto. Seguir Jesus e carregar a cruz atrás dele significa ir com ele até Jerusalém para ser crucificado com ele. Isto evoca a atitude das mulheres que “haviam seguido a Jesus e servido a ele, desde quando ele estava na Galiléia. Muitas outras mulheres estavam aí, pois tinham subido com Jesus a Jerusalém” (Mc 15,41). Evoca também a frase de Paulo na carta aos Gálatas: “Quanto a mim, que eu não me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio do qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo. Crucificado para o mundo” (Gl 6,14)
Lucas 14,28-32: Duas parábolas
As duas têm o mesmo objetivo: levar as pessoas a pensar bem antes de tomar uma decisão. Na primeira parábola ele diz: “Se alguém de vocês quer construir uma torre, será que não vai primeiro sentar-se e calcular os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, lançará o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso, começarão a caçoar, dizendo: Esse homem começou a construir e não foi capaz de acabar!” Esta parábola não precisa de explicação. Ela fala por si: que cada um reflita bem sobre a sua maneira de seguir Jesus e se pergunte se calculou bem as condições antes de tomar a decisão de ser discípulo de Jesus.
A segunda parábola: “Se um rei pretende sair para guerrear contra outro, será que não vai sentar-se primeiro e examinar bem, se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? Se ele vê que não pode, envia mensageiros para negociar as condições de paz, enquanto o outro rei ainda está longe”. Esta parábola tem o mesmo objetivo que a precedente. Alguns perguntam: “Como é que Jesus foi usar um exemplo de guerra?” A pergunta é pertinente para nós que conhecemos as guerras de hoje. Só a segunda guerra mundial (1939 a 1945) causou a morte de 54 milhões de pessoas! Naquele tempo, porém, as guerras eram como a concorrência comercial entre as empresas de hoje que lutam entre si para ter mais lucro.
Lucas 14,33: Conclusão para o discipulado
A conclusão é uma só: ser cristão, seguir Jesus, é coisa séria. Hoje, para muita gente, ser cristão não é opção pessoal nem decisão de vida, mas um simples fenômeno cultural. Não lhes passa pela cabeça de fazer uma opção. Quem nasce brasileiro é brasileiro. Quem nasce japonês é japonês. Não precisa optar. Já nasce assim e vai morrer assim. Muita gente é cristão porque nasceu assim e morre assim, sem nunca ter tido a idéia de optar e de assumir o que já é por nascimento.
4) Para um confronto pessoal
1) Ser cristão é coisa séria. Devo calcular bem minha maneira de seguir Jesus. Como isto acontece na minha vida?
2) “Odiar os pais”; Comunidade ou família! Como você combina as duas coisas? Consegue unir as duas em harmonia?
5) Oração final
O Senhor é minha luz e minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é quem defende a minha vida; a quem temerei? (Sl 26, 1)
Clero emite Nota de apoio ao Arcebispo Dom José Mário após exposição descontextualizada
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O Arcebispo estava falando sobre o que diz a igreja sobre receber a comunhão direto na boca, e acabou causando descontentamento com algumas pessoas, que pegaram...
Vídeo da Homilia de Dom José Mário Scalon Angonese durante Celebração Eucarística ocorrida no dia 3 de novembro de 2024 na Paróquia Nossa Senhora Consolata na cidade de Cafelândia: Reprodução/Redes Sociais
Por Diego Cavalcante
O Clero da Arquidiocese de Cascavel emitiu uma Nota de apoio ao Arcebispo Metropolitano Dom José Mário Scalon Angonese, após exposição descontextualizada de um trecho de pronunciamento seu durante Celebração Eucarística ocorrida no dia 3 de novembro de 2024 na Paróquia Nossa Senhora Consolata na cidade de Cafelândia.
O Arcebispo estava falando sobre o que diz a igreja sobre receber a comunhão direto na boca, e acabou causando descontentamento com algumas pessoas, que pegaram cortes da Homilia e publicaram na internet expondo opiniões próprias.
Confira a nota na íntegra:
Em espírito de corresponsabilidade eclesial e da comunhão que descreve a feição mais legítima e evangélica da Santa Igreja Católica, nós, os presbíteros que integramos o presbitério da Arquidiocese de Cascavel – PR, manifestamos nosso público e incondicional apoio a nosso Arcebispo Metropolitano Dom José Mário Scalon Angonese.
Fazemo-lo no contexto da exposição descontextualizada de um trecho de pronunciamento seu durante Celebração Eucarística com a administração do Sacramento da Confirmação. Tal celebração ocorreu no dia 3 de novembro de 2024, na Paróquia Nossa Senhora Consolata na cidade de Cafelândia – PR.
O Decreto conciliar Christus Dominus, sobre o múnus episcopal, propugna que os bispos, legítimos sucessores dos Apóstolos, devem explicar a doutrina cristã com métodos apropriados às necessidades dos tempos, esforçando-se por se utilizar dos vários meios dos quais dispomos atualmente (cf. § 13).
O teor do pronunciamento de Dom José Mário expressa lidimamente seu modo catequético e familiar de comunicação. Em momento algum houve desacato ou impiedade para o com o Santíssimo Sacramento do Altar. Dom José Mário fala com a liberdade de quem confia em quem está diante de si.
Também nos escritos dos Profetas do Antigo Testamento, na literatura neotestamentária, bem como nos sermões dos Padres da Igreja encontramos metáforas e imagens contundentes na explicitação de determinados temas e situações concretas da vida cristã.
A presente nota não pretende ser argumentação teológica, nem tampouco apologia de um discurso. Seu objetivo é apregoar a beleza da experiência eclesial vivida na Arquidiocese de Cascavel.
Assim sendo, convictos da nossa missão evangelizadora, apresentamos esta manifestação de apoio, no sentido de reforçar ainda mais os laços da Igreja arquidiocesana e externar incondicionalmente nossa confiança em seu pastor próprio, Dom José Mário Scalon Angonese.
Desejamos, outrossim, reiterar nossa obediência filial ao Sr. Arcebispo, em conformidade com a promessa feita no dia no qual cada um de nós foi ordenado presbítero para o serviço da Santa Igreja. Por fim, defendemos mais uma vez a jurisdição da ética, imprescindível para a saúde das relações humanas na vida em sociedade.
Com efeito, uma pessoa e sua dignidade superam infinitamente qualquer recorte de uma sua alocução interpretada fora de contexto.
Rogamos ao povo católico da Arquidiocese de Cascavel que prossiga em seu venerável e coeso testemunho de unidade eclesial.
Isso se mostra também na oração e no apoio para com seu pastor, pois ele é sinal visível da unidade desta Igreja particular e tem a missão de nos encorajar sempre na fidelidade ao Evangelho de Jesus. Fonte: https://cgn.inf.br
Terça-feira, 5 de novembro-2024. 31º Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Ó Deus de poder e misericórdia, que concedeis a vossos filhos e filhas a graça de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 14, 15-24)
Naquele tempo, 15A estas palavras, disse a Jesus um dos convidados: Feliz daquele que se sentar à mesa no Reino de Deus! 16Respondeu-lhe Jesus: Um homem deu uma grande ceia e convidou muitas pessoas. 17E à hora da ceia, enviou seu servo para dizer aos convidados: Vinde, tudo já está preparado. 18Mas todos, um a um, começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um terreno e preciso sair para vê-lo; rogo-te me dês por escusado. 19Disse outro: Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las; rogo-te me dês por escusado. 20Disse também um outro: Casei-me e por isso não posso ir. 21Voltou o servo e referiu isto a seu senhor. Então, irado, o pai de família disse a seu servo: Sai, sem demora, pelas praças e pelas ruas da cidade e introduz aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos. 22Disse o servo: Senhor, está feito como ordenaste e ainda há lugar. 23O senhor ordenou: Sai pelos caminhos e atalhos e obriga todos a entrar, para que se encha a minha casa. 24Pois vos digo: nenhum daqueles homens, que foram convidados, provará a minha ceia.
3) Reflexão Lucas 14,15-24
O evangelho de hoje continua a reflexão em torno de assuntos ligados à mesa e à refeição. Jesus conta a parábola do banquete. Muita gente tinha sido convidada, mas a maioria não veio. O dono da festa ficou indignado com a desistência dos convidados e mandou chamar os pobres, os aleijados, os cegos, os mancos. Mesmo assim sobrava lugar. Então, mandou convidar todo mundo, até que a casa ficasse cheia. Esta parábola era uma luz para comunidades do tempo de Lucas.
Nas comunidades do tempo de Lucas havia cristãos, vindos do judaísmo e cristãos, vindos da gentilidade, chamados de pagãos. Apesar das diferenças de raça, classe e gênero, eles tinham um grande ideal de partilha e de comunhão (At 2,42; 4,32; 5,12). Mas havia muitas dificuldades, pois os judeus normas de pureza legal que os impediam de comer com os pagãos. Mesmo depois de terem entrado na comunidade cristã, alguns deles mantinham o costume antigo de não sentar à mesma mesa com um pagão. Assim, Pedro teve conflitos na comunidade de Jerusalém, por ter entrado na casa de Cornélio, um pagão, e ter comido com ele (At 11,3). Em vista desta problemática das comunidades, Lucas conservou uma série de palavras de Jesus a respeito da comunhão de mesa (Lc 14,1-24). A parábola que aqui meditamos é um retrato do que estava acontecendo nas comunidades.
Lucas 14,15: Feliz quem come o pão no Reino de Deus
Jesus tinha acabado de contar duas parábolas: uma, sobre a escolha dos lugares (Lc 14,7-11), e outra, sobre a escolha dos convidados (Lc 14,12-14). Ouvindo estas parábolas, alguém que estava à mesa com Jesus deve ter percebido o alcance do ensinamento de Jesus e disse: "Feliz quem come o pão no Reino de Deus!". Os judeus comparavam o tempo futuro do Messias a um banquete, marcado pela fartura, pela gratidão e pela comunhão (Is 25,6; 55,1-2; Sl 22,27). A fome, a pobreza e a carestia faziam o povo esperar, para o futuro, aquilo que não podiam obter no presente. A esperança dos bens messiânicos, comumente experimentadas nos banquetes, era projetada para o final dos tempos.
Lucas 14,16-20: O grande jantar está pronto
Jesus responde com uma parábola. "Um homem estava dando um grande jantar e convidou muita gente". Mas os deveres de cada dia impedem os convidados de aceitar o convite. O primeiro diz: “Comprei um terreno. Preciso vê-lo!” O segundo: “Comprei cinco juntas de bois! Vou experimentá-las!” O terceiro: “Casei. Não posso ir!”. Dentro das normas e costumes da época, aquelas pessoas tinham o direito de recusar o convite (cf. Dt 20,5-7).
Lucas 14,21-22: O convite permanece de pé
O dono da festa fica indignado com a recusa. No fundo, quem está indignado é o próprio Jesus, pois as normas da estrita observância da lei reduziam o espaço para o povo viver a gratuidade de um convite amigo que gerava fraternidade e partilha. Aí, o dono da festa mandou os empregados convidar os pobres, os cegos, os aleijados e os mancos. Os que, normalmente, eram excluídos como impuros, agora são convidados para sentar-se à mesa do banquete.
Lucas 14,23-24: Ainda tem lugar
A sala não ficou cheia. Ainda havia lugar. Então, o dono da casa manda convidar os que andam pelo caminhos e trilhas. São os pagãos. Eles também são convidados para sentar-se à mesa. Assim, no banquete da parábola de Jesus, sentam todos juntos na mesma mesa, judeus e pagãos. No tempo de Lucas havia muitos problemas que impediam a realização deste ideal da mesa comum. Por meio da parábola, Lucas mostra que a prática da comunhão de mesa vinha do próprio Jesus.
Depois da destruição de Jerusalém, no ano 70, os fariseus assumiram a liderança nas sinagogas, exigindo o cumprimento rígido das normas que os identificavam como povo judeu. Os judeus que se convertiam ao cristianismo eram vistos como uma ameaça, pois eles derrubavam os muros que separavam Israel dos outros povos. Os fariseus tentavam obrigá-los a abandonar a fé em Jesus. Como não o conseguiam, os expulsavam das sinagogas. Tudo isto provocou uma lenta e progressiva separação entre judeus e cristãos e era fonte de muito sofrimento, sobretudo, para os judeus convertidos (Rm 9,1-5). Na parábola, Lucas deixa bem claro que estes judeus convertidos não eram infiéis ao seu povo. Pelo contrário! Eles são os convidados que não recusaram o convite. Eles são os verdadeiros continuadores de Israel. Infiéis foram os que recusaram o convite e não quiseram reconhecer em Jesus o Messias (Lc 22,66; At 13,27).
4) Para um confronto pessoal
- Quais as pessoas que normalmente são convidadas e quais as que não são convidadas para as nossas festas?
- Quais os motivos que hoje limitam a participação das pessoas na sociedade e na igreja? E quais os motivos que alguns alegam para se excluir da comunidade? Será que são motivos justos?
5) Oração final
As obras do Senhor são esplendor e beleza; sua justiça dura para sempre. Deixou uma lembrança dos seus prodígios: o Senhor é piedade e ternura. (Sl 110, 3-4)
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