24 de outubro-2023. 29º- Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor, e vos servir de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 12, 35-38)
35Estejam cingidos os vossos rins e acesas as vossas lâmpadas. 36Sede semelhantes a homens que esperam o seu senhor, ao voltar de uma festa, para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram. 37Bem-aventurados os servos a quem o senhor achar vigiando, quando vier! Em verdade vos digo: cingir-se-á, fá-los-á sentar à mesa e servi-los-á. 38Se vier na segunda ou se vier na terceira vigília e os achar vigilantes, felizes daqueles servos!
3) Reflexão
Por meio da parábola o evangelho de hoje traz uma exortação à vigilância.
Lucas 12,35: Exortação à vigilância
"Estejam com os rins cingidos e com as lâmpadas acesas”. Cingir-se significava amarrar um pano ou uma corda ao redor da veste talar, para que ela não atrapalhasse os movimentos do corpo. Estar cingido significava estar preparado, pronto para ação imediata. Na véspera da saída do Egito, na hora de celebrar a páscoa, os israelitas deviam estar cingidos, isto é, preparados, prontos para poder partir imediatamente (Ex 12,11). Quando alguém ia trabalhar, lutar ou executar uma tarefa ele se cingia (Ct 3,8). Na carta aos Efésios, Paulo descreve a armadura de Deus e diz que os rins devem estar cingidos com o cíngulo da verdade (Ef 6,14). As lâmpadas deviam estar acesas, pois a vigilância é tarefa tanto para o dia como para a noite. Sem luz não se anda na escuridão da noite.
Lucas 12,36: A parábola
Para explicar o que significa de estar cingido, Jesus conta uma pequena parábola. “Sejam como homens que estão esperando o seu senhor voltar da festa de casamento: tão logo ele chega e bate, eles imediatamente vão abrir a porta”. A tarefa de aguardar a chegada do patrão exige uma vigilância constante e permanente, sobretudo quando é de noite, pois, o patrão não tem hora marcada. Ele pode voltar a qualquer momento. O empregado deve estar atento, vigilante sempre!
Lucas 12,37: Promessa de felicidade
“Felizes dos empregados que o senhor encontra acordados quando chega. Eu garanto a vocês: ele mesmo se cingirá, os fará sentar à mesa, e, passando, os servirá”. Aqui, nesta promessa de felicidade, os papeis se invertem. O patrão se torna empregado e começa a servir ao empregado que virou patrão. Evoca Jesus na última ceia que, mesmo sendo senhor e mestre, se fez servidor e empregado de todos (Jo 13,4-17). A felicidade prometida tem a ver com o futuro, com a felicidade no fim dos tempos, e é o oposto daquilo que Jesus prometeu numa outra parábola que dizia: “Se alguém de vocês tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: Venha depressa para a mesa? Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: 'Prepare-me o jantar, cinja-se e sirva-me, enquanto eu como e bebo; depois disso você vai comer e beber'? Será que vai agradecer ao empregado, porque este fez o que lhe havia mandado? Assim também vocês: quando tiverem cumprido tudo o que lhes mandarem fazer, digam: Somos empregados inúteis; fizemos o que devíamos fazer" (Lc 17,7-10). .
Lucas 12,38: Repete a promessa de felicidade
“E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão se assim os encontra!” Repete a promessa de felicidade que exige vigilância total. O patrão pode voltar meia noite, três da madrugada, ou qualquer outra hora. O empregado deve estar acordado, cingido, pronto para poder entrar em ação.
4) Para um confronto pessoal
1) Somos empregados de Deus. Devemos estar cingidos, de prontidão, atentos e vigilantes, vinte e quatro horas por dia. Você está conseguindo? Como faz?
2) A promessa de felicidade futura é a inversão do presente. O que isto nos revela sobre a bondade de Deus para conosco, para comigo?
5) Oração final
Escutarei o que diz o Senhor Deus, porque ele diz palavras de paz ao seu povo,para seus fiéis, e àqueles cujos corações se voltam para ele. Sim, sua salvação está bem perto dos que o temem, de sorte que sua glória retornará à nossa terra. (Sl 84, 9-10)
Ministério da Saúde de Gaza diz que mais de 400 palestinos morreram nas últimas 24 horas
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O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo terrorista Hamas, afirmou nesta segunda-feira (23) que mais de 400 pessoas morreram nas últimas 24 horas, elevando o número de mortos para 5.087, incluindo 2.055 crianças e 1.119 mulheres. Segundo o jornal The Times of Israel, os números provavelmente incluem as pessoas que morreram na explosão de um hospital em Gaza na semana passada.
Na ocasião, as autoridades palestinas acusaram Israel pelo ataque, enquanto as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) atribuíram o incidente ao disparo fracassado de um foguete da facção Jihad Islâmico e afirmaram que hospitais não são seus alvos.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, 15 mil pessoas ficaram feridas desde que Israel passou a bombardear o território palestino, no dia 7 de outubro. Os bombardeios começaram depois que o Hamas atacou Israel, matando centenas de pessoas, inclusive brasileiros. Fonte: https://aovivo.folha.uol.com.br
Zona Oeste tem 30 ônibus incendiados após sobrinho do miliciano Zinho ser morto pela polícia; BRT é interrompido
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Matheus Rezende, o Faustão, foi baleado na comunidade Três Pontes. Ele era apontado como o número 2 na hierarquia da milícia comandada pelo tio, e o terceiro da família morto pela Polícia Civil. Avenida Brasil chegou a ser fechada por bandidos.
Por Leslie Leitão, Henrique Coelho, Raoni Alves, TV Globo e g1 Rio
A morte de um chefe da milícia provocou um caos na Zona Oeste do Rio na tarde desta segunda-feira (23). Ao menos 27 ônibus foram queimados a mando de criminosos na região. Outros veículos e pneus também foram incendiados, fechando diversas vias.
Às 16h50, o município entrou em estágio de mobilização, o segundo nível em uma escala de cinco e significa que há riscos de ocorrências de alto impacto na cidade.
Os ataques são em represália à morte do sobrinho do chefe da milícia Zinho, na comunidade Três Pontes. Matheus da Silva Rezende, conhecido como Teteu e Faustão, era apontado como o número 2 na hierarquia da milícia comandada pelo tio, e foi morto durante uma troca de tiros com a Polícia Civil.
No mesmo tiroteio, um menino de 10 anos foi atingido de raspão, segundo familiares. Ele foi levado para a UPA de Paciência, e liberado após atendimento.
egundo a MobiRio, empresa pública que opera o sistema BRT, no corredor Transoeste estavam circulando, por volta das 16h, apenas as linhas 13 (Alvorada x Mato Alto - Expressso), 25 (Alvorada x Mato Alto - Parador) e 22 (Jd. Oceânico x Alvorada - Parador).
O Centro de Operações Rio (COR-Rio) informou que o primeiro ônibus que pegou fogo estava na Rua Felipe Cardoso, na altura do BRT Cajueiros, em Santa Cruz.
Até a última atualização desta reportagem, o COR confirmou incêndios nos seguintes endereços:
-Av. Dom João VI, na altura do BRT Magarça, em Guaratiba. (Via interditada em ambos os sentidos);
-Av. Cesário de Melo, na altura do BRT Santa Eugênia, em Paciência (Via interditada);
-Rua Guarujá, na altura do Viaduto de Cosmos;
-Rua Felipe Cardoso, na altura do BRT Cajueiros, em Santa Cruz;
-Estrada do Campinho, na altura da Rua Perico, em Inhoaíba
Segundo o órgão da Prefeitura do Rio, a atuação criminosa provoca reflexos nos bairros: Guaratiba, Inhoaíba, Paciência, Cosmos, Santa Cruz e Magarça.
No fim da tarde, um ônibus foi cruzado na Avenida Brasil, no sentido Santa Cruz, provocando um longo congestionamento.
As secretarias estadual e municipal de Educação deteminaram a suspensão das aulas nas regiões afetadas.
Um criminoso foi flagrado ateando fogo a um ônibus BRT na Magarça, em Guaratiba (veja acima).
Pelas imagens é possível ver o momento em que o homem dá início ao incêndio pela porta da frente do veículo.
Matheus Rezende, sobrinho de Zinho — Foto: Divulgação
Terceiro da família morto pela Polícia Civil
Faustão morreu após ser baleado em uma troca de tiros com agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE) e da Polinter.
O miliciano é o terceiro da família a morrer em confrontos com a Polícia Civil do Rio.
Em 2017, outro tio dele, Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, morreu em operação da Delegacia de Homicídios da Capital.
Em 2021, mais um tio, Wellington da Silva Braga, o Ecko, morreu depois de reagir à prisão em uma casa em Paciência, na Zona Oeste do Rio.
Depois disso, seu irmão, Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, assumiu a maior milícia do Rio. Fonte: https://g1.globo.com
Ataque a tiros em escola estadual na Zona Leste deixa uma estudante morta e outros três feridos; adolescente foi detido
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Aluno de 15 anos entrou armado e disparou contra estudantes na Escola Estadual Sapopemba. Uma das vítimas sofreu ferimento na cabeça e não resistiu.
Por g1 SP e TV Globo
Uma aluna morreu e outros três ficaram feridos após um ataque a tiros dentro da Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (23). A informação foi confirmada pelo governo de São Paulo.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, um adolescente de 15 anos, também aluno, entrou armado no colégio e efetuou os disparos. Ele foi apreendido junto com a arma. Até a última atualização desta reportagem, a polícia não havia divulgado a motivação do ataque e nem a origem da arma.
Ao todo, três estudantes foram atingidos pelos tiros. A vítima que não resistiu aos ferimentos tinha sido baleada na cabeça. Outras duas foram feridas no tórax e na clavícula. Um quarto aluno se machucou ao tentar fugir durante o ataque, de acordo com nota divulgada pelo governo estadual.
Os feridos foram levados para o pronto-socorro do Hospital Geral de Sapopemba. Não foram divulgados detalhes sobre o estado de saúde deles.
Ainda por meio de nota, a gestão estadual lamentou o ocorrido e disse que a prioridade é prestar atendimento aos familiares das vítimas.
"O governo de SP lamenta profundamente e se solidariza com as famílias das vítimas do ataque ocorrido na manhã desta segunda-feira (23) na Escola Estadual Sapopemba. Nesse momento, a prioridade é o atendimento às vítimas e apoio psicológico aos alunos, profissionais da educação e familiares."
Tiros e desespero
A Polícia Militar foi chamada por volta das 7h30 para atender a ocorrência na Rua Senador Lino Coelho. O ataque teria ocorrido às 7h20. O helicóptero da corporação e 20 viaturas da PM foram enviados ao local.
Pais de alunos foram até a unidade após serem informados do ataque. Ao g1, moradores do bairro relataram o desespero ao ouvir os tiros.
"Eu moro na mesma rua da escola. Eu estava tomando café para ir trabalhar, e eu e meu irmão ouvimos em torno de três tiros. Meu irmão ouviu gritos, eu subi para o quarto e abri a janela. E vi o pessoal saindo correndo da escola. Fui em frente à escola para saber o que houve, aí soube da notícia. Foi muito rápido", contou uma testemunha.
Segundo ataque em 7 meses
O ataque desta segunda (23) é o segundo caso registrado na capital paulista somente neste ano.
No dia 27 de março deste ano, uma professora de 71 anos morreu e quatro pessoas ficaram feridas após serem atacadas com faca por um aluno do oitavo ano da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Zona Oeste de São Paulo. O agressor, de 13 anos, foi desarmado e levado para uma unidade da Fundação Casa.
Elisabete Tenreiro era professora desde 2015 e havia começado na escola Thomazia Montoro neste ano. A educadora tinha se aposentado como técnica do Instituto Adolfo Lutz em 2020, mas continuou dando aulas de ciências.
Em agosto, a reportagem do g1 esteve na escola estadual e constatou que, cinco meses depois do atentado, ainda não havia psicólogos disponíveis para o atendimento de professores e alunos na unidade escolar. A medida tinha sido uma promessa do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
À época, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) chegou a afirmar que quadruplicou o orçamento inicial destinado a políticas públicas de garantia da segurança e proteção de convivência no ambiente escolar, passando para R$ 100 milhões.
Contudo, duas das professoras que foram vítimas do ataque na Escola Estadual Thomazia Montoro, disseram ao g1 que a escola só recebeu visitas de um grupo de estudos em psicologia da Universidade de São Paulo (USP) e que o corpo docente e discente foram orientados a procurar atendimento psicológico no Sistema Único de Saúde (SUS).
Ainda segundo as professoras, a comunidade escolar está "pagando" pelos dias de recesso pós-ataque com reposições de aulas em período de férias, e o programa Conviva, do governo, não funciona na unidade escolar. Fonte: https://g1.globo.com
Dia 22 de outubro- 29º Domingo do tempo comum: Um Olhar
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DE QUEM É A IMAGEM?
Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)
“Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. Esta é a resposta que Jesus dá aos fariseus que enviaram seus discípulos e partidários de Herodes com a intenção de “apanhar Jesus em alguma palavra”. A sentença de Jesus é o centro dos ensinamentos da liturgia dominical (Isaías 45,1.4-6; Salmo95, 1 Tessalonicenses 1,1-5 e Mateus 22,15-21). No passar dos anos ela recebeu várias interpretações. O texto bíblico mostra que resposta de Jesus indica duas realidades distintas, mas não distantes.
Os enviados dos fariseus, ao se dirigirem a Jesus reconhecem: “Mestre, sabemos que és verdadeiro e que, de fato, ensinas o caminho de Deus”. É uma afirmação preciosa e verdadeira. Jesus é sincero e ensina o caminho de Deus segundo a verdade. Ele mesmo é o caminho que somos chamados a percorrer. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, assim Jesus se apresenta (João 14,6). Neste domingo celebramos o Dia Mundial das Missões e os evangelizadores são os primeiros a percorrerem este Caminho, que é Cristo. Também anunciam e convidam para percorrerem o caminho de Deus.
Os enviados perguntam: “É lícito ou não pagar imposto a César?” Jesus responde com realismo e deixou bem claro que seus seguidores viveriam no mundo. Reconhece o poder de César e a sua autonomia. Nesta condição são cidadãos corresponsáveis pela construção da sociedade fundada no bem comum. São cidadãos de direitos e deveres, também naquilo que se refere ao pagamento de impostos. É legítima a organização das pessoas em países, como são legítimas as autoridades que as governam. O rosto do imperador na moeda indica o contexto, a localização temporal e o poder da autoridade civil.
Na resposta, Jesus afirma que deve ser dado a “Deus o que é de Deus”. Um autor anônimo do começo do cristianismo escreve: “A imagem de Deus não está gravada no ouro, mas no gênero humano. A moeda de César é ouro, a de Deus é a humanidade … Portanto, concede a tua riqueza material a César, mas conserva para Deus a inocência singular da tua consciência, onde Deus é contemplado… Com efeito, César pediu que a sua imagem fosse gravada em cada moeda, mas Deus escolheu o homem, que Ele criou, para refletir a sua Glória”.
A moeda apresentada a Jesus, com o rosto de César, indica que oficialmente ela pertence ao imperador. O homem, no qual está gravada a imagem de Deus, é devedor de Deus. O poder do Estado tem limites invioláveis, mas Jesus não apoio teocracias. Jesus afirma o senhorio de Deus explicitado nas parábolas sobre o Reino de Deus. O cristão vivendo no mundo deve alertar para todos os regimes ou pessoas ou estruturas que impeçam ao homem viverem dignamente, serem “imagem de Deus” na liberdade e na justiça. Portanto, “dar a Deus o que é Deus e a César o que é César” aponta duas realidades distintas, mas não distantes.
Na esteira do mês missionário o exemplo de São Paulo precisa ser recordado. Depois de anunciar o Evangelho aos Tessalonicenses lhes escreve uma carta. Ele diz que não se evangeliza sozinho, de maneira isolada. Ele cita Silvano e Timóteo como colaboradores diretos, além de outros. Logo a seguir acrescenta que o anúncio deve ser precedido e acompanhado com muita oração. “Damos graças a Deus por todos vós, lembrando-vos sempre em nossas orações”. O apóstolo está ciente que os membros da comunidade não foram escolhidos por ele, mas por Deus: “sois do número dos escolhidos”. Paulo conclui com um ensinamento muito precioso: “O nosso evangelho não chegou até vós somente por meio de palavras, mas também mediante a força que é o Espírito Santo; e isso, com toda a abundância”. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Terrorismo e genocídio, pragas do mundo atual
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O ataque do Hamas a Israel, ainda que precedido por uma longa série de ‘avisos’, desde 1948, combinou os ingredientes essenciais de ambas
Cientista político, sócio-diretor da Augurium Consultoria e membro das Academias Paulista de Letras e
O adjetivo político(a) pode ser aplicado com propriedade a uma infinidade de situações, ações e fatos.
Podemos caracterizar como político desde a eleição de um prefeito nos cafundós de algum país a um embate eleitoral e, até mesmo, com limites, a atos de guerra. Se perguntarmos o que é política a uma pessoa que não nutra interesse algum pela vida pública, as respostas mais prováveis serão “não sei” ou “as falcatruas daquela corriola de Brasília”.
A linha divisória entre determinado fato político e a antipolítica – e aqui me refiro ao terrorismo e ao genocídio – nem sempre é nítida. A desproporção entre o fato que possa ter sido a causa de uma resposta terrorista é uma aproximação, mas não é uma resposta satisfatória. Considere-se, por exemplo, o ataque japonês à base americana de Pearl Harbor, em 1941. A situação mundial era de guerra, o Japão já estava na guerra, e tratava-se de uma base militar. Mas os Estados Unidos não haviam ainda entrado na guerra. O que faz pensar em terrorismo, no caso, é seu caráter traiçoeiro, a surpresa, a calada da noite, mas não seu objetivo, que foi claramente bélico, ou seja, ligado à guerra. Um tiro no pé, pois forçou a entrada dos Estados Unidos na guerra, alterando o equilíbrio de forças e decretando a derrota, em 1945, tanto do Japão quanto da Alemanha.
A ação tipicamente terrorista é encetada de surpresa, é traiçoeira, é portadora de uma extrema crueldade, é desproporcional e, mais importante, não é motivada por um motivo racional. É praticamente desprovida de objetivos. Violência niilista. Pretende-se aniquilar o adversário não pelo que ele haja feito, mas pelo que ele é. Esta é a conexão com o genocídio: o que se pretende é dizimar um povo, uma etnia, os devotos de uma religião, só por serem uma dessas três coisas, ou coisa análoga. Isso posto, parece-me incontrovertível que as 2.200 bombas lançadas pelo Hamas sobre Israel na madrugada de 7 de outubro, fazendo milhares de mortos, militares e civis, e na plena consciência de que a retaliação seria da mesma ordem, foi claramente um ato de terrorismo com fortes implicações genocidas.
Até aqui, esforcei-me apenas por traçar a anatomia do terrorismo e do genocídio tal como se têm manifestado no século 21. Mas nem precisava ter ido tão longe. Em seu documento de fundação, o Hamas repete ad nauseam que seus objetivos são obliterar o Estado de Israel, fundar um império que se estenda do Mediterrâneo ao Iraque, e liquidar até o último judeu que exista na face da Terra. Nada fica a dever à “solução final” alvitrada pelo nacional-socialismo alemão, ponto de partida para o Holocausto. Coloca o Hamas (e seu coirmão libanês, o Hezbollah) na condição de alucinações que nada têm que ver com a política em qualquer acepção aceitável deste termo.
À abominável estirpe dos genocídios pertence, sem sombra de dúvida, a guerra da Vendeia, deflagrada em 1793, durante a Revolução Francesa, pelo Comitê de Salvação Pública, com o objetivo de acabar com toda a população daquela província. A Revolução, segundo Robespierre e os outros 11 integrantes do comitê entenderam, não podia conviver com uma população católica e monarquista, enfurecida pela decapitação do rei Luís 16. Um século depois, Stalin, a fim de confiscar todos os alimentos da Ucrânia, submeteu-a ao holodomor (literalmente, “deixar morrer de fome”). Em 1994, em Ruanda, leste da África, a maioria étnica hutu praticamente dizimou a minoria tútsi, na base do facão e da foice, deixando um legado de 1 milhão de mortos.
Fiz referência acima à dificuldade de estabelecer tais distinções com base tão somente na desproporção da violência empregada contra um presuntivo adversário. Um exemplo clássico de tal dificuldade foi a destruição de Cartago (cidade situada na atual Tunísia) pela República Romana, no ano de 146 a.C. Diga-se o que se disser da extensão da violência, tratava-se claramente de um enfrentamento bélico (o longo século das chamadas guerras “púnicas”) entre duas grandes potências, ambas empenhadas em assumir a hegemonia no Mediterrâneo. Décadas antes, o general cartaginês Aníbal havia conduzido um formidável exército sobre os Alpes até chegar às portas de Roma. Rechaçado, foi obrigado a fazer o caminho de volta, mas o destino estava traçado. O contra-ataque romano destruiu Cartago – ou, para ser mais exato – reduziu-a a cinzas.
Terrorismo é óbvio que não foi, pelas razões acima expostas. Os cartagineses não foram aniquilados por serem cartagineses, mas por integrarem uma potência rival. No entanto, podemos, sim, dizer que houve desproporção, mas isso não aproxima tal desfecho do perpetrado por Hitler em Auschwitz.
O ataque do Hamas a Israel, ainda que precedido por uma longa série de avisos, desde 1948, este sim combinou os ingredientes essenciais do terrorismo e do genocídio: a surpresa traiçoeira, a extrema crueldade, o completo despropósito e a intenção de destruir o adversário em razão de sua própria existência, não pelo que ele haja feito ou deixado de fazer.
*SÓCIO-DIRETOR DA AUGURIUM CONSULTORIA, É MEMBRO DAS ACADEMIAS PAULISTA DE LETRAS E BRASILEIRA DE CIÊNCIAS Fonte: https://www.estadao.com.br
Quando a guerra vira entretenimento
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Jornalista e professor da ECA-USP, Eugênio Bucci escreve quinzenalmente na seção Espaço
À medida que a tragédia se adensa no Oriente Médio, o destampatório performático triunfa e cega. A cada lance obscuro e trágico, mais se excitam os espectadores, em sua superficialidade chapada e esfuziante. As redes sociais entram em alvoroço, as plateias repetem palavras de ordem lacrimosas e a carnificina se converte em melodrama pungente e barulhento. Essa gritaria feita de platitudes altissonantes e insensíveis é a prova definitiva de que “não há limites para a insânia”, como dizia um velho jornalista. A opinião pública entra em demência.
Um ser racional – esse tipo em extinção – pode até vislumbrar, por teimosia, uma esperança tímida num acordo de paz para a Faixa de Gaza e suas redondezas, mas não terá nenhuma ilusão de que o bom senso terá vez sobre a face da Terra. A guerra avança como um estranho e mórbido entretenimento participativo. Essa é a nossa maior danação.
As sandices não se resumem às manifestações de rua que celebram chacinas; também aparecem nos grupos de WhatsApp e nas conversas fortuitas. Atravessam a rua na sua frente, estão no ponto de ônibus, na fila do supermercado – são campeãs de audiência. Ativistas de sofá consomem as mortes estampadas no noticiário como quem saboreia um gênero quente de realidades ampliadas. Sentem a imaginação salivar. Viciam-se nas sensações do terror e pedem bis.
Não, as plateias não se informam sobre os acontecimentos – elas se empanturram e se dopam, insaciáveis. Como se fosse um estimulante químico, a guerra lhes oferece doses potentes de emoção fácil. E lá vêm os memes e as lacrações. Os adictos acreditam que têm um lado e se envaidecem de sua bravura imaginária, em exibicionismos narcísicos. São guerreiros de fim de semana. Sua essência está na aparência. Mastigam imagens de assassinatos ou de bombardeios para anestesiar a carência de que mais se ressentem: carência de afeto, de sentido e de relevância.
O que existe no mercado para deliciar essas multidões de ninguéns? Poderia ser uma final de campeonato de futebol, talvez. Poderia ser uma briga de torcida embaixo de um semáforo. Poderia ser um reality show na TV. Agora, porém, o prato do dia é o morticínio. O sujeito se serve e se “engaja”, para usar a expressão em voga. Em suas fantasias íntimas, é o herói de uma causa sacrossanta. Ele consome. Ele brada. Ele e seus homólogos estão em pleno gozo.
Ainda no século 17, Espinosa advertiu: “Os homens são comovidos mais pela opinião do que pela verdadeira razão”. Pouco depois disso, as chamadas “massas urbanas” entraram em cena como um subproduto das cidades que respiravam a fuligem das chaminés industriais. Nascidas para ser a cara-metade (bastarda) do capital (selvagem), elas nunca formulam ideias, nem poderiam; apenas se arrastam, gelatinosamente pegajosas, em ondas pulsionais, ao sabor de “opiniões”, não da razão. O seu pão é o seu circo.
Hoje, o nosso problema é que as massas do século 21 são ainda mais rudimentares que seus pares de 200 ou 300 anos atrás. Sim, o que lhes acende a libido é a opinião, mas, agora, uma opinião numa forma rebaixada. Sem qualquer base nos fatos, na razão e no argumento, como preconizava Hannah Arendt, a opinião que comove os homens não passa de uma grife ideológica, um slogan prêt-à-porter, um bem de consumo não durável, como um refrão de música que ganha o Grammy.
Foi mais ou menos assim que chegamos a esta babel de frivolidades perversas e opacas, repleta de oradores que não entendem uma letra do que pronunciam. Nunca se viram tantos influencers pontificando sobre Israel e o Hamas. Nos tempos da pandemia, essas mesmas figuras atuavam como epidemiologistas, imunologistas ou infectologistas de ponta. Todas discorriam sobre RNA mensageiro, ivermectina e máscaras cirúrgicas. Em seguida, assumiram o papel de especialistas em Ucrânia, alfabeto cirílico. Davam aulas de 30 segundos sobre a Grande Rússia. Agora, tagarelam sobre as cosmogonias que se enfeixam em Jerusalém. Não compreendem o que falam.
Às vezes surgem notícias de crianças que, brincando de super-heróis, pulam da janela para sair voando e se esborracham no chão. São vítimas da incapacidade, tipicamente infantil, de dissociar o mundo real do universo dos desenhos animados. Pois os adultos de hoje, em sua maioria, padecem da mesma incapacidade. Não percebem a diferença entre o juízo de valor e o juízo de fato, não desconfiam da fronteira entre a verdade factual e a criação ficcional e não distinguem o princípio de prazer do princípio de realidade. Acreditam que toda disputa de poder se reduz a uma disputa de narrativas. Ato contínuo, embarcam numa narrativa pré-fabricada e, a bordo dela, saem voando nas telas para vencer a batalha contra os “do mal”.
Ao consumir a guerra como um espetáculo interativo, a cultura do entretenimento sepulta a razão, normaliza a selva e a ela se rende. Somos um mundo de crianças crescidas que se divertem com brinquedos letais. Alguém aí ainda vai se esborrachar de novo contra o chão da realidade.
* JORNALISTA, É PROFESSOR DA ECA-USP
Fonte: https://www.estadao.com.br
Em 13 dias de guerra entre Israel e Hamas, OMS registra mais de 140 ataques a complexos hospitalares
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Em 13 dias de guerra entre Israel e Hamas, OMS registra mais de 140 ataques a complexos hospitalares
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta quinta-feira que mais de 140 ataques ao sistema de saúde foram registrados desde o início da guerra entre Hamas e Israel, iniciada no dia 7 de outubro, após ataque do grupo terrorista ao território israelense.
A agência humanitária informou que, no lado palestino, foram 136 ataques a complexo hospitalares — 59 deles na Faixa de Gaza, incluindo a explosão do Hospital Árabe al-Ahli, e 77 na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental. Além disso, acredita-se que 16 profissionais tenham sido mortos durante serviço por bombardeios de Israel.
No lado israelense, a OMS documentou oito ataques contra complexos hospitalares, que resultaram em sete mortes.
(The New York Times). Fonte: https://oglobo.globo.com
A celebração do ódio
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Como parte neutra, deveríamos defender a paz, e não soprar a fogueira. Mas não. De onde deveria partir tolerância, só se vê sangue no olho
Por
Leo Aversa
— Rio de Janeiro
A mulher israelense que dançava feliz na festa. A criança palestina que tentava se proteger das bombas. Uma família na fronteira, que não teve tempo de encontrar um lugar seguro. Civis, muitos civis. São as vítimas, mais uma vez.
Os algozes? Os de sempre: o terrorista psicopata, o general facínora, o bando de criminosos adeptos do “olho por olho, dente por dente”, que observam com satisfação a legião de banguelas e caolhos que criaram. Vale a pena tanta violência? Qual a perspectiva que se oferece aos mais jovens? Atentados, bombardeios e um eterno velório de pequenos caixões?
Que israelenses e palestinos não consigam conviver em paz é triste, ainda que, de certa forma, compreensível: são décadas e décadas de ataques e atentados, mortos e feridos, raiva e ressentimento. É difícil deixar o passado para trás e o ódio de lado para tentar construir um futuro. Um dia, quem sabe, eles chegam lá.
E nós?
Era de se esperar que, a milhares de quilômetros de distância, conseguíssemos enxergar o problema com ponderação, ou ao menos de uma forma mais razoável do que os que estão diretamente envolvidos, ouvindo tiros e bombas pela janela. Deveríamos, como parte neutra, defender o entendimento, a paz, ser os que apartam a briga, nunca os que sopram a fogueira.
Mas não.
O ódio aqui se mostrou igual ao de lá. Vimos nas redes demonstrações não de espanto ou indignação, mas de fúria e rancor, como se o conflito estivesse ardendo na própria tela de quem escreve. De onde deveria partir um pouco de tolerância e compreensão, só se viu sangue no olho.
De onde vem tanto ódio?
Sim, leitor, concordo que é um dejeto da polarização política, mas não só. Vem também da lógica perversa das redes sociais, onde se incentiva uma disputa amoral e deletéria por engajamento. O ódio começa também no aluno que quer acabar com a carreira do professor por ensinar algo que não é do seu agrado, nas lacrações virulentas, nos cancelamentos irracionais. Inicia na moça ressentida que pede um linchamento por um encontro ruim, no rapaz frustrado que convoca um golpe de Estado por não conseguir encontro nenhum. Nas disputas mortais por assuntos irrelevantes, na exaltação compulsiva da própria virtude, na obsessão pelo erro alheio.
Se espalha na censura a qualquer atitude que não siga a cartilha da tribo, na interdição do debate entre ideias ou projetos, nas argumentações simples e idiotas em duas linhas. Na intolerância ao diferente. No cinismo e na desconfiança generalizada.
No culto à ignorância e à estupidez.
Uma questão complexa como a de israelenses e palestinos podia ser uma chance para nós, que estamos distantes, oferecermos ajuda e refletirmos sobre a importância de pedir desculpas, reconhecer erros e, principalmente, estender a mão.
Mas não.
Antenados com o que há de pior na atualidade, muitos aqui preferem se juntar — digitalmente — à barbárie, como a que vitimou a mulher que dançava feliz e o menino que tentava se proteger. Querem usar uma tragédia para alimentar com likes e compartilhamentos o seu insaciável discurso raivoso.
Enquanto o ódio for celebrado, ninguém terá paz. Fonte: https://oglobo.globo.com
Bombardeio a hospital de Gaza deixa 500 mortos, dizem autoridades da Faixa de Gaza; Israel culpa Jihad Islâmica
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Pessoas ao redor de corpos de palestinos mortos em ataques de Israel ao hospital Ahli Arab, em Gaza; os corpos foram levados a outro hospital, o de Al-Shifa (Foto: Dawood Nemer/ AFP)
Hospital atingido atendia centenas de pacientes e também servia de abrigo para civis, segundo governo palestino. Ordem israelense para retirada de civis do norte de Gaza pode configurar crime internacional, diz ONU.
Líder do Hamas diz que EUA têm responsabilidade pelo bombardeio a hospital em Gaza
O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, condenou nesta terça-feira (17) o bombardeio a um hospital da Cidade de Gaza e disse que os Estados Unidos "têm responsabilidade pelo ataque por acobertar as agressões de Israel".
Haniyeh, que comanda o Hamas desde 2017, vive atualmente no Catar e é um dos principais alvos do Exército israelense.
Conselho de Segurança da ONU que discutirá proposta do Brasil para confronto Israel x Hamas é adiado, diz Itamaraty
O Conselho de Segurança da ONU que discutirá proposta do Brasil para confronto Israel x Hamas foi adiado, segundo o Itamaraty. O encontro aconteceria nesta terça-feira (17).
Ainda não se sabe se o adiamento está relacionado com o ataque de Israel em um hospital na Faixa de Gaza que deixou centenas de mortos.
Após o ataque, a Rússia e os Emirados Árabes Unidos pediram a realização de uma reunião de emergência na quarta-feira (18).
Forças Armadas de Israel acusam Jihad Islâmica por ataque a hospital
As Forças Armadas de Israel acusaram nesta terça-feira (17) a Jihad Islâmica de ser a responsável pelo bombardeio que atingiu um hospital na Cidade de Gaza e, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, 500 pessoas.
A Jihad Islâmica, outro grupo islâmico armado, também atua dentro de Gaza.
Israel afirmou ainda que, no momento do bombardeio, foguetes lançados em Gaza em direção ao território israelense "passaram perto" do hospital.
Manifestantes e policiais se enfrentam em fortes protestos na Cisjordânia
Uma manifestação em Ramallah, na Cisjordânia, em protesto contra o bombardeio de Israel a um hospital na Cidade de Gaza terminou em fortes enfrentamentos com policiais da Autoridade Nacional Palestina.
A Cisjordânia é governada pela Autoridade Nacional Palestina - grupo político rival ao Hamas, que governa a Faixa de Gaza -, mas a influência do Hamas no território tem crescido.
A rede Al-Jazeera, que transmitia ao vivo imagens da praça central da cidade, mostrou o momento em que tiros foram disparados.
Após ataque a hospital, Abbas cancela encontro com Biden
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, cancelou o encontro que teria na quarta-feira (18) com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de acordo com a agência de notícias Associated Press.
O cancelamento, ainda segundo a AP, foi decidido após Israel bombardear um hospital na Cidade de Gaza nesta terça-feira (17), deixando centenas de mortos.
Biden viajará ao Oriente Médio na quarta-feira (18) e também se reunirá com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Ele também se encontraria com Abbas na Jordânia.
Irã chama ataque a hospital de Gaza de 'um crime de guerra selvagem'; Egito e Catar também condenam
O Irã classificou o bombardeio de Israel a um hospital na Cidade de Gaza de "um crime de guerra selvagem", segundo a agência de notícias estatal iraniana. Os governos do Egito e do Catar também condenaram o ataque.
Governo palestino chama ataque a hospital de genocídio e declara luto de três dias
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, declarou nesta terça-feira (17) luto oficial de três dias nos territórios palestinos - a Faixa de Gaza e a Cisjordânia - por conta das mortes no hospital de Gaza bombardeado por Israel.
O porta-voz de Abbas chamou o ataque de um "genocídio" e uma "catástrofe humanitária".
Bombardeio de Israel atinge hospital em Gaza e mata ao menos 500, diz Ministério da Saúde Palestino
Um ataque aéreo de Israel atingiu nesta terça-feira (17) um hospital na Cidade de Gaza e deixou 500 mortos, segundo o Ministério da Saúde da Palestina.
O hospital, Ahly Arab, atendia centenas de pessoas, mas também vinha servindo de abrigo para civis - no início da semana, Israel pediu que moradores se retirassem de todo o norte da Faixa de Gaza, incluindo a Cidade de Gaza.
Inicialmente, houve divergências entre as autoridades locais sobre o número de mortos:
A Defesa Civil de Gaza afirmou que 300 pessoas morreram.
O Ministério da Saúde palestino falou inicialmente de 200 vítimas.
Já o jornal "The New York Times" diz que o porta-voz do ministério citou 500 mortes.
A agência de notícias Reuters, com base em fontes da mesma pasta, também cifra em 500 as vítimas. O bombardeio é um dos maiores já registrados em Gaza.
Braço armado do Hamas ataca cidade no norte de Israel
As Brigadas Qassam, o braço armado do Hamas, afirmou nesta terça-feira que atacou com foguetes a cidade de Haifa, que fica no norte de Israel.
A Agência para Refugiados Palestinos da ONU (UNRWA) disse que o ataque a uma escola em al-Maghazi matou seis pessoas
"Isto é chocante e demonstra, mais uma vez, uma total falta de respeito pela vida dos civis", diz a nota oficial.
"Nenhum lugar mais é seguro em Gaza, nem mesmo as instalações da UNRWA"
A agência diz que cerca de 4 mil pessoas usavam aquela escola para se abrigar do conflito e que, desde o início da guerra, mantém os governos de Israel e da Palestina informados sobre as posições usadas para receber civis.
A região atacada é um campo de refugiados da ONU que tem oito escolas, um centro de distribuição de alimentos e um centro de saúde. Fonte: https://g1.globo.com
Amarás teus inimigos
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A luta de um pastor pela humanização da relação entre cristãos e muçulmanos
Antropólogo, autor de "Povo de Deus" (Geração 2020), criador do Observatório Evangélico e sócio da consultoria Nosotros
A guerra em Israel deu munição para aqueles que não gostam de religião e especialmente do cristianismo evangélico, justificarem seus preconceitos e afirmarem que todo evangélico é bolsonarista por defender Israel. Não é tão simples. Para compreender melhor a relação entre evangélicos, israelenses e palestinos, pedi ajuda para o pastor Marcos Amado, que atua há 23 anos com organizações cristãs presentes em países islâmicos e é autor do ebook "Israel, o Armagedom e os Árabes Palestinos" (Martureo, 2019).
Para evitar uma interpretação equivocada, Marcos e eu deixamos claro que condenamos veementemente os ataques terroristas do Hamas há uma semana e que somos a favor da existência de dois estados, o de Israel e o Palestino.
Marcos aprendeu árabe vivendo no norte da África por oito anos, como parte do treinamento para ser missionário em países onde é proibido pregar o Evangelho. "Fomos recebidos em casas de muçulmanos como se fôssemos parte da família", ele conta. "Por isso, comecei a me perguntar por que temos uma visão tão negativa sobre eles."
A partir dessa experiência inicial no mundo islâmico, Marcos chegou ao livro "De Quem é a Terra Santa?" (Ultimato, 2016) do autor cristão Colin Chapman, sobre a questão palestina. Depois ele se aprofundou no assunto a partir de estadias nessas áreas e também ao visitar campos de refugiados no Líbano e na cidade de Belém. "Eles vivem à mercê de Israel, têm restrição ao uso de eletricidade, água potável e serviços de saúde", ele relata. "Isso me levou a pensar sobre como nós, cristãos do Ocidente, aceitamos que palestinos vivam como cidadãos de segunda categoria."
Marcos lista vários motivos para explicar por que evangélicos, que deveriam ser contra as guerras e perdoar seus inimigos, apoiam Israel e condenam os palestinos.
O principal motivo para essa posição seria uma interpretação bíblica do século 19 conhecida como "dispensacionalismo". Ela propôs que, antes do fim do mundo, Deus levaria seu povo de volta à Palestina porque, segundo o Antigo Testamento, Israel tem a posse eterna dessa terra. E reergueria o Templo de Salomão, onde está hoje a mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, de onde Cristo governaria por mil anos.
"A partir dessa leitura das escrituras, a criação do Estado de Israel em 1948 foi interpretada, principalmente nos EUA, como um sinal do fim dos tempos", explica Marcos. "Muitos cristãos defendem o moderno Estado de Israel com unhas e dentes pela importância da profecia. E a ocupação das terras palestinas é vista como parte desse processo."
Essa interpretação, que se popularizou principalmente nos EUA, chegou ao Brasil e se tornou parte da cultura dos evangélicos aqui. "Como a maioria dos missionários e dos livros que circulam aqui vêm de lá, mesmo evangélicos que não ouviram falar em dispensacionalismo, tomam partido dos judeus."
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Menino de 6 anos é morto a facadas nos EUA em ataque antimuçulmano, dizem autoridades
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Ataque nos arredores de Chicago está sendo investigado como um crime de ódio ligado à guerra entre Israel e os terroristas do Hamas
THE NEW YORK TIMES - As autoridades de um subúrbio de Chicago acusaram um homem de esfaquear e matar um menino de 6 anos no sábado, 14, e de ferir gravemente a mãe do menino porque eles eram muçulmanos, num ataque que estaria relacionado à violência em Israel e em Gaza.
O assassinato em Illinois alarmou os líderes muçulmanos, que conclamaram os políticos e jornalistas americanos a refletirem mais plenamente a humanidade do povo palestino ao abordarem o conflito no exterior.
“Isso está diretamente ligado à desumanização dos palestinos”, disse Abdelnasser Rashid, um deputado estadual democrata de Illinois que é palestino-americano.
Os investigadores do condado de Will, Illinois, a sudoeste de Chicago, descreveram uma cena sangrenta. Eles disseram que um homem de 71 anos atacou o menino e sua mãe, que eram seus inquilinos, em sua casa em Plainfield Township, na manhã de sábado, esfaqueando-os repetidamente com uma faca serrilhada com uma lâmina de 17,8 centímetros.
O menino, identificado como Wadea Al-Fayoume por um membro da família e pelo Conselho de Relações Americano-Islâmicas, foi esfaqueado 26 vezes e declarado morto em um hospital. A mãe do menino, de 32 anos, estava em estado grave com mais de uma dúzia de facadas. As autoridades disseram que ela correu para um banheiro e continuou lutando contra o agressor enquanto discava para o 911. Os parentes disseram que a família é palestino-americana.
O Gabinete do Xerife do Condado de Will disse em um comunicado no domingo que “os detetives conseguiram determinar que ambas as vítimas desse ataque brutal foram alvos do suspeito por serem muçulmanas e pelo conflito em curso no Oriente Médio envolvendo o Hamas e os israelenses”. A declaração não especificou como os investigadores sabiam o motivo, mas disse que eles haviam conduzido entrevistas e analisado outras evidências.
O homem acusado do ataque, Joseph M. Czuba, de 71 anos, foi preso sob a acusação de homicídio, tentativa de homicídio, duas acusações de crime de ódio e agressão agravada com arma letal.
Czuba deve fazer uma primeira aparição no tribunal do Condado de Will na segunda-feira. Não estava claro se ele havia contratado um advogado.
O ataque no sábado ocorreu em meio à crescente violência entre Israel e o Hamas, o grupo terrorista que controla a Faixa de Gaza. Em 7 de outubro, o Hamas lançou um ataque terrorista surpresa contra Israel que deixou mais de 1.300 israelenses mortos, provocando uma intensa retaliação que matou 2.670 pessoas em Gaza, de acordo com autoridades locais. Em todo o Oriente Médio, os temores de um conflito maior e de uma crise humanitária cada vez pior estão aumentando.
O subúrbio de Chicago tem uma grande comunidade palestino-americana, incluindo uma área com muitos restaurantes e lojas árabes que alguns chamam de Pequena Palestina. O ataque aconteceu em uma parte diferente dos subúrbios de Chicago, em uma casa ao longo de um trecho movimentado da rodovia, perto de uma concessionária Chevrolet e de uma churrascaria.
Essa propriedade, a cerca de 64 quilômetros a sudoeste do centro de Chicago, estava adornada com várias bandeiras americanas, um anúncio de mel orgânico e uma placa pedindo às pessoas que rezassem para acabar com o aborto. Mariola Jagodzinski, que mora a duas casas de distância, disse que nunca teve nenhuma interação negativa com o suspeito. Ela disse que havia dado brinquedos para a mãe de Wadea, o menino de 6 anos, e ficou sem palavras e angustiada quando soube do assassinato.
“Ele era uma criança brincalhona — realmente cheia de energia”, disse Jagodzinski. “As crianças são inocentes. Isso realmente destrói muitos corações.”
No domingo, o escritório de Chicago do Conselho de Relações Americano-Islâmicas, a organização muçulmana de defesa e direitos civis, denunciou o esfaqueamento e o chamou de “nosso pior pesadelo”. “Nossos corações estão pesados e nossas orações estão com o querido menino e sua mãe”, disse Ahmed Rehab, diretor executivo do conselho, em comunicado.
As autoridades não confirmaram os nomes de nenhuma das vítimas. A Polícia Estadual de Illinois disse em comunicado neste domingo que estava coordenando com outras agências “uma resposta ao elevado nível de ameaças de violência e crimes de ódio relacionados ao conflito atual”.
“Todos em Illinois — tanto os agentes da lei quanto os membros da comunidade — devem permanecer em alerta contra o terrorismo e os crimes de ódio durante esse período de volatilidade”, disse Brendan Kelly, diretor da Polícia Estadual.
O governador J.B. Pritzker, de Illinois, um democrata, disse em um comunicado que “tirar a vida de uma criança de seis anos em nome do fanatismo é nada menos que maldade”. ”Wadea deveria estar indo para a escola pela manhã”, disse o governador. ”Em vez disso, seus pais acordarão sem seu filho”.
As autoridades do conselho disseram que analisaram as mensagens de texto, escritas em árabe, que a mãe do menino enviou ao pai do hospital. Nessas mensagens, disseram, a mãe indicou que o proprietário estava irritado com o que estava vendo no noticiário. A organização não disponibilizou as mensagens de texto para serem analisadas.
Segundo o relato, o proprietário bateu na porta da família e, quando a mãe a abriu, ele tentou sufocá-la e a atacou com uma faca, gritando: “Vocês muçulmanos devem morrer!” Quando ela correu para o banheiro para ligar para o 911, dizem as mensagens de texto, ela saiu e descobriu que o homem havia esfaqueado seu filho. ”Tudo aconteceu em segundos”, ela escreveu. Fonte: https://www.estadao.com.br
Ver fotos e vídeos de guerra.
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Que influência a produção dessas imagens dolorosas vem tendo na tomada de decisões dos últimos conflitos?
Ainda que tente, não consigo parar de ver fotos e vídeos de guerra. Não sei por que tenho feito isso, mesmo sentindo tanto desconforto. Talvez esteja tentando entender o que nunca poderá ser entendido. Talvez esteja tentando humanizar as notícias, dar a elas rostos e histórias, ainda que, paradoxalmente, veja esses mesmos rostos na velocidade constrangedora de um scroll. Ou talvez só esteja tentando aliviar a angústia dos impotentes com a movimentação débil de um dedo indicador.
Fui para a minha estante buscar ajuda. Lá estava Susan Sontag, com seu "Diante da dor dos outros". Nessa obra, a autora comenta que durante muito tempo as pessoas acreditaram que, se o horror dos conflitos fosse vívido e real o bastante aos olhos do grande público, as guerras cessariam.
Sontag cita como exemplo uma tentativa feita por Ernst Friedrich, em 1924, com a obra "Guerra contra a Guerra!". Este livro de fotos (à venda por um punhado de dólares na Amazon), lançado logo depois da Primeira Guerra, foi concebido para ser uma verdadeira terapia de choque, mostrando ao público fotos impactantes do campo de batalha e do seu entorno.
Focado em construir com imagens uma narrativa linear e persuasiva, o livro começa com fotos de soldadinhos de brinquedo (alguma dúvida de que o belicismo tem gênero? Até ontem dávamos aos meninos armas de plástico).
Segue com fotos de igrejas e casas destruídas, vilarejos arruinados, carros destroçados, enforcamentos, prostitutas seminuas em bordéis militares, soldados e civis mortos, corpos de crianças e, por fim, sepulturas. Tudo isso com legendas, por vezes cáusticas, em quatro idiomas.
A parte mais forte da edição fica no meio dessa narrativa, em uma seção nomeada "Faces da Guerra", com 24 closes de soldados com os rostos deformados por cicatrizes —hoje essas imagens estão a um Google de distância de qualquer pessoa e seguem sendo extremamente perturbadoras.
Após o lançamento, o libelo antibeliscista foi denunciado por veteranos de guerra e organizações patrióticas e recolhido de diversas livrarias. Ainda assim, foi celebrado em alguns países, com dez edições na Alemanha e traduções em diversas línguas, fazendo com que muitos pacifistas acreditassem que sua circulação teria uma influência decisiva na opinião pública no sentido de evitar futuros conflitos. Alguns anos depois, estourava a Segunda Guerra.
Estamos falando de uma publicação que foi distribuída apenas em uma parte do mundo. De qualquer forma, parece haver nessa tentativa frustrada de conscientização alguma universalidade.
Desde o ano em que "Guerra contra Guerra!" foi lançado, a produção de imagens deu um salto. Se antes as fotos eram poucas, reveladas em papel filme, impressas em edições de alcance limitado e atreladas a algum custo, agora vemos imagens produzidas em tempo real, a câmera muitas vezes na mão dos civis durante o ataque, o quadro tremido por fugas e explosões, o rosto dos narradores se comunicando de forma veemente ou desesperada a um palmo do nosso, com dezenas, centenas ou milhares de comentários e replicações. Que influência a produção dessas imagens dolorosas vem tendo na tomada de decisões dos últimos conflitos? Acredito que ainda não seja possível saber.
De qualquer forma, parece não haver horror e explicitude capazes de frear os infernos que desde sempre o homem inventa para si. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Brasileiro que desapareceu em rave atacada por Hamas em Israel é encontrado morto
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Informação foi confirmada à Folha por tia de Ranani Glazer na noite desta segunda-feira (9)
Ranani Nidejelski Glazer, 24, tinha desaparecido em Israel após festa atacada por grupo palestino terrorista Hamas - @reineinai/Reprodução Instagram
BOA VISTA
Um dos brasileiros que estava na rave atacada pelo grupo terrorista Hamas em Israel neste fim de semana, Ranani Glazer, está morto. A informação foi confirmada pela tia do jovem à Folha na noite desta segunda-feira (9).
Glazer estava com dois brasileiros —a namorada, Rafaela Treistman, e o amigo, Rafael Zimerman— em uma festa próxima à Faixa de Gaza na noite do sábado (7) quando ela foi invadida por militantes da facção terrorista palestina. Homens armados cercaram o local, lançaram granadas e dispararam contra eles.
Segundo relato de Zimerman, os três fugiram e se esconderam em um abrigo ao ouvir os primeiros disparos. Ao deixarem o lugar em que se esconderam, porém, ele e Rafaela já não sabiam o paradeiro de Glazer.
"Quando saí do abrigo, dei de cara com a polícia", afirmou Zimerman. "Estava com a Rafaela. Mas o Ranani infelizmente não saiu com a gente. Chorei demais. Agradeci. O que falei com Deus não está escrito. Quando vi a Rafaela, só pensava em cuidar dela. Sair sem o Ranani foi uma dor enorme para ela."
Mais de 260 morreram na rave. Não está claro se o brasileiro já está contabilizado nessa cifra, nem se ela faz parte do número total de vítimas do conflito iniciado no sábado. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Conflito entre Israel e Hamas entra no 2º dia com novas explosões; mais de 700 pessoas morreram
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Conflito entre Israel e Hamas entra no 2º dia com novas explosões; mais de 700 pessoas morreram
Bombardeios foram registrados na Faixa de Gaza e Israel neste domingo (8). Grupo Hezbollah reivindicou novo ataque contra Israel por 'solidariedade' aos palestinos.
Por g1
Entrou no segundo dia o conflito entre Israel e o Hamas, neste domingo (8). O último balanço das autoridades indica que 720 pessoas morreram, sendo 400 em Israel, 313 na Faixa de Gaza e 7 na Cisjordânia. Há milhares de pessoas feridas.
Novas explosões foram reportadas na Faixa de Gaza durante a madrugada deste domingo, pelo horário local, e foram se intensificando ao amanhecer. Assista no vídeo acima.
Além disso, de acordo com a agência Reuters, militares israelenses afirmaram que ataques foram feitos contra o norte de Israel a partir do Líbano.
Os novos bombardeios contra Israel foram reivindicados pelo grupo armado Hezbollah, que afirmou ter disparado foguetes em "solidariedade" ao povo palestino.
Os alvos, segundo o Hezbollah, seriam três posições militares israelenses em uma região conhecida como Fazendas de Shebaa, que está em um território ocupado por Israel desde 1967 — ao qual o Líbano reivindica.
Ainda no sábado (7), o Hezbollah anunciou apoio ao ataque promovido pelo Hamas contra Israel, afirmando estar em contato direto com líderes de grupos de resistência.
As forças armadas de Israel disseram que revidaram o ataque do Hezbollah e que um drone atingiu um posto do grupo na região da fronteira com o Líbano.
Além disso, as forças israelenses também afirmaram que continuam executando uma operação em oito áreas que ficam nos arredores da Faixa de Gaza, no sul do país. Um complexo, que seria usado pela inteligência do Hamas, foi bombardeado em Gaza.
Por sua vez, o Hamas divulgou um comunicado dizendo que seus integrantes continuam engajados em "lutas ferozes" dentro de Israel.
Conflito
O conflito entre Israel e Hamas começou após o grupo radical lançar um ataque surpresa contra o território israelita no sábado, a partir de Gaza.
Esse é considerado um dos maiores ataques que Israel sofreu nos últimos anos. Diante da ofensiva do Hamas, os israelenses declararam estado de guerra.
"Estamos em guerra e vamos ganhar", disse o primeiro-ministro do Israel, Benjamin Netanyahu. "O nosso inimigo pagará um preço que nunca conheceu."
Ainda durante o sábado, Israel fez bombardeios contra a Faixa de Gaza como resposta. Segundo as forças israelenses, os alvos são lugares ligados ao Hamas.
Por volta das 2h, pelo horário de Brasília, o Ministério da Saúde de Israel divulgou um novo balanço afirmando que 1.864 pessoas ficaram feridas no país, por causa do conflito. Entre as vítimas, 326 estão em estado grave.
O que aconteceu até agora
No sábado (7), lideranças do Hamas anunciaram que estavam iniciando uma grande operação de retomada de território. Um alto comandante do grupo chegou a dizer que mais de 5 mil foguetes tinham sido lançados contra Israel a partir da Faixa de Gaza.
Sirenes foram ouvidas em várias partes de Israel, incluindo grandes cidades, como Tel Aviv e Jerusalém. Os ataques atingiram prédios e veículos, causando estragos em diversas regiões do país.
Pela terra e pelo mar, homens armados do Hamas invadiram o território israelita na região sul do país. Agências internacionais relataram que esses homens atiraram contra pessoas que estavam nas ruas.
Também há relatos de dezenas de moradores israelenses sendo levados como reféns para a Faixa de Gaza.
Após a ofensiva, o primeiro-ministro israelense convocou uma reunião de emergência e lançou a operação "Espadas de Ferro", prometendo uma resposta ao Hamas.
O governo de Israel pediu para que os cidadãos sigam instruções de segurança. A recomendação é para que as pessoas fiquem próximas de espaços protegidos.
Israel também recebeu o apoio de autoridades dos Estados Unidos e da União Europeia. O presidente Joe Biden afirmou que os norte-americanos estão prontos para oferecer "todos os meios apropriados de apoio". Fonte: https://g1.globo.com
Conflito entre Israel e Hamas mata ao menos 268, sendo 70 israelenses e 198 palestinos
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Grupo palestino lançou ataque surpresa a partir da Faixa de Gaza em várias regiões de Israel
SÃO PAULO | REUTERS
Médicos em Gaza afirmaram que pelo menos 198 palestinos foram mortos em ataques aéreos israelenses lançados após uma ofensiva surpresa do Hamas contra Israel neste sábado (7), que matou pelo menos 70 israelenses, segundo o serviço de ambulâncias do país.
Há mais de mil palestinos feridos, segundo a autoridade de saúde local. Já Israel contabiliza no mínimo 750, de acordo com o serviço de ambulâncias.
O vice-chefe do Hamas, Saleh al-Arouri, disse à rede Al Jazeera que o Hamas está preparado para o pior. "Todos os cenários são agora possíveis e estamos prontos para uma invasão terrestre [israelense]".
Os militares israelenses responderam com ataques aéreos a Gaza, onde testemunhas relataram ter ouvido fortes explosões e visto vários mortos e feridos sendo levados para hospitais.
Autoridades de saúde de Gaza informaram que 198 palestinos foram mortos em ataques aéreos enquanto os bombardeios atingiam a cidade de Gaza, lançando nuvens de fumaça preta em espiral para o céu.
Tão logo o conflito começou, residentes de Gaza correram para padarias e supermercados para comprar mantimentos, antecipando os dias turbulentos que se avizinham. Alguns abandonaram suas casas e foram para abrigos.
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou que o seu país está em guerra contra o Hamas, enquanto as autoridades palestinas dizem que o fim da ocupação israelita do seu território é a única garantia de segurança, estabilidade e paz na região.
Netanyahu afirmou ter conversado com o presidente americano, Joe Biden, que teria dito a ele que os Estados Unidos apoiam completamente o direito de Israel de se defender.
O chefe do Pentágono, Lloyd Austin, afirmou que os Estados Unidos trabalharão para garantir que Israel "tenha o que precisa para se defender e proteger os civis da violência indiscriminada e do terrorismo". Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Somos todos loucos brincando com fogo
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Culpa-se o El Niño pelo pandemônio de agora, como se o fenômeno fosse um fantasma sem explicações
Jornalista, escritor (Prêmio Jabuti 2000 e 2005; Prêmio APCA 2004) e professor aposentado da Universidade de Brasília, Flávio Tavares escreve mensalmente na seção Espaço Aberto
Os alertas deixam cicatrizes visíveis até à luz do dia, mas fazemos de conta que não vemos ou não sentimos as consequências e que, por isso, não existem. Tempos atrás, chuvas brutais despencaram sobre o litoral paulista, com inumeráveis perdas. Agora, no extremo sul do Brasil, as constantes chuvaradas destruíram lavouras e casas, deixando milhares de habitantes desabrigados e também matando. Na Amazônia, região de rios onde chovia quase todos os dias, a longa estiagem de agora chega a impedir até a navegação, que é a forma habitual de a população viajar de um lado a outro. Em plena primavera, na maioria das regiões do País, o calor faz pensar que o verão se antecipou. Ao mesmo tempo, no extremo sul do Brasil, o frio continua, como se o inverno não cedesse lugar a outra estação.
Se sairmos da realidade brasileira, tudo é ainda mais penoso, com o que me permito recordar duas situações. Na gélida Sibéria, houve longos dias de calor em pleno inverno do passado ano de 2022. Mais recentemente, coincidindo com as enchentes no sul de nosso País, na distante Líbia a chuva intensa destruiu cidades inteiras e matou milhares de habitantes.
Tudo isso nos faz exclamar: “O tempo está ficando louco”.
Em verdade, porém, os loucos somos todos nós, que nos negamos a aprender com a natureza, sem perceber o perigo das mudanças climáticas, causa profunda deste pandemônio de agora. Culpa-se o El Niño, como se o fenômeno (nas duas pontas) fosse um fantasma que surge sem explicações, aparecendo porque unicamente fantasma é. Em verdade, porém, tudo isso é culpa do nosso descuido ou, mais até, da nossa cegueira em torno da preservação do meio ambiente.
A causa dessa cegueira talvez tenha raízes na tardia incorporação ao cotidiano do conceito de meio ambiente e, por extensão, do próprio conceito (e percepção) das mudanças climáticas. Essas mudanças passaram a ser notadas com o surgimento da revolução industrial, que mudou o cotidiano da população em todo o mundo e tornou mais confortável o estilo de vida. Nos descuidamos, porém, quanto às consequências dessa revolução que nos propiciava conforto, sem tomar sequer alguma medida ou ação para mitigar ou abrandar seus efeitos negativos.
Assim, nas últimas décadas, as mudanças do clima cresceram de forma acelerada, transformando-se na crise climática atual, visível no dia a dia de quase tudo o que nos cerca. Ou até das atividades profissionais de cada um de nós.
Não faltaram advertências. A derrubada da Floresta Amazônica transformou-se no grande escândalo do século 21. A insensatez de destruir bosques a esmo vem de longe e começou na colonização do País pelos europeus, com o corte do pau-brasil, denominação da cor da brasa utilizada para tingir tecidos e que deu nome à Nação. Acentuou-se, entretanto, nas últimas décadas, com o corte acelerado dos bosques da Mata Atlântica, a imensa área verde que perpassa vários Estados de nosso país.
Na cidade de São Paulo, o bairro de Pinheiros tem este nome porque estava cheio de araucárias até, pelo menos, o início do século 20, quando a incessante derrubada serviu à construção de moradias, um dos pontos de partida para que a atual metrópole seja hoje a maior e mais habitada cidade da América do Sul.
Os bosques são um dos principais reguladores dos ciclos das chuvas. No entanto, nos casos de estiagens prolongadas ou intermitentes, as queimadas se alastram por dentro dos bosques aparentemente viçosos e, sem danificar as árvores adultas, o fogo destrói o solo e o desnuda, consumindo as folhas secas, como explica José Lutzemberger, um dos mais respeitados ambientalistas brasileiros, em seu livro Manual de Ecologia – do Jardim ao Poder. O solo se desestrutura e começa a erosão. As encostas levarão milhares de anos para se recuperar, completa ele.
E vai adiante, num relato que explica o horror das mudanças climáticas: “Desde a Revolução Industrial já aumentamos em quase 60% a concentração de gás carbônico na atmosfera pela ação dos combustíveis fósseis – petróleo, carvão, lignina e gás natural – e também pelos incêndios florestais”.
A advertência de Lutzemberger foi feita anos antes dos incêndios no Pantanal de Mato Grosso, acompanhada de outra tétrica previsão que se confirma pouco a pouco: as calotas polares perderão gelo cada vez mais, havendo o risco de cidades inteiras desaparecerem pelo aumento do nível dos oceanos. “A Holanda inteira poderá desaparecer” é a previsão.
Há, ainda, a contaminação da água consumida principalmente nas grandes cidades e que é uma das principais causas do atual surto de hepatite A em distintos pontos do País e do mundo. Na Amazônia, boa parte dos rios está contaminada com o mercúrio lá jogado para facilitar a garimpagem ilegal.
Tudo isso faz afirmar que nossa cegueira nos leva a brincar com fogo, num suicídio lento, mas evitável, se mudarmos o estilo de vida e nosso comportamento ante a natureza.
*JORNALISTA E ESCRITOR, PRÊMIO JABUTI DE LITERATURA 2000 E 2005, PRÊMIO APCA 2004, É PROFESSOR APOSENTADO DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. Fonte: https://www.estadao.com.br
Bahia tem mais de 70 mortes em ações policiais; Caetano Veloso pede socorro ao papa: ‘Assustado’
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Mais 4 homens foram baleados pela PM em Santo Amaro na sexta; governador tem defendido ação das tropas. Ministério da Justiça lança plano de combate a facções pressionado por crise na segurança
Operações letais têm pressionado governo da Bahia; PM é uma das que mais matam no País Foto: Alberto Maraux/SSP-BA
Por Fernanda Santana
Quatro homens morreram em operação policial em Santo Amaro da Purificação, a 94 quilômetros de Salvador, na noite de sexta-feira, 29. Segundo a Polícia Militar da Bahia, eles foram baleados após trocarem tiros com policiais, que revidaram. O Estado tem visto uma escalada de confrontos com facções criminosas e óbitos em ações das forças de segurança - a PM baiana mata mais do que a polícia do Rio, historicamente conhecida por sua alta letalidade.
Segundo balanço do Instituto Fogo Cruzado, até quinta-feira, 28, haviam sido 68 mortos em operações policiais em Salvador e na região metropolitana neste mês. Em agosto, haviam sido 61. Nesta semana, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) afirmou que o Estado tem sido firme na tentativa de “barrar o processo” de violência e disse que não determinou, em nenhum momento, que os PMs “trouxessem corpos”.
A crise de violência também acelerou o lançamento, pelo governo Lula (PT), de um plano de combate ao crime organizado, que prevê usar R$ 900 milhões para melhorar o combate às facções, como o Estadão revelou. O Ministério da Justiça e Segurança, de Flávio Dino (PSB), tem sido cobrado por ações efetivas no setor.
Na versão da PM, as mortes mais recentes, os policiais foram ao local após receberem denúncias de que homens armados vendiam drogas e ostentavam armas na região. Os suspeitos baleados tinham entre 23 e 28 anos, segundo a Polícia Civil, e foram identificados como Gabriel Sales de Barros, Anderson Júlio Magalhães Silva, Lucas Vieira dos Santos, e Alex Coelho dos Santos.
A PM afirma que foram apreendidos com eles uma espingarda calibre 12, três pistolas de calibres diversos, munições, 262 pinos de cocaína, 196 porções de maconha, 38 pedras de crack, sete celulares, duas máquinas de cartão bancário, um caderno, uma blusa camuflada, embalagens para drogas. O material foi levado à delegacia de Santo Amaro, onde a ocorrência foi registrada.
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Santo Amaro da Purificação, como o restante da Bahia, tem registrado acirramento de conflitos armados e alta da letalidade em ações policiais desde o início do ano. Há um mês, dois suspeitos de integrarem uma facção foram mortos em outra operação da PM em Santo Amaro. A PM da Bahia, à época, afirmou que os policiais foram recebidos a tiros por dez homens no bairro da Candolândia.
Caetano Veloso, músico nascido na cidade, entregou ao papa Francisco uma carta em que revela estar “assustado” com o aumento da insegurança na Bahia e também no Rio de Janeiro, onde mora. “Diante dessa situação de agravamento da violência peço que Vossa Santidade volte seu olhar e suas orações para o nosso país”, escreveu o cantor, que se encontrou com o pontífice no Vaticano nesta semana. Fonte: https://www.estadao.com.br
Ciclistas encontram, por acaso, rei Chales 3º em trilha no interior da Escócia.
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SÃO PAULO
Um grupo de ciclistas teve uma grande surpresa quando encontraram aleatoriamente o Rei Charles 3º, que estava fazendo uma caminhada pelo interior da Escócia, onde fica o Palácio de Balmoral, uma das residências oficiais da família real britânica.
Em um vídeo gravado pelos ciclistas antes de se depararem com o rei de 74 anos, eles brincavam sobre avistar um membro da realeza. "Não ligo para os reais, mas seria legal ver o Charlie", comentou um deles.
Então, um deles percebeu que era realmente o Rei Charles 3º que eles estavam avistando. "Acho que o Charlie está aqui porque há guardas lá embaixo com fuzis de assalto grandes e coisas assim. Parece bem legal", disse o ciclista.
-Nas cenas, o Rei usa uma boina e carrega uma bengala. Ele disse ao grupo que ainda estava em suas férias de verão e que "é maravilhoso aqui em cima". " "Eu gosto de caminhar", acrescentou.
O vídeo de quase 20 minutos foi postado no YouTube com o título "Encontramos o Rei Charles neste passeio de bicicleta!". Segundo relatos, ele foi filmado em 25 de agosto, enquanto o Rei e a Rainha Camilla ainda estavam em sua pausa em Balmoral. Fonte: https://f5.folha.uol.com.br
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