Quem é Jessé Aguiar, cantor gay que deixou o gospel e divide feito com Tom Jobim
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Artista, que tem louvor entre as dez canções brasileiras mais gravadas de todos os tempos, agora se lança na música pop
Jessé Aguiar compôs "Está Tudo Bem" quando nada estava bem. A música o colocou na lista das dez canções brasileiras mais gravadas de todos os tempos, uma façanha e tanto para um jovem de 21 anos pouco conhecido fora do meio gospel.
Ocupando a décima posição, com 220 adaptações de seu louvor cristão, ele é o único artista vivo num ranking povoado por medalhões, que vão de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, na cabeceira com "Garota de Ipanema", a Cartola e Pixinguinha.
Mas Jessé não estava num bom momento quando escreveu a letra em que simula uma conversa com Deus —"Pai, tu sabe das feridas que eu carrego/ de alguns confrontos que só tu assistiu/ eu sei que com Cristo vai ficar tudo bem".
Acontece que Jessé é evangélico e gay, um binômio que lhe parecia impossível depois de uma vida toda escutando na igreja que ser homossexual era pecado aos olhos de Deus.
Jessé estava em depressão quando criou "Está Tudo Bem". Tentou se matar com uma overdose de remédios, em 2020. Três anos depois, fez as pazes com Cristo e começou uma revolução em sua vida que incluiu se assumir LGBTQIA+ e ainda assim um servo do Senhor.
Primeiro foi o divórcio com a indústria gospel, seguindo os passos de outras duas artistas de quilate no meio —Priscilla Alcantara, vencedora do reality show "The Masked Singer Brasil, da Globo, e Jotta A, que se descobriu trans após anos se sentindo sufocada na pele masculina.
Como as duas colegas, Jessé trocou uma bem-sucedida carreira na música cristã pelo mercado secular, adjetivo que evangélicos usam para se referir àqueles alheios à sua fé.
Ele nutria números superlativos com sua pose de bom cristão. O clipe de "Alívio" sozinho, seu maior sucesso, foi visto 213 milhões de vezes no YouTube. As sertanejas Maiara e Maraisa entoaram no velório da amiga Marília Mendonça a canção, sobre extrair de Jesus o "combustível para continuar".
Jessé quer continuar, mas de outro patamar. Ele lança nesta quarta-feira (12) um single secular, "Não Sou de Me Entregar". Distribuído pela ADA Music, divisão de música independente do Warner Music Group, o pop sentimental começa com sons que emulam batidas de coração e tratam de uma paixão por alguém que o tem nas mãos.
Ele anunciou em fevereiro sua saída do gospel, terminando o contrato com a gravadora Todah Music, que representa de Davi Sacer, artista forte do gênero, à mirim Ana Julia Canela de Fogo. A decisão chegou ao público por meio de um vídeo compartilhado nas redes sociais. Nele, Jessé dizia que sua "fé ímpar" e "não vinculada ao sistema" permanecia intacta.
Dois meses antes, o cantor horrorizou conservadores ao aparecer cantando hits sensuais de Anitta e Luísa Sonza. A escolha musical nem foi o pior para a audiência recatada. Isso porque ele estava num carro com outro rapaz. Com tintas sensacionalistas, O Fuxico Gospel, site de fofocas do segmento, manchetou: "Vídeo de Jessé com namorado é o que faltava para ele sair do armário".
Em junho, o artista decidiu que era hora de assumir a narrativa da própria vida. "Tenho 21 anos e sou gay", disse. "Isso para alguns vai ser um choque. Outras [pessoas] vão até brincar: choca um total de zero pessoas."
Ele contou então que a identidade sexual já lhe era clara desde os 12 anos, e que dois anos depois achou melhor informá-la a mãe. Não dava para sufocar, mas, fora um círculo super-restrito que incluía uma namorada "que teve muita paciência", abafou sua homossexualidade por quase uma década.
Jessé descreveu como, a partir dali, começou a viver um inferno particular, coalhado de ansiedade e picos depressivos. Tentou a todo custo reprimir quem era, como se uma "cura gay" fosse possível. Fazia campanha de oração e um tal de "subir monte, descer monte" —percurso de fé que, acreditava, o ajudaria a se livrar do que via como chaga.
Suas preces nunca foram atendidas, e só anos depois entendeu ele o porquê. Não havia nada de errado com ele. Ser gay também é de Deus, e misericórdia daqueles que não enxergam isso. "Não quero que minha sexualidade me torne um vilão para as pessoas", disse.
Jessé até ironizou o pastor André Valadão por sua cruzada anti-LGBTQIA+. Quem era ele para falar que ser gay feria os princípios de Deus? "Eu jurava que o senhor era também… Apita muito!", comentou num post do líder da Igreja Batista Lagoinha em Orlando, nos Estados Unidos.
Jessé ainda frequenta o Ministério Balneário da Assembleia de Deus em Goiás, seu estado natal. Filho de uma costureira e de um químico que se separaram quando ele era adolescente, começou a cantar no púlpito aos quatro anos. Substituiu a mãe, que naquele dia não conseguiu se apresentar, mas que ensaiava letra e melodia em casa. O filho decorou.
Para Jessé, a igreja sempre será sua origem. E que Deus o livre de quem achar que seu lugar não é ali. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Domingo de Pedro e Paulo- Dia do Papa: Um Olhar
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MÁRTIRES DA FÉ
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
A beleza da palavra “vida” revela o dinamismo da criação e da natureza. O mundo é contagiado por aquilo que contribui para o bem viver. Mas, também, ao lado do belo e das satisfações cotidianas, a história registra sofrimentos, angústias, destruição e antivida. A evidência está na vida humana, responsável por zelar por tudo que é vida e contribuir para a preservação da natureza.
Aí entendemos a frase “mártires da fé”, referente a quem é capaz de morrer para salvar vidas. A história do cristianismo tem essas marcas de forma muito sensível. Assim podemos começar pelos primeiros seguidores de Jesus Cristo, no caso dos dois Apóstolos Pedro, que morreu pregado numa cruz e Paulo, sendo degolado em Roma. Agiram livres e conscientes em relação à fé em Jesus Cristo.
Pedro representa a instituição Igreja, nas palavras de Jesus: “Tu és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja” (Mt 16,18). Uma construção bimilenar, estruturada na convergência do Papa Francisco e espalhada pelo mundo inteiro. Paulo sinaliza a ação ministerial presente nas comunidades cristãs. Portanto, a Igreja é uma instituição projetada dentro de um prisma missionário.
Esses mártires da fé participaram do mesmo destino do Mestre. O rei Herodes tinha o firme propósito de destruir a Igreja nascente, prendendo e matando os líderes cristãos mais influentes. Mas não conseguiu eliminar o avanço corajoso de muitos outros, que também morreram martirizados. Foi tempo de grande perseguição e derramamento de sangue, fertilizando as bases do cristianismo.
Por detrás de tudo estavam as dificuldades e tribulações fazendo parte do projeto de evangelização proclamado e motivado por Jesus Cristo, quando ele mesmo diz aos seus seguidores: Ide todos pelo mundo inteiro para proclamar a Boa-Nova do Reino do Pai (cf. Mt 28,19). As palavras de Jesus deram firmeza e coragem aos que foram enviados e alguns tiveram que enfrentar o martírio.
A Igreja hoje continua desempenhando a mesma missão daquele tempo, enfrentando novas realidades para construir o Reino, que não é dela, mas de Deus. A isto chamamos de cuidado pastoral, tarefa de orientação na prática dos ensinamentos do Evangelho. Em vários países, cristãos continuam sendo martirizados, quando ajudam irmãos a solidificar a fé e a levar adiante a missão de Jesus Cristo. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Com a mente e o coração na "Cidade Maravilhosa": Papa recorda os dez anos da JMJ do Rio
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Em carta, Papa recorda a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro em 2013 e faz votos que se renove nos participantes daquela Jornada, e brote no coração dos jovens de hoje, o empenho missionário de uma "Igreja em saída", sempre atenta ao mandato de Jesus Cristo: "Ide e fazei discípulos entre todas as nações (Mt 28, 19).
Bianca Fraccalvieri - Vatican News
Prestes a viver as emoções da JMJ de Lisboa, o Papa voltou sua "mente e coração" à Cidade Maravilhosa, onde dez anos atrás viveu um dos eventos mais intensos do seu pontificado.
As lembranças do Papa afloraram quando o arcebispo de Rio de Janeiro, card. Orani João Tempesta, escreveu uma carta ao Pontífice recordando justamente os dez anos da Jornada, que se completam agora no próximo mês de julho.
Francisco retribuiu com outra carta, em que assegura que continua "indelével" em sua memória a recordação daquele encontro em terras cariocas, durante sua primeira Viagem Apostólica fora da Itália, como Bispo de Roma e Sucessor do Apóstolo Pedro, "com a missão de confirmar os irmãos na fé".
As palavras contidas na carta de Dom Orani, afirma o Papa, "transportaram-me o coração e a mente até aqueles dias vividos no meio da juventude do Brasil e do Mundo reunida na 'Cidade Maravilhosa'".
Por ocasião do décimo aniversário do evento, o Pontífice faz votos que se renove nos participantes daquela Jornada, e brote no coração dos jovens de hoje, o empenho missionário de uma "Igreja em saída", sempre atenta ao mandato de Jesus Cristo: "Ide e fazei discípulos entre todas as nações (Mt 28, 19).
O Papa conclui confiando tais votos à intercessão de Nossa Senhora Aparecida e de São Sebastião, enviando ao seu anfitrião no Rio a sua saudação, acompanhada da bênção de Deus, que estende de bom grado ao clero e a todos os fiéis da dileta Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.
O arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta conversou com a Rádio Vaticano - Vatican News. Fonte: https://www.vaticannews.va
Quarta-feira, 28 de junho-2023. EVANGELHO DO DIA-12ª Domingo do Tempo Comum. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que formais no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 7, 15-20)
15Guardai-vos dos falsos profetas. Eles vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos arrebatadores. 16Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abrolhos? 17Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos. 18Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má, bons frutos. 19Toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo. 20Pelos seus frutos os conhecereis.
3) Reflexão - Mt 7,15-20
Estamos chegando às recomendações finais do Sermão da Montanha. Comparando o evangelho de Mateus com o de Marcos percebe-se uma grande diferença na maneira de os dois apresentarem o ensinamento de Jesus. Mateus insiste mais no conteúdo do ensinamento e o organizou em cinco grande discursos, dos quais o Sermão da Montanha é o primeiro (Mt 5 a 7). Marcos, por mais de quinze vezes, diz que Jesus ensinava, mas raramente diz o que ele ensinava. Apesar destas diferenças, os dois concordam num ponto: Jesus ensinava muito. Ensinar era o que Jesus mais fazia (Mc 2,13; 4,1-2; 6,34). Era o costume dele (Mc 10,1). Mateus se interessava pelo conteúdo. Será que Marcos não se interessava pelo conteúdo? Depende do que entendemos por conteúdo! Ensinar não é só uma questão de comunicar verdades para o povo aprender de memória. O conteúdo não está só nas palavras, mas também nos gestos e no próprio jeito de Jesus se relacionar com as pessoas. O conteúdo nunca está desligado da pessoa que o comunica. Ela, a pessoa, é a raiz do conteúdo. A bondade e o amor que transparecem nas palavras e gestos de Jesus fazem parte do conteúdo. São o seu tempero. Conteúdo bom sem bondade é como leite derramado. Não convence e não à conversão.
As recomendações finais e o resultado do Sermão da Montanha na consciência do povo ocupam o evangelho de hoje (Mt 7,15-20) e o de amanhã (Mt 7,21-29). (A seqüência dos evangelhos diários da semana nem sempre é a mesma dos próprios evangelhos.)
Mateus 7,13-14: Escolher o caminho certo
Mateus 7,15-20: O profeta se conhece pelos frutos
Mateus 7,21-23: Não só falar, também praticar
Mateus 7,24-27: Construir a casa na rocha
Mateus 7,28-29: A nova consciência do povo
Mateus 7,15-16ª : Cuidado com os falsos profetas
No tempo de Jesus, havia profetas de todo tipo, pessoas que anunciavam mensagens apocalípticas para envolver o povo nos vários movimentos daquela época: essênios, fariseus, zelotes e outros (cf. At 5,36-37). No tempo em que Mateus escreve também havia profetas que anunciavam mensagens diferentes da mensagem proclamada pelas comunidades. As cartas de Paulo mencionam estes movimentos e tendências (cf 1Cor 12,3; Gal 1,7-9; 2,11-14;6,12). Não deve ter sido fácil para as comunidades fazer o discernimento dos espíritos. Daí a importância das palavras de Jesus sobre os falsos profetas. A advertência de Jesus é muito forte: "Cuidado com os falsos profetas: eles vêm a vocês vestidos com peles de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes”. A mesma imagem é usada quando Jesus envia os discípulos e as discípulas para a missão: “Mando vocês como cordeiros no meio de lobos” (Mt 10,16 e Lc 10,3). A oposição entre lobo voraz e manso cordeiro é irreconciliável, a não ser que o lobo se converta e perca a sua agressividade como sugere o profeta Isaías (Is 11,6; 65,25). O que importa aqui no nossos texto é o dom do discernimento. Não é fácil discernir os espíritos. Às vezes, acontece que interesses pessoais ou grupais levam as pessoas a proclamar como falsos aqueles profetas que anunciam a verdade que incomoda. Isto aconteceu com o próprio Jesus. Ele foi eliminado e morto como falso profeta pelas autoridades religiosas da época. De vez em quando, o mesmo aconteceu e continua acontecendo na nossa igreja.
Mateus 7,16b-20 : A comparação da árvore e seus frutos
Para ajudar no discernimento dos espíritos, Jesus usa a comparação do fruto: “Vocês os conhecerão pelos frutos”. Um critério semelhante já tinha sido sugerido pelo livro do Deuteronômio (Dt 18,21-22). E Jesus acrescenta: “Uma árvore boa não pode dar frutos maus, e uma árvore má não pode dar bons frutos. 19 Toda árvore que não der bons frutos, será cortada e jogada no fogo”. No evangelho de João, Jesus completa a comparação: “Todo ramo que não dá fruto em mim, o Pai o corta. Os ramos que dão fruto, ele os poda para que deem mais fruto ainda. O ramo que não fica unido à videira não pode dar fruto. Esses ramos são ajuntados, jogados no fogo e queimados." (Jo 15,2.4.6)
4) Para um confronto pessoal
1) Falsos profetas! Conhece algum caso em que uma pessoa boa e honesta que proclamava uma verdade incômoda foi condenada como falso profeta?
2) A julgar pelos frutos da árvore da sua vida pessoal, como você se define: falso ou verdadeiro?
5) Oração final
Desvia meu olhar para eu não ver as vaidades, faze-me viver no teu caminho. Eis que desejo teus preceitos; pela tua justiça conserva-me a vida. (Sl 118, 37.40)
Quinta-feira, 29 de junho-2023. EVANGELHO DO DIA-12ª Domingo do Tempo Comum. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que formais no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 7, 21-29)
21Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. 22Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres? 23E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus! 24Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. 26Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. 27Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína. 28Quando Jesus terminou o discurso, a multidão ficou impressionada com a sua doutrina. 29Com efeito, ele a ensinava como quem tinha autoridade e não como os seus escribas.
3) Reflexão - Mt 7,21-29
O Evangelho de hoje traz a parte final do Sermão da Montanha: (1) não basta falar e cantar, é preciso viver e praticar (Mt 7,21-23). (2) A comunidade construída em cima do fundamento da nova Lei do Sermão da Montanha ficará em pé na hora da tempestade (Mt 7,24-27). (3) O resultado das palavras de Jesus nas pessoas é uma consciência mais crítica com relação aos líderes religiosos, os escribas (Mt 7,28-29).
Este final do Sermão da Montanha desenvolve algumas oposições ou contradições que continuam atuais até nos dias de hoje: (1) Há pessoas que falam continuamente de Deus, mas se esquecem de fazer a vontade de Deus; usam o nome de Jesus, mas não traduzem em vida sua relação com o Senhor (Mt 7,21). (2) Há pessoas que vivem na ilusão de estarem trabalhando para o Senhor, mas no dia do encontro definitivo com Ele, descobrem, tragicamente, que nunca o conheceram (Mt 7,22-23). As duas parábolas finais do Sermão da Montanha, da casa construída sobre a rocha (Mt 7,24-25) e da casa construída sobre a areia (Mt 7,26-27), ilustram estas contradições. Por meio delas Mateus denuncia e, ao mesmo tempo, tenta corrigir a separação entre fé e vida, entre falar e fazer, entre ensinar e praticar.
Mateus 7,21: Não basta falar, é preciso praticar
O importante não é falar bonito sobre Deus ou saber explicar bem a Bíblia para os outros, mas é fazer a vontade do Pai e, assim, ser uma revelação do seu rosto e da sua presença no mundo. A mesma recomendação foi dada por Jesus àquela mulher que elogiou Maria, sua mãe. Jesus respondeu: “Felizes os que ouvem a Palavra e a põem em prática” (Lc 11,28).
Mateus 7,22-23: Os dons devem estar a serviço do Reino, da comunidade.
Havia pessoas com dons extraordinários como, por exemplo, o dom da profecia, do exorcismo, das curas, mas elas usavam os dons para si mesmas, fora do contexto da comunidade. No julgamento, elas ouvirão uma sentença dura de Jesus: "Afastem-se de mim vocês que praticam a iniqüidade!". Iniqüidade é o oposto de justiça. É fazer com Jesus o que alguns doutores faziam com a lei: ensinavam mas não praticavam (Mt 23,3). Paulo dirá a mesma coisa com outras palavras e argumentos: “Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência; ainda que eu tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse o amor, eu não seria nada. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse o amor, nada disso me adiantaria”. (1Cor 13,2-3).
Mateus 7,24-27: A parábola da casa na rocha.
Ouvir e praticar, esta é a conclusão final do Sermão da Montanha. Muita gente procurava sua segurança nos dons extraordinários ou nas observâncias. Mas a segurança verdadeira não vem do prestígio nem das observâncias, não vem de nada disso. Ela vem de Deus! Vem do amor de Deus que nos amou primeiro (1Jo 4,19). Seu amor por nós, manifestado em Jesus ultrapassa tudo (Rom 8,38-39). Deus se torna fonte de segurança, quando procuramos praticar a sua vontade. Aí, Ele será a rocha que nos sustenta na hora das dificuldades e das tempestades.
Mateus 7,28-29: Ensinar com autoridade
O evangelista encerra o Sermão da Montanha dizendo que a multidão ficou admirada com o ensinamento de Jesus, porque "ele ensinava com autoridade, e não como os escribas". O resultado do ensino de Jesus é a consciência mais crítica do povo com relação às autoridades religiosas da época. Suas palavras simples e claras brotavam da sua experiência de Deus, da sua vida entregue ao Projeto do Pai. O povo estava admirado e aprovava os ensinamentos de Jesus.
Comunidade: casa na rocha
No livro dos Salmos, frequentemente encontramos a expressão: “Deus é a minha rocha e a minha fortaleza... Meus Deus, rocha minha, meu refúgio, meu escudo, força que me salva...”(Sl 18,3). Ele é a defesa e a força de quem nele acredita e busca a justiça (Sl 18,21.24). As pessoas que confiam neste Deus, tornam-se, por sua vez, uma rocha para os outros. Assim, o profeta Isaías faz um convite ao povo que estava no cativeiro: "Vocês que estão à procura da justiça e que buscam a Deus! Olhem para a rocha da qual foram talhados, para a pedreira da qual foram extraídos. Olhem para Abraão, seu pai, e para Sara, sua mãe” (Is 51,1-2). O profeta pede para o povo não esquecer o passado. O povo deve lembrar como Abraão e Sara pela fé em Deus se tornaram rocha, começo do povo de Deus. Olhando para esta rocha, o povo devia criar coragem para lutar e sair do cativeiro. Do mesmo modo, Mateus exorta as comunidades para que tenham como alicerce a mesma rocha (Mt 7,24-25) e possam, dessa maneira, elas mesmas ser rocha para fortalecer os seus irmãos e irmãs na fé. Este é o sentido do nome que Jesus deu a Pedro: “Você é Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja” (Mt 16,18). Esta é a vocação das primeiras comunidades, chamadas a unir-se a Jesus, a pedra viva, para tornarem-se, também elas, pedras vivas pela escuta e pela prática da Palavra (Pd 2,4-10; 2,5; Ef 2,19-22).
4) Para um confronto pessoal
1) Como a nossa comunidade equilibra oração e ação, louvor e prática, falar e fazer, ensinar e praticar? O que deve melhorar na nossa comunidade, para que ela seja rocha, casa segura e acolhedora para todos?
2) Qual a rocha que sustenta a nossa Comunidade? Qual o ponto em que Jesus mais insiste?
5) Oração final
Ajudai-nos, ó Deus salvador, pela glória de vosso nome; livrai-nos e perdoai-nos os nossos pecados pelo amor de vosso nome. (Sl 78, 9)
A onda do secularismo
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Livro mostra que a política pode estar por trás do crescimento dos sem religião nos EUA
Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".
Países ricos tendem a ser bem menos religiosos que os pobres. Os EUA é que despontam como exceção à regra, por ser uma das nações mais ricas do mundo e ostentar uma religiosidade forte: 63% dos americanos dizem acreditar com certeza que Deus existe; na Europa Ocidental, essa cifra é de 15%. Não obstante, nos EUA, a categoria dos sem religião é uma das que mais cresce. Eles eram 5% em 1972, passaram a 14% em 2000, e bateram nos 18% em 2010.
Em "Secular Surge" (onda secular), David E. Campbell, Geoffrey C. Layman e John C. Green analisam mais detidamente o fenômeno e chegam a conclusões surpreendentes.
Os sem religião são uma categoria notoriamente bagunçada, que inclui desde ateus e agnósticos até pessoas que creem num Deus pessoal, mas não estão vinculadas a nenhuma igreja. Os autores tentam ordenar um pouco melhor as coisas separando a religiosidade pura, da qual a crença em Deus e a frequência a cultos são bons indicadores, de uma visão de mundo secular, uma espécie de militância em favor da razão e da ciência, que se manifesta também em atividades comunitárias. Pense numa festa para arrecadar fundos para o combate à fome na África, por exemplo.
As duas dimensões tendem a andar juntas, mas há várias outras combinações possíveis. Um sujeito pode ser religioso de ir à missa toda semana, mas defender que o Estado seja laico; outro pode ser ateu, mas ter verdadeira alergia a essa ideologia secularista.
Os autores escarafuncharam várias pesquisas e mostram que o crescimento do secularismo é pelo menos em parte uma reação aos avanços da direita religiosa. E isso é uma novidade, porque os sociólogos sempre consideraram que era a religião que influenciava as posições políticas do indivíduo e não o contrário. Embora não descartem um cenário mais róseo, sugerem que o movimento deverá introduzir novas tensões no Partido Democrata e atiçar a polarização com os republicanos. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
12º Domingo do Tempo Comum: “Não tenhais medo”
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“NÃO TENHAIS MEDO”
Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)
O Evangelho da liturgia dominical ressalta dois convites de Jesus: por um lado recomenda aos apóstolos “não tenhais medo” e por outro lado diz “temei aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno!” (Mateus 19,26-33). O caminho de quem crê é repleto de dificuldades provocadas por eventos históricos externos ou por crises pessoais. A liturgia abre a oportunidade para refletir sobre o medo humano e o temor a Deus.
A vida dos apóstolos será parecida com a dos profetas e de Jesus. Jesus é franco com eles e os prepara para viverem o ministério nas adversidades. Porém não podem deixar-se tomar pelo medo. O medo é uma dimensão natural da vida. Na medida justa ajuda a proteger a vida. Porém há medos questionáveis que podem inibir e paralisar a pessoa fazendo-a abandonar seus compromissos.
Jesus exemplifica três situações para os apóstolos: “Não tenhais medo dos homens, pois nada há de encoberto que não seja revelado, e nada há de escondido que não seja conhecido”. A transparência de vida e a clareza do anúncio do Evangelho iluminarão os métodos obscuros e de “segundas intenções” tão presentes na sociedade. O apóstolo não tem nada a esconder. “Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma!” Quantos cristãos padeceram e padecem o martírio. O corpo é morto, mas o testemunho perdura. “Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais”. A dignidade humana do apóstolo tem um valor incalculável, mesmo que haja tentativas de minimizar o seu valor e dignidade.
A sociedade contemporânea tão desafiadora faz emergir um medo mais profundo, de tipo existencial, que por vezes termina em angústia. A palavra angústia, oriunda do latim, significa apertar, estrangular. Filosofias da existência refletiram muito sobre esta situação humana. A angústia é um sentimento que, ao contrário do medo, não tem objeto preciso. Tem-se medo diante de algo real e quando a causa que provoca o medo desaparece ou se vence, volta a segurança, a serenidade. O que alimenta a angústia é um estado que manifesta a relação do indivíduo com o mundo, relação determinada pela liberdade. Inúmeras possibilidades se apresentam ao ser humano convocando-o escolher. Mas escolher o quê? Qual é a escolha certa? Posso não escolher? Tantas possibilidades e ao mesmo tempo tantas incertezas. Depois que Jesus anunciou a traição de Judas, lhe disse: “O que tens a fazer, faze-o depressa” (Jo 13,27). Pedido que revela claramente um coração angustiado.
Não ter medo dos homens repete Jesus, “pelo contrário, temei aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno!”. A presença de Deus, afirmam os textos bíblicos, fortalecem os fiéis diante das ameaças humanas. Mesmo nas pequenas coisas se manifesta o cuidado de Deus. “Quanto a vós, até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados”.
O que significa o temor de Deus? Ensina o Cardeal Carlo Maria Martini: “O temor de Deus nasce do conhecimento que é preciso se comparar não somente com o curto horizonte das coisas que passam, mas com o horizonte último e definitivo da vida eterna que não passa. O temor de Deus é agora a relação que nos faz viver constantemente sobre o olhar do Senhor, preocupados em agradar mais a Ele do que os homens. Deus que te cuida é sim o Deus juiz, mas esta expressão deve ser bem entendida porque não tem nada a ver com uma espécie de olhar maligno ou severo direcionado sobre ti para captar os erros: se trata do Deus Pai que te conhece e te ama como nenhum outro e que quer verdadeiramente o teu bem. Agir como lhe agrada é agora para ti o bem maior, a consolação mais profunda, (…) o temor de Deus é um temor filial reverente, afetuoso, que teme sobretudo desagradar o coração do Pai”. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Sexta-feira, 23 de junho-2023. 11º Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo, e como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 6, 19-23)
19Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam. 20Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furtam nem roubam. 21Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração. 22O olho é a luz do corpo. Se teu olho é são, todo o teu corpo será iluminado. 23Se teu olho estiver em mau estado, todo o teu corpo estará nas trevas. Se a luz que está em ti são trevas, quão espessas deverão ser as trevas!
3) Reflexão - Mt 6, 19-23
No evangelho de hoje continuamos nossa reflexão sobre o Sermão da Montanha. Anteontem e ontem refletimos sobre a prática das três obras de piedade: esmola (Mt 6,1-4), oração (Mt 6,5-15) e jejum (Mt 6,16-18). O evangelho de hoje e de amanhã trazem quatro recomendações sobre o relacionamento com os bens materiais, explicitando assim como viver a pobreza da primeira bem-aventurança: (1) não acumular (Mt 6,19-21); (2) ter a visão correta dos bens materiais (Mt 6,22-23); (3) não servir a dois senhores (Mt 6,24); (4) abandonar-se à providência divina (Mt 6,25-34). O evangelho de hoje trata das duas primeiras recomendações: não acumular bens (6,19-21) e não olhar o mundo com olhos doentes (6,22-23).
Mateus 6,19-21: Não acumular tesouros na terra
Se, por exemplo, hoje na TV é dado o aviso de que vai faltar açúcar e café no próximo mês, todos vamos comprar o máximo possível de café e de açúcar. Acumulamos, porque não confiamos. Nos quarenta anos de deserto, o povo foi provado para ver se era capaz de observar a lei de Deus (Ex 16,4). A prova consistia nisto: ver se eles eram capazes de recolher só o necessário de maná para um único dia e de não acumular para o dia seguinte. Jesus diz: "Não ajuntem riquezas aqui na terra, onde a traça e a ferrugem corroem, e onde os ladrões assaltam e roubam. Ajuntem riquezas no céu, onde nem a traça nem a ferrugem corroem, e onde os ladrões não assaltam nem roubam”. O que significa ajuntar tesouros no céu? Trata-se de saber onde coloco o fundamento da minha existência. Se o coloco nos bens materiais desta terra, sempre corro o perigo de perder o que acumulei. Se coloco o fundamento em Deus, ninguém vai poder destruí-lo e terei a liberdade interior de partilhar com os outros os bens que possuo. Para que isto seja possível e viável, é importante que se crie uma convivência comunitária que favoreça a partilha e a ajuda mútua, e na qual a maior riqueza ou tesouro não é a riqueza material, mas sim a riqueza ou o tesouro da convivência fraterna nascida a partir da certeza trazida por Jesus de que Deus é Pai/Mãe de todos. Onde está o teu tesouro (riqueza), aí está o teu coração.
Mateus 6,22-23: A lâmpada do corpo é o olho
Para entender o que Jesus pede é necessário ter olhos novos. Jesus é exigente e pede muita coisa: não acumular (6,19-21), não servir a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo (6,24), não se preocupar com comida e bebida (6,25-34). Estas recomendações exigentes tratam daquela parte da vida humana, onde as pessoas tem mais angústias e preocupações. É também a parte do Sermão da Montanha, que é a mais difícil de se entender e de praticar. Por isso Jesus diz: "Se teu olho estiver doente, ....". Alguns traduzem olho doente e olho são. Outros traduzem olho mesquinho e olho generoso. Tanto faz. Na realidade, a pior doença que se possa imaginar é uma pessoa se fechar sobre si mesma e sobre seus bens e confiar só neles. É a doença da mesquinhez! Quem olha a vida com este olhar viverá na tristeza e na escuridão. O remédio para curar esta doença é a conversão, a mudança de mentalidade e de ideologia. Colocando o fundamento da vida em Deus, o olhar se torna generoso e a vida toda se torna luminosa, pois faz nascer a partilha e a fraternidade.
Jesus quer uma mudança radical. Quer a observância da lei do ano sabático, onde se diz que, na comunidade dos que crêem, não pode haver pobres (Dt 15,4). A convivência humana deve ser organizada de tal maneira que já não seja necessário uma pessoa se preocupar com comida e bebida, roupa e moradia, saúde e educação (Mt 6,25-34). Mas isto só é possível se todos buscarem primeiro o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6,33). O Reino de Deus é permitir que Deus reine e tome conta: é imitar Deus (Mt 5,48). A imitação de Deus leva à partilha justa dos bens e ao amor criativo, que gera fraternidade verdadeira. A Providência Divina deve ser mediada pela organização fraterna, Só assim é possível jogar fora toda a preocupação pelo dia de amanhã (Mt 6,34).
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus disse: “Onde está tua riqueza, aí estará o teu coração”. Onde está minha riqueza: no dinheiro ou na fraternidade?
2) Qual a luz que está nos meus olhos para olhar a vida, os acontecimentos?
5) Oração final
Porque o Senhor escolheu Sião, ele a preferiu para sua morada. É aqui para sempre o lugar de meu repouso, é aqui que habitarei porque o escolhi. (Sl 131, 13-14)
Papa cancela discurso devido a dificuldades respiratórias após cirurgia
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Com agenda lotada no Vaticano, pontífice diz que ainda está sob 'efeitos da anestesia'
VATICANO | REUTERS
O papa Francisco cancelou a leitura de um discurso que faria numa conferência nesta quinta (22), no Vaticano, justificando a decisão devido a dificuldades respiratórias após a cirurgia que realizou neste mês.
"Ainda estou sob os efeitos da anestesia, minha respiração não está boa", disse ele em uma reunião.
Como o pontífice não fez o discurso, os delegados receberam um texto com o conteúdo. Questionado por um fiel sobre como se sentia, Francisco, 86, respondeu: "Ainda estou vivo".
O papa foi submetido no último dia 7 a procedimentos em razão de risco de obstrução intestinal. Eles incluíram uma laparotomia —a abertura cirúrgica da cavidade abdominal— e uma operação plástica para reconstruir a parede da região. Ele passou nove dias internado no hospital Gemelli em recuperação.
Responsável pela operação, o cirurgião Sergio Alfieri disse que ele estava bem para retomar seus compromissos, mas que ainda precisa ser monitorado. Desde que voltou ao Vaticano, na última sexta-feira (16), o papa cumpre uma agenda pesada, que incluiu reuniões com os líderes de Cuba e Brasil.
Só nesta quinta-feira, ele tinha oito eventos programados.
Na quarta-feira (21), quando recebeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, Francisco conversou sobre a Guerra da Ucrânia. Tanto o petista como o líder da Igreja Católica estão empenhados em promover conversas em busca da paz.
Para os próximos meses, o papa tem uma viagem a Portugal marcada para o início de agosto, para acompanhar a Jornada Mundial da Juventude, e outra à Mongólia, no mesmo mês. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Quinta-feira, 22 de junho-2023. 11º Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo, e como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 6, 7-15)
7Nas vossas orações, não multipliqueis as palavras, como fazem os pagãos que julgam que serão ouvidos à força de palavras. 8Não os imiteis, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós lho peçais. 9Eis como deveis rezar: PAI NOSSO, que estais no céu, santificado seja o vosso nome; 10venha a nós o vosso Reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. 11O pão nosso de cada dia nos dai hoje; 12perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam; 13e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. 14Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. 15Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará.
3) Reflexão - Mt 6, 7-15
O evangelho de hoje traz a oração do Pai Nosso, o Salmo que Jesus nos deixou. Há duas redações do Pai Nosso: de Lucas (Lc 11,1-4) e de Mateus (Mt 6,7-13). A redação de Lucas é mais curta. Lucas escreve para comunidades que vieram do paganismo. Ele busca ajudar pessoas que estão se iniciando no caminho da oração. No Evangelho de Mateus, o Pai Nosso está situado naquela parte do Sermão da Montanha, onde Jesus orienta os discípulos e as discípulas na prática das três obras de piedade: esmola (Mt 6,1-4), oração (Mt 6,5-15) e jejum (Mt 6,16-18). O Pai Nosso faz parte de uma catequese para judeus convertidos. Eles já estavam habituados a rezar, mas tinham certos vícios que Mateus tenta corrigir. No Pai Nosso Jesus resume todo o seu ensinamento em sete preces dirigidas ao Pai. Nestes sete pedidos, ele retoma as promessas do Antigo Testamento e mandar pedir ao Pai que Ele nos ajude a realizá-las. Os primeiros três dizem respeito ao relacionamento nosso com Deus. Os outros quatro dizem respeito ao nosso relacionamento comunitário com os outros.
Mateus 6,7-8: A introdução ao Pai-nosso.
Jesus critica as pessoas para as quais a oração era uma repetição de fórmulas mágicas, de palavras fortes, dirigidas a Deus para obrigá-lo a atender a seus pedidos e necessidades. Quem reza deve buscar em primeiro lugar o Reino, muito mais que os interesses pessoais. A acolhida da oração por parte de Deus não depende da repetição das palavras, mas sim da bondade de Deus que é Amor e Misericórdia. Ele quer o nosso bem e conhece as nossas necessidades, antes mesmo das nossas preces.
Mateus 6,9a: As primeiras palavras: “Pai Nosso que estás no céu!”
Abba, Pai, é o nome que Jesus usa para dirigir-se a Deus. Expressa a intimidade que ele tinha com Deus e manifesta a nova relação com Deus que deve caracterizar a vida do povo nas comunidades cristãs (Gl 4,6; Rm 8,15). Mateus acrescenta ao nome do Pai o adjetivo nosso e a expressão que estais no Céu. A oração verdadeira é uma relação que nos une ao Pai, aos irmãos e irmãs e à natureza. A familiaridade com Deus não é intimista, mas expressa a consciência de pertencermos à grande família humana, da qual participam todas as pessoas, de todas as raças e credos: Pai Nosso. Rezar ao Pai e entrar em intimidade com ele, é também colocar-se em sintonia com os gritos de todos os irmãos e irmãs. É buscar o Reino de Deus em primeiro lugar. A experiência de Deus como Pai é o fundamento da fraternidade universal.
Mateus 6,9b-10: Os três pedidos pela causa de Deus: o Nome, o Reino, a Vontade
Na primeira parte do Pai-nosso, pedimos para que seja restaurado o nosso relacionamento com Deus. Para restaurar o relacionamento com Deus, Jesus pede (1) a santificação do Nome revelado no Êxodo por ocasião da libertação do Egito; (2) pede a vinda do Reino, esperado pelo povo depois do fracasso da monarquia; (3) pede o cumprimento da Vontade de Deus, revelada na Lei que estava no centro da Aliança. O Nome, o Reino, a Lei: são os três eixos tirados do Antigo Testamento que expressam como deve ser o novo relacionamento com Deus. Os três pedidos mostram que é preciso viver na intimidade com o Pai, fazendo com que o seu Nome seja conhecido e amado, que o seu Reino de amor e de comunhão se torne uma realidade, e que a sua Vontade seja feita assim na terra como no céu. No céu, o sol e as estrelas obedecem à lei de Deus e criam a ordem do universo. A observância da lei Deus "assim na terra como no céu" deve ser a fonte e o espelho de harmonia e de bem-estar para toda a criação. Este relacionamento renovado com Deus, porém, só se torna visível no relacionamento renovado entra nós que, por sua vez, é objeto de mais quatro pedidos: o pão de cada dia, o perdão das dívidas, o não cair em tentação e a libertação do Mal.
* Mateus 6,11-13: Os quatro pedidos pela causa dos irmãos: Pão, Perdão, Vitória, Liberdade
Na segunda parte do Pai-nosso pedimos que seja restaurado e renovado o relacionamento entre as pessoas. Os quatro pedidos mostram como devem ser transformadas as estruturas da comunidade e da sociedade para que todos os filhos e filhas de Deus vivam com igual dignidade. Pão de cada dia: O pedida do "Pão de cada dia" (Mt 6,11) lembra o maná de cada dia no deserto (Ex 16,1-36), O maná era uma “prova" para ver se o povo era capaz de andar na Lei do Senhor (Ex 16,4), isto é, se era capaz de acumular comida apenas para um único dia como sinal da fé de que a providência divina passa pela organização fraterna. Jesus convida para realizar um novo êxodo, uma nova convivência fraterna que garante o pão para todos. Perdão das dívidas: O pedido, do "perdão das dívidas" (6,12) lembra o ano sabático que obrigava os credores a perdoar todas as dívidas aos irmãos (Dt 15,1-2). O objetivo do ano sabático e do ano jubilar (Lv 25,1-22) era desfazer as desigualdades e recomeçar tudo de novo. Como rezar hoje: “Perdoai as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores”? E' pela dívida externa dos países pobres que os países ricos, todos cristãos, se enriquecem. Não cair na Tentação: O pedido de "não cair em tentação" (6,13) lembra os erros cometidos no deserto, onde o povo caiu na tentação (Ex 18,1-7; Nm 20,1-13; Dt 9,7-29). É para imitar Jesus que foi tentado e venceu (Mt 4,1-17). No deserto, a tentação levava o povo a seguir por outros caminhos, a voltar atrás, a não assumir a caminhada da libertação e reclamar de Moisés que o conduzia. Libertação do Mal: O mal é o Maligno, o Satanás, que tenta desviar e que, de muitas maneiras, procura levar as pessoas a não seguir o rumo do Reino, indicado por Jesus. Tentou Jesus para abandonar o Projeto do Pai e ser o Messias conforme as idéias dos fariseus, escribas ou de outros grupos. O Maligno afasta de Deus e é motivo de escândalo. Chegou a entrar em Pedro (Mt 16,23) e tentou Jesus no deserto. Jesus o venceu (Mt 4,1-11).
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus falou "perdoai as nossas dívidas", mas hoje nós rezamos "perdoai as nossas ofensas" O que é mais fácil: perdoar ofensas ou perdoar dívidas?
2) Como você costuma rezar o Pai Nosso: mecanicamente ou colocando toda a sua vida e o seu compromisso?
5) Oração final
Na presença do Senhor, fundem-se as montanhas como a cera, em presença do Senhor de toda a terra. Os céus anunciam a sua justiça e todos os povos contemplam a sua glória.
(Sl 96, 5-6)
Papa Francisco, construtor de redes
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Depois da assembleia do Conselho Empresarial da América Latina (Ceal) no Vaticano, regressei ao Brasil com a sensação de que estamos mudando e saindo dos discursos para a ação
Por Roberto Teixeira da Costa
O Conselho Empresarial da América Latina (Ceal) realizou sua 34.ª Assembleia Plenária na cidade do Vaticano entre os dias 31 de maio e 2 de junho, com expressiva presença de duas centenas de participantes. O Ceal foi uma iniciativa de empresários argentinos e brasileiros que se estendeu por toda a América do Sul e, recentemente, tem a predominância de países da América Central e do Caribe, que eram a maioria entre os presentes no evento do Vaticano. Fui um dos seus fundadores e na assembleia eu era o único representante presente daquela época. Talvez, as razões deste afastamento entre os países da América do Sul estejam ligadas a questões ideológicas, refletindo, inclusive, políticas do governo anterior? O fato é que esse diálogo precisa ser restabelecido.
A iniciativa do encontro foi de seu atual presidente, Roberto Zamora, empresário panamenho que tem demonstrado preocupação com a questões sociais que afetam nossa região. Abriu a reunião na sala Clementina com a presença e o discurso de Sua Santidade, o papa Francisco. O Santo Padre salientou a importância do encontro em linha com o anterior, realizado com empresários europeus, estimulando o diálogo e compartilhando as inquietudes nos dias difíceis que atravessamos. Deu grande ênfase ao intercâmbio de valores em comum para que sejamos como os primeiros seguidores de Jesus: “construtores de redes”.
A busca do bem comum, a questão migratória, mudanças climáticas e do desenvolvimento humano integral foram suas propostas para transformar o ambiente no qual vivemos. É necessário agir em conjunto, sem passar por cima de ninguém e sem deixar alguém para trás.
O documento final do evento, intitulado Proclama do Ceal, salienta a necessidade de buscarmos a cooperação para atingirmos objetivos comuns, maior competitividade, com a diminuição das desigualdades. A responsabilidade das empresas e a dos governos são equivalentes. Importante foi a decisão de desenvolver projetos que atendam a nossas necessidades prementes, e não ficarmos no plano das boas intenções.
Regressei ao Brasil com a sensação de que estamos mudando e saindo dos discursos para a ação. Mais do que nunca, neste mundo tão conturbado, a busca de soluções compartilhadas é fundamental.
Esse é o pano de fundo que nosso presidente da República deverá encontrar em sua viagem ao Vaticano. Espero que traga de volta ideias adicionais para, apesar dos possíveis percalços, continuar enfatizando diferentes projetos na área social.
*ECONOMISTA, É CONSELHEIRO EMÉRITO DO CENTRO BRASILEIRO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS (CEBRI) E DO CONSELHO EMPRESARIAL DA AMÉRICA LATINA (CEAL). Fonte: https://www.estadao.com.br
Papa Francisco recebe no Vaticano o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva
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Depois do encontro com o Papa Francisco o presidente Lula se encontrou com o dom Edgar Peña Parra, Substituto para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado.
Vatican News
A Sala de Imprensa vaticana informou que na tarde de hoje, quarta-feira, 21 de junho de 2023, o Santo Padre o Papa Francisco recebeu em Audiência, no ambiente anexo à Sala Paulo VI, o Presidente da República Federativa do Brasil, Sua Excelência o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, que, posteriormente, se encontrou com o Excelentíssimo Dom Edgar Peña Parra, Substituto para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado.
Durante os encontros cordiais, manifestou-se o apreço pelas boas relações entre o Brasil e a Santa Sé, destacando-se a colaboração harmoniosa entre a Igreja e o Estado em prol da promoção dos valores morais e do bem comum.
Por fim, - destaca ainda a nota da Sala de Imprensa - houve uma troca positiva de pontos de vista sobre a situação sociopolítica da Região e foram abordados alguns temas de interesse comum, como a promoção da paz e da reconciliação, a luta contra a pobreza e as desigualdades, o respeito às populações indígenas e a proteção do meio ambiente.
O presidente Lula pediu ao Papa um Terço para sua irmã de 80 anos e Francisco imediatamente o presenteou.
O Santo Padre presentou o presidente Lula com a Mensagem para a Paz deste ano; o Documento sobre a Fraternidade Humana; o livro sobre a Statio Orbis de 27 de março de 2020, editado pela LEV; e o baixo-relevo em bronze "A paz é uma flor frágil"
Já o presidente Lula deu de presente ao Papa a gravura do artista pernambucano J.F. Borges
A primeira-dama, Janja Lula presenteou o Papa com uma estátua de Nossa Senhora de Nazaré, de Belém. Fone: https://www.vaticannews.va
A morte de uma vocação
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Padre Luiz Felipe P. de Melo.
Itápolis-SP, 20 de junho de 2023 AD.
Mais cedo, recebemos com tristeza e pesar a notícia de que mais um jovem (dessa vez seminarista) interrompeu o percurso natural da vida. Hoje, dia 20 de junho, estamos às portas de celebrar o patrono dos seminaristas, São Luís Gonzaga. Aqui, deixo claro que não é e nunca será meu intuito estabelecer juízos condenatórios e nem tampouco esmiuçar as causas. O fato é que isso, infelizmente, tem se tornado muito recorrente no ambiente da Igreja. Este ano perdi as contas de quantos sacerdotes vieram a ceifar a própria vida. É um número, no mínimo, alarmante e mui preocupante. Precisamos parar e refletir!!! Ao que se deve? O que os motiva? Nós não sabemos! Porém, é fato que a nossa vida não é tão "simples". Somos cobrados de todos os lados e por todos. Por vezes, esquecem de que somos feitos de barro.
Junto a todo o cenário que nós contemplamos nos últimos decênios, um fato que - corajosamente - gostaria aqui de tratar: a formação. Em muitas casas de formação, os jovens, advindos das mais diversas realidades, chegam movidos pelos sonhos e pelo sincero e real desejo de doarem a vida pela Igreja. Entretanto, para a nossa surpresa e triste percepção, aqueles que deveriam ser os "pais espirituais", a conduzirem, instruírem com amor e formar para o serviço da Messe, são pessoas obstinadas a fazerem o mal; cujo perfil psicológico reúne toda a série de atributos de um psicopata. Não ocupam o "cargo" por amor, ocupam pelo prazer de serem notados e vistos pelo clero; ocupam com o desejo de vingança e de punição. E o que tudo isso gera? Um ambiente desprovido de qualidade de vida; sombrio; fragilizado, doentio.
A formação, como bem ensina a Igreja em seus inúmeros documentos (dentre eles, Presbyterorum Ordinis; Optatam Totius; Pastores dabo vobis; a nova Ratio, etc), deveria contribuir para o bom discernimento dos futuros Sacerdotes, contudo, o que nós percebemos? A formação deforma! O candidato ingressa ao seminário, com seu perfil, com sua experiência de fé e vida, e simplesmente, tudo isso é desconsiderado. Para muitos reitores, superiores e formadores, o bom formando é aquele que se enquadra em seus moldes pessoais. Isto já é um enorme problema. Primeiro, porque formar não é "enformar". Depois, porque o ser humano, a partir do momento em que se coloca como o modelo, esqueceu-se por completo de que Cristo é a nossa medida (cf. Ef 4, 13). Neste ambiente, completamente hostil e cheio de perseguição, crescem e desenvolvem-se as "sementes" da vocação.
Após cerca de 8 anos (a depender do lugar, pode-se chegar a 10 anos), aquele jovem cheio de sonhos, sai da casa de formação (quando consegue passar pelo "vale tenebroso" (cf. Sl 22, 4) e é colocado numa realidade de vida Paroquial. Infelizmente, as nossas Paróquias, muitas das vezes, não são boas referências que contribuam para saúde mental dos futuros clérigos e, assim sendo, tudo aquilo que durante o período no seminário foi silenciado, agora já começa a dar os primeiros sinais, dessa vez, em forma de doença e tantas outras patologias. Entramos para a vida religiosa saudáveis... Mas, infelizmente, o processo é mortífero e tóxico!
Para a formação, a grande preocupação é o uso da batina e do clergyman, dois distintivos de alta periculosidade. Pasmem! A formação, tantas das vezes, está preocupada se o jovem seminarista usa com muita frequência a batina ou não. Não estão interessados em saber como anda a vida emocional dos candidatos, quais os seus medos ou limites. Não há um acompanhamento personalizado, no intuito de formar humanamente os futuros Sacerdotes. E qual é o perfil do do bom seminarista? O bom formando é aquele que sabe de cor as páginas do livro do Leonardo Boff; que usa tucum no dedo; que é adepto àqueles partidos da "base" e que está sempre mui interessado nas causas ambientais e sociais. Pronto! O embuste está completo! Isso não é formação! É projeto de caricatura! Os documentos da Igreja, em nenhum momento, pede-se que se persiga aqueles formandos que são diferentes do formador ou que pensam diferentes dos mesmos. Quantos que eu conheci que no seminário agiam assim (apenas em vista da Ordenação) e quando foram ordenados, parecem mais "shows mans" do que padres.
Estes fatídicos casos são um alerta para nós todos! Clérigos e não clérigos! Ou começamos a tratar das causas, ou isto tornar-se-à sempre mais presente em nosso meio. Uma formação que valorize o indivíduo, que esteja interessada em acolher, ouvir... Inclusive, um verbo que nos últimos tempos está em moda na Igreja: ouvir! Este me faz recordar outra expressão mui querida aos membros do alto clero: "sinodalidade"! Pronto! Se os nossos formadores começarem a ouvir e saberem se colocar juntos "a caminho", penso eu que será um grande passo. O alarmante número de Sacerdotes que nos últimos 5 anos tiraram a própria vida é a denúncia plausível de que nós não estamos bem! Estamos tomando um caminho inverso ao do Evangelho e esquecendo que a Igreja não é uma empresa e nós não somos funcionários.
Infelizmente, para muitos que irão ler este texto, não passará de mais um "desabafo". E aqui, quero deixar bem claro: graças a Deus, estou bem; sou muito feliz vivendo o meu ministério e me doando aonde o Senhor me colocou. Não estou em crise e não estou soltando nenhuma indireta às autoridades eclesiásticas competentes. Entretanto, sinto uma profunda necessidade de fazer com que este tema seja trazido à tona. Que os leigos de nossas comunidades paroquiais; os nossos familiares e amigos, possam - de alguma maneira - além de rezar, pensar e refletir: quando uma vocação morre, qual é o meu grau de culpa? Quando uma vida é ceifada, qual é o meu nível de responsabilidade?
Ontem foi o Carlos, lá no estado do Rio. Amanhã, quem será? Até não ser alguém bem perto de nós, parecer-nos-à sempre algo muito distante...
P.s.: A você, jovem formando, não deixe de rezar, de se confiar à Imaculada! Traga consigo aquele feliz pensamento da grande mística e reformadora do Carmelo: "É justo que muito custe o que muito vale". E você, meu irmão no Sacerdócio, jamais sinta-se exilado ou abandonado, busque refúgio no Coração de Jesus e se cerque de pessoas que o amam, pois o Amor é capaz de curar todas as feridas!
Nota de pesar - Seminarista Carlos Gleidson Godoy Silveira
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Assessoria de Imprensa Comunicados
A Diocese de Barra do Piraí - Volta Redonda, com profunda tristeza, comunica o falecimento do Seminarista Carlos Gleidson Godoy Silveira, nesta segunda-feira, 19, em Petrópolis. Em breve, divulgaremos mais detalhes sobre o velório e sepultamento. Fonte: https://www.diocesevr.com.br
Diocese afasta padre condenado nos Estados Unidos por abuso de menores, após denúncia em livro
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Elias Francisco Guimarães recebeu uma pena de 4 anos e 3 meses de prisão em 2003, mas atuava normalmente em paróquia de Itapeva
O padre Elias Francisco Guimarães: afastado pela Diocese de Itapeva Reprodução
Por Fábio Gusmão e Giampaolo Morgado Braga — Rio de Janeiro
A Diocese de Itapeva, no interior de São Paulo, suspendeu de suas funções, neste sábado, o padre Elias Francisco Guimarães, de 65 anos. O afastamento ocorreu após vir à tona a informação de que o sacerdote havia sido condenado, em 2003, a 4 anos e 3 meses de prisão por abuso de menores na Flórida, nos Estados Unidos. O caso foi exposto no livro "Pedofilia na Igreja" (Máquina de Livros, 2023), lançado na semana passada, que relata crimes sexuais cometidos por mais de cem membros do clero do Brasil contra crianças e adolescentes. Segundo o comunicado da diocese, foi aberto um processo canônico contra o padre.
"Diante das notícias atribuídas ao Padre Elias Francisco Guimarães, Padre da Diocese de Itapeva, SP, vimos ao público esclarecer que medidas canônicas foram adotadas de imediato", diz o comunicado publicado na página da diocese no Facebook. "A Diocese de Itapeva, através do Decreto de Abertura de Investigação Prévia, de Dom Eduardo Malaspina, Bispo Diocesano, com base no Cân. 1717 do Código de Direito Canônico, instaurou um processo canônico para averiguar possíveis fatos ocorridos, e exercerá as medidas canônicas necessárias para o referido caso". O padre Elias é vigário paroquial da Paróquia de São Roque, na cidade de Itapeva.
O padre Elias Francisco Guimarães foi ordenado há quase 30 anos, em novembro de 1993. Como contado no livro "Pedofilia na Igreja", em 2002 Elias era pároco na Missão Nossa Senhora Rainha da Paz, ligada à Diocese de Palm Beach. Antes, atuou em outra paróquia na Flórida, voltada a fiéis brasileiros.
A nota da Diocese de Itapeva sobre a suspensão do padre Elias — Foto: Reprodução
Em 10 de setembro daquele ano, o padre brasileiro foi preso por abuso sexual. Ele havia marcado, no dia anterior, um encontro com um menor de 14 anos numa sala de bate-papo da America Online (AOL). O adolescente, porém, era o disfarce de um policial do Departamento de Polícia de Delray Beach (DBPD). Durante dez dias, o sacerdote conversou com suposto adolescente, sem saber que estava sendo monitorado pela polícia. Numa das conversas, o padre — que não se apresentou assim — contou como teve contato sexual com um garoto de 16 anos na semana anterior.
"Às 20h31 (do dia 10), o padre Elias, usando um short sem cueca, chegou ao local. Em lugar de um adolescente, o encontro às escuras foi com policiais do DBPD. O religioso não obedeceu às ordens dos agentes; precisou ser jogado ao chão, algemado e advertido de que seria usada contra ele uma arma de choque caso reagisse", descreve o livro. A partir dali, o religioso ficou preso até seu julgamento, em abril de 2003.
'Algo mais do que conversar'
Numa audiência do caso, em 15 de janeiro de 2003, o padre chegou a sustentar, diante do juiz, que só queria falar sobre sexo com o falso adolescente. Acabou admitindo, porém, "que desejava fazer algo mais do que conversar e confessou que seus planos com o 'garoto' envolviam toques e 'talvez sexo oral'", conta o livro.
Além da sentença de 4 anos e 3 meses pelo crime de "uso da internet para persuadir, induzir ou atrair um indivíduo menor de 18 anos a se envolver em atividade sexual", proferida pelo juiz distrital William Zloch, Elias Francisco Guimarães foi proibido de ter contato não supervisionado com crianças, de comprar ou possuir fotos e vídeos de sexo e de trabalhar em organizações que atendessem crianças. Na audiência onde foi condenado, o padre, por meio de um intérprete português-inglês, disse: “Me arrependo muito. Eu queria dizer que sinto muito se ofendi alguém”.
Em 2006, conta o livro, o padre Elias deixou a cadeia e foi deportado para o Brasil. Pouco tempo depois, já estava atuando na Diocese de Itapeva. "Em resumo, um padre preso, réu confesso, que cumpriu pena por tentar contato sexual com um menor de idade foi mantido como sacerdote e aceito numa diocese do maior país católico do mundo, onde celebrava missas normalmente", relata o texto do livro.
O livro "Pedofilia na Igreja" foi lançado em 14 de junho — Foto: Divulgação
Um dossiê inédito
O livro “Pedofilia na Igreja — um dossiê inédito sobre casos de abusos envolvendo padres católicos no Brasil” reúne pela primeira vez os crimes sexuais cometidos por religiosos contra menores de idade no país. Após três anos de trabalho, foram reunidos casos de 108 sacerdotes acusados de abusar de pelo menos 148 crianças e adolescentes. Sessenta deles foram condenados.
Os abusos descritos no livro revelam a prática criminosa de sacerdotes de 80 dioceses e arquidioceses, em 23 estados e no Distrito Federal. Há padres, monsenhores (um título de honra concedido a padres), bispos e arcebispos, além de uma freira. Há abusos cometidos tanto por padres diocesanos — que não pertencem a uma ordem religiosa — quanto por frades franciscanos, salesianos, beneditinos e jesuítas, entre outros. Fonte: https://oglobo.globo.com
11º- Domingo do Tempo Comum: Um Olhar...
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JESUS VÊ AS PESSOAS
Dom Lindomar Rocha Mota
Bispo de São Luís de Montes Belos (GO)
Ter olhos, mas não ver; ter ouvidos, mas não ouvir, é um mal que pode nos assolar a todos. Olhar não é a mesma coisa que ver, e escutar não é o mesmo que ouvir.
Olhar e escutar são reflexos sensitivos e involuntários. Podemos ouvir e olhar, inclusive coisas desagradáveis, que pouco depois fazemos questão de esquecer.
Ver, requer olhar com atenção e interesse. Voltar-se para o objeto com admiração e afeto. Por isso, é tão agradável ver e ouvir pessoas que gostamos.
Jesus caminha com atenção no meio das pessoas. Ele as vê enquanto passa e lhes chama a uma nova condição.
Enquanto caminhava entre todo tipo de gente, Jesus viu doentes, pecadores, proscritos, ofegantes, pobres e desesperados, e a todos os enxergou com o olhar que via a partir de dentro.
Certa vez, “Jesus estava sentado em frente ao cofre das ofertas e observava como a multidão punha dinheiro no cofre. Muitos ricos depositavam muito. Então, uma viúva pobre deu duas moedinhas. Chamando os seus discípulos, Jesus declarou: Digo-lhes a verdade: esta viúva pobre colocou mais do que todos os outros. Todos deram do que lhes sobrava; mas ela, da sua pobreza, deu tudo o que possuía para viver” (Mc 12,41-44).
A santidade da viúva não lhe passou despercebida. Jesus faz um elogio àquela pobre que retribuía mais do que podia e dava mais do que possuía, pavimentando com sua fidelidade, um caminho que serviria de exemplo pelos tempos vidouros. Essa experiência, esse modo de ver, Jesus partilha com os discípulos. Ele quer corrigir e endireitar o modo como eles viam as coisas.
Um dos apóstolos conta, em primeira pessoa, como foi visto por Jesus, apesar de seu descrédito enquanto pecador público. Uma história dramática que poderia nunca ter alcançado um desfecho promissor. Entretanto, “Jesus viu Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” (Mt 9,9). Um ver arrebatador que o tirou de sua condição de indiferença. E, para nos instruir, ainda mais, sobre a misericórdia de Deus, deu-lhe a permissão para escrever um dos Evangelho sobre a sua própria vida e feitos memoráreis.
Essa lembrança Mateus carregará consigo. Tempos mais tarde, ele nos relatará que: “Ao ver as multidões, Jesus encheu-se de compaixão por elas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9,36).
A própria inclusão dos apóstolos na ação efetiva dos milagres de Jesus, são resultantes dessa compaixão que Ele sentiu ao ver o sofrimento do povo. O ver de Jesus, portanto, o leva à compaixão. Produz uma mudança significativa e afeta o coração de quem o faz com sinceridade. Em outra ocasião, Mateus relatou que: “Quando Jesus desembarcou e viu uma grande multidão, teve compaixão deles e curou os seus doentes” (Mt 14,14).
Jesus vê as pessoas. Vê com aquele olhar fraterno de quem sempre insistiu que queria misericórdia e não sacrifício. A sua missão é caminhar no meio de nós, olhar e aprofundar este gesto, até que se aclare a visão a respeito de quem somos e do que necessitamos; até nos encontrar no cerne profundo de nossa própria vida, e, dando-nos tudo o que precisamos, ensinar-nos a repartir e a ver. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Papa recebe alta do Hospital Gemelli
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"Eu ainda estou vivo" e "Eu sofro pelos migrantes". Essas foram as primeiras palavras ditas pelo Papa Francisco assim que recebeu alta do hospital Gemelli, em Roma, na manhã desta sexta-feira. Santo Padre irá rezar o Angelus deste domingo.
Vatican News
Depois de dez dias, o Papa Francisco recebeu alta nesta manhã de sexta-feira (16/06) do Hospital Gemelli, em Roma, onde foi internado no último dia 7 de junho para uma laparotomia e cirurgia plástica da parede abdominal com prótese. Ao sair, em sua cadeira de rodas, ele foi recebido por uma pequena multidão que o aplaudiu e o cumprimentou calorosamente. O Santo Padre estava sereno e sorridente.
"Eu ainda estou vivo" e "sofro pelos migrantes", comentando o naufrágio dos migrantes no mar Egeu. Essas foram as primeiras palavras ditas pelo Papa Francisco assim que deixou o hospital Gemelli.
"Obrigado pelo serviço de vocês, muito obrigado", disse ainda Francisco dirigindo-se aos jornalistas enquanto com sua cadeira de rodas atravessou as duas alas de repórteres e pacientes que, na saída do hospital, o aplaudiram.
Visita à Basílica de Santa Maria Maior
A Sala de Imprensa vaticana informou que o Papa Francisco, após deixar o Hospital Gemelli, e antes de retornar ao Vaticano, foi à Basílica de Santa Maria Maior para rezar diante do ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, como já o fez dezenas de vezes durante seu pontificado. Ao chegar de carro em frente à Basílica romana, ele desceu sozinho e sentou-se em sua cadeira de rodas. Antes de entrar na Basílica cumprimentou os turistas que estavam em frente à Santa Maria Maior.
Visita privada
Antes de retornar ao Vaticano, pouco depois das 10h, (hora de Roma) o Papa Francisco fez uma breve visita particular às freiras do Instituto Maria Santissima Bambina, reunidas para o capítulo geral, e, do lado de fora da entrada Perugino, cumprimentou a polícia e agradeceu pelo serviço prestado.
A Sala de Imprensa vaticana informou na manhã desta sexta-feira que o Santo Padre irá rezar o Angelus deste domingo e as audiências dos próximos dias estão confirmados, com exceção a audiência geral de quarta-feira, 21 de junho, que foi cancelada para salvaguardar a recuperação pós-operatória do Santo Padre.
Palavras do cirurgião Alfieri: "O Papa está bem"
Enquanto isso, no Hospital Gemelli, o professor Alfieri se encontra com os jornalistas para algumas palavras e não se esquiva das várias perguntas. "O Papa confirmou todas as viagens", a de Lisboa para a JMJ e também a da Mongólia no final de agosto. "De fato", enfatiza o especialista, "ele poderá enfrentá-las melhor do que antes, porque agora não terá mais o desconforto dos problemas anteriores. Ele será um Papa mais forte".
Alguém pergunta como ele continuará sua convalescença, e o cirurgião, com um toque de ironia, responde imediatamente: "mas ele não está convalescendo, ele já começou a trabalhar!". A referência é às "atividades de trabalho" que pontuaram, juntamente com a oração e a leitura, os dias de sua hospitalização. "Pedimos a ele que fizesse uma convalescença, tenho certeza de que ele nos ouvirá um pouco mais desta vez, porque ele tem compromissos importantes pela frente e já disse pessoalmente que cumprirá todos eles, inclusive as viagens", diz Alfieri novamente.
Sala de Imprensa vaticana
O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, anunciara ontem que a equipe médica informou que o Papa Francisco tinha repousado bem durante a noite. "O decurso clínico continua regularmente. Os exames hemato químicos estão normais. Na noite de ontem teve um jantar comunitário, junto com os que o acompanham desde o dia da hospitalização".
Na manhã de quinta-feira, continua o comunicado, "em sinal de agradecimento, recebeu toda a equipe de cirúrgica composta por médicos, enfermeiros, assistentes sociais e de saúde e auxiliares que coordenaram, realizaram e viabilizaram a operação cirúrgica do dia 7 de junho."
Foi acrescentado que sucessivamente o Santo Padre "encontrou Dom Claudio Giuliodori, assistente eclesiástico geral da Universidade Católica e Pe. Nunzio Currao, assistente espiritual do pessoal da Policlínica; em seguida, os representantes do Conselho de Administração da Fundação Policlínica Gemelli, com o presidente Carlo Fratta Pasini e o Reitor da Universidade Católica, Prof. Franco Anelli, juntamente com os órgãos e a direção da Policlínica, com o diretor geral , Prof. Marco Elefantes.
No final, ele se dirigiu ao setor de Oncologia Pediátrica e Neurocirurgia Infantil, onde são atendidos os pequenos pacientes que expressaram seu afeto ao Papa nos últimos dias por meio de inúmeras cartas, desenhos e mensagens por uma rápida recuperação. O Papa Francisco "tocou com a mão" a dor dessas crianças que carregam o sofrimento da Cruz em seus ombros todos os dias, junto com suas mães e pais. A cada um deles deu um Rosário e um livro.
Ao saudar os presentes, Sua Santidade agradeceu a todos os funcionários pelo seu profissionalismo e esforço em aliviar o sofrimento do outro, além dos medicamentos, com a ternura e a humanidade." Fonte: https://www.vatiannews.va
Quinta-feira, 15 de junho-EVANGELHO DO DIA-10ª SEMANA DO TEMPO COMUM. 2020. Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por sua inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 5, 20-26)
20Digo-vos, pois, se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus. 21Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás, mas quem matar será castigado pelo juízo do tribunal. 22Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão: Raca, será castigado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: Louco, será condenado ao fogo da geena. 23Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta. 25Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão. 26Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o último centavo.
3) Reflexão – Mt 5, 20-26
O texto do evangelho de hoje está dentro da unidade maior de Mt 5,20 até Mt 5,48. Nela Mateus mostra como Jesus interpretava e explicava a Lei de Deus. Por cinco vezes ele repetiu a frase: "Antigamente foi dito, eu, porém, lhes digo!" (Mt 5,21.27.33.38.43). Na opinião de alguns fariseus, Jesus estava acabando com a lei. Mas era exatamente o contrário. Ele dizia: “Não pensem que vim acabar com a Lei e os Profetas. Não vim acabar, mas sim dar-lhes pleno cumprimento (Mt 5,17). Frente à Lei de Moisés, Jesus tem uma atitude de ruptura e de continuidade. Ele rompe com as interpretações erradas que se fechavam na prisão da letra, mas reafirma categoricamente o objetivo último da lei: alcançar a justiça maior que é o Amor.
Nas comunidades para as quais Mateus escreve o seu Evangelho havia opiniões diferentes frente à Lei de Moisés. Para alguns, ela não tinha mais sentido. Para outros, ela devia ser observada até nos mínimos detalhes. Por isso, havia muitos conflitos e brigas. Uns chamavam os outros de imbecil e de idiota. Mateus tenta ajudar os dois grupos a entender melhor o verdadeiro sentido da Lei e traz alguns conselhos de Jesus para ajudar a enfrentar e superar os conflitos que surgem dentro da família e dentro da comunidade.
Mateus 5,20: A justiça de vocês deve ser maior que a justiça dos fariseus.
Este primeiro versículo dá a chave geral de tudo que segue no conjunto de Mt 5,20-48. O evangelista vai mostrar às comunidades como elas devem praticar a justiça maior que supera a justiça dos escribas e dos fariseus e que levará à observância plena da lei. Em seguida, depois desta chave geral sobre a justiça maior, Mateus traz cinco exemplos bem concretos de como praticar a Lei de tal maneira que a sua observância leve à prática perfeita do amor. No primeiro exemplo do evangelho de hoje, Jesus revela o que Deus queria quando entregou a Moisés o quinto mandamento “Não Matarás!”.
Mateus 5,21-22: Não Matar
“Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: Não mate! Quem matar será condenado pelo tribunal" (Ex 20,13) Para observar plenamente este quinto mandamento não basta evitar o assassinato. É preciso arrancar de dentro de si tudo aquilo que, de uma ou de outra maneira, possa levar ao assassinato, como por exemplo, raiva, ódio, xingamento, desejo de vingança, exploração, etc. “Todo aquele que fica com raiva do seu irmão, se torna réu perante o tribunal”. Ou seja, quem fica com raiva do irmão já merece o mesmo castigo de condenação pelo tribunal que, na antiga lei, era reservado para o assassino! E Jesus vai mais longe ainda. Ele quer arrancar a raiz do assassinato: Quem diz ao seu irmão: 'imbecil', se torna réu perante o Sinédrio; e quem chama o irmão de 'idiota', merece o fogo do inferno. Com outras palavras, eu só observei plenamente o mandamento Não Matar se consegui tirar de dentro do meu coração qualquer sentimento de raiva que leva a insultar o irmão. Ou seja, se cheguei à perfeição do amor.
Mateus 5,23-24: O culto perfeito que Deus quer
“Portanto, se você for até o altar para levar a sua oferta, e aí se lembrar de que o seu irmão tem alguma coisa contra você, deixe a oferta aí diante do altar, e vá primeiro fazer as pazes com seu irmão; depois, volte para apresentar a oferta”. Para poder ser aceito por Deus e estar unido a ele, é preciso estar reconciliado com o irmão, com a irmã. Antes da destruição do Templo do ano 70, quando os cristãos ainda participavam das romarias a Jerusalém para fazer suas ofertas no altar do Templo, eles sempre se lembravam desta frase de Jesus. Agora, nos anos 80, no momento em que Mateus escreve, o Templo e o Altar já não existiam. A própria comunidade passou ser o Templo e o Altar de Deus (1Cor 3,16).
Mateus 5,25-26: Reconciliar
Um dos pontos em que o Evangelho de Mateus mais insiste é a reconciliação, pois nas comunidades daquela época, havia muitas tensões entre grupos radicais com tendências diferentes, sem diálogo. Ninguém queria ceder diante do outro. Mateus ilumina esta situação com palavras de Jesus sobre a reconciliação que pedem acolhimento e compreensão. Pois o único pecado que Deus não consegue perdoar é a nossa falta de perdão aos outros (Mt 6,14). Por isso, procure a reconciliação, antes que seja tarde demais!
O ideal da justiça maior
Por cinco vezes, Jesus cita um mandamento ou um costume da lei antiga: Não matar (Mt 5,21), Não cometer adultério (Mt 5,27), Não jurar falso (Mt 5,33), Olho por olho, dente por dente (Mt 5,38), Amar o próximo e odiar o inimigo (Mt 5,43). E por cinco vezes, ele critica a maneira antiga de observar estes mandamentos e aponta um caminho novo para atingir a justiça, o objetivo da lei (Mt 5,22-26; 5, 28-32; 5,34-37; 5,39-42; 5,44-48). A palavra Justiça aparece sete vezes no Evangelho de Mateus (Mt 3,15; 5,6.10.20; 6,1.33; 21,32). O ideal religioso dos judeus da época era "ser justo diante de Deus". Os fariseus ensinavam: "A pessoa alcança a justiça diante de Deus quando chega a observar todas as normas da lei em todos os seus detalhes!" Este ensinamento gerava uma opressão legalista e trazia muitas angústias para as pessoas de boa vontade, pois era muito difícil alguém observar todas as normas (Rom 7,21-24). Por isso, Mateus recolhe palavras de Jesus sobre a justiça mostrando que ela deve ultrapassar a justiça dos fariseus (Mt 5,20). Para Jesus, a justiça não vem daquilo que eu faço para Deus observando a lei, mas sim vem do que Deus faz por mim, me acolhendo com amor como filho ou filha. O novo ideal que Jesus propõe é este: "Ser perfeito com o Pai do céu é perfeito!" (Mt 5,48). Isto quer dizer: eu serei justo diante de Deus, quando procuro acolher e perdoar as pessoas da mesma maneira como Deus me acolhe e me perdoa gratuitamente, apesar dos meus muitos defeitos e pecados.
4) Para um confronto pessoal
1) Quais os conflitos mais freqüentes na nossa família? E na nossa comunidade? É fácil a reconciliação na família e na comunidade? Sim ou não? Por que?
2) De que maneira os conselhos de Jesus podem ajudar a melhorar o relacionamento dentro da nossa família e da comunidade?
5) Oração final
Visitastes a terra e a regastes, cumulando-a de fertilidade. De água encheu-se a divina fonte e fizestes germinar o trigo. (Sl 64, 10)
Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Sexta-feira, 16 de junho- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Senhor Deus, revesti-nos das virtudes do Coração de vossos Filho e inflamai-nos com seu amor, para que, assemelhando-nos a ele, possamos participar da redenção eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 11,25-30)
25Por aquele tempo, Jesus pronunciou estas palavras: Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos. 26Sim, Pai, eu te bendigo, porque assim foi do teu agrado. 27Todas as coisas me foram dadas por meu Pai; ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo. 28Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. 29Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. 30Porque meu jugo é suave e meu peso é leve.
3) Reflexão Mt 11,25-30
Hoje celebramos a festa do Sagrado Coração de Jesus. No evangelho escutamos o convite de Jesus: “Aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração”. O evangelho mostra a ternura com que Jesus acolhe os pequenos. Ele queria que os pobres encontrassem nele descanso e paz.
O contexto dos capítulos 11 e 12 de Mateus. Este contexto destaca e ressalta o fato de que os pobres são os únicos a entender e a aceitar a sabedoria do Reino. Muita gente não entendia esta preferência de Jesus pelos pobres e excluídos. 1) João Batista, que olhava Jesus com os olhos do passado, ficou na dúvida (Mt 11,1-15). 2) O povo, que olhava para Jesus com finalidade interesseira, não foi capaz de entendê-lo (Mt 11,16-19). 3) As grandes cidades ao redor do lago, que ouviram a pregação de Jesus e viram seus milagres, não quiseram abrir-se para a sua mensagem (Mt 11,20-24). 4) Os sábios e doutores, que julgavam tudo a partir da sua própria ciência, não foram capazes de entender a pregação de Jesus (Mt 11,25). 5) Nem os parentes o entendiam (Mt 12,46-50). 6) Só os pequenos o entendiam e aceitavam a Boa Nova do Reino (Mt 11,25-30). 7) Os outros queriam sacrifício, mas Jesus quer misericórdia (Mt 12,1-8). 8) A reação contra Jesus levou os fariseus a querer matá-lo (Mt 12,9-14). 9) Eles chamavam Jesus de Beelzebu (Mt 12,22-32). 10) Mas Jesus não voltou atrás. Continuou assumindo a missão de Servo, descrita nas profecias (Mt 12,15-21). Por causa disso, ele foi perseguido, preso e mortoMateus 11,25-26: Só os pequenos entendem e aceitam a Boa Nova do Reino
Jesus faz uma prece: "Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequenos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado!” Os sábios, os doutores daquela época, tinham criado uma série de leis que eles impunham ao povo em nome de Deus. Eles achavam que Deus exigia do povo estas observâncias. Mas a lei do amor, trazida por Jesus, dizia o contrário. O que importa, não é o que nós fazemos para Deus, mas sim o que Deus, no seu grande amor, faz por nós! O povo entendia a fala de Jesus e ficava alegre. Os sábios achavam que Jesus estava errado. Eles não podiam entender tal ensinamento que modificava o relacionamento do povo com Deus.
Mateus 11,27: A origem da nova Lei: o Filho conhece o Pai.
Jesus, o Filho, conhece o Pai. Ele sabe o que o Pai queria quando, séculos atrás, entregou a Lei a Moisés. Aquilo que o Pai nos tem a dizer, Ele o entregou a Jesus, e Jesus o revelou aos pequenos, porque estes se abriam para a sua mensagem. Hoje também, Jesus está ensinando muita coisa aos pobres e pequenos. Os sábios e inteligentes fazem bem em fazer-se alunos dos pequenos!
Mateus 11,28-30: Vinde a mim vocês todos que estão cansados sob o peso da vida.
Jesus convida a todos que estão cansados para vir até ele e ele promete descanso. É o povo que vive cansado debaixo do peso dos impostos e das observâncias exigidas pelas leis de pureza. E ele diz: “Aprendam de mim que sou manso e humilde de coração”. Muitas vezes, esta frase foi manipulada para pedir ao povo submissão, mansidão e passividade. O que Jesus quer dizer é o contrário. Ele pede que o povo faça uma ruptura, deixe de lado os professores de religião da época e comece a aprender dele, de Jesus, que é "manso e humilde de coração". Jesus não faz como os escribas que se exaltam de sua ciência, mas é como o povo que vive humilhado e explorado. Jesus, o novo mestre, sabe por experiência o que se passa no coração do povo e o que o povo sofre.
O convite da Sabedoria Divina para todos que a buscam
Jesus convida a todos que estão sobrecarregados pelo peso das observâncias da lei a encontrar nele o descanso e a suavidade, pois ele é manso e humilde de coração, capaz de aliviar e consolar a gente sofrida, fatigada e abatida (Mt 11,25-30). Neste convite ressoam as palavras tão bonitas de Isaías que consolava o povo cansado do exílio (Is 55,1-3). Este convite está relacionado com a Sabedoria Divina, que convida as pessoas ao encontro com ela (Eclo 24,19), dizendo que “seus caminhos são deliciosos e suas trilhas conduzem ao bem-estar” (Pr 3,17). Ela diz ainda: “A Sabedoria educa os seus filhos, e cuida daqueles que a procuram. Quem tem amor a ela ama a vida, e os que madrugam para procurá-la ficarão cheios de alegria” (Eclo 4,11-12). Este convite revela um traço muito importante do rosto feminino de Deus: a ternura e o acolhimento que consola, revitaliza as pessoas e as leva a se sentirem bem. Jesus é o abrigo e o seio materno que o Pai oferece ao povo cansado (cf Is 66,10-13).
4) Para um confronto pessoal
1) O que lhe causa a tensão e o que traz a paz? Para você, viver em comunidade é fonte de paz ou de tensão?
2) Como estas palavras de Jesus podem ajudar a nossa comunidade a ser um lugar de descanso para as nossas vidas?
5) Oração final
O Senhor é bom e misericordioso, lento para a cólera e cheio de clemência. Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos castiga em proporção de nossas faltas. (Sl 102, 8.10)
A SAÚDE DO PAPA: Segunda-feira, dia 12.
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Decurso pós-operatório do Santo Padre mantém-se regular: ontem o Angelus de forma privada
Diante da Policlínica Gemelli, formou-se uma pequena multidão de fiéis, para rezar o Angelus unidos espiritualmente ao Santo Padre. Esta manhã, recebeu a Santa Eucaristia e, sucessivamente, se dedicou às atividades profissionais., conforme as últimas informações da Sala de Imprensa da Santa Sé.
Vatican News
A equipe médica informou no final da manhã desta segunda-feira (hora de Roma), que o decurso pós-operatório do Santo Padre mantém-se regular, observando as prescrições médicas.
Papa Francisco continua a se alimentar normalmente.
Esta manhã, recebeu a Santa Eucaristia e, sucessivamente, se dedicou às atividades profissionais.
Já na noite de ontem, domingo, a Sala de Imprensa da Santa Sé informou no Telegram que o Papa Francisco tinha passado bem a tarde, inclusive "conseguiu dar alguns passos". Ele também "dedicou-se ao trabalho por algumas horas, intercaladas com descanso e oração."
Angelus na capela do apartamento no Gemelli
Como antecipado no comunicado médico de sábado, 10, para "evitar movimentos que pudessem tensionar a parede abdominal", o Papa Francisco rezaria o Angelus deste domingo de forma privada, unindo-se no entanto espiritualmente, "com afeto e gratidão, aos fiéis que desejassem acompanhá-lo, onde quer que estivessem".
E assim o foi, como confirmado pelo comunicado do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé. Matteo Bruni informou que durante a manhã deste domingo, o Papa "acompanhou a Santa Missa ao vivo pela televisão e recebeu a Eucaristia". Então, "dirigiu-se à pequena capela do apartamento privado, onde se recolheu em oração para a recitação do Angelus."
Francisco então almoçou "juntamente com os que o assistem nestes dias de hospitalização no apartamento privado (médicos, auxiliares de saúde, enfermeiras, auxiliares e pessoal do Corpo da Gendarmaria)."
Bruni comunicou ainda que a equipe médica informou "que o pós-operatório do Papa Francisco é regular. O Santo Padre continua afebril e hemodinamicamente estável; ela fez fisioterapia respiratória e continuou a se movimentar."
A recordar que no dia 4 de julho de 2021, sete dias após a operação para retirada de uma parte de intestino com divertículos, Francisco havia recitado o Angelus da janela do apartamento no Gemelli. Mas naquela ocasião - precisou no sábado o Dr. Sergio Alfieri que o acompanha - já havia passado uma semana“. No quadro atual – observou o médico - o Papa aceitou o conselho dos médicos de descansar e não fazer mais esforços que pudessem comprometer a malha protética implantada e o reparo da fáscia muscular para uma cicatrização ideal".
*Última atualização às 12h20 de segunda-feira 12.06.2023. Fonte: https://www.vaticannews.va
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