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1) Oração
Ó Deus, que prometestes permanecer nos corações sinceros e retos, dai-nos, por vossa graça, viver de tal modo, que possais habitar em nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 8, 14-21)
Naquele tempo, 14Aconteceu que eles haviam esquecido de levar pães consigo. Na barca havia um único pão. 15Jesus advertiu-os: Abri os olhos e acautelai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes! 16E eles comentavam entre si que era por não terem pão. 17Jesus percebeu-o e disse-lhes: Por que discutis por não terdes pão? Ainda não tendes refletido nem compreendido? Tendes, pois, o coração insensível? 18Tendo olhos, não vedes? E tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais mais? 19Ao partir eu os cinco pães entre os cinco mil, quantos cestos recolhestes cheios de pedaços? Responderam-lhe: Doze. 20E quando eu parti os sete pães entre os quatro mil homens, quantos cestos de pedaços levantastes? Sete, responderam-lhe. 21Jesus disse-lhes: Como é que ainda não entendeis?
3) Reflexão Mc 8,14-21
O Evangelho de ontem falava do mal-entendido entre Jesus e os fariseus. O evangelho de hoje fala do mal-entendido entre Jesus e os discípulos e mostra como o “fermento dos fariseus e de Herodes” (religião e governo), tinha tomado conta da cabeça dos discípulos a ponto de eles não entenderem mais nada da Boa Nova.
Marcos 8,14-16: Cuidado com o fermento dos fariseus e de Herodes
Jesus adverte os discípulos: “Cuidado com o fermento dos fariseus e de Herodes”. Mas eles não entendem as palavras de Jesus. Acham que ele falou assim por eles terem esquecido de comprar pão. Jesus fala uma coisa e eles entendem outra. Este desencontro era resultado da influência insidiosa do “fermento dos fariseus” na cabeça e na vida dos discípulos.
Marcos 8,17-18ª: As perguntas de Jesus
Diante desta falta quase total de percepção nos discípulos, Jesus faz uma série de perguntas rápidas, sem esperar uma resposta. Perguntas duras que evocam coisas muito sérias e revelam uma total incompreensão por parte dos discípulos. Por incrível que pareça, os discípulos chegaram num ponto em que já não se diferenciavam dos inimigos de Jesus. Anteriormente, Jesus tinha ficado triste com a “dureza de coração” dos fariseus e dos herodianos (Mc 3,5). Agora, os próprios discípulos têm o “coração endurecido” (Mc 8,17). Anteriormente, “os de fora” (Mc 4,11) não entendiam as parábolas, porque “tinham olhos e não enxergavam, ouvidos e não escutavam” (Mc 4,12). Agora, os próprios discípulos já não entendem mais nada, porque “tem olhos e não enxergam, ouvidos e não escutam” (Mc 8,18). Além disso, a imagem do “coração endurecido” evocava a dureza de coração do povo do AT que sempre se desviava do caminho. Evocava ainda o coração endurecido do faraó que oprimia e perseguia o povo (Ex 4,21; 7,13; 8,11.15.28; 9,7...). A expressão “tem olhos e não vêem, ouvidos e não ouvem” evocava não só o povo sem fé, criticado por Isaías (Is 6,9-10), mas também os adoradores dos falsos deuses, dos quais o salmo dizia: “eles têm olhos e não vêem, têm ouvidos e não ouvem” (Sl 115,5-6).
Marcos 18b-21: As duas perguntas sobre o pão
As duas perguntas finais tratam da multiplicação dos pães: Quantos cestos recolheram na primeira vez? Doze! E na segunda vez? Sete! Como os fariseus, os discípulos, apesar de terem colaborado ativamente na multiplicação dos pães, não chegaram a compreender o seus significado. Jesus termina: "E vocês ainda não compreendem?" A maneira de Jesus lançar todas estas perguntas, uma depois da outra, quase sem esperar pela resposta, parece uma ruptura. Revela um desencontro muito grande. Qual a causa deste desencontro?
A causa do desencontro entre Jesus e os discípulos
A causa do desencontro entre Jesus e os discípulos não foi a má vontade deles. Os discípulos não eram como os fariseus. Estes também não entendiam, mas neles havia malícia. Eles usavam a religião para criticar e condenar Jesus (Mc 2,7.16.18.24; 3,5.22-30). Os discípulos, porém, eram gente boa. Não tinham má vontade. Pois, mesmo sendo vítimas do “fermento dos fariseus e dos herodianos”, eles não estavam interessados em defender o sistema dos fariseus e dos herodianos contra Jesus. Então, qual era a causa? A causa do desencontro entre Jesus e os discípulos tinha a ver com a esperança messiânica. Havia entre os judeus uma grande variedade de expectativas messiânicas. De acordo com as diferentes interpretações das profecias, havia gente que esperava um Messias Rei (cf. Mc 15,9.32). Outros, um Messias Santo ou Sacerdote (cf. Mc 1,24). Outros, um Messias Guerrilheiro subversivo (cf. Lc 23,5; Mc 15,6; 13,6-8). Outros, um Messias Doutor (cf. Jo 4,25; Mc 1,22.27). Outros, um Messias Juiz (cf. Lc 3,5-9; Mc 1,8). Outros, um Messias Profeta (6,4; 14,65). Ao que parece, ninguém esperava pelo Messias Servidor, anunciado pelo profeta Isaías (Is 42,1; 49,3; 52,13). Eles não se lembravam de valorizar a esperança messiânica como serviço do povo de Deus à humanidade. Cada um, conforme os seus próprios interesses e conforme a sua classe social, aguardava o Messias, querendo encaixá-lo na sua própria esperança. Por isso, o título Messias, dependendo da pessoa ou da posição social, podia significar coisas bem diferentes. Havia muita confusão de idéias! E é nesta atitude de Servidor que está a chave que vai acender uma luz na escuridão dos discípulos e que vai ajudá-los a se converter. Só mesmo aceitando o Messias como sendo o Servo Sofredor de Isaías, eles seriam capazes de abrir os olhos e de entender o Mistério de Deus em Jesus.
4) Para um confronto pessoal
1) Qual é hoje o fermento dos fariseus e de Herodes para nós? O que significa hoje, para mim, ter o “coração endurecido”?
2) O fermento de Herodes e dos fariseus impedia os discípulos de entender a Boa Nova. Será que hoje a propaganda da televisão nos impede de entender a Boa Nova de Jesus?
5) Oração final
Quando penso: Vacilam-me os pés, sustenta-me, Senhor, a vossa graça. Quando em meu coração se multiplicam as angústias, vossas consolações alegram a minha alma. (Sl 93, 18-19)
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O cardeal Charles Maung Bo, arcebispo de Yangon e presidente da Conferência Episcopal local, disse estar chocado e triste com o saacerdote morto a sangue frio por um comando armado enquanto estava em sua paróquia realizando missão pastoral com os pobres e os jovens. Forte apelo do arcebispo de Mandalay, diocese do padre assassinado: todas as milícias deponham as armas e iniciem um caminho de pacificação.
Vatican News
“Estamos profundamente chocados e entristecidos”. O cardeal Charles Maung Bo, arcebispo de Yangon e presidente da Conferência Episcopal de Mianmar, expressou seu profundo pesar e o de toda a Igreja local pelo brutal assassinato do Pe. Donald Martin Ye Naing Win na última sexta-feira, 14 de fevereiro.
O religioso de 44 anos foi morto a tiros enquanto realizava atividades em sua paróquia, a de Nossa Senhora de Lourdes, no vilarejo de Kan-Gyi-Daw, localizado na região de Sagaing, uma das mais envolvidas na guerra civil que dilacera o país do sudeste asiático.
Colocar um fim à violência
“Que o sangue e os sacrifícios de inúmeras pessoas inocentes, incluindo os do Pe. Donald Martin Ye Naing Win, sirvam como uma oferta para pôr fim à violência que está ocorrendo em toda a nação”, acrescentou o cardeal, que disse que é precisamente "aprendendo com essas experiências angustiantes que encontramos que podemos despertar o espírito fraterno e fazer um apelo sincero pelo fim da violência".
O prelado também deixou claro que o crime cometido contra o jovem religioso não é algo que possa ser esquecido facilmente: “portanto”, advertiu ele, “pedimos aos responsáveis que tomem as medidas adequadas e garantam que a justiça seja feita, para que tragédias semelhantes não se repitam no futuro”.
Dom Tin Win: “deponham as armas”
Dom Mark Tin Win, arcebispo de Mandalay, diocese do sacerdote assassinado, fez um apelo a todos os grupos armados para que deponham as armas e iniciem um caminho de reconciliação. A exortação foi feita durante a homilia no funeral muito concorrido realizado na aldeia natal da vítima.
Dez suspeitos presos
Enquanto isso, 10 homens suspeitos de terem cometido o assassinato foram detidos por milicianos das Forças de Defesa do Povo, que se opõem à junta militar e controlam toda a região. Fonte: https://www.vaticannews.va
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A Sala de Imprensa da Santa Sé traz uma atualização sobre o estado de saúde do Pontífice hospitalizado na Policlínica Romana: “Todos os exames realizados até o momento são indicativos de um quadro clínico complexo que exigirá internação hospitalar adequada.”
Salvatore Cernuzio - Cidade do Vaticano
"Os resultados dos exames realizados nos últimos dias e nesta segunda-feira demonstraram uma infecção polimicrobiana do trato respiratório, o que levou a uma nova modificação da terapia. Todos os exames realizados até o momento são indicativos de um quadro clínico complexo que exigirá internação hospitalar adequada."
Prosseguem os tratamentos
Em sua terceira noite passada no hospital, o Santo Padre “descansou bem, teve uma noite tranquila e esta manhã tomou café da manhã como nos dias anteriores”, dedicando-se também à leitura de alguns jornais, explicou nesta segunda-feira o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé aos jornalistas. “Os tratamentos prosseguem naturalmente", precisou Matteo Bruni, e mais informações do ponto de vista médico são esperadas para esta tarde, provavelmente depois das 17h.
O Pontífice permanece, portanto, "sob monitoramento hospitalar", reiterou o porta-voz vaticano, informando - em resposta às perguntas dos jornalistas - que no momento não há previsão sobre sua alta hospitalar e que para o Papa é prescrita e a regra de "repouso absoluto" determinado pelos médicos. Motivo pelo qual, às 12h do domingo, ele não pôde conduzir – pela primeira vez – a oração dominical do Angelus.
Cancelada Audiência Geral de quarta-feira
Também foi informado que devido à hospitalização do Santo Padre, a Audiência Geral da próxima quarta-feira, 19 de fevereiro, foi cancelada. Fonte: https://www.vaticannews.va
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Cardeal Orani Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
É feliz quem a Deus se confia! (Sl 01)
Celebramos neste domingo o sexto do Tempo Comum. Este ano, a primeira parte do Tempo Comum vai até a oitava semana, dia 2 de março, e, na quarta-feira, 5 de março, iniciaremos o tempo da Quaresma com a celebração da Quarta-Feira de Cinzas. O Tempo Comum retoma após a Solenidade de Pentecostes e permanece até o fim do ano.
Todo domingo é dia do Senhor, dia de fazer memória de sua Páscoa, paixão, morte e ressurreição. Por isso, é o dia em que a família deve participar da Santa Missa e ouvir o que o Senhor tem a nos dizer. O domingo é o dia por excelência, dia de preceito, em que devemos escolher um horário e participar da Santa Missa. Celebramos o Senhor vivo e ressuscitado, que está presente no meio de nós por meio do Espírito Santo.
Estamos no ano jubilar da esperança; confiemo-nos à misericórdia do Senhor e comecemos por participar da Santa Missa aos domingos. Sejamos também portadores da esperança, animando aqueles que estão tristes e convidando para a Igreja aqueles que estão afastados.
Que a liturgia de hoje nos ajude a refletir e a confiar sempre no Senhor. Ele tem o melhor para nós. Confiemos somente em Deus, pois é dele que nos vem a salvação. Sejamos pobres de espírito para alcançarmos mais facilmente o Reino dos Céus. Partilhemos sempre aquilo que temos a mais com aqueles que pouco ou nada têm. Que possamos sempre preferir o caminho da humildade, pois os humildes herdarão o Reino dos Céus.
A primeira leitura da missa deste domingo é do livro do profeta Jeremias (Jr 17,5-8). O profeta usa até uma palavra forte para nos dizer que devemos confiar somente em Deus. É somente em Deus que está nossa vida e felicidade. Nele devemos colocar nossa segurança.
O profeta Jeremias diz que bendito é aquele homem que confia sua vida a Deus. Temos que acreditar e confiar que aquilo que queremos Deus vai nos conceder, sempre em seu tempo, não no nosso. Quem confia sempre no Senhor terá prosperidade, e a vida seguirá em abundância.
O salmo responsorial é o (01), que diz em seu refrão: “É feliz quem a Deus se confia”. Esse salmo é, de fato, uma resposta ao que o profeta Jeremias diz na primeira leitura. Devemos confiar sempre em Deus e, dessa forma, seremos felizes. Escolhamos, pois, o caminho que agrada ao Senhor, que é o da justiça, paz, perdão e amor.
A segunda leitura é da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 15,12.16-20). Paulo explica à comunidade de Corinto que Cristo ressuscitou dos mortos e que todos precisam crer na ressurreição, pois, se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé. Ele ressuscitou como primícias, ou seja, venceu a morte e abriu o caminho para todos nós. A razão da nossa fé é a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, e, com certeza, o Pai do Céu tem uma morada preparada para nós.
O Evangelho deste domingo é de Lucas (Lc 6,17.20-26). Esse trecho do Evangelho de Lucas inicia o conhecido texto sobre as bem-aventuranças. Em Mateus, esse texto é mais completo, e, em Lucas, mais sucinto. Bem-aventurado significa alguém que é feliz ou que foi alcançado pela graça de Deus. Nós todos seremos bem-aventurados quando estendermos a mão ao necessitado, quando visitarmos o doente e, ainda, quando praticarmos o Reino de Deus aqui na Terra. O Reino de Deus é paz, justiça, perdão e misericórdia. Somos convidados a viver o Reino de Deus aqui na Terra para depois contemplá-lo de maneira definitiva no Céu, pois, se o vivermos aqui, seremos bem-aventurados e poderemos adentrar mais facilmente no Reino dos Céus.
Neste Evangelho, Jesus “condena” os ricos. Ele não condena a riqueza em si, mas condena aqueles que muito têm e não partilham nada com quem nada tem. Em primeiro lugar, independentemente da classe social, temos que amar nosso próximo; não devemos tratar o outro com indiferença por ter menos condições que nós. Quanto mais amarmos e servirmos o nosso próximo, mais Deus se alegrará conosco, e a nossa recompensa será eterna.
Estamos no ano jubilar da esperança, um ano propício para praticarmos atitudes de caridade, justiça e misericórdia. Dessa forma, nos tornaremos bem-aventurados e mais próximos do Reino dos Céus. A partir do nosso batismo, nos tornamos discípulos e missionários de Jesus e somos convidados a trilhar o caminho da santidade. Ou seja, desde o nosso batismo, somos chamados a ser bem-aventurados para que, ao final da nossa vida, sejamos merecedores do Reino dos Céus. Fonte: https://www.cnbb.org.br
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A Sala de Imprensa Vaticana informa a prescrição de “repouso absoluto” indicada pela equipe médica do Hospital Policlínico para “facilitar a recuperação” do Papa, que expressa sua gratidão pelas “muitas mensagens de proximidade e afeto recebidas”
Vatican News
Os exames realizados este sábado pelo Papa Francisco mostram uma “melhora em alguns valores”, confirmando, no entanto, a infecção das vias respiratória que, desde sexta-feira, 14 de fevereiro, levou à sua hospitalização no Policlínico Gemelli, em Roma. Por esse motivo, o Pontífice não conduzirá a oração do Angelus deste domingo, seguindo a prescrição de “repouso absoluto” indicada pela equipe médica para “facilitar a recuperação” do Pontífice.
É o que informa em uma nota da Sala de Imprensa da Santa Sé, que também indica uma pequena mudança na terapia em andamento. No decorrer da manhã, lê-se ainda, o Papa recebeu a Eucaristia e alternou os momentos de repouso com a oração e a leitura.
Em todo caso, Francisco, decidiu “enviar o texto” do Angelus, informa a Sala de Imprensa, que, concluindo, sublinha a gratidão do Papa pelas “muitas mensagens de proximidade e afeto recebidas” e convida as pessoas a “continuar rezando por ele”. Fonte: https://www.vaticannews.va
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O diretor da Sala de Imprensa Vaticana informou aos jornalistas na manhã deste sábado sobre o estado de saúde de Francisco, que está internado no Hospital Gemelli desde sexta-feira. Ele disse que o Pontífice passou “uma noite tranquila” e “tomou café da manhã e leu alguns jornais”
Vatican News
O Papa passou “uma noite tranquila”, “dormiu bem” e na manhã deste sábado “tomou o café da manhã e leu alguns jornais”. O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, fez uma atualização sobre a saúde do Pontífice, que está hospitalizado desde sexta-feira no Hospital Policlínico Gemelli por causa de uma infecção nas vias respiratórias. No encontro com os jornalistas, Bruni informou que Francisco continua com a terapia e os exames.
Mais atualizações no final da tarde
A febre do Papa não aumentou e haverá mais atualizações sobre sua condição de saúde no final da tarde. A Sala de Imprensa Vaticana informou na noite de sexta-feira, 14 de fevereiro, após Francisco ter sido internado no Hospital Gemelli, que ele estava com uma “febre leve” e que havia iniciado a terapia farmacológica hospitalar. Fonte: https://www.vaticannews.va
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Pontífice sofreu com série de problemas de saúde nos últimos anos, o que o levou a adiar excursões ou descansar por alguns dias devido a dores no joelho e no quadril
Papa Francisco durante Santa Missa do Jubileu das Forças Armadas, polícia e agentes de segurança — Foto: ALBERTO PIZZOLI/AFP
Diagnosticado com bronquite, o Papa Francisco, de 88 anos, foi internado em um hospital em Roma nesta sexta-feira para exames e tratamento de uma bronquite persistente, anunciou o Vaticano. O pontífice, que tem apresentado falta de ar nos últimos dias e delegado a leitura de seus discursos a outros oficiais, foi internado após suas audiências matinais, informou a Santa Sé.
Neste domingo, o papa precisou delegar a leitura de um discurso a um assessor, durante a Santa Missa do Jubileu das Forças Armadas, polícia e agentes de segurança. Na quinta-feira, a Santa Sé anunciou que o Pontífice realizaria as reuniões em sua casa no Vaticano pelos próximos dias. Na véspera, o líder da Igreja Católica já havia pedido a um assessor que lesse seu catecismo em sua audiência semanal, porque ele estava com um "resfriado forte" que dificultava sua "fala".
Depois de passar o discurso a um assessor durante a homilia deste domingo, o Papa retomou a leitura para a oração mais curta do Angelus, onde rezou pela paz em diversas zonas de conflito ao redor do mundo.
— Rezemos pela paz (...) Que as armas se calem em todos os lugares e que os gritos dos povos que pedem paz sejam ouvidos — acrescentou Francisco no final da oração do Angelus.
Há uma semana, o Pontífice já parecia um pouco sem fôlego durante sua oração do Angelus. No discurso deste domingo, Francisco dirigiu-se às forças armadas, dizendo que elas deveriam se considerar "servidoras da segurança e da liberdade de seu povo".
— Este serviço armado deve ser exercido somente em legítima defesa, nunca para impor domínio sobre outras nações e sempre respeitando as convenções internacionais sobre conflitos — finalizou o argentino durante a missa.
O chefe da Igreja Católica, que assumiu o cargo em 2013, sofreu vários problemas de saúde nos últimos anos. As doenças o forçaram a adiar excursões ou descansar por alguns dias devido a dores no joelho e no quadril, e até mesmo a passar por uma cirurgia abdominal.
Em 2023, Francisco, que teve parte de um dos pulmões removido quando era jovem, ficou hospitalizado por três noites com bronquite e se recuperou com antibióticos. Quando ele era jovem, parte de um dos seus pulmões foi removido. Fonte: https://oglobo.globo.com
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Homenagem a Dorothy Stang volta ao altar de igreja, após matéria da Repórter Brasil
Freiras da mesma congregação de Dorothy (à esq.) foram recebidas pelo bispo Dom João e pelo padre Josemar (à dir.) na missa do último domingo (9), quando o altar com a homenagem a Dorothy foi descoberto (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Por Daniel Camargos
DEZ DIAS APÓS a Repórter Brasil revelar que um pano cobria o fundo do altar da Igreja Santa Luzia, em Anapu, no Pará, ocultando a pintura em homenagem à memória de Dorothy Stang, o bispo da Diocese do Xingu, Dom Frei João Muniz Alves, interveio e determinou que a imagem da religiosa fosse definitivamente descoberta.
A missionária católica norte-americana foi executada com seis tiros há 20 anos, em 12 de fevereiro de 2005, em um crime que chocou o mundo. Para amigos da missionária e movimentos sociais, a cobertura da pintura representava uma tentativa de “invisibilizar” a luta pela reforma agrária em uma região marcada por décadas de sangrentos conflitos fundiários.
“Dorothy é um ícone desta região. É uma força mística”, afirmou Dom João, que celebrou, no último domingo (9), a missa de abertura do ano jubilar da Diocese de Altamira, comemorado a cada 25 anos a partir do nascimento de Jesus Cristo, na Paróquia Santa Luzia, em Anapu.
“A maneira como ela foi assassinada revolta e desperta solidariedade em tantas pessoas ao redor do mundo, não apenas por sua história, mas pelo povo que ela serviu”, completou o bispo.
Ele descreveu a missionária como uma mulher corajosa e, após listar suas iniciativas nas áreas de educação e assistência social, destacou que sua morte está diretamente ligada às questões agrárias.
Anapu é uma das cidades mais violentas da região e é palco de inúmeros conflitos por terra. Ocupa o 13º lugar no ranking de mortes violentas intencionais nas cidades da Amazônia Legal, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Com uma população de 35 mil habitantes, o município se espalha por um vasto território, equivalente a oito vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
Desde o assassinato de Dorothy, outras 21 pessoas foram executadas por disputas de terra, conforme levantamento da CPT (Comissão Pastoral da Terra), organismo da igreja católica que atua junto a trabalhadores rurais. O nome de todas elas está em um cruz vermelha cravada na sepultura da missionária.
Homenagem Permanente
Após as palavras do bispo, o padre de Anapu, Josemar Lourenço, assegurou que a homenagem não será mais coberta. Antes da intervenção do bispo, ele havia justificado o uso do pano como um pedido da comunidade. “A maioria dos fiéis dizia que, ao rezar, não gostava de ver a pintura e os desenhos”, explicou o padre, que é ex-investigador da Polícia Civil da Paraíba e foi ordenado há quatro anos.
Criado em 2009, o painel retrata Jesus Cristo crucificado em uma árvore, vestido com roupas simples, chapéu de palha e pele queimada pelo sol, remetendo a um posseiro ou trabalhador rural sem terra. Ao lado dele, sobre troncos de árvores cortadas, estão representados a irmã Dorothy e o padre Josimo Tavares, assassinado em 1986 no Maranhão após ameaças de fazendeiros. Assim como a missionária, Josimo fazia parte da CPT.
“Uma minoria dos fiéis não quer a pintura, mas os pobres, em sua grande maioria, a defendem”, disse a freira Jane Dwyer, da mesma ordem religiosa de Dorothy, a Notre Dame de Namur. Aos 84 anos, Jane continua o trabalho missionário que sua companheira realizava.
Durante a missa de domingo, fiéis levaram cartazes destacando as obras de Dorothy durante o ofertório. Além da luta pela reforma agrária e pela preservação da floresta, a missionária foi essencial na criação de escolas e na emancipação de Anapu.
Nascida em 1931 em Ohio (Colorado), nos Estados Unidos, Dorothy chegou ao Brasil 30 anos depois e viveu no interior do Maranhão, Ceará e Paraíba. Em 1982, estabeleceu-se em Anapu, na região do médio Xingu paraense, onde foi assassinada aos 73 anos.
A freira trabalhou diretamente com comunidades amazônicas, defendendo pobres, indígenas, ribeirinhos e trabalhadores rurais contra a exploração da terra, o desmatamento ilegal e a violência. Ficou conhecida por sua coragem e determinação ao enfrentar os interesses de fazendeiros e grileiros.
Seu trabalho incluía a organização política das comunidades, o mapeamento de áreas de conflito, a denúncia de crimes ambientais e a defesa dos Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDS), modelo de reforma agrária que busca conciliar a preservação da floresta com a produção de alimentos. Dorothy também atuava na formação de mulheres rurais, promovendo cursos sobre direitos sociais, saúde, maternidade e sexualidade.
Passados 20 anos, os PDS enfrentam invasões e desmatamento. A área ocupada pela agropecuária em projetos de desenvolvimento sustentável saltou de 4,38% para 22,27%, entre 2005 e 2023, segundo levantamento publicado pela Agência Pública.
Foi justamente em um PDS, o Esperança, que a missionária foi executada. Demonstrando paciência e coragem até o último instante, ela tentou dissuadir os assassinos contratados para matá-la.
Segundo os depoimentos dos criminosos à Justiça, Dorothy lhes disse: “Olha, meu filho, eu sei como é. Vocês são mandados como soldados. Vocês querem terra? Venham junto com a gente”. Em seguida, abriu a Bíblia e leu um trecho do Sermão da Montanha, do Evangelho de Mateus: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus”. Logo após, recebeu o primeiro tiro na barriga. Caída, foi alvejada outras cinco vezes.
A memória de Dorothy Stang é celebrada em romarias e vigílias, e seu nome é lembrado como exemplo de coragem e compromisso com os mais vulneráveis. Nos Estados Unidos, recebeu diversas homenagens, e o dia de sua morte foi proclamado “Dia Dorothy Stang” no estado de Colorado. Há um mês, uma vigília em sua homenagem foi realizada no Vaticano.
Nesta quarta-feira (12), às 9h, quando sua execução completa exatos 20 anos, será realizada uma celebração junto ao seu túmulo, em um espaço da CPT, em Anapu.
A homenagem será conduzida pelo bispo emérito de Altamira, Dom Erwin Krautler, o mesmo que, em 2005, celebrou sua missa de corpo presente. Na ocasião, ele declarou: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos. Sim, Dorothy deu sua vida! Deu o testemunho mais eloquente de seu amor: derramou seu sangue”. Fonte: https://reporterbrasil.org.br
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Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
Celebramos no dia 11 de fevereiro a memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, intercessora dos enfermos. Por isso, no dia dedicado a Ela, é comemorado o Dia Mundial dos Doentes. Nessa celebração, temos a oportunidade de confiar todos os enfermos aos cuidados de Nossa Senhora de Lourdes.
Nesse dia dedicado a Nossa Senhora de Lourdes, agradeçamos a todas as pessoas que fazem parte da Pastoral da Saúde. Normalmente, nesse dia, os membros da pastoral poderiam renovar seu compromisso com o serviço aos doentes, e novos membros acolhidos. O serviço prestado aos enfermos é cumprir um mandato do próprio Jesus, que recomendou aos discípulos que cuidassem dos enfermos. É gratificante poder levar Jesus Eucarístico aos enfermos e anunciar-lhes a Palavra de Deus. Os membros da Pastoral da Saúde fazem a intermediação entre os doentes e o sacerdote.
Nossa Senhora de Lourdes, além de ser intercessora dos doentes, também é dos desempregados. Por isso, nesse dia, peçamos a intercessão de Nossa Senhora de Lourdes por todos os doentes e desempregados. Se temos algum enfermo em casa, recorramos à intercessão dela por todos eles e por todos os desempregados também.
Recorramos à Mãe que o Filho atende, peçamos a intercessão dela por nós e que Ela passe na frente de nossos problemas. Se possível, participe da Santa Missa nesse dia dedicado a Nossa Senhora de Lourdes e reze com fé, pedindo a intercessão de Nossa Senhora. O dia de Nossa Senhora de Lourdes será numa terça-feira. Mesmo com o trabalho e o estudo, se possível, participe da Santa Missa nesse dia.
A aparição de Nossa Senhora em Lourdes deu-se no ano de 1858. Ela apareceu por dezoito vezes nas cercanias de Lourdes, na gruta de Massabielle, a uma jovem chamada Bernadete, hoje canonizada e conhecida como Santa Bernadete. Santa Bernadete deixou um escrito sobre as aparições de Nossa Senhora, que consta no Ofício das Leituras.
Nesse escrito, Santa Bernadete conta que, em certo dia, foi com duas meninas às margens do rio Gave buscar lenha. Elas ouviram um barulho, como que de troncos de árvores se mexendo, mas não viram nada. Santa Bernadete levantou a cabeça, avistou a gruta e viu uma Senhora vestida de branco. A imagem que Bernadete viu é semelhante à que conhecemos hoje. Nossa Senhora estava com um vestido branco, uma faixa azul na cintura e uma rosa de ouro em cada pé, da cor do rosário que ela trazia.
Nas duas primeiras aparições, Nossa Senhora não falou nada. Somente na terceira perguntou a Santa Bernadete se ela poderia voltar ali durante quinze dias. Bernadete fez como Nossa Senhora havia pedido e, durante quinze dias, voltou à gruta. Nossa Senhora lhe apareceu todos os dias, com exceção de uma segunda e de uma sexta-feira. Nossa Senhora pediu que Bernadete fosse até os sacerdotes e pedisse para construir uma capela em honra a Ela naquele local. Nossa Senhora ainda pediu que ela fosse se lavar na água da gruta e rezasse pela conversão dos pecadores.
Nossa Senhora não disse a Bernadete quem era nas quatorze primeiras aparições, mas apenas sorria para a menina. Finalmente, no último dia, com os braços e olhos erguidos para o céu, disse que era a Imaculada Conceição.
Nessa aparição em especial, Nossa Senhora pede o essencial para que toda a humanidade possa ser feliz: a conversão dos pecadores. A humanidade só será feliz completamente se todos se converterem para Deus. O que Deus deseja é a conversão dos pecadores. Ele quer salvar a todos e não condenar nem julgar. Hoje em dia, mais do que nunca, é necessário rezar para que muitos corações se convertam a Deus e a humanidade possa viver em paz. As guerras, as injustiças e a violência só acabarão quando as pessoas se voltarem para Deus. Como seria bom se Nossa Senhora aparecesse hoje e pedisse que o coração de muitas pessoas voltasse para Deus!
Rezemos a Nossa Senhora de Lourdes para que a humanidade tenha mais paz e cesse a violência. Rezemos também por todas as vítimas dessas guerras e, sobretudo, pelos enfermos desses locais, onde muitas vezes o atendimento médico fica prejudicado por conta dos conflitos. Rezemos ainda pelo fim das pandemias, pestes e doenças contagiosas. Que possamos ter saúde para louvar e agradecer a Deus. Aproveitemos e peçamos saúde para nós mesmos e para nossos familiares. Peçamos ainda a Nossa Senhora que interceda pela humanidade e que muitos corações se voltem para Deus, como era o desejo de Nossa Senhora: que todos os pecadores se convertam.
A aparição de Nossa Senhora de Lourdes aconteceu quatro anos após a proclamação do dogma da Imaculada Conceição. Aos poucos, a devoção a Nossa Senhora de Lourdes foi crescendo, e até hoje muitas pessoas acorrem ao seu Santuário. Muitos milagres aconteceram e muitos outros continuam a acontecer. Rezemos para que Nossa Senhora faça ainda mais milagres e para que a humanidade possa viver tempos de paz, e todos possam ter saúde e acesso aos hospitais.
Neste dia 11 de fevereiro, recomendemos à Virgem Maria todos os enfermos e que, por intercessão dela, muitos possam encontrar a cura de suas enfermidades. Esse dia é o Dia Mundial dos Enfermos, ou seja, somos convidados a rezar não só pelos doentes de nossa família, mas pelos doentes do mundo inteiro. Que todos os povos tenham condições dignas de saúde e possam ser bem atendidos nos hospitais locais. A Pastoral da Saúde atua também junto aos doentes para que tenham condições de tratamento digno e para que todos possam ser tratados com carinho.
Celebremos com alegria a memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes e que, por intercessão dela, possamos viver tempos de paz. Que possamos ser confortados através de sua presença materna e, se perdemos algum ente querido por motivo de doença, tenhamos a certeza de que um dia reencontraremos essa pessoa na eternidade, junto com Nossa Senhora. Fonte: https://www.cnbb.org.br
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1) Oração
Velai, ó Deus, sobre a vossa família, com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 6, 53-56)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 53Navegaram para o outro lado e chegaram à região de Genesaré, onde aportaram. 54Assim que saíram da barca, o povo o reconheceu. 55Percorrendo toda aquela região, começaram a levar, em leitos, os que padeciam de algum mal, para o lugar onde ouviam dizer que ele se encontrava. 56Onde quer que ele entrasse, fosse nas aldeias ou nos povoados, ou nas cidades, punham os enfermos nas ruas e pediam-lhe que os deixassem tocar ao menos na orla de suas vestes. E todos os que tocavam em Jesus ficavam sãos. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
O texto do Evangelho de hoje é a parte final do conjunto mais amplo de Marcos 6,45-56 que compreende três assuntos diferentes: 1) Jesus sobe sozinho a montanha para rezar (Mc 6,45-46). 2) Em seguida, andando sobre as águas, ele vai ao encontro dos discípulos que lutam contra as ondas do mar (Mc 6,47-52). 3) Agora, no evangelho de hoje, estando já em terra Jesus é procurado pelo povo que a cura das suas enfermidades (Mc 6,53-56).
Marcos 6,53-56. A busca do povo.
“Acabando de atravessar, chegaram à terra, em Genesaré, e amarraram a barca. Logo que desceram da barca, as pessoas imediatamente reconheceram Jesus”. O povo vai em massa atrás de Jesus. Eles vêm de todos os lados, carregando seus doentes. O que chama a atenção é o entusiasmo do povo que reconheceu Jesus e vai atrás dele. O que o move nesta busca de Jesus não é só o desejo de encontrar-se com ele, de estar com ele, mas também o desejo de obter a cura das suas doenças. “Iam de toda a região, levando os doentes deitados em suas camas para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava. E onde ele chegava, tanto nos povoados como nas cidades ou nos campos, colocavam os doentes nas praças e pediam que pudessem ao menos tocar a barra da roupa de Jesus. E todos os que tocaram, ficaram curados”. O evangelho de Mateus comenta e ilumina este fato citando a figura do Servo de Javé, do qual Isaías diz: “Carregou sobre si as nossas enfermidades” (Is 53,4 e Mt 8,16-17)
Ensinar e curar, curar e ensinar. Desde o começo da sua atividade apostólica, Jesus anda por todos os povoados da Galiléia para falar ao povo sobre o Reino de Deus que estava chegando (Mc 1,14-15). Onde encontra gente para escutá-lo, ele fala e transmite a Boa Nova de Deus, acolhe e cura os doentes, em qualquer lugar: nas sinagogas durante a celebração da Palavra nos sábados (Mc 1,21; 3,1; 6,2); em reuniões informais nas casas de amigos (Mc 2,1.15; 7,17; 9,28; 10,10); andando pelo caminho com os discípulos (Mc 2,23); ao longo do mar na praia, sentado num barco (Mc 4,1); no deserto para onde se refugiou e onde o povo o procurava (Mc 1,45; 6,32-34); na montanha, de onde proclamou as bem-aventuranças (Mt 5,1); nas praças das aldeias e cidades, onde povo carregava seus doentes (Mc 6,55-56); no Templo de Jerusalém, por ocasião das romarias, diariamente, sem medo (Mc 14,49)! Curar e ensinar, ensinar e curar era o que Jesus mais fazia (Mc 2,13; 4,1-2; 6,34). Era o costume dele (Mc 10,1). O povo ficava admirado (Mc 12,37; 1,22.27; 11,18) e o procurava em massa.
Na raiz deste grande entusiasmo do povo estava, de um lado, a pessoa de Jesus que chamava e atraía, e, de outro lado, o abandono do povo que era como ovelha sem pastor (cf. Mc 6,34). Em Jesus, tudo era revelação daquilo que o animava por dentro! Ele não só falava sobre Deus, mas também o revelava. Comunicava algo do que ele mesmo vivia e experimentava. Ele não só anunciava a Boa Nova do Reino. Ele mesmo era uma amostra, um testemunho vivo do Reino. Nele aparecia aquilo que acontece quando um ser humano deixa Deus reinar, tomar conta de sua vida. O que vale não são só as palavras, mas também e sobretudo o testemunho, o gesto concreto. Esta é a Boa Nova do Reino que atrai!
4) Para um confronto pessoal
- O entusiasmo do povo em busca de Jesus, em busca de um sentido para a vida e uma solução para os seus males. Onde existe isto hoje? Existe em você, existe em mim?
- O que chama a atenção é a atitude carinhosa de Jesus para com os pobres e abandonados. E eu, como me comporto com as pessoas excluídas da sociedade?
5) Oração final
Ó Senhor, quão variadas são as vossas obras! Feitas, todas, com sabedoria, a terra está cheia das coisas que criastes. Bendize, ó minha alma, ao Senhor! (Sl 103, 24.35c)
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Estima-se que um terço dos bens tombados pelo Iphan são da Igreja Católica
Teto da Igreja de São Francisco desaba em Salvador — Foto: Defesa Civil de Salvador
Por Ancelmo Gois
Considerando o desabamento do teto da Igreja e Convento de São Francisco de Assis, em Salvador, patrimônio histórico nacional e mundial, ocorrido na semana passada, o procurador da República Sergio Gardenghi Suima instaurou um procedimento sobre os bens da Igreja.
Estima-se que um terço dos bens tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional é da Igreja Católica. O acidente ocorrido em Salvador deixou uma pessoa morta.
É necessário, segundo o Ministério Público Federal, que a CNBB e os órgãos da Cúpula da Igreja se envolvam mais nesse tema da preservação de seus bens, em diálogo com o Iphan. Fonte: https://oglobo.globo.com
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Pontífice de 88 anos realizava cerimônia para militares no Vaticano; ele rezou também pela paz em áreas de conflito
Recife
O papa Francisco teve dificuldade respiratória e precisou interromper um discurso durante cerimônia no Vaticano neste domingo (9). O pontífice pediu para um auxiliar continuar a leitura do texto.
"Agora peço desculpas e peço ao mestre para continuar a leitura, porque estou com dificuldades para respirar", disse Francisco, que lia o discurso sentado em uma plataforma elevada na Praça São Pedro.
Em seguida, o pontífice argentino, de 88 anos de idade, foi aplaudido pelas centenas de presentes na missa do Jubileu das Forças Armadas, polícia e agentes de segurança.
Coube ao arcebispo Diego Ravelli a continuidade da leitura da homilia. O evento realizado neste domingo (9) faz parte do Jubileu, celebração católica que acontece a cada 25 anos e que é tida pela Igreja como um período de perdão, reconciliação e renovação espiritual.
Segundo a agência de notícias italiana Ansa, cerca de 30 mil militares estavam no local neste domingo.
Após a repassar a leitura da homilia, o papa realizou uma oração mais curta. Francisco rezou pela paz nas diversas zonas de conflito no mundo e disse que as forças armadas só devem ser usadas na defesa legítima e nunca para dominar outro país.
"Este serviço armado só tem de exercer defesa própria, nunca para impor o domínio sobre outras nações e sempre respeitar as convenções internacionais sobre conflitos", disse o bispo de Roma.
Na quarta-feira (5), o papa Francisco disse que estava sofrendo de um "forte resfriado" e pediu a um auxiliar para ler sua mensagem preparada para sua audiência geral semanal no Vaticano. Na ocasião, a Santa Sé informou que ele iria realizar reuniões em sua casa no Vaticano, na sexta e no sábado, para descansar, pois sofre de bronquite.
Francisco é papa desde março de 2013, quando foi escolhido no conclave após a renúncia de Bento XVI, papa emérito por quase uma década. Nos últimos dois anos, o atual líder da Igreja Católica sofreu de gripe e problemas de saúde relacionados várias vezes —quando era jovem, parte de um de pulmões de Francisco foi removida.
O papa também sofreu duas quedas recentemente em sua residência no Vaticano, machucando a bochecha em dezembro e ferindo o braço em janeiro. Em 2021, ele foi submetido a uma cirurgia no cólon, parte do intestino grosso. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
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Deixaram tudo e seguiram a Jesus!
Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringa (PR)
A liturgia deste domingo fala-nos de “vocação”. Lembra-nos que Deus conta conosco para concretizar o seu projeto de salvação para o mundo e para os homens. Desafia-nos a responder com generosidade ao chamamento de Deus. A Palavra de Deus nos motiva a dar a resposta da fé: aqui estamos, envia-nos! Acolher a Palavra de Deus significa nos deixarmos moldar pela graça divina e nos dispormos a avançar na missão de anunciar o Evangelho.
A primeira leitura – Is 6,1-8 – traz-nos a descrição plástica do chamamento de um profeta – Isaías. Enquanto dialoga com Deus, Isaías apercebe-se de que Deus tem planos para ele. Apesar de se sentir frágil e indigno, Isaías abraça o convite de Deus e responde, com toda a convicção: “eis-me aqui: podeis enviar-me”. A resposta de Isaías poderia muito bem ser o modelo da nossa resposta ao Deus que chama. Diante da arca da Aliança, o profeta adquire profunda consciência da grandeza de Deus e, ao mesmo tempo, reconhece sua pequenez. Ao ser purificado pelo Senhor, põe-se à sua disposição.
No Evangelho – Lc 5,1-11 –, Lucas oferece-nos uma imagem do “barco de Simão Pedro”, metáfora da comunidade cristã. Jesus está lá, sentado a ensinar todos aqueles que se dispõem a escutá-l’O. Os que viajam nesse barco devem orientar-se pela Palavra e pelas indicações de Jesus. O Mestre quer entregar-lhes uma missão: serem “pescadores de homens”. Eles são chamados a trabalhar com Jesus na libertação de todos os homens e mulheres afogados no sofrimento sem sentido. Ao mandato do Mestre Jesus, os apóstolos conseguem grande pescaria e são desafiados a lançar as redes em “águas mais profundas”. De pescadores de peixes tornam-se “pescadores de gente”. Não importam os fracassos e desafios, o importante é lançar as redes.
Terminado seu discurso para o povo, Jesus se volta para Simão e lhe faz uma proposta: Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca” (Lc 5, 4). Lançam-se as redes e acontece a pesca milagrosa. O versículo 8 é o reconhecimento de Pedro de quem era Jesus. No versículo 10b, Jesus chama diretamente a Simão. O Senhor continua a chamar, incansavelmente, cada um de nós em nossas realidades, desafios e esperança.
O desafio que se nos apresenta é anunciar o Evangelho ao mundo, s em ser do mundo (cf. Jo 15,19), ainda que sob o risco de enfrentar tempestades. Essa missão realizamos juntos. A tarefa se inicia com poucos, mas logo se torna abrangente: “fizeram sinal aos companheiros da outra barca, para que viessem ajudá-los” (Lc 5, 7).
A missão nunca é desempenhada solitariamente. Devemos anunciar o Evangelho de maneira sinodal e comunitária. É no diálogo e na participação que a Igreja se renova. Desse modo, as redes dos primeiros discípulos tornam-se imagem de uma Igreja “rede de relações”.
Que este Jubileu da Esperança possa ser um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, porta de salvação (Jo 10,7.9); com ele, que a Igreja tem por missão anunciar sempre, em toda parte e a todos, como sendo a nossa esperança.
Na segunda leitura – 1Cor 15,1-11 –, São Paulo fala-nos da ressurreição de Cristo, uma realidade que nos abre perspectivas novas e que nos permite encarar a vida com esperança. Recorda-nos que somos chamados – como o próprio Paulo foi – a acreditarmos e a sermos testemunhas da vida nova que brota de Jesus e da sua proposta. São Paulo reconhece sua fraqueza ao perseguir a Igreja, mas deixa tudo isso para trás a fim de se dedicar à evangelização. Todo bem que fazemos deve ser atribuído à graça de Deus, na qual podemos confiar, deixando para trás o que passou e assumindo nosso compromisso.
Nossas comunidades são chamadas por Jesus e pela Igreja a ouvir a sua Palavra de Salvação, acolhê-la com afetuosa atenção e lançar as redes em águas mais profundas. Levemos a doçura do Evangelho para aspergir esperança no mundo! Deixemos tudo para seguir a Jesus e anunciá-Lo ao mundo que precisa de esperança cristã! Fonte: https://www.cnbb.org.br
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1) Oração
Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o coração, e amar todos os homens com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 6, 14-29)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 14O rei Herodes ouviu falar de Jesus, cujo nome se tornara célebre. Dizia-se: João Batista ressurgiu dos mortos e por isso o poder de fazer milagres opera nele. 15Uns afirmavam: É Elias! Diziam outros: É um profeta como qualquer outro. 16Ouvindo isto, Herodes repetia: É João, a quem mandei decapitar. Ele ressuscitou! 17Pois o próprio Herodes mandara prender João e acorrentá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, mulher de seu irmão Filipe, com a qual ele se tinha casado. 18João tinha dito a Herodes: Não te é permitido ter a mulher de teu irmão. 19Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, não o conseguindo, porém. 20Pois Herodes respeitava João, sabendo que era um homem justo e santo; protegia-o e, quando o ouvia, sentia-se embaraçado. Mas, mesmo assim, de boa mente o ouvia. 21Chegou, porém, um dia favorável em que Herodes, por ocasião do seu natalício, deu um banquete aos grandes de sua corte, aos seus oficiais e aos principais da Galiléia. 22A filha de Herodíades apresentou-se e pôs-se a dançar, com grande satisfação de Herodes e dos seus convivas. Disse o rei à moça: Pede-me o que quiseres, e eu to darei. 23E jurou-lhe: Tudo o que me pedires te darei, ainda que seja a metade do meu reino. 24Ela saiu e perguntou à sua mãe: Que hei de pedir? E a mãe respondeu: A cabeça de João Batista. 25Tornando logo a entrar apressadamente à presença do rei, exprimiu-lhe seu desejo: Quero que sem demora me dês a cabeça de João Batista. 26O rei entristeceu-se; todavia, por causa da sua promessa e dos convivas, não quis recusar. 27Sem tardar, enviou um carrasco com a ordem de trazer a cabeça de João. Ele foi, decapitou João no cárcere, 28trouxe a sua cabeça num prato e a deu à moça, e esta a entregou à sua mãe. 29Ouvindo isto, os seus discípulos foram tomar o seu corpo e o depositaram num sepulcro. - Palavra da salvação.
3) Reflexão Marcos 6,14-29
O evangelho de hoje descreve como João Batista foi vítima da corrupção e da prepotência do Governo de Herodes. Foi morto sem processo, durante um banquete de Herodes com os grandes do reino. O texto traz muitas informações sobre o tempo em que Jesus vivia e sobre a maneira como era exercido o poder pelos poderosos da época. Desde o começo do evangelho de Marcos ficou um suspense. Ele tinha dito: “Depois que João foi preso, Jesus voltou para a Galiléia e começou a anunciar a Boa Nova de Deus!” (Mc 1,14). No evangelho de hoje, como que de repente, ficamos sabendo que Herodes já tinha matado João Batista. Assim, na cabeça do leitor e da leitora, vem logo a pergunta: ”E o que será que ele vai fazer com Jesus? Vai dar a ele o mesmo destino?” Além disso, ao fazer um balanço das opiniões do povo e de Herodes sobre Jesus, Marcos provoca uma outra pergunta: “Quem é Jesus?” Esta última pergunta vai crescendo ao longo do evangelho até receber a resposta definitiva pela boca do centurião ao pé da Cruz: "De fato, esse homem era mesmo Filho de Deus!" (Mc 15,39)
Marcos 6,14-16. Quem é Jesus?
O texto começa com um balanço das opiniões do povo e de Herodes sobre Jesus. Alguns associavam Jesus com João Batista e Elias. Outro o identificavam como um Profeta, isto é, como alguém que falava em nome de Deus, que tinha a coragem de denunciar as injustiças dos poderosos e que sabia animar a esperança dos pequenos. As pessoas procuravam compreender Jesus a partir das coisas que elas mesmas conheciam, acreditavam e esperavam. Tentavam enquadrá-lo dentro dos critérios familiares do Antigo Testamento com suas profecias e esperanças, e da Tradição dos Antigos com suas leis. Mas eram critérios insuficientes. Jesus não cabia lá dentro. Ele era maior!
Marcos 6,17-20. A causa do assassinato de João.
Galiléia, terra de Jesus, era governada por Herodes Antipas, filho do rei Herodes, o Grande, desde 4 antes de Cristo até 39 depois de Cristo. Ao todo, 43 anos! Durante todo o tempo que Jesus viveu, não houve mudança de governo na Galiléia! Herodes Antipas era dono absoluto de tudo, não prestava conta a ninguém, fazia o que bem entendia. Prepotência, falta de ética, poder absoluto, sem controle por parte do povo! Mas quem mandava mesmo na Palestina, desde 63 antes de Cristo, era o Império Romano. Herodes, para não ser deposto, procurava agradar a Roma em tudo. Insistia sobretudo numa administração eficiente que desse lucro ao Império. A preocupação dele era a sua própria promoção e segurança. Por isso, reprimia qualquer tipo de subversão. Flávio José, um escritor daquela época, informa que o motivo da prisão de João Batista era o medo que Herodes tinha de um levante popular. Herodes gostava de ser chamado de benfeitor do povo, mas na realidade era um tirano (cf. Lc 22,25). A denúncia de João contra ele (Mc 6,18), foi a gota que fez transbordar o copo, e João foi preso.
Marcos 6,21-29: A trama do assassinato.
Aniversário e banquete de festa, com danças e orgias! Era o ambiente em que se costuravam as alianças. A festa contava com a presença “dos grandes da corte, dos oficiais e das pessoas importantes da Galiléia”. É nesse ambiente que se trama o assassinato de João Batista. João, o profeta, era uma denúncia viva desse sistema corrupto. Por isso foi eliminado sob pretexto de um problema de vingança pessoal. Tudo isto revela a fraqueza moral de Herodes. Tanto poder acumulado na mão de um homem sem controle de si! No entusiasmo da festa e do vinho, Herodes fez um juramento leviano a uma jovem dançarina. Supersticioso como era, pensava que devia manter esse juramento. Para Herodes, a vida dos súditos não valia nada. Dispunha deles como dispunha da posição das cadeiras na sala. Marcos conta o fato tal qual e deixa às comunidades e a nós a tarefa de tirarmos as conclusões.
4) Para um confronto pessoal
- Você conhece casos de pessoas que morreram vítimas da corrupção e da dominação dos poderosos? E na nossa comunidade e na igreja, há vítimas de desmando e de autoritarismo?
- 2. Herodes, o poderoso que pensava ser o dono da vida e da morte do povo, era um grande supersticioso com medo diante de João Batista. Era um covarde diante dos grandes. Um bajulador corrupto diante da moça. Superstição, covardia e corrupção marcavam o exercício do poder de Herodes. Compare com o exercício do poder religioso e civil hoje nos vários níveis da sociedade e da Igreja.
5) Oração final
Os caminhos de Deus são perfeitos, a palavra do Senhor é pura. Ele é o escudo de todos os que nele se refugiam. (Sl 17, 31)
- Detalhes
Não falta dinheiro, mas uma rotina de cuidado com as relíquias históricas e com a segurança dos turistas
O interior da Igreja da Ordem Primeira de São Francisco, em Salvador, onde teto desabou — Foto: Defesa Civil de Salvador/05-02-2025
O desabamento do teto da Igreja da Ordem Primeira de São Francisco, no Centro Histórico de Salvador, mostra o descaso com que o Brasil trata os turistas e o patrimônio histórico. A tragédia matou uma jovem de 26 anos, feriu cinco visitantes e destruiu uma relíquia do barroco brasileiro. Era notória a precariedade do templo, conhecido como Igreja de Ouro e considerado uma das sete maravilhas de origem portuguesa no mundo.
Dois dias antes da tragédia, o frei Pedro Júnior Freitas da Silva, guardião-diretor da igreja, alertara o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) sobre a dilatação no teto e pedira vistoria. A inspeção estava prevista para esta quinta-feira, mas o desabamento não esperou os trâmites burocráticos. A fissura no teto era só uma das muitas carências da igreja. Em 2023, reportagem do portal g1 revelou o estado do edifício. Havia pilastras sem reboco, piso desnivelado, fiação exposta e, em alguns lugares do complexo religioso, o teto estava escorado em ripas de madeira. Um dos pátios fora parcialmente interditado devido ao risco de queda de um pináculo, depois removido.
Como é costume nas tragédias nacionais, consumado o desabamento, iniciou-se um jogo de empurra sobre a responsabilidade. O Iphan informou que vistorias não acontecem todo dia, mas apenas quando é detectado um problema. Alegou que o pedido foi feito pelo protocolo normal, sem urgência. Para situações de emergência, disse o instituto, a igreja deveria ter procurado a Defesa Civil ou o Corpo de Bombeiros. A Defesa Civil de Salvador argumentou que, embora tivesse conhecimento do comprometimento de algumas partes da estrutura, não havia risco de desabamento, por isso o prédio não foi interditado. E o Corpo de Bombeiros se disse surpreso.
O acidente expõe o pouco-caso com o patrimônio nacional. Na prática, não existe rotina de cuidado com relíquias como a Igreja de Ouro, construída entre os séculos XVII e XVIII e tombada pelo Iphan desde os anos 1930. Quando acontece uma tragédia, todos se eximem de responsabilidade. A queda do teto está longe de ser caso isolado. A preservação de edifícios históricos deixa a desejar em todo o Brasil. Em 2018, um incêndio destruiu o Museu Nacional, no Rio, incinerando um acervo de valor inestimável — o museu não tinha proteção contra fogo. O patrimônio da Bahia, diz Luiz Alberto de Freire, da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), está “seriamente comprometido” com a falta de manutenção. Ele cita como exemplo o Convento de Santa Teresa, de 1686, sede do Museu de Arte Sacra da UFBA.
Tão importante quanto investigar o desabamento e punir os responsáveis pela morte da jovem é evitar que ocorram casos semelhantes. É preciso identificar as construções que correm maior risco e recuperá-las, antes que desabem ou sejam destruídas por incêndios. Compreende-se que prédios erguidos séculos atrás acumulem problemas estruturais, mas outros países mantêm conservadas construções muito mais antigas.
Não se pode dizer que faltem recursos. No fim do ano passado, o governo reservou R$ 1,77 bilhão para emendas parlamentares de comissão (de um total de R$ 4,2 bilhões bloqueados pelo STF). O Ministério do Turismo ficou com o maior quinhão: R$ 441 milhões. Quanto dessa bolada foi destinado ao restauro ou à preservação do patrimônio? Fonte: https://oglobo.globo.com
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1) Oração
Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o coração, e amar todos os homens com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 6, 1-6)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 1Jesus foi a Nazaré, sua terra, seguido de seus discípulos. 2Quando chegou o dia de sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos o ouviam e, tomados de admiração, diziam: Donde lhe vem isso? Que sabedoria é essa que lhe foi dada, e como se operam por suas mãos tão grandes milagres? 3Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vivem aqui entre nós também suas irmãs? E ficaram perplexos a seu respeito. 4Mas Jesus disse-lhes: Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e na sua própria casa. 5Não pôde fazer ali milagre algum. Curou apenas alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. 6Admirava-se ele da desconfiança deles. E ensinando, percorria as aldeias circunvizinhas. - Palavra da salvação.
3) Reflexão Marcos 6,1-6
O evangelho de hoje fala da visita de Jesus a Nazaré e descreve como o povo de Nazaré se fechou e não quis aceita-lo (Mc 6,1-6). O evangelho de amanhã descreve como Jesus se abriu para o povo da Galiléia enviando seus discípulos em missão (Mc 6,7-13).
Marcos 6,1-2ª: Jesus volta para Nazaré
“Jesus foi para Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. Quando chegou o sábado, Jesus começou a ensinar na sinagoga”. Sempre é bom voltar para a terra da gente e reencontrar as pessoas amigas. Após longa ausência, Jesus também voltou e, como de costume, no dia de sábado, foi na sinagoga participar da reunião da comunidade. Jesus não era coordenador da comunidade, mesmo assim ele tomou a palavra e começou a ensinar. Sinal de que as pessoas podiam participar e expressar sua opinião.
Marcos 6,2b-3: Reação do povo de Nazaré frente a Jesus.
O povo de Cafarnaum tinha aceitado o ensinamento de Jesus (Mc 1,22), mas o povo de Nazaré não gostou das palavras de Jesus e ficou escandalizado. Motivo? Jesus, o moço que eles conheciam desde criança, como é que ele agora ficou tão diferente? Eles não aceitaram o mistério de Deus presente em Jesus, um ser humano comum como eles, conhecido de todos! Para poder falar de Deus ele teria que ser diferente deles! Como se vê, nem tudo foi bem sucedido para Jesus. As pessoas que deveriam ser as primeiras a aceitar a Boa Nova, estas eram as que mais se recusavam a aceitá-la. O conflito não era só com os de fora de casa, mas também e sobretudo com os próprios parentes e o povo de Nazaré. Eles se recusaram a crer em Jesus, porque não conseguiam entender o mistério de Deus que envolvia a pessoa de Jesus: “De onde lhe vem tudo isso? Onde foi que arranjou tanta sabedoria? Ele não é o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? E suas irmãs não moram aqui conosco?” Não deram conta de crer em Jesus!
Os irmãos e as irmãs de Jesus A expressão “irmãos de Jesus” é causa de muita polêmica entre católicos e protestantes. Baseando-se neste e em outros textos, os protestantes dizem que Jesus teve mais irmãos e irmãs e que Maria teve mais filhos! Os católicos dizem que Maria não teve outros filhos. O que pensar disso? Em primeiro lugar, as duas posições, tanto dos católicos como dos protestantes, ambas têm argumentos tirados da Bíblia e da Tradição das suas respectivas Igrejas. Por isso, não convém brigar nem discutir esta questão com argumentos só de cabeça. Pois trata-se de convicções profundas, que têm a ver com a fé e com o sentimento de ambos. Argumento só de cabeça não consegue desfazer uma convicção do coração! Apenas irrita e afasta! Mesmo quando não concordo com a opinião do outro, devo sempre respeitá-la. Em segundo lugar, em vez de brigar em torno de textos, nós todos, católicos e protestantes, deveríamos unir-nos para lutar em defesa da vida, criada por Deus, vida tão desfigurada pela pobreza, pela injustiça, pela falta de fé. Deveríamos lembrar algumas outras frases de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância”(Jo 10,10). “Que todos sejam um, para que o mundo creia que Tu, Pai, me enviaste”(Jo 17,21). “Quem não é contra nós é a favor”(Mc 10,39.40).
Marcos 6,4-6. Reação de Jesus diante da atitude do povo de Nazaré.
Jesus sabe muito bem que “santo de casa não faz milagre”. Ele diz: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria, entre seus parentes e em sua família!” De fato, onde não existe aceitação nem fé, a gente não pode fazer nada. O preconceito o impede. Jesus, mesmo querendo, não pôde fazer nada e ele ficou admirado da falta de fé deles. Por isso, diante da porta fechada da sua própria comunidade, ele “começou a percorrer as redondezas, ensinando nos povoados”. A experiência de rejeição levou Jesus a mudar sua prática. Ele se dirige aos outros povoados e, como veremos no evangelho de amanhã, ele envolve os discípulos na missão dando instruções de como devem dar continuidade à missão.
4) Para um confronto pessoal
- Jesus teve problemas com seus parentes e com a sua comunidade. Desde que você começou a viver melhor o evangelho, alguma coisa mudou no seu relacionamento com a sua família e seus parentes?
- Jesus não pôde fazer muitos milagres em Nazaré porque faltou a fé. E hoje, será que ele encontraria fé em nós, em mim?
5) Oração final
Feliz aquele cuja iniqüidade foi perdoada, cujo pecado foi absolvido. Feliz o homem a quem o Senhor não arguir de falta, e em cujo coração não há dolo. (Sl 31)
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1) Oração
Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o coração, e amar todos os homens com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Marcos 5, 21-43)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos - Naquele tempo, 21Tendo Jesus navegado outra vez para a margem oposta, de novo afluiu a ele uma grande multidão. Ele se achava à beira do mar, quando 22um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo, se apresentou e, à sua vista, lançou-se-lhe aos pés, 23rogando-lhe com insistência: Minha filhinha está nas últimas. Vem, impõe-lhe as mãos para que se salve e viva. 24Jesus foi com ele e grande multidão o seguia, comprimindo-o. 25Ora, havia ali uma mulher que já por doze anos padecia de um fluxo de sangue. 26Sofrera muito nas mãos de vários médicos, gastando tudo o que possuía, sem achar nenhum alívio; pelo contrário, piorava cada vez mais. 27Tendo ela ouvido falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou-lhe no manto. 28Dizia ela consigo: Se tocar, ainda que seja na orla do seu manto, estarei curada. 29Ora, no mesmo instante se lhe estancou a fonte de sangue, e ela teve a sensação de estar curada. 30Jesus percebeu imediatamente que saíra dele uma força e, voltando-se para o povo, perguntou: Quem tocou minhas vestes? 31Responderam-lhe os seus discípulos: Vês que a multidão te comprime e perguntas: Quem me tocou? 32E ele olhava em derredor para ver quem o fizera. 33Ora, a mulher, atemorizada e trêmula, sabendo o que nela se tinha passado, veio lançar-se-lhe aos pés e contou-lhe toda a verdade. 34Mas ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou. Vai em paz e sê curada do teu mal. 35Enquanto ainda falava, chegou alguém da casa do chefe da sinagoga, anunciando: Tua filha morreu. Para que ainda incomodas o Mestre? 36Ouvindo Jesus a notícia que era transmitida, dirigiu-se ao chefe da sinagoga: Não temas; crê somente. 37E não permitiu que ninguém o acompanhasse, senão Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. 38Ao chegar à casa do chefe da sinagoga, viu o alvoroço e os que estavam chorando e fazendo grandes lamentações. 39Ele entrou e disse-lhes: Por que todo esse barulho e esses choros? A menina não morreu. Ela está dormindo. 40Mas riam-se dele. Contudo, tendo mandado sair todos, tomou o pai e a mãe da menina e os que levava consigo, e entrou onde a menina estava deitada. 41Segurou a mão da menina e disse-lhe: Talita cumi, que quer dizer: Menina, ordeno-te, levanta-te! 42E imediatamente a menina se levantou e se pôs a caminhar (pois contava doze anos). Eles ficaram assombrados. 43Ordenou-lhes severamente que ninguém o soubesse, e mandou que lhe dessem de comer. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
No evangelho de hoje, vamos meditar sobre dois milagres de Jesus em favor de duas mulheres. O primeiro, em favor de uma senhora, considerada impura por causa de uma hemorragia que já durava doze anos. O outro, em favor de uma menina de doze anos, que acabava de falecer. Conforme a mentalidade da época, qualquer pessoa que tocasse em sangue ou em cadáver era considerada impura. Sangue e morte eram fatores de exclusão! Por isso, aquelas duas mulheres eram pessoas marginalizadas, excluídas da participação na comunidade.
O ponto de partida. Jesus chega de barco. O povo se junta. Jairo, o chefe da sinagoga, pede pela filha que está morrendo. Jesus vai com ele e o povo todo o acompanha, apertando-o de todos os lados. Este é o ponto de partida para as duas curas, que seguem: a cura da mulher e a ressurreição da menina de doze anos.
A situação da mulher. Doze anos de hemorragia! Por isso, ela vivia excluída, pois, naquele tempo, o sangue tornava a pessoa impura, e quem tocasse nela também ficava impura. Marcos informa que a mulher tinha gastado toda a sua economia com os médicos. Em vez de ficar melhor, ficou pior. Situação sem solução!
A atitude da mulher. Ela ouviu falar de Jesus. Nasceu uma nova esperança. Ela disse consigo: “Se ao menos tocar na roupa dele, eu ficarei curada”. O catecismo da época mandava dizer: “Se eu tocar na roupa dele, ele ficará impuro”. A mulher pensa exatamente o contrário! Sinal de que as mulheres não concordavam com tudo o que as autoridades religiosas ensinavam. A mulher meteu-se no meio da multidão e, de maneira desapercebida, tocou em Jesus, pois todo mundo o apertava e tocava nele. No mesmo instante ela sentiu no corpo que estava curada.
A reação de Jesus e dos discípulos. Jesus também sentiu que uma força tinha saído dele e perguntou: “Quem foi que me tocou?” Os discípulos reagem: “O senhor está vendo essa multidão que o aperta de todos os lados e ainda pergunta ‘Quem foi que me tocou?’” Aqui aparece o desencontro entre Jesus e os discípulos. Jesus tinha uma sensibilidade que não era percebida pelos discípulos. Estes reagiram como todo mundo e não entenderam a reação diferente de Jesus. Mas Jesus nem liga, e continua indagando.
A cura pela fé. A mulher percebeu que tinha sido descoberta. Foi um momento difícil e perigoso. Pois, conforme a crença da época, uma pessoa impura que, como aquela senhora, se metia no meio de uma multidão, contaminava todo mundo através do toque. Fazia todos ficar impuro diante de Deus (Lv 15,19-30). Por isso, como castigo, ela poderia ser apedrejada. Mas a mulher teve a coragem de assumir o que fez. “Cheia de medo e tremendo” caiu aos pés de Jesus e contou toda a verdade. Jesus dá a palavra final: “Minha filha, sua fé curou você. Vai em paz e fique curada dessa doença!” (1) “Minha filha”, isto é, Jesus acolhe a mulher na nova família, na comunidade, que se formava ao seu redor. (2) Aquilo que ela acreditava aconteceu de fato. (3) Jesus reconhece que sem a fé daquela mulher ele não poderia ter feito o milagre.
A notícia da morte da menina. Neste momento o pessoal da casa de Jairo informa que a filha tinha morrido. Já não adiantava molestar Jesus. Para eles, a morte era a grande barreira. Jesus não conseguiria ir além da morte! Jesus escuta, olha para Jairo e aplica o que acabava de presenciar, a saber, que a fé é capaz de realizar o que a pessoa acredita. E ele diz: “Não tenha medo! Crê somente!”
Na casa de Jairo. Jesus só permite três discípulos com ele. Vendo o alvoroço dos que fazem luto pela morte da menina, ele diz: “A criança não morreu. Está dormindo!”. O pessoal deu risada. O povo sabe distinguir quando uma pessoa está dormindo ou quando está morta. É a risada de Abraão e de Sara, isto é, dos que não conseguem crer que para Deus nada é impossível (Gn 17,17; 18,12-14; Lc 1,37). Também para eles, a morte era uma barreira que ninguém poderia ultrapassar! As palavras de Jesus têm ainda um significado mais profundo. A situação das comunidades perseguidas do tempo de Marcos parecia uma situação de morte. Elas tinham que ouvir: “Não é morte! Vocês é que estão dormindo! Acordem!” Jesus não dá importância à risada e entra no quarto onde está a menina, só ele, os três discípulos e os pais da menina.
A ressurreição da menina. Jesus toma a criança pela mão e diz: “Talita kúmi!” Ela levantou-se. Grande alvoroço! Jesus conserva a calma e pede que lhe dêem de comer. Duas mulheres são curadas! Uma tem doze anos de vida, a outra tem doze anos de hemorragia, doze anos de exclusão! Aos doze anos começa a exclusão da menina, pois começa a menstruação, começa a morrer! Jesus tem poder maior e ressuscita: “Levante-se!”
4) - Para um confronto pessoal
1) Qual o ponto deste texto de que você mais gostou ou que mais chamou a sua atenção? Por que?
2) Uma mulher foi curada e reintegrada na convivência da comunidade. Uma menina foi levantada do seu leito de morte. O que esta ação de Jesus nos ensina para nossa vida em família e na comunidade, hoje?
5) Oração final
De vós procede o meu louvor na grande assembleia, cumprirei meus votos na presença dos que vos temem. Os pobres comerão e serão saciados; louvarão o Senhor aqueles que o procuram: Vivam para sempre os nossos corações. (Sl 21, 26-27)
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Brás, Escola de Novgorod
Sobre a vida de São Brás - protetor da garganta e dos otorrinolaringologistas, dos pecuaristas e das atividades agrícolas -dispomos de poucas notícias: a única coisa certa era a sua fé em Cristo, que manteve até à morte por decapitação, após cruéis torturas indescritíveis.
Bispo e médico
A tradição diz que Brás era natural de Sebaste, na Armênia, onde passou a sua juventude, dedicando-se, sobretudo, aos estudos de Medicina.
Ao tornar-se Bispo, entregou-se aos cuidados físicos e espirituais do povo, realizando, segundo a tradição, até curas milagrosas.
Naqueles anos, as condições de vida dos fiéis da fé cristã pioraram por causa dos contrastes entre o imperador do Oriente, Licínio, e do Ocidente, Constantino, que causaram novas perseguições. Brás, para fugir das violências, refugiou-se em uma caverna, no Monte Argeu, onde viveu na solidão e na oração, guiando a sua Igreja, apesar da distância, com mensagens secretas.
O Santo do Dia,
O milagre da garganta
Porém, Brás foi encontrado e preso pelos guardas do governador Agrícola e levado a julgamento. Ao longo do caminho, encontrou uma mãe desesperada, com seu filhinho nos braços, que estava sendo sufocado por um espinho ou isca de peixe cravado em sua garganta. O bispo abençoou-o e a criança recobrou imediatamente a saúde. Este fato, porém, não foi suficiente para poupá-lo do martírio, após torturas atrozes, que não conseguiram mudar seu espírito.
O naufrágio das relíquias
Com a sua morte, São Brás foi enterrado na catedral de Sebaste, mas, em 723, parte dos seus restos mortais foi transferida para Roma. No entanto, durante a viagem, uma tempestade repentina fez com que as relíquias permanecessem em Maratea, na costa da atual região italiana da Basilicata. Esta terra, na verdade, ainda hoje mantém uma grande devoção a São Brás.
O culto de São Brás
São Brás é um dos santos, cuja fama de santidade chegou a muitos lugares e, por isso, é venerado em quase todas as partes do mundo.
O milagre da garganta, que realizou em uma criança, é recordado no dia 3 de fevereiro, com um rito litúrgico particular, durante o qual o sacerdote abençoa a garganta dos fiéis com duas velas cruzadas diante da garganta. Fonte: https://www.vaticannews.va
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Por ocasião do Dia Mundial da Vida Consagrada, Irmã Neusa Santos comenta situação dos religiosos no Brasil, seus desafios e as oportunidades para o futuro.
Victor Hugo Barros - Cidade do Vaticano
A Igreja celebra, neste domingo (02), o Dia Mundial da Vida Consagrada. No Brasil, segundo dados da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), mais de 30 mil religiosos - homens e mulheres - estão presentes em diferentes regiões do país, trabalhando em diversas frentes de atuação da Igreja.
“A vida consagrada é um testemunho profético em meio aos desafios do mundo atual. Em tempos de crise social, política e ambiental, os religiosos e as religiosas assumem a missão de ser presença de compaixão, solidariedade e compromisso com a justiça. A vivência dos conselhos evangélicos e o serviço aos mais necessitados, vulneráveis, e que tornam sinais concretos da esperança, apontando para um mundo mais fraterno e solidário”, conta a assessora de comunicação da Conferência dos Religiosos do Brasil, Irmã Neusa Santos.
Este ano, a comemoração do Dia da Vida Consagrada assume caráter jubilar. Para os brasileiros, o momento prepara, desde já, o Jubileu dos Religiosos, que acontecerá em Roma nos dias 08 e 09 de outubro.
“O Jubileu dos Religiosos é uma ocasião muito especial para a vida religiosa no Brasil renovar esta missão e vocação à vida consagrada. No Brasil, com muito entusiasmo, fazemos várias atividades, lives e movimentos preparativos a este grande Jubileu, onde a vida religiosa poderá peregrinar a Roma. Então há muitas iniciativas de encontros, de celebrações, já sendo realizados pela conferência dos religiosos do Brasil e por grupos de religiosas por ocasião deste grande momento”, esclarece Irmã Neusa.
Além das celebrações, o momento também será caracterizado por orações e reflexões diante dos desafios da vida religiosa na Igreja do Brasil. Entre eles, o envelhecimento das congregações, a secularização e a necessidade de adaptação às novas linguagens.
“Um dos principais desafios que todos somos conscientes é a diminuição das vocações e o envelhecimento das comunidades religiosas, que dificultam a sustentabilidade das obras missionárias. Mas também a sociedade contemporânea, que traz os desafios relacionados à secularização e a necessidade de atualizar uma linguagem e presença religiosa para dialogar com as novas gerações. A sinodalidade e a vivência comunitária também tornam um desafio sempre constante, porque exige um esforço de renovação e de adaptação”
Mesmo diante das adversidades, os consagrados não deixam de exercer sua missão. No centro, a oração e o serviço a quem precisa.
“Ser sinal de esperança na atualidade é justamente a vida religiosa ser um farol em meio aqueles que mais necessitam”, explicita Irmã Neusa.
Para continuar a ser este sinal, a vida consagrada no Brasil já projeta o futuro. Para os próximos anos, identidade profética, sinodalidade e o testemunho de esperança cristã.
“Nós vamos sempre ver que o futuro da vida religiosa está muito ligada à fidelidade criativa ao carisma. O Papa insiste que a vida religiosa consagrada precisa manter viva a identidade dos carismas fundacionais e ao mesmo tempo responder com criatividade os desafios atuais. E a sinodalidade e comunhão. O futuro da vida religiosa passa por isso também, porque a vida religiosa não pode ser vivida de forma isolada, ela precisa caminhar junto com as congregações, junto com a Igreja e também da colaboração da Igreja local com a sociedade”, pontua. Fonte: https://www.vaticannews.va
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Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)
A Festa da Apresentação do Senhor já era celebrada no Oriente no séc. IV. A partir do ano 450, é designada, pelos nossos irmãos do Oriente, como “Festa do Encontro”: “encontro” de Deus com o seu povo, mas também encontro de Maria, José e Jesus com Simeão e Ana, os representantes do Israel fiel, que esperava a salvação de Deus. O “encontro” também é conosco: é o dia para encontrarmos Jesus, a “luz” que ilumina o mundo e as nossas vidas.
Na primeira leitura – Ml 3,1-4 –, o profeta Malaquias anuncia a proximidade do “Dia do Senhor”, o dia em que Deus vai entrar no seu Templo para purificar o seu povo, para lhe renovar o coração e para o capacitar para viver num dinamismo novo. Começará nesse dia um tempo novo, o tempo da nova Aliança entre Deus e os homens. O mensageiro de Deus virá para renovar a aliança entre Ele e seu povo mediante a purificação do coração para o dia do Senhor, que julgará a sociedade injusta. Deus tem seus tempos, diferentes dos nossos.
No Evangelho – Lc 2,22-40 –, Lucas mostra como Jesus, poucos dias após o seu nascimento, entrou no Templo de Jerusalém para concretizar a promessa outrora feita por Deus através do profeta Malaquias. Recebido por Simeão e Ana, representantes do Israel fiel que esperava ansiosamente o Messias de Deus, Jesus é apresentado como “luz para as nações” e “glória de Israel”. Ele traz ao mundo a salvação de Deus. A Sagrada Família faz parte da história do seu povo e do seu tempo, está inserida no contexto social e cumpre as determinações da Lei. Simeão e Ana reconhecem no menino a “luz que se revela às nações”. Jesus é o Messias que veio, como Servo do Senhor, para a obra da salvação que o Pai lhe confiou.
Nossa Senhora ao apresentar o Menino Jesus no templo ela o faz como uma oferta gratuita e genuína, ela sabe que isso lhe trará renúncias no futuro. O mistério do seu sofrimento tem início; desembocará na Cruz, a espada de dor que lhe transpassará a alma. Passados 40 dias do Natal Jesus é apresentado no templo por Maria e José, a fim de cumprir um ritual veterotestamentário; mas, na verdade, era Deus mesmo que vinha ao encontro de seu povo, ratificando que Ele era o novo e verdadeiro Templo. Ana e Simeão, presentes no Evangelho de hoje, tornaram-se o protótipo de pessoas que perseveram na fé: foram capazes de reconhecer o Senhor, mesmo recém-nascido. Hoje somos convidados a fazer o mesmo movimento: perseverar na fé, reconhecendo o Senhor, nossa Luz, em cada oportunidade do caminho.
Alguns dados importantes sobre Ana e Simeão devem ser destacados nesta liturgia. Eles eram idosos. Lucas enfatiza que Simeão era “justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel” (Lc 2,25). A respeito de Ana, informações importantes são destacadas: ela era profetisa, já bastante idosa e viúva. Tinha 84 anos e havia vivido sete anos com o marido. Os números são simbólicos e apontam para o ideal de plenitude. O número 84 corresponde a 7 x 12, multiplicação que envolve um número perfeito e o das tribos de Israel. De modo que Ana é representante do novo povo de Deus. Esse povo novo tem seus olhos voltados para Jesus. Isso se evidencia na expressão de Simeão: “meus olhos viram a tua salvação” (Lc 2,30). Os olhos de Simeão e de Ana são os olhos de todos os humildes do mundo que esperam o dia da libertação.
Na segunda leitura – Hb 2,14-18 – um catequista cristão, escrevendo “aos Hebreus”, apresenta Jesus como o irmão dos homens, que veio ao mundo para promover os “descendentes de Abraão” à categoria de Filhos amados de Deus. Oferecendo a sua vida por amor, ele introduziu na nossa débil, frágil e pecadora natureza humana, dinamismos de superação dos nossos limites, dinamismos de vida nova, de vida verdadeira e eterna. Os sacerdotes são “construtores de pontes” entre Deus e as pessoas. Em Jesus, Deus e a humanidade estão unidos numa mesma pessoa. Sumo sacerdote por excelência, Jesus é fiel e misericordioso, aquele que nos une diretamente a Deus!
À semelhança de Maria, José, Ana e Simeão, nosso coração também é consolado. Apesar de o mundo ainda estar cheio de sofrimentos, guerras, dificuldades, destruição, contemplando a Jesus – o Deus Menino – os nossos olhos são iluminados para fazer o bem hoje. Deus participa da nossa condição na fragilidade da criança recém-nascida e, por meio dela, revela sua salvação. Jesus é luz para as nações e nele se manifesta a glória celeste! Fonte: https://www.cnbb.org.br
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