Olhar Jornalístico

Ladrão de carro arranca aliança de vítima com os dentes

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Publicado em 27 agosto 2024
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  • Ladrão de carro arranca aliança

 

Vítima foi rendida em São Cristóvão por 6 bandidos. Um deles assumiu a direção, perdeu o controle do carro e acabou batendo. Na fuga, criminoso exigiu que professor colocasse o dedo na boca para tirar o anel à força.

 

Por Jefferson Monteiro, Bom Dia Rio

Professor teve aliança arrancada do dedo a dentadas — Foto: Reprodução/TV Globo

Um professor foi assaltado por ladrões de carro na manhã desta terça-feira (27) em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Um dos bandidos exigiu que ele entregasse a aliança, mas, como o anel não saía, o criminoso arrancou, com os dentes, a joia do dedo da vítima.

O ataque foi por volta das 6h40, nas imediações da Quinta da Boa Vista, e testemunhas acreditavam ser um arrastão. O professor vinha de Teresópolis, na Região Serrana, dirigindo um Volkswagen Nivus com a filha no carona quando foi fechado por um Honda HR-V, onde havia 6 bandidos.

Pelo menos 5 saltaram armados de pistolas e renderam o motorista. Ele não reagiu e deixou o automóvel. Um criminoso assumiu a direção do Nivus, mas, como era câmbio automático, perdeu o controle e bateu no HR-V. Esses 2 veículos acabaram abandonados pela quadrilha.

Enquanto comparsas rendiam um Jeep Renegade para fugir, um ladrão exigiu a aliança do professor — foi quando, diante da dificuldade de retirá-la, ele deu a ordem para que a vítima colocasse o dedo em sua boca e, a dentadas, conseguiu arrancar. No fim, o professor ainda foi agredido com uma coronhada. Celulares e carteiras também foram levados.

A polícia descobriu que o HR-V constava como roubado e foi adulterado, circulando com outra placa. Fonte: https://g1.globo.com

O pequeno país com a taxa de suicídios mais alta do mundo

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Publicado em 21 agosto 2024
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A BBC conversou com uma mãe que perdeu um filho, uma assistente social e um parlamentar para descobrir o que está por trás das estatísticas em Lesoto

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Tlohang falou com a mãe sobre seus problemas de saúde mental - BBC

 

Da estrada principal até a casa de Matlohang Moloi, de 79 anos, há uma subida íngreme pelas montanhas que fazem de Lesoto um dos países com a altitude mais elevada do mundo.

Esta mãe de 10 filhos me recebe em sua casa bem cuidada —e me mostra fotos da família numerosa. Estou aqui para conversar com ela sobre um de seus filhos: o primogênito, Tlohang.

Aos 38 anos, ele se tornou parte de uma estatística sombria. Lesoto, apelidado de "reino no céu" devido à sua altitude, tem a taxa de suicídios mais alta do mundo. "Tlohang era um bom filho. Ele me contou sobre seus problemas de saúde mental", diz Moloi.

"Ele veio até mim e disse: 'Mãe, um dia você vai ouvir que tirei minha vida'." "A morte dele me doeu muito. Eu realmente gostaria que ele pudesse ter explicado com mais detalhes o que estava acontecendo com ele. Mas ele tinha receio de que, se contasse às pessoas, pensariam que ele era uma pessoa fraca, incapaz de resolver seus próprios problemas."

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 87,5 pessoas por 100 mil habitantes tiram a própria vida todos os anos em Lesoto. Este número é mais que o dobro do registrado pelo próximo país da lista, a Guiana, na América do Sul, onde a taxa de suicídio é de pouco mais de 40 por 100 mil habitantes.

Também é quase dez vezes a média global, que é de nove suicídios para cada 100 mil pessoas. Esta é uma estatística que ONGs, como a HelpLesotho, estão determinadas a mudar, munindo os jovens com as habilidades necessárias para gerenciar sua saúde mental.

 

Terapia de grupo

Na cidade de Hlotse, a cerca de duas horas de carro da capital Maseru, participei de uma das sessões regulares de terapia de grupo para mulheres jovens, dirigidas pela assistente social Lineo Raphoka.

"As pessoas pensam que isso vai contra os nossos princípios, as nossas experiências culturais, a nossa espiritualidade como africanos e como comunidade em geral", diz Patience, de 24 anos, ao grupo.

"Mas também estamos escondendo o que está acontecendo. Perdi três amigos por suicídio. Eu mesma tentei." Todos aqui já tiveram pensamentos suicidas ou conhecem alguém que cometeu suicídio.

Ntsoaki, de 35 anos, se emociona ao compartilhar sua história com o grupo. Ela foi estuprada no hospital. "O médico me disse que eu era muito atraente. Aí ele sacou uma arma, e me disse que queria ter prazer comigo, e que se eu não deixasse, me mataria."

"Pensei em suicídio, e que era a única solução. Não consegui, não tive forças para fazer isso. A única coisa que me manteve em movimento ou viva foi o rosto dos meus irmãos. Eles acham que sou forte, mas sou fraca", relatou.

O grupo garante que ela é forte por dividir seus sentimentos. Quando a sessão termina, todas as mulheres conversam e sorriem, dizendo que estão se sentindo melhor por terem compartilhado suas histórias.

As razões pelas quais as pessoas tiram a própria vida são muitas vezes complicadas - e é difícil isolar uma única causa.

 

Padrões que ajudam a entender

Apesar disso, Raphoka diz que vê padrões que explicam por que o Lesoto tem uma taxa de suicídio tão alta. "Na maioria das vezes, são pessoas que passam por situações como estupro, desemprego, perda de um ente querido. Fazem uso abusivo de drogas e álcool."

De acordo com um relatório de 2022 do World Population Review, 86% das mulheres em Lesoto sofrem violência de gênero. Enquanto isso, o Banco Mundial afirma que dois em cada cinco jovens não têm emprego nem formação.

"Não recebem apoio suficiente de suas famílias, amigos ou de qualquer tipo de relacionamento que tenham", acrescenta Raphoka.

É algo que você ouve com frequência em Lesoto. As pessoas dizem repetidamente que não se sentem à vontade para falar sobre sua saúde mental - e que outros podem julgá-las.

Uma noite, sentado em um bar em Hlotse, onde a clientela masculina bebe cerveja local e conversa sobre política enquanto assiste a uma partida de futebol na TV, mudo o assunto para saúde mental.

"Nós conversamos sobre isso, dizemos: 'vamos nos abrir'", afirma Khosi Mpiti. Alguns receiam que, se revelarem demais, isso possa gerar fofocas sobre eles. Apesar disso, Mpiti diz que as coisas estão melhorando.

"Como grupo [de amigos], nos apoiamos muito. Se tenho um problema, eu conto ao grupo, e nos apoiamos mutuamente."

No entanto, quando as pessoas buscam ajuda profissional, enfrentam dificuldades no sistema público de saúde. A única unidade psiquiátrica do país foi criticada no ano passado pelo ombudsman, funcionário cuja função é zelar pelos interesses públicos, por não ter um psiquiatra desde 2017.

Ele também destacou abusos generalizados, incluindo "condições que violam os direitos humanos". Tampouco havia uma política nacional de saúde mental para lidar com a crise, embora o governo, eleito em outubro de 2022, diga que está em processo de elaboração de uma.

"O problema de saúde mental se tornou uma epidemia", admite Mokhothu Makhalanyane, parlamentar que dirige uma comissão voltada para questões de saúde.

"Estamos nos certificando de que a mensagem chegue a todos, desde escolas primárias até escolas secundárias, e locais onde os jovens se reúnem, como torneios de futebol", disse ele à BBC.

"A política também será específica em termos de tratamento, e permitirá que as pessoas afetadas se submetam à reabilitação." Segundo ele, Lesoto pode aprender com sua luta contra o HIV, vírus causador da Aids.

 

Falar abertamente

Em 2016, Lesoto se tornou o primeiro país a introduzir uma estratégia de "teste e ensaio", o que significa que as pessoas podem iniciar o tratamento assim que forem diagnosticadas. As taxas de infecção pelo vírus diminuíram constantemente.

"A experiência que tivemos é que falar abertamente, e não culpar nem criticar as pessoas pela situação, ajudou a mudar as coisas." De volta às montanhas, Moloi faz uma curta caminhada até chegar ao túmulo do filho.

A morada final de Tlohang está localizada em um terreno com uma vista impressionante, repleta de riachos, vegetação e pequenas casas. Moloi é uma entre várias pessoas em Lesoto que estão enfrentando a dor de perder alguém por suicídio.

Enquanto admiramos a vista, ela diz que tem uma mensagem para aqueles que se encontram na mesma situação mental que o filho estava.

"Eu diria às pessoas que tirar a própria vida nunca é uma solução. O que você precisa fazer é conversar com as pessoas ao seu redor para que possam ajudá-lo." Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

Por que somos atraídos pela tragédia?

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Publicado em 19 agosto 2024
  • Tragédia,
  • companhia aérea Voepass,
  • filósofo Thomas Hobbes,

Becky S. Korich

Advogada, escritora e dramaturga, é autora de 'Caos e Amor'

 

Você consegue passar por um acidente de trânsito sem desacelerar o carro para dar uma "olhadinha"? Consegue passar reto por uma briga de casal sem se sentir atraído por uma estranha curiosidade? Fica ligado nos detalhes de um acidente aéreo e mergulha nas histórias pessoais das vítimas?

Para o filósofo Thomas Hobbes, esse fenômeno poderia reforçar a teoria de que o homem nasce essencialmente mau e é fundamentalmente egoísta —por isso, depende de um estado autoritário para ditar-lhe normas de convivência.

Existe, porém, uma explicação mais simples do que uma suposta tendência mórbida: fisiologicamente, nosso instinto humano —ou animal— é atraído por infortúnios, tragédias e catástrofes.

Um avião modelo ATR 72-500, da companhia aérea Voepass, que saiu de Cascavel (PR), e seguia para Guarulhos (SP), caiu dentro de um condomínio residencial no município de Vinhedo, interior de São Paulo, deixando 62 mortos - Bruno Santos/Folhapress

Uma inquietação emerge, surge um desejo instintivo de desvendar as complexidades do extraordinário. Uma parte de nós parece ficar inebriada pela ânsia de buscar mais informações e detalhes, o que nos faz vivenciar um sofrimento ao enfrentar a efemeridade da nossa existência, mas com o conforto de não estarmos diretamente afetados.

Eventos como esses nos afastam do mundano, do familiar e da garantia do amanhã. Somos convocados a usar as vestes emocionais dos aflitos (e se fosse comigo?), mergulhar nas nossas profundezas (quem somos nós diante de eventos que desafiam a compreensão?) e confrontar os nossos medos através das histórias dos outros. É, ao mesmo tempo, uma sensação perturbadora causada pela dor dos outros e um alívio por estarmos a salvo.

Cada reviravolta trágica é um chamado para o terreno do desconhecido, um enigma que desafia os limites da nossa compreensão, que chacoalha a sensação de estabilidade que a normalidade nos faz acreditar.

Encontramos mais significado nos acontecimentos negativos do que positivos (não é à toa que se vendem mais notícias ruins do que boas). Na psicologia evolutiva existe a ideia de que "o mal é mais forte do que o bem", porque a nossa sobrevivência histórica depende muito mais da capacidade de reagir a ameaças do que de aproveitar as oportunidades.

Passamos a vida fugindo da única certeza que temos: a nossa finitude. É o único jeito de tornar a vida suportável. Viver com uma consciência incessante no dia a dia da nossa fragilidade e insignificância, seria pesado, triste, insustentável. Por isso, é justamente nos momentos em que somos tocados por infortúnios alheios, que devemos nos fortalecer e reforçar a nossa significância.

Tragédias têm o poder de transformar momentaneamente a atmosfera social, como se déssemos uma pausa aos ressentimentos e às reclamações ranhetas. A desolação comum une as pessoas pela dor, os sons da animosidade diminuem, as pessoas ficam mais gentis, valorizam os abraços e os afetos. É como se precisássemos de tragédias para nos tolerar uns aos outros.

Uma dose secreta de Schadenfreude (prazer que se sente ao ver o infortúnio de outra) faz parte de todos nós, desde os tempos em que nos divertíamos com as puxadas de tapete da dupla Tom e Jerry no desenho animado ou ríamos do amigo que escorregava numa casca de banana.

Há um episódio de "Os Simpsons" em que Ned Flanders, o vizinho irritantemente perfeito de Homer, resolve abrir uma loja. Tomado pelo Schadenfreude, Homer fantasia que o negócio de Ned entra em colapso. Primeiro imagina a loja sem clientes, depois, o vizinho empobrecendo, e depois uma fila de credores batendo na sua porta. Só quando Homer imagina o túmulo de Flanders e seus filhos chorando ao seu redor, que ele se detém. "Longe demais", ele diz. A loja falida era suficiente.

Se conseguirmos moderar essa "alegria dos impotentes", como definiu Nietzsche, e aprender a ter um olhar compassivo, poderemos evoluir com os fatos, bons e ruins, que nos cercam.

Só não vale ficar indiferentes; a indiferença é o maior desperdício da vida. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

A fascinante descoberta de pequeno tesouro junto a casal morto em Pompeia

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Publicado em 15 agosto 2024
  • erupção do Monte Vesúvio,
  • POMPÉIA
  • escavação arqueológica em Pompeia,
  • antiga cidade romana destruída pela erupção vulcânica em 79 d.C.
  • Vesúvio

Erupção do Vesúvio os levou a se refugiarem num pequeno cômodo que se tornaria seu

 

BBC

Um casal que tentou escapar da erupção do Vesúvio há quase 2.000 anos, acabou se refugiando —e ficando preso— em um pequeno cômodo.

Cientistas encontraram os restos mortais do homem e da mulher, que guardavam um pequeno tesouro, durante uma escavação arqueológica em Pompeia, a antiga cidade romana destruída pela erupção vulcânica em 79 d.C., localizada no sul da Itália.

As descobertas foram reveladas nesta semana.

Segundo artigo publicado no E-Journal of the Pompeii Excavations, a casa onde o casal estava tinha um pequeno cubículo que estava sendo usado provisoriamente como quarto, enquanto uma reforma era feita no restante do imóvel.

Quando a erupção do Vesúvio começou em 79 d.C., os dois se refugiaram no pequeno cômodo, enquanto a tempestade de cinzas e material vulcânico caía do lado de fora.

Mas, em determinado momento, as pedras vulcânicas acabaram bloqueando a única porta disponível.

"Presos no cômodo pequeno e estreito, eles morreram quando os fluxos piroclásticos os alcançaram", explicou o Parque Arqueológico de Pompeia em comunicado.

A violenta erupção do Vesúvio —que ocorreu numa noite de agosto ou outubro de 79 d.C., algo que os cientistas ainda debatem— pegou de surpresa as cidades de Pompeia, Herculano e Estábia. Quase 20 mil pessoas morreram, deixando para trás seus restos mortais nestas cidades do sul da Itália.

 

Moedas e joias

Em escavações recentes, os cientistas se depararam com o pequeno cômodo em que jazia o casal, na ínsula dez, um dos sítios de exploração arqueológica de Pompeia.

O esqueleto da mulher foi encontrado sobre uma cama, em que ela guardava "um pequeno tesouro de moedas de ouro, prata e bronze", explicaram os pesquisadores.

Também havia algumas joias, como brincos de ouro e pérolas. Os restos mortais do homem estavam caídos aos pés da cama.

Um dos dois esqueletos utilizados em pesquisa para avaliar o efeito de terremoto na destruição de Pompeia, na Itália Pompeii Archaeological ParkMais 

Fora do pequeno cômodo, os arqueólogos também encontraram pistas de como era aquela casa.

"Vestígios nas cinzas permitiram reconstruir o mobiliário e identificar sua localização exata no momento da erupção: uma cama, uma arca, um candelabro de bronze e uma mesa com tampo de mármore, com os móveis de bronze, vidro e cerâmica ainda em seus devidos lugares", indica o artigo.

Esses trabalhos ajudam os cientistas a obter "dados arqueológicos muito valiosos" sobre o cotidiano dos moradores de Pompeia da época, afirmou o diretor do Parque Arqueológico, Gabriel Zuchtriegel. Fonte: https://www.folha.uol.com.br

Sequestro e libertação da beleza atlética

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Publicado em 07 agosto 2024
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  • Jogos Olímpicos
  • livro IV das Confissões de Agostinho
  • Confissões de Agostinho

A narrativa da abertura dos Jogos Olímpicos submergiu a presença epifânica dos movimentos corporais numa nova cartilha de educação moral e cívica

 

Por Marcos Lopes

Em suas Confissões, Santo Agostinho criticava o teatro por despertar as paixões na alma do espectador. A compaixão do público pelo sofrimento da personagem produziria efeitos semelhantes ao de alguns fármacos que causam dependência. Narrando seu processo de conversão, ele indicava que a vida religiosa e a arte do espetáculo (circos, teatros e anfiteatros) seriam conflitantes. O prazer dramático, além de excitar as emoções, poderia se tornar compulsivo ou um vício, distanciando a pessoa da verdade espiritual.

A crítica de Agostinho permitiria, por contraste, entender a crença atual nos benefícios sociais do espetáculo. Na visão cristã, o pecado, ruptura da criatura com o criador, explicaria sua consequência: o sofrimento e a maldade. Recuperar aquela unidade primordial exigiria da humanidade um longo périplo pelo vale de lágrimas. Sofrimento e compaixão eram vivenciados na alma de cada fiel e não apenas na contemplação do padecimento alheio. Mas todas essas metáforas tornaram-se vazias. São fósseis linguísticos que sobrevivem como fantasmas em nossa imaginação. Pelo menos é o que nos fez crer o espetáculo de abertura da Olimpíada de Paris. Em um mundo que reduziu a religião a um fenômeno da “cultura”, tornando-a uma “mercadoria” à disposição das preferências pessoais, as noções de pecado, alma e salvação são anacrônicas. Substituímos a história da salvação pela da exibição, e a ascese pela encenação.

A ética das sociedades ocidentais contemporâneas teve sua síntese na abertura dos Jogos Olímpicos. A beleza atlética foi sequestrada pelos imperativos da diversidade cultural. O princípio de emulação esportiva deu lugar à emancipação política. A narrativa dos organizadores do espetáculo e a cobertura dos comentaristas submergiram a presença epifânica dos movimentos corporais numa nova cartilha de educação moral e cívica. O esporte tornou-se um detalhe.

De todo modo, após a cerimônia e seu rosário de boas intenções, iniciaram-se as competições, como sempre marcadas por risos, lágrimas, quebras de recordes, bons e maus perdedores, momentos de glória e de excelência atlética. A comemoração do surfista Gabriel Medina, após realizar uma manobra quase perfeita, seu “voo” com o braço apontado para cima e a prancha simétrica ao corpo captam com mais energia nossa atenção do que o esforço da cerimônia em sua pregação cívica. Os jabs, cruzados e a dança da boxeadora Bia Ferreira, ao ser proclamada vencedora em sua primeira luta, são a celebração de uma disciplina corporal, mais do que a subversão das relações do poder patriarcal.

A excelência coreográfica de Medina e os golpes implacáveis de Ferreira são resíduos de uma possível transcendência, em oposição a uma horizontalidade mundana, marcada por niilismo e pela crença no poder performático da linguagem. Tal crença estimula o comentário excessivo, que suplanta o próprio acontecimento esportivo e sequestra a graça do movimento corporal em proveito da comunicação hiperinflacionada. Pouco valor semântico é agregado às práticas esportivas quando isso ocorre. Diante da grandeza e da beleza dos gestos, todo discurso se torna excessivo.

A foto de Medina, capturada pelo francês Jerome Brouillet, nos faz olhar para a substância do evento esportivo: a graça do corpo em movimento. O instante imóvel da imagem detém, por alguns momentos, o excesso de palavras. Cultiva a esperança e o silêncio ao invés da euforia e do ruído. O instantâneo fotográfico liberta a beleza atlética do cativeiro dos discursos bem-intencionados. A tensão entre instante (a imagem fotográfica) e duração (o discurso sobre o evento) pode ser pensada a partir de uma célebre passagem do livro IV das Confissões de Agostinho.

Segundo ele, as coisas, “no exato momento em que nascem e começam a existir, quanto mais rapidamente crescem para o ser, tanto mais correm para o não ser”. Tal condição lhes foi imposta por Deus, por serem elas partes daquilo que não existe simultaneamente. “São coisas que, desaparecendo e sucedendo-se umas às outras, compõem o universo.” Um exemplo disso seria a fala, através de sinais sonoros. “E o discurso não seria completo, se cada palavra, depois de pronunciada, não morresse para deixar lugar a outra.”

A sucessão de instantes compõe a duração de uma vida. Mas todos os instantes se equivalem? Para Agostinho, a vida que escoa inexoravelmente só pode ser detida e transformada pelo instante da graça. Haveria algum paralelo entre esse instante e o da beleza atlética? A dimensão da fé, como aposta na transcendência, seria vivência da presença divina no aqui e agora da existência, assim como o atleta, em seu jogo, faz do movimento corporal a encarnação de sua crença na vitória. Em ambas as apostas (religião e esporte), a transcendência é presença real e não mais a repetição interminável de um ciclo biológico. Perder ou ganhar seria apenas parábola dessa curta e contingente vida terrena.

*PROFESSOR DE LITERATURA GERAL E COMPARADA NA UNICAMP Fonte: https://www.estadao.com.br

O que é e como reconhecer uma pessoa narcisista? Entenda o transtorno de personalidade.

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Publicado em 06 agosto 2024
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  • O que é narcisismo?
  • Transtorno de Personalidade Narcisista
  • Quem foi Narciso?

Narciso pintado por Caravaggio entre 1597 e 1599 Foto: Galleria Nazionale d'Arte Antica

Condição é rara e pode causar sofrimento tanto ao paciente quanto às pessoas ao seu redor

 

Por André Bernardo

Se ganhasse um dólar toda vez que alguém lhe pedisse para descrever um narcisista, Sarah Davies já estaria rica. Por essa razão, a psicóloga britânica decidiu escrever Como se libertar de um narcisista: Aprenda a reconhecer um relacionamento tóxico, se livrar da manipulação e recuperar sua autoestima (Sextante).

No livro, para facilitar o entendimento, ela reconta a fábula do escorpião e do sapo. Para quem não conhece a história, o escorpião pede ao sapo que o ajude a atravessar um rio. O sapo hesita: tem medo porque sabe do que os escorpiões são capazes. O escorpião explica que não seria louco de atacá-lo. Se fizer isso, os dois morrerão afogados. Apesar de relutante, o sapo concorda. No meio da travessia, o que temia acontece. “Por que você me picou?”, perguntou um. “Sou um escorpião…”, respondeu o outro. “E escorpiões picam”.

“É da natureza de um escorpião picar. Todo mundo sabe disso. O sapo também sabia. Como ele poderia esperar algo diferente?”, indaga a psicóloga, que viveu uma situação de abuso narcisista.

O livro de Davies não é o único sobre o transtorno a chegar às livrarias brasileiras. O outro é A nova ciência do narcisismo – Compreenda um dos maiores desafios psicológicos da atualidade e descubra como superá-lo (Cultrix), de W. Keith Campbell.

O psicólogo americano estuda o assunto desde 1999, quando soube que os atiradores de Columbine, massacre em uma escola do Colorado que terminou com 15 mortos, queriam que fosse feito um filme a respeito deles. Não satisfeitos, ainda queriam que o tal filme fosse dirigido pelo cineasta Steven Spielberg.

Narcisistas existem muitos. Pessoas com TPN, sigla para Transtorno de Personalidade Narcisista, nem tanto. Segundo estimativas, não passa de 1% da população. Mas há lugar para todos no espectro do narcisismo, de namorados tóxicos a líderes megalomaníacos. Nem algumas mães estão livres de apresentar sintomas do transtorno, como mania de grandeza, necessidade de atenção e falta de empatia. Quem garante é a psicóloga brasileira Michele Engelke. Ela é autora do livro digital Prisioneiras do espelho – Um guia de liberdade pessoal para filhas de mães narcisistas (2016) e editora do site Filhas de Mães Narcisistas.

“Se você acha que sua mãe é narcisista, a probabilidade de você estar certa é muito grande. Não há melhor especialista em narcisismo materno do que filhas de mães narcisistas”, explica no site. Para as filhas de mães narcisistas, há duas notícias: uma boa e outra ruim. A boa é que há tratamento para o TPN. A ruim é que, dificilmente, um narcisista procura atendimento. “Quando o convívio é prejudicial à saúde mental ou provoca impacto negativo na qualidade de vida, o contato zero torna-se uma opção”, pondera Engelke.

 

1-O que é narcisismo?

É um traço de personalidade que envolve a autoestima. Todos nós, em algum grau, somos narcisistas.

“O narcisismo nos ajuda a enfrentar desafios, confiar em nossas habilidades e buscar reconhecimento por nossas conquistas”, explica o psiquiatra Eduardo Martinho Júnior, coordenador do Ambulatório para o Desenvolvimento dos Relacionamentos e das Emoções do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da FMUSP.

“Não há cura para o que não é doença”, ressalta o psicólogo Rodrigo Acioli, do Conselho Federal de Psicologia (CFP). “A personalidade narcisista, por si só, não gera transtornos para a vida do indivíduo”.

O narcisismo se torna problemático quando é extremo e inflexível. Ou, ainda, quando traz prejuízos e provoca danos na vida afetiva, familiar, social, acadêmica ou profissional do narcisista.

Quando isso acontece, o que era traço de personalidade vira transtorno psiquiátrico.

 

2-O que é Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN)?

É o tipo clínico ou psiquiátrico do narcisismo. Está previsto no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) desde 1982.

“É uma condição de saúde mental caracterizada por dificuldade persistente tanto na regulação da autoestima quanto no relacionamento com os outros”, define Martinho Júnior.

“As pessoas com TPN podem experimentar flutuações significativas na autoestima: ora são extremamente superiores, ora são profundamente inseguras. Isso pode levar a comportamentos aparentemente arrogantes e insensíveis, mas que, na verdade, são tentativas de lidar com dor emocional e medo de rejeição”.

A personalidade narcisista é caracterizada por uma admiração excessiva por si mesmo, acrescenta o psiquiatra Cláudio Martins, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). “Se preocupam apenas com os seus interesses e as suas necessidades”.

No ambiente de trabalho, pessoas com TPN têm dificuldade para trabalhar em equipe, obedecer ordens ou receber críticas. “Acham que suas ideias e opiniões são melhores que as dos outros”, ilustra Martins.

 

3-Qual é a prevalência do TPN?

É relativamente raro, avalia Keith Campbell. Afeta cerca de 1% da população. No Brasil, seria algo em torno de 2,1 milhões de pessoas com TPN.

É mais comum em homens do que em mulheres. E em jovens do que em adultos.

 

4-Quem foi Narciso?

Um personagem da mitologia grega. “Era um caçador belo e carismático que tinha a reputação de partir corações por rejeitar o amor dos outros”, descreve Davies.

Reza a lenda greco-romana que, como punição, a deusa Nêmesis lançou um feitiço sobre Narciso: se apaixonar pela primeira pessoa que visse.

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Num dia quente, Narciso, exausto após a caçada, decide descansar à beira de um lago. É quando, ao beber um pouco de água, se vê refletido na superfície e cai de amores por si mesmo.

“Apaixonado pelo próprio reflexo, termina morrendo afogado”, conclui Campbell. “O amor por si mesmo acaba por matá-lo”.

O mito já inspirou, entre outras manifestações artísticas, poema do inglês John Keats, pintura do italiano Caravaggio e letra do compositor Caetano Veloso.

 

5-Qual é a origem do TPN?

É multifatorial, ou seja, não há uma única causa. É uma combinação de fatores genéticos, biológicos e ambientais.

Entre os fatores ambientais, Martins destaca “experiências traumáticas na infância”.

Martinho Júnior acrescenta mais três exemplos: relações de apego na infância, estilo de criação e educação, e necessidade de autoestima elevada.

“Se a criança percebe que só é valorizada quando conquista algo e não pode demonstrar fraqueza, começa a acreditar que ter sucesso na vida é tudo o que importa”, observa o psiquiatra da USP.

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6-Narcisista é tudo igual ou há diferentes tipos?

Há três tipos: o grandioso, o vulnerável e um misto dos dois.

O grandioso é o tipo clássico: ambicioso, extrovertido e carismático. Tem autoestima elevada, quer ser o centro das atenções e não demonstra empatia. Também é manipulador, direto e arrogante. “É o tipo que você mais verá na vida: vai trabalhar para ele, sair com ele e se divertir com ele”, avisa Campbell.

Tony Stark, de Homem de Ferro; Gilderoy Lockhart, de Harry Potter, e Miranda Priestly, de O Diabo Veste Prada, são exemplos de narcisistas da ficção.

O vulnerável é mais sutil: inseguro, introvertido e deprimido. Diz que tem baixa autoestima, mas pensa que merece tratamento especial. É carente, dissimulado e tímido. “Serão mais difíceis de aparecer. São narcisistas enrustidos”, brinca Campbell.

Um bom exemplo de narcisista vulnerável na ficção é George Costanza, da série Seinfeld, ou a maioria dos personagens de Woody Allen, como em Noivo Neurótico, Noiva Nervosa. Enquanto os grandiosos são ofensivos, os vulneráveis são defensivos.

O terceiro tipo é uma combinação dos dois primeiros. É, por um lado, ambicioso e extrovertido e, por outro, defensivo e introvertido. Segundo Campbell, vive numa “zona intermediária”, sendo ao mesmo tempo grandioso e vulnerável.

 

7-Como se diagnostica o TPN?

São nove os critérios de diagnóstico:

 

1-Grandiosidade – Superestima suas habilidades e exagera suas realizações.

2-Fantasia – Vive uma vida ilusória de fama, status e poder. Não tem limites.

3-Especial – Se acha superior, original ou especial. A última bolacha do pacote, diriam alguns.

4-Admiração – Quer ser admirado por todos o tempo inteiro.

5-Noção de ter direitos – Seus desejos têm que ser sempre atendidos.

6-Exploração – Explora os outros para conseguir o que quer.

7-Falta de empatia – Não consegue se colocar no lugar do outro.

8-Inveja – Tem inveja dos outros. E acha que os outros têm inveja dele.

9-Arrogância – É pretensioso até dizer chega.

Se o indivíduo apresenta cinco dos nove critérios acima, em contextos diferentes e a partir da idade adulta, é forte candidato a ter TPN.

 

8-Como identificar uma pessoa com TPN?

É um transtorno de difícil identificação. “Atribuem a si mesmos uma importância além do normal”, explica Campbell. Mas, não basta supervalorizar a si mesmo, é preciso desvalorizar os outros.

Davies compara o relacionamento amoroso com um narcisista a um passeio na montanha-russa. “É empolgante e divertido em alguns momentos, e terrível e assustador em outros”, descreve. “E se o passeio durar tempo demais, você acaba passando mal”.

Num primeiro momento, os parceiros narcisistas jogam charme, dão presentes, rasgam elogios. Fazem o que podem e o que não podem para conquistar suas vítimas. É o que Davies chama de “bombardeio de amor”. Passado algum tempo, o romantismo exacerbado cede espaço ao abuso emocional.

Já mães narcisistas são imaturas emocionalmente. “O tempo passou e elas não amadureceram”, descreve Michele Engelke. Entre outras características, têm mania de grandeza, não demonstram empatia, são o centro das atenções, não assumem seus erros e valorizam a aparência.

 

9-Quais são as frases que mais gostam de repetir?

Depende do tipo de narcisista.

No caso do grandioso, vai falar o que sua vítima quiser ouvir até ele próprio conseguir o que quer. Depois, sobe o tom. Contrariado, costuma soltar farpas como: “Por que está tão estressada?”, “Você anda muito sensível” ou “Não sabe com quem está se metendo”.

No caso do vulnerável, vai se fazer de vítima e dizer que a culpa não é dele. “Isso não é justo!”, “Por que está fazendo isso comigo?” e “Você me deve desculpas”, costumam dizer num arroubo de coitadismo.

No caso das mães narcisistas, alguns lugares-comuns são: “Você não é digna de ser amada!”, “Você não passa de uma incompetente!” ou “Você não é boa o suficiente!”.

 

10-Tem cura?

Não tem cura, mas tem tratamento.

Opções não faltam, garante Martinho Júnior: Terapia Cognitivo Comportamental, Terapia Comportamental Dialética, Terapia do Esquema, Psicoterapia Focada na Transferência e Terapia Baseada na Mentalização. “Elas ajudam os pacientes a entender seus pensamentos e comportamentos narcisistas e a modificá-los”, observa o psiquiatra.

“O difícil é convencer o narcisista de que ele precisa de tratamento”, pondera Campbell. “Em geral, ele pensa que a culpa é dos outros”.

Davies concorda. Tratamento há, mas é difícil. “O narcisista não demonstra remorso ou arrependimento. Na cabeça dele, não há por que ou do que se tratar”.

E tão comum quanto resistir ao tratamento é abandoná-lo antes do previsto, advertem os especialistas.

Tampouco há remédio para o TPN. Apenas em casos de comorbidade, como depressão e ansiedade, é prescrito medicamento.

“É importante tratar do assunto com empatia e compreensão”, afirma Martinho Júnior. “Só assim vamos reduzir o estigma e encorajar aqueles que sofrem a procurar tratamento”. Fonte: https://www.estadao.com.br

Vítima de estupro no banco dos réus

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Publicado em 10 julho 2024
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Comparar a mulher que pratica o aborto a uma homicida é irracional, teratológico e denota uma insensibilidade humana extraordinária

 

Por Antonio Cláudio Mariz de Oliveira

É incrível como os combatentes do aborto, obstinados combatentes, possuem uma visão míope, reta, sem lateralidade, pois não conseguem sequer discutir circunstâncias e aspectos que são inerentes à grave e tormentosa questão. Não querem tomar conhecimento dos motivos que levam à opção da mulher e muitas e muitas vezes apoiada pelo homem de interromper a gravidez. Nem as razões de caráter subjetivo e nem aquelas objetivas ditadas pelas teias armadas pela vida são levadas em consideração.

Agora, estão dando um claro exemplo de sua cegueira, da sua insensibilidade e da evidente redução de sua capacidade intelectiva. Passaram a defender um projeto de lei que equipara o aborto ao homicídio, tendo esse sido realizado após a 22.ª semana de gravidez, mesmo que a mulher tenha engravidado em razão de um estupro.

Ela foi estuprada e engravidou. Passadas 22 semanas, se abortar, estará praticando homicídio. Não cogitaram sequer na hipótese de a gravidez passar desapercebida pela mulher ou pela menina. Não, isso pouco importa, os que se dizem defensores da vida não se incomodam com a vida que o fruto do estupro terá e com o sofrimento da mãe estuprada e do filho não desejado, que poderá se tornar um adulto desajustado e problemático.

Abro um parêntese: todos esses justiceiros e paladinos de uma ética própria, obtusa e que nega o mundo real, são favoráveis à pena de morte. Absoluta irrespondível e insuperável incoerência, pois, ao mesmo tempo que se dizem a favor da vida e contra o aborto, pregam a execução daqueles que cometeram crimes. Dessa forma não são tão favoráveis à vida como apregoam.

Setenta e sete países possuem, uns na sua Carta Constitucional e outros em suas leis, normas que permitem o aborto. Portanto, enquanto ele está legalizado no mundo, no Brasil não só é criminalizado como ainda os pseudoapóstolos do bem e da verdade querem transformá-lo em homicídio. Trata-se de um preocupante retrocesso civilizatório, que poderá dar ensejo a incursões retrógradas em outras áreas do pensamento tacanho e negacionista.

Quero dizer que sou também a favor da vida, mas sou rigorosamente contra a criminalização do aborto. Por razões filosóficas, jurídicas, mas principalmente de cunho social, acho que nesse terreno deve prevalecer a vontade da mulher, e não a do Estado que criminaliza a conduta. A vontade especialmente da mulher pobre. Ela, premida por circunstâncias adversas que a vida lhe impõe e com sua injusta situação social agravada, opta pelo aborto e o realiza em condições tenebrosas, de elevado risco para a sua saúde e dignidade pessoal. É significativo o número de mulheres que vão a óbito nessas circunstâncias.

Alguém dirá que elas correm risco porque querem. Bastaria que seguissem com a gravidez. Argumento leviano e cínico, pois despreza as razões que conduzem milhares de mulheres ao aborto. As suas cruéis e trágicas carências fatalmente acompanharão os filhos caso venham a tê-los.

Não se tenha dúvidas de que a maternidade representava para essas mulheres um sonho a ser concretizado. No entanto, a miséria desfez o sonho e o substituiu pelo terror dos martírios decorrentes da pobreza.

Ao lado das mulheres pobres, há aquelas que não possuem razões de ordem material para abortar, mas abortam. A sua opção é censurável, mas não constitui um crime. A sua escolha está no âmbito de seu arbítrio cuja liberdade o Estado deve respeitar. A reprovação social, de ordem moral e ética, sim, mas não é concebível que o poder público ingresse no âmbito exclusivamente pessoal de suas decisões e a encarcere por haver abortado.

É preciso, inclusive, levar-se em conta múltiplos fatores de ordem emocional, psicológica, fatores relacionados às circunstâncias da realidade de vida que as fazem negar a maternidade.

Voltando à deplorável inovação legislativa que se pretende, comparar a mulher que pratica o aborto a uma homicida é irracional, teratológico e denota uma insensibilidade humana extraordinária. O grave da proposta que tramita na Câmara é que os seus autores e defensores estão movidos exclusivamente por razões de engajamento político-ideológico, sem nenhuma consideração sobre os aspectos sociais, econômicos e humanos que envolvem o aborto. Parece que simplesmente obedecem a uma palavra de ordem por onde navega o conservadorismo e o pensamento da extrema direita, sem orientação de uma bússola indicativa da real vontade da sociedade.

Note-se que tanto o filho da mulher sem recursos quanto o da abastada, se nascerem contra sua vontade, como já dito, se tornarão filhos não desejados, possivelmente não amados e, ainda, sujeitos até ao abandono. Como advogado testemunhei inúmeras rejeições filiais que acarretaram graves consequências.

A questão do filho não querido é colocada para se mostrar que o aborto reúne uma grande gama de circunstâncias e situações humanas que não podem ser relegadas ao esquecimento e nem reduzidas à fórmula do “sou contra o aborto e ponto final”. O radicalismo e o maniqueísmo são incompatíveis com um problema de tamanha magnitude. Fonte: https://www.estadao.com.br

*ADVOGADO

Acidente com ônibus em rodovia no interior de SP tem 10 mortos

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Publicado em 05 julho 2024
  • Acidente com ônibus em rodovia no interior de SP tem 10 mortos
  • Rodovia Professor Francisco da Silva Pontes,
  • Itapetininga,
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Colisão foi na madrugada desta sexta-feira, 5, na Rodovia Prof. Francisco da Silva Pontes, próximo a Itapetininga; veículo tinha 48 ocupantes, segundo o Corpo de Bombeiros

 

Pelo menos 10 pessoas morreram em um grave acidente envolvendo um ônibus na madrugada desta sexta-feira, 5, em Itapetininga, região de Sorocaba, interior de São Paulo. Motorista do veículo diz que perdeu o controle da direção e atingiu uma pilastra de concreto Foto: Reproducao /TV Globo

 

Por Giovanna Castro

Um ônibus de turismo colidiu com uma pilastra de concreto na madrugada desta sexta-feira, 5, na Rodovia Professor Francisco da Silva Pontes, deixando 10 mortos e pelo menos 16 com ferimentos graves ou moderados. O acidente aconteceu por volta da meia-noite, no sentido norte do km 171 da rodovia, que fica próximo a Itapetininga, no interior de São Paulo.

De acordo com a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), o motorista do ônibus relatou que trafegava normalmente quando, “por motivos a serem esclarecidos, o veículo apresentou uma pane mecânica, travando a direção”. Neste momento, ele teria perdido o controle do ônibus, chocando com um pilar do viaduto Jornalista José Carlos Tallarico.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o ônibus tinha 48 ocupantes no momento da colisão. Dez delas morreram, 16 foram socorridas e encaminhadas a hospitais de Itapetininga e Sorocaba e as demais foram atendidas por equipes médicas do SAMU; da concessionária CCR, que administra a rodovia; ou ambulâncias de municípios vizinhos.

Até a última atualização da Artesp, feita às 7h desta sexta, a perícia ainda estava no local investigando o acidente e os procedimentos de retirada do ônibus da rodovia estão sendo executados. O tráfego na rodovia segue congestionado do km 177 ao km 171, com todo o sentido norte bloqueado e uma faixa bloqueada no sentido sul.

A Defesa Civil do Estado informou que, neste momento, não há mais vítimas no local. Todas foram encaminhadas para hospital, serviço funerário ou liberadas. De acordo com o órgão, compareceram ao local, além do Corpo de Bombeiros, o SAMU, a concessionária da rodovia (CCR), a Polícia Técnico Científica e o Policiamento Rodoviário (CPRv). Fonte: https://www.estadao.com.br

Por que as pessoas acreditam em ‘fake news’? Psicólogo Steven Pinker responde

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Publicado em 02 julho 2024
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Em congresso no Rio, professor de Harvard diz que isso tem a ver com tribalismo político: acreditamos naquilo que faz nossa tribo parecer bem, mesmo que fatos não comprovem a ideia

 

Steven Pinker discursa no Brain Congress, no Rio de Janeiro Foto: Leandro Martins/Brain Congress

 

Por Leon Ferrari

ENVIADO ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO* 

O psicólogo e linguista canadense Steven Pinker decidiu que queria ensinar e escrever sobre racionalidade humana. A ideia era falar sobre ferramentas como lógica, probabilidade, estatística, teoria da escolha racional, teoria dos jogos, correlação e causalidade. No entanto, as pessoas estavam interessadas em outra coisa. “Elas queriam saber por que o mundo estava enlouquecendo”, conta ele, que é professor da Universidade Harvard, autor do best-seller Enlightenment Now: The Case for Reason, Science, Humanism, and Progress (O novo Iluminismo: Em defesa da razão, da ciência e do humanismo, no título em português) e já foi considerado, mais de uma vez, uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time.

“Por que as pessoas acreditam em teorias da conspiração? Notícias falsas? Em tratamentos médicos malucos, como a homeopatia, mas ao mesmo tempo negam as vacinas? Por que as pessoas acreditam em percepção extra-sensorial? Clarividência? Ver o futuro e vidas passadas? É nisso que as pessoas estão realmente interessadas, não tanto em por que somos ruins em probabilidade e estatísticas”, disse ele neste sábado, 29, durante participação no Congresso Brain 2024: Cérebro, Comportamento e Emoções, realizado no Rio de Janeiro entre os dias 26 e 29 de junho.

Ele segue aconselhando que as pessoas se dediquem às ferramentas básicas, no entanto, lançou-se ao desafio das questões com as quais foi confrontado. “São vários motivos, não apenas um”, fala.

Entre eles, algumas crenças ou “intuições” humanas, como dualismo (“acreditamos que cada humano tem um corpo e uma mente”), essencialismo (“pensamos que os seres vivos têm algum tipo de substância invisível ou química neles que os torna vivos, que lhes dá forma e poderes”) e teleologia (tudo o que fazemos tem uma razão/propósito), mas, para Pinker, o mais importante é o que ele chama de tribalismo político.

“Poucas pessoas mudam de opinião por causa das notícias falsas. As notícias falsas reforçam os preconceitos políticos delas”, afirma. “As pessoas se dividem em setores, tribos ou coalizões, e as ideias que acreditam não são as ideias que são verdadeiras, mas as ideias que fazem a coalizão delas parecer mais inteligente, mais competente, mais moral e nobre do que as outras tribos.”

E é por isso que ele lança o seguinte desafio, que pode parecer óbvio, mas, segundo ele, contra intuitivo para a natureza humana: “você deve acreditar apenas em coisas para as quais há evidências, para as quais há uma boa razão para acreditar que são verdadeiras”.

“Cheguei à conclusão de que essa é a ideia mais radical na história humana”, afirma. “É uma boa lição moral para os jovens: a ideia de que você pode estar errado. Você deve deixar os fatos dizerem o que é certo e errado. Esta é uma ideia muito estranha, exótica, não natural, mas é uma ideia importante, e acho que temos que apoiar a ideia de que somos ignorantes sobre a maioria das coisas.”

“A única maneira de estar certo é tentar testar nossas ideias, tentar ver o que as tornaria falsas, ver se elas sobrevivem a testes de falsificação. Este é, basicamente, a mentalidade da revolução científica, mas não penetrou toda a população, nem mesmo toda a população de cientistas.”

 

Negacionismo

A exacerbação desse tribalismo é o que, para Pinker, nos colocou cara a cara com a negação da ciência. Mas como chegamos até aqui?

Ele sugere duas respostas. A primeira é de que as redes sociais fazem as pessoas viverem em bolhas. “Elas são uma máquina para reforçar o tribalismo.” No entanto, ele acha que esse fenômeno não responde por completo, nem mesmo é a mais importante explicação. Pinker avalia que, ao longo das últimas décadas, houve um aumento significativo da “segregação por educação e classe”.

“Cada vez mais pessoas com diplomas universitários vivem próximas em áreas urbanas centrais. Pessoas que não são tão graduadas vivem nos subúrbios mais distantes ou nas áreas rurais”, pontua. “As pessoas são muito mais propensas a apenas viver com pessoas que têm as mesmas crenças. É mais fácil demonizar as pessoas que você nunca conheceu.”

 

‘É preciso despolitizar a ciência’

Alguns, diz Pinker, avaliam que, para enfrentar o negacionismo científico, o ideal seria ensinar mais ciência às pessoas. Ele não acha que essa seja a solução.

“A maioria dos cientistas tem a teoria errada sobre por que as pessoas negam a ciência. Eles pensam que as pessoas que negam a mudança climática, vacinas ou a evolução humana são ignorantes. Na verdade, se você der testes de alfabetização científica a eles, como ‘o que é maior: um átomo ou um elétron?’, vão ter as mesmas pontuações do que aqueles que acreditam.”

Isso nos leva de volta ao tribalismo. Para ele, é preciso, então, tirar a ciência dessa polarização, despolitizando-a. “Precisamos tornar as questões científicas não alinhadas com um lado político ou outro, e restaurar a confiança nos cientistas, nas agências governamentais, jornalistas e estatísticos.”

Como? “Temos que admitir quando somos ignorantes, e mudar de opinião à medida que as evidências mudam.”

“Não somos anjos, não somos deuses, apenas fazemos o nosso melhor”, aponta. “A ciência realmente descobriu algumas coisas. Existem realmente células. Há realmente algo chamado DNA. Mas nunca estamos 100% certos.”

Esse raciocínio, claro, pode nos levar ao completo ceticismo. No entanto, Pinker destaca que o consenso é importante. É assim, por exemplo, que determinamos e aplicamos políticas públicas. O psicólogo aponta o melhor caminho para chegarmos até ele.

“Muitas vezes haverá discordância, mas você realmente tem que dizer sim ou não. Por exemplo, no caso de um paciente com alguns sintomas e alguns exames médicos, você nunca tem 100% de certeza se ele tem uma doença ou não. Opera ou não opera? Dá o remédio ou não dá?”

Aí, segundo ele, precisamos acionar a teoria da decisão estatística. “Você analisa quão ruim seria estar errado em cada direção. Ou seja, quão ruim se ela não tiver a doença, um falso positivo, em que o paciente poderia passar por uma cirurgia desnecessária, e quão ruim seria se você estivesse errado, um falso negativo, se for um câncer, talvez ele cresça rapidamente.”

“Você junta essas coisas e, pelo menos, isso lhe dá uma base racional para tomar uma decisão quando não pode ter certeza da verdade.” Fonte: https://www.estadao.com.br

*O repórter viajou a convite do Congresso Brain 2024: Cérebro, Comportamento e Emoções

Vítimas que morreram após carro bater em caminhão eram pai, mãe e filho bebê.

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Publicado em 01 julho 2024
  • Marcianópolis,
  • três pessoas que morreram em um acidente de carro na GO-319,
  • Goiatuba,
  • sul de Goiás,
  • acidente de carro na GO-319,

Vítimas que morreram após carro bater em caminhão eram pai, mãe e filho bebê

Os três morreram no local do acidente. Batida aconteceu no distrito de Marcianópolis, em Goiatuba.

 

Acidente deixa mortos na GO-319, em Goiatuba — Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros

Por Thauany Melo, g1 Goiás

As três pessoas que morreram em um acidente de carro na GO-319, em Goiatuba, no sul de Goiás, eram da mesma família, segundo o perito do Instituto Médico Legal (IML) Tiago Fernandes. O bebê de três meses e os pais morreram após o carro em que estavam bater contra um caminhão.

O acidente aconteceu a 10 km do distrito de Marcianópolis, por volta das 3h de sábado (29). As vítimas de acidente são: Bruno Bittencourt, Bianca Gomes e o filho deles, Anthony Gabriel.

Conforme o Corpo de Bombeiros, a família estava em um veículo do modelo saveiro, que bateu na traseira do caminhão.

Segundo a corporação, os três já estavam mortos, presos às ferragens, quando a equipe chegou ao local. Os bombeiros fizeram o desencarceramento e os corpos foram levados pelo Instituto Médico Legal (IML). Fonte: https://g1.globo.com

Projeto de lei que impõe regras e multa para doar comida em SP é aprovado em 1ª votação

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Publicado em 28 junho 2024
  • Polícia Civil de São Paulo,
  • Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social
  • vereador Rubinho Nunes
  • Rubinho Nunes
  • Projeto de lei que impõe regras e multa para doar comida em SP
  • Secretaria Municipal de Subprefeituras
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  • prefeito Ricardo Nunes
  • região da cracolândia,

ONG fundada por Betinho diz que dificultar doação de alimentos é desumano; veja o que diz o PL

 

Moradores da favela de Paraisópolis (SP) aguardam para receber marmita distribuída pela Associação de Moradores da Comunidade - Lalo de Almeida/Folhapress

Gabriela Caseff

SÃO PAULO

Doar alimentos a pessoas em situação de vulnerabilidade social na cidade de São Paulo poderá ficar mais difícil e render multa de R$ 17.680. Os vereadores paulistanos aprovaram, em primeira votação nesta quarta-feira (26), projeto de lei que cria regras para ONGs e pessoas físicas que combatem a fome na cidade.

O PL 445/223, do vereador Rubinho Nunes (União), estabelece a necessidade de autorização prévia da Secretaria Municipal de Subprefeituras e da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social.

A aprovação aconteceu três dias após a abertura do inquérito da Polícia Civil de São Paulo para apurar eventual delito de abuso de autoridade que estaria sendo praticado pelo vereador contra o padre Júlio Lancellotti. Nunes é o autor da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que mira o pároco e ONGs que atuam na região da cracolândia, no centro da capital paulista.

Segundo o projeto de lei, que ainda passará por segunda votação na casa e aprovação do prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP), entidades devem fazer o cadastro de seus voluntários, além de disponibilizar tendas, mesas, cadeiras, talheres e guardanapos e manter limpa a área onde será distribuída a refeição.

O PL determina ainda o agendamento prévio, junto a ambas as secretarias, da ação social, "de forma a garantir a segurança e o bem-estar dos beneficiários".

Já aqueles que recebem as doações —pessoas em situação de rua, em abrigos temporários, em situação de pobreza extrema ou em qualquer outra condição que evidencie falta de recursos— devem estar cadastrados na Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, "garantindo uma abordagem mais organizada e efetiva das ações assistenciais".

ONGs e pessoas físicas que descumprirem a lei poderão ser multadas em R$ 17.680 e descredenciados por três anos junto às secretarias.

"O político que toma a decisão de restringir o trabalho de organizações sérias está seriamente comprometido em extinguir a existência das 10,6 milhões de pessoas que vivem no estado de São Paulo e hoje não conseguem fazer todas as refeições como deveriam", afirma Rodrigo ‘Kiko’ Afonso, diretor-executivo da Ação da Cidadania.

A ONG fundada por Betinho, que combate a fome há 30 anos no país, acusa o deputado de impor barreiras burocráticas a um trabalho que deveria ser atribuição do poder público.

"Proibir e dificultar a doação de comida não só é desumano, como também vai contra tudo o que acreditamos e pelo que lutamos diariamente", afirma ‘Kiko’ Afonso. "Precisamos combater o retrocesso daqueles que insistem na legitimação da fome."

Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que o PL "segue em discussão na Câmara Municipal de São Paulo e será analisado pelo prefeito caso seja aprovado em segunda votação."

Em suas redes sociais, o padre Júlio Lancelotti fez publicações contra o projeto de lei. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

Um país em guerra contra seus jovens

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Publicado em 20 junho 2024
  • jovens assassinados,
  • Fórum Brasileiro de Segurança Pública,
  • Atlas da Violência
  • proteção de crianças e adolescentes,
  • são os jovens a mão de obra preferencial do crime organizado.
  • homicídios
  • Violência contra jovens negros,
  • Violência contra jovens favelados,
  • Violência contra jovens nas comunidades,

‘Atlas da Violência’ reafirma o fracasso brasileiro na proteção de crianças e jovens e mostra que é preciso mais compromisso e ação onde hoje há indignação de alguns e indiferença de muitos

 

A nova edição do Atlas da Violência – produzido anualmente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública – traz dados estarrecedores que escancaram o fracasso brasileiro na proteção da vida de crianças e jovens. Com dados referentes a 2022, descobre-se que praticamente metade (49,2%) dos 46,4 mil homicídios registrados no Brasil teve como vítimas pessoas entre 15 e 29 anos. Naquele ano, de cada cem mortes de jovens, um terço (34) se deu por homicídio – e grande parte deles por arma de fogo. Visto de outra forma, a cada dia, 62 jovens foram assassinados no País. Em dez anos, foram mais de 321 mil vítimas de violência letal, a maioria homens negros.

O Atlas também mapeou a extensão dos casos de violência sexual. Meninas até 14 anos são, proporcionalmente, as maiores vítimas de agressão sexual, uma das formas mais comuns de violência doméstica e familiar. Dito com outras palavras, quase metade (49,6%) da violência contra meninas de 10 a 14 anos tem caráter sexual. Seis em cada dez vítimas têm no máximo 13 anos. São números obtidos com base nos registros do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, criado pelo Ministério da Saúde para notificar, compulsoriamente, qualquer caso suspeito ou confirmado de diferentes formas de violência, como doméstica/intrafamiliar e sexual, e contra mulheres e homens de todas as idades. Isso significa admitir que o levantamento é composto apenas pelos casos oficialmente registrados – e não há razão para duvidar que a realidade é ainda pior do que os números publicados.

Pouca gente há de questionar a premissa de que o Brasil vem falhando na proteção de crianças e adolescentes, não só nos efeitos da violência, mas também no cuidado da educação básica, sem o que é impossível imaginar um futuro minimamente digno para eles. Com incômoda frequência, no entanto, a divulgação de números e balanços, como esses expostos no Atlas, ajuda a dar contornos ainda mais dramáticos a uma realidade perturbadora – e que muitos acabam ignorando ou deixando em segundo plano diante de outras mazelas. Há um círculo vicioso do qual precisamos escapar: a falta de preparo do jovem leva-o ao desemprego e subemprego; a falta de ocupação e perspectivas leva-o ao desespero; a falta de esperança leva-o à droga e à captura pelo crime organizado. E assim se fecha um ciclo de miséria, delinquência e violência que condena o presente e o futuro de boa parte do País.

É como se o Brasil estivesse numa guerra, situação em que jovens soldados são enviados para matar e morrer, mas a guerra que vitima os jovens brasileiros é do País consigo mesmo. A título de comparação, os EUA perderam 58 mil soldados em 20 anos de Guerra do Vietnã. Ou seja, no Brasil ocorreram cinco guerras do Vietnã em uma década.

Ademais, como afirmou Samira Bueno, uma das coordenadoras do Atlas, são os jovens a mão de obra preferencial do crime organizado. Uma vez aliciados pelo mundo do crime, evadem da escola muito cedo e não veem oportunidades senão na engenharia das organizações criminosas.

Se há cooptação sobre os jovens meninos, há muito mais do que coação sobre as meninas. Os números do Atlas são confirmados por outras pesquisas, como o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado também pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, segundo o qual houve 75 mil estupros em 2023. O perfil demográfico das vítimas diz muito sobre nossas iniquidades e sobre nossa miséria moral e institucional: 88,7% são mulheres, 61,4% são menores de 14 anos e 10,4% têm menos de quatro anos de idade. Na maioria dos casos seus algozes são familiares.

Por vezes os números não dão conta da dramaticidade do mundo real e de suas histórias. Mas são fundamentais para dar a dimensão do problema e produzir gritos de alerta, de modo que o País reaja com o devido vigor. Não está escrito nas estrelas, porém, que tais números se manterão assim, como se não houvesse caminho alternativo para dar algum alento à grande maioria das crianças e dos jovens brasileiros. Mas mudá-los vai requerer muito mais compromisso e ação do que a indignação de alguns e a indiferença de muitos. Fonte: https://www.estadao.com.br

Desastre climático no Sul e os verdadeiros responsáveis

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Publicado em 18 junho 2024
  • Rio Grande do Sul,
  • trabalhadores resgatados no Rio Grande do Sul
  • Rio Grande do Sul após as enchentes
  • Rio Grande do Sul após as chuvas e enchentes
  • chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul
  • temporais no Rio Grande do Sul
  • Desastre climático no Sul
  • Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul

Além de entes estatais, grandes emissores podem ser acionados judicialmente

 

Gabriel Wedy

Juiz federal, é professor do Programa de Pós-Graduação em Direito da Unisinos (RS); autor de "Curso de Direito Climático" (ed. Revista dos Tribunais)

 

Inês Soares

Mestre e doutora em direito, é desembargadora no TRF-3

O desastre climático ocorrido no Rio Grande do Sul exigirá, em breve, a discussão sobre medidas para reparação dos danos materiais e morais causados.

No ano de 2015, relatório da Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul e do governo da França já apontava que as chuvas, dentro de poucos anos, aumentariam entre 5% e 10% em território gaúcho. O atual desastre confirma que os entes estatais nada ou pouco fizeram desde o referido estudo —aliás, foi aprovado em 2020 um novo Código Estadual Ambiental profundamente desidratado em matéria de tutela do meio ambiente.

É possível discutir se seria justo a União, o estado e os municípios sucateados arcarem integralmente com a reparação civil dos seus cidadãos, do meio ambiente e das estruturas públicas e privadas danificadas e destruídas pelo temporal —e, com isso, os contribuintes arcarem duas vezes por ações e omissões estatais, sendo que a origem do aquecimento global tem como os maiores responsáveis as indústrias do petróleo e do carvão e, no plano geopolítico, a China e os Estados Unidos, como os maiores emissores.

Na perspectiva brasileira, de um país que tem sofrido consequências desproporcionais em decorrência de desastres gerados por alterações climáticas, é válido levar adiante o debate.

Há exemplos ao redor do mundo. O caso Dutch Shell é um "leading case", julgado em maio de 2021, no qual o poder judiciário holandês emitiu decisão para que a Royal Dutch Shell acelerasse o seu objetivo de redução das emissões de carbono.

Em janeiro de 2023, a Colômbia e o Chile ingressaram na Corte Interamericana de Direitos Humanos com um Pedido de Parecer Consultivo sobre Emergência Climática e Direitos Humanos. Em sua justificativa para a provocação à corte interamericana, os Estados requerentes justificaram que "os efeitos da mudança climática não são experimentados de maneira uniforme na comunidade internacional. De fato, eles já estão sendo sentidos por parte das comunidades mais vulneráveis em razão de sua geografia, condições climáticas, socioeconômicas e infraestrutura, incluindo vários países das Américas". Esse procedimento está em andamento.

No caso do RS, embora União, estado e municípios possam, em tese, ser responsabilizados por questão de justiça climática, seria importante se houvesse um amadurecimento na análise sobre a conveniência de ajuizamento de demandas climáticas em defesa do povo gaúcho. Essas demandas colocariam nos bancos dos réus indústrias do petróleo, do carvão e grandes emissores de gases de efeito estufa, além de envolver os países que abrigam essas indústrias em seus territórios.

Há aporte teórico e experiências em cortes estrangeiras para embasar ações judiciais dessa natureza. Não é mais aceitável a irresponsabilidade climática de alguns países, que assumem posições contraditórias e contrárias ao Acordo de Paris e que violam os direitos humanos de pessoas que vivem em nações que não causam desequilíbrio climático relevante, mas sofrem com desastres devastadores. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

A violência contra os mais velhos mora dentro das nossas casas

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Publicado em 12 junho 2024
  • A violência contra os mais velhos
  • velhofobia,
  • etarismo,
  • violência contra os velhos
  • Junho Violeta
  • Dia 15 de junho é o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa
  • Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa,
  • Violência contra a Pessoa Idosa
  • Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania,

'Mirian, para de escrever sobre velhos, por favor. Escreve sobre a rebimboca da parafuseta', me pediu um leitor

 

 

Mirian Goldenberg

Antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é autora de "A Invenção de uma Bela Velhice"

 

"Mirian, posso te dar um conselho de amigo: para de escrever sobre velhos, por favor. Não gosto de ficar lendo sobre velhofobia, etarismo, violência contra os velhos. Não quero ficar pensando sobre a minha própria velhice. Gosto mais quando você escreve sobre traição, sexo e temas mais leves. Você escreve tão bem que eu iria adorar até se você escrevesse sobre a rebimboca da parafuseta. Pode escrever sobre qualquer coisa, menos sobre velhos."

Não sei quantas vezes eu escutei nas últimas três décadas: "Mirian, para de escrever sobre velhos. Que assunto chato! Escreve sobre um tema mais leve". Mas foi a primeira vez que um leitor sugeriu que eu escrevesse sobre a "rebimboca da parafuseta".

Apesar das críticas, conselhos e sugestões para mudar de tema, nunca parei de pesquisar sobre envelhecimento, autonomia e felicidade, nem de escrever sobre os meus melhores amigos nonagenários.

E vou continuar escrevendo, e até mesmo gritando, para denunciar e combater a violência física, verbal e psicológica que os mais velhos sofrem dentro das próprias casas e famílias. É o propósito da minha vida.

Nos seis primeiros meses de 2024, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania registrou 74.620 denúncias de violência contra idosos. A realidade é muito mais assustadora, pois a maioria tem vergonha e medo de denunciar seus agressores: os próprios filhos na maior parte dos casos; e também os netos, cônjuges, genros e noras. Entre os abusos mais comuns estão:

Negligência - quando deixam de oferecer cuidados básicos ao idoso, como higiene, saúde, medicamentos, proteção contra frio ou calor;

Abandono - quando há ausência ou omissão dos familiares ou responsáveis, governamentais ou institucionais, de prestarem socorro a um idoso que precisa de proteção;

Violência física - quando é usada a força para obrigar o idoso a fazer o que não deseja, ferindo, provocando dor, incapacidade ou até a morte;

Violência psicológica ou emocional - comportamentos que prejudicam a autoestima ou o bem-estar do idoso, como xingamento, susto, constrangimento, impedimento de que vejam amigos e familiares, tortura psíquica;

Violência financeira ou material - a exploração ou o uso não consentido de seus recursos financeiros e patrimoniais.

O "Junho Violeta", criado pela ONU, é o mês de prevenção e de conscientização da violência contra a pessoa idosa. Dia 15 de junho é o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2011, com o objetivo de chamar a atenção para a existência de violações dos direitos dos idosos e divulgar formas de denunciá-las e combatê-las.

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, por meio da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, lançou uma campanha com o slogan "Respeito não tem prazo de validade", com o objetivo de "conscientizar a sociedade sobre a necessidade da garantia de direitos, dignidade e combate à violência contra pessoas idosas".

O último Censo mostrou a tendência de envelhecimento da população brasileira: somos 32 milhões de brasileiros de 60 anos ou mais.

O Estatuto da Pessoa Idosa, lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, dispõe que a pessoa idosa goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, garantindo-lhe todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.

A lei dispõe que é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar à pessoa idosa, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de violação a esta lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.

Tudo muito lindo, mas será que o Estatuto da Pessoa Idosa tem sido respeitado dentro das nossas próprias casas e famílias? Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

Mãe é presa após jogar filha da janela de apartamento em caixa de gato na Alemanha

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Publicado em 12 junho 2024
  • Berlim,
  • MÃES
  • Mãe é presa após jogar filha da janela de apartamento em caixa de gato na Alemanha
  • Mãe é presa após jogar filha da janela

Segundo autoridades locais, a criança ficou 'gravemente ferida', mas 'não corre risco de vida'

 

Mãe é presa após jogar filha da janela de apartamento em caixa de gato na Alemanha — Foto: Reprodução

 

Por O Globo com agências internacionais — Berlim

Uma bebê de 1 ano e 9 meses foi arremessada do terceiro andar de uma casa por sua própria mãe, em Berlim, na Alemanha. A vítima sofreu ferimentos graves após ter sido jogada pela janela em uma caixa para transportar gatos. A mãe, de 41 anos, foi presa pelo crime e encaminhada para uma clínica psiquiátrica. O caso aconteceu na segunda-feira.

Uma mulher que passava nos fundos do prédio, viu a caixa de gatos no chão e encontrou a bebê, que estava chorando. Com isso, o Corpo de Bombeiros e a polícia local foram acionados. A vítima foi levada ao hospital e teria quebrado o braço e as pernas. As informações são do jornal alemão B.Z.

“A menina foi imediatamente levada ao hospital pelas equipes de resgate para tratamento hospitalar com ferimentos significativos por queda”, informou o policial ao jornal alemão.

A bebê teria sido jogada de um apartamento no terceiro andar, em uma altura de pelo menos dez metros. Já dentro do apartamento, outra criança, de 9 anos, foi encontrada e encaminhada pelas autoridades para a Secretaria de Assistência à Juventude. O caso aconteceu no bairro de Altglienicke, próximo ao aeroporto de Berlim.

Segundo os vizinhos, a mulher têm cinco filhos e nasceu na República Checa. Ainda de acordo com eles, a mulher é solteira e descrita como "simpática e amorosa".

A polícia investiga o caso e ainda não há informações sobre a motivação do crime. Testes foram realizados, mas não foram encontrados indícios de uso de droga por parte da mulher. Ainda segundo o jornal B.Z, a mãe compareceu ao juízo nesta terça-feira e será internada em um centro psiquiátrico por suspeita de tentativa de homicídio. Fonte: https://oglobo.globo.com

Não faz sentido privatizar praias

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Publicado em 04 junho 2024
  • privatizar praias
  • imobiliária na beira do mar
  • A especulação imobiliária
  • praia,

Não tem sentido nenhum, neste momento em que o mundo vive uma mudança climática violenta, mexer com este projeto de privatização das praias no Brasil

 

Por Merval Pereira

Não tem sentido nenhum, neste momento em que o mundo vive uma mudança climática violenta, mexer com este projeto de privatização das praias no Brasil. Aliás, o nome do projeto já diz tudo e cria um clima muito ruim. Se for para fazer, é para melhorar. Não se pode mexer em questões delicadas como esta sem estudo, sem projeto cuidadoso, que veja as consequências que possa trazer.

Não vejo nenhuma razão para permitir especulação imobiliária na beira do mar. É o momento de estudar as maneiras de protegermos as cidades contra as marés que estão subindo devido às geleiras que se derretem. Animais do mar precisam ser preservados.

A PEC visa o Brasil inteiro e não é hora para uma especulação imobiliária tão grande, porque a. Privatizar praia é um absurdo. Tem ainda um aspecto social; praia é um lugar onde se pode conviver sem desigualdade, é uma maneira de dar um lazer gratuito a quem não tem condições. A praia é de graça.

No Rio, se privatizar, será uma tragédia social. Difícil imaginar que alguém esteja pensando nisso. A especulação imobiliária tem que ser contida; não só na beira da praia, mas em todo lugar. Fonte: https://oglobo.globo.com

Corpus Christi despedaçado.

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Publicado em 30 maio 2024
  • Frei Petrônio de Miranda,
  • Homilia do Frei Petrônio de Miranda,
  • homilias do Frei Petrônio de Miranda,
  • Corpus Christi Despedaçado,
  • Mensagem do Frei Petrônio de Miranda,
  • Solenidade de Corpus Christi
  • Olhar do Frei Petrônio de Miranda
  • Pensamento do Frei Petrônio de Miranda,

 

Por; Frei Petrônio de Miranda, O. Carm, Padre Carmelita e Jornalista. Convento do Carmo, São Paulo. 06 de maio-2012. Atualização: Comunidade do Carmo de Vicente de Carvalho- Vila Kosmos/RJ. 30 de maio-2024, Festa de Corpus Christi. 

 

Ó Jesus no ventre  materno
Em Maria a gerar.
Olha para as mães grávidas
Sem família e sem um lar.
Junta todos os pedaços
De sangue, suor e dor
Ó meu Jesus Eucarístico
Vem mostrar o teu amor!

 

 

Sacramento de unidade
Pão da vida salutar.
Os Sem-Teto chorando
Em nossas ruas a morar.

Ó meu Jesus Eucarístico
Este povo a clamar
Junta todos os pedaços
Vem logo os ajudar!

 

Com os Mártires da Guerra
Na Faixa de Gaza a gritar
Nos Países Africanos

O sangue a derramar.
Estas vidas em pedaços
Na Ucrania a caminhar.
Com a juventude atormentada
Nós iremos suplicar!

 

Partilhar a Boa Nova
A todos saber amar.
No Rio Grade do Sul

O povo vive a chorar.

Ó meu Jesus Eucarístico
Vem logo iluminar
Livra-nos das balas perdidas

E da violência a reinar.

 

 

Crianças refugiadas

Os idosos a orar.

Destrói do nosso país

A Fake News a se espalhar.
Ó meu Jesus Eucarístico
Vem logo nos confortar

As vidas despedaçadas

Os cacos venha juntar.

 

 

As comunidades Quilombolas

Os indígenas a lutar

Suas vidas em pedaços
Com medo de caminhar.

Ó meu Jesus Eucarístico
Este povo a suplicar.
Quebra todas as correntes
Que possam aprisionar!

 

 

A violência mediática
Entrando em nosso lar.
Até a nossa irmã Morte,
Vem sempre nos visitar.
Ó meu Jesus Eucarístico
Venha nos acalmar,
Deleta os homofóbicos

Ensina-nos a caminhar.

 

 

Este país que vale ouro

A mãe natureza a sangrar

O desemprego dominando

A fome sempre a reinar.

Ó meu Jesus Eucarístico
Venha nos ensinar

Abre os nossos olhos

Ensina-nos a caminhar!

 

 

Se depender de oração
Este povo vai se salvar.
Com as novenas e rezas
Todo o povo a suplicar.
Mas as vidas em pedaços
Quem poderá ajuntar?
Ó meu Jesus Eucarístico
Venha nos conscientizar!

 

 

Neste ano decisivo
Onde o voto tem valor

Livra-nos dos corruptos

Sem carinho e sem amor

Ó meu Jesus Eucarístico
Vem logo nos levantar
Afasta-nos dos fanáticos
E dos políticos a roubar!

 

 

Em cada cidade clamamos
Meu Jesus libertador.
Olha por estas famílias,
Com carinho e com amor.
Ó meu Jesus Eucarístico
Do tráfico vem libertar
A estas vidas em pedaços
A tua paz vem nos dar!

Brasileiro escapa de extradição no Reino Unido após alegar ser gay e temer condições desumanas de prisão em Alagoas

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Publicado em 30 maio 2024
  • Ministério da Justiça
  • Brasileiro escapa de extradição no Reino Unido após alegar ser gay
  • condições desumanas de prisão em Alagoas
  • Nicolas Gomes De Brito
  • Convenção Europeia dos Direitos Humanos
  • Anthonie Guilherme de Oliveira
  • juíza distrital Briony Clarke
  • CEDH

Nicolas Gomes De Brito é acusado de ter participado do assassinato de William Pereira de Paiva na cidade de Caratinga, em Minas Gerais, em 2019

 

Nicolas Gomes De Brito seria preso em Alagoas — Foto: Reprodução

 

Uma juíza britânica negou ao governo brasileiro a extradição de Nicolas Gomes De Brito, de 26 anos, alvo de um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça de Minas Gerais e integrante da lista de foragidos da Interpol. Ao longo do processo, concluído em janeiro deste ano, mas revelado apenas nesta semana pela imprensa do Reino Unido, o brasileiro, apontado como autor de um assassinato ocorrido em Caratinga, em 2019, alegou correr risco a sua integridade física nas prisões brasileiras, tanto por ser gay, quanto pelas condições desses estabelecimentos. Brito foi solto por decisão da juíza distrital Briony Clarke.

"Isso ocorre porque, na ausência dessas informações, há, na minha visão, fundamentos substanciais para acreditar que ele enfrentaria um 'risco real' de ser submetido a tortura ou tratamento ou punição desumana ou degradante se fosse extraditado", escreveu a magistrada na decisão a qual O GLOBO teve acesso.

O argumento que sustentou a decisão de liberar o brasileiro foi a situação das prisões no Brasil. Segundo o documento, a defesa apresentou um relatório formulado por um especialista argentino em sistemas penitenciários no qual as deficiências das prisões brasileiras são expostas. Detalhes da prisão de Agreste, para a qual Brito seria enviado caso fosse extraditado, também aparecem no processo. Com base no relatório do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), a análise apresentada pelos advogados do brasileiro aponta uma superlotação de 108% na unidade.

As celas também não estariam em conformidade com os padrões da Convenção Europeia dos Direitos Humanos (CEDH), com pouca ou nenhuma iluminação artificial e sem ventilação. Nas solitárias, há ausência de camas, com detentos obrigados a dormirem no chão, e falta de acesso a água nas celas, além de superlotação.

O especialista alega ainda que, por conta de sua orientação sexual, Brito também poderia ser vítima de homofobia e violência. A juíza Clarke pontua, no entanto, a ausência de evidências nesse sentido. O foragido chegou a afirmar ter casado com um português oito meses antes de deixar o Brasil, mas não apresentou documentos ou fotos que provem o relacionamento. Além disso, a polícia brasileira disse ter conversado com a mulher de Brito após o crime.

Ao ser preso no Brasil, Nicolas recebeu uma ligação de sua esposa na noite do assassinato. Além disso, argumenta a juíza britânica, ele deu o nome dela e afirmou que estavam em um relacionamento há pelo menos três anos. "Não há nada na prova de evidência do réu que dê qualquer explicação para o término desse relacionamento, como registros de divórcio, e as informações que ele forneceu não fazem referência alguma à sua esposa", pontua o documento.

Ainda segundo a decisão, procurado, o governo brasileiro não forneceu uma série de informações solicitadas pela juíza, referentes as características da prisão onde o homem ficaria. "É decepcionante que este tribunal não tenha recebido nenhuma resposta do Estado solicitante (Brasil). Mesmo que fosse difícil fornecer as informações solicitadas ou a garantia necessária, eu esperaria ter recebido algum tipo de resposta, mesmo que fosse para dizer 'não podemos fornecer essas informações' ou 'não podemos fornecer essas informações no prazo fornecido'", escreveu.

Procurado pelo GLOBO, o Ministério da Justiça não se manifestou.

Além disso, a última movimentação do processo no Tribunal de Justiça de Minas Gerais dá conta de que o juiz do caso solicitou informações ao Ministério da Justiça sobre o paradeiro de Nicolas. A pasta se limitou a dizer que ele esteve preso no Reino Unido, mas não deu informações adicionais sobre o status atual do rapaz, nem a localização exata dele.

 

Entenda a acusação

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu ainda em 2019 o inquérito em que Nicolas Gomes de Brito é acusado de participar de um homicídio em Caratinga. Segundo o delegado Rodrigo Cavassoni, a polícia descobriu que a motivação da morte de William Pereira de Paiva foi vingança e envolvimento com o tráfico de drogas.

De acordo com as investigações, em 2018, William teria contratado Anthonie Guilherme de Oliveira, na época com 18 anos, para executar Lucas Ferreira Lima, conhecido como “Lucas Boi”. Na época, Lucas Boi resistiu aos ferimentos, mas ficou paraplégico.

Dois dias após sair do presídio onde estava, a vingança foi realizada: William foi executado sob comando de Lucas Boi, que teria contado com a ajuda de Nicolas — apontado como “um dos principais articuladores desse crime” — um menor de 17 anos e Luís Henrique Lopes de Oliveira.

Na época, apenas Lucas Boi terminou preso pelo crime. Segundo os últimos registros da polícia de Minas, Luís Henrique teria fugido para a França e sido abrigado na casa do irmão de Lucas Boi. Neste período, da conclusão do inquérito, a polícia ainda considerava Nicolas foragido e não sabia o paradeiro do criminoso. Fonte: https://oglobo.globo.com

Adolescente que vivia em cobertura em Balneário Camboriú é alvo de operação contra golpe que simulava campanhas de doação ao RS

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Publicado em 28 maio 2024
  • Rio Grande do Sul,
  • Balneário Camboriú,
  • A catástrofe climática no Rio Grande do Sul,
  • tragédia no Rio Grande do Sul,
  • campanhas de doações para o Rio Grande do Sul,

Polícia Civil gaúcha realizou buscas no local na última sexta-feira. Imóvel era usado, segundo a investigação, como espécie de QG para aplicar série de estelionatos virtuais

 

Apartamento de alto padrão na beira-mar em Santa Catarina, onde foram realizadas buscas pela Polícia Civil-RS / Divulgação

 

Uma cobertura de alto padrão na beira-mar em Balneário Camboriú, Santa Catarina, com aluguel de R$ 30 mil, é apontada pela polícia como espécie de QG usado para aplicar golpes pela internet. Entre as trapaças, está a que simulava campanhas de doações para o Rio Grande do Sul, para auxiliar as vítimas das inundações. O imóvel, onde residia um adolescente de 16 anos investigado pelo esquema, foi alvo de buscas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

A Polícia Civil gaúcha chegou ao local enquanto investigava os responsáveis pela fraude que buscava se aproveitar do momento de calamidade no Estado para lucrar pela internet. Um adolescente, que usa as redes sociais para divulgar a vida de alto padrão, tornou-se um dos investigados dentro da chamada Força-Tarefa Cyber — criada para apurar estelionatos virtuais e casos de disseminação de notícias falsas envolvendo as inundações no RS.

O adolescente de 16 anos já era alvo da investigação, mas dentro do imóvel a polícia localizou mais dois suspeitos, um de 17 e outro de 20 anos.

— Deparamos com esses três, sozinhos, numa cobertura de luxo, trabalhando com dinheiro ilícito, obtido pela internet. Eles estavam praticando naquele momento diversos golpes virtuais — afirma a diretora do Deic, delegada Vanessa Pitrez, em coletiva à imprensa nesta segunda-feira (27).

A investigação aponta que o trio seria integrante do mesmo grupo, especializado em aplicar golpes pela internet, utilizando diferentes contextos. O adolescente de 16 anos é natural de Santa Catarina, enquanto os outros dois são de Alagoas e do Rio Grande do Norte. Os três teriam se unido para a prática dos estelionatos. A polícia ainda apura há quanto tempo o grupo estava atuando.

— Quando surgiu a tragédia, a enchente aqui no RS, eles se utilizaram disso para continuar e criar espécies de golpes. A gente ainda apura há quanto tempo eles atuam especificamente nessa modalidade que eles chamam de "black", mas entende que sim eles atuavam há mais tempo. Eles relataram durante o cumprimento dos mandados que de fato eram especialistas nessa modalidade de golpe. Tudo que chamava atenção da população em geral eles se utilizavam para criar golpes — afirma o delegado João Vitor Heredia.

O aluguel do imóvel, segundo a polícia, era dividido pelo trio. Dentro do apartamento havia equipamentos de informática com valor estimado em cerca de R$ 200 mil. Foram apreendidos no apartamento computadores, celulares, HDs e outros equipamentos que serão analisados para tentar extrair provas.

— De fato, eles se utilizavam desse apartamento como um quartel general para a prática de golpes diuturnamente. Eles estavam praticando golpes naquele momento. O próprio menor de 16 anos ouvido nos confirmou diversas espécies de golpes, que se utilizavam de qualquer outro fato nacional que chamasse atenção para a criação de golpes — explica o delegado.

Como há envolvimento de menores de 18 anos, a investigação passará a contar com apoio da Divisão Especial da Criança e do Adolescente (Deca) para apurar os atos infracionais. Os adultos identificados seguirão sendo investigados pelo Deic. A polícia apura, entre outros crimes, a prática de estelionato, associação criminosa e uso de documento falso.

 

Como funcionava

Um dos pontos que despertou a atenção da polícia é a sofisticação do golpe. Neste caso, era usado um gateway (tecnologia de pagamento digital, conectando quem paga e a instituição financeira) para tornar mais complexa a identificação do destinatário e forçar uma licitude dos valores. Para impulsionar o golpe e motivar as pessoas a doarem, os golpistas fingiam que a campanha já havia arrecadado somas milionárias.

— Essas pessoas que praticam esses golpes já identificamos diversas modalidades. Alguns um pouco mais simples, mas ainda assim arrecadando dinheiro, e como esse praticado por esse adolescente, residente em Balneário Camboriú, que é um dos mais sofisticados — explica o diretor de investigações do Deic, delegado Eibert Moreira Neto.

Para a prática do golpe, segundo a polícia, foi criado um site, simulando uma campanha do governo do RS. A partir dali, havia um link para outro site falso, com uma vaquinha virtual. Por meio dessa página, era acessado um QR Code (processado por meio de uma loja virtual) para pagamento por Pix. A partir dali, quando a pessoa pensava estar fazendo a doação é que se concretizava o golpe.

O dinheiro era encaminhando para um gateway de pagamento, que faz a intermediação entre a pessoa que está comprando e a instituição financeira. O gateway direcionava esse pagamento para onde o golpista, o titular daquela conta, havia definido. Neste caso, segundo a polícia, o adolescente, como era sócio proprietário de uma empresa de consultoria online, direcionava o valor do gateway de pagamento para a empresa dele. 

"Esse valor a título de contribuição chegava na conta desse golpista como se fosse a aquisição de um produto ou serviço. Ele fazia todo esse caminho para dar a aparência de licitude".

JOÃO VITOR HEREDIA-Delegado

Então,  Mas, na verdade, se tratava de um golpe, que foi todo elaborado por eles, utilizando esses gateway de pagamento para fins de tentar ocultar a real ilicitude desses valores — explica Heredia.

-Houve determinação da Justiça, a partir de pedidos da polícia, para o bloqueio de contas no valor de até R$ 1 milhão. Os policiais ainda investigam qual o valor que foi movimentado pelo grupo desde o início do esquema. 

 

Força-Tarefa Cyber

Desde o começo da força-tarefa já foram investigados 59 casos e abertos 29 inquéritos para apurar estelionatos virtuais e notícias falsas. Esta foi a segunda operação voltada para golpes realizada desde o início da mobilização. Segundo a polícia, já foi possível retirar do ar 71 páginas, contas e publicações.

 

Dicas

-Não compartilhe notícias das quais não tem certeza sobre a veracidade da informação. Busque confirmar as informações que recebe por conversas de WhatsApp, por exemplo, em canais oficiais e pela imprensa.

-Quem compartilha e dissemina as notícias falsas também pode ser responsabilizado por isso, não somente aquele que criou a informação falsa.

-Verifique a confiabilidade da campanha para onde pretende doar algum valor. Na hora de realizar e concluir o pagamento, via Pix, por exemplo, confira se a conta e o destinatário do valor é a mesma pessoa física ou jurídica que solicitou a doação.

-Se não souber para quem doar, busque campanhas oficiais, como do governo do Estado, por meio da campanha SOS Rio Grande do Sul.

-Também é possível acessar o portal “Para quem doar”, que faz a certificação de credibilidade das campanhas.

-Informe a polícia sobre casos de suspeita de golpes ou mesmo de divulgação de fake news. Fonte: Polícia Civil – RS

 

Como registrar

Caso seja vítima de algum golpe ou perceba que uma página ou perfil está disseminando notícias falsas, registre o fato na Polícia Civil. Só assim será possível investigar os crimes e chegar aos responsáveis. A comunicação pode ser feita por meio do Disque-Denúncia no número 197, ou no 181. Também é possível registrar ocorrência nas delegacias ou pelo site da Delegacia Online. Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br

O que move os seguidores nas redes sociais?

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Publicado em 27 maio 2024
  • Redes sociais,
  • O Poder das Redes Sociais,
  • internet e as redes sociais,
  • fake news,
  • discrição no uso das redes sociais
  • imagens viralizaram nas redes sociais
  • redes sociais do Brasil
  • extremismo nas redes sociais,
  • Efeitos das redes sociais
  • seguidores nas redes sociais
  • viralizar
  • O poder da comunicação

Gerar engajamento promovendo informações relevantes é um caminho potente para criarmos uma rede rumo à transformação necessária

 

Uma pessoa verificando o celular — Foto: Mego-studio no Freepik

 

Rachel Maia

As redes sociais, nós sabemos, representam um meio de comunicação importantíssimo hoje. Com elas, podemos nos relacionar com familiares, amigos, colegas de trabalho e até com quem não conhecemos pessoalmente, mas que, de alguma forma, admiramos ou nos admira. O poder dessas redes é inquestionável, servindo tanto para promover ações positivas quanto para disseminar, por exemplo, notícias falsas (fake news).

Os meus canais na internet têm quase 400 mil seguidores. No LinkedIn, rede social direcionada a assuntos profissionais, são mais de 205 mil pessoas que me acompanham. Tamanho alcance me faz, com frequência, pensar sobre a nossa responsabilidade ao produzir conteúdos em ambientes virtuais. Precisamos de atenção redobrada: uma informação pode viralizar em pouco tempo e afetar indivíduos ou grupos de maneira grave.

 

Leis para o digital

Promover o direito e o dever digitais é algo discutido desde 2007. Com o avanço da tecnologia e, em particular, da inteligência artificial (IA), observamos uma corrida contra o tempo no que diz respeito ao combate de cibercrimes e à promoção de uma educação a favor do bom uso da internet e das redes sociais.

Uma das leis mais importantes desde o início da era tecnológica é a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), n° 13.709/2018. Segundo o site do governo federal, a LGPD procura proteger os direitos fundamentais de liberdade e privacidade, além da livre formação da personalidade de cada indivíduo. Já leis anteriores à primazia do on-line também seguem em vigor no contexto virtual. A lei nº 7.716/89, a qual garante que todos sejam respeitados independentemente de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, aplica-se à convivência mediada pela internet, nos resguardando e, em simultâneo, nos cobrando atitudes éticas.

 

O poder da comunicação

É importante entender como nossos seguidores chegam até nós, qual a relevância do que publicamos e o quanto isso interfere na sociedade. Nas minhas redes, há uma audiência que busca se conectar com a minha história, com assuntos voltados para a área de negócios, diversidade e meio ambiente. Sei da minha responsabilidade por representar pessoas que, de alguma maneira, enxergam em mim um lugar de pertencimento almejado.

Com os meus mais de trinta anos de experiência corporativa, construí um compromisso empresarial e social que, agora, é desenvolvido e praticado também no universo digital, sempre com o intuito de democratizar dados verídicos e promover debates qualificados.

Fomentar o acesso à comunicação e à informação de qualidade é um passo muito importante para os avanços necessários na batalha contra a desinformação em massa. Todo assunto que debato nos meus artigos de opinião, publicados em jornais, revistas e sites, são compartilhados para minha audiência das redes sociais, com o objetivo de que mais gente tenha a oportunidade de entrar em contato com veículos que prezam pela integridade da informação.

O meu respeito à imprensa e à ciência se conecta com as minhas ações e com o modo que escolho me comunicar com quem me segue. Trazer dados e notícias que se somam ao meu trabalho à frente de assuntos pertinentes para a sociedade é uma escolha respeitosa com o meu público e também um compromisso como cidadã.

No nosso país, a TV ainda é o meio de comunicação mais consumido. No entanto, a internet já ocupa o segundo lugar. O Brasil é o terceiro maior utilizador de redes sociais do mundo, de acordo com levantamento da Comscore em 2023 (mais de 131,5 milhões de pessoas estão conectadas). E é por isso que acredito que gerar engajamento promovendo informações relevantes é um caminho potente para criarmos uma rede rumo à transformação necessária, validando e renovando nossos direitos e deveres no mundo. Fonte: https://oglobo.globo.com

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