*Retiro dos Frades Carmelitas-2017: 2ª Reflexão.
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Dom Genival Saraiva de França, bispo-emérito da Diocese de Palmares- PE.
2ª Meditação: Olhar bíblico sobre a vocação
Palavra de Deus
1Rs 19, 9-12: Elias e o encontro com Deus
Lc 9,28-36: Jesus, Pedro, Tiago e João, em oração.
Texto relacionado com o conteúdo da Meditação
Palavra do Papa Francisco no encerramento do Ano da Vida consagrada:
“Obrigado por concluirmos assim, todos juntos, este Ano da Vida Consagrada. Ide em frente! Cada um de nós ocupa um lugar, desempenha uma tarefa na Igreja. Por favor, não vos esqueçais da primeira vocação, do primeiro apelo. Fazei memória! E com o mesmo amor com o qual fostes chamados, hoje o Senhor continua a interpelar-vos. Não diminuais, não abaixeis aquela beleza, aquela surpresa do primeiro chamamento. E depois continuai a trabalhar. É bom continuar. O principal é rezar. O ‘núcleo’ da vida consagrada é a oração: rezar! E assim envelhecer, mas envelhecer como o vinho bom! Digo-vos algo. Gosto muito de me encontrar com religiosas ou religiosos idosos, mas com os olhos que reluzem, porque conservam aceso o fogo da vida espiritual. Aquele fogo não se apagou, não se apagou! Ide em frente hoje, todos os dias, e continuai a trabalhar e a olhar para o porvir com esperança, pedindo sempre ao Senhor que nos mande novas vocações, de tal modo que a nossa obra de consagração possa progredir. A memória: não vos esqueçais da primeira chamada! O trabalho de todos os dias e depois a esperança de ir em frente e semear o bem, a fim de que quantos vierem atrás de nós possam receber a herança que nós lhes deixaremos. Agora, oremos a Nossa Senhora.”
Presença de Maria
“A pessoa de Maria nos remete a uma dimensão essencial do homem: a capacidade de abrir-se à Palavra de Deus e à sua verdade.” (Bento XVI)
Liturgia da Profissão/Ordenação
“Reverendo Padre [Irmão]: Nós, N. e N., tendo, pela misericórdia de Deus, tomado conhecimento da vossa Regra e convivido fraternalmente convosco um tempo de experiência, humildemente vos pedimos que nos admitais à profissão religiosa para nos consagramos ao serviço de Deus e do seu reino nesta família N (...)
Filhos [Irmãos] caríssimos: No Batismo fostes consagrados a Deus pela água e pelo Espírito. Quereis agora unir-vos mais intimamente ao Senhor por este novo título da profissão religiosa? (...) Quereis seguir a Cristo pelo caminho da perfeição e, para isso, viver em castidade por amor do reino dos céus, abraçar a pobreza voluntária, e oferecer-vos em obediência? (...)
Olhai, Senhor, para estes vossos servos, que hoje, professando os conselhos evangélicos perante a Igreja, desejam consagrar-Vos a vida, e concedei-lhes que, pelo seu modo de viver, glorifiquem o vosso nome e sirvam o mistério da redenção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.”
Questionamento/interpelação
Que interpelação lhe fazem a família carmelita e a missão que realiza na Igreja, no tocante à fidelidade à sua vocação?
Mensagem dos Santos
“Penso que, se hoje não existem vocações, ou se elas escasseiam, isto depende em parte do fato de que há demasiada riqueza, demasiado bem-estar, um nível demasiado alto não somente nas famílias, mas também na vida religiosa”. (Santa Teresa de Calcutá).
*O Retiro aconteceu na Casa de Retiros São José, em Belo Horizonte- MG. De 24-28 de julho-2017.
Inimigos demais para um papa só
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É um papa de olhar carrancudo, com um sorriso de sombrio desapontamento, aquele que, na manhã de sábado, 4 de fevereiro de 2017, olha para os romanos. Alguns bairros da capital estão cobertos de cartazes anônimos e ilegais. Nos murais, uma longa frase: “A France’, hai commissariato Congregazioni, rimosso sacerdoti, decapitato l’Ordine di Malta e i Francescani dell’Immacolata, ignorato Cardinali... ma n'do sta la tua misericordia?” [Ah, Chico, supervisionaste Congregações, removeste sacerdotes, decapitaste a Ordem de Malta e os Franciscanos da Imaculada, ignoraste Cardeais... mas onde está a tua misericórdia?”]. Quem foi? Os suspeitos vão logo em uma direção: a direita clerical, inclinada à Tradição e, às vezes, ao fascismo. São os novos fariseus, aqueles para os quais a fé é apenas a árida Doutrina, com maiúscula. A reportagem é de Fabrizio D’Esposito e Carlo Tecce, publicada por FQ Millennium, do jornal Il Fatto Quotidiano, 25-07-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Foi o próprio Papa Francisco quem os definiu assim, no dia 13 de dezembro passado, durante a meditação matinal na capela de Santa Marta: “O clericalismo na Igreja é um mal feio que tem raízes antigas e sempre tem como vítimas o ‘povo pobre e humilde’: não por acaso que o Senhor repete aos ‘intelectuais da religião’ que pecadores e prostitutas os precederão no reino dos céus”.
Clericais como os fariseus do Sinédrio que condenaram Jesus, “homens de poder” que “tiranizam o povo instrumentalizando a Lei”. A Doutrina, justamente. O papado revolucionário de Francisco cercado por inimigos: o mandato recebido do conclave para limpar a Cúria Romana dos tantos males mundanos (começando pela corrupção) provocou abalos. São muitos os “corvos”, novos e velhos, de batina ou não, que remam contra Bergoglio para forçá-lo a renunciar.
Em quase cinco anos, sobre ele, choveu de tudo: a farsa do tumor no cérebro; o segundo ato do Vatileaks; a retumbante revolta dos cardeais conservadores sobre as aberturas aos divorciados; aqueles cartazes anônimos e as orações para fazê-lo renunciar; a constante campanha de alguns meios de comunicação de direita e as resistências da Cúria Romana sobre as reformas econômicas.
Para encontrar um precedente desse tipo, é preciso voltar a mais de meio século atrás, com Paulo VI. O Papa Montini, sucessor de João XXIII, foi o epicentro do confronto pesado que se jogou sobre outra revolução: a do Concílio Vaticano II e que marcou uma divisão entre clericais e progressistas.
O Papa Roncalli morreu durante o Concílio, em 1963, e coube a Paulo VI continuar a sua obra. O peso daqueles tempos terríveis, nove anos depois, manifestou-se em uma frase montiniana que passou para a história. Ele a pronunciou no dia 29 de junho de 1972, solenidade dos Santos Pedro e Paulo, padroeiros de Roma: “A partir de alguma fissura, a fumaça de Satanás entrou no templo de Deus”.
Na época, porém, não havia a web e as redes sociais como hoje. E também por isso a batalha antifranciscana ressoa difusamente.
Voltemos ao dia 4 de fevereiro passado. O primeiro a simpatizar com os cartazes foi o historiador Roberto de Mattei, ex-conselheiro de Gianfranco Fini e animador da Fundação Lepanto. Em um artigo do dia anterior no site Corrispondenza Romana, a agência de informação que ele dirige, De Mattei antecipou as acusações contra Bergoglio que apareceriam nos muros romanos depois de algumas horas.
No dia 5 de fevereiro, depois, no jornal Il Tempo, o próprio De Mattei exalta e desclassifica os cartazes como “pasquinada” e “pungente protesto em dialeto romano”. O historiador da direita tradicionalista também se orgulha de ser um devoto discípulo do professor Plínio Corrêa de Oliveira, mais conhecido como o “doutor Plínio”, pensador católico antidemocrático e contrarrevolucionário.
Falecido em 1995, o brasileiro “doutor Plínio” promoveu a associação TFP, Tradição, Família e Propriedade, da qual nasceram os Arautos do Evangelho. Em meados de junho, o presidente dos Arautos do Evangelho renunciou do seu cargo por causa de uma investigação iniciada pelo Vaticano. Ele se chama João Scognamiglio Clá Dias.
Em um vídeo divulgado pelo site Vatican Insider, Monsenhor Clá relata a 60 sacerdotes a transcrição de um diálogo particular: entre um padre e um demônio durante um exorcismo. A reunião é de fevereiro de 2016, depois da peregrinação de Bergoglio ao México. O diabo, de acordo com o monsenhor Clá, está entusiasmado com Francisco: “Ele é meu, é meu, ele faz tudo o que eu quero, ele é um estúpido. Ele me obedece em tudo, ele ama minha glória, ele ama a honra. Não importa o que for, ele está disposto a fazer por mim. Ele é um estúpido, é uma alma estúpida. Ele me serve”. Os sacerdotes que escutam, riem convencidos.
Continua o demônio através da boca do chefe dos Arautos do Evangelho: “O papa vai morrer, ele vai escorregar e vai cair no Vaticano. O doutor Plinio está incentivando a morte do papa”.
Sob ataque
A guerra contra Francisco foi deflagrada em meados de 2015. Era o dia 21 de outubro quando o jornal Quotidiano Nazionale disparou uma farsa surpreendente: “Papa tem um tumor no cérebro”. Dez dias depois, em seguida, a Gendarmeria vaticana desmascarou os corvos do Vatileaks 2: um monsenhor espanhol que se chama Lucio Angel Vallejo Balda e uma estonteante mulher de 30 anos chamada Francesca Imaculada Chaouqui.
Desde então, o fronte anti-Bergoglio, que nos sites da direita tradicionalista é ridicularizado como um novo Lutero, uma espécie de antipapa escolhido pelo demônio em vez do Espírito Santo, é fortalecido por outros ataques, também de natureza teológica.
Uma fonte que frequenta a Casa Santa Marta conta à FQ Millennium: “Francisco está muito sereno e seguirá em frente na sua obra de limpeza e de renovação. A renúncia? Ele nunca pensou nisso, a menos que...”. A frase se interrompe. As reticências encobrem um tom, de repente, preocupado.
“A menos quê?”, perguntamos. “A menos que haja um escândalo enorme que invista contra alguma figura que goza da sua confiança. Veja, Francisco é, sim, desconfiado, mas, muitas vezes, escolhe por impulso, confiando no seu instinto, e algo pode dar errado.”
A renúncia, portanto, é o verdadeiro objetivo daqueles que, na Igreja, combate esse papa que veio “do fim do mundo”. As semelhanças com o primeiro Vatileaks são várias, mas a ratio é diferente.
O escândalo que marcou o fim do pontificado teutônico de Joseph Ratzinger começou no início 2012. O corvo da época, o mordomo “papal” Paolo Gabriele, agiu com boas intenções. Objetivo: trazer à tona as intrigas do círculo mágico relacionado com o famigerado cardeal Tarcisio Bertone e o ambicioso Georg Gänswein, e tentar salvar Bento XVI.
Mas o deslize sobre os negócios do IOR, o banco chamado de Instituto para as Obras de Religião, e sobre o poder temporal da Cúria tornou-se avalanche. Um ano depois, no dia 11 de fevereiro de 2013, Bento XVI anunciou a sua renúncia ao ministério petrino “por causa da idade avançada”.
Alguns meses antes de deixar o Palácio Apostólico, Ratzinger nomeou Gänswein prefeito da Casa Pontifícia. Por educação cristã, Bergoglio não o removeu. Mas, com uma tática, ousaríamos dizer, muito democrata-cristã, ele o deixou no dolce far niente de um cargo esvaziado pela presença discreta de Leonardo Sapienza, o governante da Casa Pontifícia. Cada dia de Francisco é supervisionado por Sapienza, não por Gänswein. Quando Bergoglio pretende se livrar de uma presença incômoda, ele sugere voltar para casa, no mínimo em oração, e abandonar a vida surreal da cidade-Estado.
A Bertone, o cardeal que mora em um apartamento do Vaticano reformado com o dinheiro do Hospital Bambino Gesù, Francisco aconselhou que passe os últimos período concedidos pelo Senhor em Valdocco, casa-mãe de Dom Bosco, o verdadeiro lar de um verdadeiro salesiano.
Para Gänswein, ao contrário, como confirmado por dois importantes prelados à FQ Millennium, Bergoglio previu uma diocese na Alemanha: “Mas os bispos alemães concordam?”, pergunta retoricamente um colaborador de Bergoglio. Não, é claro que não. Os alemães, liderados pelo cardeal progressista Reinhard Marx, preferem que Gänswein fique em Roma ao lado do seu amigo Gerhard Ludwig Müller.
O nome de Müller é sempre citado pelos biógrafos de Bergoglio para indicar um acérrimo inimigo que dominava a partir do Santo Ofício, a atual Congregação para a Doutrina da Fé. Müller é contraposto ao idoso cardeal Walter Kasper, que compartilha plenamente as aberturas de Bergoglio aos divorciados, aos homossexuais, aos últimos da sociedade, aos quais as portas do Senhor não devem ser fechadas na cara.
Velhos e novos inimigos
Para alimentar o confronto totalmente alemão e totalmente papal, defende-se que Müller é um pupilo de Ratzinger. Na realidade, Bento queria enviá-lo para o Arquivo Secreto vaticano, rodeado pelos livros, certamente, mas inócuo. Ao contrário, Müller ansiava por ressaltar os seus dissabores em relação à Secretaria de Estado, onde Bergoglio colocou o ex-núncio Pietro Parolin, determinante para aumentar o papel do Vaticano no exterior, da resolução de paz na Colômbia com as Farc ao retorno dos Estados Unidos à Cuba ainda castrista.
Francisco e o cardeal Müller
Algumas semanas atrás, Müller convocou ao seu escritório quatro assistentes no predicado de receber uma promoção da Secretaria de Estado, que, porém, concedeu apenas duas. Por decoro, geralmente, informam-se os promovidos e não os rejeitados, mas o alemão trabalhou para agravar as distâncias, não para debelar os ressentimentos. Na Secretaria de Estado, porém, especialmente entre as segundas hierarquias, “uma aglomeração do clero com os leigos que seguem e executam” (citação de uma fonte nossa), encalham-se as iniciativas do Papa Francisco. Como a seção Migrantes e Refugiados do dicastério para o Serviço ao Desenvolvimento Humano Integral, que Bergoglio instituiu há alguns meses, pondo no centro o símbolo da piedade no mar, um colete salva-vidas laranja.
O movimento perpétuo de desistência dentro da Cúria também sancionou o maior fracasso do pontificado: a reforma da economia com a bússola da transparência. O cardeal George Pell, enfraquecido pela acusação de ter encoberto abusos na sua ex-diocese na Austrália, tinha que liderar a bolsa do Vaticano na Secretaria para a Economia, mas se encontrou alvejado pelas revelações da investigação australiana, dos livros do Vatileaks 2, que esboçaram o perfil de um gastador com tendência ao luxo, dominado pelo colega Domenico Calcagno, resíduo da época de Bertone, chefe da riquíssima APSA, o órgão que administra o patrimônio da Sé Apostólica.
Cardeal Pell e Francisco
Pell limitou-se à “compilação da folha de pagamento”, como repetem as nossas fontes, e não condicionou as estratégias de Calcagno, um cardeal da Ligúria colecionador de pistolas. Para conter Calcagno, em meados de 2013, Bergoglio enviou à APSA o Mons. Mauro Rivella, delegado para a seção ordinária da estrutura: “Eu espero que haja alguém honesto lá”, suspira um expoente da Cúria próximo de Francisco.
Outro aspecto desse confronto é muito recente. Com um comunicado de três linhas, no dia 20 de junho, o Vaticano anunciou a demissão de Libero Milone, nomeado há dois anos como auditor-geral das contas pelo Papa Francisco.
Milone fracassou: não conseguiu coordenar e sondar as despesas da cidade-Estado, como prova dos contrastes incuráveis entre a Secretaria para a Economia de Pell e a APSA de Calcagno. Depois da denúncia de Milone pela violação do seu computador no escritório vaticano, foi iniciada a investigação dos gendarmes que resultou no Vatileaks 2. Agora, o adeus do ex-chefe da Deloitte pode muito bem se tornar o prólogo do Vatileaks 3.
O emaranhado do antibergoglismo também se apoia em sites, blogs e jornais como Libero, Il Giornale, Il Tempo e Il Foglio. E reúne assinaturas de autoridade, horrorizadas com o novo curso franciscano em matéria de Doutrina e Liturgia: o escritor Antonio Socci; os vaticanistas Sandro Magister, Marco Tosatti e Aldo Maria Valli; outros ensaístas e colunistas como Riccardo Cascioli, Vittorio Messori e Rino Cammilleri.
Os pontos de referência dessa galáxia minoritária são os quatro cardeais que redigiram as fatídicas Dubia, plural latino de dúvidas. Os seus nomes, em ordem alfabética: Walter Brandmüller, Raymond Leo Burke, Carlo Caffarra e Joachim Meisner.
As Dubia foram entregues a Francisco no dia 19 de setembro de 2016 e contestam, fundamentalmente, as aberturas aos divorciados em segunda união por parte da Amoris laetitia, a exortação apostólica que Bergoglio publicou depois do Sínodo sobre a família. O papa nunca respondeu, e, em janeiro deste ano, o cardeal Burke até ameaçou um ato formal de correção do grave erro do pontífice. Para Burke, o Papa Francisco pode até ser acusado de “heresia formal”, que o faria decair automaticamente do ministério petrino.
Renúncia, decadência, morte. São as estradas percorridas por aquela Igreja que quer se livrar de Bergoglio.
A esperança da morte volta nas palavras de Dom Luigi Negri, ex-bispo de Ferrara. No dia 28 de outubro de 2015, em um trem Frecciarossa que partiu da estação de Roma Termini, o prelado está ao telefone com Renato Farina, assinatura do Comunhão e Libertação no jornal Libero, que colaborava com o Sismi de Nicolo Pollari, com o pseudônimo de “Betulla”.
Dom Luigi Negri, ex-arcebispo de Ferrara
Esta é a frase de Dom Negri: “Esperamos que, com Bergoglio, Nossa Senhora faça o milagre como fez com o outro”. O outro é João Paulo I, Papa Luciani, que morreu em 1978 depois de apenas 33 dias de pontificado.
Os contrastes com os Cavaleiros
Raymond Burke é um estadunidense do Wisconsin, que se tornou o antipapa dos tradicionalistas. Diz outro prelado renomado consultado pela FQ Millennium: “Burke é um personagem folclórico. Na realidade, entre os cardeais das Dubia, o único que tem uma certa densidade teológica é Caffarra, arcebispo emérito de Bolonha”.
Francisco e o cardeal Burke
Bento XVI nomeou Burke como chefe da Signatura Apostólica, o supremo tribunal da Santa Sé. Francisco o removeu, aposentando-o com uma cadeira supermundana: patrono da Ordem de Malta.
Os famosos Cavaleiros têm mais de dez séculos de história. Eles nasceram com as Cruzadas em Jerusalém. Hoje, a Ordem é um gigante da diplomacia humanitária: tem relações oficiais com mais de 100 Estados e, nas Nações Unidas, tem o status de observador permanente. A sede do governo é no Palácio Magistrale, na rua mais rica do centro de Roma, na Via dei Condotti. Mas o coração pulsante da Ordem bate no Aventino, entre as colinas mais belas e exclusivas da capital italiana: Villa Magistrale, onde o Grão-Mestre recebe oficialmente chefes de Estado e representantes de governos.
E foi dos Cavaleiros de Malta, sob a direção de Burke, que partiu outro desafio para Bergoglio, no fim de 2016. A partir da antiga confidencialidade da Ordem, vaza uma notícia importante: o Grão-Mestre Fra’ Matthew Festing, inglês, suspendeu do cargo de Grão-Chanceler o barão alemão Albrecht von Boeselager.
Von Boeselager, Fra’ Festing e Francisco
A cúpula dos Cavaleiros está estruturada como um governo. O Grão-Mestre é eleito de forma vitalícia e é o líder absoluto. O Grão-Chanceler, ao contrário, combina as funções de ministro do Interior e das Relações Exteriores. A culpa de Von Boeselager remonta a quando ele geria as imponentes ajudas de saúde, como Grão-Hospitalário. Durante o seu mandato, foram distribuídos preservativos em zonas do mundo devastadas pela Aids, em vários Estados africanos e asiáticos. Uma culpa grave. Os Cavaleiros de mais alto grau devem, por constituição, ser nobres e religiosos professos, isto é, ter feito a profissão dos votos solenes de castidade, pobreza e obediência.
Von Boeselager é considerado um católico liberal. O seu pai, Philipp, em julho de 1944, esteve entre os militares conspiradores da Operação Valquíria, a tentativa fracassada de derrubar o regime de Hitler. O irmão de Albrecht, porém, chamado Georg, foi nomeado por Francisco no conselho leigo do IOR.
Depois da suspensão, o Papa Bergoglio abriu um inquérito sobre a Ordem. A primeira decisão surpreendente abalou os Cavaleiros no fim de janeiro. A comissão de inquérito desejada pelo pontífice chegou a duas conclusões: Von Boeselager devia voltar a ser o Grão- Chanceler, e Fra’ Festing devia renunciar como Grão-Mestre. À espera do “conclave” para o sucessor, a Ordem foi confiada a um tenente interino e a um delegado especial da Santa Sé.
Mas a guerra continuou, alimentada também por Burke. A virada final, não sem outras surpresas, chegou no fim de abril. No dia 29, foi eleito o novo líder. Não um Grão-Mestre, mas, como sugerido pelo próprio pontífice, um tenente geral: o italiano Fra’ Giacomo Dalla Torre del Tempio di Sanguinetto. Em Roma, apesar da explícita proibição do Vaticano, também se apresenta Fra’ Festing. Ele quer se candidatar novamente. Esta é a primeira vez, em mil anos de história, que um Cavaleiro não obedece ao pontífice.
O mandato do novo tenente é o de reformar a Ordem. Os Cavaleiros orgulham-se de um patrimônio astronômico: 1,7 bilhão de euros. E, à rixa interna entre alemães e ingleses, está relacionado o caso de uma polêmica doação de 30 milhões de francos suíços por parte de um truste de Genebra. Dinheiro de origem misteriosa que é investigado pela magistratura suíça por peculato.
Bisignani e o “tumor”
Nos ambientes clericais dos fariseus de direita, a derrota sofrida na Ordem de Malta é percebida como mais um golpe fracassado contra Bergoglio. É a mesma partitura que os conservadores tocam já desde meados de 2015, quando foi divulgada a farsa do tumor no cérebro de Francisco e evocou-se pela primeira vez a morte salvífica do pontífice.
Nas páginas do Avvenire, jornal oficial da Conferência Episcopal Italiana, foi até o diretor Marco Tarquinlo que indicou a fonte do boato: “Apesar de qualquer imundície que é esterilmente posta em circulação, o caminho da Igreja prossegue. (...) Podemos dizer? Sim, digamo-lo: somos simples e somos franciscanos, não ‘bisignani’”. Escrito com desprezo com minúscula, como um substantivo e não como um sobrenome,
Tarquinio se refere a Luigi Bisignani, negociador com duas condenações definitivas, pelo caso de propina da Enimont que transitou sobre as contas do IOR e pela loja paramaçônica P4.
Aluno reconhecido de Licio Gelli, venerável da loja P2, o condenado Bisignani, de simples office-boy andreottiano, na Primeira República, tornou-se um dos homens mais poderosos e invisível do berlusconismo, graças ao seu antigo vínculo com Gianni Letta.
Entre o negociador e a farsa, há um indubitável fio japonês: o oncologista Takanori Fukushima, que Bisignani conhece por histórias familiares. Fukushima teria visitado o papa, como vazou, mas não é nada verdade, e o médico teria até modificado uma foto dele que o mostra na companhia de Bergoglio. Como especialista em técnicas de despistatórias e membro da loja P4 e do Partido Democrático, ele tentou também culpar, sem sucesso, Joaquín Navarro-Valls, ex-porta-voz de João Paulo II e poderoso membro do Opus Dei, de ser o propagador da falsa notícia. E o fez com um artigo no Il Tempo, jornal muitas vezes no centro da batalha contra o bergoglismo.
Aquilo que aconteceu dez dias depois, no início de novembro, fornece um quadro mais claro: a Gendarmeria vaticana prende o Mons. Lucio Angel Vallejo Balda e a relações-públicas Francesca Immacolata Chaouqui, que, dentre outras coisas, orgulha-se de ser amiga de Marco Carrai, fidelíssimo d Matteo Renzi.
Francesca Immacolata Chaouqui e Mons. Balda
Ambos, o monsenhor e a relações-públicas, fazem parte da Cosea, a comissão-símbolo da renovação de Francisco para as finanças, e são acusados de ter fornecido a dois jornalistas, Gianluigi Nuzzi e Emiliano Fittipaldi, documentos confidenciais.
Também desta vez entrevê-se a sombra sinistra de Bisignani. O Mons. Balda o acusa de ser “o chefe” de Chaouqui, sic et simpliciter. Os inquéritos são dois: um vaticano, o outro, italiano, depois transferido de Terni para Roma e ainda não encerrado. No fundo, emerge o eterno perfil da maçonaria católica e da obscura nobreza papal, inclinada à Tradição.
Chaouqui ostenta credenciais recebidas da condessa Marisa Pinto Olori del Poggio, Sua Excelência Dama Grã-Cruz de Justiça da Sacra Ordem Militar Constantiniana de São Jorge. A condessa foi vice-presidente da Fundação Jerusalém, quando esta era liderada por Giancarlo Elia Valori, administrador e outra divindade da maçonaria católica inscrito no Grande Oriente da Itália, a maior obediência italiana, e na loja desviada da P2.
É um mundo que quer resistir à revolução franciscana de Bergoglio. O próprio Bisignani, na era Ratzinger, foi publicamente reconhecido como “grande amigo” de Marco Simeon.
Dom Carlo Maria Viganò, em uma feroz carta a Bento XVI, descreveu Simeon como símbolo do lobby gay protegido pelo cardeal Bertone. Textualmente.
O processo vaticano condenou Balda a 18 meses e Chaouqui a 10. Dois anos depois, o monsenhor voltou à sua nativa Espanha, mas as nossas fontes relatam tê-lo visto novamente na Itália, envolvido na organização de uma fundação. Além disso, o sacerdote deveria ser removido da ordem clerical.
A FQ Millennium contatou a advogada de defesa de Balda, Emanuela Bellardini, da Rota Romana, que se recusou a confirmar ou não as duas notícias. Chaouqui abriu uma pequena empresa de comunicação e escreveu um livro sobre o caso. Em uma entrevista ao jornal Il Fatto Quotidiano, ela aludiu andreottianamente a outros documentos exclusivos guardados em um cofre.
Bisignani, por fim, embora expulso da ordem dos jornalistas, continua escrevendo sobre Bergoglio no jornal Il Tempo. Esperando por um dramático cisma na Igreja.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Assassinado jovem sacerdote na Colômbia
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Bogotá (RV) – A Igreja na Colômbia manifestou seu pesar pelo assassinado do Padre Diomer Eliver Chavarría Pérez, morto no exercício da sua missão na madrugada entre 27 e 28 de julho em Puerto Valdivia, no departamento de Antioquia.
Num comunicado publicado no site da Conferência Episcopal Colombiana, o Bispo da Diocese de Santa Rosa de Osos, Dom Jorge Alberto Ossa Soto, anunciou a morte “com profunda dor”.
Rejeição à violência
As causas do homicídio ainda devem ser esclarecidas. A região é frequentada pelo guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional e por grupos criminosos.
“Rezemos pela conversão dos seus assassinos e rejeitamos todas as formas de violência que ameaçam a vida e a dignidade das pessoas”, lê-se ainda no comunicado no site dos Bispos.
Cinco anos de sacerdócio
Nascido em Gomez Plata em 27 de julho de 1986, Padre Diomer Eliver Chavarría Pérez foi ordenado sacerdote em 19 de março de 2012 por Dom Jorge Alberto Ossa Soto.
Fonte: http://br.radiovaticana.va
17º Domingo do Tempo Comum (Mt 13, 44-52): O Tesouro escondido... A Pérola.
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Comentário do Frei Petrônio de Petrônio, Padre Carmelita e Jornalista/RJ.
Como compreender o Evangelho do 17º Domingo do Tempo Comum (Mt 13, 44-52) na era digital e da lucratividade da religião? Hoje, o nome JESUS, DEVOÇÃO, NOSSA SENHORA... É rentável, gera lucro... Escolher o reino, digo, a vocação sacerdotal ou religiosa é muitas vezes- quase sempre- ter o futuro garantido em uma ordem religiosa, comunidade de vida, diocese, arquidiocese ou congregação. E como não falar dos Padres e Pastores midiáticos PopStar que, em nome de Jesus- e da religião- tem a sua lucratividade diária? Aliás, alguns (as) são patrocinados pela grande mídia ou pela “TV Católica” que constroem verdadeiros impérios da comunicação em nome de Jesus Cristo. E mais! O que dizer de algumas instituições que em nome dos pobres e de Jesus Cristo aumentaram a sua conta bancária? Será de fato o Jesus do Evangelho desse domingo? Para não radicalizar, acho que a palavra VALOR é o caminho para o olhar desse domingo. Mesmo sabendo que o JESUS DE HOJE GERA LUCRO, usamos dos bens adquiridos EM NOME DE JESUS para construir pontes onde os marginalizados e esquecidos da sociedade possam passar ou construímos muros?
Quais são os nossos valores?
A liturgia deste domingo convida-nos a refletir nas nossas prioridades, nos valores sobre os quais fundamentamos a nossa existência. Sugere, especialmente, que o cristão deve construir a sua vida sobre os valores propostos por Jesus.
A primeira e mais importante questão abordada neste texto é a das nossas prioridades. Para Mateus, não há qualquer dúvida: ser cristão é ter como prioridade, como objetivo mais importante, como valor fundamental, o Reino.
O cristão vive no meio do mundo e é todos os dias desafiado pelos esquemas e valores do mundo; mas não pode deixar que a procura dos bens seja o objetivo número um da sua vida, pois o Reino é partilha. O cristão está permanentemente mergulhado num ambiente em que a força e o poder aparecem como o grande ideal; mas ele não pode deixar que o poder seja o seu objetivo fundamental, porque o Reino é serviço.
O cristão é todos os dias convencido de que o êxito profissional, a fama a qualquer preço são condições essenciais para triunfar e para deixar a sua marca na história; mas ele não pode deixar-se seduzir por esses esquemas, pois a realidade do Reino vive-se na humildade e na simplicidade.
O cristão faz a sua caminhada num mundo que exalta o orgulho, a auto-suficiência, a independência; mas ele já aprendeu, com Jesus, que o Reino é perdão, tolerância, encontro, fraternidade… O que é que comanda a minha vida? Quais são os valores pelos quais eu sou capaz de deixar tudo? Que significado têm as propostas de Jesus na minha escala de valores?
Comentário de Johan Konings, SJ
Renunciar não está na moda, é contrário à economia do mercado, ao consumo irrestrito... O Evangelho, porém, mostra a atualidade eterna da renúncia. E para entender isso melhor, a liturgia nos lembra primeiro o exemplo de Salomão. Quando Deus o convidou para pedir o que quisesse, ele não escolheu poder e riqueza, mas, sim, sabedoria, para julgar com justiça (1ª leitura).
Comentário de Enzo Bianchi, Monge italiano fundador da Comunidade de Bose.
A parábola é simples, muito compreensível, porque “a outra coisa” significada pelo tesouro é justamente o reino dos céus, a única realidade que justifica a venda de tudo o que se tem para poder tomar parte nele, como Jesus afirma mais adiante, dirigindo-se a um jovem rico: “Vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me” (Mt 19, 21). Do mesmo modo, aqui Jesus revela ao ouvinte da época, assim como a nós hoje, que o reino de Deus é o tesouro que não tem preço, e, justamente por isso, a fim de adquiri-lo, é preciso se despojar de todos os bens, as riquezas, as propriedades.
De fato, se estas são uma presença na vida do ser humano e reinam sobre ele, impedem precisamente que Deus reine (Mt 6, 24: “Não podeis servir a Deus e a riqueza”. Além disso, ainda no Sermão da Montanha, Jesus tinha advertido com clareza: “Não ajuntem riquezas aqui na terra, onde a traça e a ferrugem corroem, e onde os ladrões assaltam e roubam. Ajuntem riquezas no céu, onde nem a traça nem a ferrugem corroem, e onde os ladrões não assaltam nem roubam. De fato, onde está o seu tesouro, aí estará também o seu coração” (Mt 6, 19-21).
Comentário de Ana Maria Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado.
No encontro que Francisco teve no ano de 2016 com 200 pobres, deficientes e doentes na Sala Paulo VI, assegurou-lhes que eles são o tesouro da Igreja. Exortou-os a “conservar a coragem e, em meio à angústia, conservar a alegria e a esperança”. “Estejam seguros de que a provação e o sofrimento não durarão para sempre, porque nós acreditamos em um Deus que repara todas as injustiças, que consola todas as penas e sabe recompensar aqueles que confiam Nele”. “O tesouro da Igreja são os pobres, disse o diácono romano São Lorenzo”, afirmou o Papa de maneira improvisada. É “uma missão que somente vocês, desde sua pobreza, serão capazes de realizar”.
São Lorenzo e o tesouro da Igreja: Uma história piedosa.
No ano 257, (século III), num dos tempos das perseguições do Império Romano, o imperador Valeriano decretou a perseguição aos cristãos. E, a 6 de agosto do ano seguinte, o Papa Sisto II foi detido e decapitado, juntamente com quatro dos seus companheiros diáconos, com exceção de Lourenço, diácono. De acordo com a tradição, quando Sisto era conduzido ao local da execução, Lourenço ia junto a ele e chorava, clamando: “Aonde vai sem o seu diácono, pai?”. O Pontífice respondeu-lhe que não o abandonava e que, dentro de três dias, o diácono teria igual sorte.
Após a execução de Sisto, o imperador intimou, através do prefeito Cornelius Saecularis, a Igreja a declarar as suas riquezas. Chamado à presença do prefeito, Lourenço solicitou um prazo, passado o qual tudo entregaria, mas adiantando que a Igreja era muito rica e que a sua riqueza ultrapassava a do imperador. O prefeito concedeu um prazo de 3 dias. E Lourenço reuniu os cegos, coxos, aleijados, toda a sorte de enfermos, as crianças e os idosos – enfim, as pessoas que eram auxiliadas pela Igreja e os fiéis cristãos – e anotou-lhes os nomes.
Passado o prazo imperialmente prescrito, Lourenço levou ao imperador aqueles nomes e um conjunto significativo daquela ordem de pessoas e gritou a frase que lhe valeu a morte: “Estes são o tesouro da Igreja”. Furioso e indignado, o imperador mandou prendê-lo para ser queimado vivo em cima de uma grelha sobre um braseiro ardente. A tradição diz que o mártir conservou o seu bom humor, mesmo durante a execução, dizendo aos verdugos: “podeis virar-me agora, pois este lado já está bem assado”.
Diz Santo Agostinho que o grande desejo que Lourenço tinha de se unir a Cristo fez com que esquecesse os tormentos da tortura e que Deus operou muitos milagres em Roma por sua intercessão. (LEIA A REFLEXÃO NA ÍNTEGRA. CLIQUE AO LADO- EVANGELHO DO DIA)
PADRES EXCOMUNGADOS: Igreja de São Carlos envia nota sobre excomunhão de padres
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Nota de Esclarecimento
Na manhã de ontem, 25 de julho, a Assessoria de Imprensa da Diocese de São Carlos, publicou um comunicado no qual informava a todos a excomunhão de dois padres e da suspensão de outro.
Para o bem da igreja e a unidade entre os homens e mulheres de bem, vimos esclarecer alguns pontos que do comunicado de ontem, 25.
Embora o termo seja forte é preciso ser visto em sua amplitude. Excomunhão é um termo técnico da instituição Igreja Católica Apostólica Romana que, como o próprio termo diz (ex – comunhão), significa estar fora da comunhão com a Igreja.
A causa que resultou na consequência da excomunhão dos dois padres foi o fato de se ausentarem da função de padres da Igreja Católica Apostólica Romana, vinculando-se a uma denominação confessional ortodoxa.
De acordo com as atitudes destes padres o Código de Direito Canônico (cân. 1364) prevê a excomunhão latae sententiae , ou seja, “automática”, mas para ser pública e ter efeitos externos deve ser “declarada”, desta forma, oficialmente reconhecida.
Informamos, ainda, que os padres contraíram o casamento, incorrendo no delito de concubinato de acordo com o Código de Direito Canônico (cân. 1394-1395).
Em vista disto, os padres estão totalmente afastados, oficialmente, de seus ofícios, sendo impedidos de presidir ou concelebrar quaisquer sacramentos e/ou sacramentais (Cân 1336 §1, nº 1,2 e 3), se o fizer será sem a autoridade e a comunhão apostólica, sem o devido reconhecimento da Igreja Apostólica Romana.
Pe. Alexandre da Silva Pera se ausentou de suas funções na Igreja Católica Apostólica Romana no ano de 2011 e Pe. José Eduardo Firmino a partir agosto de 2015.
De forma alguma a Igreja quer promover a discórdia e a disputa com outras denominações religiosas, apenas se fez necessário comunicar, tal como ontem publicamos, para que os fiéis tenham ciência de que estes padres não ministram mais sacramentos e/ ou sacramentais em nome da Igreja Católica Apostólica Romana. De igual forma, o objetivo não é diminuir as pessoas envolvidas, nem, tampouco, condená-las socialmente, esta decisão os deixa livres para realizarem suas escolhas e seguirem seus caminhos.
A preocupação pastoral do Bispo Diocesano, juntamente com o Governo da Diocese, os leva a tornar público aos seus fiéis quais padres exercem seu ministério em nome da Igreja Católica Apostólica Romana, evitando confusões e equívocos. O decreto de excomunhão se encontra arquivado em nossa Cúria Diocesana com cópia enviada aos referidos padres.
Nosso Setor de Assessoria e Imprensa se coloca a disposição para o esclarecimento de quaisquer dúvidas advindas desta declaração. Nosso telefone: (16) 3362-4480 – ramal 4426; nosso e-mail: comunicaçãEste endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Para eventuais dúvidas canônicas nosso Tribunal Eclesiástico se coloca à disposição para esclarecê-las através do telefone: (16) 3362-4480 – ramal 4484; e-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
Padre Robson Caramano
Assessor de Imprensa da Diocese de São Carlos
PADRES EXCOMUNGADOS: Após excomunhão, Diocese diz não promover a discórdia e disputa com outras igrejas
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Dois padres teriam se ausentado de suas funções na Igreja em 2011 e 2015
Após emitir um comunicado de que dois padres teriam sido excomungados e outro suspenso da Igreja Católica pela Diocese de São Carlos, a assessoria de imprensa da Diocese publicou um comunicado nesta quinta-feira (27) esclarecendo os motivos da decisão. De acordo com o texto, o padre Alexandre da Silva Pera se ausentou de suas funções na Igreja Católica Apostólica Romana em 2011 e o padre José Eduardo Firmino em 2015.
Segundo a nota, embora o termo “excomunhão” seja forte, ele diz respeito apenas à estar fora da comunhão com a Igreja. “A causa que resultou na consequência da excomunhão dos dois padres foi o fato de se ausentarem da função de padres da Igreja Católica Apostólica Romana, vinculando-se a uma denominação confessional ortodoxa”, explicou o texto.
A Igreja afirma que os padres teriam se casado, o que configura um delito de concubinato de acordo com o Código de Direito Canônico. Por conta disso, os sacerdotes estão oficialmente afastados e impedidos de presidir ou celebrar quaisquer sacramentos e sacramentais. Caso eles o façam, isso acontecerá sem a autoridade e a comunhão apostólica e sem o devido reconhecimento da Igreja Apostólica Romana.
“De forma alguma a Igreja quer promover a discórdia e a disputa com outras denominações religiosas, apenas se fez necessário comunicar, tal como ontem publicamos, para que os fiéis tenham ciência de que estes padres não ministram mais sacramentos e/ ou sacramentais em nome da Igreja Católica Apostólica Romana. De igual forma, o objetivo não é diminuir as pessoas envolvidas, nem, tampouco, condená-las socialmente, esta decisão os deixa livres para realizarem suas escolhas e seguirem seus caminhos”, afirmou o comunicado. Fonte: www.acidadeon.com
PADRES EXCOMUNGADOS: Dois padres são excomungados e um suspenso da Diocese de São Carlos
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Um cisma na Igreja Católica na Diocese de São Carlos. Dois padres foram excomungados. A pagina oficial da diocese publicou que os padres Alexandre Pêra e José Eduardo Firmino, estão fora da Igreja. Já padre Mario Donizete Floriano Teixeira foi suspenso das suas funções.
A carta da diocese afirma que Padre Alexandre Pera (que exercia as funções em Araraquara) e Padre José Eduardo Firmino (era padre em Jaú) encontram-se fora dos caminhos da Igreja Católica Apostólica Romana e por isso estão impedidos de celebrar missas, fazer casamentos e ministrar todos os sacramentos.
O cisma se agrava com a suspensão do padre Mário Donizete (padre em Barra Bonita), que segundo a Diocese de São Carlos, acolheu o pedido de suspensão “por cautela” das funções sacerdotais do padre. Assim Padre Mario está impedido de exercer a sua função.
Uma discussão entre o padre Luiz Botelho e o padre Alexandre Pera chama a atenção. O bate boca acontece na página oficial da Diocese de São Carlos no Facebook. Pera escreveu: “QUE GRANDE BESTEIRA E PERCA DE TEMPO. SOU DA IGREJA ORTODOXA. NÃO PRECISO DO NOME DA IGREJA ROMANA E APÓS SAIR DA MESMA, NUNCA ME APRESENTEI COMO PADRE ROMANO. QUE FEIO A PALAVRA EXCOMUNGADO. …IDADE MÉDIA DE VOLTA OU NUNCA SAIU DA IGREJA. …DEUS ABENÇOE A DIOCESE DE SÃO CARLOS... E DEUS É POR NÓS, QUEM SERÁ CONTRA NÓS. …SÓ QUEM NÃO TEM O QUE FAZER…
A IGREJA ROMANA VIVE EM COMUNHÃO COM OS ORTODOXOS? SÓ O PAPA?
ESTOU COM O PAPA FRANCISCO”.
Rebatendo a postagem, o padre Luiz Botelho retrucou: “Quando você foi ordenado por que respondeu sim e jurou publicamente cumprir e obedecer as promessas e normas da Igreja Católica?
Luiz Botelho Será que agora você prega um Deus diferente daquele que a Igreja revelou à você? Porque “cuspir” no prato que muitas vezes saciou sua fome? A Igreja não abandonou você, foi você que a desprezou e a abandonou. Igrejas têm plena comunhão com a Igreja Católica, mas não se trata disso. Você poderia ter verificado isso anteriormente, pedido para fazer essa “transição”, se fosse.o caso. Pena que você viveu esse tempo todo entre nós, estudou, pregou e não conheceu a riqueza dessa mãe Igreja que sustentou você. Uma pena”.
A discussão pública mostra uma fragilidade das relações. O Notícias do Front solicitou ao padre responsável pelo vicariato de Comunicação da Diocese uma entrevista com o bispo Dom Paulo Cezar e aguarda resposta. O Notícias do Front também entrou em contato, via facebook, com os padres excomungados e suspenso e aguarda posicionamento.
Dois padres são excomungados pela Diocese de São Carlos, São Paulo.
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Além deles, outro clérigo foi suspenso e impedido de exercer a função
Dois padres foram excomungados da Igreja Católica pela Diocese de São Carlos. Segundo um comunicado oficial, os padres Alexandre Pera (de Araraquara) e José Eduardo Firmino (de Jaú) “encontram-se fora da comunhão da Igreja Católica Apostólica Romana”. Além disso, o padre Mario Donizete Floriano Teixeira (de Barra Bonita) foi suspenso e está impedido de exercer a função de clérigo.
Segundo o comunicado, caso os padres Alexandre da Silva Pera e José Eduardo Firmino exerçam a condição de clérigos, os sacramentos realizados por eles serão considerados ilícitos e os matrimônios inválidos e ilícitos. Fonte: www.acidadeon.com
OLHAR DO DIA: 2 Padres São excomungados e 1 afastado dos ministérios sacerdotais.
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PADRES EXCOMUNGADOS: Padre Alexandre da Silva Pera e Padre José Eduardo Firmino.
PADRE AFASTADO DO MINISTÉRIO SACERDOTAL: Padre Mario Donizette Floriano Teixeira.
Quarta-feira 26. São Joaquim e Sant’Ana, avós de Jesus
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A Igreja celebra hoje a memória de São Joaquim e Sant’Ana, pais da Virgem Maria e avós de Jesus. Em hebraico, Ana exprime “graça” e Joaquim equivale a “Javé prepara ou fortalece”. Em razão desta data, comemora-se também o Dia dos Avós.
Ambos os santos, chamados padroeiros dos avós, foram pessoas de profunda fé e confiança em Deus. Segundo a tradição, o casal já estava com idade avançada e ainda não tinha filhos e a esterilidade causava sofrimento e vergonha, pois para o judeu não ter filhos era sinal da maldição divina. Joaquim e Ana que viviam uma vida de fé e de temor a Deus foram, então, abençoados com o nascimento de Maria.
“São Joaquim e Sant’Ana são representantes da fé que espera a realização das promessas de Deus, representam o povo da Antiga Aliança”, destaca o bispo de Santo André (SP) e presidente da Comissão Episcopal pastoral para Doutrina da Fé, dom Pedro Carlos Cipolini
Os Santos também são lembrados por terem educado Nossa Senhora no caminho da fé, alimentando seu amor pelo Criador e preparando-a para sua missão. Essa formação, influenciou profundamente na educação de Jesus.
Quando esteve no Brasil para a Jornada Mundial da Juventude em 2013, o Papa Francisco celebrou a data e destacou que “São Joaquim e Sant’Ana fazem parte de uma longa corrente que transmitiu o amor a Deus, no calor da família, até Maria, que acolheu em seu seio o Filho de Deus e o ofereceu ao mundo, ofereceu-o a nós. Vemos aqui o valor precioso da família como lugar privilegiado para transmitir a fé!”.
A festa de São Joaquim e Sant’Ana destaca a importância dos avós na vida da família, principalmente, na transmissão da fé que é essencial para qualquer sociedade. Os avós de Jesus ajudam a cultivar os valores da perseverança e confiança em Deus e também a nossa colaboração na obra da redenção.
Dom Cipolini destaca que São Joaquim e Sant’Ana são “fonte de inspiração na vida cotidiana pois nos ensinam a esperar o tempo de Deus”.
A princípio, apenas santa Ana era comemorada e, mesmo assim, em dias diferentes no Ocidente e no Oriente. Só em 1913 a Igreja determinou que os avós de Jesus Cristo deviam ser celebrados juntos, no dia 26 de julho. É muito antiga a devoção a São Joaquim e Sant’Ana, sobretudo no Oriente. A liturgia de São João Crisóstomo refere-se a eles como “os santos avós de Deus: Joaquim e Ana”. Fonte: cnbb.net.br
A bancada evangélica representa de fato seus fiéis?
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Na última sexta-feira (21) foi realizado o debate “Evangélicos, Igrejas Evangélicas e Política”, que fez parte do ciclo de conversas Novos Fenômenos da Realidade Política, promovido pela Fundação Perseu Abramo (FPA), Friedrich Ebert Stiftung (FES) e Instituto Pólis. A reportagem é de Marcelo Santos, publicada por Rede Brasil Atual, 23-07-2017.
Foram apresentados no evento alguns resultados da pesquisa sobre políticas elaborada durante a Marcha para Jesus, realizada em 15 de junho, em São Paulo. “A nossa hipótese de partida é de que existia um descolamento do campo evangélico religioso do campo evangélico político” explicou a pesquisadora Esther Solano, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Segundo ela, apesar de a bancada evangélica no Congresso Nacional ser expressivamente neoliberal e a favor do Estado Mínimo, a imensa maioria dos adeptos da linha religiosa é contra as reformas defendidas pelo atual governo.
Entre os 527 entrevistados que participaram da pesquisa, feita por meio de questionário com perguntas fechadas, a maior parte (66%) afirmou não ter preferência de linha política, seja de esquerda, centro ou direita. Sobre os partidos, 81,6 % afirmaram não possuir preferência partidária. Quando a pergunta foi se eram identificados como conservadores, 45% se identificaram como ‘muito conservadores’ e 34% como ‘pouco conservadores’.
Esther ainda destacou que quando questionados se confiavam nos partidos, apenas 7% disse confiar no PSDB, e 6% no PT. “Os partidos que teoricamente representam os evangélicos, como no caso do PSC, que tem o pastor e deputado federal Marco Feliciano, e o PRB, de Marcelo Crivella, tiveram 1,2% e 0,4% de confiança dos entrevistados. Ou seja, praticamente zero”, relatou.
Quando questionados se confiavam ou não em determinados políticos, 57% afirmaram não confiar em Bolsonaro, 53 % não confiam em Marcelo Crivella e 57% não demonstraram confiança em Marina Silva. “Baixíssima confiança nos partidos evangélicos e nos representantes evangélicos”, avaliou Esther.
O professor Marcio Moretto, da Universidade de São Paulo (USP), lembrou que alguns resultados coletados durante a Marcha para Jesus foram “surpreendentemente progressistas”. Questões como sobre se a escola deveria ensinar as pessoas a respeitar os gays teve o apoio de 77%. Já 70% entendem que ‘cantar uma mulher na rua é ofensivo’ e 64% dos que foram ouvidos durante o evento evangélico concordaram que ‘não se deve condenar uma mulher que transe com muitas pessoas’ e 90% discordam que o ‘lugar da mulher é em casa, cuidando da família’. “Principalmente nas pautas em relação ao direito das mulheres, com exceção do aborto, eles se mostraram mais progressistas do que se poderia imaginar.”
Moretto reforçou que mesmo em questões mostrando que 33% não concordam com a afirmação de que ‘pessoas do mesmo sexo não constituem família’ e apenas 35% entenderem que ‘dois homens devem poder se beijar na rua sem serem importunados', "é bom lembrar que se trata de pessoas que estão dentro do campo evangélico e que se definem como conservadores".
Já o pesquisador e professor Leandro Ortunes, do grupo de estudos de Mídia, Religião e Cultura (Mire), da Universidade Metodista de São Paulo, comparou dados levantados durante os eventos evangélicos de 2016 e 2017 e, com base neles, elencou algumas hipóteses para a vitória de João Doria (PSDB) nas eleições paulistanas do último ano. “Será que o discurso do ‘João Trabalhador’ não faz mais sentido para os evangélicos? Para os microempreendedores, por conta do ‘mérito’, do trabalho... Será que os discursos de luta de classes, de revolução, ecoam no mundo evangélico ou eles querem ser empreendedores?", questionou. "Isso porque existe uma teologia por trás. A ‘Teologia da Prosperidade’ ensina que você é capaz de conquistar bens materiais através do seu trabalho”.
A quem interessa a generalização sobre os evangélicos?
Para a antropóloga Regina Novaes, pesquisadora do CNPq, é preciso ter em mente a pergunta sobre ‘a quem interessa generalizar sobre os evangélicos’. “Há interesses daqueles que falam em nome dos evangélicos e vimos como há diferenças entre eles. Há interesses também, numa conjuntura como a atual, de juntar conservadorismos que não atuam da mesma forma. Conservadorismo ‘político’ é uma coisa; de ‘costumes’ ou ‘econômico’ é outra”.
Para ela, a visibilidade exacerbada de alguns representantes evangélicos, como os pastores midiáticos e a bancada no Congresso, cria a invisibilidade de outros, como os evangélicos mais progressistas (caso da Frente Evangélica pelo Estado de Direito) ou mesmo os que não concordam com as reformas neoliberais e a ideia do Estado Mínimo, que são a maioria, de acordo com os levantamentos. “Precisamos desconstruir a ideia da polarização. Se há pontos que nos unem, esses pontos devem ser colocados acima da pauta.”
O evento foi mediado por Joaquim Soriano, da Fundação Perseu Abramo, e teve apresentação de Altair Moreira (Pólis) e Thomas Manz (FES). “Temos debatido sobre a base de um mapa político que parece ter origens nos anos 1990 e cujo data de validade já venceu. Isso parece mais verdade para a esquerda, deslocada de seu tempo. Então, precisamos fazer um esforço para nos reconectar com a realidade, reconstruir esse mapa político e abordar melhor as questões políticas e sociais”, avaliou Thomas.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
Francisco apela à moderação e ao diálogo em Jerusalém
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Cidade do Vaticano (RV) – Hoje, domingo, dia 23 de Julho de 2017, às 12 horas de Roma, o Papa Francisco procedeu a habitual recitação mariana do Ângelus na Praça de S. Pedro repleta de fiéis e peregrinos provenientes das diversas partes da Itália e do mundo inteiro justamente para assistir à esta cerimônia mariana.
A página evangélica de hoje, disse Francisco, propõe três parábolas através das quais Jesus fala às multidões sobre o Reino dos céus. De entre estas três parábolas, o Papa concentra a sua atenção apenas na primeira parábola: a parábola do trigo bom e do joio que, segundo o Santo Padre, ilustra o problema do mal no mundo e põe em evidência a paciência de Deus. A narração se desenvolve num campo com dois protagonistas opostos. Duma parte, observa o Papa, está o patrão do campo que representa Deus e semeia a boa semente; doutra parte o inimigo que representa o Satanás e espalha, semeia a erva daninha.
Com o decorrer do tempo no meio do trigo cresceu também o joio e diante deste facto o patrão e os seus servos manifestam atitudes diferentes. Os servos gostariam de intervir e cortar o joio, a zizânia, mas o patrão que está principalmente preocupado com a salvação do trigo se opõe à esta iniciativa dizendo: <<Não suceda que, ao arrancardes o joio, arranqueis também o trigo>>. Com esta imagem, disse o Santo Padre, Jesus nos diz que neste mundo o bem e o mal são também interligados, que é impossível separar-lhes e arrancar todo o mal. Só Deus pode fazer isso e o fará no juízo final, no fim dos tempos.
Com a sua ambiguidade e o seu carácter compósito, a situação presente é o campo da liberdade dos cristãos, na qual se realiza o difícil exercício do discernimento. Trata-se portanto de unir com grande fé em Deus e na sua providência, duas atitudes aparentemente contraditórias: a decisão e a paciência. A decisão consiste em querer ser um bom grão de trigo, com todas as próprias forças e portanto distanciar-se do maligno e das suas seduções. A paciência significa preferir a Igreja que é fermento na massa, que não teme de sujar as mãos lavando os panos dos seus filhos, em vez de ser uma Igreja dos “puros” que pretende julgar antecipadamente quem está e quem não está presente no Reino de Deus.
O Senhor, que é a Sapiência encarnada, ajuda-nos hoje a compreender, acrescentou Francisco, que o bem e o mal não podem ser identificados em territórios definidos ou em determinados grupos humanos. Ele nos diz que a linha de confim entre o bem e o mal passa no coração de cada pessoa humana. Somos todos pecadores, recordou ainda o Santo Padre, que dirigindo-se aos presentes na Praça de S. Pedro, pediu que levante a mão quem achar que não seja pecador! Ninguém! Todos portanto, somos pecadores observou o Pontífice.
Jesus com a sua morte na cruz e a sua ressurreição, libertou-nos da escravidão do pecado e nos dá a graça de caminhar numa vida nova; mas com o Baptismo nos deu também a Confissão, porque temos sempre necessidade de ser perdoados pelos nossos pecados. Olhar sempre e exclusivamente o mal que está fora de nós significa não querer reconhecer o pecado que existe também em nós.
Por outro lado, concluiu dizendo Francisco, Jesus ensina-nos uma maneira diversa de olhar o mundo, de observar a realidade. Somos por isso chamados a aprender os tempos de Deus e também do seu olhar: graças à influência benéfica de uma trepidante espera, aquilo que era joio ou parecia tal, pode transformar-se num produto bom. É a perspectiva da esperança.
Que a Virgem Maria nos ajude a colher na realidade que nos circunda não só a sujeira e o mal, mas também o bem e o belo, a desmascarar a obra do Satanás, mas sobretudo, a confiar na ação de Deus que fecunda a história.
Após a recitação Mariana do Ângelus, o Santo Padre partilhou com os fiéis e peregrinos presentes na Praça de S. Pedro as suas preocupações relativa a violência perpetrada nestes dias em Jerusalém. Sinto a necessidade, disse Francisco, de exprimir um vibrante apelo à moderação e ao diálogo e convido todos a unirem-se a mim na oração para que o espírito do Senhor infunda em todos propósitos de reconciliação e de paz.
Em seguida o Papa saudou todos os presentes , de modo particular, disse aos fiéis de Roma e peregrinos provenientes de várias partes do mundo: as famílias, os grupos paroquiais, as associações. Uma saudação especial também aos fiéis de Munster (Irlanda); às Irmãs Franciscanas Elisabettine Bigie; ao grupo coral sinfónico de Enna; aos jovens de Casamassima que desempenham um serviço de voluntariado na cidade de Roma; aos jovens adolescentes participantes do “Cantiere Hombre Mundo” empenhados a testemunhar a alegria do Evangelho nas periferias mais difíceis nos vários continentes do mundo inteiro.
Finalmente, à todos o Papa augurou um bom domingo, exortando-os que não se esqueçam de rezar por Ele. Fonte: http://pt.radiovaticana.va
16º DOMINGO DO TEMPO COMUM: “Deixai que o joio e o trigo cresçam juntos”
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Publicamos aqui o comentário do monge italiano Enzo Bianchi, fundador da Comunidade de Bose, sobre o Evangelho deste XVI Domingo do Tempo Comum, 23 de julho (Mt 13, 24-43). A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Continuamos a leitura do discurso parabólico de Jesus no Evangelho segundo Mateus. Depois da parábola do semeador e da sua explicação, eis outra parábola ainda referente à semeadura. Mas, se na primeira, a ênfase caía nos diversos terrenos nos quais caía o grão bom, aqui, ao contrário, a atenção vai para o objeto da semeadura: boa semente ou má semente.
Em certo ponto da nossa existência, nós também descobrimos a presença do mal: quem o introduziu em nós e ao nosso redor? Por que não o percebemos?
É uma experiência dolorosa também, que requer um discernimento sobre nós e sobre a nossa vida: acolhemos a palavra de Deus, meditamo-la e conservamo-la, também tentamos realizá-la (cf. Mt 13, 22-23), mas eis que aparece o mal como obra das nossas mãos.
É também a experiência da comunidade cristã, da Igreja, que é um corpus mixtum, porque fazem parte dela fortes e fracos, simples e eruditos, justos e pecadores, fiéis e infiéis. Não era assim também a pequena comunidade de Jesus? No seu interior, houve quem traiu, quem renegou, quem era medroso e covarde, quem fugiu...
Quem lê situações como essas se assemelha aos servos da parábola, que, dada a situação do campo, interrogam o dono sobre o trigo semeado; e, sabendo que um inimigo fez a operação de semeadura do joio, propõe extirpar essa erva daninha. Aos seus olhos, tal separação é necessária para que o trigo possa crescer sem ser privado de substâncias vitais e de espaço.
Mas o dono tem outra ótica: a da paciência, da espera paciente de um tempo em que se possa separar a erva daninha da boa semente, sem prejudicar esta última. Ele sabe que, no desejo de erradicar o mal, existe o risco de erradicar ou pelo menos de desestabilizar também o bem. É preciso paciência por parte do dono e, por parte da boa semente, um exercício de mansidão, que aceita ao seu lado a presença de plantas más.
É claro, virá a hora da colheita, do juízo – como Jesus esclarece melhor na explicação da parábola, solicitada pelos discípulos – e, então, haverá a separação, porque o pão será produzido com o trigo bom, enquanto o joio será queimado: mas, enquanto isso, há a necessidade de espera paciente e de mansidão.
A intransigência, a busca da pureza a todo custo, a rigidez de querer uma comunidade composta totalmente por justos são perigosas, porque as fronteiras entre o bem e o mal, entre justiça e injustiça, às vezes, não são tão claras. Essa primeira parábola é uma advertência sobre o nosso estilo de vida eclesial, pedindo aquela paciência que sabe adiar um ato legítimo, mesmo por parte daqueles que são competentes, como os ceifadores, e enviá-lo para a hora que não nos pertence, a do juízo. Sim, para as pessoas que creem, há tentações ao mal justamente quando “veem” o bem: intolerância, partidarismo, integralismos, militância contra... É a tentação do catarismo: somente puros! Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
NOTAS DO FREI PETRÔNIO DE MIRANDA, PADRE CARMELITA E JORNALISTA/RJ:
Qual a nossa concepção sobre o joio e o trigo? Quem é “santo” e quem é “pecador” na comunidade? A história confirma a catástrofe lamentável na tentativa dessa separação. Vejamos:
- Com o objetivo de formar um povo “puro”, o ditador Adolf Hitler, matou mais de 60 milhões de pessoas na Segunda-Guerra Mundial entre 1939 a 1945.
-Um confronto entre supostos invasores de terra e policiais militares e civis terminou em tragédia, com 10 mortos, na fazenda chamada Santa Lúcia, localizada no município de Pau D'Arco, distante cerca de 50 km de Redenção, no sudeste paraense, na manhã de quarta-feira, 24 de maio-2017.
- No dia 3 de abril de 2013 o aposentado Paulo César da Silva, 62, matou a tiros o próprio filho usuário de drogas, Paulo Eduardo Olinda da Silva, 28, no bairro de Bancários, na Ilha do Governador, Zona Norte da cidade da cidade do Rio de Janeiro.
-Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2016 foram assassinados 144 travestis e transexuais no Brasil.
- Portugal e Brasil estão na lista número um na comercialização de escravos para a América. Foram transportados 5,8 milhões de escravos.
Esses dados mostram o erro histórico na tentativa de separar o joio do trigo. Erros que aliás continuam a perpetuar, seja no assassinato de jovens negros, quilombolas, pobres e favelados, ou ainda na morte “silenciosa” por suicídio de adolescentes e jovens por questões sexuais, étnica, religiosa ou social.
Na verdade, queremos mesmo é o trigo que produza 100%! Vivemos em uma igreja, convento, ordem religiosa, congregação, seminário, empresa e sociedade como um todo da produtividade. Quem é “joio” ou não rende, é descartável, jogado no canto, esquecido ou ainda fingimos que tais pessoas não existem- seja os moradores de rua, os sem terras, os drogados, os índios...
O Evangelho desse 16º Domingo do Tempo Comum nos joga contra a parede e nos força a olharmos no espelho da vida. Será que também nós não somos joios? Perguntar não ofende.
Crise dos padres. Aceitar "a inutilidade"
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Padre Francesco Cosentino continua a reflexão sobre a figura e o papel do sacertote hoje, depois das três contribuições do Padre Armando Matteo (cf. Settimananews 4, 10 e 13 de Junho de 2017), "O que resta do padre?", seu primeiro texto (cf. Settimananews, 02 de julho) versava sobre a identidade do sacerdote e dos condicionamentos históricos que o marcaram. Neste artigo, o professor insiste sobre a necessidade do padre de saber fazer conviver na sua pessoa a grandeza da vocação com a fragilidade da sua humanidade.
Padre Francesco Cosentino, 38 anos, é sacerdote desde 2005, da Diocese de Catanzaro-Squillace, professor e diretor de retiros espirituais e encontros, atualmente funcionário da Congregação para o clero e professor da Pontifícia Universidade Gregoriana. Apaixonado pelo discurso sobre Deus, publicou numerosos trabalhos sobre este assunto. O artigo é publicado por Settimana News, 14-07-2017. A tradução é de Ramiro Mincato.
Eis o artigo.
A atual crise afeta a identidade do sacerdote que, portanto, precisa rever seu modelo ministerial e pastoral, retornando à essência da chamada e ao essencial do ministério. Partimos daqui, só para uma breve fotografia e para começar a tocar algum nervo descoberto.
Voltarei a problemática, a alguns dos seus principais aspectos e sobre o tipo de padre que, pelo menos hoje, parece estar em crise, invocando caminhos novos e criativos para repensar esta figura; no entanto, exatamente por partir da convicção de que antes de qualquer "receita" pragmática é preciso reflexão e pensamento – coisa que, no entanto, não convence muito, nem mesmo os padres! - é bom debruçar-se sobre a já mencionada questão da identidade presbiteral. Não se terá sucesso em lidar com a figura do padre se, antes de tudo, as soluções, não partirem da questão da identidade: quem é, realmente, o padre?
Uma "inutilidade" intransponível
A pergunta não quer ser retórica, nem se limita a oferecer alguma meditação de corte espiritual. Ela nasce de uma simples convicção: em relação a crise atual, há razões contingentes e contextuais, como as mudanças socioculturais das últimas décadas, o crescente desinteresse em relação à fé cristã, os novos desafios para a proclamação da fé, ou a queda das vocações que sobrecarregam alguns e aumentam a idade média do clero. Essa crise, no entanto, parece atingir a “totalidade do ser padre", sua identidade profunda e radical, que transcende qualquer aspecto histórico particular.
Ninguém se assuste, porém, se digo que ... a pergunta sobre a crise do padre é estritamente "teológica", isto é, ela realmente não poderá ser de fato resolvida se nos concentramos epidermicamente na análise sociológica ou nas fáceis soluções de tipo pastoral.
Há uma palavra que, acima de tudo, nos representa: a inutilidade.
Nós a sentimos interiormente, quase como um estremecimento, por sua capacidade de fotografar o que experimentamos, a cada momento, em nossa pele, e nos remete, precisamente, ao conteúdo teológico da identidade sacerdotal. Não se trata simplesmente de sentir-se "inadequados" – pois também um médico, em parte, o é, dada a gravidade de certas situações que deve tratar, ou um juiz em relação a uma decisão difícil - e, ainda menos, devemos escorregar em um moralismo depressivo fixado na fragilidade e no pecado. Sempre seremos padres pecadores.
Aqui há muito mais: a inutilidade está inscrita constitucionalmente em cada vocação cristã e, em geral, na experiência de fé: Deus e o homem, Aquele que chama e o chamado, o Mestre e o discípulo, o Evangelho e o coração do homem, nunca estarão no mesmo plano. A revelação de Deus em Jesus Cristo derruba os muros de separação e preenche tais distâncias, mas, no entanto, isso nunca vai significar um cancelamento da "diferença".
Entre Deus e nós ela vai continuar a existir.
É Deus quem envia e sustenta Moisés, quem purifica os lábios de Isaías, quem tranquiliza o jovem Jeremias, quem confia a um pescador impulsivo a orientação da Igreja; todavia, isso não acontece por causa de um "salto" de humanidade, que, de repente, anularia a impureza, ou a juventude ou a impulsividade, mas, - como bem confessará São Paulo – exatamente dentro das fraquezas e nos espinhos da carne.
Portanto, a questão da identidade do padre nos remete às origens da vocação, e àquela "diferença" que sempre assinalará uma lacuna com relação Àquele que nos chamou, e à tarefa que nos foi confiada; trata-se de permanecer sempre em caminho - nunca estacionados e satisfeitos - abertos a forma como o Senhor, mantendo-nos na inutilidade, por vezes, difícil de suportar na carne, nos consolará, nos fortalecerá e nos fará ver, ainda que à distância, "a terra onde corre leite e mel".
Não somos chamados a fazer "tudo"
Cada vez que o próprio ministério nos desloca para outro lugar, nos chama e nos redefine, nos convida a recomeçar a partir do zero, fazendo-nos mudar destinos pastorais e modelos anteriormente adquiridos, nossa identidade sacerdotal muda, evolui, amadurece e se abre a paisagens inéditas. Isso acontecerá enquanto não nos fecharmos rigidamente em esquemas pré-estabelecidos e nos deixarmos interrogar - com grande fadiga - pelo
Espírito e pela vida.
Sobre a insignificância da vida do padre escreveu, com pertinência, Antonio Torresin, afirmando que o ministério sacerdotal "é marcado por uma excedência, por um contraste insuperável que marca a experiência de ser discípulos, da missão e do mandato recebido. Melhor, marca cada chamada, até a do próprio ser humano. Não estamos à altura da tarefa confiada, pois ela nos transcende de modo insuperável, nos esmaga e nos supera: é demais para nós. No entanto, é o que melhor nos corresponde, é aquilo sem o qual nossa humanidade está perdida. Este excesso, que é o ministério, é nossa única salvação; ele não só é o caminho para a santidade, mas a graça para não perder-se. (TORRESIN, A. "Il paradosso del ministero. Quando la missione redifinisce il prete”. Il Regno/Attualità 2/2010, 22).
A inutilidade é experimentada de forma diferente, não só por cada um dos padres - o que é óbvio - mas também segundo as diferentes fases da vida sacerdotal, dos anos de ordenação, das experiências pastorais vividas ao longo da sua história e, não menos importante, dos contextos eclesiais em que nos encontramos.
Sem querer negar algumas problemáticas existentes e novas, que invocam ampla reflexão eclesial, acredito que reconciliar-se com essa inutilidade, acolhê-la e torná-la amiga na vida sacerdotal de todos os dias, e talvez, até mais, formar-se e preparar-se para ela, e a convencer-se dela, poderia ser um primeiro antídoto para a crise e um importante ponto de força para a "resistência" do padre.
Não é talvez verdade que, grandes ou pequenos momentos de crise em nossas vidas, por vezes, dependeram de não termos compreendido que ao padre não é pedido "tudo", que não é chamado a "salvar o mundo" (já feito por Nosso Senhor), que não é e não deveria ser o centro, a fonte e o ápice da comunidade e da ação pastoral? Não será que muitas frustrações, sofrimentos e depressões dependem também de termos superestimado a nós mesmos e nos feito exigências excessivas (ou ao menos em número) para o nosso ministério? http://www.ihu.unisinos.br
20 de julho, Padre Cícero: Há 83 anos morria Cícero Romão Batista, o “Padim Ciço”
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Há 83 anos, no dia 20 de julho de 1934, o Padre Cícero Romão Batista nos deixava para ir ao encontro do Pai celestial.
É celebrado, nesta quinta-feira (20), em Juazeiro do Norte, os 83 anos de morte de Padre Cícero Romão Batista. É celebrado uma missão, em frente ao túmulo do religioso, com estimativa de mais de 30 mil fiéis.
O "santo” mais popular nascido no Nordeste, Padre Cícero Romão Batista, viveu 90 anos e morreu no dia 20 de julho de 1934, na nossa querida, Juazeiro do Norte, CE.
Ele nunca foi ordenado santo pela Igreja Católica mas, para o povo nordestino, nem precisa. Padre Cícero já é santo pelo que fez em vida e pelos milagres atribuídos a ele enquanto estava vivo e após a morte.
Natural do Crato (CE), após se instalar no povoado de Juazeiro do Norte (CE), ele desenvolveu intenso trabalho pastoral com pregação, conselhos e visitas domiciliares, como nunca se tinha visto na região. Dessa maneira, rapidamente ganhou a simpatia dos habitantes, passando a exercer grande liderança na comunidade, ainda no século XIX.
Paralelamente, agindo com muita austeridade, cuidou de moralizar os costumes da população, acabando pessoalmente com os excessos de bebedeira e a prostituição. Restaurada a harmonia, o povoado experimentou, então, os primeiros passos de crescimento, atraindo gente da vizinhança curiosa por conhecer o novo Capelão.
Um fato incomum, acontecido em 1º de março de 1889, o mesmo ano da Proclamação da República, transformou a rotina do lugarejo e a vida de Padre Cícero para sempre. Naquela data, ao participar de uma comunhão geral, oficiada por ele na capela de Nossa Senhora das Dores, a beata Maria de Araújo, ao receber a hóstia consagrada, não pôde degluti-la, pois a mesma transformara-se em sangue.
O fato aconteceu outras vezes, e o povo achou que se tratava de um novo derramamento do sangue de Jesus Cristo e, portanto, era um milagre autêntico. As toalhas com as quais se limpava a boca da beata ficaram manchadas de sangue e passaram a ser alvo da veneração de todos. Mas a Igreja Católica nunca reconheceu oficialmente o fato como um milagre e impôs punições ao Padre Cícero, inclusive o afastamento das funções, entre 1892 e 1916.
No final de 2015, o Vaticano perdoou as punições impostas ao Padre Cícero. A reconciliação é um passo definitivo para a reabilitação de Padre Cícero na Igreja Católica.
CNBB: Facebook reconhece falha e restaura páginas católicas bloqueadas por spam
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Um incidente, dia 18 de julho, causado acidentalmente por uma ferramenta de detecção de spam do Facebook, foi responsável por tirar do ar várias páginas de inspiração católica no Brasil e exterior.
O responsável pela comunicação do Facebook no Brasil, Cesar Bianconi, entrou em contato com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) explicando o incidente e se descupando pelo ocorrido.
“Pedimos nossas sinceras desculpas por qualquer inconveniente”, disse o porta-voz do Facebook, afirmando que todas as páginas já foram restauradas. Fonte: http://cnbb.net.br
“Sempre para a frente, que você é um exemplo”. O telefonema do Papa a um catador de lixo
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O Papa Francisco telefonou para um catador de lixo que perdeu suas duas pernas ao sofrer um acidente de trânsito, enquanto trabalhava, e que agora atua para que se declare um dia para homenagear seus companheiros de trabalho. A reportagem é publicada por Religión Digital, 18-07-2017. A tradução é do Cepat.
O telefonema ocorreu minutos antes das 10, quando Maximiliano Roberto Acuña, o destinatário da comunicação, foi homenageado em um ato na Assembleia Legislativade Buenos Aires, segundo informou La Alameda, a organização não governamental que é presidida pelo deputado Gustavo Vera, amigo pessoal de Jorge Bergoglio.
“Vínhamos no carro para o ato na Assembleia Legislativa e toca o celular, de um número privado. Pensei que era um companheiro de trabalho. A primeira coisa que eu disse é quem fala [? ]. ‘O Papa Francisco’”, relatou Acuña.
O Sumo Pontífice decidiu telefoná-lo, após Vera ter enviado ao Papa, logo cedo, um e-mail contando a história de Acuña. “Sim, sou o Papa Francisco, enviou-me uma carta um companheiro (Gustavo Vera), emocionou-me e recebi muito a força que você tem”, contou Acuña, que junto a Veraluta para que o dia 22 de março seja reconhecido como o Dia do Catador de Resíduos.
Acuña, de 31 anos, vive em Lomas de Zamora, ao sul da Grande Buenos Aires, tem cinco filhos e sofreu a amputação de suas pernas depois que, no dia 22 de março, à noite, um carro bateu no caminho de resíduos, quando este realizava seu trabalho de coleta de lixo pela Cidade. Após o impacto, o condutor fugiu e ainda permanece foragido.
Segundo o relato de Acuña, o Papa lhe prometeu que quando vier a Argentina, irão se conhecer e conversarão. “Sempre para a frente, que você é um exemplo”, disse Francisco a Acuña, que foi homenageado hoje, na Assembleia Legislativa de Buenos Aires, em um ato no qual participaram 400 trabalhadores da coleta de resíduos.
Em sua mensagem ao Papa, Vera contou que Maximiliano não pediu subsídios, nem chorou, mas apenas trabalhou “para continuar mantendo a sua família” e que apesar de todo o sofrimento, “mantém o seu bom humor e é um exemplo de dignidade e amor à vida”.
A associação de caminhoneiros – o ramo dos catadores de resíduos pertence a este sindicato – tornou oficial, em sua convenção coletiva de trabalho, o dia 22 de março como o Dia do Catador de Resíduos.
“É importante destacar que a data escolhida, responde ao acidente que teve um jovem que se encontrava realizando a tarefa de coleta de resíduos. Assim como este jovem, tantos outros milhares de companheiros catadores de resíduos saem à noite para trabalhar para que, no outro dia, a cidade esteja limpa como corresponde. Enquanto alguns se divertem, desfrutam da noite ou descansam, há homens e mulheres que estão trabalhando para que a cidade esteja em condições”, especificou, no projeto de lei, Gustavo Vera.
Por sua parte, o Secretário geral de Caminhoneiros, Hugo Moyano, denunciou, nesta manhã, que “a Justiça, no dia de hoje, não soube apontar quem foi o responsável pelo acidente. Tenho tanta dor na alma que não posso evitar a emoção. Poucos dias após o acidente, pedi para falar com este companheiro que estava internado, por causa do valor que tem, pela força que demonstrou após o acidente que teve. Maxi estava disposto a continuar lutando e isso é muito importante apesar das dificuldades que a vida nos coloca”, destacou o dirigente.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
A história do imposto sobre o sári branco de Madre Teresa de Calcutá
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"Santa Madre Teresa de Calcutá é um símbolo universal, amado pelos fiéis, não crentes e diversamente crentes. É um absurdo que sobre o seu sári branco com barras azuis, agora seja preciso pagar um imposto". É o desabafo indignado do cardeal José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos ao saber da notícia que o hábito típico das Missionárias da Caridade tornou-se uma marca registrada com direitos autorais, por decisão da Casa Geral de Calcutá. A reportagem é de Orazio La Rocca, publicada pela revista italiana Panorama, 17-07-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.
Uma medida jamais adotada para os trajes de religiosos e religiosas da Igreja Católica, que agora vai obrigar o pagamento de uma taxa para aqueles que, por qualquer motivo (humanitário, fotos, filmes, livros) usarem o hábito das Missionárias da Caridade, as irmãs de Madre Teresa de Calcutá, prêmio Nobel da paz, canonizada no ano passado pelo Papa Francisco como símbolo dos pobres do Jubileu da Misericórdia.
"É a primeira vez que ouço algo assim, e não é certamente nenhuma honra à memória da Santa. Uma iniciativa comercial discutível e inoportuna que não deve, absolutamente, continuar. Mas acredito que, apesar da decisão tomada pela sede de Calcutá das Missionárias não terá um resultado prático", argumenta Saraiva Martins que, como prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, foi o signatário dos decretos das virtudes heroicas que abriram as portas para a veneração de Madre Teresa.
No Vaticano, o cardeal não é o único a criticar a iniciativa. Mesmo entre os mais próximos colaboradores do Papa há decepção e irritação. Por isso, não é impossível que algum sinal de ‘pare’ logo seja emitido pelos Sagrados Palácios, para um "copyright que de fato suja a própria imagem da freira e de todas as suas irmãs", lamenta Saraiva Martins.
A operação comercial
Mas no aguardo que o Vaticano, por decisão Papa Francisco, possa intervir, o sári branco com bordas azuis características que cobre a cabeça e o corpo das Missionárias da Caridade é agora uma marca registrada protegida por royalties para qualquer forma de uso.
Um vínculo comercial que agride a opção preferencial pelos mais pobres entre os pobres feita por Madre Teresa, porque o típico hábito indiano, que as Missionárias da Caridade adotaram em todas as partes do mundo desde 1950, recebeu o reconhecimento de "propriedade intelectual" pelas autoridades indianas por solicitação da congregação fundada pela santa em Calcutá.
A notícia foi revelada por AsiaNews, agência de notícias missionária do PIME, citando as palavras de Biswajit Sarkar, representante legal das freiras, que informou que o "Registro de Marcas do Governo da Índia permitiu o registro de copyright" para o sári teresiano.
Uma decisão, esta, tomada no ano passado, em pleno Jubileu da Misericórdiamantida em segredo por razões óbvias. Mas que foi divulgada há poucos dias frente "a perpetração de abuso sobre o hábito", conforme a justificação do representante legal que, de fato, explicou que o processo de reconhecimento começou em 2013; após "um rígido exame dos procedimentos legal", foi concedido em concomitância com a canonização da "Mãe dos Pobres", ocorrida em 4 de setembro de 2016, no Vaticano.
Sarkar explicou ainda que as Missionárias não gostam de "publicidade e que por isso não tinham tornado pública a notícia. Mas uma vez que se assiste a um uso impróprio e sem escrúpulos do hábito, queremos que as pessoas saibam que é uma marca registrada”. Defesa pouco convincente de uma atitude de caráter totalmente comercial que não é agradou em nada a comitiva papal.
Os hábitos religiosos: um valor
Na Igreja jamais tinha acontecido algo similar que, ao que parece, pegou de surpresa até mesmo a Casa Geral italiana das Missionárias da Caridade, onde ninguém sabia da história do copyright sobre os seus sáris. "Não é possível taxar os hábitos religiosos" explicam às Congregações do Vaticano dos Santos e Religiosos, porque são símbolos universais abertos a todos, sobre os quais não é possível colocar restrições visando o lucro.
Desde sempre a veste das ordens religiosas ou dos eclesiásticos revestiu-se de grande importância. E a cada hábito, realizado com base em indicações religiosas próprias de cada ordem, está associado um significado. No caso de Madre Teresa, há o branco que representa a pureza e as barras azuis que lembram a cor de Nossa Senhora e os três votos de pobreza, castidade e obediência.
Mesmo a veste branca do papa tem a sua história: segundo a tradição, o primeiro a usar esse hábito foi o Papa Pio V que, ao subir ao trono papal em 1566, não quis abandonar o hábito branco de sua ordem religiosa, os dominicanos. São Francisco de Assis - relatam as fontes franciscanas - não vestiu um hábito qualquer de sarja, mas teria indicado cuidadosamente a forma do hábito dos Frades Menores, que, aberto, imita a forma de uma cruz ou um "tau".
Voltando para as irmãs, as várias ordens são reconhecíveis justamente pelo hábito ou pelo véu, como as brigidinas, cujo véu é preto com uma cruz branca costurada por cima. As carmelitas no século XVII escolheram como marca distintiva as "alpargatas", as sandálias que usavam os pobres na Espanha. Mais tarde, foram transformas pelo mundo da moda em espadrillas, vendidas hoje não só na Espanha, mas em todo o mundo. Mas isso é outra história, toda comercial com a qual as Carmelitas nada têm a ver. Agora é a vez do sári das Missionárias da Caridade que desperta os apetites de algum "devoto" desprovido de escrúpulos.
Mas o Papa Francisco não vai ficar de braços cruzados, palavra de José Saraiva Martins, o cardeal signatário das virtudes de Santa Madre Teresa de Calcutá, símbolo universal da redenção dos pobres de todo o mundo. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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