O Papa: não devemos ter medo da diversidade de carismas na Igreja
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Francisco recorda na mensagem de vídeo que "já nas primeiras comunidades cristãs, diversidade e unidade estavam muito presentes e numa tensão que deve ser resolvida a um nível superior. Mais ainda. Para avançar no caminho da fé necessitamos também do diálogo ecumênico com os irmãos e irmãs de outras confissões e comunidades cristãs".
Vatican News
"Pelo dom da diversidade na Igreja" é a intenção de oração do Papa Francisco, para o mês de janeiro, divulgada na mensagem de vídeo, nesta segunda-feira (02/01).
Como os primeiros cristãos
"Não devemos ter medo da diversidade de carismas na Igreja", ressalta Francisco. A diversidade de carismas, de tradições teológicas e de rituais é algo positivo. Nunca deve ser causa de divisão. "Pelo contrário, devemos alegrar-nos por vivenciar esta diversidade", diz o Papa na mensagem de vídeo. A seguir, Francisco recorda:
Já nas primeiras comunidades cristãs, diversidade e unidade estavam muito presentes e numa tensão que deve ser resolvida a um nível superior. Mais ainda. Para avançar no caminho da fé necessitamos também do diálogo ecumênico com os irmãos e irmãs de outras confissões e comunidades cristãs. Não como algo que confunde ou incomoda, mas como um dom que Deus dá à comunidade cristã para que cresça como um só corpo, o corpo de Cristo.
A riqueza das Igrejas orientais
A seguir, Francisco convida a pensar, por exemplo, nas Igrejas Orientais: "Têm as suas tradições próprias, ritos litúrgicos característicos, mas mantêm a unidade da fé. Reforçam-na, não a dividem".
Em comunhão com Roma, há numerosas Igrejas orientais, como são os católicos bizantinos, a Igreja Greco-católica ucraniana ou a Igreja Greco-melquita. Outros exemplos da diversidade de ritos no seio do catolicismo são a Igreja Siro-malabar e a Igreja Católica Siro-malancar, surgidas ambas na Índia; a Igreja Maronita, de origem libanesa; a Igreja Católica Copta, de origem egípcia; a Igreja Católica Armênia; a Igreja Caldeia, predominante no Iraque; assim como a Igreja Católica Etíope-Eritreia, entre outras.
Segundo o Papa, "se formos guiados pelo Espírito Santo, a riqueza, a variedade, a diversidade nunca provocam conflito. O Espírito recorda-nos que, acima de tudo, somos filhos amados de Deus. Todos iguais no amor de Deus e todos diferentes".
Rezemos ao Espírito para que nos ajude a reconhecer o dom dos diferentes carismas nas comunidades cristãs e a descobrir a riqueza das diferentes tradições rituais dentro da Igreja Católica.
Unidos diante da cruz
O fio condutor do Vídeo do Papa deste mês é a cruz, símbolo de unidade e diversidade: uma cruz que aparece nas portas, nas montanhas, nas igrejas, para mostrar a riqueza das diferentes comunidades cristãs, precisamente nas suas diferenças. “A cruz não é uma estaca dos romanos, mas o madeiro no qual Deus escreveu o seu Evangelho”, escreveu a poetisa Alda Merini; é muito mais que um objeto de devoção, em suma, o mistério de amor diante do qual se encontram todos os cristãos, para além da sua confissão, tradição e rito.
A videomensagem do Papa termina com a imagem de uma enorme cruz formada por milhares de cristãos de diversas origens, retomando metaforicamente o apelo do Santo Padre.
O mês de janeiro é marcado, no hemisfério norte, pela Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que neste ano se celebra com o lema “Amarás o Senhor teu Deus... e ao teu próximo como a ti mesmo” extraído do capítulo 10 versículo 27 do Evangelho de Lucas. Fonte: https://www.vaticannews.va
Conservadores lutam por legado de Bento 16 um ano após sua morte
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Medidas como permissão para bênção de casais de mesmo sexo mobilizam alas ligadas a antecessor de Francisco
MILÃO
A recente e histórica decisão do Vaticano de liberar padres para abençoar casais do mesmo sexo provocou nova agitação entre a ala conservadora da Igreja Católica que faz oposição ao papa Francisco. Desde a morte de Bento 16, que completa um ano neste domingo (31), esse grupo vive uma disputa interna pelo legado de Joseph Ratzinger, um pontífice que defendeu até o fim a ortodoxia católica.
No último dia 18, o Dicastério para a Doutrina da Fé (DDF), comandado pelo cardeal argentino Víctor Manuel Fernández, publicou o documento "Fiducia supplicans", em que autoriza a bênção de casais descritos como "irregulares", categoria em que se enquadrariam homossexuais, divorciados e poligâmicos.
O texto, aprovado por Francisco, não altera a doutrina sobre o sacramento do matrimônio, somente permitido entre homem e mulher, e esclarece que a bênção não pode se parecer em nada com o rito do casamento.
Mesmo assim, nos dias seguintes, vieram as críticas. Figura expoente do grupo conservador, o cardeal alemão Gerhard Müller, prefeito emérito do DDF, dirigido por ele de 2012 a 2017, publicou uma nota em resposta no site católico americano The Pillar. Nela, afirma que o padre que abençoar casais "irregulares" estará cometendo um ato de sacrilégio e de blasfêmia.
"Abençoar uma realidade contrária à criação não é apenas impossível, é uma blasfêmia. Não se trata de abençoar as pessoas que 'vivem numa união que não pode de forma alguma ser comparada com o casamento', mas de abençoar a própria união que não pode ser comparada com o casamento", diz Müller, citando trecho do documento da Santa Sé.
Em outro momento, o alemão afirma que Deus não pode enviar "sua graça a uma relação que lhe é diretamente oposta". "Se essa bênção fosse dada, o seu único efeito seria confundir as pessoas que a recebem. Eles pensariam que Deus abençoou o que ele não pode abençoar", diz. Por fim, alerta que o critério de bênção "pastoral", como foi definida pelo Vaticano, poderia ser estendido também a "uma clínica de aborto ou a um grupo mafioso".
Outra reação negativa tem vindo do continente africano, ao qual o papa Francisco dedica especial atenção. Depois da declaração do Vaticano, a maioria dos bispos da Zâmbia e do Maláui anunciaram que não permitirão a padres fazerem a bênção a casais do mesmo sexo.
Nos Estados Unidos, onde no dia seguinte à declaração do Vaticano um padre abençoou um casal de homens em Nova York, a conferência de bispos divulgou uma nota sóbria em que chama a atenção para a diferença entre a bênção litúrgica e a bênção pastoral. "O ensinamento da Igreja sobre o casamento não mudou, e a declaração afirma isso", diz.
É justamente nos EUA que cresce, ano após ano, uma das maiores resistências às ações de Francisco. O papa, por sua vez, passou a reagir. Em novembro, por exemplo, ele demitiu o bispo Joseph Strickland da diocese de Tyler, no Texas. Dias depois, a imprensa italiana revelou que o Vaticano cortaria o salário e o aluguel em Roma pagos ao cardeal da ala tradicionalista Raymond Burke, crítico eloquente do processo sinodal de Francisco.
"Burke e Strickland pertencem a uma cultura parecida, mas são histórias muito diferentes", afirma à Folha Massimo Faggioli, professor de teologia histórica da Universidade de Villanova, nos EUA. "Strickland era mais exposto porque era responsável por uma diocese da qual saíram reclamações sobre sua forma de governar, principalmente na pandemia. Seu afastamento foi para proteger os católicos de lá, consequência de um processo."
Já o caso de Burke seria mais confuso. "Não está claro o que desencadeou essa decisão de Francisco, que pode ser uma faca de dois gumes. O risco é de restituir a Burke uma certa notoriedade", diz o professor. Aos 75, o religioso pode votar em conclaves até completar 80 anos —e, em teoria, também ser votado. Além disso, é próximo a um círculo de pessoas ricas nos EUA, onde tem acesso a recursos financeiros.
Tanto Burke quanto o cardeal Müller, 75, são personagens proeminentes entre os conservadores, mas não têm a mesma estatura teológica de Ratzinger nem perfil para unificar correntes. "Existem algumas vozes que querem ter essa função de herdeiro de Bento 16, mas que não têm a mesma credibilidade dele", diz.
Logo após o funeral de Ratzinger, em janeiro, Faggioli posicionava Müller em um plano mais destacado que os demais. Mas, quase um ano depois, vê-o mais atrelado a círculos americanos e menos como um candidato a porta-voz do legado de Bento 16.
Ao mesmo tempo, o professor inclui o cardeal húngaro Peter Erdo, 71, nessa lista de postulantes. "Ratzinger deixou muitos seguidores entre bispos, jovens padres e teólogos, mas no nível eclesiástico não deixou um herdeiro", avalia.
Depois de quase 11 anos de papado, Francisco moldou o colégio cardinalício à sua imagem. Atualmente, dos 134 que têm possibilidade de votar, por terem menos de 80 anos, 97 foram indicados pelo argentino, 28 pelo alemão e 9 por João Paulo 2º (1920-2005). Com o passar do tempo, Francisco vem superando o núcleo duro ratzingeriano.
Se os conservadores não possuem um nome universalmente reconhecido como porta-voz de Bento 16 –e, ao mesmo tempo, como alternativa a Francisco no próximo conclave–, o mesmo pode se dizer do campo pró-Jorge Bergoglio. Com o aniversário de 87 anos do papa, comemorado este ano, e a fragilidade de sua saúde, as conversas sobre a sua sucessão ganharam mais tração.
"A falta de nomes evidentes é um problema geral, que também se aplica aos cardeais de Francisco. Não existe um bergogliano que seja o sucessor ideal", diz Faggioli. O resultado é que o próximo conclave, seja quando for, deverá ter um resultado ainda mais imprevisível.
Isso ocorre, segundo o especialista, pelo fato de o clero também ter cedido à sedução midiática de massa. "Cada personagem tenta conquistar seu espaço, seja com seu livro, sua conferência, sua ideia, sua atividade –um sistema de mercado mesmo. É muito mais competitivo e é mais difícil adquirir uma posição dominante", avalia o professor.
Há um ponto, no entanto, em que o campo conservador, em especial aquele nos EUA, está em vantagem. Em vez de somente esperar pelo fim do pontificado de Francisco e tentar influenciar a escolha do próximo papa, esses grupos investem na formação da nova geração, em uma estratégia de longo prazo.
"Nos EUA, muitos bispos sabem que a maior parte dos seminaristas, os futuros padres, pensam como eles e não como Francisco. Esse campo sabe que o futuro da Igreja, como os conservadores a veem, não depende totalmente de um papa", diz.
"O papa pode ser ser um liberal, mas se a maior parte dos padres é conservadora e, por exemplo, não quer trabalhar com mulheres, ter um papa de um certo tipo é uma vitória menor." https://www1.folha.uol.com.br
Dossiê Fides: 20 missionários mortos em 2023. África registra o maior número
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O continente africano registou o maior número de sacerdotes, religiosos, catequistas, incluindo leigos, assassinados em 2023, em muitos casos vítimas de sequestros ou atos de terrorismo, envolvidos em tiroteios ou violências de vários tipos.
Paolo Ondarza - Cidade do Vaticano
Não realizaram nenhuma ação sensacional ou feito extraordinário. O que caracteriza os 20 missionários mortos em 2023 é a sua vida normal, vivida em contextos de pobreza econômica e cultural, de degradação moral e ambiental, onde não há respeito pela vida e pelos direitos humanos, mas a norma muitas vezes é apenas a opressão e a violência.
Normalidade de vida e testemunho do Evangelho
Também este ano, os dados publicados no especial da Agência Fides, curados por Stefano Lodigiani, retratam vidas comuns interrompidas pela cotidiana oferta do simples testemunho do Evangelho de pastores, catequistas, agentes de saúde, animadores da liturgia e da caridade. A lista inclui 1 bispo, 8 sacerdotes, 2 religiosos não-sacerdotes, 1 seminarista, 1 noviço e 7 leigos e leigas.
Mais missionários mortos do que em 2022
Em comparação com o ano passado, foram mortos mais 2 missionários, mas como recorda Fides, os dados compilados permanecem abertos a atualizações e correções. O número mais elevado é registrado na África, onde foram assassinados 5 sacerdotes, 2 religiosos, 1 seminarista, 1 noviço. Segue o continente americano com o assassinato de 1 bispo, 3 sacerdotes e 2 leigos, a Ásia com 4 assassinatos entre homens e mulheres leigos mortos e a Europa com o assassinato de um missionário leigo.
Encontram a morte sem culpa
Todos se depararam com a morte mesmo não tendo culpa. Foram vítimas de sequestros ou de atos de terrorismo, envolvidos em tiroteios ou violência de vários tipos. Desde sacerdotes que estavam indo celebrar a Missa ou realizar atividades pastorais em alguma comunidade distante - como aconteceu com padre Jacques Yaro Zerbo, assassinado por homens armados não identificados, na região de Boucle du Mouhoun, em Burkina Faso - até agressões à mão armada perpetradas em ruas movimentadas ou a ataques a casas paroquiais e conventos onde os missionários estavam empenhados na evangelização, na caridade e na promoção humana. Foi o que aconteceu com padre Stephen Gutgsell, assassinado com uma arma branca na canônica da Igreja de Fort Cahloun, em Nebraska (EUA).
Do México chega o testemunho das jovens catequistas Gertrudis Cruz de Jesús e Gliserina Cruz Merino, mortas no Estado de Oaxaca durante uma emboscada quando se dirigiam para uma procissão eucarística. Da Palestina chega por sua vez o testemunho de Samar Kamal Anton, e sua mãe, Nahida Khalil Anton, atingidas por franco-atiradores enquanto caminhavam em direção ao convento das Irmãs de Madre Teresa em Gaza. Juntamente com outras mulheres católicas e ortodoxas, empenharam-se num caminho de fé e de apostolado especialmente em favor dos pobres e de pessoas com deficiêcia.
O dossiê de Fides abrange também a Europa, onde na Espanha Diego Valencia, leigo, sacristão da Paróquia de Nuestra Señora de La Palma, em Algeciras, província de Cádiz, foi morto por um jovem marroquino armado com um facão, que também feriu outras pessoas.
Testemunhas de fé e esperança
Mulheres e homens de fé que poderiam ter evitado a morte mudando-se para lugares mais seguros ou desistindo dos seus compromissos cristãos. Eles escolheram de forma diferente, conscientes do risco que corriam diariamente. Ingênuos aos olhos do mundo, mas autênticas testemunhas de fraternidade e de esperança graças às quais a Igreja e o mundo avançam.
Especificamente, em 2023, em África, foram registados missionários mortos na Nigéria (4), no Burkina Faso (2) e na Tanzânia; na América: no México (4) e nos EUA (2); na Ásia: nas Filipinas (2) e na Palestina (2); na Europa: em Espanha (1).
Frutos maduros da vinha do Senhor
Segundo Fides, entre 2001 e 2022, 544 agentes pastorais foram mortos. Cerca de 115 na década 1980-1989; 604 entre 1990 e 2000, década em que ocorreu o genocídio ruandês que causou pelo menos 248 vítimas entre o pessoal eclesiástico. “Os mártires – disse o Papa – não devem ser vistos como heróis que agiram individualmente, como flores que surgiram no deserto, mas como frutos maduros e excelentes da vinha do Senhor, que é a Igreja”.
O dossiê Fides não diz respeito apenas aos missionários ad gentes em sentido estrito, mas leva em consideração todos os batizados envolvidos na vida da Igreja que morreram de forma violenta, mesmo quando isso não ocorre expressamente “por ódio à fé”. “Por isso – lê-se no relatório – prefere-se não usar o termo mártires, exceto no seu significado etimológico de testemunhas, para não entrar em mérito ao juízo que a Igreja poderá eventualmente dar sobre alguns deles, propondo-os, depois de um exame cuidadoso, para beatificação ou canonização”.
Instrumentos do plano salvífico de Deus
A lista da Fides usa o termo “missionário” em referência a cada batizado porque, como escreveu Francisco na Exortação Apostólica Evangelii gaudium, “cada batizado é sujeito ativo da evangelização”. "Ainda hoje - disse o Papa no Angelus do passado dia 26 de dezembro, festa de Santo Estêvão, o protomártir - há ainda - e são muitos - aqueles que sofrem e morrem para dar testemunho de Jesus (...). A semente dos seus sacrifícios, que parecia morrer, brota e dá fruto, porque Deus, através deles, continua a fazer maravilhas (cf. At 18, 9-10), a mudar os corações e a salvar os homens." Fonte: https://www.vaticannews.va
Nicarágua: denúncias apontam prisão de pelo menos 6 sacerdotes nos últimos dias
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Desde 20 de dezembro, 11 clérigos foram presos no país em meio a uma crescente perseguição à Igreja Católica pelo regime de Daniel Ortega
Entre os presos, estão os sacerdotes Raúl Zamora, Miguel Mántica e Marcos Díaz — Foto: Reprodução
Por O Globo e agências internacionais — Manágua
Ao menos seis sacerdotes católicos foram detidos pela polícia da Nicarágua entre sexta-feira e sábado, em meio a uma crescente perseguição à Igreja Católica pelo regime de Daniel Ortega e Rosario Murillo. O saldo eleva para 11 o total de clérigos presos desde 20 de dezembro, incluindo um bispo, denunciaram meios de comunicação e opositores nicaraguenses no exílio.
Entre os últimos detidos estão os monsenhores Silvio Fonseca, vigário de família da Arquidiocese de Manágua; Miguel Mántica, da igreja de São Francisco, também na capital; e Marcos Díaz, da diocese de León (noroeste). Também aparecem na lista os sacerdotes Gerardo Rodríguez, Mykel Monterrey e Raúl Zamora, que prestam serviços religiosos em igrejas de Manágua, informaram veículos de imprensa nicaraguenses independentes.
As prisões se somam às do bispo Isidoro Mora e de dois seminaristas, detidos em 20 de dezembro, que foram seguidas na última semana pelas do vigário-geral de Manágua, Carlos Avilés, e dos sacerdotes Héctor Treminio, Fernando Calero e Pablo Villafranca.
A polícia nicaraguense ainda não se pronunciou sobre as denúncias.
Jornais nicaraguenses como La Prensa, Confidencial e 100% Noticias, que hoje são editados na Costa Rica, citaram em suas denúncias fontes eclesiásticas, as advogadas Martha Molina e Yonarqui Martínez e a ativista de direitos humanos Haydée Castillo, todas no exílio.
Perseguição
O bispo Silvio Báez, que saiu da Nicarágua em 2019, denunciou a "perseguição" contra a Igreja e pediu solidariedade aos bispos do mundo. Báez pediu às conferências episcopais do mundo que não "abandonem" a Igreja da Nicarágua, "se solidarizem e ergam sua voz, denunciando esta perseguição da ditadura".
"A ditadura sandinista desatou esta semana uma caçada feroz contra os sacerdotes, levando para a prisão vários deles, que vêm se somar aos dois bispos que já estão presos", disse na rede social X (antigo Twitter).
O salvadorenho-espanhol José María Tojeira, porta-voz dos jesuítas na América Central, disse no X que os "perseguidores" da Igreja sempre acabam fracassando. "Ao atingir a Igreja, não fazem mais que cavar sua própria destruição", afirmou também na rede social.
A ordem jesuíta foi fechada em agosto na Nicarágua e sua universidade foi confiscada pelo governo. Desde 2018, ano dos massivos protestos contra o regime de Ortega, a Igreja Católica da Nicarágua sofreu 740 ataques, de acordo com um levantamento da advogada Martha Patricia Molina.
— Apenas no ano de 2023, ocorreram 275 ataques. Podemos classificar este último ano como o de mais ataques contra a Igreja durante o último quinquênio — explica Molina ao El País, autora do relatório "Nicarágua, uma Igreja perseguida". — Ao todo, 176 religiosos e religiosas não estão exercendo seu ministério na Nicarágua porque foram expulsos, tiveram a entrada proibida ou foram enviados para o exílio.
A perseguição religiosa obrigou até mesmo o Papa Francisco a romper sua postura neutra em relação aos países e comparar o atual regime com "uma ditadura hitleriana".
— Com muito respeito, não me resta outra opção senão pensar em um desequilíbrio da pessoa que lidera — afirmou o Pontífice, o que desencadeou mais a ira do casal presidencial.
Em uma linha do tempo feita pelo El País sobre a perseguição ao catolicismo, encontram-se ataques a padres e bispos, profanações de igrejas, fechamento de meios de comunicação e ONGs administradas pelas dioceses, congelamento de contas bancárias e uma narrativa sustentada contra a Igreja Católica e seus hierarcas. Fonte: https://oglobo.globo.com
OITAVA DE NATAL: CELEBRANDO A CONTINUIDADE DA ALEGRIA E REFLEXÃO
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Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)
Caros irmãos e irmãs,
Do dia de Natal até a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, nos encontramos imersos na Oitava de Natal, uma extensão da alegria e da reflexão após a comemoração do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Este período de oito dias é um convite para aprofundar nossa compreensão da mensagem de amor, esperança e redenção que o nascimento de Jesus traz consigo.
Oitava, nesse contexto, não é apenas uma sequência de dias, mas um convite à continuidade da celebração. É um tempo para mergulhar profundamente na humildade da manjedoura, onde o Verbo se fez carne para habitar entre nós, revelando o amor incondicional de Deus pela humanidade.
Refletimos sobre as palavras de João 1,14: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai.” Esta é a essência da Oitava de Natal – a presença de Deus entre nós, manifestada em Jesus Cristo.
A passagem de Lucas 2,11 ecoa em nossos corações: “Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” Aqui encontramos a humildade e a grandeza do nascimento de Jesus, oferecendo-nos uma mensagem eterna de esperança e salvação.
Durante esta Oitava de Natal, somos desafiados a abrir nossos corações para acolher a luz que brilhou na manjedoura, iluminando nossos caminhos e inspirando-nos a sermos portadores desse amor e compaixão para com o próximo.
Meditamos em 1 João 4,9: “Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por meio dele vivamos.” Esta verdade nos lembra do amor que se fez presente em Cristo e nos chama para vivermos conforme Seus ensinamentos.
Que esta Oitava de Natal seja um tempo de renovação da fé, de profunda reflexão sobre a mensagem de Cristo e de comprometimento em vivermos segundo Seu amor. Que possamos compartilhar a alegria do Natal ao estendermos esse amor e bondade a todos ao nosso redor.
Vivamos intensamente este tempo santo, bonito e sóbrio do Natal de Jesus! Precisamos reaprender a sobriedade, como pediu o amado Papa Francisco, e contemplar o Presépio! Que Deus abençoe cada um de nós durante esta Oitava de Natal, fortalecendo nossa fé, renovando nossas esperanças e guiando-nos para uma vida plena de amor e serviço ao próximo. Amém Fonte: https://www.cnbb.org.br
Na Nicarágua proibidas as "Posadas", e os presépios vivos
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No país centro-americano, as medidas restritivas do governo Ortega contra a Igreja estão aumentando. O ano de 2023 registrou o maior número de ataques contra instituições católicas, padres e religiosos.
L'Osservatore Romano
As medidas restritivas contra a Igreja Católica na Nicarágua se estenderam ao Natal: o governo de Daniel Ortega também proibiu as tradicionais Posadas, os presépios vivos montados nas ruas nos dias que antecedem a festividade. No país centro-americano, as Posadas de Natal envolvem uma procissão com as figuras de José e Maria, geralmente representadas por crianças ou adolescentes, percorrendo as casas em busca de um abrigo (Posada) para o Menino Jesus que vai nascer. Em retribuição à acolhida, as crianças cantam canções em frente ao presépio. Mas este ano", anunciou a advogada nicaraguense de direitos humanos Martha Molina, "a polícia fez saber que não permitirá essas celebrações. Elas só poderão ser realizadas dentro das igrejas.
Uma decisão de Ortega
O advogado afirmou que a decisão teria tomada pessoalmente pelo presidente Ortega. Ativistas de várias ONGs relataram que policiais teriam ido às paróquias para impedir que os padres organizassem essas celebrações de rua típicas da tradição natalina.
2023 o pior ano para a Igreja
Neste ano, a perseguição à Igreja aumentou. De fato, 2023 registrou o maior número de ataques - 275 - incluindo o fechamento de organizações, universidades católicas, proibições e prisões de padres e religiosos. Fonte: https://www.vaticannews.va
Bênção e matrimônio na nova orientação da Igreja
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Do seio do próprio catolicismo podem surgir os mais contundentes e perigosos questionamentos ao papa Francisco
Por Lilian Sales, Renata Nagamine e Camila Nicácio
A reorientação da Igreja Católica para a bênção de pessoas em “situação irregular” e casais do mesmo sexo correu o mundo, causando espécie e furor a uma semana do Natal. Em que consiste essa reorientação papal, publicada na declaração Fiducia Supplicans? É uma ruptura? Ou é uma mudança ao modo católico, com o manejo de formas pela Igreja para reorientar suas práticas sem romper com a tradição?
O documento dá a casais homossexuais acesso a um modo de consagração da sua união, mas os mantém a uma distância segura do matrimônio. Com a Fiducia Supplicans, a Igreja promove a mudança no cuidado pastoral, controlando o risco que essa mudança pode pôr ao seu catecismo.
A distinção entre bênção e matrimônio serve a esse fim.
A nova orientação das práticas pastorais da Igreja dá a sacerdotes a possibilidade de abençoar casais de pessoas do mesmo sexo. Porém a bênção, reiteram o documento e a notícia dele publicada pelo Vaticano, não se confunde nem deve se confundir com matrimônio.
O matrimônio é um sacramento. É regulado pelo direito canônico e só pode ser recebido por pessoas que cumprem as rígidas regras do catecismo da Igreja. Como sacramento, inscreve o laço conjugal num tempo que a Igreja apresenta como não humano, retirado do tempo histórico. Por isso o matrimônio sobrevive para ela ao divórcio, que desfaz o casamento civil.
Há conflito entre a doutrina da Igreja e a reorientação prática dos seus sacerdotes pelo papa? A rigidez da doutrina católica não se choca com o documento assinado por Francisco. A bênção é restrita e não significa aprovação das uniões homossexuais pela Igreja. Para ela, a validação de qualquer união é um efeito da concessão do sacramento.
A julgar pelo documento, a Igreja sabe, no entanto, que na prática a bênção pode se confundir com o matrimônio. Tentando afastar essa possibilidade de confusão, a Fiducia Supplicans proíbe a concessão da bênção durante qualquer outro ritual católico. Também proíbe sua concessão durante ato civil, tais como a celebração do casamento civil ou união estável. A ver se a linha demarcada pela Igreja será respeitada na prática, isto é, nos usos sociais da bênção.
Apesar de a doutrina permanecer intacta, a autorização é uma inquestionável novidade. Em 2021, a Congregação para a Doutrina da Fé excluiu expressamente em documento a possibilidade da bênção a casais de pessoas do mesmo sexo.
A autorização da prática tem relação com a plasticidade que a ideia de acolhimento pastoral, há muito abraçada pelo papa, confere ao catolicismo. Nos termos dos católicos que se identificam com Francisco, é “abrir as portas da Igreja para todos”. Nos termos de Francisco, é a Igreja da acolhida, em lugar de uma Igreja de “juízes que apenas proíbem”.
Por isso a Fiducia Supplicans pode ser vista sobretudo como um documento papal sobre cuidado pastoral. Exprime a importância atribuída às práticas pastorais pelo papado de Francisco em relação à doutrina, mas também o modo de agir da Igreja.
Também, a extensão da bênção a casais homossexuais é condizente com outras posições do papa em relação a pessoas LGBT. Entre essas estão, por exemplo, a condenação da criminalização da homossexualidade e o incentivo do apoio de pais a filhos não heterossexuais. O incentivo a esse tipo de apoio não desfigura a homossexualidade como pecado para o catecismo da Igreja, do mesmo modo que a bênção não transforma a união homossexual em matrimônio.
Em ambos os casos, a distinção entre as instâncias do cuidado pastoral e da doutrina abre espaço para uma mudança sem ruptura na medida em que guarda a distância entre as práticas e a palavra. De um lado, essa distância assegura que mudanças nas práticas não moldem por si sós a doutrina; de outro, possibilita que a Igreja se molde ao mundo.
E o mundo em que a Igreja atua é crescentemente menos católico. No Brasil, a hegemonia católica se dissolveu nas últimas décadas, ao passo que o número de praticantes e espaços de culto evangélicos cresceu. O reposicionamento pastoral da Igreja em relação à conjugalidade LGBT dá ao catolicismo a oportunidade de aparecer como uma religião de atos, não só da palavra, uma religião que acolhe, e não que expulsa.
Do ponto de vista de não católicos, ou mesmo de católicos que não participam dos rituais com frequência, a percepção pode ser ainda mais borrada. Essas pessoas não distinguem rigidamente bênção de sacramento, de modo que praticantes de outras religiões, não religiosos e católicos pouco conhecedores da doutrina podem confundir aquilo que a Igreja Católica se esmerou em separar.
O próprio terreno católico em que o papa conduz a Igreja mudou no passado recente, com a associação do velho conservadorismo a movimentos carismáticos. Essa associação reforçou o tradicionalismo dentro da Igreja e o combate contra a Teologia da Libertação, que é importante e formativa na América Latina. Do seio do próprio catolicismo podem surgir, enfim, os mais contundentes e perigosos questionamentos a Francisco.
*PESQUISADORAS NO PROJETO TEMÁTICO PLURALISMO RELIGIOSO E DIVERSIDADES NO BRASIL PÓS-CONSTITUINTE (CEBRAP/FAPESP), COLABORAM COM O OBSERVATÓRIO DA RELIGIÃO E INTERSECCIONALIDADES. Fonte: https://www.estadao.com.br
Morte de padre da Igreja do Rosário de Curitiba gera comoção
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Padre Onofre Araújo Filho faleceu de infarto fulminante em Belo Horizonte, onde visitava familiares.
Padre Onofre (Foto: Arquidiocese de Curitiba)
Redação Bem Paraná | 20/12/2023 às 17:51
Morreu nesta quarta (20), aos 59 anos, o Padre Onofre Araújo Filho. Ele era Reitor da Igreja do Rosário e São Benedito, no Largo da Ordem, em Curitiba. Ele faleceu de infarto fulminante em Belo Horizonte, onde visitava familiares.
Ele nasceu no dia 01 de abril de 1964. Foi ordenado sacerdote no dia 10 de outubro de 2002 Desde o mês de outubro de 2022 era Reitor da Igreja do Rosário e São Benedito. O
Velório e o sepultamento acontecem em Belo Horizonte.
Nesta quarta-feira, houve missa em homenagem ao padre, na Igreja do Rosário.
Repercussão
A morte do padre causou grande comoção em Curitiba. “Que notícia triste. Padre Onofre celebrou meu casamento, foi o dia mais especial da minha Vida e ele fez uma celebração lindíssima. Que o senhor o receba em sua casa”, postou uma internauta no Instagram. “Uma grande perda para todo nós, deixará muitas saudades e o exemplo de amar a todos, nos pequenos detalhes”, afirmou outra internauta. Fonte: https://www.bemparana.com.br
Em decisão histórica, Vaticano autoriza bênção para casais do mesmo sexo.
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Nova orientação está em documento autorizado pelo papa Francisco divulgado nesta segunda. Igreja Católica disse que autorização 'não muda doutrina sobre casamento', e padres podem se negar a fazer rito.
Por g1
Papa diz que mulheres trans são "filhas de Deus"
Em uma decisão histórica, o Vaticano afirmou nesta segunda-feira (18) que passará a permitir que padres concedam bênçãos a casais do mesmo sexo.
A decisão, que vai de encontro à doutrina da Igreja Católica de condenar a união homossexual, está em um documento autorizado pelo papa Francisco divulgado nesta segunda.
Pela medida, padres católicos romanos podem, a partir de agora, administrar bênçãos a casais do mesmo sexo, se quiserem. Os padres também poderão se recusar a fazer o ritual, mas estão proibidos de impedir "a entrada (em igrejas) de pessoas em qualquer situação em que possam procurar a ajuda de Deus através de uma simples bênção”.
A bênção também não pode ter qualquer semelhança com uma cerimônia de casamento nem acontecer durante liturgias regulares da Igreja.
O documento que divulga a nova decisão afirma que a Igreja Católica continua a considerar a união entre casais do mesmo sexo um ato "irregular" e que a doutrina não mudou, mas afirmou também que a autorização de bênçãos é um "sinal de que Deus acolhe a todos".
Em outubro, em um discurso, o papa Francisco já havia indicado que a igreja pudesse passar a permitir a bênção a casais homossexuais em um futuro próximo.
"Não podemos ser juízes que apenas proíbem", disse, à época, o pontífice.
Em agosto, ele disse que mulheres trans são "filhas de Deus" e que a igreja não pode tratá-las de forma diferente. Em janeiro, Francisco criticou países que criminalizam homossexuais e disse que "a homossexualidade não é crime".
Apesar dos avanços, no entanto, coletivos de homossexuais católicos cobram o pontífice por mais mudanças há mais de uma década. Fonte: https://g1.globo.com
Declaração doutrinária abre para bênçãos para casais "irregulares"
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Com a "Fiducia supplicans" do Dicastério para a Doutrina da Fé, aprovada pelo Papa, será possível abençoar casais formados por pessoas do mesmo sexo, mas fora de qualquer ritualização e imitação do matrimônio. A doutrina sobre o matrimônio não muda, a bênção não significa aprovação da união
VATICAN NEWS
Diante do pedido de duas pessoas para serem abençoadas, mesmo que sua condição de casal seja "irregular", será possível para o ministro ordenado consentir. Mas sem que esse gesto de proximidade pastoral contenha elementos minimamente semelhantes a um rito matrimonial. Isso é o que diz a declaração "Fiducia supplicans" sobre o significado pastoral das bênçãos, publicada pelo Dicastério para a Doutrina da Fé e aprovada pelo Papa. Um documento que aprofunda o tema das bênçãos, distinguindo entre as bênçãos rituais e litúrgicas e as bênçãos espontâneas, que se assemelham mais a gestos de devoção popular: é precisamente nessa segunda categoria que agora contemplamos a possibilidade de acolher também aqueles que não vivem de acordo com as normas da doutrina moral cristã, mas pedem humildemente para serem abençoados. Desde agosto, de 23 anos atrás, o antigo Santo Ofício não publicava uma declaração (a última foi em 2000, "Dominus Jesus"), um documento de alto valor doutrinário.
"Fiducia supplicans" começa com uma introdução do prefeito, cardeal Victor Fernandez, que explica que a declaração aprofunda o "significado pastoral das bênçãos", permitindo que "sua compreensão clássica seja ampliada e enriquecida" por meio de uma reflexão teológica "baseada na visão pastoral do Papa Francisco". Uma reflexão que "implica um verdadeiro desenvolvimento em relação ao que foi dito sobre as bênçãos" até agora, chegando a incluir a possibilidade "de abençoar casais em situação irregular e casais do mesmo sexo, sem validar oficialmente seu status ou modificar de qualquer forma o ensino perene da Igreja sobre o casamento".
Após os primeiros parágrafos (1-3), em que o pronunciamento anterior de 2021 é lembrado e agora ampliado, a declaração apresenta a bênção no sacramento do matrimônio (parágrafos 4-6), declarando "inadmissíveis ritos e orações que possam criar confusão entre o que é constitutivo do matrimônio" e "o que o contradiz", a fim de evitar reconhecer de alguma forma "como matrimônio algo que não é". Reitera-se que, de acordo com a "doutrina católica perene", somente as relações sexuais dentro do casamento entre um homem e uma mulher são consideradas lícitas.
Um segundo grande capítulo do documento (parágrafos 7-30) analisa o significado das várias bênçãos, que têm como destino pessoas, objetos de devoção, lugares de vida. O documento lembra que, "de um ponto de vista estritamente litúrgico", a bênção exige que o que é abençoado "esteja em conformidade com a vontade de Deus expressa nos ensinamentos da Igreja". Quando, com um rito litúrgico específico, "se invoca uma bênção sobre certas relações humanas", é necessário que "o que é abençoado possa corresponder aos desígnios de Deus inscritos na Criação" (11). Portanto, a Igreja não tem o poder de conferir uma bênção litúrgica a casais irregulares ou do mesmo sexo. Mas é preciso evitar o risco de reduzir o significado das bênçãos apenas a esse ponto de vista, exigindo para uma simples bênção "as mesmas condições morais que são exigidas para a recepção dos sacramentos" (12).
Depois de analisar as bênçãos nas Escrituras, a declaração oferece um entendimento teológico-pastoral. Quem pede uma bênção "se mostra necessitado da presença salvadora de Deus em sua história", porque expressa "um pedido de ajuda de Deus, uma súplica por uma vida melhor" (21). Esse pedido deve ser acolhido e valorizado "fora de uma estrutura litúrgica", quando se encontra "em uma esfera de maior espontaneidade e liberdade" (23). Olhando para elas da perspectiva da piedade popular, "as bênçãos devem ser valorizadas como atos de devoção". Para conferi-las, portanto, não há necessidade de exigir "perfeição moral prévia" como pré-condição.
Aprofundando essa distinção, com base na resposta do Papa Francisco às dubia dos cardeais publicada em outubro passado, que pedia um discernimento sobre a possibilidade de "formas de bênção, solicitadas por uma ou mais pessoas, que não transmitam uma concepção errônea do matrimônio" (26), o documento afirma que esse tipo de bênção "é oferecido a todos, sem pedir nada, fazendo com que as pessoas sintam que continuam abençoadas apesar de seus erros e que "o Pai celeste continua a querer o seu bem e a esperar que elas finalmente se abram ao bem" (27).
Existem "várias ocasiões em que as pessoas vêm espontaneamente pedir uma bênção, seja em peregrinações, em santuários, ou mesmo na rua quando encontram um sacerdote", e tais bênçãos "são dirigidas a todos, ninguém pode ser excluído" (28). Portanto, permanecendo proibido de ativar "procedimentos ou ritos" para esses casos, o ministro ordenado pode unir-se à oração daquelas pessoas que "embora em uma união que de modo algum pode ser comparada ao matrimônio, desejam confiar-se ao Senhor e à sua misericórdia, invocar a sua ajuda, ser guiados a uma maior compreensão do seu plano de amor e de verdade" (30).
O terceiro capítulo da declaração (parágrafos 31-41), portanto, abre a possibilidade dessas bênçãos, que representam um gesto para aqueles que "reconhecendo-se indigentes e necessitados de sua ajuda, não reivindicam a legitimidade de seu próprio status, mas imploram que tudo o que é verdadeiro, bom e humanamente válido em suas vidas e relacionamentos seja investido, curado e elevado pela presença do Espírito Santo" (31). Essas bênçãos não devem ser normalizadas, mas confiadas ao "discernimento prático em uma situação particular" (37). Embora o casal seja abençoado, mas não a união, a declaração inclui entre o que é abençoado o relacionamento legítimo entre as duas pessoas: na "breve oração que pode preceder essa bênção espontânea, o ministro ordenado pode pedir paz, saúde, espírito de paciência, diálogo e ajuda mútua, bem como a luz e a força de Deus para poder cumprir plenamente a sua vontade" (38). Também é esclarecido que, para evitar "qualquer forma de confusão e escândalo", quando um casal irregular ou do mesmo sexo pede uma bênção, "ela nunca será realizada ao mesmo tempo que os ritos civis de união ou mesmo em conexão com eles. Nem mesmo com as roupas, os gestos ou as palavras próprias de um casamento" (39). Esse tipo de bênção "pode encontrar seu lugar em outros contextos, como uma visita a um santuário, um encontro com um sacerdote, uma oração recitada em um grupo ou durante uma peregrinação" (40).
Por fim, o quarto capítulo (parágrafos 42-45) nos lembra que "mesmo quando o relacionamento com Deus está obscurecido pelo pecado, sempre é possível pedir uma bênção, estendendo a mão a Ele" e desejá-la "pode ser o melhor possível em algumas situações" (43). Fonte: https://www.vaticannews.va
Sexta-feira, 15 de dezembro-2023. 2ª Semana do Advento. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus onipotente, dai ao vosso povo esperar vigilante a chegada do vosso Filho, para que, instruídos pelo próprio Salvador, corramos ao seu encontro como nossas lâmpadas acesas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 11, 16-19)
Naquele tempo disse Jesus: 16 “Com quem vou comparar esta geração? É parecida com crianças sentadas nas praças, gritando umas para as outras: 17 ‘Tocamos flauta para vós, e não dançastes. Entoamos cantos de luto e não chorastes!’ 18 Veio João, que não come nem bebe, e dizem: ‘Tem um demônio’. 19 Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: ‘É um comilão e beberrão, amigo de publicanos e de pecadores’. Mas a sabedoria foi reconhecida em virtude de suas obras”.conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”.
3) Reflexão
Os líderes, os sábios, não gostam quando alguém os critica ou questiona. Isto acontecia no tempo de Jesus e acontece hoje, tanto na sociedade, como na igreja. João Batista veio, criticou, e não foi aceito. Diziam:”tem o demônio!” Jesus veio, criticou e não foi aceito. Diziam: -“Beberão!”. –“Louco!” (Mc 3,21) -“Tem o diabo!” (Mc 3,22) -“É um samaritano!” (Jo 8,48) -“Não é de Deus!” (Jo 9,16). Hoje acontece o mesmo. Há pessoas que se agarram ao que sempre foi ensinado e não aceitam outra maneira de explicar e viver a fé. Logo inventam motivos e pretextos para não aderir: -“É marxismo!” -“É contra a Lei de Deus!” -“É desobediência à tradição e ao magistério!”
Jesus se queixa da falta de coerência do seu povo. Eles inventavam sempre algum pretexto para não aceitar a mensagem de Deus que Jesus lhes trazia. De fato, é relativamente fácil encontrar argumentos e pretextos para refutar os que pensam diferente de nós.
Jesus reage e mostra a incoerência deles. Eles se consideravam sábios, mas não passavam de crianças que querem divertir o povo na praça e que reclamam quando o povo não brinca conforme a música que eles tocam. Os que se diziam sábios não têm nada de realmente sábio. Apenas aceitavam o que combinava com as idéias deles. E assim eles mesmos pela sua atitude incoerente se condenavam a si mesmos.
4) Para um confronto pessoal
1) Até onde sou coerente com a minha fé?
2) Tenho consciência crítica com relação ao sistema social e eclesiástico que, muitas vezes, inventa motivos e pretextos para legitimar a situação e impedir qualquer mudança?
5) Oração final
Feliz quem não segue o conselho dos maus, não anda pelo caminho dos pecadores nem toma parte nas reuniões dos zombadores, mas na lei do Senhor encontra sua alegria e nela medita dia e noite. (Sl 1, 1-2)
Domingo 17. 3º DOMINGO DO ADVENTO
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Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
3º Domingo do Advento
“A minh’alma se alegra, se alegra no meu Deus”. (Lc 1, 46 ss)
Celebramos neste Domingo o terceiro do tempo do Advento, daqui há poucos dias já estaremos celebrando as alegrias do Natal. Por isso, esse terceiro Domingo do Advento é conhecido como “Domingo Gaudete”, ou da alegria, pois o Natal do Senhor está próximo. Começamos a semana de preparação próxima para o Natal, para celebrar a vinda do Messias.
A cor litúrgica nesse dia é “rósea”, ou seja, um roxo mais suave, não trazendo tanto aquele tom de penitência. A partir do terceiro Domingo do Advento entramos propriamente no período da Novena de Natal, e as leituras retratam mais o nascimento de Jesus, pois até então retratavam mais sobre a segunda vinda de Cristo.
Neste Domingo acontece também a coleta para a Campanha da Evangelização, que traz como tema: “Na casa do pão, Deus nos faz irmãos”. Como diz o tema da Campanha, “Deus nos faz irmãos”, se Ele nos faz irmãos temos que ajudar a quem precisa. A coleta nessa missa não fica na paróquia, mas é destinada aos locais de missão da Igreja, e onde ela realiza um trabalho de evangelização, sobretudo aqueles locais mais necessitados.
Ainda neste Domingo pode-se levar a imagem da Sagrada Família ou do menino Jesus para que o padre abençoe, ou ainda, as mulheres grávidas que estão esperando o seu filho nascer, do mesmo modo que Maria estava esperando Jesus chegar podem receber a benção do padre. A partir deste dia faltarão exatos oito dias para a celebração do Natal e como nos convida a celebração de hoje, devemos nos encher de alegria.
A primeira leitura da missa deste Domingo é do livro do profeta Isaías (Is 61,1-2a.10-11), o profeta fala sobre a missão a qual Deus lhe confiou e que deve ser a missão de todo profeta. Tudo aquilo que Isaías disse nesse trecho se concretiza em Jesus e se torna o programa de vida de Jesus ao longo de sua vida pública. Em Lucas capítulo quatro, Jesus entra na sinagoga, abre o livro do profeta Isaías e lê essas mesmas palavras e diz que naquele dia tudo aquilo que se concretizava. Isaías viveu há cerca de quatrocentos anos a.C, e tudo aquilo que ele dizia se concretizou na vida de Jesus. Isaías é um profeta marcante do Antigo Testamento, e o acompanhamos bastante no tempo do Advento e na Quaresma.
O salmo responsorial é de São Lucas (Lc1,46ss), e diz em seu refrão: “A minh’alma se alegra, se alegra no meu Deus”. Esse salmo é um trecho do cântico do “Magnificat”, em que Maria agradece a Deus por tantos “bens” que Ele fez por ela e por seu povo. Maria foi escolhida a cheia de graça, em meio a tantas mulheres de seu tempo Deus a escolheu a “cheia de graça”, para gerar o seu filho. Maria se encheu de alegria não só pelo que Deus fez por ela, mas todo o povo.
A segunda leitura deste Domingo é da primeira carta de São Paulo aos Tessalonicenses (1Ts 5,16-24), Paulo diz a comunidade e a nós hoje que devemos estar sempre alegres, pois o Senhor está conosco. O Espírito do Senhor está conosco, por isso, devemos estar sempre alegres e nos afastar de tudo aquilo que é mal. Do mesmo modo que Maria alegremo-nos no Senhor, que nos chamou e enviou para a missão.
O Evangelho deste Domingo é de João (Jo 1,6-8.19-28), João nesse Evangelho fala sobre João Batista que veio como o “precursor”, ou seja, veio preparar o caminho para a chegada de Jesus. João não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz, ele exortava a todos que andavam nas trevas, sob um monte de pecados, para que deixassem as ações das trevas e se aproximassem da luz.
Os judeus interrogam João e perguntam se ele era o Messias que devia vir ao mundo, pois alguns judeus achavam que Ele era o Messias, mas João confessou e não negou, disse que ele não era o Messias, mas que era a voz que grita no deserto: “Aplainai, o caminho do Senhor” (Jo 1,23). Ele buscava converter o povo judeu para a chegada do Messias que estava próxima, João Batista batizava com água, mas o Messias batizaria com a água e o Espírito Santo.
João Batista ainda diz que ele não era digno de desatar as correias das sandálias do Messias, e dizia sempre que “Ele cresça e eu diminua”, João não queria em nenhum momento ser mais do que o Messias, mas sabia que a sua missão era preparar o caminho do Senhor.
Com a celebração desse 3º domingo do Advento sejamos como João Batista e preparemos o caminho para a chegada de Jesus. Anunciemos a palavra de Deus aos nossos irmãos e que possamos convidar aqueles que estão afastados da Igreja, num caminho de pecado, para que possam retornar e se aproximar da luz novamente.
Ao acendermos hoje a terceira vela da coroa do Advento possamos sentir que a luz do Senhor está perto de nós, e como a luz do sol que pouco a pouco vai clareando o dia, que possamos deixar que a luz do Senhor pouco a pouco nos irradie e que possamos irradiar essa luz a quem se aproxime de nós. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Quinta-feira, 14 de dezembro-2023. 2ª Semana do Advento. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Despertai, ó Deus, os nossos corações, a fim de prepararmos os caminhos do vosso Filho, para que possamos, pelo seu advento, vos servir de coração purificado. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 11, 11-15)
Naquele tempo, disse Jesus as multidão: 11Em verdade vos digo: entre os filhos das mulheres, não surgiu outro maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele. 12Desde a época de João Batista até o presente, o Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam. 13Porque os profetas e a lei tiveram a palavra até João. 14E, se quereis compreender, é ele o Elias que devia voltar. 15Quem tem ouvidos, ouça. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
No evangelho de hoje, Jesus dá uma opinião sobre João Batista. Comparado com as pessoas do Antigo Testamento, não há ninguém maior que João. João é o maior de todos: maior que Jeremias, maior que Abraão, maior que Isaías! Mas comparado com o Novo Testamento, João é inferior a todos. O menor no Reino é maior que João. Como entender esta qualificação aparentemente contraditória que Jesus fez de João?
Pouco antes, João tinha mandado perguntar a Jesus: “É o senhor, ou devemos esperar por outro?” (Mt 11,3). João parecia ter dúvidas a respeito a Jesus. Pois Jesus não correspondia à idéia que ele, João, se fazia do messias. João imaginava o messias como um juiz severo que devia vir realizar o julgamento da condenação e da chegada da ira (Mt 3,7). Devia cortar as árvores pela raiz (Mt 3, 10), limpar a área e jogar a palha seca no fogo (Mt 3,12). Mas Jesus, em vez de ser um juiz severo, era amigo de todos, “manso e humilde de coração” (Mt 11,29), que acolhia os pecadores e comia com eles (Mc 2,16).
Jesus respondeu a João citando o profeta Isaias: “Vão contar para João o que estão vendo e ouvindo: cegos vêem, coxos andam, leprosos são limpos, surdos ouvem, mortos ressuscitam, aos pobres é anunciada a Boa Nova. E feliz quem não se escandalizar comigo!” (Mt 11,5-6; cf. Is 33,5-6;29,18). Resposta dura. Jesus manda João analisar melhor as Escrituras para ele poder mudar a visão errada que tinha do messias.
João foi grande! O maior de todos! Mas o menorzinho no Reino dos céus é maior que João! João é o maior, porque ele era o último elo do AT. Foi João que, pela sua fidelidade, pôde, finalmente, apontar o messias para o povo: “Eis o cordeiro de Deus!” (Jo 1,36), e a longa história desde Abraão alcançou o seu objetivo. Mas João por si mesmo não foi capaz de entender todo o alcance da presença do Reino de Deus em Jesus. Ele estava na dúvida: “É o senhor ou devemos esperar por outro?” A história antiga, ela sozinha, não comunica luz suficiente para a pessoa poder entender toda a novidade da Boa Notícia de Deus que Jesus nos trouxe. O Novo não cabe no Antigo. Santo Agostinho dizia: “Novum in Vetere latet, Vetus in Novo patet”. Traduzido significa: “O Novo já está escondido no Antigo. Mas o Antigo só revela seu sentido pleno é no Novo”. Quem está com Jesus e convive com ele recebe dele uma luz que lhe dá olhos novos para descobrir um significado mais profundo no Antigo. E qual é esta novidade?
Jesus oferece uma chave: “A lei e os profetas anunciaram o Reino até João. E se quiserem saber João é Elias que deve vir!” Jesus não explica, mas dá a dica: “Quem tem ouvidos ouça” Elias devia vir para preparar a vinda do Messias e refazer a comunidade: “Reconduzir o coração dos pais para os filhos e o coração dos filhos para os pais” (Mal 3,24). João anunciou o Messias e tentou refazer a comunidade (Lc 1,17). Mas o mistério mais profundo da vida em comunidade, lhe escapava. Foi só Jesus que o comunicou anunciando que Deus é Pai e, portanto, somos todos irmãos e irmãs. Este anúncio traz uma força nova que nos torna capazes de superar as divergências e criar comunidade.
* São estes os violentos que conseguem conquistar o Reino. O Reino não é uma doutrina, mas é um novo modo de conviver como irmãos e irmãs a partir do anúncio que Jesus fez de que Deus é Pai de todos.
4) Para um confronto pessoal
1) O Reino é dos violentos, isto é, é dos que, como Jesus, têm a coragem de criar comunidade. Você tem?
2) Jesus ajudou João a entender melhor os fatos por meio da Bíblia. A Bíblia me ajuda a entender melhor os fatos da minha vida?
5) Oração final
Ó Deus, meu rei, quero exaltar-te e bendizer teu nome eternamente e para sempre, Quero bendizer-te todo dia, louvar teu nome eternamente e para sempre. (Sl 144, 1-2)
Papa: a saúde melhorou, não penso em renunciar e gostaria de ir para a Bélgica.
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Francisco em conversa com a jornalista Valentina Alazraki para a emissora mexicana N+ no dia em que o México celebra Nossa Senhora de Guadalupe. O Pontífice revela que quer ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior: "O lugar está pronto, minha devoção é grande". E relembra seu vínculo "estreito" com Bento XVI: " Era uma pessoa humilde, uma grande pessoa. Eu o admiro".
Salvatore Cernuzio - Cidade do Vaticano
Mais do que uma decisão ou uma revolução, é uma promessa que o Papa fez à Virgem Maria: "Quero ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior. O lugar já está pronto". Francisco, que completará 87 anos no próximo dia 17 de dezembro, revela sua intenção à emissora mexicana N+, e explica que está trabalhando para simplificar o rito dos funerais dos pontífices, e esclarece que, embora haja pensamentos sobre a morte devido também à idade avançada que "chega tal como é", a ideia de renunciar não está nos planos. Pelo contrário, Jorge Mario Bergoglio revela o desejo de viajar à Bélgica em 2024, além de viagens "pendentes" à Polinésia e à sua terra natal, a Argentina.
Santa Maria Maior, local do futuro sepultamento
A entrevista foi conduzida pela renomada correspondente Valentina Alazraki, uma veterana de todos os vaticanistas, no dia em que o México celebra sua "mãe", Nossa Senhora de Guadalupe. A "Morenita" está de fato presente em toda a entrevista, durante a qual o Papa reitera a "grande devoção" a Nossa Senhora. Daí a escolha de Santa Maria Maior como local de seu futuro sepultamento, o que, por um lado, marca uma novidade histórica em relação aos Pontífices do passado, todos sepultados nas Grutas Vaticanas (o último foi Bento XVI, falecido em 31 de dezembro de 2022); por outro lado, reforça o vínculo com a Basílica liberiana, visitada 115 vezes desde o dia seguinte à sua eleição, 14 de março de 2013, antes e depois de cada viagem internacional, até o último dia 8 de dezembro, quando foi homenagear com uma "Rosa de Ouro" a Salus Populi Romani, o ícone mariano que a tradição diz ter sido pintado por São Lucas e que vela pelos habitantes da cidade. "É minha grande devoção. Minha grande devoção. E antes de ser Papa, quando estava em Roma, eu sempre ia lá nas manhãs de domingo, ficava lá por um tempo. Há um vínculo muito grande", diz Francisco.
A relação com Bento XVI
Em seguida, explica que, "com o mestre de cerimônias", preparou o rito do funeral do Papa: "Simplificamos muito". O último funeral foi o de Bento XVI, em 5 de janeiro, na Praça de São Pedro. Foi justamente sobre o relacionamento com seu predecessor, por dez anos Papa Emérito, que Francisco falou na entrevista, poucos dias antes do primeiro aniversário de sua morte. "Meu relacionamento com o Papa Bento XVI era muito próximo. Às vezes eu o consultava. Ele, com grande sabedoria, me dava sua opinião, mas dizia 'decida você', deixava nas minhas mãos. E sempre me ajudava. Muito generoso neste aspecto". Francisco descreve como uma "graça" ter sido capaz de "se despedir" de seu antecessor, depois de ter sido informado por um enfermeiro que estava mal e de ter pedido orações por ele durante a última audiência geral em 2022. "Fui vê-lo", conta Francisco, "ele estava lúcido, mas não conseguia mais falar e segurou minha mão, assim. Foi muito bonita aquela despedida. Foi muito bonita. E depois de três dias ele morreu. Bento era um grande homem, um homem humilde e simples que, quando percebeu suas limitações, teve a coragem de dizer chega. Eu admiro esse homem".
O Papa diz que na verdade não "notou" que Bento se foi, no sentido de que sua partida também foi um pouco como os últimos anos de sua vida no Mosteiro Mater Ecclesiae: discreta, silenciosa, natural. "Eu não me dei conta. Às vezes vou rezar nos túmulos dos papas e passo pelo dele. Mas não percebi que ele partiu, como nas vezes em que me aconselhava, eu não percebia que havia outra pessoa me aconselhando. Ele tinha aquela sabedoria de fazer as coisas com liberdade. É a mesma coisa de antes. Eu o tinha perto anteriormente e agora o tenho longe, mas com uma naturalidade muito grande".
“Ainda não estou pensando em renunciar”
Como em outras ocasiões, o Papa afirma não descartar a possibilidade de um dia seguir os passos de Bento, no entanto, este não é o momento. Há um ano, em outra entrevista à ABC, Francisco revelou que, no início de seu pontificado, havia entregue - como é de praxe - uma carta de renúncia em caso de impedimento médico ao então Cardeal Secretário de Estado, Tarcisio Bertone. Essa carta permanece onde está: "Não pensei a respeito e vi a coragem de Bento quando percebeu que não conseguia, preferiu dizer basta, e isso é bom para mim como exemplo e peço ao Senhor que, em um determinado momento, eu possa dizer basta, mas quando Ele quiser".
Velhice e condições de saúde
Ao ser questionado se é verdade, como afirmam alguns críticos, que após a morte de seu antecessor, o Papa se tornou "mais severo" e, ao mesmo tempo, os seus detratores "mais virulentos, mais ferozes", Francisco responde com uma piada: "Não, algumas pessoas precisam de receber um...". E faz a comparação com os pais em seu relacionamento com os filhos: "Às vezes é necessário um sermão, mas as pessoas são muito boas aqui. Eu sou complicado e às vezes um pouco impaciente e eles me aturam.... As pessoas na Cúria são muito boas". "Mas agora é menos rigoroso com eles", observa Alazraki. "É que até os avós melhoram, isso faz parte do envelhecimento da vida."
A propósito da "velhice", o Papa - recentemente acometido por uma bronquite, operado duas vezes nos últimos dois anos no Hospital Gemelli - admite a fragilidade de sua saúde, mas reafirma seu estado. "Sinto-me bem, sinto-me melhor", declara, mas "preciso que rezem pela minha saúde", porque "a velhice não vem por si mesma", "não se inventa, apresenta-se tal como é". Por outro lado, "é preciso saber como aceitar os dons da velhice" e "que também se pode fazer isso muito bem a partir de outra perspectiva". "Às vezes", revela o Papa, "me dizem que sou imprudente porque tenho vontade de fazer coisas e me movimentar". Este é um sinal de que "estou muito bem".
Próximas viagens
A bronquite forçou o cancelamento da viagem a Dubai no início de dezembro para o Cop28. "É verdade", admite o Papa Francisco, "que todas as viagens agora são repensadas. As mais distantes estão sendo repensadas. São os limites, não é? O limite que faz perceber que tudo aqui acaba e outra coisa começa. A velhice faz você amadurecer muito, é bonito".
As viagens estão sendo reconsideradas, mas o desejo de realizar três no próximo ano continua: Bélgica, Polinésia e Argentina. A primeira na Bélgica é "certa", diz Francisco, convidado pelo Rei Philippe e pela Rainha Mathilde na audiência de 14 de setembro. As outras duas estão "pendentes": "Veremos como as coisas vão se desenvolver". É a primeira vez que o Papa fala publicamente sobre a Polinésia, enquanto já havia mencionado a ideia de retornar à sua terra natal em quase todas as entrevistas que concedeu no ano passado. O recém-eleito presidente Javier Milei também o convidou por meio de uma conversa telefônica após sua vitória eleitoral. Em resposta a uma pergunta a respeito das expressões sobre o Papa usadas pelo próprio presidente no passado, Francisco disse: "Na campanha eleitoral, as coisas são ditas em tom de brincadeira, eu digo entre aspas: são ditas de maneira séria, mas são coisas provisórias, coisas que servem para chamar um pouco de atenção, mas que depois desaparecem por si mesmas. É preciso distinguir muito entre o que um político diz na campanha eleitoral e o que ele realmente faz depois, porque é depois que chega o momento da concretização e das decisões". Fonte: https://www.vaticannews.va
Quarta-feira, 06 de dezembro-2023. 1ª Semana do Advento. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Senhor Deus, preparai os nossos corações com a força da vossa graça, para que, ao chegar o Cristo, vosso Filho, nos encontre dignos do banquete da vida eterna e ele mesmo nos sirva o alimento celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 15, 29-37)
Naquele tempo, 29Jesus saiu daquela região e voltou para perto do mar da Galiléia. Subiu a uma colina e sentou-se ali. 30Então numerosa multidão aproximou-se dele, trazendo consigo mudos, cegos, coxos, aleijados e muitos outros enfermos. Puseram-nos aos seus pés e ele os curou, 31de sorte que o povo estava admirado ante o espetáculo dos mudos que falavam, daqueles aleijados curados, de coxos que andavam, dos cegos que viam; e glorificavam ao Deus de Israel. 32Jesus, porém, reuniu os seus discípulos e disse-lhes: Tenho piedade esta multidão: eis que há três dias está perto de mim e não tem nada para comer. Não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho. 33Disseram-lhe os discípulos: De que maneira procuraremos neste lugar deserto pão bastante para saciar tal multidão? 34Pergunta-lhes Jesus: Quantos pães tendes? Sete, e alguns peixinhos, responderam eles. 35Mandou, então, a multidão assentar-se no chão, 36tomou os sete pães e os peixes e abençoou-os. Depois os partiu e os deu aos discípulos, que os distribuíram à multidão. 37Todos comeram e ficaram saciados, e, dos pedaços que restaram, encheram sete cestos. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
O evangelho de cada dia é como o sol que se levanta. Sempre o mesmo sol, todos os dias, a alegrar a vida e a fertilizar as plantas. O maior perigo é a rotina. A rotina mata o evangelho, e apaga o sol da vida.
São sempre os mesmos elementos que compõem o quadro do evangelho: Jesus, a montanha, o mar, a multidão, os doentes, os necessitados, os problemas da vida. Apesar de já bem conhecidos, como o sol de cada dia, estes mesmos elementos sempre trazem uma nova mensagem.
Como Moisés, Jesus sobe a montanha e o povo reúne ao redor. Eles trazem consigo seus problemas: os doentes, os coxos, aleijados, cegos, mudos, tantos... Não são os grandes, mas os pequenos. Eles são o começo do novo povo de Deus que se reúne ao redor do novo Moisés. Jesus cura a todos.
Jesus chama os discípulos. Ele sente compaixão do povo que não têm o que comer. Para os discípulos, a solução deve vir de fora: “Onde conseguir pão para tanta gente?” Para Jesus, a solução deve vir de dentro do povo: “Quantos pães vocês têm?” –“Sete e uns peixinhos”. Com este pouco Jesus matou a fome de todos, e ainda sobrou. Se houvesse partilha hoje, não haveria fome no mundo. Sobrava, e muito! Realmente, um outro mundo é possível!
A narração da multiplicação dos pães evoca a eucaristia e dela revela o valor, ao dizer: “Jesus tomou o pão em suas mãos, deu graças, o partiu e deu aos seus discípulos”.
4) Para um confronto pessoal
- Jesus teve compaixão. Existe compaixão em mim pelos problemas da humanidade? Faço algo?
- Os discípulos esperam a solução de fora. Jesus desperta para a solução de dentro. E eu?
5) Oração final
O Senhor nosso Deus chegará com poder e encherá de luz os seus fiéis. (Is 40,10; cf. 34,5)
Terça-feira, 05 de dezembro-2023. 1ª Semana do Advento. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Sede propício, ó Deus, às nossas súplicas, e auxiliai-nos em nossa tribulação. Consolados pela vinda do vosso Filho, sejamos purificados da antiga culpa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 10, 21-24)
Naquele tempo, 21Naquela mesma hora, Jesus exultou de alegria no Espírito Santo e disse: Pai, Senhor do céu e da terra, eu te dou graças porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, bendigo-te porque assim foi do teu agrado. 22Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 23E voltou-se para os seus discípulos, e disse: Ditosos os olhos que vêem o que vós vedes, 24pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
O texto de hoje revela o fundo do coração de Jesus, o motivo da sua alegria. Os discípulos tinham ido em missão e, na volta, partilham com Jesus a alegria da sua experiência missionária (Lc 10,17-21).
O motivo da alegria de Jesus é a alegria dos amigos. Ao ouvir a experiência deles e ao perceber a sua alegria, Jesus também sente uma profunda alegria. A causa da alegria de Jesus é o bem-estar dos outros.
Não é uma alegria superficial. Ela vem do Espírito Santo. O motivo da alegria é que os discípulos e as discípulas experimentaram algo de Deus durante a sua experiência missionária.
Jesus os chama “pequenos”. Quem são os “pequenos”? São os setenta e dois discípulos (Lc 10,1) que voltaram da missão: pais e mães de família, rapazes e moças, casados e solteiros, velhos e jovens. Eles não são doutores. São pessoas simples, sem muito estudo, mas que entendem as coisas de Deus melhor do que os doutores .
“Sim, Pai, assim é do teu agrado!” Frase muito séria. É do agrado do Pai que os doutores e os sábios não entendam as coisas do Reino e que os pequenos as entendam. Portanto, se os grandes quiserem entender as coisas do Reino, devem fazer-se discípulos dos pequenos!
Jesus olha para eles e diz: “Felizes vocês!” E por que são felizes? Porque estão vendo coisas que os profetas quiseram ver, mas não conseguiram. O que ele viram? Eles perceberam a ação do Reino nas coisas comuns da vida: curar doentes, alegrar os aflitos, expulsar os males da vida.
4) Para um confronto pessoal
- Coloco-me na posição do povo: eu me considero dos pequenos ou dos doutores? Por que?
- Coloco-me na posição de Jesus: qual a raiz da minha alegria? Superficial ou profunda?
5) Oração final
“Eu vos louvo, ó Pai, porque escondestes os mistérios do reino aos sábios e os revelou aos pequeninos”. (cf. Lc 10, 21)
Luto e literatura: Conheça 10 livros e autores que têm se destacado ao escrever sobre a morte
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Tema ganha espaço na ficção contemporânea e nas listas de mais vendidos; veja seleção de obras sobre luto e dicas de livros para falar sobre morte com as crianças e leia resenhas e entrevistas com seus autores
Ilustração do livro 'Pode Chorar, Coração, Mas Fique Inteiro' Foto: Companhia das Letras
Por Redação
Partindo de histórias pessoais - a morte do pai, em Morreste-me e em As Pequenas Chances; a morte da filha, em O Pai da Menina Morta; o suicídio do irmão, em Dia Um - ou ficcionais, como no mais recente vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura, Não Fossem as Sílabas do Sábado - escritores e escritoras contemporâneas mergulham fundo em um dos grandes temas da literatura - a morte - e transformam histórias de luto em arte.
O Estadão selecionou livros recentes - e outros nem tanto, mas leituras fundamentais - sobre luto. Todos de ficção e autoficção - menos um: o best-seller instantâneo Manual do Luto, de Carpinejar, um dos títulos mais vendidos na Amazon desde seu lançamento, há quase dois meses. Indicamos, ainda, livros que ajudam a falar sobre morte com as crianças.
Não Fossem as Sílabas do Sábado
Era uma manhã de sábado e Ana estava feliz. Da loja de molduras, ela liga para André pedindo ajuda com o pôster do filme preferido do jovem casal, ambos perto dos 30, finalmente enquadrado, porque ela não consegue carregá-lo até a casa. Era pertinho, ele chegaria num instante. Mas ele não chegou. Um instante. 10 segundos. André está morto. Uma morte estúpida e ridícula ligada à outra morte – de Miguel, que, ao morrer, matou André. Esse é o ponto de partida de Não Fossem as Sílabas do Sábado (Todavia), de Mariana Carrara, eleito, na semana passada, o melhor romance de 2022 segundo o júri do Prêmio São Paulo de Literatura. LEIA A RESENHA
Manual do Luto
O novo livro de Fabricio Carpinejar é, na definição do escritor, um ensaio sobre todas as dores do mundo - a perda dos pais, irmãos, filhos, amigos, companheiros. Lançado em setembro, Manual do Luto (Bertrand) reúne frases, conselhos e consolos para pessoas que estão vivendo uma perda ou procurando formas de conviver com ela. Em entrevista ao Estadão, Carpinejar disse: “Na saudade do luto, você não chora apenas pelo outro, você ri alto, de um pensamento, de uma lembrança, de uma conversa, de uma situação engraçada, de uma implicância, de um gesto de carinho. Você se pega rindo sozinho. A saudade também ri”. LEIA A ENTREVISTA DE CARPINEJAR
As Pequenas Chances
“Foram dias bonitos. A tristeza era avassaladora, devastadora: mas estávamos inteiros ali, todos nós”. A frase, da narradora de As Pequenas Chances (Todavia), novo livro de Natalia Timerman, traduz o clima daqueles dias de espera - de espera pela morte. Natalia é a narradora, a personagem, a filha deste homem, um médico, que não se entrega ao câncer, que quer viver - mas vai morrer. Trata-se de uma obra autoficção que aborda os últimos dias de vida de seu pai, seu encontro com os o judaísmo que ela sempre renegou (e cujos rituais foram essenciais no processo de elaboração do luto) e sua busca pelas origens de sua família no leste europeu - algo que só passou a interessar-lhe quando ela percebeu que não havia mais ninguém para contar. LEIA A ENTREVISTA DE NATÁLIA TIMERMAN
Morreste-me
O breve livro que revelou o escritor português José Luís Peixoto se tornou um clássico da sobre luto. É citado por Natalia Timerman em As Pequenas Chances, causou comoção na Flip uma década atrás, quando o autor leu, do começo ao fim, este livro sobre a morte de seu pai, para uma plateia comovida. Em Morreste-me (Dublinense), o filho conversa com o pai “impossivelmente morto” enquanto relembra os últimos momentos vividos em casa ou no hospital e fala sobre o presente, ou seja, o regresso “a esta terra cruel. A nossa terra, pai. E tudo como se continuasse”. LEIA A ENTREVISTA COM PEIXOTO E UM TRECHO DO LIVRO
Aos Prantos no Mercado
H Mart é uma rede de supermercados de produtos asiáticos presente em diversas cidades dos Estados Unidos. É para lá que “os filhos de imigrantes seguem quando querem encontrar a marca de macarrão coreana que lembra o lar da infância”. É para lá que Michelle Zauner segue à procura de memórias e de evidências de que a metade coreana de sua identidade não morreu quando sua mãe morreu. “O H Mart é a ponte que me guia para longe das lembranças que me assombram, de cabeças de quimioterapia e corpos esqueléticos”, ela escreve logo no início de Aos Prantos no Mercado (Fósforo), que vai virar filme. LEIA A RESENHA.
Dia Um
Em um dia quente de janeiro, o irmão mais velho do narrador se suicida. É desta morte que surge Dia Um (Companhia das Letras), romance de estreia do poeta e jornalista carioca Thiago Camelo. O episódio aterrador da morte, que transforma em definitivo os laços familiares, abre espaço para uma investigação íntima da vida: como continuar depois de um acontecimento traumático como esse? O relato daquilo que de início parece ser um retrato da depressão e do suicídio do irmão se torna uma espécie de espelho. “É você, quase um outro dele, o irmão que também deu lá muito certo, o irmão com alguns problemas, o que toma remédio, o hipocondríaco, o depressivo, o melancólico, aquele no qual ele poderia se projetar”, diz a certa altura o narrador. LEIA A RESENHA DO LIVRO
Dias de se Fazer Silêncio
No romance de estreia de Camila Maccari, vencedor do Prêmio Açorianos e depois reeditado pela Autêntica Contemporânea, o irmão também morre. Mas o luto que se faz, ali, é em vida. Trata-se da história de uma família pelo olhar de Maria, uma menina de 11 anos que se sente muito só enquanto os pais se dedicam ao filho caçula que definha, sereno, diante de todos. Um livro delicado e triste. CONFIRA A RESENHA
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O Pai da Menina Morta
Romance de estreia superpremiado de Tiago Ferro, O Pai da Menina Morta constitui um experimento em que a voz narrativa (e autoral) vai se espraiando como que a formar um mosaico de memórias e angústias, lirismo e dúvida. Caminhando sempre pelo interstício que enreda realidade e ficção, a dimensão da realidade ficcional acompanha o hibridismo da obra, que parte do luto do autor pela morte inesperada e precoce de sua filha mais velha, então com oito anos. LEIA A RESENHA
Aprender a Falar Com as Plantas
Como lidar com a morte de quem acabou de te abandonar? Essa é a história de Paula. Ela tem 42 anos, é neonatologista em um hospital de Barcelona e vive há cerca de 15 anos com Mauro, um editor de livros apaixonado por plantas. Viviam juntos, mas estavam afastados. E ela achava que era normal. Não é spoiler, apenas a sinopse básica: Os dois saem para almoçar, ele conta que tem outra e quer se separar, e horas depois ele está morto. Aprender a Falar Com as Plantas (Dublinense), romance da catalã Marta Orriols, narra a jornada de Paula e sua busca por fincar raiz, procurar a luz, viver. LEIA A RESENHA.
O Gato Perdido
Em O Gato Perdido, a escritora americana Mary Gaitskill transforma o sumiço de um gato em metáfora para o luto e para encarar as perdas em sua vida. Na obra, um relato enxuto e visceral, ela se aproxima das memórias e prova o quão doloroso pode ser adentrar suas fronteiras. LEIA A RESENHA
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Na literatura infantil
Por que a avó não existe mais? Onde está o meu pai? Para onde vamos quando desaparecemos? O que é morrer? Falar sobre morte com as crianças não é fácil - pensar sobre ela também não é. E aqui a literatura, com toda a sua delicadeza e metáfora, entra para nos ajudar. O Estadão selecionou 10 livros para iniciar ou aprofundar a conversa sobre morte com os filhos, e para falar sobre despedidas e saudades. CONFIRA AQUI. Fonte: https://www.estadao.com.br
Domingo, dia 3: Um olhar sobre o advento.
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1º DOMINGO DO ADVENTO
Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
“Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos para que sejamos salvos” (Sl 79/80)
Iniciamos o novo ano litúrgico celebrando neste domingo o primeiro do tempo do Advento. Como dissemos, com a celebração de hoje inicia-se um novo ano litúrgico para a Igreja, diferentemente do ano cível, o ano da Igreja termina na última semana do Tempo Comum e o novo ano inicia-se nas primeiras vésperas do primeiro Domingo do Advento.
O tempo do Advento visa a preparação para o Natal do Senhor (mistério da encarnação), e é um tempo de expectativa e preparação, por isso ao longo do tempo do advento não se canta o hino do Glória que volta na grande noite de Natal. A cor litúrgica usada ao longo desse tempo é o roxo, indicando um tempo de esperança, conversão penitência, reflexão e espera pela chegada do Senhor. A Igreja recomenda que todos os fiéis realizem a confissão sacramental ao menos duas vezes ao ano, uma em preparação à Páscoa e outra em preparação ao Natal do Senhor. Por isso, aproveitemos esse tempo para nos reconciliar com o Senhor e com o nosso próximo. Teremos em todas as paróquias os mutirões de confissões para proporcionar essa possibilidade a todas as pessoas.
Ao longo deste tempo do Advento somos convidados a seguir o exemplo de São João Batista e anunciar a todos que o Reino de Deus está próximo. Evangelizar os amigos, vizinhos, colegas de trabalho e de comunidade, anunciando o amor de Deus por nós e convidando as pessoas a mudarem de vida. Do mesmo modo que São João Batista somos convidados a ser precursores, ou seja, preparar a vinda do Senhor com alegria.
Ao longo desse tempo do Advento nos depararemos com alguns personagens marcantes, que nos ajudarão a rezar e adentrar na espiritualidade desse tempo. São eles: Isaías, São João Batista, Arcanjo Gabriel e Nossa Senhora. Nos dois primeiros Domingos do Advento a liturgia tratará mais sobre a segunda vinda de Cristo e os dois últimos Domingos tratará sobre a primeira vinda.
O tempo do Advento vai até o 4º Domingo do Advento, e, neste ano até por volta das 15h celebra-se a liturgia do 4º Domingo do Advento e a partir das 15h celebra-se as primeiras vésperas do Natal e as várias missas do natal, em especial, a missa da noite de Natal. O Natal esse ano será na segunda-Feira, dia 25 de dezembro.
Preparando Natal vamos vivenciar com alegria e esperança esse tempo do Advento deixando-nos conduzir pela palavra e pelos sinais deste tempo.
A primeira leitura deste Domingo é do livro do profeta Isaías (Is 63,16b-17.19b;64,2b-7), Isaías começa exaltando a Deus como nosso Redentor, depois Isaías faz um lamento de como que Deus deixou o povo ficar por tempo longe de seu amor e de sua misericórdia. Mas, Deus fez isso por causa da dureza de coração do povo que se afastou do Deus de Israel e preferiu os ídolos. Como o Senhor é misericordioso, resgata esse povo e traz de volta para a terra de Israel.
Assim como todos os profetas, Isaías profetiza a vinda do Senhor, cerca de 400 anos a.C., e quando o Senhor vier julgará cada um de acordo com as suas obras e virá para salvar o povo de Israel de seus pecados e selar uma aliança eterna com todo o povo. Uma aliança que tempo nenhum irá destruir.
O salmo responsorial é o 79 (80), diz em seu refrão: “Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos para que sejamos salvos”. O Senhor vem nesse Natal para iluminar as nossas trevas e abrir os nossos caminhos para o amor e a justiça. O Senhor espera que com a sua vinda nós possamos nos converter e deixar para trás aquilo que desagrada a Deus, praticando aquilo que agrada a Deus com certeza seremos salvos.
A segunda leitura é da primeira carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 1,3-9), Paulo elogia a comunidade de Corinto, pois eles eram perseverantes no ensinamento transmitido pelo apóstolo e nutriam um amor mútuo uns pelos outros. O apóstolo inicia a carta com uma saudação conhecida de todos nós: “Irmãos, a vós, graça e paz da parte de Deus nosso Pai, e de Nosso Senhor Jesus Cristo” (1Cor 1,3).
Para Paulo e para a comunidade, a segunda vinda de Cristo se daria de forma eminente, ou seja, seria logo. Mas, como o próprio Jesus disse quando esteve entre nós, somente o Pai sabe quando será esse dia. Então, não adianta querer ficar adivinhando quando será ou dizendo que está perto esse dia. Vivamos cada dia de uma vez e quando for o momento nos encontraremos com o Senhor. Mas, Paulo diz que a comunidade estava no caminho certo para o encontro com o Senhor. Ele é fiel e o desejo D’Ele é salvar todos nós.
O Evangelho desse Domingo é segundo Marcos (Mc 13,33-37), nesse Evangelho Jesus alerta aos discípulos dizendo para eles ficarem atentos, pois não se sabe o dia ou a hora da vinda do Senhor. Jesus pede aos discípulos e para nós hoje, que estejamos sempre vigilantes, pois não se sabe quando será o dia ou a hora. Essa vigilância devemos praticar amando o nosso próximo, praticando a justiça, a caridade, o perdão e o amor aos irmãos. Ou seja, ser vigilantes e fazer com que o Reino de Deus aconteça aqui na terra, para que depois o vivamos de maneira plena no céu.
A liturgia dos dois primeiros Domingos do Advento trata mais especificamente sobre a segunda vinda de Cristo e aquilo que se dará no grande dia da “parusia”, as leituras têm mais um caráter apocalíptico (o Senho virá). Nos dois últimos Domingos as leituras se voltam mais precisamente ao Natal, ou seja, tratam da primeira vinda de Nosso Senhor (Ele veio).
De certa forma ao longo do tempo do Advento vamos repetir a cada Domingo essa súplica: “Vinde, Senhor Jesus”. Pois, ao celebrarmos o Advento queremos suplicar a vinda do Senhor, seja o nascimento D’Ele em nosso coração ou suplicar o nosso encontro com Ele, em sua segunda vinda.
Celebremos com alegria esse primeiro Domingo do Advento e que pouco a pouco a luz do Senhor possa ir iluminando o nosso coração e a nossa vida. Do mesmo modo que a cada Domingo vamos acendendo uma vela da coroa do advento, e a luz vai dando lugar as trevas, que a nossa vida possa ser iluminada por essa luz e deixemos para trás as ações das trevas. Fonte: https://www.cnbb.org.br
O estado de saúde do Papa é estável, o tratamento continua
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No final desta quarta-feira, 29 de novembro, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou uma nova atualização sobre o estado de saúde de Francisco.
Vatican News
"O estado de saúde do Santo Padre é estável". Foi o que anunciou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, no fim da tarde desta quarta-feira, 29 de novembro. Francisco "não tem febre, mas a inflamação pulmonar associada à dificuldade respiratória persiste". Além disso, acrescentou Bruni, "o tratamento com antibióticos continua".
No último sábado, o Papa cancelou todas as audiências por motivos de saúde. No início da tarde, foi submetido a uma tomografia computadorizada no Hospital Gemelli Isola Tiberina, em Roma, que - de acordo com o relatório de Matteo Bruni na segunda-feira (27/11) - descartou pneumonia, mas mostrou inflamação pulmonar causando algumas dificuldades respiratórias. Foi administrada antibioticoterapia intravenosa. Para não se expor ao frio, o Pontífice recitou o Angelus no domingo da capela da Casa Santa Marta e não da janela do Palácio Apostólico, informando ele mesmo sobre sua condição e agradecendo aos fiéis pelo apoio. Ontem, Francisco aceitou "com grande pesar" o pedido dos médicos para continuar seu repouso e, portanto, não fazer a viagem planejada para os próximos dias para o Cop28 em Dubai. Fonte: https://www.vaticannews.va
Quarta-feira, 29 de novembro-2023. 34ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Levantai, ó Deus, o ânimo dos vossos filhos e filhas, para que, aproveitando melhor as vossas graças, obtenham de vossa paternal bondade mais poderosos auxílios. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 21, 12-19)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12Mas, antes de tudo isso, vos lançarão as mãos e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença dos reis e dos governadores, por causa de mim. 13Isto vos acontecerá para que vos sirva de testemunho. 14Gravai bem no vosso espírito de não preparar vossa defesa, 15porque eu vos darei uma palavra cheia de sabedoria, à qual não poderão resistir nem contradizer os vossos adversários. 16Sereis entregues até por vossos pais, vossos irmãos, vossos parentes e vossos amigos, e matarão muitos de vós. 17Sereis odiados por todos por causa do meu nome. 18Entretanto, não se perderá um só cabelo da vossa cabeça. 19É pela vossa constância que alcançareis a vossa salvação. - Palavra da salvação.
3) Reflexão Lucas 21,12-19
No evangelho de hoje, que é a continuação do discurso iniciado ontem, Jesus enumera mais um sinal para ajudar as comunidades a se situar dentro dos fatos e não perder a fé em Deus nem a coragem de resistir contra as investidas do império romano. Repetimos os primeiros cinco sinais do evangelho de ontem:
1º sinal: os falsos messias (Lc 21,8);
2º sinal: guerra e revoluções (Lc 21,9);
3º sinal: nação lutará contra outra nação, um reino contra outro reino (Lc 21,10);
4º sinal: terremotos em vários lugares (Lc 21,11);
5º sinal: fome, peste e sinais no céu (Lc 21,11).
Até aqui foi o evangelho de ontem. Agora, no evangelho de hoje, mais um sinal:
6º sinal: a perseguição dos cristãos (Lc 21,12-19)
Lucas 21,12. O sexto sinal da perseguição.
Várias vezes, durante os poucos anos que passou entre nós, Jesus tinha avisado aos discípulos que eles iam ser perseguidos. Aqui, no último discurso, ele repete o mesmo aviso e faz saber que a perseguição deve ser levado em conta no discernimento dos sinais dos tempos: "Antes que essas coisas aconteçam, vocês serão presos e perseguidos; entregarão vocês às sinagogas, e serão lançados na prisão; serão levados diante de reis e governadores, por causa do meu nome”. E destes acontecimentos, aparentemente tão negativos Jesus tinha dito: “Não fiquem apavorados. Primeiro essas coisas devem acontecer, mas não será logo o fim." (Lc 21,9). E o evangelho de Marcos acrescenta que todos estes sinais são "apenas o começo das dores de parto!" (Mc 13,8) Ora, dores de parto, mesmo sendo muito dolorosas para a mãe, não são sinal de morte, mas sim de vida! Não são motivo de medo, mas sim de esperança! Esta maneira de ler os fatos trazia tranqüilidade para as comunidades perseguidas. Assim, lendo ou ouvindo estes sinais, profetizados por Jesus no ano 33, os leitores de Lucas dos anos oitenta podiam concluir: "Todas estas coisas já estão acontecendo conforme o plano previsto e anunciado por Jesus! Por tanto, a história não escapou da mão de Deus! Deus está conosco!"
Lucas 21,13-15: A missão dos cristãos em época de perseguição
A perseguição não é uma fatalidade, nem pode ser motivo de desânimo ou de desespero, mas deve ser vista como uma oportunidade, oferecida por Deus, para as comunidades realizarem a missão de testemunhar com coragem a Boa Nova de Deus. Jesus diz: “Isso acontecerá para que vocês dêem testemunho. Portanto, tirem da cabeça a idéia de que vocês devem planejar com antecedência a própria defesa; porque eu lhes darei palavras de sabedoria, de tal modo que nenhum dos inimigos poderá resistir ou rebater vocês”. Por meio desta afirmação Jesus anima os cristãos perseguidos que viviam angustiados. Ele faz saber que, mesmo perseguidos, eles tinham uma missão a cumprir, a saber: testemunhar a Boa Nova de Deus e, assim, ser um sinal do Reino (At 1,8). O testemunho corajoso levaria o povo a repetir o que diziam os magos do Egito diante dos sinais e da coragem de Moisés e Aarão: “Aqui há o dedo de Deus!” (Ex 8,15). Conclusão: se as comunidades não devem preocupar-se, se tudo está nas mãos de Deus, se tudo já era previsto por Deus, se tudo não passa de dor de parto, então não há motivo para ficarmos preocupados.
Lucas 21,16-17: Perseguição até dentro da própria família
“E vocês serão entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vocês. Vocês serão odiados por todos, por causa do meu nome”. A perseguição não vinha só de fora, da parte do império, mas também de dentro, da parte da própria família. Numa mesma família, uns aceitavam a Boa Nova, outros não. O anúncio da Boa Nova provocava divisões no interior das famílias. Havia até pessoas que, baseando-se na Lei de Deus, chegavam a denunciar e matar seus próprios familiares que se declaravam seguidores de Jesus (Dt 13,7-12).
Lucas 21,18-19: A fonte da esperança e da resistência
“Mas não perderão um só fio de cabelo. É permanecendo firmes que vocês irão ganhar a vida!" Esta observação final de Jesus lembra a outra palavra que Jesus tinha dito: “nenhum cabelo vai cair da cabeça de vocês!” (Lc 21,18). Esta comparação era um apelo forte a não perder a fé e a continuar firme na comunidade. E confirma o que Jesus já tinha dito em outra ocasião: “Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, esse a salvará” (Lc 9,24).
4) Para um confronto pessoal
1) Como você costuma ler as etapas da história da sua vida e do seu país?
2) Olhando a história da humanidade dos últimos 50 anos, a esperança aumentou em você, ou diminuiu?
5) Oração final
O Senhor manifestou sua salvação, aos olhos dos povos revelou sua justiça. Lembrou-se do seu amor e da sua fidelidade à casa de Israel. (Sl 97, 2-3)
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