Pastor chama Nossa Senhora Aparecida de 'Satanás fantasiado de azul'
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Líder da igreja Vida Nova criticava estátua colocada na entrada de Bastos (SP)
Estátua de Nossa Senhora Aparecida na entrada de Bastos (SP) - Divulgação
SÃO PAULO
Contrariado com a instalação de uma estátua de Nossa Senhora Aparecida na entrada de Bastos, cidade do interior paulista a 550 km da capital, um pastor evangélico chamou um dos maiores símbolos do catolicismo nacional de "Satanás fantasiado de azul".
Líder na igreja Vida Nova, Sérgio Fernandes se disse "indignado com usarem dinheiro público" na escultura. O episódio de intolerância religiosa, registrado em vídeo, aconteceu durante um culto no domingo (1º).
"Colocaram uma imagem de escultura na entrada da nossa cidade que não nos representa", disse em sua pregação. "Não tem nada a ver com a gente."
A fé evangélica não admite a veneração de santos, equiparada à idolatria. Para esse segmento cristão, o único mediador da humanidade com Deus é Jesus Cristo. Fiéis poderiam, então, admirar Maria e outros nomes canonizados pela Igreja Católica, sem lhes atribuir santidade.
O pastor afirmou que até entenderia uma homenagem à comunidade japonesa, vasta no município. Mas não o ícone católico.
"Quando a pessoa entra em Bastos e olha lá a bandeira do Brasil, a bandeira do Japão, o obelisco, beleza, é cultura japonesa, parabéns. Põe ovo, põe galinha, põe o que quiser, mas não vem pôr o Satanás fantasiado de azul na entrada da cidade. Não traz maldição para a nossa cidade. Aquilo é ponto de contato com o inferno. Ora, porque o espírito de idolatria não vai ficar aqui. Eu não aceito."
Numa rede social, Fernandes se retratou pelos "excessos cometidos" e disse que, ao seu ver, "verbas públicas devem ser guardadas pela laicidade do Estado, não promovendo nenhuma vertente religiosa".
Ataques similares, no passado, já desgastaram a relação entre os dois maiores blocos religiosos do Brasil. O auge da animosidade foi em 1995, quando um bispo da Igreja Universal desferiu pontapés numa estátua de Aparecida. Sérgio Von Helder a descreveu, na ocasião, como "um bicho tão feio, tão horrível, tão desgraçado".
Conhecido como "chute na santa", o arroubo dominou o noticiário de um Brasil ainda predominantemente católico e chegou a motivar ataques a templos da Universal.
Uma das representações de Maria, a mãe de Jesus, Aparecida foi instituída padroeira do Brasil em 1931, pelo pouco religioso Getúlio Vargas —que, em sua formatura na faculdade de direito, fustigou a moral cristã como "contrária à natureza humana". Os ataques do pastor de Bastos vieram a duas semanas do 12 de outubro, dia dedicado à santa no calendário nacional.
O prefeito de Bastos, Manoel Rosa (MDB), reagiu à fala do líder religioso. "Não precisava polêmica nenhuma diante de uma situação pra nós tão normal", afirma, apontando que a maioria dos municípios brasileiros "têm homenagens aos santos, a Jesus Cristo, ao Espírito Santo".
A estátua que enervou Fernandes foi colocada num gramado bastense na semana passada. Rosa diz que alguns evangélicos, reclamando que até há uma praça da Bíblia na cidade, porém pequena demais, propuseram um tributo ao livro sagrado do cristianismo.
E de fato o pedido foi atendido: além de Aparecida, há na chegada a Bastos a escultura de uma Bíblia e de uma pomba branca, representação do Espírito Santo.
"Tentamos fazer o melhor possível num espaço ecumênico por entendermos que as religiões podem e devem conviver pacificamente", afirma o prefeito. Ele ressalta ter sofrido ameaças judiciais em razão da imagem católica. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Conheça a "Laudate Deum" do Papa: eventos on-line e a leitura pública em livrarias
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A segunda parte da Laudato si' sobre os cuidados da casa comum será publicada nesta quarta-feira, 4 de outubro, dia de São Francisco de Assis e de encerramento do Tempo Ecumênico da Criação. O novo documento intitulado "Laudate Deum" será comentado por especialistas em evento on-line para o mundo inteiro a partir das 15h, horário de Brasília. Na Itália, 12 livrarias de 12 cidades irão as abrir as portas para uma leitura pública gratuita do novo texto do Papa Francisco.
Andressa Collet - Vatican News
O 4 de outubro no Vaticano é de abertura da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, mas também de publicação da nova exortação apostólica do Papa Francisco "Laudate Deum" (Louvai a Deus""), apresentada como uma continuação da Laudato si' sobre os cuidados com a casa comum de 2015. Em 4 de outubro a Igreja Católica também celebra a festa litúrgica de São Francisco de Assis e encerra o Tempo Ecumênico da Criação deste ano - iniciativa que mobilizou Igrejas e comunidades cristãs de todo o mundo.
O Pontífice chegou a antecipar sobre a segunda parte da Laudato si' ainda em 21 de agosto ao receber uma delegação de advogados de países membros do Conselho da Europa. Em 30 de agosto, ao final da Audiência Geral, Francisco anunciou a publicação do novo documento em 4 de outubro com a intenção de uma maior união entre os irmãos cristãos "no compromisso de salvaguardar a criação como um dom sagrado do Criador". A revelação do nome "Laudate Deum" veio em audiência com reitores de universidades públicas e privadas da América Latina e do Caribe em 21 de setembro no Vaticano, quando chegou a explicar que a nova exortação é "um olhar sobre o que aconteceu e dizer o que precisa ser feito".
Apresentação on-line da "Laudato Deum"
Uma oportunidade para conhecer em primeira mão o conteúdo da “Laudate Deum” é participar de uma iniciativa on-line do Movimento Laudato si': a partir das 20h na Itália, 15h no horário de Brasília, cientistas, religiosos e leigos irão compartilhar as mensagens mais importantes da nova exortação para ajudar a compreender a importância do novo texto para a nossa vida diária. Basta se inscrever no link oficial: https://laudatosimovement.org/pt/.
Leitura pública em 12 livrarias da Itália
A partir das 16h na hora italiana deste 4 de outubro, 12 livrarias de 12 cidades italianas irão abrir as portas para uma leitura pública da "Laudato Deum": de Sassari a Bassano, de Rieti a Assis, de Palermo a Vicenza, serão encontros gratuitos para reunir leitores, prefeitos, escritores, livreiros, bispos e grupos de leitura. A iniciativa é promovida pela Livraria Editora Vaticana (LEV) que irá colocar as obras à disposição do público interessado para incentivar o conhecimento do novo texto.
Antes da leitura, o programa prevê uma apresentação em vídeo da "Laudate Deum", por Andrea Tornielli, diretor editorial do Dicastério para a Comunicação da Santa Sé, que irá ilustrar brevemente o documento de Francisco.
O responsável editorial da LEV, Lorenzo Fazzini, comenta que "o tema ecológico é a questão de hoje. Francisco nos estimula a pensar e agir para o bem comum". E acrescenta: "há uma grande expectativa em relação a esse documento do Papa Francisco, que ele mesmo associou à Laudato si', a encíclica que articulou de forma abrangente o que significa a ecologia integral.
Já existe muito entusiasmo entre as livrarias que irão participar desse evento conjunto. Lucio Rossetto, responsável pela Livraria São Paulo de Vicenza, comenta que será "uma pequena experiência de compartilhamento entre livrarias, que por uma noite se tornam uma comunidade, reunida para ampliar o convite do Papa Francisco para cuidar da nossa casa comum".
Evento destinado a jornalistas
Já a Sala de Imprensa da Santa Sé anunciou que será realizada uma coletiva reservada a jornalistas credenciados na próxima quinta-feira (5), intitulada "Laudate Deum: vozes e testemunhos sobre a crise climática". O encontro presencial começa às 10h na Itália, no Largo della Radio, em frente à Palazzina Leone XIII, no Vaticano, mas também será transmitida ao vivo pelo canal do Youtube do Vatican News, conectando-se ao site https://www.youtube.com/c/VaticanNews. O credenciamento de jornalistas e operadores de mídia deve ser feito pelo sistema on-line da Sala de Imprensa: https://press.vatican.va/accreditamenti. A tradução simultânea estará disponível em português, italiano, inglês, francês, espanhol e alemão.
Para a oportunidade, farão parte da mesa, entre outros: o Prêmio Nobel de Física de 2021, Giorgio Leonardo Renato Parisi; a cientista e ambientalista Vandana Shiva; o escritor Jonathan Safran Foer; o gastrônomo e sociólogo Carlo Petrini; além de Ridhima Pandey, protagonista do filme "The Letter: a Message for Our Earth" (A Carta: uma mensagem pela nossa terra) sobre a Laudato si'.
Filme A Carta
A propósito da obra cinematográfica, o Movimento Laudato si' convida a se preparar para a nova exortação apostólica assistindo ao filme - com legenda disponível em português - que conta a história de uma viagem a Roma de líderes da linha de frente nessa temática para discutir a carta encíclica “Laudato Si” com o Papa. O diálogo exclusivo com Francisco, incluído no filme, oferece uma visão reveladora sobre a história pessoal do Pontífice e histórias nunca vistas desde que ele se tornou bispo de Roma. Fonte: https://www.vaticannews.va
Sínodo testa legado do papa e pode abrir espaço para mulheres na Igreja Católica
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Encontro de religiosos e laicos do Vaticano começa nesta quarta com chance de reformar a instituição ou aprofundar divisões
MILÃO
A cúpula do catolicismo se prepara para dias agitados. Começa nesta quarta (4), no Vaticano, a 16a edição da Assembleia do Sínodo dos Bispos, convocada pelo papa Francisco para debater o futuro da Igreja Católica. Após uma consulta que pretendeu ouvir fiéis do mundo todo, e que durou quase dois anos, esta etapa é a última e mais delicada: caberá à assembleia discutir e sintetizar visões sobre as prioridades indicadas pelos católicos.
Pelas próximas três semanas, 464 participantes, entre bispos, cardeais, religiosos e laicos, vão se debruçar sobre temas como a maior participação das mulheres, inclusive o acesso delas ao diaconato, e como se aproximar de grupos marginalizados, como divorciados em segundo casamento e pessoas LGBTQIA+. Também tratarão da ordenação de homens casados e de prevenção de abusos sexuais e de poder por parte do clero.
Na hierarquia católica, os diáconos ocupam o primeiro degrau. Acima, estão padres e bispos. Embora tenham autorização para pronunciar sermões durante a missa e oficiar batizados, casamentos e funerais, os diáconos, hoje apenas homens, não estão autorizados a celebrar a eucaristia, ouvir a confissão dos fiéis ou realizar a unção dos enfermos (extrema-unção).
Considerado o mais ambicioso processo de escuta da história recente do catolicismo, o Sínodo da Sinodalidade –a palavra vem do grego e remete a "caminhar junto"– tem potencial tanto para levar a uma reforma dentro da Igreja, na visão dos mais progressistas, quanto para resultar em divisões, segundo a ala mais conservadora. Seja qual for o desfecho, o encontro pode significar um dos maiores legados do papado de Francisco, 86.
"Há muita expectativa porque é um grande momento do pontificado dele e da Igreja. E há também bastante tensão, porque existem grupos que se opõem ao sínodo e outros que esperam uma mudança significativa", afirma Christopher Lamb, vaticanista em Roma para o jornal católico inglês The Tablet.
Respostas concretas ou mesmo propostas não são esperadas após o fim desta assembleia, no dia 29. Por duas razões. A primeira porque a fase final do sínodo foi dividida em duas, com uma assembleia conclusiva em outubro de 2024 –a ideia é que após o trabalho das próximas semanas, os participantes tenham tempo para discernir itens que provocaram divergência.
A outra é porque a reunião de bispos não tem função deliberativa, mas sim consultiva. Diretrizes para os católicos, baseadas no conteúdo das assembleias, costumam ser dadas pelo papa meses após o fim dos trabalhos, em um documento chamado de exortação apostólica.
Isso não quer dizer que essa assembleia esteja isenta de faíscas. Nas últimas semanas, católicos ultraconservadores foram incisivos na contrariedade ao processo sinodal de Francisco –e com participação especial de uma instituição brasileira.
Em agosto, dois autores do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, que homenageia o fundador da TFP (Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade), lançaram, em vários países e idiomas, o livro "Caminho Sinodal – Uma Caixa de Pandora", com perguntas e respostas que, segundo eles, "desmascaram" o sínodo.
Mais que o conteúdo, chamou a atenção internacional o texto de introdução, assinado pelo cardeal americano Raymond Burke, que tenta se colocar como sucessor de Bento 16 na liderança do campo conservador. Para Burke, os termos "sinodalidade" e "sinodal" se tornaram "slogans por trás dos quais uma revolução está em ação para mudar radicalmente a autocompreensão da Igreja". O risco, diz, é de uma cisão.
Do outro lado, grupos reformistas e em defesa da igualdade de gênero organizam eventos paralelos nas próximas semanas em Roma, como forma de pressionar. O Spirit Unbounded (espírito ilimitado) realiza um "sínodo laico", focado em direitos humanos, enquanto a Women's Ordination Conference (conferência de ordenação de mulheres) faz atos pela inclusão feminina.
A questão das mulheres promete ser um dos tópicos mais controversos. Segundo a pauta de trabalho, que concentra os temas citados na fase de escuta e serve de base para a reunião, "todas as assembleias continentais" pedem que seja abordada a questão da participação das mulheres em todos os níveis da Igreja, incluindo a tomada de decisões.
Além disso, mostra que "a maior parte" das etapas continentais do sínodo e "numerosas" conferências episcopais pedem que seja considerada a questão do diaconato feminino. O documento lança a pergunta: "Como se pode encarar essa questão?".
O diaconato é o primeiro grau dentro da hierarquia eclesiástica e tem a função de auxiliar o padre e o bispo. Ele exerce papel pastoral e pode batizar, fazer casamento, celebrar liturgias, mas não confessar nem administrar a comunhão.
Segundo Phyllis Zagano, professora de religião da Hofstra University, nos EUA, evidências mostram que o diaconato para as mulheres vigorou em grande parte do Ocidente até o século 12. Depois disso, se tornou um passo para a ordenação de padres, vetando o acesso a elas.
"Está claro que a Igreja universal pede a restauração das mulheres ao diaconado ordenado. Se a Igreja precisa do verdadeiro ministério dos diáconos, então precisa recuperar a tradição das diaconisas", afirma Zagano.
Certo é que, ao menos neste sínodo, as mulheres podem celebrar a conquista de uma participação mais decisiva, algo que foi alvo de protestos no Sínodo da Amazônia, em 2019. Por decisão de Francisco, elas poderão votar para aprovar o relatório final da assembleia, que será entregue ao papa. Dos 464 participantes, 81 são mulheres –destes, 365 têm direito a voto, sendo 54 mulheres. Será o primeiro sínodo com voto feminino.
ENTENDA O SÍNODO
O que é um sínodo e para que serve? O Sínodo dos Bispos é uma reunião episcopal de especialistas que serve de mecanismo de consulta do papa. Os convocados têm a função de debater e de fornecer material para que ele dê diretrizes ao clero, no documento chamado exortação apostólica. As exortações costumam ser publicadas meses depois da assembleia.
O que este sínodo vai debater?
a maior participação de mulheres, inclusive na tomada de decisões; a possibilidade de elas serem ordenadas diaconisas, podendo, então, celebrar batizados e casamentos (mas não eucaristia nem confissão) ordenação de homens casados como padres como se aproximar de grupos marginalizados pela Igreja, como divorciados em segundo casamento e pessoas LGBTQIA+ abusos sexuais e de poder dentro da instituição
O que é a Assembleia-Geral? Após a fase de escuta e síntese, a Assembleia-Geral reúne bispos, cardeais, religiosos de outros graus e leigos de 4 a 29 de outubro, no Vaticano. Eles têm como base de trabalho um resumo dos assuntos levantados pelos fiéis em todo o mundo. Ao fim de três semanas, um relatório deverá ser aprovado. A assembleia continua em outubro de 2024, para a conclusão dos trabalhos
Quem são os participantes? São 464 ao todo, sendo 365 com direito a voto no relatório final, incluindo o papa. Há 81 mulheres, das quais 54 podem votar. É o primeiro sínodo com voto feminino.
O encontro tem poder decisório? Não. As diretrizes são dadas somente pelo papa.
O que dizem grupos pró e contra o sínodo? Alas católicas mais progressistas veem este sínodo como possibilidade de uma reforma da Igreja. Grupos mais conservadores afirmam que o processo de escuta pode mudar tão profundamente a Igreja a ponto de acentuar divisões. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Oito pessoas morrem em acidente com ônibus de excursão religiosa em SP
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No acidente, pelo menos 15 turistas ficaram feridos, sendo 9 em estado grave
Ônibus depois de capotamento em rodovia no interior de São Paulo -
SÃO PAULO
Oito pessoas morreram e ao menos 15 ficaram feridas em um acidente no final da tarde deste domingo (1) na rodovia Deputado Cunha Bueno (SP-253), em Guatapará (SP), no interior de São Paulo.
Dos feridos, nove estão em estado grave, segundo a polícia rodoviária estadual. Outras seis sofreram ferimentos leves —entre elas, duas crianças.
O ônibus onde estavam as vítimas capotou. O veículo retornava de Tambaú para Monte Alto, na região de Ribeirão Preto.
Tambaú é uma cidade de turismo religioso, com atrações como o caminho da fé, a casa, o mausoléu e a estátua do padre Donizetti, igrejas, parque e santuário.
A Polícia Rodoviária Estadual afirmou, na manhã desta segunda-feira (2), que as causas do acidente estão em apuração.
Entre os feridos há crianças e idosos. Eles foram levados para hospitais de Sertãozinho, Pradópolis, Jaboticabal, Ribeirão Preto e Monte Alto.
Durante a noite de domingo e a madrugada desta segunda-feira (2), moradores e autoridades da região se mobilizaram para reconhecer os mortos e providenciar o velório coletivo.
A Prefeitura de Monte Alto, cidade das vítimas, montou uma base de operações em um centro de convivência da cidade.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Felipe Nunes, divulgou informações sobre os feridos ao longo da noite. Houve momentos de desespero no local por parte de pessoas que não sabiam se os familiares haviam sobrevivido.
Segundo o prefeito de Tambaú, Leonardo Spiga Real (PSDB), os passageiros do ônibus participaram de uma missa no Santuário Nossa Senhora Aparecida do Beato Donizetti neste domingo.
"Que o beato Donizetti acolha a alma desses fiéis", disse.
O vice-prefeito de Monte Alto, Joaquim Roberto de Oliveira, afirmou em entrevista ao jornal o Imparcial que muitas vítimas estavam sem documentos e isso dificulta a identificação.
Padre Donizetti morou durante 35 anos na casa visitada por devotos em Tambaú, cidade onde morreu e foi sepultado. Religiosos atribuem a ele milagres e conversões. O sacerdote foi beatificado pela Igreja Católica em 2019. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Teto de igreja desaba no México durante missa e mata 10
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Vítimas incluem três crianças; autoridades trabalham com hipótese de suposta falha na estrutura da construção
Igreja de Santa Cruz, em Ciudad Madero, no México, após desabamento do teto durante missa - Reprodução
CIDADE DO MÉXICO | AFP
Ao menos dez pessoas morreram e 40 ficaram feridas, neste domingo (1º), após o desabamento do teto de uma igreja durante uma missa na localidade de Ciudad Madero, no estado de Tamaulipas, a cerca de 340 km da Cidade do México, informou o governador local, Américo Villarreal.
Questionado sobre a causa do desabamento, o político respondeu que, segundo o padre responsável pela paróquia de Santa Cruz, onde a tragédia aconteceu, não foram detectadas irregularidades na construção de 50 anos.
As autoridades, porém, trabalham com a hipótese de uma suposta falha na estrutura às 14h18 locais (17h18 de Brasília), momento em que 70 pessoas assistiam a uma cerimônia de batizado.
Segundo Villarreal, as vítimas são cinco mulheres, dois homens e três crianças. Provavelmente não há mais vítimas, de acordo com o governador, já que as autoridades localizaram todas as pessoas que estavam desaparecidas. Ainda não foi possível recuperar o corpo de uma mulher dos escombros.
O governador acrescentou que quase 60 pessoas receberam atendimento médico e 23 continuam hospitalizadas. "Duas estão com ferimentos graves. Suas vidas podem estar em perigo", disse ele.
Um vídeo de uma câmera de segurança mostra o momento em que a igreja começa a desabar e colapsa em meio a uma espessa nuvem de poeira. Após o incidente, a área ficou cercada de ambulâncias, policiais e militares, e várias pessoas chegaram em busca de notícias de familiares.
"Todos morremos no momento em que Deus quer", declarou ao site 4C News o padre Ángel Vargas, que rezava a missa no momento da tragédia. "Alguns partiram e outros ficaram. Os que se foram, agora descansam em paz. Aqueles que ficaram certamente sofrerão a vida toda."
Emocionado, o sacerdote afirmou que todos os domingos eram especiais devido aos batizados, nos quais famílias inteiras compareciam. "Neste momento, o trabalho necessário está sendo realizado para extrair as pessoas que ainda estão sob os destroços", disse Alvarez em mensagem gravada e divulgada em redes sociais. "Hoje vivemos um momento muito difícil."
Imagens da emissora de TV Milenio mostraram dezenas de pessoas tentando conter com suportes parte da estrutura colapsada enquanto outras abriam caminho em meio aos destroços, em busca de sobreviventes. Socorristas erguiam os punhos para o alto, pedindo silêncio para poder ouvir pedidos de socorro das pessoas presas. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Sábado, 30 de setembro-2023. 25ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Pai, que resumistes toda lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 9,43b-45)
43Todos ficaram pasmados ante a grandeza de Deus. Como todos se admirassem de tudo o que Jesus fazia, disse ele a seus discípulos: 44Gravai nos vossos corações estas palavras: O Filho do Homem há de ser entregue às mãos dos homens! 45Eles, porém, não entendiam esta palavra e era-lhes obscura, de modo que não alcançaram o seu sentido; e tinham medo de lhe perguntar a este respeito.
3) Reflexão Lucas 9,43b-45 (Mc 9,30-32)
O evangelho de hoje traz o segundo anúncio da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Os discípulos não entendem a palavra sobre a cruz, porque não são capazes de entender nem de aceitar um Messias que se faz empregado e servidor dos irmãos. Eles continuam sonhando com um messias glorioso.
Lucas 9,43b-44: O contraste.
“O povo estava admirado com tudo o que Jesus fazia. Então Jesus disse aos discípulos: "Prestem atenção ao que eu vou dizer: o Filho do Homem vai ser entregue na mão dos homens”. O contraste é muito grande. De um lado, a vibração e a admiração do povo por tudo que Jesus dizia e fazia. Jesus parece corresponder a tudo aquilo que o povo sonho, crê e espera. Por outro lado, a afirmação de Jesus de que será preso e entregue na mão dos homens. Ou seja, a opinião das autoridades sobre Jesus é totalmente contrária à opinião do povo.
Lucas 9,45: O anúncio da Cruz.
“Mas os discípulos não compreendiam o que Jesus dizia. Isso estava escondido a eles, para que não entendessem. E tinham medo de fazer perguntas sobre o assunto”. Os discípulos o escutam, mas não entendem a palavra sobre a cruz. Mesmo assim, não pedem esclarecimento. Eles têm medo de deixar transparecer sua ignorância!
O título Filho do Homem
Este nome aparece com grande freqüência nos evangelhos: 12 vezes em João, 13 vezes em Marcos, 28 vezes em Lucas, 30 vezes em Mateus. Ao todo, 83 vezes nos quatro evangelhos. É o nome que Jesus mais gostava de usar. Este título vem do AT. No livro de Ezequiel, ele indica a condição bem humana do profeta (Ez 3,1.4.10.17; 4,1 etc.). No livro de Daniel, o mesmo título aparece numa visão apocalíptica (Dn 7,1-28), na qual Daniel descreve os impérios dos Babilônios, dos Medos, dos Persas e dos Gregos. Na visão do profeta, estes quatro impérios têm a aparência de “animais monstruosos” (cf. Dn 7,3-8). São impérios animalescos, brutais, desumanos, que perseguem, desumanizam e matam (Dn 7,21.25). Na visão do profeta, depois dos reinos anti-humanos, aparece o Reino de Deus que tem a aparência, não de um animal, mas sim de uma figura humana, Filho de homem. Ou seja, é um reino com aparência de gente, reino humano, que promove a vida. Humaniza. (Dn 7,13-14). Na profecia de Daniel a figura do Filho do Homem representa, não um indivíduo, mas sim, como ele mesmo diz, o “povo dos Santos do Altíssimo” (Dn 7,27; cf Dn 7,18). É o povo de Deus que não se deixa desumanizar nem enganar ou manipular pela ideologia dominante dos impérios animalescos. A missão do Filho do Homem, isto é, do povo de Deus, consiste em realizar o Reino de Deus como um reino humano. Reino que não persegue a vida, mas sim a promove! Humaniza as pessoas.
Apresentando-se aos discípulos como Filho do Homem, Jesus assume como sua esta missão que é a missão de todo o Povo de Deus. É como se dissesse a eles e a todos nós: “Venham comigo! Esta missão não é só minha, mas é de todos nós! Vamos juntos realizar a missão que Deus nos entregou, e realizar o Reino humano e humanizador que ele sonhou!” E foi o que ele fez e viveu durante toda a sua vida, sobretudo, nos últimos três anos. Dizia o Papa Leão Magno: “Jesus foi tão humano, mas tão humano, como só Deus pode ser humano”. Quanto mais humano, tanto mais divino. Quanto mais “filho do homem” e tanto “filho de Deus!” Tudo que desumaniza as pessoas afasta de Deus. Foi o que Jesus condenou, colocando o bem da pessoa humana como prioridade acima das leis, acima do sábado (Mc 2,27). Na hora de ser condenado pelo tribunal religioso do sinédrio, Jesus assumiu este título. Perguntado se era o “filho do Deus” (Mc 14,61), ele responde que é o “filho do Homem: “Eu sou. E vocês verão o Filho do Homem sentado à direita do Todo-poderoso” (Mc 14,62). Por causa desta afirmação foi declarado réu de morte pelas autoridades. Ele mesmo sabia disso pois tinha dito: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate para muitos” (Mc 10,45).
4) Para um confronto pessoal
1) Como você na sua vida combina sofrimento e fé em Deus?
2) No tempo de Jesus havia o contraste: povo pensava e esperava de um jeito, enquanto as autoridades religiosas pensavam e esperavam de outro jeito. Existe hoje o mesmo contraste
5) Oração final
A tua palavra, Senhor, é estável como o céu. Mantenho os meus passos longe dos caminhos do mal, para guardar a tua palavra. (Sl 118)
Quinta-feira, 28 de setembro-2023. 25ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Pai, que resumistes toda lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 9,7-9) (Mc 6,14-16)
7O tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que Jesus fazia e ficou perplexo. Uns diziam: É João que ressurgiu dos mortos; outros: É Elias que apareceu; 8e ainda outros: É um dos antigos profetas que ressuscitou. 9Mas Herodes dizia: Eu degolei João. Quem é, pois, este, de quem ouço tais coisas? E procurava ocasião de vê-lo.
3) Reflexão
O evangelho de hoje traz a reação de Herodes diante da pregação de Jesus. Herodes não sabe situar Jesus. Ele já tinha matado João Batista e agora quer ver Jesus de perto. Ameaças aparecem no Horizonte.
Lucas 9,7-8: Quem é Jesus?
O texto começa com um balanço das opiniões do povo e de Herodes sobre Jesus. Alguns associavam Jesus com João Batista e Elias. Outro o identificavam como um Profeta, isto é, como alguém que fala em nome de Deus, que tem a coragem de denunciar as injustiças dos poderosos e que sabe animar a esperança dos pequenos. É o profeta anunciado no Antigo Testamento como um novo Moisés (Dt 18,15). São as mesmas opiniões que o próprio Jesus vai colher dos discípulos quando perguntou: "Quem dizem as multidões que eu sou?" (Lc 9,18). As pessoas procuravam compreender Jesus a partir das coisas que elas mesmas conheciam, acreditavam e esperavam. Tentavam enquadrá-lo dentro dos critérios familiares do Antigo Testamento com suas profecias e esperanças, e da Tradição dos Antigos com suas leis. Mas eram critérios insuficientes. Jesus não cabia lá dentro. Ele era maior!
Lucas 9,9: Herodes quer ver Jesus
“Então Herodes disse: "Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?" E queria ver Jesus”. Herodes, homem supersticioso e sem escrúpulo, reconhece ser ele o assassino de João Batista. Agora ele quer ver Jesus. Lucas sugere assim que ameaças começam a aparecer no horizonte da pregação de Jesus. Herodes não teve medo de matar João. Também não terá medo de matar Jesus. Por outro lado, Jesus, também não tem medo de Herodes. Quando lhe disseram que Herodes procurava prendê-lo, mandou dizer: “Vão dizer a essa raposa: eu expulso demônios, e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho” (Lc 13,32). Herodes não tem poder sobre Jesus. Quando na hora da paixão, Pilatos manda Jesus para ser investigado por Herodes, Jesus lhe dá nenhuma resposta (Lc 23,9). Herodes não merecia resposta.
De pai para filho
Às vezes se confundem os três Herodes que viveram naquela época, pois os três aparecem no Novo Testamento com o mesmo nome: 1) Herodes, chamado o Grande, governou sobre toda a Palestina de 37 a 4 antes de Cristo. Ele aparece no nascimento de Jesus(Mt 2,1). Matou as crianças de Belém(Mt 2,16). 2) Herodes, chamado Antipas, governou sobre a Galiléia de 4 antes a 39 depois de Cristo. Ele aparece na morte de Jesus(Lc 23,7). Matou João Batista(Mc 6,14-29). 3) Herodes, chamado Agripa, governou sobre toda a Palestina de 41 a 44 depois de Cristo. Aparece nos Atos dos Apóstolos(At 12,1.20). Matou o apóstolo Tiago(At 12,2).
Quando Jesus tinha mais ou menos quatro anos, morreu o rei Herodes. Aquele que matou as crianças de Belém (Mt 2,16). O território dele foi dividido entre os filhos. Arquelau, um dos seus filhos, recebeu o governo sobre a Judéia. Ele era menos inteligente que o pai, mas mais violento . Só na tomada de posse dele, foram massacradas em torno de 3000 pessoas na praça do Templo! O evangelho de Mateus informa que Maria e José, quando souberam que este Arquelau tinha assumido o governo da Judéia, tiveram medo de voltar para lá e foram morar em Nazaré, na Galiléia (Mt 2,22), governada por um outro filho de Herodes, chamado Herodes Antipas (Lc 3,1). Este Antipas ficou mais de 40 anos. Durante todos os trinta e três anos que Jesus viveu nunca houve mudança de governo na Galiléia.
Herodes o Grande, o pai de Herodes Antipas, tinha construído a cidade de Cesaréia Marítima, inaugurada em no ano 15 antes de Cristo. Era o novo porto de escoamento dos produtos da região. Devia competir com o grande porto de Tiro no Norte e, assim, ajudar a desenvolver o comércio na Samaria e na Galiléia. Por isso, já desde os tempos de Herodes o Grande, a produção agrícola na Galiléia começava a orientar-se não mais a partir das necessidades das famílias como era antes, mas sim a partir das exigências do mercado. Este processo de mudança na economia continuou durante todo o governo de Herodes Antipas, mais de quarenta anos, e encontrou nele um organizador eficiente. Todos estes governantes eram subservientes. Quem mandava mesmo na Palestina, desde 63 antes de Cristo, era Roma, o Império.
4) Para um confronto pessoal
1) É perguntar sempre: quem é Jesus para mim?
2) Herodes quer ver Jesus. Era curiosidade mórbida e supersticiosa. Outros querem ver Jesus porque querem encontrar um sentido para a vida. E eu qual a motivação que me empurra para ver e encontrar Jesus?
5) Oração final
Cumulai-vos desde a manhã com as vossas misericórdias, para exultarmos alegres em toda a nossa vida. Que o beneplácito do Senhor, nosso Deus, repouse sobre nós. Favorecei as obras de nossas mãos. Sim, fazei prosperar o trabalho de nossas mãos (Sl 89, 14.17)
Histórias de uma santa negra no Brasil que é digna de filme
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Livro de Luiz Mott resgata vida da africana Rosa Maria Egipcíaca, presa pelo Santo Ofício
Jornalista e escritor, é autor de "Carolina, uma Biografia" e do romance "Toda Fúria"
Santa, embusteira ou demente? São três perguntas para uma personagem tão grande e complexa de nossa história. E, certamente, ainda não sabemos como respondê-las. Estamos falando de Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz, ou simplesmente Rosa Egipcíaca (1719-1771), uma mulher negra, africana, escravizada, que se tornou mística e deu muito trabalho para a igreja e as autoridades eclesiásticas em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e, por fim, em Lisboa, onde foi presa pelo Santo Ofício.
É sobre essa biografia cheia de aventuras religiosas e requintes de riqueza e artimanha que se debruça o antropólogo Luiz Mott no excelente livro "Rosa Egipcíaca: Uma Santa Africana no Brasil", que é publicado agora em uma segunda edição, revista e ampliada.
O livro de Mott é o caminho mais seguro para a compreensão da história dessa mulher nascida na Costa da Ajudá, então Reino do Benin, que aos seis anos é capturada e traficada para o Brasil, vivendo até os 13 anos no Rio de Janeiro, na altura da igreja da Candelária. Embora ainda criança, seu senhor, José de Sousa de Azevedo, de origem portuguesa, segundo a própria revela, "a deflorou e tratou com ela torpemente", ou seja, pela violência e pelo sexo.
Vendida para Minas Gerais, foi parar na região do Inconfeccionado, perto de Mariana, comprada pela família de Ana Garcês de Morais, a mãe de Santa Rita Durão, frei e poeta colonial, autor do poema épico "O Caramuru", tido como o primeiro a tratar dos indígenas como heróis nacionais.
É nas Minas, como se dizia, "até suas primeiras manifestações diabólicas", a partir de 1733, que Rosa vai viver exclusivamente da prostituição –período, portanto, de 15 anos—, até sua conversão religiosa, em 1748.
O livro de Luiz Mott, bem documentado e com boas descrições, esmiúça de forma excepcional o ambiente colonial vivido pela "santa africana", no pior período da escravidão brasileira, sobretudo nas regiões de mineração, onde "a imoralidade e a prostituição vicejavam sôfregas e indomáveis", lado a lado com o comércio negreiro e a exploração de riquezas naturais, como ouro e pedras preciosas.
Rosa vai viver assim até conhecer o padre Francisco Gonçalves Lopes, também conhecido como Xota-Diabos, apelido que ganhou pela "dedicação ao ministério de expulsar demônios do corpo dos endiabrados". A relação dos dois, como a biografia nos revela, é a de violação e desvio.
Foi assim que se tornou o anjo da guarda de Rosa, e esta, após encerrar sua vida de meretriz, vendeu tudo o que tinha e doou para os pobres, passando a viver como beata, a frequentar cultos e missas nas igrejas, onde intervinha e causava confusão, possuída pelo demônio. Por essas e outras, foi presa, açoitada e perseguida.
Com seu padre Xota-Diabos, foge para o Rio de Janeiro, onde intensifica seus desatinos religiosos, se nomeando Deus e criando um recolhimento, destinado a acolher mulheres como ela, oriundas da escravidão e da prostituição. Rosa Maria então acrescenta ao nome o Egipcíaca da Vera Cruz, se autoalfabetiza e escreve o livro "Sagrada Teologia do Amor Divino das Almas Peregrinas", destruído pela Inquisição, mas considerado "o mais antigo livro escrito por uma mulher negra na história do Brasil".
No ano de 1763, foi presa e enviada para prestar contas dos seus desatinos e embustices religiosas para o Tribunal do Santo Ofício, em Lisboa. Seu processo é peça das mais completas e ricas de informações sobre os feitos de uma mulher negra afro-brasileira até hoje.
O trabalho de Mott, no entanto, é obra primorosa do ponto de vista da reconstituição histórica de uma mulher escravizada no Brasil. Trancafiada a ferros nos cárceres de Lisboa, a "santa africana" morreu sem ter seu processo concluído, ao contrário do seu antigo padre, o Xota-Diabos, humilhado publicamente, condenado e deportado para o interior do país.
Como revela a nova edição do livro, Mott traz documento inédito sobre a biografada: o seu "auto de falecimento", atestando que, mesmo sem ter seu processo concluído, Rosa Egipcíaca continuou a viver na prisão da Inquisição, onde faleceu "no Cárcere da Cozinha", a 12 de outubro de 1771 —ou seja, depois de escravizada e liberta, violentada e presa, continuou seus últimos dias a ser explorada, como mulher e negra, pela Justiça dos homens.
A vida de Rosa foi enredo no último Carnaval da Escola de Samba Unidos do Viradouro, quando foi vice-campeã, 30 anos após a publicação da história por Luiz Mott e do romance "Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz: a Incrível Trajetória de uma Princesa Negra entre a Prostituição e a Santidade", este de 1997, escrito por Heloísa Maranhão.
Agora temos nova oportunidade de rever uma história afro-brasileira digna de um belo filme. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Quinta igreja mais antiga do Brasil corre risco de desabar; entenda por quê
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Segundo o Iphan, terreno está sofrendo movimentação; dona da Capela do Engenho de Santana alega não ter condições de pagar a obra
Capela do Engenho de Santana, em Ilhéus, corre risco de desabamento Foto: Clodoaldo Ribeiro/Sucom Ilhéus
Por Fernanda Santana
Às margens do Rio Santana, na zona rural de Ilhéus, sul da Bahia, a quinta capela mais antiga do Brasil precisa de “urgentes obras” para não desabar, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A dona do bem histórico, no entanto, alega não ter condições de pagar as intervenções, o que iniciou um impasse acompanhado pelo Ministério Público Federal (MPF) desde o dia 15 deste mês.
A Capela do Engenho de Santana, como também é conhecida a igreja construída em 1537, é tombada como patrimônio histórico desde 1984 pelo Iphan. Há sete anos, “técnicos têm observado que o terreno está sofrendo movimentação, em especial a face voltada para o rio”, de acordo com o Iphan. A última vistoria deles aconteceu em agosto.
O novo relatório mostrou a necessidade de obras de contenção do terreno, que se move em direção ao rio, e consolidação nas fundações de pedra da capela, além de serviços de revisões elétrica e hidráulica, instalação de para-raios e de sistema de prevenção a incêndios. O embate está em torno de quem assume a responsabilidade pelos reparos.
O Iphan afirma que o restauro de bens tombados privados cabe aos proprietários. A família Maranhão, que não vive no local, comprou o terreno do antigo engenho onde está a capela em 1940, mas afirma não poder pagar as obras. Em 2012 e 2013, o Iphan restaurou parte da capela, que corria o risco de arruinamento, por decisão judicial.
A responsável pelo terreno disse que não concederia entrevista, pois está “abalada por ter que buscar soluções junto ao MPF, Iphan e prefeitura”. A prefeitura de Ilhéus é incluída no debate tanto pela relevância histórica da capela quanto porque ela se tornou um atrativo turístico. Aos finais de semana, quando há missa na igrejinha, em média 500 turistas visitam a Vila Rio do Engenho, onde moram 200 pessoas.
Secretário de Cultura de Ilhéus, Geraldo Magela afirma que o município quer construir um muro para proteger a estrutura da igreja. “É algo simples, mas no mínimo resolveria o emergencial enquanto a obra completa não é feita. Se for um valor pequeno o custo da obra (Magela não detalhou quanto seria esse montante), é capaz de a prefeitura assumir a obra. Mas, não podemos mexer em um prego sem autorização”, afirmou.
Capela do Engenho de Santana é de 1537 e tombada como patrimônio histórico pelo Iphan desde 1984 Foto: Jorge Menezes/Acervo Pessoal
O MPF informou que os problemas na capela “podem representar risco à segurança” e pediu à prefeitura de Ilhéus informações sobre as medidas adotadas para a preservação dela. Ao Iphan e Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), que também tombou a capela, pediu dados sobre as comunicações feitas aos proprietários.
O proprietário de um bem tombado que não pode custear obras no imóvel deve informar ao Iphan, que faz as intervenções em seis meses ou desapropria o bem, segundo a legislação. O proprietário pode pedir a anulação do tombamento, caso nada seja feito.
Enquanto um desfecho não é alcançado, a comunidade local permanece no papel que ocupa há 36 anos: o de cuidar da capela. “Não é forçado, nós queremos”, diz o aposentado Jorge Menezes, 64 anos. A comunidade cresceu ao redor da igreja e, como diz ele, se tornou “uma rua de 250 metros com um patrimônio imensurável do lado”. Fonte: https://www.estadao.com.br
Quarta-feira, 27 de setembro-2023. 25ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Pai, que resumistes toda lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 9,1-6)
Naquele tempo, 1Reunindo Jesus os doze apóstolos, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para curar enfermidades. 2Enviou-os a pregar o Reino de Deus e a curar os enfermos. 3Disse-lhes: Não leveis coisa alguma para o caminho, nem bordão, nem mochila, nem pão, nem dinheiro, nem tenhais duas túnicas. 4Em qualquer casa em que entrardes, ficai ali até que deixeis aquela localidade. 5Onde ninguém vos receber, deixai aquela cidade e em testemunho contra eles sacudi a poeira dos vossos pés. 6Partiram, pois, e percorriam as aldeias, pregando o Evangelho e fazendo curas por toda parte.
3) Reflexão Lucas 9,1-6
O evangelho de hoje traz a descrição da missão que os Doze receberam de Jesus. Mais adiante, Lucas fala da missão dos setenta e dois discípulos (Lc 10,1-12). Os dois se completam e revelam a missão da igreja.
Lucas 9,1-2. Envio dos doze para a missão.
“Jesus convocou os Doze, e lhes deu poder e autoridade sobre os demônios e para curar as doenças. E os enviou a pregar o Reino de Deus e a curar”. Chamando os doze, Jesus intensificou o anúncio da Boa Nova. O objetivo da missão é simples e claro: eles recebem poder e autoridade para expulsar os demônios, para curar as doenças e para anunciar o Reino de Deus. Assim como o povo ficava admirado diante da autoridade de Jesus sobre os espíritos impuros e diante da sua maneira de anunciar a Boa Nova (Lc 4,32.36), o mesmo deverá acontecer com a pregação dos doze apóstolos.
Lucas 9,3-5. As instruções para a Missão
Jesus os enviou com as seguintes recomendações: não podem levar nada “nem bastão, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas”. Não podem andar de casa em casa mas “em qualquer casa onde entrarem, fiquem aí, até se retirarem do lugar” Caso não forem recebidos, “sacudam a poeira dos pés, como protesto contra eles". Como veremos, estas recomendações estranhas para nós tem um significado muito importante.
Lucas 9,6. A execução da missão
E eles foram. É o começo de uma nova etapa. Agora já não é só Jesus, mas é todo o grupo que vai anunciar a Boa Nova de Deus ao povo. Se a pregação de Jesus já dava conflito, quanto mais agora, com a pregação de todo o grupo.
Os quarto pontos básicos da missão
No tempo de Jesus havia vários outros movimentos de renovação: essênios, fariseus, zelotes. Também eles procuravam uma nova maneira de conviver em comunidade e tinham os seus missionários (cf. Mt 23,15). Mas estes, quando iam em missão, iam prevenidos. Levavam sacola e dinheiro para cuidar da sua própria comida. Pois não confiavam na comida do povo que nem sempre era ritualmente “pura”. Ao contrário dos outros missionários, os discípulos e as discípulas de Jesus receberam recomendações diferentes que nos ajudam a entender os pontos fundamentais da missão de anunciar a Boa Nova:
1) Devem ir sem nada (Lc 9,3; 10,4). Isto significa que Jesus os obriga a confiar na hospitalidade. Pois quem vai sem nada, vai porque confia no povo e acredita que vai ser recebido. Com esta atitude eles criticam as leis de exclusão, ensinadas pela religião oficial, e mostravam, pela nova prática, que tinham outros critérios de comunidade.
2) Devem ficar hospedados na primeira casa até se retirar do lugar (Lc 9,4; 10,7). Isto é, devem conviver de maneira estável e não andar de casa em casa. Devem trabalhar como todo mundo e viver do que recebem em troca, “pois o operário merece o seu salário” (Lc 10,7). Com outras palavras, eles devem participar da vida e do trabalho do povo, e o povo os acolherá na sua comunidade e partilhará com eles casa e comida. Isto significa que devem confiar na partilha. Isto também explica a severidade da crítica contra os que recusavam a mensagem: sacudir a poeira dos pés, como protesto contra eles (Lc 10,10-12), pois não recusam algo novo, mas sim o seu próprio passado.
3) Devem tratar dos doentes e expulsar os demônios (Lc 9,1; 10,9; Mt 10,8). Isto é, devem exercer a função de “defensor” (goêl) e acolher para dentro do clã, dentro da comunidade, os excluídos. Com esta atitude criticam a situação de desintegração da vida comunitária do clã e apontam saídas concretas. A expulsão de demônios é sinal de que chegou o Reino de Deus (Lc 11,20).
4) Devem comer o que o povo lhes dava (Lc 10,8). Não podem viver separados com sua própria comida mas devem aceitar a comunhão de mesa. Isto significa que, no contato com o povo, não devem ter medo de perder a pureza tal como era ensinada na época. Com esta atitude criticam as leis da pureza em vigor e mostram, pela nova prática, que possuem outro acesso à pureza, isto é, à intimidade com Deus.
Estes eram os quatro pontos básicos da vida comunitária que deviam marcar a atitude dos missionários ou das missionárias que anunciavam a Boa Nova de Deus em nome de Jesus: hospitalidade, partilha, comunhão de mesa, e acolhida aos excluídos (defensor, goêl). Caso estas quatro exigências fossem preenchidas, eles podiam e deviam gritar aos quatro ventos: “O Reino chegou!” (cf. Lc 10,1-12; 9,1-6; Mc 6,7-13; Mt 10,6-16). Pois o Reino de Deus que Jesus nos revelou não é uma doutrina, nem um catecismo, nem uma lei. O Reino de Deus acontece e se faz presente quando as pessoas, motivadas pela sua fé em Jesus, decidem conviver em comunidade para, assim, testemunhar e revelar a todos que Deus é Pai e Mãe e que, portanto, nós, seres humanos, somos irmãos e irmãs uns dos outros. Jesus queria que a comunidade local fosse novamente uma expressão da Aliança, do Reino, do amor de Deus como Pai, que faz de todos irmãos e irmãs.
4) Para um confronto pessoal
- A participação na comunidade tem ajudado você a acolher e a confiar mais nas pessoas, sobretudo nos mais simples e pobres?
- 2. Qual o ponto da missão dos apóstolos que tem maior importância para nós hoje? Por que?
5) Oração final
Afastai-me do caminho da mentira, e fazei-me fiel à vossa lei. Mais vale para mim a lei de vossa boca que montes de ouro e prata. (Sl 118, 29.72)
História, espiritualidade e reflexão: os livros e eBooks best-sellers em setembro de 2023
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Por Eduardo Ribeiro
Sucessos do mês abrangem temas que vão desde a trajetória de um imigrante até a busca por uma vida mais plena a partir da espiritualidade
Periodicamente, o site especializado Publish News monitora o segmento literário no Brasil para produzir um ranking de best-sellers. Neste mês de setembro, o topo da lista ficou com Onde estão as flores, de Ilko Minev. O autor mergulha profundamente na trajetória de Licco Razan, um homem cujas raízes se estendem da Bulgária e Turquia até a floresta amazônica.
A busca por um mundo de paz do protagonista também se acha em outros roteiros pelos quais o público vem nutrindo bastante interesse, como Nunca foi segredo, do Padre Reginaldo Manzotti. Em segundo lugar, apresenta um guia trazendo à luz conselhos e sabedorias “escondidos” nas páginas da Bíblia.
A biblioteca da meia-noite, de Matt Haig, aparece em terceiro com uma ficção sobre Nora Seed, mulher à beira do desespero que encontra-se numa biblioteca misteriosa onde cada livro representa uma vida que ela poderia ter vivido. De estrela do rock a nadadora olímpica, as possibilidades parecem infinitas. Mas qual vida vale a pena viver?, questiona a narrativa.
Na quarta posição, Da Silva: a grande fake news da esquerda, de Pavinatto, é o único que remonta a fatos históricos na apuração. A obra revisita a figura de Lampião, desmistificando o cangaceiro e destacando suas atitudes violentas e mercenárias. Pavinatto argumenta que a imagem de Lampião como herói foi uma construção da esquerda brasileira da década de 1920.
O tom reflexivo surge novamente em Café com Deus pai, de Junior Rostirola, que oferece doses diárias de espiritualidade, com foco na renovação da mente e na busca por uma vida alinhada com os ensinamentos religiosos para obter bem-estar e sucesso em todas as áreas. Fonte: https://www.estadao.com.br
Segunda-feira, 25 de setembro-2023. 25ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Pai, que resumistes toda lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 8,16-18) (Mc 4,21-25)
Naquele tempo, disse Jesus a multidão: 16Ninguém acende uma lâmpada e a cobre com um vaso ou a põe debaixo da cama; mas a põe sobre um castiçal, para iluminar os que entram. 17Porque não há coisa oculta que não acabe por se manifestar, nem secreta que não venha a ser descoberta. 18Vede, pois, como é que ouvis. Porque ao que tiver, lhe será dado; e ao que não tiver, até aquilo que julga ter lhe será tirado.
3) Reflexão Lucas 8,16-18 (Mc 4,21-25)
O evangelho de hoje traz três pequenos dizeres de Jesus. São frases soltas que Lucas colocou aqui logo depois da parábola da semente (Lc 8,4-8) e da sua explicação aos discípulos (Lc 8,9-15). Este contexto literário, em que Lucas colocou as três frases, ajuda a entender como ele quer que a gente entenda estas frases de Jesus.
Lucas 8,16: A lâmpada que ilumina
"Ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama. Ele a coloca no candeeiro, a fim de que todos os que entram, vejam a luz”. Esta frase de Jesus é uma pequena parábola. Jesus não explica, pois todo mundo sabia de que se tratava. Era algo da vida de todos os dias. Naquele tempo, não havia luz elétrica. Você imagine o seguinte. A família está reunida em casa. Começa a escurecer. Alguém levanta, pega a lamparina, acende e coloca debaixo de um caixote ou debaixo de uma cama. O que o pessoal vai dizer? Todo mundo vai gritar: “Seu bobo! Coloque a luz na mesa!” Numa reunião bíblica, alguém fez o seguinte comentário: A palavra de Deus é uma lamparina para ser acesa na escuridão da noite. Enquanto ela estiver dentro do livro fechado da Bíblia, ela é como a lamparina debaixo do caixote. Ela só é colocada na mesa e ilumina a casa, quando for lida em comunidade e ligada à vida.
No contexto em que Lucas colocou esta frase, ela se refere à explicação que Jesus deu da parábola da semente (Lc 8,9-15). É como se dissesse: as coisas que vocês acabaram de ouvir, vocês não devem guardá-las para si mesmos, mas devem irradiá-las aos outros. Um cristão não deve ter medo de dar testemunho e de irradiar a Boa Nova. Humildade é importante, mas é falsa a humildade que esconde os dons de Deus dados para edificar a comunidade (1Cor 12,4-26; Rom 12,3-8).
Lucas 8,17: O escondido se tornará manifesto
“Tudo o que está escondido, deverá tornar-se manifesto; e tudo o que está em segredo, deverá tornar-se conhecido e claramente manifesto.” Esta segunda frase de Jesus, de acordo com o contexto em que foi posto por Lucas, também se refere aos ensinamentos que Jesus deu em particular aos discípulos (Lc 8,9-10). Os discípulos não podem conservá-los só para si, mas devem divulgá-los, pois fazem parte da Boa Nova de Deus que Jesus nos trouxe.
* Lucas 8,18: Prestar atenção aos preconceitos
“Prestem atenção como vocês ouvem: para quem tem alguma coisa, será dado ainda mais; para aquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele pensa ter". Naquele tempo, havia muitos preconceitos sobre o Messias que impediam o povo de entender de maneira correta a Boa Nova do Reino que Jesus anunciava. Por isso, esta advertência de Jesus com relação aos preconceitos tinha muita atualidade. Jesus pede aos discípulos para tomar consciência dos preconceitos com que escutam o ensinamento que ele lhes oferece. Através desta frase de Jesus, Lucas está dizendo às comunidades e a todos nós: “Prestem bem atenção nas idéias com que vocês olham para Jesus!” Pois, se a cor dos óculos é verde, tudo aparece verde. Se for azul, tudo será azul! Se a idéia com que eu olho para Jesus for errada, tudo o que penso, recebo e ensino sobre Jesus estará ameaçado de erro. Se eu penso que o messias deve ser um rei glorioso, não vou entender nada do que Jesus ensina sobre a Cruz, sobre o sofrimento, perseguição e compromisso, e até vou perder aquilo que eu pensava possuir. Unindo esta terceira frase com a primeira, pode-se concluir o seguinte: quem segurar fechado em si o que receber e não o distribuir aos outros, perde aquilo que tem, pois vai apodrecer.
4) Para um confronto pessoal
- Você já teve experiência de preconceitos que o impediam de perceber e de apreciar no seu devido valor, as coisas boas que as pessoas fazem?
- Você já percebeu os preconceitos que estão por trás de certas histórias, piadas e parábolas que as pessoas contam?
5) Oração final
Senhor, quem há de morar em vosso tabernáculo? Quem habitará em vossa montanha santa? O que vive na inocência e pratica a justiça, o que pensa o que é reto no seu coração. (Sl 14)
Reflexão para o XXV Domingo do Tempo Comum
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Quando Deus nos criou não existíamos, Ele nos amou primeiro sem nenhum mérito nosso. E assim continua, porque Ele é Deus!
Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News
Mais uma vez a liturgia nos corrige quando dizemos que aquelas coisas boas que nos acontecem ou com os nossos amigos, são consequências dos méritos a que fizemos jus. Do mesmo modo, quando ocorre algum acontecimento infausto, perguntamos o que fizemos para recebermos tal castigo. Por outro lado, se isso acontece com alguém que não nos é simpático, comentamos que essa pessoa deve ter aprontado e, por isso, recebe essa punição.
Toda essa maneira de pensar está errada e não é cristã. O Cristianismo trabalha com a gratuidade, isto é, com a ação de Deus, e Deus é Pai, é Amor. Deus nos ama não por aquilo de bom que fizemos e nem nos deixa de amar pelas coisas erradas que praticamos. O Amor ama por amar e, mesmo vendo nossas culpas, continua nos amando. Essa é a grande eterna verdade. Somos amados gratuitamente por Deus!
Quando Deus nos criou não existíamos, Ele nos amou primeiro sem nenhum mérito nosso. E assim continua, porque Ele é Deus!
Isso nos diz Isaías na primeira leitura: “Meus pensamentos não são como vossos pensamentos e meus caminhos não são como os vossos caminhos, diz o Senhor!” (Is 55, 8)
Essa idéia é retomada e referendada por Jesus com a parábola do patrão generoso. O patrão dá a mesma quantia como pagamento tanto aos que começaram pela manhã, quanto aos que foram contratados no final do dia. Ao ouvir as reclamações dos que se achavam mais cheios de méritos que outros, ele responde: “Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?” (Mt 20,15)
A justiça do Reino de Deus é dar a cada um o que precisa para viver e viver abundantemente, ainda nesta terra.
Não faz parte da justiça de Deus a realidade na qual alguns que não trabalham tanto ganham quantias enormes, e outros que trabalham muito como empregadas domésticas, como professores de escola média, e como outros profissionais ganham insuficiente para uma vida decente.
Todos são filhos de Deus e a igualdade deve acontecer já nesta vida, e não apenas na outra. O amor deverá superar todas as desigualdades e fazer justiça a todos, isto é, todos deverão ter o necessário para uma vida tranquila com direito ao que precisam. Está errado e não é justo alguns terem tanto e outros, nem o necessário para sobreviver. Fonte: https://www.vaticannews.va
Narrativa religiosa perde fôlego nas redes apesar de persistir polarização entre Lula e Bolsonaro.
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Uso de termos como ‘Deus’ e ‘Jesus’ em tuítes políticos perde força após disputa eleitoral acirrada, aponta levantamento
Por Sergio Denicoli
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Conectado Blog analisa a política a partir de dados e sentimentos das redes
A mistura entre religião e poder político faz parte da história da humanidade e é transversal a inúmeras culturas. Eventualmente, há uma radicalização dos movimentos imbuídos na instrumentalização da fé, em favor de um projeto político ou de um candidato.
No Brasil, a ascensão bolsonarista foi ancorada em preceitos neopentecostais, inclusive com a apropriação, pelas campanhas eleitorais da direita, de termos antes restritos aos templos e aos meios de comunicação de massa usados pelas igrejas midiáticas para difundir seus dogmas.
Um estudo feito pela AP Exata Inteligência Digital durante o segundo turno das eleições de 2018 revelou que termos religiosos permearam praticamente todas as frentes da campanha de Jair Bolsonaro, abarcando áreas como educação, segurança, saúde, emprego e até transporte.
Enquanto Bolsonaro era associado a palavras como Jesus, Deus, Israel, Abraão, gênesis, Jacó, Inri, bíblia, cristianismo, etc., Fernando Haddad disputou o segundo turno mais distante da seara cristã e, no máximo, era associado, pontualmente, aos termos Deus e Jesus. Um léxico nada amplo, perante todo um vocabulário específico adotado pela campanha que ajudou a alçar Bolsonaro ao poder e cunhou o discurso dele no exercício da Presidência.
As falas religiosas eram um esteio confortável para a esfera conservadora, em meio a inúmeras polêmicas e esticar de cordas do governo Bolsonaro. Mas a dinâmica da narrativa antissistema, os embates durante a pandemia, a inflação e os rompantes discursivos jogaram a religião dentro da arena de conflitos ideológicos.
As igrejas entraram no debate acalorado da política, o que gerou, também nessas instituições, os conflitos que marcaram o embate entre direita e esquerda, que dividiu famílias, amigos e, consequentemente, cristãos.
O pilar religioso do bolsonarismo deu ao ex-presidente a maioria expressiva dos votos evangélicos. Mas as lideranças religiosas parecem ter acendido a luz amarela após a vitória de Lula. Alguns entendem que, como diz a Bíblia, em Romanos 13:1, “todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas”. Outros simplesmente acham que na Casa de Deus não deve entrar os debates políticos.
O fato é que os termos religiosos estão menos presentes nas conversações políticas nas redes. Apesar de Bolsonaro e seus familiares seguirem na retórica cristã, ela já não avança tanto sobre os temas de Estado.
O blog analisou 523 mil tuítes que falavam de Bolsonaro ou Lula e tinham também os termos “Deus” e “Jesus”, publicados nos oito primeiros meses deste ano. Os resultados mostram que, até o dia 10 de janeiro, esses termos foram muito usados, concentrando 29% das menções a eles ao longo de todo período analisado. Nas primeiras semanas do ano, o Brasil se encontrava em um cenário pós-eleição acirrado, que ficou ainda mais tumultuado com as invasões do 8 de janeiro. Já o mês de agosto abarcou apenas 0,5% das menções religiosas em posts políticos, no período do estudo.
O afastamento da narrativa religiosa nos posts sobre as principais lideranças políticas do País começou a ficar mais claro a partir de abril. Naquele mês, a confiança nas publicações sobre Lula registrou um índice de 15,7%, um percentual que foi aumentando gradativamente, chegando a 19,9%, em agosto. Paralelamente, os termos bíblicos foram ficando menos frequentes nos comentários políticos, o que indica que uma melhora da imagem do governo permite que algumas instituições tenham menos protagonismo na guerra narrativa da polarização.
O processo histórico nos mostra que a dissociação entre religião e política é algo praticamente impossível, mesmo em um Estado laico. Mas a fadiga da briga eleitoral nos dá sinais de que, também nas igrejas, a intoxicação do debate acirrado entre esquerda e direita começa a atenuar. Fonte: https://www.estadao.com.br
Quarta-feira, 20 de setembro-2023. 24ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 7,31-35) (Mt 11,2-19)
31A quem compararei os homens desta geração? Com quem se assemelham? 32São semelhantes a meninos que, sentados na praça, falam uns com os outros, dizendo: Tocamos a flauta e não dançastes; entoamos lamentações e não chorastes. 33Pois veio João Batista, que nem comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Ele está possuído do demônio. 34Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizeis: Eis um comilão e beberrão, amigo dos publicanos e libertinos. 35Mas a sabedoria foi justificada por todos os seus filhos.
3) Reflexão
No evangelho de hoje veremos como a novidade da Boa Nova foi avançando de tal modo que as pessoas agarradas às formas antigas da fé ficavam perdidas sem entenderem mais nada da ação de Deus. Para esconder sua falta de abertura e de compreensão elas se defendiam e buscavam pretextos infantis para justificar sua atitude de não aceitação. Jesus reage com uma parábola para denunciar a incoerência dos seus adversários "Vocês parecem crianças que não sabem o que querem!"
Lucas 7,31: Com que vou comparar vocês?
Jesus estranha a reação do povo e diz: "Com quem eu vou comparar os homens desta geração? Com quem se parecem eles?” Quando uma coisa é evidente e as pessoas, ou por ignorância ou por má vontade, não o perceber nem querem perceber, é bom encontrar uma comparação evidente que lhes revele a incoerência e a má vontade. E Jesus é mestre em encontrar comparações que falam por si.
Lucas 7,32: Com crianças sem juiz
A comparação que Jesus encontrou é esta. Vocês se parecem com “crianças que se sentam nas praças, e se dirigem aos colegas, dizendo: Tocamos flauta, e vocês não dançaram; cantamos música triste, e vocês não choraram”. No mundo inteiro crianças mimadas têm a mesma reação. Reclamam quando os outros não fazem e agem como elas querem. O motivo da queixa de Jesus é a maneira arbitrária como, no passado, reagiram diante de João Batista e, agora no presente, diante do próprio Jesus.
Lucas 7,33-34: A opinião deles sobre João e Jesus
“Pois veio João Batista, que não comia nem bebia, e vocês disseram: 'Ele tem um demônio!' Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e vocês dizem: Ele é um comilão e beberrão, amigo dos cobradores de impostos e dos pecadores!” Jesus foi discípulo de João Batista, acreditava nele e se fez batizar por ele. Foi por ocasião do batismo no Jordão, que ele teve a revelação do Pai a respeito da sua missão como Messias Servo (Mc 1,10). Ao mesmo tempo, Jesus ressalta a diferença entre ele mesmo e João. João era mais severo, mais ascético, não comia nem bebia. Ficava no deserto e ameaçava o povo com os castigos do Juízo final (Lc 3,7-9). Por isso diziam que ele tinha um demônio, era possesso. Jesus era mais acolhedor, comia e bebia como todo mundo. Andava pelos povoados e entrava nas casas do povo, acolhia cobradores de impostos e prostitutas. Por isso diziam que era comilão e beberrão. Apesar de generalizar ao falar dos “homens desta geração” (Lc 7,31), provavelmente, Jesus tem em mente a opinião das autoridades religiosas que não acreditavam em Jesus (Mc 11,29-33).
Lucas 7,35: A conclusão óbvia a que Jesus chega
E Jesus termina tirando a conclusão: “Mas a sabedoria foi justificada por todos os seus filhos” A falta de seriedade e de coerência aparece claramente na opinião que emitem sobre Jesus e João. A má vontade é tão evidente que não precisa de prova. Isto faz lembrar a resposta de Jó aos amigos que pretendiam ser sábios: “Oxalá vocês ficassem calados! Seria o melhor ato de sabedoria!” (Jó 13,5).
4) Para um confronto pessoal
1) Quando emito opinião sobre os outros sou como os fariseus e escribas que opinavam sobre João e Jesus? Eles apenas expressavam seus próprios preconceitos e nada informavam sobre as pessoas que por eles eram julgados.
2) Você conhece grupos na igreja de hoje que mereceriam a parábola de Jesus?
5) Oração final
Feliz a nação que tem o Senhor por seu Deus, e o povo que ele escolheu para sua herança. O Senhor olha dos céus, vê todos os filhos dos homens (Sl 32,12-13)
Terça-feira, 19 de setembro-2023. 24ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 7,11-17)
11No dia seguinte dirigiu-se Jesus a uma cidade chamada Naim. Iam com ele diversos discípulos e muito povo.12Ao chegar perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva; acompanhava-a muita gente da cidade.13Vendo-a o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: Não chores! 14E aproximando-se, tocou no esquife, e os que o levavam pararam. Disse Jesus: Moço, eu te ordeno, levanta-te.15Sentou-se o que estivera morto e começou a falar, e Jesus entregou-o à sua mãe.16Apoderou-se de todos o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta surgiu entre nós: Deus voltou os olhos para o seu povo.17A notícia deste fato correu por toda a Judéia e por toda a circunvizinhança.
3) Reflexão Lucas 7,11-17
O evangelho de hoje traz o episódio da ressurreição do filho da viúva de Naim. É esclarecedor o contexto literário deste episódio no capítulo 7 do Evangelho de Lucas. O evangelista quer mostrar como Jesus vai abrindo o caminho, revelando a novidade de Deus que avança através do anúncio da Boa Nova. A transformação e a abertura vão acontecendo: Jesus acolhe o pedido de um estrangeiro não judeu (Lc 7,1-10) e ressuscita o filho de uma viúva (Lc 7,11-17). A maneira como Jesus revela o Reino surpreende aos irmãos judeus que não estavam acostumados com tão grande abertura. Até João Batista ficou perdido e mandou perguntar: “É o senhor ou devemos esperar por outro?” (Lc 7,18-30). Jesus chegou a denunciar a incoerência dos seus patrícios: "Vocês parecem crianças que não sabem o que querem!" (Lc 7,31-35). E no fim, a abertura de Jesus para com as mulheres (Lc 7,36-50).
Lucas 7,11-12: O encontro das duas procissões
“Jesus foi para uma cidade chamada Naim. Com ele iam os discípulos e uma grande multidão. Quando chegou à porta da cidade, eis que levavam um defunto para enterrar; era filho único, e sua mãe era viúva. Grande multidão da cidade ia com ela”. Lucas é como um pintor. Com poucas palavras consegue pintar o quadro tão bonito do encontro das duas procissões: a procissão da morte que sai da cidade e acompanha a viúva que leva seu filho único para o cemitério; a procissão da vida que entra na cidade e acompanha Jesus. As duas se encontram na pequena praça junto à porta da cidade de Naim.
Lucas 7,13: A compaixão entra em ação
“Ao vê-la, o Senhor teve compaixão dela, e lhe disse: Não chore!" É a compaixão que leva Jesus a falar e a agir. Compaixão significa literalmente “sofrer com”, assumir a dor da outra pessoa, identificar-se com ela, sentir com ela a dor. É a compaixão que aciona em Jesus o poder, o poder da vida sobre a morte, poder criador.
Lucas 7,14-15: "Jovem, eu lhe ordeno, levante-se!"
Jesus se aproxima, toca no caixão e diz: "Jovem, eu lhe ordeno, levante-se!" O morto sentou-se, e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe”. Às vezes, na hora de um grande sofrimento provocado pelo falecimento de uma pessoa querida, as pessoas dizem: “Naquele tempo, quando Jesus andava pela terra havia esperança de não perder uma pessoa querida, pois Jesus poderia ressuscitá-la”. Elas olham o episódio da ressurreição do filho da viúva de Naim como um evento do passado que apenas suscita saudade e uma certa inveja. A intenção do evangelho, porém, não é suscitar saudade nem inveja, mas sim ajudar-nos a experimentar melhor a presença viva de Jesus em nós. É o mesmo Jesus, capaz de vencer a morte e a dor da morte, que continua vivo no meio de nós. Ele está hoje conosco e, diante dos problemas e do sofrimento que nos abatem, ele nos diz: “Eu lhe ordeno: levante-se!”
Lucas 7,16-17: A repercussão
“Todos ficaram com muito medo, e glorificavam a Deus, dizendo: "Um grande profeta apareceu entre nós, e Deus veio visitar o seu povo." E a notícia do fato se espalhou pela Judéia inteira, e por toda a redondeza” É o profeta que foi anunciado por Moisés (Dt 18,15). O Deus que nos veio visitar é o “Pai dos órfãos e o protetor das viúvas” (Sl 68,6; cf. Judite 9,11).
4) Para um confronto pessoal
1) Foi a compaixão que levou Jesus a ressuscitar o filho da viúva. Será que o sofrimento dos outros provoca em nós a mesma compaixão? O que faço para ajudar o outro a vencer a dor e criar vida nova?
2) Deus visitou o seu povo. Percebo as muitas visitas de Deus na minha vida e na vida do povo?
5) Oração final
Aclamai o Senhor, por toda a terra. Servi o Senhor com alegria. Vinde, entrai exultantes em sua presença. (Sl 99,1-2)
24º DOMINGO DO TEMPO COMUM: Um Olhar para o Perdão
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Dom Carmo João Rodhen
Bispo Emérito de Taubaté (SP)
Versículo motivador: “Senhor, quantas vezes devo perdoar ao irmão que pecar contra mim, até sete vezes?” Jesus respondeu-lhe: “Não te digo até sete vezes, mas setenta vezes sete”. (Mt 18, 21-22). Sempre, Pedro… Como queres ser perdoado?
Amar e perdoar é divino. Vingar-se é diabólico. Não por nada, Jesus incluiu a necessidade do perdão no Pai Nosso. Porque? Porque ele simplesmente perdoa sempre. Perdoa, somente quem ama. Ama e perdoa quem se sente amado, perdoado. Nós o somos. Deus é amor (1Jo 4, 8-16). Precisamos aprender a perdoar. Por isso, precisamos aprender até aprender. Quanto tempo temos para isso? Não sei. Não convém, por isso, perder tempo. Poderia ser tarde.
No fundo, somente, os homens e mulheres podem aprender. Deus sabe tudo, é onisciente. Onipotente. Todo amoroso. Todo poderoso. Deus é Deus. Os animais estão sob a lei do automatismo. Do instinto. O João de barro: faz sempre o ninho do mesmo jeito. A abelha faz seu favo sempre com a mesma técnica… etc. etc… Só nós, os racionais (as vezes, nem sempre), podemos e devemos aprender. Aprender a caminhar (já aprendemos?) a falar, a amar, a perdoar, a trabalhar e envelhecer. Não esqueçamos: aprender a morrer. Somente o conseguirá, quem souber amar e perdoar. Eu já, ouvi dizer: “Aquele sujeitinho, lá, eu não perdoo nem na morte. Cuidado…
Geralmente todos têm dificuldade em perdoar. Por isso, é urgente aprender. O Evangelho de hoje o deixa claro. Pedro tinha dificuldades, com o perdão… Perguntou então: até sete vezes? Muitos orientais têm dificuldades, asas grandes em perdoar. No entanto, não são somente eles… Pedro não negava a sua raça. Vai a Jesus para redimir seu problema. Deve ter levado, um grande susto, ao ouvir setenta vezes sete, isto não significa 490 vezes, mas sempre. O perdão não susta a ordem da quantidade, mas da qualidade, da intensidade: da perfeição. Sem perdão jamais haverá convivência social, menos ainda cristã. Por que tantos casais se separam? Por que tantos feminicídio, agressões?
Jesus, até inventa uma parábola, para ensinar a lição do perdão. Conta, por isso, uma historieta: O patrão tinha dois empregados, era certamente um microempresário. Tinha somente dois empregados. Um lhe devia uma verdadeira fortuna, dez mil talentos. Isso era impagável. Mas, para sua sorte o patrão perdoou tudo. Deve ter ficado muito feliz… Contudo, ele tinha também um devedor; o qual lhe devia uma ninharia. Para ele, no entanto, era hora de cobrar. Exigiu tudo imediatamente, até com violência e agressões. Foi-lhe pedido um prazo. Mas não conseguiu. O sujeito, ganancioso, queria tudo e logo. Estava furioso. E investiu contra seu devedor. Deus é o “bom patrão”. Pergunto: aquele mau patrão, porventura, não poderíamos ser nós?
As parábolas devem ser bem interpretadas. Portanto, não literalmente, pois no caso, falsificaríamos o belo ensinamento de Jesus. Esse quero deixar bem claro que: Deus perdoa incondicionalmente, contanto que haja arrependimento.
Nós, diante dos devedores deveríamos também imitar a Deus. Isto não significa que não devamos pedir devolução do que é justo e que estamos precisando.
Conclusão. Do ensinamento da parábola. Deus é sempre Deus: riquíssimo em amar, ter misericórdia e perdoar. Não podemos, nós, agir com duplicidade, quando se trata de nossos devedores. Jesus, é claro, está falando do perdão, não da mera justiça legal. Quis ensinar, que mesmo falhando nós, até bastante, Deus está sempre disposto a perdoar, onde houver condições. Deus, sempre, nos trata como filhos, enquanto nós, nem sempre nos tratamos como verdadeiros irmãos. Deu de entender? Nunca foi fácil de ser autêntico cristão; contudo, não tentar sê-lo, é mais arriscado ainda… A decisão é nossa. É bom, portanto, aprendermos do Pai celeste. Somente assim podemos rezar, de modo cristão, o Pai Nosso. Fonte: https://www.cnbb.org.br
NOSSA SENHORA DAS DORES - 15 de setembro
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Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm
1) Oração
Ó Deus, quando o vosso Filho foi exaltado, quisestes que sua Mãe estivesse ao pé, junto à cruz, sofrendo com ele. Dai à vossa Igreja, unida a Maria na paixão de Cristo, participar da ressurreição do Senhor. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Jo 19,25-27)
Naquele tempo, 25Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. 26Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. 27Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.
3) Reflexão João 19,25-27
Hoje, festa de Nossa Senhora das Dores, o evangelho do dia traz a passagem em que Maria, a mãe de Jesus, e o discípulo amado se encontram no calvário diante da Cruz. A Mãe de Jesus aparece duas vezes no evangelho de João: no começo, nas bodas de Caná (Jo 2,1-5), e no fim, ao pé da Cruz (Jo 19,25-27). Estes pois episódios, exclusivos do evangelho de João, têm um valor simbólico muito profundo. O evangelho de João, comparado com os outros três evangelhos é como quem tira raio-X onde os outros três só tiram fotografia. O raio-X da fé ajuda a descobrir dimensões nos acontecimentos que os olhos comuns não chegam a perceber. O evangelho de João, além de descrever os fatos, revela a dimensão simbólica que neles existe. Assim, nos dois casos, em Caná e na Cruz, a Mãe de Jesus representa simbolicamente o Antigo Testamento que aguarda a chegada do Novo Testamento e, nos dois casos, ela contribui para que o Novo chegue. Maria aparece como o elo entre o que havia antes e o que virá depois. Em Caná, ela simboliza o AT, percebe os limites do Antigo e toma a iniciativa para que o Novo possa chegar. Ela vai falar ao Filho: “Eles não tem mais vinho!” (Jo 2,3). E no Calvário? Vejamos:
João 19, 25: As mulheres e o Discípulo Amado junto à Cruz
Assim diz o Evangelho: “A mãe de Jesus, a irmã da mãe dele, Maria de Cléofas, e Maria Madalena estavam junto à cruz”. A “fotografia” mostra a mãe junto do filho, em pé. Mulher forte, que não se deixa abater. “Stabat Mater Dolorosa!” Ela é uma presença silenciosa que apóia o filho na sua entrega até à morte, e morte de cruz (Flp 2,8). Além disso, o “raio-X” da fé mostra como se realiza a passagem do AT para o NT. Como em Caná, a Mãe de Jesus representa o AT. O Discípulo Amado representa o NT, a comunidade que cresceu ao redor de Jesus. É o filho que nasceu do AT, a nova humanidade que se forma a partir da vivência do Evangelho do Reino. No fim do primeiro século, alguns cristãos achavam que o AT já não era necessário. De fato, no começo do segundo século, Márcion recusou todo o AT e ficou só com uma parte do NT. Por isso, muitos queriam saber qual a vontade de Jesus a este respeito.
João 19,26-28 : O Testamento ou a Vontade de Jesus
As palavras de Jesus são significativas. Vendo sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: "Mulher, eis aí o seu filho." Depois disse ao discípulo: "Eis aí a sua mãe." Os Antigo e o Novo Testamento devem caminhar juntos. A pedido de Jesus, o discípulo amado, o filho, o NT, recebe a Mãe, o AT, em sua casa. É na casa do Discípulo Amado, na comunidade cristã, que se descobre o sentido pleno do AT. O Novo não se entende sem o Antigo, nem o Antigo é completa sem o Novo. Santo Agostinho dizia: “Novum in vetere latet, Vetus in Novo patet”. (O Novo está escondido no Antigo. O Antigo desabrocha no Novo). O Novo sem o Antigo seria um prédio sem fundamento. E o Antigo sem o Novo seria uma árvore frutífera que não chegou a dar fruto.
Maria no Novo Testamento
De Maria se fala pouco no NT, e ela mesma fala menos ainda. Maria é a Mãe do silêncio. A Bíblia conservou apenas sete palavras de Maria. Cada uma destas sete palavras é como uma janela que permite olhar para dentro da casa de Maria e descobrir como ela se relacionava com Deus. A chave para entender tudo isso é dada por Lucas nesta frase: “Felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática." (Lc 11,27-28)
1ª Palavra: "Como pode ser isso se eu não conheço homem algum!" (Lc 1,34)
2ª Palavra: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra!" (Lc 1,38)
3ª Palavra: "Minha alma louva o Senhor, exulta meu espírito em Deus meu Salvador!" (Lc 1,46-55)
4ª Palavra: "Meu filho porque nos fez isso? Teu pai e eu, aflitos, te procurávamos" (Lc 2,48)
5º Palavra: "Eles não tem mais vinho!" (Jo 2,3)
6ª Palavra: "Fazei tudo o que ele vos disser!" (Jo 2,5)
7ª Palavra: O silêncio ao pé da Cruz, mais eloqüente que mil palavras! (Jo 19,25-27)
4) Para um confronto pessoal
1) Maria ao pé da Cruz. Mulher forte, silenciosa. Como é minha devoção a Maria, a mãe de Jesus?
2) Na Pietà de Miguelangelo, Maria aparece bem jovem, mais jovem que o próprio filho crucificado, quando já devia ter no mínimo em torno de 50 anos. Perguntado porque tinha esculpido o rosto da Maria tão jovem, Miguelangelo respondeu: “As pessoas apaixonadas por Deus não envelhecem nunca”. Apaixonada por Deus! Existe paixão por Deus em mim?
5) Oração final
Quão grande é, Senhor, vossa bondade, que reservastes para os que vos temem e com que tratais aos que se refugiam em vós, aos olhos de todos. (Sl 30,20)
Quarta-feira, 13 de setembro-2023. 23ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos, concedei aos que crêem no Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 6, 20-26)
Naquele tempo, 20Jesus ergueu os olhos para os seus discípulos e disse: Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o Reino de Deus! 21Bem-aventurados vós que agora tendes fome, porque sereis fartos! Bem-aventurados vós que agora chorais, porque vos alegrareis! 22Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos ultrajarem, e quando repelirem o vosso nome como infame por causa do Filho do Homem! 23Alegrai-vos naquele dia e exultai, porque grande é o vosso galardão no céu. Era assim que os pais deles tratavam os profetas. 24Mas ai de vós, ricos, porque tendes a vossa consolação! 25Ai de vós, que estais fartos, porque vireis a ter fome! Ai de vós, que agora rides, porque gemereis e chorareis! 26Ai de vós, quando vos louvarem os homens, porque assim faziam os pais deles aos falsos profetas!
3) Reflexão Lucas 6, 20-26
O evangelho de hoje traz as quatro bem-aventuranças e as quatro maldições do Evangelho de Lucas. Há uma revelação progressiva na maneira de Lucas apresentar o ensinamento de Jesus. Até 6,16, ele disse muitas vezes que Jesus ensinava o povo, mas não chegou a relatar o conteúdo do ensinamento (Lc 4,15.31-32.44; 5,1.3.15.17; 6,6). Agora, depois de informar que Jesus viu a multidão desejosa de ouvir a palavra de Deus, Lucas traz o primeiro grande discurso que começa com as exclamações: "Felizes vocês pobres!" e "Ai de vocês, ricos!", e ocupa todo o resto do capítulo (Lc 6,12-49). Alguns chamam este discurso de "Sermão da Planície", pois, segundo Lucas, Jesus desceu da montanha e parou num lugar plano onde fez o discurso. No evangelho de Mateus, este mesmo discurso é feito na montanha (Mt 5,1) e é chamado "Sermão da Montanha". Em Mateus, o sermão traz oito bem-aventuranças, que traçam um programa de vida para as comunidades cristãs de origem judaica. Em Lucas, o sermão é mais breve e mais radical. Ele traz quatro bem-aventuranças e quatro maldições, dirigidas para as comunidades helenistas, constituídas de ricos e pobres. Este discurso de Jesus vai ser meditado no evangelho diário dos próximos dias até 13 de setembro.
Lucas 6,20: Felizes vocês, pobres!
Olhando para os discípulos, Jesus declara: "Felizes vocês pobres, porque o Reino de Deus é de vocês!" Esta declaração identifica a categoria social dos discípulos. Eles são pobres! E a eles Jesus promete: “O Reino é de vocês!” Não é uma promessa para o futuro. O verbo está no presente. O Reino já é deles. Eles são felizes desde já. No evangelho de Mateus, Jesus explicita o sentido e diz: "Felizes os pobres em Espírito!" (Mt 5,3). São os pobres que têm o Espírito de Jesus. Pois há pobres com cabeça ou espírito de rico. Os discípulos de Jesus são pobres com cabeça de pobre. Como Jesus, não querem acumular, mas assumem a sua pobreza e, com ele, lutam por uma convivência mais justa, onde haja fraternidade e partilha de bens, sem discriminação.
Lucas 6,21-22: Felizes vocês, que agora têm fome e choram!
Na 2ª e 3ª bem-aventurança Jesus diz: "Felizes vocês que agora estão com fome, porque serão saciados! Felizes vocês que agora choram, porque vão dar risada!" Uma parte das frases está no presente e outra no futuro. Aquilo que agora vivemos e sofremos não é o definitivo. O definitivo é o Reino que estamos construindo hoje na força do Espírito de Jesus. Construir o Reino traz sofrimento e perseguição, mas uma coisa é certa: o Reino vai chegar e “vocês serão saciados e vão dar risada!”.
Lucas 6,23: Felizes serão, quando os homens os odiarem....!
A 4ª bem-aventurança se refere ao futuro: "Felizes serão vocês, quando os homens os odiarem e rejeitarem por causa do Filho do Homem! Fiquem alegres naquele dia, porque grande será a sua recompensa, porque assim também foram tratados os profetas!" Com estas palavras de Jesus, Lucas anima as comunidades do seu tempo, que estavam sendo perseguidas. O sofrimento não é estertor de morte, mas sim dor de parto. Fonte de esperança! A perseguição era um sinal de que o futuro anunciado por Jesus estava chegando para elas. Elas estavam no caminho certo.
Lucas 6,24-25: Ai de vocês, ricos! Ai de vocês que agora têm fartura e riem!
Após as quatro bem-aventuranças a favor dos pobres e excluídos, seguem quatro ameaças ou maldições contra os ricos e os que passam bem e são elogiados por todos. As quatro ameaças têm a mesma forma literária que as quatro bem-aventuranças. A 1ª está no presente. A 2ª e a 3ª têm uma parte no presente e outra no futuro. E a 4ª se refere inteiramente ao futuro. Estas ameaças só se encontram no evangelho de Lucas e não no de Mateus. Lucas é mais radical na denúncia da injustiça.
Diante de Jesus, naquela planície não havia ricos. Só havia gente pobre e doente, vinda de todos os lados (Lc 6,17-19). Mesmo assim, Jesus diz: "Ai de vocês, ricos!" É que Lucas, ao transmitir estas palavras de Jesus, estava pensando mais nas comunidades do seu tempo. Nelas havia ricos e pobres, e havia discriminação dos pobres pelos ricos, a mesma que marcava a estrutura do Império Romano (cf. Tg 5,1-6; Apc 3,17-19). Jesus faz uma crítica dura e direta aos ricos: Vocês, ricos, já têm sua consolação! Vocês têm fartura, mas vão passar fome! Vocês estão rindo, mas vão ficar aflitos e vão chorar! Sinal de que para Jesus, a pobreza não é uma fatalidade, nem é fruto de preguiça, mas é fruto de enriquecimento injusto dos outros.
Lucas 6,26: Ai de vocês quando todos os elogiarem!
“Ai de vocês quando todos os elogiarem, porque assim seus pais tratavam os falsos profetas!” Esta quarta ameaça se refere aos filhos dos que no passado elogiavam os falsos profetas. É que algumas autoridades dos judeus usavam o seu prestígio e a sua autoridade para criticar Jesus.
4) Para um confronto pessoal
- Será que nós olhamos a vida e as pessoas com o mesmo olhar de Jesus? Dentro do seu coração, o que você acha: uma pessoa pobre e faminta é realmente feliz? As novelas da Televisão e a propaganda do comércio, qual o ideal de felicidade que elas nos apresentam?
- Dizendo “Felizes os pobres”, será que Jesus estava querendo dizer que os pobres devem continuar na pobreza?
5) Oração final
O Senhor é clemente e justo, o nosso Deus é misericordioso. O Senhor protege os simples: eu era fraco e ele me salvou (Sl 114, 5-6)
15 de setembro: A Virgem Dolorosa, Mãe das Dores
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NOSSA SENHORA DAS DORES
Dom Carmo João Rodhen
Bispo Emérito de Taubaté (SP)
Textos inspirantes: “Simeão disse a Maria: teu Filho será causa de queda e ressureição para muitos. Ele será sinal de contradição e teu coração será traspassado como por uma espada” (Lc 2, 34-35). “Junto à Cruz de Jesus estava de pé sua mãe.” (Jo 19, 25).
Nossa Senhora tem muitíssimos títulos, o que mostra o carinho que o povo cristão católico, sempre teve com Maria, a mãe do Senhor. Ele (povo) lembra seu amor, sofrimento, bem como sua fidelidade e fé: feliz és tu porque crestes (Lc1 45). De fato, Maria sempre esteve perto de Jesus. Acompanhou-O na vida e no exercício de sua missão. Não apenas é mãe (o que é extraordinário), mas também sua melhor discípula. Ela foi a escolhida de Deus para tornar-se a mãe do Redentor, do Messias.
Solidária, Maria acompanhou, principalmente, o sofrimento do Filho, condenado à morte injustamente. Preferido à Barrabás, o malfeitor (Jo 18, 49):foi solidária. Não esteve apenas fisicamente presente na missão, mas principalmente, nos momentos difíceis: no templo (Lc2, 34-35), na fuga para Egito (Mt 2, 13-23), mas de modo especial, junto à cruz (Jo19,27). Nem conseguimos avaliar as atitudes da soldadesca romana e as dos que conseguiram condená-lo.
Recordar as dores de Maria não é apenas fazer memória de coisas do passado, mas celebrar a certeza de sua presença em nossas dificuldades, sofrimentos e problemas. Na cruz, Jesus antes de entregar seu espírito ao Pai, entregou sua mãe à São João. Hoje João sou eu, és tu, somos todos nós. Além do mais, os santuários marianos são verdadeiras catedrais, para formação de novos cristãos. Ela está com o povo de Deus, muitas vezes sofredor, para aliviar seus sofrimentos. Ela não quer que ninguém se perca. Penso que a melhor cristologia exija também a reflexão mariológica. Mais, na eclesiologia, não pode faltar a memória, daquela que é a Mãe da Igreja.
Conclusão. Quem venera Maria saberá ouvir, amar, servir e adorar, também, a Cristo. Lutará, por um mundo melhor: de mais paz, justiça e fraternidade. Depois da Trindade, a pessoa mais importante e santa é Maria. Por isso, a Igreja lhe reserva um culto especial: hiperdulia não se trata de adoração, (só a Deus e a Eucaristia), mas de veneração especial. Quando, alguns afirmam que, nós católicos, adoramos Maria é ignorância ou então, mentira diabólica. Desqualificante: para os acusadores. Fonte: https://www.cnbb.org.br
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