Mulher envenena marido e filhos na Bahia, e filma homem agonizando até a morte
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A suspeita confessou o crime à polícia, que investiga a motivação do assassinato
Mulher é presa após confessar ter envenenado o marido e os dois filhos Divulgação
Por O Globo
Uma mulher, de 26 anos, foi presa após confessar ter envenenado o marido e os dois filhos, um menino de 4 anos e uma menina de 1 ano e oito meses. O caso aconteceu na noite de sábado (17), no bairro Princesa Isabel, em Ilhéus, na Bahia. A suspeita filmou o momento em que o marido agonizava após ingerir o veneno.
Um inquérito foi instaurado para apurar a motivação do crime. Até o momento, a Polícia Civil da Bahia também não sabe por que a suspeita teria gravado toda a ação. No vídeo, é possível ver o homem sentado no sofá babando após ser envenenado. Em outro momento, ele aparece no chão reclamando de dores. Ao fundo, as crianças gritavam ao ver a situação.
Em nota, a Polícia Civil da Bahia informou que a mulher foi conduzida a 7ª Coordenadoria de Polícia do Interior de Ilhéus por uma guarnição da Polícia Militar. Foram expedidas as guias de perícia e remoção dos corpos das vítimas para que seja investigado qual substância teria causado a morte dos três. Fonte: https://oglobo.globo.com
Uganda, milicianos islâmicos massacram jovens em uma escola
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A escola onde ocorreu a agressão: quase todas as vítimas são estudantes. (AFP or licensors)
Até o momento, 41 pessoas foram mortas no ataque noturno realizado por homens da Força Democrática Aliada, um grupo rebelde muçulmano que semeou o terror na Escola Secundária de Lhubirira, massacrando 41 pessoas, dos quais 38 estudantes, e sequestrando várias alunas.
Sofiya Ruda – Vatican News
Pelo menos 41 pessoas, incluindo 38 estudantes, foram mortas em um ataque de rebeldes das Forças Democráticas Aliadas (ADF) a uma escola no oeste de Uganda, perto da fronteira com a República Democrática do Congo. A escola, que é mista e de propriedade privada, está localizada no distrito ugandense de Kasese. Alguns meninos foram mortos, enquanto várias alunas foram sequestradas.
Tragédia na escola
O prefeito Selevest Mapoze, da cidade de Bwera, disse que entre as vítimas do ataque à escola secundária de Lhubiriha estavam 38 alunos, um guarda e dois membros da comunidade local que foram baleados do lado de fora do estabelecimento. O porta-voz da polícia, Fred Enanga, anunciou que as pessoas encontradas sem vida foram transferidas para o Hospital de Bwera. Outras oito pessoas, que estão em estado crítico na instituição, foram resgatadas. De acordo com as autoridades, os responsáveis pela tragédia são as Forças Democráticas Aliadas (Adf), um grupo rebelde islâmico acusado de lançar muitos ataques contra civis nos últimos anos, especialmente contra comunidades em áreas remotas do leste do Congo. Somente na semana passada, um vilarejo na República, próximo à fronteira com Uganda, foi atacado. Cerca de cem habitantes fugiram por alguns dias e depois voltaram para suas casas.
A busca pelos alunos sequestrados
De acordo com algumas fontes, cerca de 20 estudantes foram sequestrados pelos milicianos durante o ataque; de acordo com outras, foram seis estudantes do sexo feminino. O exército de Uganda informou em um comunicado que as tropas dentro da República Democrática do Congo "estão perseguindo" os rebeldes das Forças Democráticas Aliadas "para resgatar as pessoas sequestradas". A polícia informou que as tropas ugandenses avistaram os agressores no Parque Nacional de Virunga, o mesmo parque onde o embaixador italiano Luca Attanasio foi morto em uma emboscada. Joe Walusimbi, funcionário que representa o presidente de Uganda na área de Kasese, disse à Associated Press por telefone que as autoridades estão tentando verificar o número de vítimas e sequestrados. "Alguns corpos foram queimados e agora estão irreconhecíveis", disse ele.
As Forças Democráticas Aliadas
Originalmente rebeldes ugandenses de maioria muçulmana, as Adf estão entrincheiradas desde meados da década de 1990 na parte oriental da República Democrática do Congo, onde se acredita que tenham massacrado milhares de civis. Em 2019, eles juraram lealdade ao autodenominado Estado Islâmico, que os apresenta como sua filial na África Central, e também são acusados de ataques jihadistas em solo ugandense. Esse não é o primeiro ataque a uma escola em Uganda atribuído ao Adf. Em junho de 1998, 80 alunos foram queimados vivos em seus dormitórios em um ataque da Adf ao Instituto Técnico de Kichwamba, próximo à fronteira com a RDC. Cerca de 100 alunos foram sequestrados. Fonte: https://www.vaticannews.va
Suicídios aumentam na Venezuela no rastro de crise econômica e humanitária
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Pesquisa revelou que venezuelanos sentem raiva, tristeza e preocupação relacionadas a situação do país
Por Florantonia Singer, El País — Caracas
Uma cidade encravada no meio das montanhas nos Andes venezuelanos ostenta o primeiro lugar em uma lista dolorosa. Mérida registra 40% do total de mortes por suicídio na Venezuela. Em um mesmo fim de semana, dois moradores — um adolescente de 15 anos e um homem de 37 — se jogaram de um viaduto da cidade e a notícia não parece ser um fato isolado. Em 2023, depois de uma ligeira queda, os números parecem estar em alta novamente, segundo pesquisadores. O Observatório Venezuelano da Violência (OVV) contabilizou, até meados de maio, 162 suicídios em todo o país e 32 tentativas, segundo registros da mídia venezuelana.
A falta de estatísticas públicas e de clareza sobre a classificação de mortes em “de intenção não determinada” — que vem crescendo, nas últimas duas décadas nas informações oficiais — tornam difícil analisar o fenômeno do suicídio na Venezuela. A estimativa é que o índice de sub-registro de casos seja de pelo menos 49%. E os dados publicados por pesquisadores despertam preocupação.
— Estão ocorrendo 1,2 suicídios por dia e se essa tendência for mantida vamos superar os 400 casos no fim do ano, um número maior do que nos anos passados — disse o geógrafo Gustavo Páez, diretor da OVV em Mérida.
Para o pesquisador, a violência contra si mesmo na Venezuela flutua no ritmo impresso pela crise humanitária. O país não tem os índices mais altos de suicídios na América do Sul — lista encabeçada pela Guiana, Suriname, Bolívia e pelo Uruguai. Também não está acima da média mundial de 9 mortes a cada 100 mil habitantes. Só que entre 2015 e 2018 passou de 3,8 para 9,3 suicídios a cada 100 mil. O índice se mantém em cerca de 8 e são os homens de 30 a 64 anos e os jovens de 15 a 24 os mais vulneráveis.
Nos últimos anos, registrou-se uma leve queda que Páez atribui à migração massiva de venezuelanos e a leve recuperação econômica, mas que não chegou a levar o país às taxas anteriores ao que foi a pior crise econômica já enfrentada pela Venezuela, em que o tamanho da economia do país produtor de petróleo foi reduzido em um terço em menos de uma década e aumentou a desigualdade.
O pesquisador adverte que o suicídio é um fenômeno multifatorial em que se combinam condições individuais, familiares e sociais e que a tendência este ano, quando se percebem as falhas dessa frágil melhoria econômica, pode ser de alta nas estatísticas.
— Se a situação voltar a se agravar, podemos esperar uma alta. No ano passado, houve certa recuperação, saímos da hiperinflação, mas 2023 trouxe de volta o freio econômico e isso começa a ter impacto, por isso continuamos vendo muita gente seguindo pela selva do Darién (a rota de imigração para chegar aos Estados Unidos, entre o Panamá e a Colômbia, considerada uma das mais perigosas do mundo). A emergência humanitária que não terminou combinada a fatores individuais e familiares causam dano e degradam a saúde mental do venezuelano — afirmou Páez.
Preocupação, raiva e tristeza
O estudo Psicodata, apresentado este ano pela Universidade Católica Andrés Bello revela o estado de ânimo da nação. Baseados em uma pesquisa feita no fim do ano passado e início deste ano, os pesquisadores descobriram que 90% dos entrevistados sentem preocupação com a situação do país, 79% afirmaram sentir raiva por saber onde chegou a Venezuela e 73% sentem tristeza em pensar no futuro do país. Além disso, quatro a cada 10 venezuelanos garantiram que, com frequência, seu estado de ânimo se deteriorou por estes motivos. Outros 64% sentem os problemas econômicos como principal fonte de estresse. A pesquisa também revelou que o luto ligado à morte ou êxodo massivo de venezuelanos também está afetando a estabilidade emocional e pessoal de quem fica.
Páez acaba de terminar uma investigação baseada em entrevistas de parentes e pessoas relacionadas a 80 casos de suicídio ocorridos em 17 municípios rurais de Mérida. Em ao menos 21,6% dos casos, os problemas familiares ligados a perdas financeiras, pobreza, impossibilidade de conseguir emprego, de ter dinheiro suficiente para viver ou comprar comida e à migração de parentes estão entre os principais fatores de risco identificados.
Há também casos relacionados a problemas de casal, depressão e ansiedade, exposição excessiva a agrotóxicos e um outro grupo de exemplos envolvendo a violência machista que se manifesta na impossibilidade de homens e mulheres expressarem emoções e no bullying ligado a identidade de gênero e orientação sexual.
Mérida foi um dos estados andinos mais atingidos pelos apagões ocorridos no país, assim como pela escassez de combustível — sendo que as filas de vários dias para abastecer ainda fazem parte do cotidiano fora da capital Caracas.
— Em Mérida, se cruza várias vezes por dia o umbral da frustração — disse a psiquiatra Stefany Pinto, que dirige um grupo de apoio de pessoas com ideação suicida que atende entre 30 a 50 pessoas regularmente e é promovido pela ONG Movimento Somos.
— A emergência humanitária segue sendo um problema, não acabou. Há muto luto não trabalhado associado à Pandemia e à emergência — afirma Jau Ramírez, que comanda a ONG que atua na defesa da comunidade LGBTQIA+ e que abriu outros grupos de apoio em cidades pelo país como San Cristóbal, Maracaibo e em Caracas. Fonte: https://oglobo.globo.com
O uso astuto da internet
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É preciso desligar o poder de remunerar a mentira. Canal do mundo sombrio, falar de ‘big tech’ é falar de uma ferida que já é incorrigível
O sociólogo Paulo Delgado escreve mensalmente na seção Espaço Aberto
Se um boi pudesse usar as redes sociais, certamente o faria como quadrúpede. Mosca varejeira que faz o indivíduo se render à sua picada e, engolido sem esforço, deixá-la digerir seu mundo. Colecionadoras de fantasma em troca do fastio de efusões, as gigantes digitais são o maior sim que o poder já ousou criar. Com faceta velhaca, faz-se aliado do usuário enquanto absorve todas as coisas de quem obedece mais. Canal da adversidade, quer se ver como fortuna.
A fraude intrínseca das redes sociais é a pretensão de saber o modo de funcionamento do indivíduo e se achar espelho da realidade. Quando, na verdade, criaram um padrão – subgênero-gente-digital – tirado da fragilidade da identidade e das ninharias da personalidade. Amo que cindiu e alienou a pessoa a instâncias externas e com práticas desleais de causar sensação, combinadas com almas intrusivas, ilegais e nocivas, usurpou a grandeza da internet. Os atos contradizem os ares de direito que se deram. Malignidade da sagacidade, como foi fácil fabricar um ser rendido!
Moraes, Dino e Orlando foram direto ao ponto ao dizer que o que é crime na vida real é crime na internet. Estrada pedregosa de conexões táteis, virou sinônimo de monopólios abusivos que violam a soberania do País e dão majestade ao espírito de porco.
Não basta a descrença no sobrenatural e em impulsos sacrílegos. É a lei que bota limite no furor de incontroláveis. O virtual/digital, berço da repetição e túmulo da fala, não pode ser subestimado. Magnatas da instantaneidade, obcecados em dominar o mercado da crença, não imaginavam que o Brasil os confrontaria, como o fez a União Europeia. Loja de brinquedo dos segredos interiores adora a pessoa intencional irrefletida.
O que tais empresas fazem é blefar com a noção de liberdade impondo ao elemento afetivo o paradoxo meio moderno/modo primitivo. Vigilância e dependência do usuário vendidas como liberalismo ordinário.
Como não querem sofrer na própria carne, dizem que apenas dão espaço para a manifestação do outro. Compilam e distorcem biografias e fatos como as galinhas ciscam; imaginam que não é demonstrável o mal que propagam. Crescem em influência vendendo a ideia de que liberdade é escolher seus próprios deuses. Exploram o sentimento humano sem participar de sua formação. Fustigam instituições que ameaçam sua sobrevivência.
Como avançaram esbarrando nos destroços de políticas, culturas e espiritualidades decadentes, impuseram à sociedade a descrença no limite. Canal preferido do indivíduo-gangue, sócio do aliciamento que computador, celular ou qualquer aparelho sem controle o oferece para agir errado e escapar sem culpa.
Reservatórios de segredos de deslumbrado clube de egos instantâneos, apontam o dedo, fotos, vídeos, intimidade, publicidade e pesquisa. Carcereiros dos níveis profundos da vaidade, enfeitiçam pessoas em piqueniques da leviandade de expressão e despotismo espiritual, mais moderna forma de moagem da vida humana.
Quando a vítima da própria esperança ou desespero usa rede social, a estabelece para si como valor. Impregnada, ninguém a convence de que é empurrada, e não atraída pelo destino. Nem percebe que se oferece à dissecação como alma que não sabe se salvar. O ermo habitado do virtual facilita o incitamento; as bobagens que entopem a tela, seu natural. É como cair da vida.
A liberdade sem discernimento predomina nas mídias sociais. No ranking dos conectados, é corriqueiro falar e agir com opinião emprestada e achar que tudo está bem se obtém seguidores. A ação sem sabedoria captura o lado vil da personalidade e pode levar às vias de fato. O freio de arrumação se justifica ao buscar compreensão melhor da convivência humana diante das modernas patologias sociais. Para salvar a internet da manipulação e não deixar que por ela trafegue perversidade, irrefletida ou culpada. Como está, é repositório de um mundo que não se envergonha, de baixa estima coletiva. E, ao abusar da paciência humana, voa acima de sua credulidade para cair das alturas no crime ou na aceitação do mal recreativo.
Aplicar a lei, e buscar manter a superstição dentro de certos limites, ajuda a coibir o antissocial e enfraquecer a convicção de que é normal usar de forma torpe rede online, pela convicção de que a desonestidade virtual não é do mundo real. Recuperar a graça da cultura e não renunciar ao esforço cognitivo é recusar a dar o salto mortal que idolatra os predadores da internet.
Ao contrário do que se pensa, as big techs são o oposto da sociedade aberta, informada e livre. Sua força é dirigir e vigiar o comportamento. O uso de clichês e adaptação (in)consciente a uma forma especial de culto cria o lugar do curioso sem escolha. Ali, o sonho de uma vida racional está em jogo. Inverte o afeto dos assíduos e os faz deitar e rolar no colapso da cultura humanista. Um arsenal de benzedeiro em prontidão, delegado do distrito afetivo de usuários.
Por fora bela viola, por dentro pão bolorento. Não há como melhorar um erro. É preciso desligar o poder de remunerar a mentira. Canal do mundo sombrio, falar de big tech é falar de uma ferida que já é incorrigível.
* SOCIÓLOGO. E-MAIL: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.. Fonte: https://www.estadao.com.br
Redes geram ‘epidemia’ de má saúde mental entre adolescentes: ‘tiraram minha qualidade de vida’
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Comparação com imagens de corpos perfeitos são caminho para distúrbios alimentares
Redes sociais geram ‘epidemia’ de problemas de saúde mental entre adolescentes Freepik
Por El País
Emma Lembke tinha 12 anos quando seus pais finalmente permitiram que ela fizesse sua primeira conta em uma rede social, o Instagram, em seu celular. “O mundo se abriu para mim”, diz a jovem, agora com 20 anos e estudante do segundo ano na Universidade de Washington, em St Louis. Antes de se sentir excluída quando seus amigos interrompiam as conversas para olhar seus telefones, ela agora tinha, pensou, o mundo com a um clique de um botão. De sua casa no estado americano do Alabama, “de repente ela pôde ter acesso a tudo, a pessoas de todos os lugares, para aprender coisas novas”.
Do Instagram foi para outros aplicativos e plataformas, como o Snapchat, um serviço de mensagens muito popular entre os adolescentes. Em pouco tempo, "em vez de brincar", ela passava cinco ou seis horas por dia "passando o dedo pela tela sem pensar" para ver as últimas notícias, quantas curtidas suas fotos e mensagens acumulavam, os amigos dela, o que disse quem e o que responderam, junto com imagens de pessoas incrivelmente lindas e felizes.
“Eu me comparava o tempo todo com as pessoas com quem estava saindo”, explica Lembke. "Estava olhando e olhando as redes, e cada vez me sentia pior, o tempo todo me valorizava pelas curtidas que recebia, pelos comentários que meus amigos me davam, pelos seguidores que acumulei."
Sua ansiedade social disparou. Suas tendências depressivas tornaram-se extremas. Sua auto-estima despencou. Essas imagens de corpos perfeitos com os quais ela se comparou a levaram ao caminho dos distúrbios alimentares. Os algoritmos dos vários aplicativos enviaram a ela conteúdo que reforçou suas inseguranças e "abençoou" seu comportamento doentio. “As redes sociais tiraram minha qualidade de vida”, resume.Até que um dia, aos 15 anos, disse chega: “Soou um alerta no meu celular e minha reação instantânea foi ir buscar. E então veio o momento da ruptura. Eu me perguntei por que estou permitindo que esses aplicativos tenham tanto poder sobre mim?"
O que Lembke viveu naqueles anos, sua dependência das redes sociais e o impacto em sua saúde mental, não é de forma alguma uma experiência isolada. Cada vez mais adolescentes nos Estados Unidos sofrem de algum tipo de problema de saúde mental, uma tendência que começou a ser detectada antes da pandemia. E cada vez mais estudos, e profissionais, alertam para uma relação direta entre esta crise e o tempo passado nas redes sociais.
Os números são impressionantes. Cerca de 40% dos alunos do ensino médio dizem que se sentiram tão deprimidos que a tristeza os impediu de realizar seus estudos normais ou atividades esportivas por pelo menos duas semanas, de acordo com a última edição do estudo bienal Youth Risk Behavior Survey, preparado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças. A tendência é mais forte entre as meninas: 57%, ou quase três em cada cinco, relatam sentir-se "persistentemente tristes ou sem esperança", o número mais alto em uma década. 30% deles admitem ter pensado em suicídio, percentual que cresceu 60% nos últimos 10 anos.
Os psicólogos também falam de um aumento de casos de transtornos alimentares, ou adolescentes que sofrem de ansiedade. De uma escalada no número de menores que chegam ao pronto-socorro após terem se machucado deliberadamente. Em qualquer reunião de pais com filhos adolescentes, é comum haver alguém que conheça pelo menos um caso de problemas de saúde mental em seu ambiente.
“Todos os indicadores de saúde mental e bem-estar psicológico tornaram-se mais negativos entre adolescentes e jovens adultos desde 2012”, descreve a Jean Twenge, professora de psicologia da San Diego State University, em seu livro Generations. Twenge foi pioneira no campo da investigação científica que alerta para os perigos da hiperconectividade para os mais novos: “A tendência é chocante pela sua consistência, dimensão e amplitude”.
Não é coincidência que os números tenham crescido desde aquele ano, segundo a especialista: por volta dessa data, a popularidade dos smartphones explodiu, e plataformas como o Facebook introduziram o botão "curtir" nas mensagens. “A maneira como os adolescentes passam o tempo fora da escola mudou fundamentalmente em 2012”, diz ela em seu livro. O tempo que dedicam a estar com os amigos, ou a atividades físicas, tem sido progressivamente reduzido para o passar a interagir através das redes. Ou até mesmo para dormir, atividade fundamental para o bem-estar.
Uma década de crescimento exponencial
Em 2009, apenas metade dos adultos nos Estados Unidos usava smartphones. Em 2012, metade dos adolescentes já estava nas redes sociais. Hoje, 95% dos adolescentes usam uma dessas plataformas digitais. E um terço dos meninos entre 13 e 17 anos admite consumi-los constantemente . Em 2021, um adolescente médio passou 8,4 horas por dia em frente a uma tela, ante 6,4 horas em 2015, segundo a ONG Common Sense Media.
Os dados que Twenge oferece em seu livro são contundentes. Entre 2011 e 2021, dobrou o número de adolescentes e jovens com depressão. E naquele último ano, aproximadamente 30% das meninas adolescentes e 12% dos meninos sofreram de depressão clínica. Não se trata apenas de sintomas, mostra-se também nos fatos: “Em 2019, o número de adolescentes que acabaram com a vida dobrou do que há apenas doze anos”.
A American Psychological Association (APA) considera que, por si só, as redes não são boas nem más. Podem, de fato, ser benéficas para ultrapassar sentimentos de isolamento, para descobrir pessoas ou para ajudar a desenvolver a criatividade. Mas o seu consumo excessivo pode trazer consequências, qualifica a associação profissional, que publicou em maio uma lista de 10 recomendações para o uso das redes entre adolescentes. Entre elas, limitar seu uso para conteúdos relacionados à beleza ou aparência, minimizar o acesso a conteúdos discriminatórios ou abusivos, ou reduzir o tempo de consumo para que não interfira no sono ou nas atividades físicas necessárias para um desenvolvimento físico e mental saudável.
“Os riscos e benefícios dependem muito do conteúdo que os adolescentes visualizam, do tempo ou contexto em que o usam e dos fatores de risco individuais”, diz Sarah Domoff, da Universidade Central de Michigan.
Além disso, para os mais novos é conveniente que os pais supervisionem os conteúdos que os filhos veem e falem sobre eles com as crianças. “Assim como se pede aos jovens que aprendam antes de receberem uma carteira de motorista, nossos jovens também precisam ser educados no uso saudável e seguro das mídias sociais”, diz a presidente da APA, Thelma Bryant.
Nem todos os menores são afetados pelo uso de telas. Fatores como a taxa de maturidade, diferente para cada criança, entram em jogo. "Os riscos e benefícios dependem muito do conteúdo que os adolescentes estão visualizando, quando ou em que contexto o estão usando e de fatores de risco individuais", diz Sarah Domoff, professora associada do Departamento de Psicologia da Central Michigan University.
Em relação ao conteúdo, “mensagens que mostram corpos idealizados ou irrealistas podem suscitar preocupações sobre a imagem corporal; os adolescentes também podem correr o risco de desenvolver comportamentos alimentares pouco saudáveis quando veem mensagens que promovem distúrbios alimentares. O mesmo pode ser dito do conteúdo que promove a automutilação”, explica Domoff em um e-mail.
Outro fator prejudicial é o tempo que o adolescente passa nas redes. Se você continuar com eles quando deveria estar dormindo, a quantidade e a qualidade do seu sono podem ser reduzidas. "O sono insuficiente pode ser um fator em vários aspectos da saúde do adolescente, incluindo regulação do humor e irritabilidade", explica este médico. Em certos casos, alguns jovens podem desenvolver tal dependência das redes que acaba afetando seu comportamento diário, seu desempenho na escola e suas relações com familiares e amigos.
Meninas são mais afetadas
Meninas, como Emma Lembke, são mais afetadas pelo impacto das plataformas sociais. “Eles gastam mais tempo com eles, e as redes estão mais fortemente ligadas à infelicidade e à depressão do que outras formas de mídia digital”, escreve Twenge. Nos Estados Unidos, 22% dos alunos por volta dos 15 anos passam sete horas ou mais por dia olhando suas mensagens, segundo dados.
45% dos adolescentes que consultam a mídia digital admitem ficar impressionados com o drama em suas redes, em comparação com 32% dos meninos, segundo pesquisa do Pew Center. Elas também são mais propensas a sentir que seus amigos não as estão incluindo nas atividades (37%, contra 24% dos homens) ou se sentirem pior com relação à própria vida (28%, contra 18% entre os homens).
O último especialista a emitir o alerta foi o cirurgião geral (a mais alta autoridade médica dos Estados Unidos), Vivek Murthy , que publicou um alerta de 19 páginas em maio. Embora a extensão do perigo não seja totalmente clara, destacou que "existem amplas indicações de que as redes sociais também carregam um profundo risco de danos à saúde mental e ao bem-estar de crianças e adolescentes". Murthy sugere que os pais dos adolescentes elaborem um plano que estabeleça limites e regras de utilização das plataformas e que proteja os dados pessoais.
Diante das críticas, as empresas de tecnologia respondem que instalaram mecanismos de controle em seus aplicativos que os pais podem usar para monitorar o uso feito por seus filhos. Mas organizações como a Common Sense Media denunciam que em muitos casos esses controles são ineficazes e que as empresas mantêm algoritmos que podem enviar conteúdos prejudiciais aos mais jovens, coletam dados sobre eles e enviam anúncios personalizados e incluem mecanismos que criam dependência em suas redes. como os botões "curtir".
“Se não podemos apresentar com segurança evidências de que a mídia social é segura para crianças, por que as empresas de tecnologia podem direcioná-las com seus produtos? As crianças não são experiências de laboratório, e os mecanismos viciantes das redes sociais continuarão a afetar o bem-estar dos jovens se não agirmos”, denunciou o fundador da ONG, James Steyer, em comunicado após o alerta de Murthy.
As vozes para que o setor seja regulamentado são cada vez piores. Em março, o Comitê Judiciário do Senado realizou uma audiência sobre os riscos das mídias sociais para os muito jovens. Em estados como Califórnia, Colorado ou Texas, os legisladores locais propuseram medidas para penalizar o conteúdo prejudicial ou o uso do algoritmo para criar dependência. Montana é o primeiro estado a banir o TikTok em seu território .
Uma dessas vozes é precisamente a de Emma Lembke. Depois da sua experiência com as redes, aos 17 anos fundou a ONG Log Off, com a qual procura, por um lado, sensibilizar os adolescentes para o uso das redes sociais com conhecimento de causa e bom senso. Por outro, pressionar os legisladores a regulamentar o setor, mas levando em consideração as vozes dos adolescentes, nativos do mundo digital, que encontram muitos benefícios e que conhecem os riscos. "Leis não podem ser aprovadas sem a opinião dos atingidos, daqueles a quem vão proteger", explica o estudante. Ela mesma foi uma das testemunhas na audiência do Comitê Judiciário.
O que deveriam ser, na sua opinião, as redes sociais? “Socialmente útil”, pensa, “que os jovens do mundo não tenham que contar os likes , o número de comentários ou seguidores. Que eles possam se conectar com outras pessoas de maneira produtiva.” Além disso, eles devem ser transparentes: “Abrir o algoritmo para pesquisadores acadêmicos e reguladores, para que eles possam ver áreas de melhoria. No momento, realmente não entendemos como eles funcionam porque não temos as informações." E uma última exigência: que as empresas consultem seus usuários: "Assim elas entenderão melhor como seus clientes podem se beneficiar e vice-versa, quando estão sendo prejudicados". Fonte: https://oglobo.globo.com
Trecho da BR-040 onde caminhão tanque tombou e pegou fogo é conhecido como 'curva do terror'.
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Trecho da BR-040 onde caminhão tanque tombou e pegou fogo é conhecido como 'curva do terror'
Em média, um acidente grave por mês é registrado no Km 96. Acidente aconteceu no começo da manhã do feriado de Corpus Christi. Motorista do veículo morreu no local
Caminhão tombou e pegou fogo numa curva da BR-040 Fabiano Rocha
Por Isabelle Resende e Giulia Ventura — Rio de Janeiro
Desde janeiro deste ano, a Concer registrou seis acidentes no trecho do quilômetro 96 da subida da Serra de Petrópolis, na BR-040. Uma média de um acidente por mês. O local onde um caminhão tanque, transportando 44 mil litros de combustível, pegou fogo após tombar numa curva é chamado popularmente de 'curva do terror'. O acidente, que provocou a morte do motorista do veículo, aconteceu por volta das 6h20 desta quinta-feira. Outros seis veículos foram atingidos pelas chamas e uma pessoa teve ferimentos leves. Durante pouco mais de sete horas a pista no sentido Juiz de Fora ficou interditada para o trabalho dos Bombeiros e limpeza da pista.
O delegado Alexandre Ziehe, titular da 61ª DP (Xerém), onde a ocorrência do acidente foi registrada, relata que são constantes os engarrafamentos provocados por capotamentos neste trecho e que a região é conhecida como curva do terror.
— Sou morador de Petrópolis, usuário da serra de Petrópolis há muito tempo. Toda hora é engarrafamento, problemas, capotamento. A nova subida da serra nunca vem. É a curva do terror. É o terror para as pessoas que usam a rodovia, provocam o caos para o usuário e para o turista da cidade — conta o delegado.
Há pelo menos sete anos, as obras da nova pista de subida da serra de Petrópolis deveriam ter sido entregues pela concessionária que administra a rodovia. O novo trecho, que substituiria a atual subida da Rio-Petrópolis, deveria estar em operação desde 2016.
— Essa é uma dívida com os usuários da rodovia, com os estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais e com o país como um todo. As obras foram previstas ainda em meados dos anos de 1990 e já deveriam estar prontas há pelo menos uma década. O fato é que isso precisa ser corrigido e o governo federal precisa encontrar soluções para resolver o que, hoje, é um dos maiores gargalos logísticos do país — ressalta o gerente de Infraestrutura da Firjan, Isaque Ouverney.
No projeto, a pista nova acompanha 15 quilômetros do traçado da pista de descida, além de um túnel de quatro quilômetros e meio desembocando em Petrópolis. No total, o novo trecho teria 20 quilômetros de extensão.
Iniciadas em maio de 2013, apenas 50% das obras foram executadas. A concessionária alega que a União descumpriu o acordo de pagamento firmado no 12º Termo Aditivo ao contrato de concessão, e que, por isso, interrompeu as obras. Segundo a Concer, a União descumpriu as condições pactuadas para custear o empreendimento, o que teria provocado um desequilíbrio financeiro à empresa. A queda de braço entre a concessionária e a União foi parar na justiça e segue sem uma resolução.
Em nota, a Concer informa que "as obras da Nova Subida da Serra de Petrópolis (NSS) estão previstas no Edital da licitação". O texto também lembra que a "BR-040 na atual Serra de Petrópolis é uma rodovia centenária"e que a NSS já está 50% pronta e a concessionária está preparada para "a retomada imediata das obras da NSS, visando o atendimento de todas as partes interessadas e o interesse público.
O governo federal estuda fazer uma nova licitação. Numa audiência realizada em abril desse ano entre o secretário executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, e representantes da Firjan, foi discutida a possibilidade de se fazer uma nova licitação da BR-040, aumentando o trecho até Belo Horizonte. Na ocasião, o secretário disse que estar empenhado em resolver o problema.
Tragédia na pista
O motorista do caminhão de combustível, Leandro Ribeiro, trabalhava há pelo menos quatro anos na rede de postos Amigão Saraiva, sediada no município de Paraíba do Sul. Sua família é da cidade de Pequiri, no interior de Minas Gerais.
A rotina de Leandro era pegar o combustível na base da Petrobras em Duque de Caxias e distribuir aos postos de gasolina na região de Petrópolis, Itaipava, Paraíba do Sul, Duque de Caxias e outros municípios vizinhos. O caminhão que ele dirigia tem capacidade para transportar até 40 mil litros de gasolina ou diesel.
No momento do acidente, ele se dirigia a Petrópolis. O caminhão virou numa curva da BR-O40, na altura de Duque de Caxias e incendiou.
Interdição prejudica viagens
O acidente acabou atrasando as viagens de quem havia programado passar o feriadão fora de casa. A Rodoviária Novo Rio informou que os passageiros mais afetados com a interdição foram os que compraram passagens para o trecho Rio-Petrópolis, operado pela Única-Fácil. Os motoristas tiveram que subir a serra pelo município de Teresópolis, o que faz a viagem ter a duração de três horas, quando normalmente é de uma hora e meia. Os passageiros que precisaram remarcar a viagem tiveram que procurar as empresas para mudar a data.
Já a Guanabara, que também utiliza aquele trecho da BR-040 para destinos como Minas Gerais, também usou rotas alternativas, o que está aumentou o tempo da viagem. As linhas afetadas foram a Rio-Juiz de Fora e Rio-Belo Horizonte, cujos ônibus seguiram pela Dutra e depois até três Rios pela BR-393. O atraso máximo registrado no trajeto de viagem foi de uma hora nos primeiros horários da manhã desta quinta-feira, mas no início da tarde a grade estava normal. Os ônibus da empresa da linha Petrópolis-Belo Horizonte seguiram por Três Rios também. Fonte: https://oglobo.globo.com
Exército dá suporte emocional e religioso para Mauro Cid na prisão
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Por Bela Megale
Nada de abandonar o soldado “ferido”. Além de manter o salário e a residência na vila militar do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, o Exército tem dado suporte em outras frentes ao tente-coronel.
A Força passou a disponibilizar o que chama de “apoio emocional” a ele e sua família, com visitas e acompanhamentos de membros do Exército a Cid na prisão. Outra frente é o suporte religioso, com a disponibilização de lideranças religiosas para conversas com o coronel e seus familiares.
O apoio não é restrito a Mauro Cid e se estende aos outros dois militares presos na ação que mirou fraudes em cartões de vacina, inclusive do ex-presidente Bolsonaro. Também estão detidos o sargento Luis Marcos dos Reis, que era subordinado a ele, e o capitão da reserva do Exército, Sérgio Cordeiro, que foi assessor de Bolsonaro. Fonte: https://oglobo.globo.com
Mãe mata filho de 4 anos e tira a própria vida em MG; em carta, ela diz temer ser presa
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Marido encontrou a esposa e o filho de 4 anos mortos em casa localizada no município de Arcos, no Centro-Oeste mineiro
Mãe e filho foram encontrados mortos nessa sexta-feira (2/6) na cidade de Arcos, no Centro-Oeste de Minas Gerais. A mulher tinha 21 anos, e a criança, apenas 4 anos. De acordo com informações do jornal O Tempo, a mulher teria matado o garotinho e, na sequência, tirado a própria vida. Uma carta deixada indica que ela estava com uma dívida, não teria condições de quitá-la e, por isso, temia ser presa.
Segundo informações da Polícia Militar (PM), o pai da criança e companheiro da jovem, de 25, encontrou os corpos na casa. Aos policiais ele contou que chegava do trabalho, encontrou o portão trancado, o que causou estranheza. Além disso, o menino não o recebeu, como fazia todos os dias.
O rapaz, então, pulou o muro do imóvel e encontrou a chave no portão. Ao entrar na casa, conforme consta na ocorrência, viu o filho caído e a companheira com um fio amarrado no pescoço. Vizinhos foram chamados e o socorro acionado até o endereço.
A carta estava na porta da galedeira. Nela, a mulher disse que estava devendo um benefício recebido do governo federal e não teria condições de devolver os valores, muito menos pagar um advogado para defendê-la. Fonte: https://fanoticias.com.br
Desafios de escrever sobre livros de que não gostamos
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Ler continuação de 'Menino do Pijama Listrado' me ajudou a entender erros de escrever sobre Holocausto
Escritora, doutora em filosofia e literatura alemã pela University College Cork e mestre em filosofia pela Universidade de Tel Aviv.
Cena do filme "O Menino do Pijama Listrado" (2008), dirigido por Mark Herman - Divulgação
Semanas atrás publiquei na Folha uma resenha de "Por Lugares Devastados", o mais novo livro de John Boyne, o mesmo autor de "O Menino do Pijama Listrado", obra que, apesar do sucesso, é reconhecidamente precária em seu tratamento a questões relacionadas ao Holocausto.
Uma das principais queixas dirigidas ao "Menino do Pijama Listrado" é a de que o romance voltado para o público infantojuvenil apresentaria uma visão distorcida da história e, principalmente, do que acontecia nos campos de concentração, sendo, portanto, inadequado para fins educativos.
Outra crítica recorrente é a de que a trama do livro geraria entre os leitores certa dificuldade em operar uma distinção entre vítimas e algozes, colaborando, deste modo, para a possibilidade da perpetuação de estereótipos antissemitas.
"Por Lugares Devastados" é uma continuação de "O Menino do Pijama Listrado" e, como eu tento mostrar na minha resenha, acaba reproduzindo alguns dos mesmos problemas do seu antecessor, mostrando-se, inclusive, incapaz de propor qualquer reflexão mais cuidadosa a respeito de temas como a culpa e a responsabilidade.
No entanto, o meu texto desta semana não é exatamente sobre os livros de John Boyne, nem sobre como o autor costuma lidar com o Holocausto, e, sim, sobre a dificuldade que senti ao escrever a respeito de uma obra sobre a qual não tenho uma opinião positiva.
Há quem diga que não existe nada mais fácil e prazeroso do que falar mal do que não gostamos, como se estivéssemos em um grupo de amigos ridicularizando um estranho com o simples propósito de fazer troça, mas a verdade é que a atividade crítica deve ser exercida com redobrada seriedade, tomando cuidado para que não seja confundida com o escárnio, pois quem julga uma obra literária ou qualquer outra expressão cultural pode até não gostar do que leu ou do que teve acesso, mas tem a obrigação de apresentar as suas ressalvas de modo claro e razoavelmente consciente.
Em "Crepúsculo dos Ídolos", o filósofo alemão Friedrich Nietzsche traz uma imagem da qual gosto bastante e que talvez nos ajude a entender o quão delicado é o trabalho do crítico, mesmo nas ocasiões em que ele precisa escrever sobre aquilo que não lhe agrada:
"Fazer perguntas com o martelo e talvez ouvir, como resposta, aquele célebre som oco que vem de vísceras infladas —que deleite para alguém que tem outros ouvidos por trás dos ouvido— para mim, velho psicólogo e aliciador, ante o qual o que queria guardar silêncio tem de manifestar-se...".
Esse martelo ao qual Nietzsche se refere não é aquele que normalmente utilizamos para arrebentar paredes, mas, sim, a ferramenta empregada pelos músicos para afinar os seus respectivos instrumentos. Quem pretende escrever algo sobre o que não gosta deve fazer uso de uma metáfora semelhante a fim de se tornar capaz de apreender as nuances de um texto e de perceber quando algo não soa bem.
É justamente por isso que não é fácil escrever sobre algo de que não gostamos, pois o primeiro impulso é achar que, por não conseguirmos apreciar uma obra, não precisaríamos prestar atenção aos seus detalhes. No entanto, se teimamos em manter essa postura, corremos o risco de julgarmos a obra mal e apressadamente.
Talvez seja por isso que algumas pessoas evitam escrever sobre os livros de que não gostam, mas se todos nós fizermos isso, acabaremos prejudicando o desenvolvimento da crítica e, consequentemente, a formação do leitor.
Isto é assim porque a principal tarefa do crítico não é simplesmente a de emitir uma opinião, mas a de nos ensinar a ler melhor e mais diligentemente, prestando atenção aos detalhes que causam desconforto em um texto, nos habilitando a emitir uma opinião própria sobre os livros que chegam até nós.
Apesar de ser uma tarefa difícil, ao escrever sobre os livros de que não gostamos aprendemos a identificar alguma qualidade, por mais distorcida que seja, em algo que normalmente não chamaria a nossa atenção —e isso, consequentemente, nos ajuda a ter uma visão mais abrangente da nossa cultura, nos permitindo refletir sobre alguns de seus aspectos mais problemáticos, como vem a ser o caso do tratamento recreativo que Boyne aparenta dar ao Holocausto em seus textos.
Assim, não fosse o convite para escrever a resenha de "Por Lugares Devastados", eu jamais teria lido o livro. E sem essa experiência, eu também não teria sido capaz de vislumbrar e comentar a respeito das deficiências que autores célebres, como o próprio John Boyne, apresentam ao tentar escrever sobre um dos eventos mais terríveis do século 20. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Netflix atropela assinantes para aumentar sua receita
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Um contrato não pode ser alterado quando já está em vigor
Logotipo da Netflix na sede em Los Angeles, California - Patrick T. Fallon - 14.set.22/AFP
A Netflix, serviço online de streaming de vídeo por assinatura, decidiu modificar unilateralmente sua política de compartilhamento de senha. A partir deste mês de maio, os usuários foram comunicados de que só poderiam compartilhar senhas com moradores da mesma casa. A questão é: um contrato não estabelece as bases dos relacionamentos comerciais? Então, como pode ser alterado enquanto está em vigor?
Em virtude da quantidade de consultas recebidas de consumidores a respeito desse comunicado, o Procon-SP notificou a Netflix para prestar esclarecimentos. E está orientando os usuários insatisfeitos a registrar reclamações formais, a fim de que possa avaliar se a forma de cobrança e a tecnologia utilizada para rastrear os acessos estão de acordo com o CDC (Código de Defesa do Consumidor).
O Procon-RS também notificou o streaming sobre a cobrança de taxa para o assinante pelo uso do serviço fora do endereço residencial.
Segundo o diretor do Procon gaúcho, Rainer Grigolo, se o consumidor contrata duas telas simultâneas, não cabe ao fornecedor definir qual o grau de parentesco, afetividade e o endereço residencial, porque o contrato não é vinculado a um endereço, ao contrário do que acontece com a TV a cabo.
O Procon RS também está averiguando questões relativas à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), "pois a empresa não pode manter monitoramento e coleta de dados que afrontem a privacidade do consumidor".
Multiplicaram-se as reclamações sobre a cobrança das telas adicionais, mesmo para planos premium, que se caracterizavam justamente pela possibilidade de assistir várias telas simultaneamente.
Como sempre, vejamos o que estabelece o CDC. Na seção II, das cláusulas abusivas, o artigo 51 diz que serão nulas as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: "XIII – autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração".
No artigo 47 do CDC, outro esclarecimento: "As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor". Ou seja, se o assinante perder alguma coisa com as mudanças contratuais, teria de ser compensado, por exemplo, com redução do preço da mensalidade ou outro benefício.
Já o artigo 71 do Código Civil determina o seguinte: "Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas". Como, então, dentro da lei, a Netflix pode limitar o uso do streaming a uma residência?
Uma boa pergunta para o SNDC (Sistema Nacional de Defesa do Consumidor). Fonte: https://www.folha.uol.com.br
Polícia prende 33 pessoas em operação contra grupo suspeito de aplicar o golpe dos nudes
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Foram cumpridos 41 mandados de prisão em 11 cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina na manhã desta segunda-feira (29).
Por g1 RS e RBS TV
A Polícia Civil prendeu, durante operação na manhã desta segunda-feira (29), 33 suspeitos de participar de uma organização criminosa que aplicou o golpe dos nudes em 12 estados brasileiros. As prisões ocorreram em 11 cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina (saiba quais abaixo). Segundo a polícia, sete deles já estavam em cadeias.
O esquema foi tema do programa Linha Direta, da Rede Globo, na última quinta-feira (25). O golpe tinha como alvos homens que eram atraídos nas redes sociais por mulheres, com as vítimas trocavam fotos íntimas. Em seguida, uma suposta terceira pessoa entrava na conversa e dizia que a mulher era, na verdade, uma menor de idade, e começava a cobrar dinheiro para que o homem não tivesse suas fotos expostas (entenda mais abaixo).
No Rio Grande do Sul, as prisões desta segunda aconteceram em Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, Viamão, Tramandaí e Imbé. Em Santa Catarina, as ações foram em Florianópolis.
Foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva; 30 de prisão temporária; 33 de busca e apreensão; e 25 bloqueios de contas bancárias.
Desde o começo da investigação policial, há quase um ano, pelo menos 140 pessoas foram presas só no Rio Grande do Sul. Os suspeitos atraiam empresários, médicos e até políticos. A investigação identificou 80 vítimas do golpe em todo o país. Só uma delas teria perdido mais de R$ 100 mil. O prejuízo total chega a R$ 5 milhões.
Pessoas que sofreram o golpe foram identificadas nos seguintes estados: Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Vítimas atraídas nas redes sociais
O crime consiste na extorsão de usuários de redes sociais, geralmente homens mais velhos, após o envio de fotos íntimas, na maioria das vezes por jovens mulheres. Depois da troca de mensagens, um suposto parente ou autoridade policial entra em contato dizendo que a jovem era, na verdade, menor de idade. Os golpistas, então, tentam extorquir dinheiro das vítimas para que elas não sejam expostas.
Os criminosos chegavam a montar cenários para simular delegacias e filmar a encenação do momento em que seria feito o registro da ocorrência por pedofilia contra as vítimas de estelionato. Delegacias falsas da Polícia Civil foram descobertas em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
A Polícia Civil descobriu, ainda, que uma adolescente de 17 anos foi aliciada pela organização criminosa. Ela se fotografava, recebia entre R$ 100 e R$ 200 por "pacote de imagens" e as fotografias eram usadas no esquema.
Há suspeita do aliciamento de outras adolescentes e também de jovens de 18 ou 19 anos que se passavam por menores de idade.
A organização criminosa é suspeita dos crimes de extorsão, corrupção de menores, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e porte ilegal de arma de fogo.
As cidades em que ocorre a operação
Florianópolis
São Cristóvão do Sul
Porto Alegre
Sapucaia do Sul
Tramandaí
Santa Vitória do Palmar
Gravataí
Viamão
Cachoeirinha
Joinville
Canoas
Como denunciar
A Polícia Civil destaca que nenhum policial liga ou manda mensagens para a exigência de qualquer tipo de valor, para negociar cumprimento de mandados ou deixar de cumprir mandados de prisão. Caso esse tipo de situação aconteça, é orientado que seja feito o registro de um boletim de ocorrência em uma delegacia.
Disque denúncia – 08005102828
WhatsApp e Telegram - (51) 9 8444-0606. Fonte: https://g1.globo.com
Contra racismo, não bastam palavras
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O caso de Vini Jr. expõe a covardia da cúpula do futebol, que se limita a notas de repúdio e slogans vazios
Por Notas & Informações
Chega a ser aflitiva a sensação de que Vini Jr., um atleta de apenas 21 anos, parece travar de forma solitária, quase quixotesca, sua dura batalha contra o racismo. Vítima de ataques sistemáticos de torcedores adversários, o jogador brasileiro do Real Madrid parece ter se tornado o alvo preferencial dos racistas espanhóis, sem que nada tenha sido feito para efetivamente contê-los. O último episódio aconteceu no fim de semana, num jogo contra o Valencia, e parece ter sido a gota d’água para o jovem atleta, que passou a considerar a hipótese de deixar a Espanha. Ele não disse, mas está claro que está cansado de apanhar sozinho.
Pudera. O Real Madrid, por exemplo, demorou 12 horas para divulgar uma nota de apoio ao jogador. E o presidente da liga espanhola, Javier Tebas, em vez de condenar os ataques, preferiu minimizá-los e ainda cobrou respeito de Vini Jr. Tudo isso mostra o quão distantes estão os dirigentes de futebol de dimensionar os efeitos nefastos do racismo. A dor e a humilhação da vítima não os comovem.
Essa é uma luta que tem de ser protagonizada pela cúpula do futebol – no Brasil, na Espanha e no mundo. É bem possível que, no fundo, alguns considerem que um contrato milionário possa remir o desrespeito. Vinícius mostra de forma categórica que não. Quando diz estar pronto para atingir seu propósito, que é o de fazer com que “futuras gerações não passem por situações parecidas”, ele traça de forma exata a proporção do problema. Não bastam camisas com mensagens politicamente corretas ou notas padronizadas de repúdio. É preciso ação efetiva para coibir o abuso.
No futebol, a imposição desse limite virá à medida que a torcida sofra o prejuízo. E, por tabela, os clubes. A punição dos responsáveis identificados é muito importante, mas não suficiente. Nada dói mais no torcedor apaixonado do que a perda de pontos de seu time no meio de um campeonato. Infelizmente, o “processo educativo” da torcida tem de passar por penalidades como essa. Não dá para esperar que, de uma hora para outra, só com recomendações, as torcidas deixem de aceitar esses delinquentes entre seus integrantes.
Elas são capazes de produzir espetáculos emocionantes, mas por vezes aceitam sem qualquer reação o comportamento deplorável de racistas que agem movidos pelo fenômeno de um “anonimato de massa” – que a alta tecnologia dos estádios já provou ser imaginário.
Tome-se o exemplo do jogo Corinthians x Boca Juniors, em São Paulo, no ano passado, pela Libertadores, quando um torcedor argentino imitou um macaco inúmeras vezes para ofender jogadores brasileiros. Identificado e detido, ele foi solto depois do pagamento de R$ 3 mil de fiança e escoltado por representantes consulares na volta a seu país.
O ponto central é: as medidas adotadas nesse caso foram suficientes para evitar novos casos de racismo? Certamente não. A prisão dos sete suspeitos no caso de Vini Jr. na Espanha é igualmente importante, mas não pode ser a única resposta.
Cabe aos cartolas da Fifa, de todas as ligas de futebol e de cada time a maior parte da responsabilidade para fazer valer na prática o que só vemos como marketing esportivo: racismo não. Fonte: https://www.estadao.com.br
RIO DE JANEIRO: Ladrão é agredido em Campos
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Um Vídeo divulgado nas redes sociais- mostra um ladrão sendo agredido por moradores e motociclistas, em Guarus, em Campos. A ação aconteceu nesta terça-feira (23), e o suposto criminoso estaria praticando crimes próximo ao local onde foi detido por populares até a chegada da Polícia Militar. Ele é suspeito de furtar barras de chocolate em um supermercado Rua Capitão Nazário, no bairro do Fundão.
De acordo com a PM, os militares foram ao local, mas não encontraram o suspeito. Já O vigilante do supermercado explicou que o homem tentou pegar barras de chocolate do comércio, porém devolveu tudo. Desta forma, não foi configurado como furto. Foi feita uma Providência Dispensada Fonte: https://cic7noticias.com
Jornais espanhóis veem 'descrédito internacional' por ataques a Vinicius Jr.
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'Espanha deve se tornar um modelo de país antirracista', cobra esportivo Marca; 'Chega', diz Mundo Deportivo
A Espanha amanheceu nesta terça (23) com as capas tomadas por Vinicius Jr., com destaque para o jornal esportivo Marca, com o editorial "Não basta não ser racista, tem que ser antirracista" tomando toda a página (abaixo).
Encerrando o texto: "A Espanha deve se tornar um modelo de país antirracista. As acusações e o descrédito internacional precisam ser resolvidos. Crimes de ódio não podem ter lugar no futebol, nem no esporte, nem na sociedade. E é tarefa de todos alcançar esse objetivo".
O caso também está nas manchetes dos esportivos espanhóis As, "O mundo está com Vinicius", e Mundo Deportivo, "Chega".
Na manchete do principal jornal espanhol, El País, "Os insultos a Vinicius colocam em foco a tolerância ao racismo" (acima). No editorial "LaLiga tem um problema", ecoou a frase e a cobrança do treinador Carlo Ancelotti sobre liga espanhola de futebol.
No site, os dois jornais madrilenhos destacam a pressão dos ministros Flávio Dino e Anielle Franco sobre o governo espanhol. Também a prisão de quatro suspeitos de terem pendurado um manequim com a camiseta de Vini Jr. de um viaduto, em janeiro. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Influencer Luanne Jardim é morta em tentativa de assalto no Rio
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Ela estava no Engenho de Dentro, na Zona Norte da capital, quando levou um tiro no ombro que atingiu seu coração
Luanne Jardim foi morta a tiro em tentativa de assalto na Linha Amarela Instagram / Reprodução
Por Ana Carolina Torres — Rio de Janeiro
Uma influencer foi morta a tiro, neste domingo, após sofrer uma tentativa de assalto no Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio. Luanne Murta Jardim Martins, de 30 anos, levou um tiro no ombro que atingiu seu coração. Ela chegou a ser levada para o Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, também na Zona Norte, pelo marido, mas chegou morta à unidade.
De acordo com o 3º BPM (Méier), Luanne foi atingida quando passava pela Rua Fernão Cardim, e estava próximo à saída 4 da Linha Amarela. O Jeep Compass onde estava o casal teria sido cercado por bandidos.
Moradora da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, Luanne tinha 311 mil seguidores no Instagram e 11,2 mil no TikTok. Ela se tornou conhecida por motivar mulheres a perder peso de forma saudável e, assim, recuperar a autoestima. Seus conselhos eram baseados em sua experiência de vida: ela perdeu 50 quilos em seis meses.
Um tio da influencer lamentou a morte nas redes sociais: "Minha sobrinha Luanne Jardim, foi assassinada ontem à noite, na entrada 4 da Linha Amarela, em direção à Av. Brasil! Não será só mais uma estatística e nem números!", diz trecho da postagem de Uraniel Jardim. Fonte: https://oglobo.globo.com
Três pessoas morrem por bala perdida em menos de 48 horas no Rio
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Duas delas foram atingidas durante operações das forças de segurança; Polícia Civil diz que os casos são investigados
Da esquerda para a direita, as vítimas de bala perdida no Rio Alan Lazarini, 44, Ivonildo Lino, 73, e Glória Maria Esteves, 36 - Reprodução/TV Globo
RIO DE JANEIRO
Três pessoas morreram vítimas de bala perdida na região metropolitana do Rio de Janeiro em um período de 48 horas. Duas delas foram atingidas enquanto aconteciam operações policiais em local próximo ao que estavam. É o caso de Ivanildo Lino, 73, e Alan Lazarini, 44. A terceira vítima, Glória Maria Esteves, 36, foi baleada durante um tiroteio entre criminosos.
O idoso foi encontrado morto dentro da própria casa no Complexo da Penha, zona norte do Rio, na quarta-feira (17). No dia anterior, as polícias Civil e Militar tinham feito uma operação para procurar criminosos que participaram da explosão da fachada de um banco no último dia 11.
A suspeita é que Lino, achado morto pelo neto, tenha sido baleado durante a ação policial. Na operação, o músico cavaquinista Fábio Gomes, 42, também foi atingido por um disparo dentro de casa. Ele ficou ferido no braço.
Lazarini, por sua vez, morreu na quinta-feira (18) após ficar oito dias internado no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo. Ele havia sido baleado em 10 de maio ao sair de uma academia que fica em uma rua residencial de Senador Camará, bairro da zona oeste da cidade. Naquele dia a Polícia Militar fazia na região uma operação para reprimir roubo de cargas.
Esteves também morreu na quinta. Ela foi baleada durante um confronto entre criminosos na favela do Amarelinho, em Acari, na zona norte do Rio. Mãe de três filhos, ela era dona de trailer de lanches e trabalhava na região.
De acordo com o Fogo Cruzado, projeto que monitora casos de violência no estado, 79 pessoas foram vítimas de bala perdida na região do Grande Rio em 2023. Mais da metade dos casos, isto é, 41 deles, aconteceram durante operações policiais. Das 79 vítimas, 10 eram crianças, 8 eram adolescentes e 4, idosos.
Procurada, a Polícia Militar afirma que as ações da corporação são planejadas com base em informações de inteligência, tendo como "preocupação central a preservação de vidas e sendo pautadas por critérios técnicos e pelas determinações legais atualmente vigentes".
"Os confrontos durante as ações policiais representam a forma de atuação dos grupos criminosos, que insistem em enfrentar as forças de segurança que buscam na atuação policial resguardar os direitos básicos da população", diz, em nota.
A PM também afirma que, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), o indicador de morte por intervenção de agente do Estado no primeiro trimestre de 2023 teve uma redução de 6,2%, em comparação ao primeiro trimestre do ano passado.
Já a Polícia Civil diz que as três mortes por bala perdida citadas estão sendo investigadas e que há diligências em andamento para identificar os autores dos disparos.
"A instituição acrescenta que todas operações são realizadas com base em decisões estratégicas e operacionais e por meio de trabalhos de investigação e inteligência, priorizando sempre a preservação de vidas, tanto dos agentes quanto dos cidadãos", afirma, em nota.
OUTROS CASOS
No início da semana, um adolescente de 12 anos foi baleado na cabeça por uma bala perdida enquanto estava no caminho da escola, no Jardim Catarina, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio. Luiz Davi Freire da Costa foi levado para o Hospital Estadual Alberto Torres, onde passou por cirurgia e recebeu alta na tarde desta sexta (19).
Por causa do ferimento, o garoto ficou no centro de tratamento intensivo da unidade. Ele precisará voltar ao hospital em 15 dias para novos exames.
Outra vítima recente de bala na região metropolitana do Rio é Ronald Silva Santos, 22, atingido nas costas enquanto ia para um jogo de futebol com amigos, no último dia 10, em São Lourenço, Niterói. O jovem foi levado para o Hospital Estadual Azevedo Lima e continua em estado grave.
Segundo testemunhas, no momento que começaram os tiros, Santos tentou proteger crianças que estavam próximas e as empurrou para dentro de uma casa. Ele, porém, foi baleado.
Segundo a Polícia Militar, uma equipe do 12º Batalhão estava pela área e reagiu ao ser atacada por disparos de armas de fogo. A corporação diz que só foi informada depois que uma pessoa havia sido ferida. A família de Santos e testemunhas que estavam no local contestam a versão da polícia e afirmam que não havia nenhum confronto no momento. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Primeira proibição estadual ao TikTok nos EUA, os desafios da CEO do Twitter e o que importa no mercado
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Primeira proibição estadual ao TikTok nos EUA, os desafios da CEO do Twitter e o que importa no mercado
O 1º ESTADO A TENTAR BANIR O TIKTOK
O governador do estado americano de Montana assinou nesta quarta uma lei para banir o TikTok de operar em seu território, a primeira do tipo a ser sancionada nos EUA.
A norma está prevista para começar a valer a partir do próximo ano, mas deve ser alvo de uma série de batalhas jurídicas até lá.
Entenda: a lei que proíbe a plataforma chinesa de operar em Montana determina uma multa de US$ 10 mil por dia ao TikTok e para as lojas de apps que não excluírem a rede social de seus catálogos a partir de 1 de janeiro.
Não está claro como o estado barraria o funcionamento nos dispositivos de quem tiver baixado o app antes do início da punição.
O TikTok, de propriedade da chinesa ByteDance, disse em comunicado que o projeto de lei "viola os direitos da Primeira Emenda do povo de Montana".
Vale a pena ver de novo. Outras autoridades americanas já tentaram banir a popular rede social do país, sem sucesso.
Em 2020, o ex-presidente Donald Trump perdeu uma série de disputas nos tribunais e foi obrigado a desistir da medida.
A ofensiva dos políticos dos EUA contra o TikTok voltou a subir de tom em março deste ano, quando o atual mandatário Joe Biden ameaçou banir o app do país se os chineses da Byte Dance não venderem sua participação na plataforma.
Além disso, dezenas de estados já aprovaram leis para impedir que o aplicativo seja baixado em dispositivos do governo.
O temor das autoridades é o mesmo: que o TikTok seja obrigado a entregar dados dos consumidores americanos caso haja uma ordem do governo chinês, conforme manda a lei de segurança nacional local.
A rede social chinesa diz que nunca compartilhou dados com o governo chinês e que não o faria se fosse solicitada.
Ela ainda reafirma seu plano de custo bilionário que envolve pagar à americana Oracle para armazenar os dados dos usuários do país em território nacional. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Turista italiano morre afogado na Praia da Barra
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Marco Nastasi morava na Colômbia e passava férias no Rio
Por O Globo — Rio de Janeiro
Um turista italiano morreu afogado na Praia da Barra, na Zona Oeste do Rio, na manhã desta quarta-feira. Marco Nastasi, de 39 anos, foi socorrido por guarda-vidas, mas quando foi retirado do mar já apresentava grau seis de afogamento, o que indica quadro de parada cardiorrespiratória. Ele morreu no Hospital municipal Lourenço Jorge, também na Barra.
O afogamento ocorreu pouco depois das 8h, no trecho em frente ao Hotel Grand Hyatt. Nastasi estava na praia com a mulher, que seguiu com ele para o hospital.
De acordo com informações iniciais, o italiano morava na Colômbia e estava passando férias no Rio.
A Marinha do Brasil emitiu, nesta terça-feira, um alerta de ressaca na orla do Rio. As ondas podem ter entre 2,5 e 3 metros. O aviso vale até as 21h desta quinta-feira. Fonte: https://oglobo.globo.com
Liberdade de expressão e democracia
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A expressão mais autêntica da democracia está na plena consciência dos fundamentos da liberdade, e não no irracional domínio de desejos passageiros
Por Sebastião Ventura Pereira da Paixão Jr.
Numa democracia autêntica, o cidadão não pode ter medo de falar o que pensa nem de criticar titulares de poder. Ciente da relevância fundamental do livre mercado das ideias, o constituinte de 1988 consagrou que “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato” (art. 5.º, IV). Ou seja, o ideal democrático se realiza sem máscaras ou disfarces, sendo garantido às pessoas o direito de exporem suas ideias à luz do sol, com face exposta e voz ao timbre. Realçando a centralidade da liberdade de expressão na República, a Constituição, após proteger a inviolabilidade de consciência (art. 5.º, VI), foi categórica ao afirmar que “é vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica ou artística” (art. 220, §2.º, Constituição de 1988). Repita-se: “Toda e qualquer censura”, por mais sublime, celestial ou suprema que seja.
Naturalmente, o legislador constitucional não desconhecia as sinuosidades da natureza humana e sua inerente possibilidade de excessos verbais. Partindo do princípio de que inexiste liberdade sem responsabilidade, a própria Constituição garantiu o direito de resposta proporcional ao agravo, a indenização por dano material, moral ou à imagem e, por fim, nos casos mais extremos, o manejo de responsabilização penal por crimes contra a honra, respeitados o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório. Logo, somos livres para falar o que pensamos, mas não liberados para agredir e ofender aqueles de quem discordamos, que odiamos ou desprezamos. Na democracia constitucional, as discórdias, ódios e desprezos exigem um nível de urbanidade retórica e respeito civilizatório. Afinal, a destruição pelas palavras é o primeiro sintoma do bacilo autoritário.
Ora, é indubitável que vivemos tempos de estupidez histriônica. E o mais grave é que algumas respostas institucionais também têm sido estúpidas, distanciando-se do equilíbrio e da ponderação que a justa medida aconselha. Em tempo, a consciência histórica ensina que é melhor não brincar com certos riscos nem acenar para determinados instintos bestiais. Sabidamente, dois erros não fazem um acerto e não será trocando ofensas – ostensivas ou veladas – que resolveremos os problemas nacionais. Sem cortinas, precisamos de altura institucional. Precisamos de seriedade de procedimentos. Precisamos de respeito e cordialidade. Precisamos de decência. Precisamos de honra. Precisamos de firme e inegociável compromisso com o bem do Brasil e dos brasileiros.
O fato é que não será rebaixando as instituições que elevaremos a República. O tumulto reinante está a gerar preocupante estafa social com a mediocridade em curso. As pessoas exigem melhores atitudes, pois a dignidade democrática repudia práticas mesquinhas. Sim, algumas questões estão transbordando fronteiras intransponíveis; alguns limites estão sendo testados, colocando balizas fundamentais do Estado de Direito em xeque. A prudência clama por reflexão. Decididamente, não basta exaltar a Constituição e realizar as piores injustiças. Na alta expressão de Gustavo Zagrebelsky, “nenhuma política está de acordo com a justiça se a persecução do seu objetivo comporta o preço da injustiça, o mal causado a inocentes”.
Os desafios da contemporaneidade, em especial as lógicas e dinâmicas da sociedade em rede, impõem pensamento crítico e abertura sistêmica à inovação, mas também exigem sabedoria para conservarmos valores universais que guiaram o avançar da civilização. Nesse sentido, a garantia da liberdade de expressão é pressuposto necessário para o desenvolvimento válido da dialética política tão essencial ao sucesso da experiência democrática. Assim, entre teses e antíteses, a democracia entrega a justa síntese do possível, e não perfeições absolutas.
Em página constitucional clássica, a inteligência superior de Louis Brandeis pontuou que os Founding Fathers “acreditavam que a liberdade de pensar como você quiser e de falar como você pensar são meios indispensáveis para a descoberta e disseminação da verdade política” e “sabiam que a ordem não pode ser assegurada pelo medo de punição por sua infração; que é perigoso desencorajar o pensamento, a esperança e a imaginação; que o medo gera repressão; que a repressão gera ódio; que o ódio ameaça o governo estável”, vindo a concluir que “é função da palavra libertar o homem das amarras dos medos irracionais”. Portanto, o medo a excessos da livre expressão não autoriza censura nem opressão do pensamento, pois só cala à força quem tem a temer.
Aliás, se temos medo de falar o que pensamos, é porque já não temos mais a liberdade de sermos o que somos. Em outras palavras, a expressão mais autêntica da democracia está na plena consciência dos fundamentos da liberdade, e não no irracional domínio de desejos passageiros. Aqui chegando, com visão no horizonte da Nação, cumpre indagar: será que somos livres ou meros escravos das circunstâncias?
*ADVOGADO, É CONSELHEIRO DO INSTITUTO MILLENIUM. Fonte: https://www.estadao.com.br
No TikTok, perfis exploram miséria na Cracolândia, no Centro de SP, para ganhar dinheiro e visualizações
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Vídeos publicados na rede social somam milhões de interações debochando de usuários de drogas. Em uma live, um perfil prometeu 'jogar moedas' nas pessoas se atingisse 10 mil seguidores. Um dos perfis que lucrava em cima das lives foi banido da plataforma.
Por Arthur Stabile e Claudia Castelo Branco, g1 SP — São Paulo
Da janela de um prédio localizado numa das ruas por onde se dispersa a Cracolândia, no Centro de São Paulo, um perfil da rede social TikTok faz uma transmissão ao vivo mostrando um grupo de usuários de drogas no local e dissemina fake news como a existência de um auxílio do governo chamado "Bolsa Crack de R$ 700 e pouco".
Não há nenhum auxílio como este do poder público, seja em esfera municipal, estadual ou federal. Seguidores fazem piadas.
O perfil identificado com o nome Jasmine Carter mostra pessoas usando drogas e em situação de vulnerabilidade em busca de engajamento, seguidores e dinheiro. Em uma das transmissões, ela disse que iria jogar moedas pela janela quando atingisse 10 mil seguidores.
Ela não conseguiu e teve a conta banida pela rede social na quarta-feira (10), após o conteúdo viralizar no Twitter.
"Eu entrei no TikTok à noite, bem na hora da live dela, peguei uma parte dela rindo dos usuários sob efeito de K9, e depois comemorando o tanto de views. Saí com a sensação de ter visto um episódio muito triste de Black Mirror", comentou um perfil em referência à série britânica. O vídeo ao vivo rendeu 250 mil curtidas.
Com tramas inspiradas em uma realidade distópica, a série "Black Mirror" aborda aspectos sombrios na vida dos personagens - na maioria das vezes, em situações limite provocadas pela tecnologia.
O Tiktok recentemente passou a remunerar criadores de conteúdo, mas não abre os valores que circulam pela plataforma. Um recurso em lives permite que os espectadores apoiem seus criadores favoritos, enviando-lhes 'presentes virtuais' que podem ser trocados por dinheiro.
"A vibe durante o dia também é maravilhosa", ironiza Jasmine usando a trilha sonora da série americana sobre apocalipse zumbis "The Walking Dead".
Remuneração da plataforma:
Os chamados "presentes" do TikTok são uma forma de ganhar dinheiro por meio da plataforma;
Usuários podem enviar figurinhas, como - por exemplo - flores, adquiridos na plataforma com moedas pagas por usuários com dinheiro real. O pacote mínimo de moedas do TikTok, com 12, custa R$ 0,90;
Os valores das figurinhas variam de item para item. Uma flor custa uma moeda na plataforma. A figurinha de um buquê de flores, custa 30 moedas.
O perfil de Jasmine não é o único que busca visualizações mostrando tragédias alheias.
Um motociclista que filma usuários na Cracolândia usa a música "Ilusão (Cracolândia)", de MC Hariel. "Cena apocalíptica", escreve. Em menos de dois meses, a postagem recebeu 4,6 milhões de visualizações e 223 mil curtidas. Outro, publicado no dia 30 de março, acumula 6,8 milhões de visualizações, 223 mil curtidas e 5,3 mil comentários.
"Não é um filme de zumbi, é a Cracolândia no Centro de São Paulo".
Há também um que exibe Guardas Civis Metropolitanos (GCM) de São Paulo durante ação de rotina na limpeza das ruas em que está a Cracolândia. "Zumbis ladrões na Cracolândia", escreveu sobre as imagens, registradas em um domingo, dia 23 de abril.
A publicação recebeu 5,6 milhões de visualizações, 146,9 mil curtidas e 1,2 mil comentários.
Para Priscila Akemi Beltrame, vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo, é clara a violação aos direitos humanos no conteúdo disseminado pelo perfil na rede social. "A população vulnerável tem direito à privacidade", diz.
Especialistas em direitos humanos veem possível dano moral mesmo após retirada de conteúdo.
Ao g1, o TikTok afirmou que está comprometido "em defender a dignidade humana individual e garantir que nossa plataforma não seja usada para que se aproveitem de pessoas vulneráveis". (veja abaixo o posicionamento na íntegra).
Sobre como moderam conteúdos, a empresa explicou que, além das denúncias, a plataforma utiliza uma combinação de tecnologia e moderação humana.
“A plataforma identifica, faz análise e derruba o perfil, em muitos casos o vídeo sequer sobe”. Sobre os limites de monetização de cada usuário, afirmam que não têm acesso a esse tipo de informação.
Estarrecedor e chocante, diz OAB
“Esses vídeos banalizam a falta de humanidade e o caráter de fragilidade”, afirma Beltrame. A advogada lamenta ver pessoas que abusam do seu privilégio para incentivar o maltrato ou reforçar o desprezo. “O que a gente espera é que sejam tratados com dignidade pelo poder público e pela sociedade”.
Segundo a OAB, a desumanização é tão banalizada em relação aos dependentes químicos que está presente até em nome de operações - como, por exemplo, a Operação Caronte, que passou a ser chamada de Resgate desde fevereiro de 2023.
Caronte é uma figura da mitologia grega conhecida como o barqueiro que transportava as almas dos recém-mortos até o inferno.
Uma indústria de como violar as regras
Ivo Correa, advogado e professor do Programa de Políticas Públicas do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), elogiou a atitude do TikTok de excluir o perfil da plataforma.
Ele destaca que casos como esse são mais óbvios, mas há conteúdos disfarçados -- quando usam o vídeo de uma coisa e falam de outra. Ele chama esse tipo de conteúdo de "fronteira". É aí que mora o desafio para o controle do que é divulgado nas redes sociais.
"Há também toda uma indústria de como violar as regras de uma plataforma". Ivo foi Subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República, Diretor da Google e da Uber no Brasil.
"As plataformas podem criar as regras que quiserem, mas qualquer pessoa pode discordar e pedir a remoção de conteúdo. As autoridades têm uma papel importante. Tem coisas que a plataforma pode fazer. Mas tem coisas que só o Judiciário pode fazer”, diz Ivo.
Ele acredita que as plataformas têm interesse em retirar esses conteúdos do ar, mas tem limitações. Algumas sequer têm escritório no Brasil.
"Isso gera problemas para elas, sobrecarrega a Justiça. Terrorismo, atentado à instituição democrática, isso as plataformas têm que remover imediatamente. É o que está em discussão no Congresso", afirma ele, sobre Projeto de Lei apelidado de PL das Fake News, que busca regulamentar a forma de fiscalização das redes.
No mundo, o TikTok tem cerca de 1 bilhão de usuários com contas ativas. No Brasil, a empresa não faz essa segmentação.
O que diz o TikTok
"Nós levamos extremamente a sério a responsabilidade que temos em proteger a integridade da plataforma e da nossa comunidade, seguindo o compromisso de combater comportamentos de exploração humana. Estamos comprometidos em defender a dignidade humana individual e garantir que nossa plataforma não seja usada para que se aproveitem de pessoas vulneráveis, proibindo e removendo conteúdos que violem nossas Diretrizes da Comunidade sempre que identificados." Fonte: https://g1.globo.com
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