Livro revela pedofilia em seminário do Rio
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Em livro “O silêncio do Rio Comprido”, o jornalista Lélio Fabiano dos Santos, ex-seminarista, conta como foram seus dez anos no Seminário Arquidiocesano de São José, o mais antigo do Rio e do Brasil
Ascânio Seleme
Não são poucos os casos de pedofilia envolvendo padres e bispos relatados em diversos países, sobretudo nos Estados Unidos e na Europa. A situação é tão grave e constrangedora que abriu um novo capítulo na História da igreja no pontificado de Francisco. Religiosos que assediam, seduzem e violentam menores estão sendo denunciados e punidos pela Justiça e pela igreja. No Brasil, inúmeros episódios foram descobertos nos últimos anos. Quase todos originados em denúncias encorajadas pela onda de casos tornados públicos ao redor do mundo. Histórias mesmo, como as contadas em Boston, onde 300 padres abusaram de mais de mil vítimas durante 70 anos, apenas agora começam a ser contadas.
O pioneiro é o jornalista Lélio Fabiano dos Santos, ex-seminarista, que lançou no sábado em Belo Horizonte o livro “O silêncio do Rio Comprido”. Em pouco mais de cem páginas, Lélio Fabiano conta como foram seus dez anos no Seminário Arquidiocesano de São José, o mais antigo do Rio e do Brasil. Os casos de assédio e sedução começaram já nos primeiros anos de internato. O jovem seminarista entrou no São José em março de 1952, com dez anos de idade. Ele queria ser padre. Ao sair, com 20 anos, queria distância da igreja, de padres e de bispos.
Dos 27 capítulos do livro, três são dedicados exclusivamente aos casos de assédio sexual e moral que o menino sofreu ao longo dos anos que passou no seminário da Avenida Paulo de Frontin, no Rio Comprido. Num dos episódios relatados por Lélio Fabiano, um padre o chama para uma sala de estudos, afrouxa o cinto da calça, abre a braguilha e pede para o menino coçar a sua barriga. Depois manda ele descer as mãos até o seu pênis. O garoto foge em desespero.
Em outro ponto, o ex-seminarista conta como o padre prefeito, o disciplinador do Seminário, cuidava dos meninos que tinham resfriado. Ele levava o enfermo para o seu quarto para que pudesse tomar banho quente, já que apenas nos aposentos dos padres havia água aquecida a gás. O padre então mandava que os garotos, antes de começarem o banho, fossem retirando as roupas enquanto ele ajustava a temperatura da água. E ele repetia uma ordem que o menino seminarista nunca esqueceu: “Vai descendo (as roupas), que eu vou regulando”.
O assédio desse padre era tão disseminado no Seminário que a frase “vai descendo…” era objeto de brincadeiras dos jovens e inocentes seminaristas, alvos da volúpia do padre prefeito. Tanto que os meninos repetiam em coro a ordem do padre no plural, quando se reuniam em intervalos fora das salas de aula: “Vão descendo, que eu vou regulando”, e riam sem entender direito o que era mesmo aquilo.
Foi quase ao final do seu período no internato que o seminarista se deparou com dom Jaime de Barros Câmara, o cardeal arcebispo do Rio e capelão-mor das Forças Armadas. Foi na passagem do Seminário Menor para o Maior onde cumpriria seus últimos três anos antes da ordenação. Dom Jaime recebia cada um dos seminaristas que faziam essa passagem num dos quartos do Seminário. Com o autor, o que ocorreu foi decisivo para que ele desistisse enfim da vida eclesiástica.
Dom Jaime não o molestou sexualmente, mas o assédio moral que Lélio Fabiano sofreu e conta em seu livro ocorreu em torno do ambiente sexista que o perseguiu durante todos os anos que passou internado. Mal iniciado o diálogo com o seminarista, o cardeal o questionou sobre sua castidade. Diante do espanto do aluno, dom Jaime acrescentou: “O senhor me confirma, ou não, que está mantendo uma amizade particular com um colega, o G, meu caro? O senhor teve atitudes libidinosas com ele, é ou não é verdade, meu caro? Até que ponto foram esses atos lascivos, meu caro?”
O seminarista não respondeu, mas queria ter dito ao cardeal que os únicos atos libidinosos e lascivos vividos no Seminário foram com padres e contra a sua vontade. Mas ele não teve coragem. Saiu do quarto e pouco depois abandonou o Seminário. Somente agora, 60 anos depois, conseguiu quebrar o silêncio que rondou o Seminário do Rio Comprido. O livro, editado pela Mazza Edições, é denso e forte. O texto é impecável, e o percurso de suas 111 páginas pode ser feito em pouco mais de uma hora de boa leitura. Fonte: https://oglobo.globo.com
*ELE VIVE EM COMUNIDADE: 2º Domingo da Páscoa – Ano C. (28 de abril-2019)
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Tema
A liturgia deste domingo põe em relevo o papel da comunidade cristã como espaço privilegiado de encontro com Jesus ressuscitado.
O Evangelho sublinha a ideia de que Jesus vivo e ressuscitado é o centro da comunidade cristã; é à volta d’Ele que a comunidade se estrutura e é d’Ele que ela recebe a vida que a anima e que lhe permite enfrentar as dificuldades e as perseguições. Por outro lado, é na vida da comunidade (na sua liturgia, no seu amor, no seu testemunho) que os homens encontram as provas de que Jesus está vivo.
EVANGELHO (JO 20, 19-31): ATUALIZAÇÃO
A comunidade cristã gira em torno de Jesus, constrói-se à volta de Jesus e é d’Ele que recebe vida, amor e paz. Sem Jesus, estaremos secos e estéreis, incapazes de encontrar a vida em plenitude; sem Ele, seremos um rebanho de gente assustada, incapaz de enfrentar o mundo e de ter uma atitude construtiva e transformadora; sem Ele, estaremos divididos, em conflito e não seremos uma comunidade de irmãos… Na nossa comunidade, Cristo é verdadeiramente o centro? É para Ele que tudo tende e é d’Ele que tudo parte?
A comunidade tem de ser o lugar onde fazemos, verdadeiramente, a experiência de Jesus ressuscitado. É nos gestos de amor, de partilha, de serviço, de encontro, de fraternidade, que encontramos Jesus vivo, a transformar e a renovar o mundo. É isso que a nossa comunidade testemunha? Quem procura Cristo encontra-O em nós?
Não é em experiências pessoais, íntimas, fechadas, egoístas que encontramos Jesus ressuscitado; mas encontramo-lo no diálogo comunitário, na Palavra partilhada, no pão repartido, no amor que une os irmãos em comunidade de vida. O que é que significa, para mim, a Eucaristia?
*LEIA A REFLEXÃO NA ÍNTEGRA. CLIQUE AO LADO NO LINK- Evangelho do dia.
2° Domingo da Páscoa: Ninguém resiste a um gesto de amor.
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Frei Jorge Van Kampen, Carmelita. In Memoriam. (*17/04/1932 + 08/08/2013)
Cada pessoa humana, de vez em quando, é confrontado com perguntas acerca da vida e da morte: perguntas em torno da morte depois da vida, e a vida após a morte. São perguntas difíceis de responder, porque a nossa inteligência não consegue a entender, e a nossa fantasia só chega a fazer exageros.
A Bíblia e a Igreja fazem um apelo a nós para crer na vida depois da morte, mas como será ninguém nos conta, e - como diz o povo – ninguém voltou para cá para nos contar como será isto. Não há mistério, que exige tanta fé, que o mistério da Ressurreição, mesmo assim Paulo, coloca a Ressurreição como ponto da nossa fé. “Porque se os mortos não ressuscitam,” escreve ele, também Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, a fé não vale nada, e continuamos perdidos nos nossos pecados “(1 Cor. 15, 16 e 55). Para saborear o artigo da Fé”: Creio na Ressurreição da carne e na vida eterna: Precisamos meditar sobre isto.
Reflexão.
Quem deixa tocar seu coração, já está comprometido. Diante do desafio arregaça as mangas, diante da alegria e dança, diante da dor que comove. É o sentimento, que abre o coração, cativa à vontade e envolve a pessoa. O que toca o sentimento? Pode ser um olhar, um gesto, uma palavra..., desde que haja um clima, que os faça caminhar seguro aos sentimentos. Mas vejamos como tudo começou; À tardinha, já estava escuro, numa sala, de portas fechadas, estavam os apóstolos com muito medo no coração. Jesus não se escandaliza com a fraqueza humana e se coloca no meio deles. Sentiu a covardia deles, na hora do aperto, mas conhecia o carinho, que lhe devotaram. Jesus não recrimina os discípulos. Oferece a Paz. Eles esperavam tudo menos a saudação da Paz. Parecia um sonho.
Tomé foi o único, que não foi tocado por Jesus. Por isso resiste. Mas basta a presença amiga de Jesus e Tomé se rende. Ninguém resiste a um gesto de amor. Quem se deixa tocar por esta Paz, só pode perguntar: “Senhor, que queres, que eu faço?” E Jesus responde: “Como o Pai me enviou, assim Eu te envio também!”
Resposta à Palavra de Deus.
Assim como na criação do homem Deus, por um supro infundiu vida ao homem. È a vida Cristã. Esta vida é um compromisso com Cristo, de imitá-lo e difundir a Sua Palavra.
DOMINGO, 28: Reflexão para o II Domingo de Páscoa
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O Senhor morreu e ressurgiu para a nossa alegria, para a nossa felicidade ainda neste mundo, por isso o dom da paz, o dom do perdão dos pecados, o dom do Espírito.
Padre César Augusto dos Santos - Cidade do Vaticano
No início do Evangelho de hoje, que nos relata o cair da tarde no domingo da ressurreição, os discípulos estão amedrontados e se encontram reunidos a portas fechadas. Nada adiantou os relatos daqueles que tiveram a experiência do Cristo Ressuscitado, mas o receio, o medo da morte falava mais alto.
Nesse ambiente o Senhor lhes aparece e lhes dá a paz. Em seguida, para confirmar sua ressurreição, lhes mostra as marcas da paixão em seu corpo. Como sempre, nas aparições após a ressurreição, o Senhor lhes dá a missão de anunciar sua vitória sobre a morte e, agora, lhes dá uma missão até então não conferida: com a efusão do Espírito Santo lhes dá o poder de perdoar os pecados!
O Senhor morreu e ressurgiu para a nossa alegria, para a nossa felicidade ainda neste mundo, por isso o dom da paz, o dom do perdão dos pecados, o dom do Espírito.
Contudo, na comunidade reunida, falta alguém – Tomé. Por que será que o autor do quarto evangelho relata essa ausência de Tomé. Para criticá-lo? Certamente não! Não havia motivo para isso. João aproveita esse episódio para fortalecer nossa fé na ressurreição de Jesus.
Como vimos nos relatos anteriores, apesar de Jesus ter prevenido seus discípulos sobre a sua ressurreição, eles não creram, nem mesmo após o testemunho da Maria Madalena e dos dois de Emaús. Assim também aconteceu com a primeira Comunidade cristã e para muitos de nós.
Por isso, João escreve no final do Evangelho: “Isto foi escrito para que vocês acreditem que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenham a vida em seu nome”.
Muitos desejam ver para crer. Contudo, Jesus ressuscitado não pode ser visto com nossos olhos, tocado com nossas mãos, mas apenas é visto e tocado com nossa fé! Se eu vejo, se toco, não preciso ter fé, pois vi e toquei! É aceitar o evidente! Mas o que não vi e nem toquei e, mesmo assim, acredito que exista, isso é fé. À exclamação de Tomé “Meu Senhor e meu Deus!”, Jesus reage: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” Isso supõe uma fé genuína, pura. Acreditar somente na palavra de Jesus, por crer em Jesus!
Hoje o Senhor também solicita nossa resposta de amor ao seu Amor. Ele nos ama e está sempre ao nosso lado. Tenhamos para com nosso Senhor um relacionamento afetivo, ele é o nosso maior amigo, é o nosso Senhor e nosso Deus! Fonte: www.vaticannews.va
Sábado, 27 de abril-2019. Oitava da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que pela riqueza da vossa graça multiplicai os povos que creem em vós, contemplai solícitos aqueles que escolhestes e dai aos que renasceram pelo batismo a veste da imortalidade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo..
2) Leitura do Evangelho (Marcos 16, 9-15)
9Ressuscitado na madrugada do primeiro dia depois do sábado, Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena, de quem tinha expulsado sete demônios. 10Ela foi anunciar o fato aos seguidores de Jesus, que estavam de luto e choravam. 11Quando ouviram que ele estava vivo e tinha sido visto por ela, não acreditaram. 12Depois disso, Jesus apareceu a dois deles, sob outra aparência, enquanto estavam indo para o campo. 13Eles contaram aos outros. Também não acreditaram nesses dois. 14Por fim, Jesus apareceu aos onze discípulos, enquanto estavam comendo. Ele os criticou pela falta de fé e pela dureza de coração, porque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado. 15E disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura!
3) Reflexão
O evangelho de hoje faz parte de uma unidade literária mais ampla (Mc 16,9-20) que traz uma lista ou um resumo de várias aparições de Jesus: (1) Jesus aparece a Maria Madalena, mas os discípulos não aceitam o testemunho dela (Mc 16,9-11); (2) Jesus aparece a dois discípulos, mas os outros não creram no testemunho deles (Mc 16,12-13); (3) Jesus aparece aos Onze, critica a falta de fé e dá ordem de anunciar a Boa Nova a todos (Mc 16,14-18); (4) Jesus sobe ao céu e continua cooperando com os discípulos (Mc 16,19-20).
Além desta lista de aparições do evangelho de Marcos, existem outras listas de aparições que nem sempre coincidem entre si. Por exemplo, a lista conservada por Paulo na carta aos Coríntios é bem diferente (1 Cor 15,3-8). Esta variedade mostra que, inicialmente, os cristãos não se preocupavam em provar a ressurreição por meio das aparições. Para eles a fé na ressurreição era tão evidente e tão vivida, que não havia necessidade de prova. Uma pessoa que toma banho de sol na praia não se preocupa em provar que o sol existe. Ela mesma, bronzeada, é a prova viva de que o sol existe. As comunidades, elas mesmas, existindo no meio daquele império imenso, eram uma prova viva da ressurreição. As listas das aparições começam a aparecer mais tarde, na segunda geração, para rebater as críticas dos adversários.
Marcos 16,9-11: Jesus aparece a Maria de Mágdala, mas os outros discípulos não creram nela. Jesus aparece primeiro a Maria Madalena. Ela foi anunciá-lo aos outros. Para vir ao mundo, Deus quis depender do sim de uma jovem de 15 ou 16 anos, chamada Maria, lá de Nazaré (Lc 1,38). Para ser reconhecido como vivo no meio de nós, quis depender do anúncio de uma moça que tinha sido libertada de sete demônios, também chamada Maria, lá de Mágdala! (Por isso, era chamada Maria Magdalena). Mas os outros não acreditaram nela. Marcos diz que Jesus apareceu primeiro a Madalena. Na lista das aparições, transmitida na carta aos Coríntios (1 Cor 15,3-8), já não constam as aparições de Jesus às mulheres. Os primeiros cristãos tiveram dificuldade de crer no testemunho das mulheres. É pena!
Marcos 16,12-13: Jesus aparece a dois discípulos, mas os outros não creram neles. Sem muitos detalhes, Marcos se refere a uma aparição de Jesus a dois discípulos, “enquanto estavam a caminho do campo”. Trata-se, provavelmente, de um resumo da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús, narrada por Lucas (Lc 24,13-35). Marcos insiste em dizer que “os outros não acreditaram nem mesmo nestes”.
Marcos 16,14-15: Jesus critica a incredulidade e manda anunciar a Boa Nova a todas as criaturas. Por fim, Jesus aparece aos onze discípulos e os repreende por não terem acreditado nas pessoas que o tinham visto ressuscitado. Novamente, Marcos se refere à resistência dos discípulos em crer no testemunho daqueles e daquelas que experimentaram a ressurreição de Jesus. Por que será? Provavelmente, para ensinar três coisas. Primeiro, que a fé em Jesus passa pela fé nas pessoas que dão testemunho dele. Segundo, que ninguém deve desanimar, quando a dúvida e a descrença nascem no coração. Terceiro, para rebater as críticas dos que diziam que cristão é ingênuo e aceita sem crítica qualquer notícia, pois os onze discípulos tiveram muita dificuldade em aceitar a verdade da ressurreição!
O evangelho de hoje termina com o envio: “Ide pelo mundo inteiro e proclamai a Boa Nova a toda criatura!” Jesus lhes confere a missão de anunciar a Boa Nova a toda a criatura.
4) Para um confronto pessoal
1) Maria Madalena, os dois discípulos de Emaús e os onze discípulos: quem é que teve maior dificuldade em crer na ressurreição? Por que? Eu me identifico com qual deles?
2) Quais são os sinais que mais convencem as pessoas da presença de Jesus no nosso meio?
5) Oração final
O SENHOR é justo em todos os seus caminhos, santo em todas as suas obras. O SENHOR está perto de todos os que o invocam, dos que o invocam de coração sincero. (Sl 144, 17-18)
Sexta-feira, 26 de abril-2019. Oitava da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, que no Sacramento pascal restaurastes vossa aliança, reconciliando convosco a humanidade, concedei-nos realizar em nossa vida o mistério que celebramos na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 21, 1-14)
Naquele tempo, 1Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Gêmeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos dele. 3Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Nós vamos contigo”. Saíram, entraram no barco, mas não pescaram nada naquela noite. 4Já de manhã, Jesus estava aí na praia, mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5Ele perguntou: “Filhinhos, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”. 6Ele lhes disse: “Lançai a rede à direita do barco e achareis”. Eles lançaram a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7Então, o discípulo que Jesus mais amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu e arregaçou a túnica (pois estava nu) e lançou-se ao mar. 8Os outros discípulos vieram com o barco, arrastando as redes com os peixes. Na realidade, não estavam longe da terra, mas somente uns cem metros. 9Quando chegaram à terra, viram umas brasas preparadas, com peixe em cima e pão. 10Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”. 11Então, Simão Pedro subiu e arrastou a rede para terra. Estava cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rasgou. 12Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. 13Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu a eles. E fez a mesma coisa com o peixe. 14Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.
3) Reflexão
O Capítulo 21 do evangelho de São João parece um apêndice que foi acrescentado mais tarde depois que o evangelho já estava terminado. A conclusão do capítulo anterior (Jo 20,30-31) ainda deixa perceber que se trata de um acréscimo. De qualquer maneira, acréscimo ou não, é Palavra de Deus que traz uma bonita mensagem de ressurreição para esta sexta-feira da semana de Páscoa.
João 21,1-3: O pescador de homens volta a ser pescador de peixes. Jesus morreu e ressuscitou. No fim daqueles três anos de convivência com Jesus, os discípulos voltaram para a Galileia. Um grupo deles está de novo diante do lago. Pedro retoma o passado e diz: “Eu vou pescar!” Os outros disseram: “Nós vamos com você!” Assim, Tomé, Natanael, João e Tiago junto com Pedro saíram de barco e foram pescar. Retomaram a vida do passado como se nada tivesse acontecido. Mas algo aconteceu. Algo estava acontecendo! O passado não voltou! “Não pagaram nada!” Voltaram à praia cansados. Foi uma noite frustrante.
João 21,4-5: O contexto da nova aparição de Jesus. Jesus estava na praia, mas eles não o reconheceram. Jesus pergunta: “Moços, por acaso vocês alguma coisa para comer?” Responderam: “Não!” Na resposta negativa reconheceram que a noite tinha sido frustrante e que não pescaram nada. Eles tinham sido chamados para serem pescadores de homens (Mc 1,17; Lc 5,10), e voltaram a ser pescadores de peixes. Mas algo mudou em suas vidas! A experiência de três anos com Jesus provocou neles uma mudança irreversível. Já não era possível voltar para atrás como se nada tivesse acontecido, como se nada tivesse mudado.
João 21,6-8: Lancem a rede do lado direito do barco e vocês vão encontrar. Eles fizeram algo que, provavelmente, nunca tinham feito na vida. Cinco pescadores experimentados obedecem a um estranho que mandou fazer algo que contrastava com a experiência deles. Jesus, aquela pessoa desconhecida que estava na praia, mandou que jogassem a rede do lado direito do barco. Eles obedeceram, jogaram a rede, e foi um resultado inesperado. A rede ficou cheia de peixes! Como era possível! Como explicar esta surpresa fora de qualquer previsão? O amor faz descobrir. O discípulo amado diz: “É o Senhor!” Esta intuição clareou tudo. Pedro se jogou na água para chegar mais depressa perto de Jesus. Os outros discípulos vieram mais devagar com o barco arrastando a rede cheia de peixes.
João 21,9-14: A delicadeza de Jesus. Chegando em terra, viram que Jesus tinha aceso umas brasas e que estava assando peixe e pão. Ele pediu que trouxessem mais uns peixes. Imediatamente, Pedro subiu no barco, arrastou a rede com cento e cinquenta e três peixes. Muito peixe, e a rede não se rompeu. Jesus chamou a turma: “Venham comer!” Ele teve a delicadeza de preparar algo para comer depois de uma noite frustrada sem pescar nada. Gesto bem simples que revela algo do amor com que o Pai nos ama. “Quem vê a mim vê o Pai” (Jo 14,9). Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. E evocando a eucaristia, o evangelista João completou: “Jesus se aproximou, tomou o pão e distribuiu para eles”. Sugere assim que a eucaristia é o lugar privilegiado para o encontro com Jesus ressuscitado.
4) Para um confronto pessoal
1) Já aconteceu com você ter que te pediram jogar a rede do lado direito do barco da sua vida, contrariando toda a sua experiência? Você obedeceu? Jogou a rede?
2) A delicadeza de Jesus. Como é a sua delicadeza nas coisas pequenas da vida?
5) Oração final
Celebrai o SENHOR, porque ele é bom; pois eterno é seu amor. Que Israel diga: eterno é seu amor. Que a casa de Aarão diga: eterno é seu amor. Digam os que temem o SENHOR: eterno é seu amor. (Sl 117, 1-4)
Quinta-feira, 25 de abril-2019. Oitava da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que reunistes povo tão diversos no louvor do vosso nome, concedei aos que renasceram nas águas do batismo ter no coração a mesma fé e na vida a mesma caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 24, 35-48)
35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão. 36Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!” 37Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um espírito. 38Mas ele disse: “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração? 39Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um espírito não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. 40E dizendo isso, ele mostrou-lhes as mãos e os pés. 41Mas eles ainda não podiam acreditar, tanta era sua alegria e sua surpresa. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” 42Deram-lhe um pedaço de peixe assado. 43Ele o tomou e comeu diante deles. 44Depois disse-lhes: “São estas as coisas que eu vos falei quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. 45Então ele abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras, 46e disse-lhes: “Assim está escrito: o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, 47e no seu nome será anunciada a conversão, para o perdão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém. 48Vós sois as testemunhas destas coisas.
3) Reflexão
Nestes dias depois da Páscoa, os textos do evangelho relatam as aparições de Jesus. No início, nos primeiros anos depois da morte e ressurreição de Jesus, os cristãos não se preocupavam em defender a ressurreição por meio das aparições. Eles mesmos, a comunidade viva, era a grande aparição de Jesus ressuscitado. Mas na medida em que cresciam as críticas dos inimigos contra a fé na ressurreição e que, internamente, surgiam críticas e dúvidas a respeito das várias funções nas comunidades (cf. 1Cor 1,12), eles começaram a lembrar as aparições de Jesus. Há dois tipos de aparições: (1) as que acentuam as dúvidas e resistências dos discípulos em crer na ressurreição, e (2) as que chamam a atenção para as ordens de Jesus aos discípulos e discípulas conferindo-lhes alguma missão. As primeiras respondem às críticas vindas de fora. Elas mostram que os cristãos não são pessoas ingênuas e crédulas que aceitam qualquer coisa. Pelo contrário. Eles mesmos tiveram muitas dúvidas em crer na ressurreição. As outras respondem às críticas de dentro e fundamentam as funções e tarefas comunitárias não nas qualidades humanas sempre discutíveis, mas sim na autoridade e nas ordens recebidas do próprio Jesus ressuscitado. A aparição de Jesus narrada no evangelho de hoje combina os dois aspectos: as dúvidas dos discípulos e a missão de anunciar e perdoar recebida de Jesus.
Lucas 24,35: O resumo de Emaús. De retorno a Jerusalém, os dois discípulos encontram a comunidade reunida e comunicam a experiência que tiveram. Narram o que aconteceu no caminho e como reconheceram Jesus na fração do pão. A comunidade reunida, por sua vez, comunica a eles como Jesus aparecera a Pedro. Foi uma partilha mútua da experiência de ressurreição, como até hoje acontece quando as comunidades se reúnem para partilhar e celebrar sua fé, sua esperança e seu amor.
Lucas 24,36-37: A aparição de Jesus causa espanto nos discípulos. Neste momento, Jesus se faz presente no meio deles e diz: “A Paz esteja com vocês!” É a saudação mais freqüente de Jesus: “A Paz esteja com vocês!” (Jo 14,27; 16,33; 20,19.21.26). Mas os discípulos, ao verem Jesus, ficam com medo. Eles se espantam e não reconhecem Jesus. Diante deles está o Jesus real, mas eles imaginam estar vendo um espírito, um fantasma. Há um desencontro entre Jesus de Nazaré e Jesus ressuscitado. Não conseguem crer.
Lucas 24,38- 40: Jesus os ajuda a superar o medo e a incredulidade. Jesus faz duas coisas para ajudar os discípulos a superar o espanto e a incredulidade. Ele mostra as mãos e os pés, dizendo: “Sou eu!”, e manda apalpar o corpo, dizendo: “Espírito não tem carne nem osso como vocês estão vendo que eu tenho!” Jesus mostra as mãos e os pés, porque é neles que estão as marcas dos pregos (cf. Jo 20,25-27). O Cristo ressuscitado é Jesus de Nazaré, o mesmo que foi morto na Cruz, e não um Cristo fantasma como imaginavam os discípulos ao vê-lo. Ele mandou apalpar o corpo, porque a ressurreição é ressurreição da pessoa toda, corpo e alma. A ressurreição não tem nada a ver com a teoria da imortalidade da alma, ensinada pelos gregos.
Lucas 24,41-43: Outro gesto para ajuda-los a superar a incredulidade. Mas não bastou. Lucas diz que por causa de tanta alegria eles não podiam crer. Jesus pede que lhe dêem algo para comer. Eles deram um pedaço de peixe e ele comeu diante deles, para ajuda-los a superar a dúvida.
Lucas 24,44-47: Uma chave de leitura para compreender o sentido novo da Escritura. Uma das maiores dificuldades dos primeiros cristãos era aceitar um crucificado como sendo o messias prometido, pois a própria lei de Deus ensinava que uma pessoa crucificada era “um maldito de Deus” (Dt 21,22-23). Por isso, era importante saber que a própria Escritura já tinha anunciado que “o Cristo devia sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia e que em seu nome fosse proclamado o arrependimento para o perdão dos pecados a todas as nações”. Jesus mostrou a eles como isto já estava escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos. Jesus ressuscitado, vivo no meio deles, se torna a chave para abrir o sentido total da Sagrada Escritura.
Lucas 24,48: Vocês são testemunhas disso. Nesta ordem final está toda a missão das comunidades cristãs: ser testemunha da ressurreição, para que se torne manifesto o amor de Deus que nos acolhe e nos perdoe, e quer que vivamos em comunidade como seus filhos e filhas, irmãos e irmãs uns dos outros.
4) Para um confronto pessoal
1) Às vezes, a incredulidade e a dúvida se aninham no coração e procuram enfraquecer a certeza que a fé nos dá a respeito da presença de Deus em nossa vida. Você já viveu isto alguma vez? Como o superou?
2) Ser testemunha do amor de Deus revelado em Jesus é a nossa missão, a minha missão. Será que eu sou?
5) Oração final
Ó SENHOR, nosso Deus, como é glorioso teu nome em toda a terra! Sobre os céus se eleva a tua majestade! Que coisa é o homem, para dele te lembrares, que é o ser humano, para o visitares? (Sl 8, 2.5)
Teologia de Joseph Ratzinger: 2º Simpósio Internacional.
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O 11º volume das “Obras completas de Joseph Ratzinger”: “Teologia da Liturgia – O fundamento sacramental da existência cristã”, do prefeito emérito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Gerhard Muller, será lançado no dia 25 de abril, às 15h, na sede da Arquidiocese do Rio. O livro também será lançado na PUC-RS, em Porto Alegre (RS), e na PUC-SP, em São Paulo (SP).
O lançamento ocorrerá durante o 2º Simpósio Internacional “O fundamento sacramental da existência cristã”: A teologia litúrgica e sacramental de Joseph Ratzinger. O evento, da Sociedade Ratzinger Brasil, em colaboração com a Cátedra Joseph Ratzinger e com o apoio da Arquidiocese do Rio, ocorrerá nos dias 25 e 26 de abril, respectivamente, na sede da arquidiocese, na Glória, e no auditório da Pastoral Universitária da PUC-Rio, na Gávea.
Simpósio
No primeiro dia do simpósio, 25 de abril, o evento acontecerá a partir das 14h, no 2° andar do Edifício São João Paulo II, com a presença do Cardeal Müller, editor da Coleção das Obras completas de Joseph Ratzinger em alemão. Já no dia 26, às 7h45, será celebrada uma missa, que dará início às atividades do segundo dia, na Pastoral Universitária da PUC-Rio, onde será sediado esse segundo dia do encontro. O evento terá conferências de importantes nomes da teologia e apresentações de pesquisas de alunos da área, além de debates.
A comissão organizadora tem como presidentes monsenhor Antonio Luiz Catelan Ferreira e o bispo auxiliar Dom Joel Portella Amado. Ambos têm importantes trabalhos realizados na área da Doutrina da Fé.
Segundo monsenhor Catelan, o simpósio também está relacionado com o lançamento do livro. “A vinda do cardeal Müller ao Brasil tem como finalidade o lançamento desse volume das obras de Ratzinger. Ele passará por Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Aparecida (SP). Ele vem a convite da Sociedade Ratzinger Brasil”, explicou.
Segundo ele, o fato de a PUC-Rio ter uma cátedra – uma instituição interna – em homenagem a Joseph Ratzinger, criada em 2012, permite que ela ofereça, através da cátedra, o apoio logístico para a realização de alguns desses eventos, sobretudo a do simpósio. “A relação entre todos esses eventos, em várias cidades, são a figura de Ratzinger e a vinda de Müller ao Brasil. O cardeal foi escolhido pelo próprio Bento XVI para organizar a publicação de suas obras”, contou monsenhor Catelan.
Obras completas de Ratzinger
Monsenhor Catelan contou que ao longo de aproximadamente 50 anos, Joseph Ratzinger publicou artigos, pequenos volumes, alguns livros completos, juntou artigos, fazendo pequenas coletâneas e publicando livros em diversas partes do mundo, em diferentes revistas, jornais e outras publicações.
Por ele ser um dos maiores teólogos do século XX e do início do século XXI, muitas pessoas pediram que organizassem essas publicações, como é costume fazer para filósofos, teólogos ou cientistas: se reúnem todas as obras, organizadas por temas, para melhor acessibilidade. Assim, as pessoas conseguem encontrar todas as informações sobre um determinado assunto em um só volume.
Dessa forma, as obras de Ratzinger foram organizadas em 16 volumes, sendo alguns deles em dois tomos – divisões editoriais. “De um modo simples se tem, ao todo, 21 volumes, cada um com entre 700 e mil páginas”, afirmou o organizador. Fonte:
O volume 11 é o primeiro a ser publicado. Ratzinger não pediu que os volumes fossem publicados por ordem temática, mas, sim, quis que o núcleo fundamental do pensamento dele, a Liturgia, fosse lançado primeiro. Por isso, o 11º volume será lançado antes dos demais.
“Ele confiou esse trabalho científico de organização e publicação ao então bispo Dom Müller, que era o bispo de Ragensburg, na Alemanha. Futuramente, tornou-se cardeal e prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé – hoje é emérito – e continuou o trabalho. Para isso, criou uma fundação, chamada Instituto Papa Bento XVI. Ele possui uma equipe coletando e organizando esse material, mas o responsável final é ele mesmo. Por isso que, para o lançamento desse volume, ele virá apresentar a obra e esclarecer critérios editoriais”, pontuou monsenhor Catelan.
Evento
O Simpósio é destinado a professores, pesquisadores e alunos de pós-graduação e graduação da área de ciências da religião e teologia e a todos os interessados em refletir e se aprofundar na teologia e na atuação eclesial de Joseph Ratzinger (Bento XVI). O evento tem abrangência internacional. Para mais informações consulte o site http://www.sociedaderatzingerbrasil.com.br/.
As inscrições ainda estão abertas, através do link https://www.sympla.com.br/ii-simposio-internacional-de-estudos-ratzingerianos__483756 ou do e-mail Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar..
Fonte: http://arqrio.org
Olhe para o altar: onde estão as mulheres? Artigo de Phyllis Zagano
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Se você teve a oportunidade de participar dos ritos da Semana Santa pessoalmente ou por meio da televisão – e eu espero que você tenha participado –, provavelmente você percebeu que, quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem as mesmas. É uma Igreja de homens. O comentário é da teóloga estadunidense Phyllis Zagano, pesquisadora da Hofstra University, em Hempstead, Nova York, em artigo publicado por National Catholic Reporter, 22-04-2019. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Os clérigos – todos paramentados – estão no presbitério ou, pelo menos, lá na frente. O resto de nós está longe. Manter os fiéis à distância era um marco do catolicismo medieval, tanto que São Francisco de Assis tentou fazer algo a respeito disso. Incapaz de aproximar as pessoas da celebração, ele lhes deu o Evangelho. Sua atitude, ainda florescendo no mundo, ajuda os fiéis a assimilarem a desconfortável verdade: eles não podem estar perto do sagrado. Especialmente as mulheres.
A liturgia demonstra a colisão entre o real e o irreal, entre a verdade e o modo como a Igreja trata as mulheres. Ah, você pode dizer, na minha paróquia nós temos meninas e meninos como coroinhas. Temos homens e mulheres como leitores e como ministros extraordinários da Eucaristia.
Tudo bem, isso é na sua paróquia. Mas olhe ao redor do país e ao redor do mundo, e você encontrará cada vez mais paróquias instalando gradis no altar, e cada vez menos, se é que elas existem, removendo-os. É a mesma coisa nas catedrais diocesanas.
Há muitos anos, eu ouvi uma professora de liturgia chamar o gradil do altar de “cerca”. Ela tem razão. Quando a “cerca” não é suficiente, geralmente em uma grande celebração como a Missa Crismal ou a Vigília Pascal, os seminaristas podem formar um muro com tochas entre o povo e o altar durante a oração eucarística. Eu até vi membros militares parados lá – na festa de São Patrício em Waterford, na Irlanda!
É um sentimento desconfortável, especialmente para as mulheres, ser “cercado” do lado de fora da celebração eucarística. Sim, as mulheres – e os homens – podem receber a comunhão em qualquer missa, mas a distância entre o povo de Deus e o altar aumenta exponencial e simbolicamente quando dezenas ou centenas de bispos, padres e diáconos formam uma guarda armada virtual, com ou sem tochas.
É assim mesmo, você pode dizer. Sim, é assim mesmo. Mas pense sobre o que isso parece. Imagine uma foto da missa da Vigília Pascal na Basílica de São Pedro, ou mesmo na sua própria catedral diocesana. Você vê alguma mulher? Ah, sim, ali está a mulher que leu a leitura. E não foi uma mulher que ajudou a trazer as oferendas? Mas quem mais, onde mais? Onde estão as mulheres?
Elas estão no fundo da igreja. E é bem provável que muitas das que estavam lá no ano passado foram para a Igreja Episcopal este ano. Isso não é uma ameaça. É um fato. As mulheres estão caminhando, algumas até correndo, para longe do simbolismo litúrgico alimentado por testosterona do catolicismo. Agora, já é um clichê culpar a crise sexual. É isso, mas não é só isso.
As mulheres, com os seus maridos, filhos, outros parentes e amigos, foram embora. Suas explicações são as mesmas, não importa em que língua: elas estão cansadas de serem consideradas, tanto simbólica quanto realmente, como cidadãs de segunda classe da Igreja que um dia amaram. Sua dor insuportável é profunda e é real. Elas não podem e não vão permitir que sejam tratadas assim.
Na minha paróquia é diferente, você diz? Que bom. Que a sua luz brilhe na cidade. Que ela salte por cima dos portadores de tochas e cruze a divisão clerical até o bispo. Diga a ele com que tudo isso se parece. Diga-lhe que a imagem não corresponde à história.
Diga-lhe logo, porque a história é o Evangelho; a história é sobre Jesus; a história é que as mulheres são feitas à imagem e semelhança de Deus. Lembre-lhe, se quiser e puder, que foi uma mulher quem primeiro proclamou a ressurreição. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Quarta-feira, 24 de abril-2019. Oitava da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que nos alegrais todos os anos com a solenidade da ressurreição do Senhor, concedei-nos, pelas festas que celebramos nesta vida, chegar às eternas alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 24, 13-35)
13Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos iam para um povoado, chamado Emaús, a uns dez quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. 15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16Os seus olhos, porém, estavam como vendados, incapazes de reconhecê-lo. 17Então Jesus perguntou: “O que andais conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, 18e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “És tu o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes dias?” 19Ele perguntou: “Que foi?” Eles responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo. 20Os sumos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel; mas, com tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos assustaram. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que ele está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém viu”. 25Então ele lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso para entrar na sua glória?” 27E, começando por Moisés e passando por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, as passagens que se referiam a ele. 28Quando chegaram perto do povoado para onde iam, ele fez de conta que ia adiante. 29Eles, porém, insistiram: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Ele entrou para ficar com eles. 30Depois que se sentou à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu- o e deu a eles. 31Neste momento, seus olhos se abriram, e eles o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista deles. 32Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” 33Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros discípulos. 34E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” 35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão.
3) Reflexão Luca 24,13-35
O evangelho de hoje traz o episódio tão conhecido da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús. Lucas escreve nos anos 80 para as comunidades da Grécia que na sua maioria eram de pagãos convertidos. Os anos 60 e 70 tinham sido muito difíceis. Houve a grande perseguição de Nero em 64. Seis anos depois em 70, Jerusalém foi totalmente destruída pelos romanos. Em 72, em Massada no deserto de Judá, foi o massacre dos últimos judeus revoltosos. Nesses anos todos, os apóstolos, testemunhas da ressurreição, foram desaparecendo. O cansaço ia tomando conta da caminhada. Onde encontrar força e coragem para não desanimar? Como descobrir a presença de Jesus nesta situação tão difícil? A narração da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús procura ser uma resposta para estas perguntas angustiantes. Lucas quer ensinar as comunidades como interpretar a Escritura para poder redescobrir a presença de Jesus na vida.
Lc 24,13-24: 1º Passo: partir da realidade. Jesus encontra os dois amigos numa situação de medo e de descrença. As forças de morte, a cruz, tinham matado neles a esperança. Era a situação de muita gente no tempo de Lucas e continua sendo a situação de muitos hoje em dia. Jesus se aproxima e caminha com eles, escuta a conversa e pergunta: "De que estão falando?" A ideologia dominante, isto é, a propaganda do governo e da religião oficial da época, impedia-os de enxergar. "Nós esperávamos que ele fosse o libertador, mas...". Qual é hoje a conversa do povo que sofre?
O primeiro passo é este: aproximar-se das pessoas, escutar sua realidade, sentir seus problemas; ser capaz de fazer perguntas que ajudem as pessoas a olhar a realidade com um olhar mais crítico.
Lc 24,25-27: 2º Passo: usar a Bíblia para iluminar a vida. Jesus usa a Bíblia e a história do povo de Deus para iluminar o problema que fazia sofrer os dois amigos, e para esclarecer a situação que eles estavam vivendo. Usa-a também para situá-los dentro do conjunto do projeto de Deus que vinha desde Moisés e os profetas. Ele mostra assim que a história não tinha escapado da mão de Deus. Jesus usa a Bíblia não como um doutor que já sabe tudo, mas como o companheiro que vem ajudar os amigos a lembrar o que estes tinham esquecido. Jesus não provoca complexo de ignorância nos discípulos, mas procura despertar neles a memória: “Como vocês demoram para entender o que os profetas anunciaram!”.
O segundo passo é este: com a ajuda da Bíblia, ajudar as pessoas a descobrir a sabedoria que já existe dentro delas mesmas, e transformar a cruz, sinal de morte, em sinal de vida e de esperança. Aquilo que as impedia de caminhar, torna-se agora força e luz na caminhada. Como fazer isto hoje?
- Lc 24,28-32: 3º Passo: partilhar na comunidade. A Bíblia, ela por si, não abre os olhos. Apenas faz arder o coração. O que abre os olhos e faz enxergar, é a fração do pão, o gesto comunitário da partilha, rezar juntos, a celebração da Ceia. No momento em que os dois reconhecem Jesus, eles renascem e Jesus desaparece. Jesus não se apropria da caminhada dos amigos. Não é paternalista. Ressuscitados, os discípulos são capazes de caminhar com seus próprios pés.
O terceiro passo é este: saber criar um ambiente de fé e de fraternidade, de celebração e de partilha, onde possa atuar o Espírito Santo. É ele que nos faz descobrir e experimentar a Palavra de Deus na vida e nos leva a entender o sentido das palavras de Jesus (Jo 14,26; 16,13).
- Lc 24,33-35: O resultado: Ressuscitar e voltar para Jerusalém. Os dois criam coragem e voltam para Jerusalém, onde continuavam ativas as mesmas forças de morte que tinham matado Jesus e que tinham matado neles a esperança. Mas agora tudo mudou. Se Jesus está vivo, então nele e com ele está um poder mais forte do que o poder que o matou. Esta experiência os faz ressuscitar! Realmente tudo mudou! Coragem, em vez de medo! Retorno, em vez de fuga! Fé, em vez de descrença! Esperança, em vez de desespero! Consciência crítica, em vez de fatalismo frente ao poder! Liberdade, em vez de opressão! Numa palavra: vida, em vez de morte! Em vez da má noticia da morte de Jesus, a Boa Notícia da sua Ressurreição! Os dois experimentam a vida, e vida em abundância! (Jo 10,10). Sinal do Espírito de Jesus atuando neles!
4) Para um confronto pessoal
- Os dois disseram: “Nós esperávamos, mas….!” Você já viveu uma situação de desânimo que o levou a dizer: “Eu esperava, mas...!”?
- Como você lê, usa e interpreta a Bíblia? Já sentiu arder o coração ao ler e meditar a Palavra de Deus? Lê a Bíblia sozinho ou faz parte de algum grupo bíblico?
5) Oração final
Celebrai o SENHOR, invocai seu nome, manifestai entre as nações suas grandes obras. Cantai em sua honra, tocai para ele, recordai todos os seus milagres. Gloriai-vos do seu santo nome, alegre-se o coração dos que buscam o SENHOR. (Sl 104, 1-3)
Terça-feira, 23 de abril-2019. Oitava da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que nos concedestes a salvação pascal, acompanhai o vosso povo com vossos dons celestes, para que, tendo conseguido a verdadeira liberdade, possa um dia alegra-se no céu, como exulta agora na terra. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (João 20, 11-18)
Naquele tempo, 11Maria tinha ficado perto do túmulo, do lado de fora, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se para olhar dentro do túmulo. 12Ela enxergou dois anjos, vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras”. Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Dizendo isto, Maria virou-se para trás e enxergou Jesus, de pé, mas ela não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou- lhe: “Mulher, por que choras? Quem procuras?” Pensando que fosse o jardineiro, ela disse: “Senhor, se foste tu que o levaste, dize-me onde o colocaste, e eu irei buscá-lo”. 16Então, Jesus falou: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabûni!” (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: “Não me segures, pois ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então, Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor”, e contou o que ele lhe tinha dito.
3) Reflexão
O evangelho de hoje descreve a aparição de Jesus a Maria Madalena. A morte do seu grande amigo levou Maria a uma perda do sentido da vida. Mas ela não desistiu da busca. Foi ao sepulcro para reencontrar aquele que a morte lhe tinha roubado. Há momentos na vida em que tudo desmorona. Parece que tudo acabou. Morte, desastre, doença, decepção, traição! Tantas coisas que podem tirar o chão debaixo dos pés e jogar-nos numa crise profunda. Mas também acontece o seguinte. Como que de repente, o reencontro com uma pessoa amiga pode refazer a vida e nos fazer redescobrir que o amor é mais forte do que a morte e a derrota.
O Capítulo 20 de João, além da aparição de Jesus a Madalena, traz vários outros episódios que revelam a riqueza da experiência da ressurreição: (1) do discípulo amado e de Pedro (Jo 20,1-10); (2) de Maria Madalena (Jo 20,11-18); (3) da comunidade dos discípulos (Jo 20,19-23) e (4) do apóstolo Tomé (Jo 20,24-29). O objetivo da redação do Evangelho é levar as pessoas a crer em Jesus e, acreditando nele, ter a vida (Jo 20,30-3).
Na maneira de descrever a aparição de Jesus a Maria Madalena transparecem as etapas da travessia que ela teve de fazer, desde a busca dolorosa até o reencontro da Páscoa. Estas são também as etapas pelas quais passamos todos nós, ao longo da vida, na busca em direção a Deus e na vivência do Evangelho.
João 20,11-13: Maria Madalena chora, mas busca. Havia um amor muito grande entre Jesus e Maria Madalena. Ela foi uma das poucas pessoas que tiveram a coragem de ficar com Jesus até a hora da sua morte na cruz. Depois do repouso obrigatório do sábado, ela voltou ao sepulcro para estar no lugar onde tinha encontrado o Amado pela última vez. Mas, para a sua surpresa, o sepulcro estava vazio! Os anjos perguntam: "Por que você chora?" Resposta: "Levaram meu senhor e não sei onde o colocaram!" Maria Madalena buscava o Jesus, o mesmo Jesus, que ela tinha conhecido e com quem tinha convivido durante três anos.
João 20,14-15: Maria Madalena conversa com Jesus sem reconhecê-lo. Os discípulos de Emaús viram Jesus mas não o reconheceram (Lc 24,15-16). O mesmo acontece com Maria Madalena. Ela vê Jesus, mas não o reconhece. Pensa que é o jardineiro. Como os anjos, Jesus pergunta: "Por que você chora?" E acrescenta: "A quem está procurando?" Resposta: "Se foi você que o levou, diga-me, que eu vou buscá-lo!" Ela ainda busca o Jesus do passado, o mesmo de três dias atrás. É a imagem de Jesus do passado que a impede de reconhecer o Jesus vivo, presente na frente dela.
João 20,16: Maria Madalena reconhece Jesus. Jesus pronuncia o nome: "Maria!" Foi o sinal de reconhecimento: a mesma voz, o mesmo jeito de pronunciar o nome. Ela responde: "Mestre!" Jesus tinha voltado, o mesmo que tinha morrido na cruz. A primeira impressão é que a morte foi apenas um incidente doloroso de percurso, mas que agora tudo tinha voltado a ser como antes. Maria abraça Jesus com força. Era o mesmo Jesus que ela tinha conhecido e amado. Realiza-se o que dizia a parábola do Bom Pastor: "Ele as chama pelo nome e elas conhecem a sua voz". - "Eu conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem" (Jo 10,3.4.14).
- João 20,17-18: Maria Madalena recebe a missão de anunciar a ressurreição aos apóstolos. De fato, é o mesmo Jesus, mas a maneira de ele estar junto dela já não é mais a mesma. Jesus lhe diz: "Não me segure, porque anda não subi para o Pai!" Ele vai para junto do Pai. Maria Madalena deve soltar Jesus e assumir sua missão: anunciar aos irmãos que ele, Jesus, subiu para o Pai. Jesus abriu o caminho para nós e fez com que Deus ficasse, de novo, perto de nós.
4) Para um confronto pessoal
- Você já passou por uma experiência que lhe deu um sentimento de perda e de morte? Como foi? O que foi que lhe trouxe vida nova e lhe devolveu a esperança e a alegria de viver?
- Qual a mudança que se operou em Maria Madalena ao longo do diálogo? Maria Madalena buscava Jesus de um jeito e o reencontrou de outro jeito. Como isto acontece hoje na nossa vida?
5) Oração final
Nossa alma espera pelo SENHOR, é ele o nosso auxílio e o nosso escudo. SENHOR, esteja sobre nós a tua graça, do modo como em ti esperamos. (Sl 32, 20.22)
A RESSURREIÇÃO NA LITURGIA E ESPIRITUALIDADE DOS ANTIGOS CARMELITAS-01
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Arie G. Kallenberg
A Ordem do Carmo tem tradições litúrgicas muito antigas que no correr dos séculos ficaram quase completamente esquecidas.
Uma dessas tradições é a liturgia ressurreccional que surgiu quase no mesmo tempo em que os eremitas do Monte Carmelo receberam de Santo Alberto de Jerusalém a sua Regra. É uma tradição profundamente carmelitana que teve grande influência na espiritualidade dos antigos Carmelitas.
A liturgia surgiu na Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém e foi daí levada para a Europa onde se manteve, em todo o seu esplendor, até ao Concílio de Trento após o que restaram apenas alguns elementos de menor importância que depois do Concílio Vaticano II foram completamente extintos quando a Ordem decidiu abandonar a liturgia própria.
No entanto, a semente foi lançada e a liturgia ressurreccional deixou uma marca profunda naquilo que era o mais característico e o mais privativo da Ordem: a Regra (ou foi a Regra que inspirou os Carmelitas a optarem pela liturgia ressurreccional?), as festas de Nossa Senhora, principalmente a Comemoração Solene da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo ou seja a atual festa de Nossa Senhora do Carmo, a espiritualidade da reforma de Touraine.
Talvez uma digressão pelos monumentos históricos da liturgia Carmelita nos ajude a descobrir outros aspectos do caminho espiritual carmelitano.
O princípio
Desde o princípio a liturgia dos Carmelitas estava ligada ao Rito (à Liturgia) da Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém. Durante séculos a liturgia dos Carmelitas era chamada, nos documentos oficiais da Ordem, o Rito dos Irmãos da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo de acordo com o rito da igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém. O nome já indica que havia um vínculo forte com o Santo Sepulcro de onde Jesus ressuscitou.[1]
A Ressurreição no Rito do Santo Sepulcro
Existem em Jerusalém desde há muito tempo duas igrejas, edificadas em lugares santos, a Basílica dos Mártires perto do Gólgota e, em cima do túmulo de Jesus, a Igreja do Santo Sepulcro ou seja a Igreja da Ressurreição[2]. Os serviços litúrgicos nesta igreja eram conduzidos pelos Cônegos Regulares de Santo Agostinho que vieram de França juntamente com os cruzados[3]. O seu rito era originariamente romano misturado com elementos provenientes de alguns lugares da França (Tours, Nevers, Paris)[4]. É compreensível que a proximidade dos lugares santos, nomeadamente do Santo Sepulcro de onde Cristo ressuscitou, tenha exercido grande influência na sua liturgia. A influência das circunstâncias locais manifesta-se na celebração das festas de algumas figuras bíblicas como, por exemplo, Abraão, Isaac, Jacob, bem como Zaqueu[5] e, de modo especial, nas procissões que frequentemente se realizavam na Igreja do Santo Sepulcro e no mosteiro adjacente. Nas cerimônias prestava-se muita atenção ao túmulo da Ressurreição. "Surrexit Dominus de hoc sepulcro", (O Senhor ressuscitou deste sepulcro), lemos num manuscrito litúrgico[6], usado pelos Cónegos Regulares de Santo Agostinho na Igreja do Santo Sepulcro. Todos os sábados, desde a Páscoa até ao Advento havia uma procissão solene para a Capela da Ressurreição e aos Domingos a missa principal era celebrada solenemente em honra da Ressurreição [7].
Do já citado manuscrito da Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém consta que a noite de Sábado para Domingo, desde a Páscoa até ao Advento, era dedicada à comemoração da Ressurreição. Nos Sábados, depois das primeiras vésperas, a procissão para o Santo Sepulcro dava inicio à comemoração da Ressurreição que terminava no Domingo, depois das matinas, com uma nova procissão para o Santo Sepulcro, seguida da missa solene da Ressurreição[8].
Esta liturgia inspirou os Carmelitas. Não é possível estabelecer com exatidão quando adoptaram o Rito do Santo Sepulcro de Jerusalém. No entanto, certo é que por volta do ano de 1312 Siberto de Beka, o grande liturgista da Ordem Carmelita, elaborou um Ordinário[9] em que constantemente se refere aos costumes da Igreja do Santo Sepulcro. Neste contexto fala explicitamente "do uso da Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém, aprovado pelos antigos Padres"[10]
[1] Para mais pormenores veja o meu artigo: ARIE G. KALLENBERG, The Ressurrection in the early Carmelite Liturgy and Carmelite Spirituality. Carmelus – Roma, 44(1997) fasc.1, 5-20.
[2] LOUIS VAN TONGEREN. Exaltatio crucis. Het feest van Kruisverheffing en de zingeving van het kruis in het Westen tijdens de vroege middeleeuwen. Een liturgisch-historische studie. Tilburg. University Press 1995. 27.
[3] "Postquam igitur (Godefridus Bullionis) regnum obtinuit (an.1099) paucis diebus interpositis, sicut vir religiosus erat, in his quae ad decorem domus Dei habebant respectum. solicitudinis suae coepit offerre primitias. Nam protinus in ecclesia Dominici Sepulcri et Templo Domini canonicos instituit... ordinem et institutionem servans, quas magnae et amplissimae, a piis principibus fundatae ultra montes servant ecclesiae". Cfr. Analecta Ordinis Carmelitarum. 1(1909-10) 64.
[4] P. KALLENBERG (ARIE G. KALLENBERG). Fontes liturgiae carmelitanae. Investigatio in decreta, codices et proprium sanctorum, Roma. Institutum Carmelitanum. 1962, 97-100.
[5] JAMES BOYCE. The Liturgy of the Carmelites, Carmelus 42(1995) 9.
[6] Roma, Biblioteca Vaticana, ms Barberini Lat. 659, fol. 80.
[7] EDMUND CARUANA, The ordinal of Sibert de Beka with special reference to Marian liturgical themes. An historical-liturgical-theological investigation. Roma, Anselmianum, 1976, 7-8.
[8] Roma, Biblioteca Vaticana, ms Barberini Lat. 659, fol. 76v e 78v.
[9] SIBERTO DE BEKA, Ordinaire de l'ordre de Notre Dame du Mont-Carmel/par Sibert de Beka (vers 1312): publié d'après Ie manuscrit original e collationné sur divers manuscrits e imprimés par Benedict Zimmerman O.C.D. Paris, 1910.
[10] SIBERTO DE BEKA, Ordinaire, 205: "juxta consuetudinem ecclesiae Sepulchri Jerosolymitani ab antiquis patribus approbatam".
Qual o significado da Oitava Pascal?
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Qual o significado da Páscoa para os cristãos?
*Pe. Luiz Camilo Júnior, C.Ss.R.
Com a celebração da Ressurreição do Senhor, na Vigília do Sábado Santo, entramos no Tempo Pascal, formado por sete semanas até a Solenidade de Pentecostes. Este tempo é marcado pela alegria da vida nova que recebemos de Cristo. É o tempo litúrgico mais forte do ano, pois é a passagem da morte para a Vida.
Durante o Tempo Pascal, em todas as celebrações litúrgicas, o Círio Pascal permanece aceso, pois ele representa o Cristo Ressuscitado que ilumina nossa vida, que dissipa as trevas da morte e faz resplandecer em todos nós a luz de Deus. O Círio é como essa grande coluna luminosa que nos guia para a libertação plena da vida.
Dentro do Tempo Pascal temos a Oitava de Páscoa. Como a Festa da Páscoa é o coração da nossa fé, reservam-se oito dias para celebrar solenemente a Ressurreição de Cristo. A Oitava Pascal é, portanto, os primeiros oito dias do Tempo Pascal, iniciados no domingo após a Vigília da Ressurreição.
No Tempo Pascal, os Domingos tem uma mesma unidade solene, não se diz 2º Domingo depois da Páscoa, mas se diz: Segundo Domingo da Páscoa. Por isso, na Oitava Pascal, a Igreja, comunidade do Ressuscitado, proclama solenemente: “este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos” (Sl 118, 24). O dia que o Senhor fez para nós é o dia que a vida venceu. “Na verdade, Ele não poderia estar no sepulcro, pois não pode mais haver morte onde o viver se tornou missão”.
A Oitava Pascal traz para o centro da celebração litúrgica da Igreja o mistério da Ressurreição de Jesus Cristo. A Páscoa de Jesus continua na ação da Igreja, por isso na Oitava Pascal celebramos que todo dia se tornou Domingo. Razão pela qual na Oitava Pascal se entoa o Hino de Louvor nas missas, que geralmente é cantado apenas na missa dominical, com exceção do tempo da quaresma e advento. Por isso, durante oito dias celebramos a Solenidade da Ressurreição de Jesus como se fosse um único dia - “o dia que o Senhor fez para nós!”
No passado, a Oitava Pascal era um tempo especial de contato com a fé para os que tinham sido batizados na Vigília Pascal. No batismo eles recebiam a veste branca, e essa veste era tirada no final da Oitava Pascal. Era momento para aqueles que renasceram pelo batismo poder experimentar a vida nova em Cristo.
Por isso, a Oitava Pascal convida-nos a fazer da nossa vida uma contínua Páscoa, um tempo de renovar a confiança no Senhor, colocando em suas mãos a nossa vida e o nosso destino. É um tempo para que, Ressuscitados com Cristo, aprendamos a buscar as coisas que são do alto - (Col 3,1).
*É Missionário Redentorista. Escreve sobre liturgia e espiritualidade no A12. Autor da Novena da Imaculada Conceição.
Os 3 mortos que Jesus ressuscitou – e os 3 pecadores que eles representam
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A menina abrigada na casa do pai; o filho da viúva fora de casa, mas ainda não no sepulcro; e Lázaro já sepultado
Santo Agostinho, em seu Sermão 98, nos oferece uma fascinante reflexão sobre os três mortos que Jesus ressuscitou de modo visível e os três tipos de pecadores que eles podem representar:
No Evangelho (São Lucas 7, 11-17) encontramos três mortos ressuscitados pelo Senhor de forma visível e milhares de forma invisível.
A filha do chefe da sinagoga, o filho da viúva de Naim e Lázaro são símbolo dos três tipos de pecadores ainda hoje ressuscitados pelo Senhor. A menina ainda estava em casa de seu pai; o filho da viúva não estava mais na casa da mãe, mas ainda não estava no túmulo; e Lázaro já estava sepultado.
Assim, há pessoas com o pecado dentro do coração, mas que ainda não o cometeram. Tendo consentido no pecado, ele habita na sua alma como um morto, mas que não saiu ainda porta afora. Ora, acontece com frequência aos homens esta experiência interior: depois de terem escutado a palavra de Deus, parece-lhes que o Senhor lhes diz: “Levanta-te!“. E, condenando o consentimento que haviam antes dado ao mal, retomam fôlego para viver na salvação e na justiça.
Outros, após aquele consentimento, partem para os atos, transportando assim o morto que traziam escondido no fundo do coração para expô-lo diante de todos. Deveremos deixar de ter esperança a seu respeito? Acaso não disse o Salvador ao jovem de Naim: “Eu te ordeno: Levanta-te!“? Acaso não o devolveu à mãe? O mesmo acontece a quem agiu desse modo: tocado e comovido pela Palavra da Verdade, ressuscita pela voz de Cristo e volta à vida. É verdade que ele havia dado mais um passo na via do pecado, mas não pereceu para sempre.
Já os que se embrenham nos maus hábitos a ponto de perderem a noção do próprio mal que cometem, esses procuram defender os seus maus atos e se enraivecem quando alguém os censura. A esses, esmagados pelo peso do hábito de pecar, albergam as mortalhas e os túmulos e cada pedra colocada sobre o seu sepulcro não é mais do que a força tirânica desse mau uso que lhes oprime a alma e não lhes permite nem levantar-se nem respirar.
Por isso, irmãos caríssimos, façamos de tal modo que quem vive viva e quem está morto volte à vida e faça penitência. Os que vivem conservem a vida e os que estão mortos apressem-se a ressuscitar.
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Santo Agostinho, Sermão 98
Fonte: https://pt.aleteia.org
Segunda-feira, 22 de abril-2019. Oitava da Páscoa. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que fazeis crescer a vossa Igreja dando-lhe sempre novos filhos, concedei que por toda a sua vida estes vossos servos sejam fiéis ao sacramento do batismo que receberam professando a fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 28, 8-15)
Naquele tempo, 8as mulheres saindo às pressas do túmulo, com sentimentos de temor e de grande alegria, correram para dar a notícia aos discípulos. 9Nisso, o próprio Jesus veio-lhes ao encontro e disse: “Alegrai-vos!” Elas se aproximaram e abraçaram seus pés, em adoração. 10Jesus lhes disse: “Não tenhais medo; ide anunciar a meus irmãos que vão para a Galileia. Lá me verão”. 11Quando foram embora, alguns da guarda entraram na cidade e comunicaram aos sumos sacerdotes o que tinha acontecido. 12Reunidos com os anciãos, deliberaram dar bastante dinheiro aos soldados; 13e instruíram-nos: “Contai o seguinte: ‘Durante a noite vieram os discípulos dele e o roubaram, enquanto estávamos dormindo’. 14E se isso chegar aos ouvidos do governador, nós o tranqüilizaremos, para que não vos castigue”. 15Eles aceitaram o dinheiro e fizeram como lhes fora instruído. E essa versão ficou divulgada entre os judeus, até o presente dia.
3) Reflexão
Páscoa! O evangelho de hoje descreve a experiência de ressurreição das discípulas de Jesus. No início do seu evangelho, ao apresentar Jesus, Mateus tinha dito que Jesus é Emanuel, Deus Conosco (Mt 1,23). Agora, no fim, ele comunica e amplia a mesma certeza da fé, pois proclama que Jesus ressuscitou (Mt 28,6) e que ele estará conosco sempre, até o fim dos tempos! (Mt 28,20). Nas contradições da vida, esta verdade muitas vezes é contestada. Não faltam as oposições. Os inimigos, os chefes dos judeus, se defendem contra a Boa Notícia da ressurreição e mandaram dizer que o corpo foi roubado pelos discípulos (Mt 28,11-13). Tudo isto acontece hoje. De um lado, o esforço de tanta gente boa para viver e testemunhar a ressurreição. De outro lado, tanta gente maldosa que combate a ressurreição e a vida.
No evangelho de Mateus, a verdade da ressurreição de Jesus é contada através de uma linguagem simbólica, que revela o sentido escondido dos acontecimentos. Mateus fala de tremor de terra, de relâmpagos e anjos que anunciam a vitória de Jesus sobre a morte (Mt 28,2-4). É a linguagem apocalíptica, muito comum naquela época, para anunciar que, finalmente, o mundo foi transformado pelo poder de Deus! Realizou-se a esperança dos pobres que reafirmam sua fé: “Ele está vivo, no meio de nós!”
Mateus 28,8: A alegria da Ressurreição vence o medo. Na madrugada do domingo, o primeiro dia da semana, duas mulheres foram ao sepulcro, Maria Madalena e Maria de Tiago, chamada a outra Maria. De repente, a terra tremeu e um anjo apareceu como um relâmpago. Os guardas que estavam vigiando o túmulo desmaiaram. As mulheres ficaram com medo, mas o anjo as reanimou, anunciando a vitória de Jesus sobre a morte e enviando-as a reunir os discípulos de Jesus na Galileia. É na Galiléia que eles poderão vê-lo de novo. Lá, onde tudo começou, acontecerá a grande revelação do Ressuscitado. A alegria da ressurreição começa a vencer o medo. Inicia-se o anúncio da vida e da ressurreição.
Mateus 28,9-10,: A aparição de Jesus às mulheres. As mulheres saem correndo. Dentro delas, há um misto de medo e de alegria. Sentimentos próprios de quem faz uma profunda experiência do Mistério de Deus. De repente, o próprio Jesus vai ao encontro delas e diz: “Alegrem-se!”. Elas se prostram e o adoram. É a postura de quem acredita e acolhe a presença de Deus, mesmo que ela surpreenda e ultrapasse a capacidade humana de compreensão. Agora é o próprio Jesus que dá a ordem de reunir os irmãos na Galileia: "Não tenham medo. Vão anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão".
Mateus 28,11-15: A astúcia dos inimigos da Boa Nova. A mesma oposição que Jesus encontrou em vida, aparece agora depois da sua ressurreição. Os chefes dos sacerdotes se reúnem e dão dinheiro aos guardas. Eles devem espalhar o boato de que os discípulos roubaram o corpo de Jesus e inventaram essa conversa de ressurreição. Os chefes recusam e combatem a Boa Notícia da Ressurreição. Preferem acreditar que tudo não passou de uma invenção dos discípulos e das discípulas de Jesus.
O significado do testemunho das mulheres. A presença das mulheres na morte, no enterro e na ressurreição de Jesus é significativa. Elas testemunharam a morte de Jesus (Mt 27,54-56). No momento do enterro, elas ficaram sentadas diante do sepulcro e, portanto, podiam dar testemunho do lugar onde fora colocado o corpo de Jesus (Mt 27,61). Agora, na madrugada do domingo, elas estão lá de novo. Sabem que aquele sepulcro vazio é realmente o de Jesus! A profunda experiência de morte e ressurreição que elas fizeram transformou suas vidas. Elas mesmas ressuscitaram e se tornaram testemunhas qualificadas da ressurreição nas Comunidades cristãs. Por isso, recebem a ordem de anunciar: "Jesus está vivo! Ele ressuscitou!"
4) Para um confronto pessoal
1) Qual é a experiência de ressurreição na minha vida? Existe em mim alguma força que procura combater a experiência de ressurreição? Como reajo?
2) Qual é hoje a missão da nossa comunidade como discípulos e discípulas de Jesus? De onde podemos tirar força e coragem para cumprir nossa missão?
5) Oração final
Bendigo o SENHOR que me aconselhou; mesmo de noite meu coração me instrui. Sempre coloco à minha frente o SENHOR, ele está à minha direita, não vacilo. (Sl 15, 7-8)
Páscoa é o tempo de anunciar que a morte foi vencida
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Muitas pessoas não conseguem enxergar sinais da ressurreição e de alegria em suas vidas
Por Sílvia Beatrice Genz, pastora presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
A Páscoa afirma que Deus está presente na nossa vida e que a nossa vida vai além do tempo presente.
No domingo após a crucificação e a morte de Jesus, algumas mulheres foram até o sepulcro onde o seu corpo foi guardado. Na entrada do túmulo, escavado na rocha, foi colocada uma enorme pedra. O lugar estava vigiado por soldados. Além da tristeza pela morte de Jesus, havia o medo do que poderia acontecer com as pessoas que o seguiam. Seriam elas também perseguidas?
As mulheres foram lá para levar ao Jesus morto um pouquinho do amor e da aceitação que receberam dele. O que parecia ser a despedida final, o que parecia ser a última oportunidade de estar com Jesus, foi, na verdade, um recomeço. A pedra estava removida e o corpo não estava lá. Jesus havia ressuscitado. Naquele momento, as mulheres testemunharam a derrota do poder da morte. A vida venceu!
Páscoa: festa da ressurreição, da vida, da alegria! Celebrações, reuniões em família, sorrisos, ovos de chocolate, presentes, abraços... tudo de bom! Esta poderia ser a experiência de todas as pessoas. Infelizmente, a realidade não é esta. Para muitas pessoas, o sofrimento, a pobreza, a doença, as perdas, os conflitos, causam grande tristeza. Muitas pessoas não conseguem enxergar sinais da ressurreição e de alegria em suas vidas. Não conseguem passar da quaresma para a Páscoa. Há sentimento de medo e desesperança no ar.
Seja na alegria ou na dificuldade, a Páscoa é o tempo de anunciar que a morte foi vencida. O sofrimento que Jesus Cristo experimentou e a angústia que suas discípulas e seus discípulos sentiram ficaram para trás. Inicialmente, as mulheres que testemunharam a ressurreição tiveram medo. Felizmente, elas não ficaram paralisadas pelo medo. Tiveram coragem para anunciar que Jesus vive. A fé, a alegria e a esperança daquelas mulheres estavam acima dos medos e das ameaças.
A Páscoa é festa da vida e da esperança. A Páscoa afirma que Deus está presente na nossa vida e que a nossa vida vai além do tempo presente. Páscoa é tempo de lembrar que Deus ressuscitou a Jesus Cristo e também vai nos ressuscitar. Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br
Atentado em hotéis de luxo e igrejas do Sri Lanka provoca mais de 200 mortes
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Fontes oficiais disseram que havia ao menos 27 estrangeiros entre os mortos e, por enquanto, nenhum grupo reivindicou autoria das ações
Uma série de oito explosões em hotéis de luxo e igrejas católicas durante a celebração da Páscoa no Sri Lanka deixou, até o momento, 207 mortos e mais de 450 feridos neste domingo (21). Fontes oficiais disseram que havia ao menos 27 estrangeiros entre os mortos.
Por enquanto, nenhum grupo reivindicou autoria das ações. Sete pessoas foram presas durante uma operação de captura de suspeitos em Colombo, capital comercial do país asiático, que se localiza na extremidade sul do subcontinente indiano. Dois policiais morreram na ação.
Foram atingidos quatro hotéis, três igrejas católicas e um complexo de casas. Dos oito ataques, seis aconteceram em Colombo. Os outros dois foram registrados em Katana e Batticaloa. Fonte: www.revistaforum.com.br
INCÊNDIO ATINGE IGREJA MATRIZ DA CIDADE DE MONTE SANTO, NA BAHIA
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Um incêndio atingiu a igreja matriz da cidade de Monte Santo, a cerca de 360 quilômetros de Salvador, na madrugada deste sábado (20). De acordo com informações do secretário de Agricultura, Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Ordem Pública, Zeliomar Almeida, o fogo começou por volta das 3h. Segundo ele, inicialmente os moradores tentaram apagar as chamas e usaram carros-pipas.
Os voluntários também atuaram no início do incêndio com a retirada de bancos de madeira e imagens sacras. Ainda de acordo com Zeliomar, o fogo atingiu a sacristia, cortinas e o teto da igreja. Parte do material litúrgico foi destruído. Não tinha ninguém no templo religioso quando o incêndio começou.
Segundo o secretário, quando o fogo foi controlado, parte da igreja já havia sido destruída. Os bombeiros chegaram ao local em seguida e fazem o rescaldo do incêndio na manhã deste sábado para que o fogo não recomece.
A casa paroquial, onde mora o padre, fica ao lado da igreja, mas não foi atingida. O pároco, de prenome Mauro, acompanhou todo o trabalho de combate ao fogo. Na noite de sexta-feira (19), houve atividade religiosa no templo por causa das celebrações da Semana Santa. O secretário informou ainda que os párocos da igreja vão registrar o incidente na delegacia e solicitar uma perícia para saber onde começou o fogo. Fonte: http://www.geraldojose.com.br
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