O Apóstolo recomenda o silêncio, quando manda que é nele que se deve trabalhar.  E do mesmo modo, como afirma o profeta: “é no silêncio que se cultiva a justiça”; e ainda: “no silêncio e na esperança estará vossa força”. Por isso, determinamos que guardeis silêncio depois da recitação de completas até à conclusão da Hora de Prima do dia seguinte.  

Fora este tempo, embora a observância do silêncio não seja tão rigorosa, abstenham-se com tanto mais cuidado do muito falar. Porque, tal como está escrito e não menos o ensina a experiência, “no muito falar não faltará o pecado”; e “quem fala inconsideradamente causa a sua pró pia ruína”, e, também, “quem muito fala prejudicar-se a si mesmo”; e o Senhor no Evangelho: “de toda a palavra vã que os homens proferirem, dela prestarão contas no dia do juízo”.  

Faça pois cada um de vós uma balança para as suas palavras e rédeas curtas para a sua boca, para que não venha a escorregar e a cair de repente por causa da sua língua numa queda sem cura que o leve á morte.  Vigie cada um, como diz o profeta, sobre a sua própria conduta para não pecar com a língua, e esforce-se diligentemente e com prudência por observar aquele silêncio em que se cultiva a justiça.

*CAPÍTULO 21. Regra da OTC

80 ANOS! -ASSEMBLEIA DOS CARMELITAS- 2018. Nesta noite de quarta 31, os Frades comemoram os 80 Anos de vida de Frei Gabriel Haamberg, O. Carm, do Carmo de Mogi das Cruzes, São Paulo.

Província Carmelitana de Santo Elias

2018: Ano do Laicato Carmelitano

Comissão Provincial para Ordem Terceira

Tema: Em Obséquio de Jesus Cristo

Lema: Uma Família sem Fronteiras

Relação entre Frades e Leigos na Ordem do Carmo (algumas notas)

Frei Bruno Secondin, O. Carm.

Somos filhos de um grande movimento laical, que deu muitos frutos semelhantes ao nosso. Hoje nos damos conta de que estas experiências de uma Igreja em transformação, dentro da qual surgiu a nossa família. O projeto da Regra reflete e se insere nesta situação: movimentos de leigos, pregadores, penitentes, peregrinos, fraternos e pobres.

Naquele tempo não havia ainda uma visão da Igreja bem estruturada como hoje. E isso si vê no projeto da Regra. Transparecem algumas estruturas- patriarcal, os padre, os chefes das Igrejas, tradição jurídica (Eleição), etc.

Porem no fundo tudo é horizontal – fraterno – essencial. O modelo principal: é aquilo de Jerusalém (palavra – fraternidade – oração – eucaristia – asceses – partilha – templo no meio. Misturado com outros modelos: ex. o modelo Paulino de Antioquia: abertura – acolhida – outra forma de partilhar os bens – trabalho – respeito das pessoas – visão multicultural.

Alguns dos grandes horizontes: a luta espiritual – trabalho manual – palavra unida às relações de comunidade.

O dom do lugar pela fundação – O transporte pobre (Igreja pobre é o sentido do texto no original) – acolhida generosa e atenta – a casa dos acolhedores – os viageiros no mar – os trabalhadores – o samaritano da conclusão.

A falta em geral da mentalidade clerical: tudo deve favorecer a fraternidade, o respeito da diversidade, a centralidade dos valores essenciais. Não há preocupação da agregação dos leigos: porque desde o início a mentalidade, a perspectiva, a visão era “laical” num sentido medieval (nossa distinções rígidas ainda não existiam). A intenção era a volta a grande tradição, unindo a sabedoria do passado com a própria experiência e a nova espiritualidade “evangélica-laical” (propositum dos cruzados e dos leigos penitentes).

Outro elemento interessante é a confiança na fidelidade madura de cada um: respeito – exceções – valores mais que disciplina.   A mesma inspiração do Profeta Elias não clericalizava o projeto: permaneceu aberto; foi só por causa da “clericalização” sucessiva, que tudo si mudou afastando a vida dos frades da vida do povo e da mentalidade da origem.

A tradição de ampliar a família religiosa concedendo a agregação (fraternitas) era anterior à nossa aparição. Se usavam palavras como: donatos, oblatos, rendidos, familiares. Nas outras Ordens havia várias formas e grupos. No Carmelo nos primeiros séculos há várias experiências, mas uma só família com diferentes estados de vida.

1452: é o ano do reconhecimento da existência das “monjas” e dos grupos da Terceira Ordem (privilegiados). O destaque e a diferencia se consolida definitivamente.

Vale a pena repensar de novo a riqueza e o valor da situação “laical” das origens, especialmente hoje, em uma Igreja que se dá conta do valor teológico, evangelizador da existência laical. Tudo isto está pedindo uma nova interpretação do sentido mesmo do carisma. Ele não pode ser considerado como “monopólio” de uma Ordem ou de uma Congregação; é bem da Igreja, e o Espirito Santo está convocando diretamente os leigos a vive-lo e a fazê-lo fecundo na Igreja. Isso nos ajuda a recuperar a história primitiva: a intenção não era de fundar uma “ordem”, mais de estabilizar uma experiência simples, fraterna, pobre, aceitada pela autoridade eclesial. Não foi o desejo de distinguir-se que está no fundo da Regra, mais uma estabilidade clara, no propositum vivido.

PROJETOS DO ANO DO LAICATO CARMELITANO:

1º- Valorização da Missão e do papel do leigo na Ordem Terceira do Carmo, em nossas Paróquias/ Conventos e Santuários.

(Será confeccionada uma medalha/ Diploma para contemplar os leigos que fizeram e fazem história em nossas casas e sodalícios. Cada paróquia, convento ou sodalício, passe os nomes com antecedência dos leigos (No máximo 3 por comunidade). Sugerimos que a entrega seja na Festa de Nossa Senhora do Carmo)      

2º- Missão Carmelitana com frades e leigos

-Sugerimos que a Província retome a dimensão missionária da nossa história, missão esta que marcou as nossas vidas.

-Seja em nossas paróquias ou paróquias/dioceses que nos convidarem.  Para tal, pedimos que o governos provincial estude esta possibilidade, tendo em vista a atual visão de Igreja do Papa Francisco em seus documentos e homilias no incentivo diário da chamada “Igreja em saída”.

Sugestão de período de Missão:

Julho ou dezembro

2º- Regionalizar no mês de agosto grandes encontros/ eventos dos Sodalícios na região sudeste (São Paulo e Rio); Minas e Bahia.

3º- Formação sob a ótica do Ano do Laicato Carmelitano para priores e formadores dos 37 Sodalícios no Conventão, São Paulo.

Data: 9,10,11 de março.

4º - Lançamento de um CD com cantos carmelitas do Ano do Laicato

5º Publicar o Devocional do Leigo Carmelita

6º- Publicação de um livreto com roteiros bíblicos para os sodalícios a partir da regra e da nossa espiritualidade (Frei Victor Kruger, Frei Martinho, Frei Carlos Mesters e Frei Gilvander)

7º- Retomar a ideia de Dom Vital no Eremitério Fonte de Elias, enquanto lugar de unidade, fraternidade e contemplação para a família carmelitana.

8-Congresso Internacional para os Leigos Carmelitas 2018

Roma (Sassone) - Itália

A partir de 15 de setembro (dia da chegada)

Até 21 de setembro (dia da partida)

(Vaga para a Província, 20)

9º- Convivência Fraterna, Orante e contemplativa Carmelitana em Jacareí- SP para os Sodalícios e leigos carmelitas de nossas paróquia e conventos.

Data: Retiro 26, 27 e 28 de novembro

CONVIVÊNCIA FRATERNA, ORANTE E CONTEMPLATIVA CARMELITANA NO EREMITÉRIO FONTE DE ELIAS.

Três dias no Eremitério Fonte de Elias no Alto do Rio das Pedras em Lídice, distrito de Rio Claro, Rio de Janeiro.

Os leigos, sobre a orientação do Delegado Provincial, Frei Petrônio de Miranda, O. Carm, serão os protagonistas nesta nova experiência de “Retiro Carmelita”, desde a preparação da alimentação até nos momentos de orações e reflexões.

O principal objetivo- Além da convivência carmelitana- é valorizar a missão laical a partir da vida de cada um: Seu olhar, sua experiência e vivência na Ordem Terceira do Carmo ou em nossas Paróquias.

Para os frades que desejarem fazer essa experiência de três dias com os leigos, favor agendar com antecedência. Teremos duas vagas para os frades e 8 para os leigos. A diária será de R$ 150, 000.

 Abril

20, 21 e 22

(Sexta, sábado e domingo).

 Maio

18, 19 e 20

(Sexta, sábado e domingo).

Junho

15, 16 e 17

(Sexta, sábado e domingo)

Agosto

24, 25 e 26

(Sexta, sábado e domingo)

“Somos filhos de um grande movimento laical, que deu muitos frutos semelhantes ao nosso. Hoje nos damos conta de que estas experiências de uma Igreja em transformação, dentro da qual surgiu a nossa família”. Frei Bruno Secondin, O. Carm.

HOMENAGEM DO OLHAR: 80 Anos do Frei Gabriel Haamberg, O. Carm, do Carmo de Mogi das Cruzes, São Paulo.