Cimi lança relatório que registra aumento de casos de violência contra povos indígenas no Brasil em 2017

 “A nossa vida está ligada aquele território. Se sairmos de lá vamos para a cidade fazer o que? É deste território que tiramos o sustento de nossa comunidade”. Este foi um dos trechos da fala do líder indígena Laércio Akroá-Gamela, do povo Gamela de Viana (MA) presente à Coletiva de Imprensa, realizada na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil na tarde deste 27 de setembro, pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) para lançamento do relatório “Violência contra os Povos Indígenas no Brasil – Dados 2017”.

O relatório, publicado anualmente pelo Cimi, constatou um aumento no número de casos em 14 dos 19 tipos de violência sistematizados. Em três tipos de violência forma registrados a mesma quantidade de caso que 2016. As informações sistematizadas evidenciam que continua dramática a quantidade de registros de suicídio (128 casos), assassinato (110 casos), mortalidade na infância (702 casos) e das violações relacionadas à terra tradicional e à proteção delas.

O massacre contra o povo Akroá-Gamella, em 30 de abril de 2017, que resultou no ferimento de 22 Gamellas, com tiros e facões, mereceu destaque no relatório que registrou, ano passado, 110 casos de assassinatos de indígenas. Segundo o relatório, os três estados que tiveram o maior número de assassinatos registrados foram Roraima (33), Amazonas (28) e Mato Grosso do Sul (17). A apropriação de terras indígenas é o principal vetor de violência contra os povos indígenas, aponta o relatório.

O presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), dom Roque Paloschi, fez referência aos 30 anos da Constituição de 88 onde foram consagrados os direitos indígenas que na avaliação dele sendo sistematicamente negados. No governo Michel Temer, na avaliação do coordenador do Cimi do Regional Sul, Roberto Liebgott, há em curso uma anti-política indígena. “Todas as ações de fiscalização e proteção nas áreas indígenas foram desmontadas. Assim, como toda política de assistência social aos indígenas. Em 2017, também não houve nenhuma demarcação”, denunciou. O parecer 001, de 2007, da Advocacia Geral da União (AGU), segundo ele, inviabiliza qualquer processo de demarcação de terras indígenas no Brasil.

Uma outra publicação lançada pelo Cimi na coletiva de imprensa foi “Congresso Anti-Indígena – Os parlamentares que mais atuam contra os direitos indígenas no Congresso Nacional”. A publicação acompanha a atuação de 50 parlamentares, sendo 10 senadores e 40 deputados federais que atuam contra os direitos dos povos indígenas. A publicação também demonstra quem são os doadores de campanha por trás destes parlamentares além de fazer uma radiografia de 33 propostas anti-indígenas que circulam no Congresso Nacional.

O relatório pode ser acessado na íntegra aqui: https://cimi.org.br

Fonte: http://www.cnbb.org.br

Mesmo na delegacia, americano continuou com falas preconceituosas contra policiais; em nota, MAR diz que 'racistas não passarão'

RIO — Um caso de racismo cometido por um estrangeiro revoltou funcionários do Museu de Arte do Rio, na Praça Mauá, Zona Portuária do Rio. De acordo com relatos de testemunhas e de uma das vítimas, o turista procurou a recepção por volta das 10h desta quarta-feira, querendo informações. Contudo, ao ser recebido por funcionários negros, se negou a conversar.

— Em inglês, eu perguntei se precisava de ajuda. Ele movimentou o corpo, ignorando a minha presença. Virou de costas para mim e falou: “Não quero negros” — contou o estudante Elian Almeida, que trabalha como educador no museu e foi uma das vítimas. — Eu fiquei chocado, perguntei novamente, e ele repetiu: “Não, negros”. Então eu disse que ia chamar a polícia e ele saiu do museu.

Almeida correu até uma base da Guarda Municipal, que fica em frente ao museu, que recomendou ao jovem procurar uma equipe de policiais do Centro Presente, também baseada na região. Feito isso, o jovem retornou ao museu acompanhado de um policial, e conseguiu localizar o estrangeiro nos arredores. Os envolvidos foram encaminhados para a 4ª DP, onde o caso foi registrado.

Rafael Martins, que trabalha na monitoria do museu e testemunhou o crime, contou que antes de se negar a conversar com Almeida, o turista já havia se negado a ser atendido por uma outra funcionária, Sanny Lopes, que faz a monitoria das artes externas do MAR.

— A minha reação foi de indignação total, mas não consegui fazer nada. O Elian correu para chamar a autoridade mais próxima, e a reação da Sanny foi chorar — relatou Martins, sobre o episódio.

A funcionária, que trabalha há apenas um mês no museu, está em seu primeiro emprego e nunca imaginou que poderia passar por uma situação como essa.

— Hoje, no século XXI, passar por isso é algo que me machuca mas que, ao mesmo tempo, me dá força para seguir e ver o que eu tenho que fazer. O meu choro foi de muita raiva, mas me motiva a continuar. A gente não vai parar aqui não — disse Sanny.

Advogada do Museu de Arte do Rio, Amanda Antunes informou que os funcionários agredidos e a direção do MAR devem se reunir ainda hoje para discutir que medidas jurídicas vão tomar sobre o caso.

— O museu apoia a igualdade racial e de gênero, sempre levantamos essa bandeira. Foi um caso atípico mas a gente não quer deixar isso impune e a gente apoia os nossos funcionários. As vítimas devem conversar com a diretoria para que isso realmente não morra aqui.

Turista ainda se negou a falar com policiais negros

Mesmo na delegacia, na frente dos policiais, o turista continuou com suas falas racistas. Fábio Lisboa, policial militar há 4 anos, contou que o estrangeiro estava sem documentos e continuou dizendo que não queria ser abordado por pessoas negras.

— Quando a gente foi levá-lo para a cela, um colega que é pardo, com a pele mais clara, fez a revista. Quando fui falar com ele, ele repetiu: “no black people” — disse o policial. — Eu nunca passei por uma situação como essa.

'Racistas não passarão', diz museu

Por estar sem documento, o turista foi identificado apenas como Anthony, natural dos Estados Unidos, e aparenta ter cerca de 35 anos. Ele estaria hospedado no Hotel Barão de Tefé, localizado em frente ao Cais do Valongo, na Gamboa, sendo o principal porto de entrada de africanos escravizados nas Américas e um dos pontos do Circuito Histórico da Celebração da Herança Africana na Zona Portuária.

O consulado americano já foi informado sobre o caso e Anthony pode ser enquadrado em injúria racial.

Em nota, o MAR descreveu a dinâmica do crime e disse que outras medidas legais estão sendo estudadas pelo departamento jurídico do Instituto Odeon, responsável pela administração do local. Por fim, o comunicado reitera o repúdio à atitude do turista e diz: "Racistas não passarão." Fonte: https://oglobo.globo.com

Bruna Marquezine e Mariana Goldfarb já lidaram com a situação


A internet, o mesmo tribunal que julgou a magreza de Bruna Marquezine, “quebrou” ao ouvir o depoimento sincero da atriz sobre beleza, saúde e, acima de tudo, autoaceitação. Criticada em relação ao corpo, ela rompeu o silêncio e disse em vídeo que já teve depressão e distúrbios alimentares, num discurso empoderador que repercutiu por todo lado. Com mais de 31 milhões de seguidores no Instagram, Bruna não é exceção. Recentemente, durante férias com a família na Costa Rica, o jogador de futebol americano Tom Brady foi parar no “banco dos réus” por não exibir um tanquinho na praia. “Espera. Esse é o corpo de Brady, que se parece com o meu. Não esperava que meu super-herói fosse como eu”, bradou um detrator no Twitter. A apresentadora e modelo Mariana Goldfarb também mobiliza a web sempre que posta uma foto em que suas sobrancelhas estão em evidência.

— Cheguei a ficar doente com as críticas sobre minha aparência — conta Mariana. — Sentia fome e não conseguia comer uma folha de alface sequer por não me achar magra o suficiente. O julgamento nas redes sociais me gerou uma ansiedade enorme, acabei me sabotando e isso foi triste. Um dia, parei diante do espelho e me dei três tapas na cara para acordar para a vida. Depois desse episódio, passei a usar os meios digitais para ajudar outras pessoas. A perfeição é um saco e não existe. O importante é o caráter e a generosidade, não se sua sobrancelha direita tem cinco fios a mais.

Os juízes da internet não estão dispostos a bater o martelo apenas para famosos; qualquer um que esteja na rede está sujeito a receber uma sentença. Dono do blog de viagens “Esse mundo é nosso”, o jornalista Adolfo Nomelini evitou durante muito tempo colocar o rosto na frente da câmera por medo de comentários negativos. A insegurança, segundo ele, vinha dos óculos de lentes grossas que usa desde os 3 anos (hoje, ele tem 30) por causa da hipermetropia.

— Aos poucos, comecei a interagir com meus seguidores na ferramenta Stories do Instagram, e ninguém falava nada de anormal. Até que, numa segunda-feira, recebi a seguinte mensagem: “Mano, por favor, não apareça nos vídeos, susto da p***”. Eu, que estava me sentindo forte, desabei. Fiquei com vontade de chorar, me esconder. Minha autoestima estava no chão — relembra Adolfo.

Mais calmo, o jornalista resolveu responder publicamente a colocação do detrator, informando que continuaria a compartilhar seus vídeos:

— O que me deixa aborrecido é pensar que esse cara gastou dez segundos para fazer isso, sem cogitar as consequências. Esses dez segundos poderiam ter mudado minha vida para sempre. E, de certa forma, mudou, porque nunca irei esquecer. Mas a internet é justamente isso: um lugar para democratizar a aparência e as opiniões.

Para o psicanalista Mario Louzã, as críticas caminham ao lado da exposição excessiva da era digital:

— Falta uma conscientização, muita gente se acha anônima na rede, acreditando que o mundo virtual é uma grande brincadeira. Mas não dá para enxergar o cenário dessa maneira, quando já tivemos casos com finais terríveis.

— Os usuários acham que perfis falsos ou nomes fantasias as protegem de serem descobertas. Isso é um equívoco. As redes sociais são um espaço de liberdade, mas também de controle, podemos ser identificados pelo endereço de IP utilizado. Os tribunais nacionais estão repletos de decisões em que a pessoa disse algo ofensivo acreditando que não daria em nada. Além de ações de natureza criminal (calúnia, injúria e difamação), o mais comum são as indenizatórias (de natureza civil) por danos materiais e morais. Vale conhecer os termos de uso e utilizar essas regras a seu favor. Denunciar o que for conteúdo proibido. Para as redes sociais se tornarem um espaço cada vez melhor para se comunicar, é preciso lutar e não apenas desistir.

No âmbito comportamental, Fabro Steibel, diretor executivo do ITS Rio (Instituto de Tecnologia e Sociedade), considera uma tendência do ser humano analisar a própria conduta observando a do outro.

— Na rede social, estamos protegidos para fazer esse tipo de julgamento moral, que talvez não fosse feito presencialmente. O distanciamento da tela favorece o juízo — opina Steibel, destacando que esses comentários geralmente parte de quem nutre sentimentos extremos. — Ou amam ou odeiam demais, podem reparar.

Para o diretor, o tribunal da internet beira o linchamento, já que a resolução do caso é precipitada:

— É também um local de monitoramento de boas práticas, o que é considerado por muitos como “mimimi”. É importante deixar claro que a politização é saudável, pois só problematizamos algo se queremos mudança. Então, quando falamos da “magreza” de Bruna Marquezine, estamos debatendo diversas questões, como a anorexia e outros distúrbios alimentares.

Ajuda médica

Doutor em Ciência da Informação, Carlos Nepomuceno avisa que estamos no meio de uma revolução civilizatória e que este tribunal tido como cruel é um sintoma dessa transformação, relativamente nova.

— Em uma década, deixamos de ser apenas consumidores de informação e viramos mídia. No entanto, nem todos tiveram formação para ocupar a posição. É como se tivessem entregado um carro na mão de quem não tirou carteira. Aí é gente avançando sinal, batendo no colega, subindo na calçada. Estamos nos autoeducando e, lentamente, evoluindo. Milhões de pessoas não tinham voz e agora podem falar, é possível imaginar no que isso daria. Mas garanto que é um caminho sem volta — comenta Nepomuceno.

O psicólogo Alexandre Trzan Ávila concluiu que o maior problema é a falta de abertura para o diálogo:

— A intolerância é um prato cheio para a pancadaria. Algumas pessoas mais sensíveis não conseguem lidar com essa agressividade. Há 20 anos, as mídias sociais não seriam dessa maneira. Hoje, existe uma defesa da moral exacerbada e menos senso crítico. Um post, por mais absurdo que seja, é tomado como verdade absoluta.

Ávila diz que é necessário procurar ajuda médica ao perceber a ausência de capacidade para suportar a carga:

— Para quem é alvo de críticas e não consegue parar de sofrer com isso. Um psicólogo pode ser interessante. Um conselho amigo ou um abraço provavelmente não irão reverter o quadro, um profissional pode auxiliar de um jeito mais eficaz, já que está ali para ultrapassar a barreira de “certo ou errado”.

Após ataques virtuais, a empresária e influenciadora digital Shantal Verdelho, grávida de 23 semanas, tomou uma decisão radical:

— Fui criticada por mulheres ao relatar as dificuldades do começo da gestação. Não precisei de um analista, mas parei de ler as mensagens. É aquela máxima: o que os olhos não veem, o coração não sente.

Carlos Affonso Souza ressalta que as redes sociais são mais uma etapa na constantes modificações que experimentamos na maneira de nos comunicar:

— O que muitas vezes não percebemos é que o meio molda a forma pela qual nos expressamos. Fonte: https://oglobo.globo.com

Ao chegarmos na Basílica de São Paulo Extramuros nesta manhã, nos deparamos com o ex-frade carmelita, Vinícius, hoje monge Beneditino,residente no Mosteiro ao lado da Basílica de São Paulo.

Moisés Sbardelotto, jornalista, doutor em Ciências da Comunicação e autor dos livros “E o Verbo se fez rede“(Paulinas, 2017) e “E o Verbo se fez bit” (Santuário, 2012) publicou artigo, esta semana, no periódico “Mensageiro de Santo Antônio” no qual faz uma denúncia sobre o modo como muitos católicos se comportam nas redes sociais digitais.

Intolerância, ódio e indiferença

Na primeira parte do artigo, ele constata: “Intolerância, ódio, indiferença. Discriminação, difamação, desinformação. Não, não se trata apenas daquilo que encontramos em boa parte dos grandes meios de comunicação. Também não se trata daquilo que circula nas redes sociais digitais em geral. Infelizmente, esse é o panorama das interações entre católicos e católicas em rede – ou, pelo menos, de indivíduos que assim se identificam“. E pondera: “A pessoa que está do outro lado da tela já não é um ‘irmão ou irmã na fé’, mas apenas alguém sobre o qual se descarregam toda a raiva e o rancor pessoais, camuflados de defesa da tradição, da doutrina e da liturgia, com citações artificiosamente pinçadas da Bíblia e do Catecismo. Nada nem ninguém estão acima desse ‘Tribunal da Santa Inquisição Digital’, nem mesmo o papa Francisco ou os bispos“.

Palavra da CNBB

O autor lembra que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, na mensagem pública dada durante a última assembleia-geral, em abril deste ano, advertia: “vivemos um tempo de politização e polarizações que geram polêmicas pelas redes sociais e atingem a CNBB […] A liberdade de expressão e o diálogo responsável são indispensáveis. Devem, porém, ser pautados pela verdade, fortaleza, prudência, reverência e amor”. Apesar dessa palavra clara do episcopado, o autor considera que “cada vez mais, as redes sociais digitais convertem-se em patíbulos para a realização generalizada de novos ‘autos de fé’. Nessas ‘fogueiras digitais’, são condenados os supostos ‘hereges’ atuais, expressão-agressão que circula abundantemente em páginas e grupos católicos nas redes, dirigida contra todos aqueles que têm uma visão de Igreja diferente da do agressor. Esses ‘linchamentos simbólicos’ não ocorrem por determinação da hierarquia da Igreja, mas por decisão de grupelhos de leigos, que se arrogam o direito – e até o dever –, em nome da ‘sã doutrina’, de atirar a primeira pedra“.

Cibermilícias católicas

Sbardelotto continua: “Os atores que dinamizam esse triste fenômeno intra católico já ganharam algumas definições, como os chamados ‘catolibãs’, ou seja, católicos-talibãs, que atuam com base na violência simbólica (mas nem por isso menos preocupante e hedionda). Pregam a exclusão de tudo o que seja ‘catolicamente diferente’ e de todos os ‘catolicamente outros’. Para tais extremistas, haveria apenas um único catolicismo, puro, cristalino, são e verdadeiro, sem nuances, bem delimitado e definido – pelos próprios esquemas e padrões mentais ou por documentos da Igreja de séculos passados“.

O autor informa que o teólogo e historiador italiano Massimo Faggioli denominou tais grupos de “cibermilícias católicas”, dada sua militância venenosa em prejuízo da comunhão eclesial. Para ele, essas cibermilícias “usam uma linguagem extremista de ódio em defesa da ortodoxia católica. Elas não veem isso nem como vício nem como pecado”. Ainda lembrando a contribuição de Faggioli, afirma que esso é grave, afirma porque pode originar uma eclesiologia que “humilha a Igreja, incluindo as suas lideranças institucionais que parecem impotentes perante a pressão social midiática”.

Papa Francisco

O autor do artigo recorda que, recentemente, “o papa Francisco sentiu a necessidade de se pronunciar com autoridade sobre esse fenômeno. Em sua última exortação apostólica, Gaudete et exsultate [Alegrai-vos e exultai]: sobre o chamado à santidade no mundo atual, ele dedicou um parágrafo inteiro a esses pecados digitais: ‘Pode acontecer também que os cristãos façam parte de redes de violência verbal através da internet e vários fóruns ou espaços de intercâmbio digital. Mesmo nas mídias católicas, é possível ultrapassar os limites, tolerando-se a difamação e a calúnia e parecendo excluir qualquer ética e respeito pela fama alheia. Gera-se, assim, um dualismo perigoso, porque, nestas redes, dizem-se coisas que não seriam toleráveis na vida pública e procura-se compensar as próprias insatisfações descarregando furiosamente os desejos de vingança. É impressionante como, às vezes, pretendendo defender outros mandamentos, se ignora completamente o oitavo: ‘Não levantar falsos testemunhos’ e destrói-se sem piedade a imagem alheia. Nisto se manifesta como a língua descontrolada ‘é um mundo de iniquidade; […] e, inflamada pelo Inferno, incendeia o curso da nossa existência’ (Tg 3,6)” (GE, n. 115).

Sbardelotto considera que, assim, fica claro não se tratar de algo menor, mas, como afirma o papa Francisco, trata-se de verdadeiras “redes de violência” paradoxalmente internas ao catolicismo, embebidas por difamação, calúnia vingança, iniquidade, falsidade.

Prossegue, o autor: “Propaga-se uma igreja paralela digital, que não condiz nem com os tempos (para tais católicos, só vale aquilo que veio antes do Concílio Vaticano II), nem com os lugares (qualquer tentativa de inculturação da fé nas expressões populares ou periféricas seria inconcebível), nem com as pessoas (o papa Francisco seria um ‘antipapa’, e os bispos brasileiros, simplesmente ‘trezentos picaretas’). Uma Igreja em mudança em mundo em mudança gera incerteza e insegurança demais para eles. E, para buscar certezas e seguranças, onde melhor do que em um passado eclesial mítico e na letra envelhecida e enrijecida de doutrinas de antanho? ‘Sempre se fez assim’, afirmam, ‘e assim sempre deve continuar sendo feito’… Mas o papado de Francisco vai por outros caminhos. Ele pede uma ‘Igreja em saída’, em movimento, em missão“.

Sbardelotto lembra que o Papa Francisco, em uma homilia na Casa Santa Marta, no dia 24 de abril deste ano, comparou a Igreja a uma bicicleta: se ficar parada, cai. “O equilíbrio da Igreja”, afirmou, “está precisamente na mobilidade, na fidelidade ao Espírito Santo”.

Católicos extremistas

Já encaminhando para o seu final, a reflexão de Sbardelotto constata que “os católicos extremistas defendem o imobilismo e a fixidez de dogma e rito. Buscam ficar fora dessa ‘Igreja franciscana’. Constroem universos eclesiais paralelos, especialmente em rede. Assim, tais católicos se manifestam como verdadeiros ‘e-reges’, hereges da era digital. Fazem uma ‘livre escolha’ (em grego, hairesis) de aspectos do catolicismo que mais lhes agradam (mesmo que ultrapassados ou até fictícios) e das pessoas mais aptas, segundo eles, para comungar desse pseudocatolicismo. Tudo e todos os que não estão de acordo com a sua visão de Igreja devem ser excluídos. Tal exclusão, muitas vezes agressiva e violenta, é comunicada em rede como excomunhão (do latim, excomunicatio) dos supostos ‘hereges’, ou seja, de todos aqueles que se desviam desse imaginário eclesial. Para isso, opera-se uma ‘excomunicação’, uma comunicação de que a comunicação alheia (do papa, dos bispos, dos demais católicos) deve cessar ou não deveria nem existir“.

Sbardelotto explica: “‘Excomunicar’ é a comunicação voltada ao silenciamento ou ao aniquilamento de outra comunicação, para que o discurso próprio se torne único e dominante. ‘Excomunicando’ os próprios irmãos na fé, tais católicos vão corroendo a comunhão eclesial. Ao agirem comunicacionalmente como não cristãs, essas pessoas se autoexcluem da comunhão eclesial. ‘Excomunicando’, excomungam-se. A ‘autoridade digital’ desses católicos fundamentalistas não vem do saber teológico (academia) nem do poder eclesiástico (hierarquia), mas de um saber-fazer e de um poder-fazer midiáticos. Muitas vezes, trata-se de pessoas sem qualquer relevância ou reconhecimento acadêmicos ou hierárquicos. Mas que captaram muito bem as lógicas das mídias digitais (saber-fazer) e dominam seus meios e linguagens (poder-fazer). E assim vão conquistando visibilidade, notoriedade e autoridade sociais e eclesiais, atuando em rede como ‘inquisidores digitais”.

Existe solução?

Sbardelotto lembra, por fim, que “tudo isso explicita o possível ‘fim de um mundo’ para a Igreja, marcado por declarações de autoridade institucional sobre a comunicação católica, como o imprimatur (‘imprima-se’, autorização da Igreja para a impressão de livros) e o nihil obstat (‘nada obsta’, permissão da Igreja para a publicação de livros). Mas tais ‘selos de garantia’ não fazem sentido em um ambiente ‘desordenado’ como o digital. Em rede, é o próprio indivíduo que se autocomunica como católico ou não, é ele mesmo quem atribui um ‘selo de catolicidade’ àquilo que lê, escreve, compartilha“.

O autor conclui: “Tertuliano, escritor eclesiástico da Igreja primitiva, testemunhava que os primeiros cristãos e cristãs viviam tão concretamente o ‘novo mandamento’ de Jesus, que os pagãos exclamavam, admirados: ‘Vejam como se amam!’ Não é bem isso que se vê hoje no ambiente digital”. Fonte: http://www.cnbb.org.br

O último presidente a visitar Museu Nacional foi Juscelino Kubitschek, em 1958.

Um jovem matou o próprio irmão a facadas no bairro de Mangabeira, em João Pessoa, nesta segunda-feira, 3.

Segundo informações, o crime aconteceu na casa em que os irmãos moravam com a mãe, localizada na Rua Josemar Jerônimo.

Matheus Cláudio de Mendonça, de 20 anos, esfaqueou o irmão Caio Eduardo de Melo Barbosa, 17 anos, no pescoço após uma briga.

Conforme informações da Polícia, Matheus sofre de esquizofrenia e ambos os irmãos usavam drogas.

O Samu e o Corpo de Bombeiro ainda foram acionados, mas Caio não resistiu ao ferimento.

*Com informações do JPB. Fonte: https://paraibaonline.com.br

Liang Yujia disse que oferecer sua filha foi uma tentativa de chamar a atenção sobre a situação e arrecadar mais fundos para tratar o filho mais novo

As doações obtidas por um casal chinês para salvar a vida do seu filho, que sofre de leucemia, foram congeladas depois que eles tentaram vender a irmã gêmea do menino para conseguir mais fundos, informou o jornal independente South China Morning Post.

Como aparece nas fotografias publicadas em veículos de imprensa e redes sociais, o pai da família, Liang Yujia, saiu com a menina nos braços pela rua com um cartaz. A placa oferecia a menina a qualquer pessoa que custeasse o tratamento de seu outro filho, que foi recentemente diagnosticado com leucemia aguda.

Após a polêmica, Liang disse que oferecer sua filha foi uma tentativa de chamar a atenção sobre a situação e arrecadar mais fundos.

Mas esta resposta não convenceu e três plataformas de ‘crowdfunding’ congelaram 90 mil iuanes (cerca de R$ 51 mil), o total arrecadado pelo casal, em decorrência das fortes críticas feitas pelos doadores.

O tratamento do menino, que está internado no hospital da Universidade de Sichuan, em Huaxi, custa entre 500 mil e 600 mil iuanes (o equivalente a mais de R$ 280 mil).

“Eu realmente lamento muito por isso, mas nos estávamos ficando sem opções nesse momento”, afirmou Liang, que disse ter tido a ideia porque estava “ansioso por não conseguir arrecadar dinheiro suficiente”.

Uma das plataformas de doações, Aixinchou, explicou que a campanha poderia ser reiniciada, mas com os fundos enviados diretamente ao hospital para tratar a criança, para que os doadores se assegurassem de que “todas as doações sejam destinadas ao tratamento”. Fonte: www.cenariopolitico.com.br

Após Jamel Myles, de 9 anos, expor sua orientação sexual na escola, colegas foram cruéis


DENVER — A mãe do menino de 9 anos que cometeu suicídio após contar na escola que era gay rebateu com palavras positivas às mensagens que ódio que recebeu no Facebook. A americana Leia Rochelle Pierce publicou nesta quarta-feira prints de xingamentos e acusações de que ela seria culpada pela morte de Jamel Myles.

Um internauta identificado como George Ioan escreveu para Leia que seu perfil na rede social é "uma p* de uma desgraça" que mostra todos "na p* de um arco-íris". O hater zombou da forma como ela reagiu quando seu filho assumiu que era homossexual. Na época, Leia disse para Jamel que continuava a amá-lo independentimente de sua orientação sexual.

"Lembre-se de como o mundo está f* antes de forçar uma criança a viver nele. Eu uso o Facebook há nove anos e digo pra você agora mesmo para excluir seu perfil em sinal de respeito por quem você perdeu. E use seu maldito cérebro antes de postar alguma coisa. Ninguém se importa com o quanto você se acha rebelde", dizem as mensagens de ódio.

George Ioan também acusou Leia de ter errado em permitir que o menino contasse aos colegas de turma que era gay.

"Tudo o que você tinha que fazer para mantê-lo vivo era impedir que ele dissesse a todos (sobre sua sexualidade), mas você não sabe em que m* de mundo você vive", afirmou.

O usuário da rede social ainda sugeriu que a mãe da criança vítima de homofobia usasse "camisinhas" e seu "cérebro" para evitar ter mais filhos.

Quando ele enfim parou de enviar mensagens, Leia se manifestou por meio de comentários positivos para o autor de tantas frases pesadas para magoá-la.

"Você é o tipo de pessoas que precisa de amor no coração. Espero que você encontre um pouco do amor que meu filho deixou aqui para compartilharmos. Eu sinto muito que você esteja cheio de ódio e eu espero que alguém lhe abrace. E, se ninguém lhe disse hoje, você é incrível. Fique abençoado. Meu filho e eu vamos orar por você", disse a mãe do menino. Fonte: https://oglobo.globo.com

MÍDIAS SOCIAIS: Facebook lança rival do YouTube no Brasil; conheça

O Facebook decidiu expandir para outras partes do mundo o Watch, a plataforma de vídeo original que visa competir com o YouTube. O recurso foi lançado em agosto do ano passado apenas nos Estados Unidos, mas agora será disponibilizado para mais países, incluindo o Brasil.

O Watch reside dentro do próprio Facebook, mas em uma aba separada do resto da rede social. Segundo a empresa, há pelo menos 50 milhões de pessoas assistindo a pelo menos um minuto de vídeo por mês, com um aumento de 14 vezes o número registrado no início do ano.

O diferencial no qual aposta o Facebook para tentar diferenciar o Watch do público é o social, contando com interatividade do público para criar experiências diferentes. Uma delas são as “Watch Parties”, no qual é possível organizar seus amigos para que todos assistam juntos a algum vídeo ou a alguma playlist e comentar em tempo real. O Facebook também promete jogos interativos, como o Confetti, que é inspirado no HQ Trivia, em que o público precisa responder perguntas de múltipla escolha para vencer a competição. Fonte: https://olhardigital.com.br

DENVER — A americana Leia Pierce está tentando transformar o luto pela morte do filho num alerta contra o bullying e a homofobia nas escolas. Jamel Myles, de 9 anos, cometeu suicídio na última quinta-feira. Para a mãe, a atitude desesperada foi resultado de abusos e intimidações de colegas da Escola Fundamental Joe Shoemaker, em Denver, após Jamel se declarar gay.

Em entrevista ao jornal “Denver Post”, Leia contou que James contou a ela que era gay durante as férias de verão.

— Ele parecia tão assustado quando me contou. Ele disse: “mamãe, eu sou gay”. Eu pensei que ele estava brincando, então olhei para trás, porque estava dirigindo, e ele estava tão assustado. E eu disse: “e eu continuo amando você” — contou Leia, acrescentando que o filho queria muito contar para seus colegas da escola. — Ele foi para a escola e disse que iria contar para as pessoas que era gay porque estava muito orgulhoso.

As aulas começaram na segunda-feira, quatro dias depois Jamel foi encontrado morto na casa onde vivia.

— Quatro dias foi tudo o que durou na escola. Eu nem consigo imaginar o que disseram para ele — lamentou Leia. — Meu filho contou para a minha filha mais velha que as crianças da escola disseram a ele para se matar. É tão triste que ele não tenha me procurado.

O Distrito Escolar do Condado de Denver instalou uma comissão de conselheiros para os estudantes da escola de Jamel. Cartas foram enviadas aos pais na sexta-feira, lamentando a morte de Jamel, “uma perda inesperada para a nossa comunidade escolar”, e aconselhando as famílias a ficarem atentas a sinais de estresse nas crianças.

“Nosso objetivo é ajudar vocês a contarem a notícia aos seus filhos da forma mais apropriada possível, com todo o apoio necessário. Então, sintam-se a vontade para nos procurar para saberem como lidar com a situação”, dizia a carta.

Em entrevista à BBC, Will Jones, porta-voz do distrito, afirmou que os professores da Joe Shoemaker “estão criando um espaço para os estudantes compartilharem como estão se sentindo e processarem suas emoções”. Professores da quarta e da quinta série se reunião com as famílias individualmente:

— Nossa prioridade é cobrir todas as questões envolvidas neste caso, para manter todos os estudantes seguros e revisar de forma justa e completa os fatos envolvidos nesta trágica perda.

Apesar da dor, Leia tenta alertar as famílias sobre as consequências do bullying e cobra responsabilização dos pais.

— Nós devemos ter responsabilidade pelo bullying. As crianças sabem que é errado. As crianças não gostariam de ser tratadas dessa forma — afirmou Leia. Eu acho que os pais devem ser punidos porque, obviamente, eles estão ensinando as crianças a agirem assim ou estão as tratando dessa forma.

Acesse o Centro de Valorização da Vida (CVV) para buscar apoio emocional em www.cvv.org.br.

Fonte: https://extra.globo.com

Wallace Pato, de 24 anos, colore as ruas de Ramos, Bonsucesso, Penha, entre outros bairros periféricos, para que os mais humildes se sintam representados e tenham acesso a arte

Com a mão esquerda segura um smartphone com uma foto em sua tela. Com a direita faz os primeiros traços, rabiscos livres mas precisos, que em questão de minutos tornam-se silhuetas. Diante de uma parede do morro do Iapec, em Ramos, bairro periférico da zona norte do Rio de Janeiro, Wallace Marques reina absoluto. Com apenas três latas de tintas com as cores primárias —vermelho, azul e amarelo— e um pincel grosso de parede, Wallace Pato, como é conhecido por todos, consegue todas as misturas que deseja para dar vida a um grupo de pessoas sentadas numa carroça. Aos 24 anos, encontrou o sentido para seu trabalho como grafiteiro. Espalha por muros e paredes do Rio, sobretudo nas comunidades e periferias, pinturas do povo nordestino, uma forma de exaltar aqueles trabalhadores que emigraram em massa para o sudeste buscando melhorar suas vidas. "Minha intenção na pintura é ser porta-voz de quem nunca foi ouvido, é dar voz a quem nunca teve ou que é ofuscado", explica.

São familiares, vizinhos, amigos, trabalhadores e trabalhadoras com os quais Pato sempre conviveu desde sua infância. Presenciou as dificuldades pelas quais passam, mas também a força e a fé que os fazem seguir adiante. “Comecei a perceber que aqueles que vinham para cá tinham todo esse trabalho, suor e sangue derramado para levantar a cidade, mas são totalmente menosprezados, invisíveis, sem qualquer valor. Cada um com uma história linda. São grandes heróis e heroínas”, argumenta ele. “Eu sinto a necessidade de falar disso, de que o mundo veja isso, a força dessas pessoas. E minha forma de expressar é a pintura, o grafite”.

É o caso de seu Bras, vizinho de Pato que faleceu há pouco tempo de câncer, com mais de 80 anos. "Era um nordestino arretado mesmo, um mestre. Eu cresci vendo esse cara tocando todo tipo de instrumento, era só colocar na mão dele. Ele era seresteiro, um gênio, e também cortava meu cabelo", conta o pintor. Ao falecer, pediu para a filha do homem uma fotografia e, em seguida, pediu para Gilmar, outro vizinho, que cedesse uma parede de sua casa. Misturando a tinta vermelha com a amarela, chegou no laranja, para logo colocar o azul e chegar no marrom. Com uma mistura de tons fez a pele de um seu Bras mais novo, com cerca de 50 anos e um acordeon pendurado em seu ombro. Sobre seu estilo de pintura, explica: "Eu tento fazer expressionismo, estou buscando isso. É um realismo-expressionismo, uns traços bem marcados. Não busco deixar a pintura limpinha, tento sujá-la mais".

Quando não pinta rostos conhecidos a partir de fotografias cedidas, Pato busca no Google as imagens que deseja. "Em cima da temática do povo nordestino, eu pinto o que estou sentindo, o que minha cabeça está falando", explica. O trabalho, a música, os deslocamentos, e os temas sociais são recorrentes —um de seus grafites retrata uma mulher emocionada, com a mão no rosto, segurando um cartão do Bolsa Família. "Eu fico bolado, porque uma penca de playboy diz que isso tem que acabar, que é coisa de vagabundo. Meu irmão, se ele nunca passou fome ou sede e sempre teve tudo do bom e do melhor, como ele vai opinar sobre quem nunca teve nada?", questiona.

Um dia, Pato queria falar sobre amor. Decidiu então pintar, num muro que fica embaixo de um viaduto que liga a Avenida Brasil e a Linha Vermelha, duas das principais vias expressas do Rio, um casal de idosos rindo e se abraçando, de olhos fechados. Havia encontrado a foto na internet. "O pessoal passa por aqui às 4h para ir trabalhar. E pensei que muitas vezes a gente está chateado, com o patrão te esculachando na empresa, e você sem moral, desanimado, mas sem poder largar o trabalho porque tem que colocar comida em casa", explica. "Então pensei em falar de amor para essas pessoas, acho que essa imagem pode mudar o dia delas", acrescenta. Enquanto fala com a reportagem sobre a pintura, uma senhora passa em frente a ela segurando um carrinho de compras. Para em frente ao grafite e começa a falar e gesticular, como se estivesse conversando com as pessoas ali representadas. As pessoas se identificam muito. Às vezes estou pintando e param para conversar, chorar... Muitas se sentem representadas, principalmente os mais velhos, porque é um povo que já lutou muito. Também porque a maioria dos meus retratos são de pessoas mais velhas", explica.

Pato, como todo artista de rua, pinta onde houver um muro ou uma parede disponíveis. Contudo, seu trabalho pode ser mais apreciado em bairros das periferias como Ramos – onde ele nasceu e cresceu–, Penha, Bonsucesso, Complexo do Alemão, Maré... Ele também pinta quadros com a mesma temática, o povo nordestino, para vender e tirar seu sustento, já que mora de aluguel com a sua esposa. Mas a rua continua sendo seu espaço preferido de trabalho, onde se sente mais à vontade. Colorindo as maltratadas paredes da periferia e transformando-as em um museu a céu aberto, busca oferecer arte para aqueles que nunca tiveram acesso a ela e que possam se sentir representados por seus grafites. 

As origens de Pato são parecidas com as de seus personagens. Um avô seu é nordestino, o outro é indígena e sua avó é mineira. Tiravam seu sustento como feirantes ou lavando e passando roupa. Já Pato nasceu no Rio mesmo e começou a desenhar desde cedo. Seu primeiro contato com a cultura urbana ocorreu quando tinha 14 anos. Começou fazendo pichações pela cidade. "A gente novo, adolescente, quer espalhar nosso nome pela cidade". Em 2010, conheceu o grafite e desde 2013 vem pintando direto. Primeiro com spray, agora com tinta de parede. "Para mim, o grafite é só um pouco mais caprichado que a pichação. Há pessoas que acham o contrário. Mas a intenção dos dois é a mesma: são os jovens querendo se expressar", argumenta. "Sei que é complicado, às vezes o cara pinta a casa, gasta uma grana, e vem alguém e picha. Mas isso é um reflexo do que acontece no Rio e no Brasil, das oportunidades que não dão para a gente. A galera quer colocar para fora o que está engasgado. A pessoa que está pichando está colocando algum sentimento ali. Tem que ter respeito", acrescenta. Sua inspiração é justamente "a galera que está na rua pintando comigo", mas entre os mais conhecidos cita Os Gêmeos e o espanhol Aryz.

Pato chegou a trabalhar em uma loja de tintas para poder comprar seu material a um preço melhor. Fazia grafites de cartoons quando, em 2015, começou a mudar, a encontrar uma linha de trabalho, uma inspiração: as pessoas ao seu redor. "Foi o momento que eu despertei. Pensei 'caramba, por que eu estava fazendo isso esse tempo todo e não estava falando disso? Onde minha cabeça estava? Eu deveria estar dormindo. As pessoas precisam ver essas historias'". Já perdeu a conta de quantos muros já pintou, mas diz tentar finalizar no mínimo um por semana. Por ora, pretende não só seguir com esse trabalho como também levá-los para as ruas de outras cidades. Também espera ser chamado para cursar pintura neste segundo semestre na Escola de Belas Artes, da UFRJ, para aprender e trocar experiências. Diz que "adoraria ter reconhecimento" para poder se manter com as pinturas que faz na rua, "mas sem abrir mão da mensagem" que passa. "Com a arte, com a pintura, a gente consegue do nada tirar alguma coisa pra passar para os outros. Isso é amor, irmão. É amor ao próximo". Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil

Pai e filho foram mortos a tiros, na madrugada desta sexta-feira, em Queimados, na Baixada Fluminense. Homens armados invadiram a casa de Wilton de Araújo Moreira, de 46 anos, e Daniel do Nascimento Moreira, de 16. O jovem era o alvo dos criminosos. Witon morreu por ter se colocado na frente do filho para tentar protegê-lo dos disparos.

O crime aconteceu por volta da meia-noite e meia. Dois homens armados — ambos encapuzados e vestidos de preto — entraram na residência, na Rua Vila do Jair, no bairro do Tinguá, à procura de Daniel. Depois de assassinarem o garoto e o pai, os criminosos fugiram.

Policiais militares do 24º BPM (Queimados) foram para o local, mas encontraram as vítimas já mortas. Equipes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) fizeram uma perícia na casa. A especializada investiga o caso e tenta descobrir a motivação do crime. Fonte: https://extra.globo.com

6 MORTES NA PONTE RIO-NITERÓI: Tiroteio deixa mortos e interdita um dos acessos à Ponte Rio-Niterói

Ao todo, seis bandidos morreram e um policial ficou ferido na ação. Ônibus que passava no local no momento do tiroteio também foi atingido por disparos

Rio - Uma perseguição policial seguida de tiroteio deixou seis suspeitos mortos e fechou um dos acessos da Ponte-Rio Niterói, no sentido Rio, na manhã desta segunda-feira. Segundo a PM, um policial militar também ficou ferido na ação, mas passa bem. Um ônibus que passava pelo local no momento do tiroteio também foi atingido por disparos. 

Segundo informações da Polícia Civil, nove criminosos voltavam de uma festa na comunidade da Alma, em São Gonçalo, a bordo de um HRV Branco e um Jeep Renagade, quando assaltaram um carro na Alameda São Boaventura, no Fonseca. Após policiais militares serem informados que um grupo armado fazia assaltos na região, uma operação envolvendo um blindado e cerca de dez policiais foi montada para capturar os bandidos. Os suspeitos foram interceptados na saída da Ponte Rio-Niterói, dando início a um intenso tiroteio. 

Ainda de acordo com a Civil, quatro criminosos morreram no local, e outros cinco foram encaminhados para o Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, onde outros dois dos bandidos não resistiram e também vieram à óbito. Um dos suspeitos mortos seria dono de um ponto de venda de drogas na comunidade dos Pinheiros. Entre os baleados estão criminosos conhecidos como Jacaré, China, Drogbar, Caloi e Carrapato, porém, não é possível afirmar qual deles foi morto pela polícia. Um policial militar, que foi atingido no pé, também foi socorrido na unidade, mas passa bem. 

Um ônibus da linha linha 3221 D (Alcântara-Botafogo), que passava pelo local no momento do tiroteio ficou no meio do fogo cruzado e foi atingido por ao menos 14 disparos. Uma passageira foi atingida de raspão na perna, mas está fora de perigo. 

Marco Antônio de Jesus Silva, motorista do veículo, conta que um dos disparos atravessou o para-brisa e quase o acertou. "Já passei por arrastão, mas desse jeito, foi a primeira vez da minha vida (...) Eu só pensei em sobreviver e me proteger", conta. 

Ao todo, quatro fuzis, quatro pistolas e duas granadas foram apreendidas na ação. A Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DH-Ni/SG) foi acionada ao local para realização de perícia, onde foi constatado que o HRV branco levou mais de 60 tiros, enquanto o Jeep foi atingido por mais de 50 disparos. As placas dos veículos também teriam sido clonadas pelos bandidos. 

Um morador da região contou que ficou assustado ao ouvir os disparos. "Acordei às 5h da manha com muito tiro, parecia guerra. Pensamos que era alguma invasão. Eu me joguei debaixo da cama. Foram quase dez minutos de tiroteio", conta. "Isso é culpa do sistema. É culpa dos governantes que isso acontece". Fonte: https://odia.ig.com.br