Em um evento inédito em sua história, empresa mostra que seu futuro são os serviços. Sua grande aposta audiovisual é para competir contra a Netflix e a Amazon

FÉLIX PALAZUELOS

Peter Stern, vice-presidente da Apple, durante a apresentação desta segunda-feira. Na imagem, os serviços do aplicativo da Apple TV. Em vídeo, anúncio da Apple

Apple acaba de dar um passo decisivo para deixar de ser uma empresa de computadores e celulares e se tornar uma companhia de serviços e conteúdos. Produzirá e exibirá séries de televisão e se transformará numa entidade financeira com o novo cartão de crédito Apple Card. Tudo isso foi anunciado nesta segunda-feira num evento no Teatro Steve Jobs, em sua sede de Cupertino (Califórnia), onde os executivos da empresa foram recepcionados por grandes estrelas de Hollywood. “Com tudo o que apresentamos, vocês devem ter notado como os serviços são importantes para nós”, disse o presidente da companhia, Tim Cook, ao encerrar o evento, que durou quase duas horas. E prometeu: “Aplicamos aos nossos serviços o mesmo enfoque que aos nossos aparelhos: fáceis de usar, atentos ao detalhe, privados e seguros”.

Steven Spielberg, Oprah Winfrey, J.J. Abrams, Jennifer Aniston, Steve Carrell e outros rostos conhecidos do cinema e da televisão protagonizaram o anúncio do Apple+, a grande aposta da empresa para entrar num mercado, o dos serviços de séries e filmes em streaming, que não para de crescer no mundo todo, e no qual concorrerá diretamente com a Netflix.

O serviço será integrado a uma nova versão do aplicativo de TV dos aparelhos da marca da maçã, que agora agrupará, numa seleção feita por algoritmo, todas as compras e aluguéis feitos dentro do iTunes e os conteúdos oferecidos através dos serviços streaming e canais a cabo que o usuário assinar.

A oferta da Apple é semelhante à já oferecida por operadoras como Movistar e Vodafone, mas com um enfoque diferente e aproveitando sua integração única entre hardware, software e serviços. O aplicativo conta com uma seção de esportes, que inclui placares ao vivo e notificações de acontecimentos relevantes dos times preferidos do usuário, além de conteúdos infantis fiscalizados pela Apple. “Não é só outro serviço de streaming”, diz a empresa, e sim “o lugar onde os melhores criadores se reúnem”.

Vários deles apresentaram seus projetos no teatro Steve Jobs. “Uni forças à Apple”, disse Oprah Winfrey, que trabalha em dois documentários para a marca: um sobre assédio trabalhista, e outro sobre saúde mental. “É uma companhia que reinventou a forma de se comunicar”, acrescentou. Jennifer Aniston, Steve Carrell e Reese Whiterspoon participarão, por sua vez, de uma série chamada The Morning Show, sobre o poder feminino no mundo profissional.

Em 2018, pela primeira vez as assinaturas dos serviços de streaming superaram o número de usuários da TV a cabo, segundo a Associação Cinematográfica da América, alcançando os 613,3 milhões de espectadores potenciais. Há cada vez mais lares que “cortam o cabo” e optam por uma ou mais plataformas de conteúdos como Netflix. A partir do segundo semestre, o aplicativo Apple TV estará disponível em mais de 100 países, e também em smart TVs e nos Macs, e usará inteligência artificial para recomendar a cada usuário as séries que mais lhe interessarem, algo que em maior ou menor medida a Netflix, HBO e Samsung já fazem.

Cartão de titânio

Mais surpreendente foi o anúncio de seu próprio cartão de crédito, que poderá ser usado através do aplicativo Apple Pay integrado aos iPhones ou através de um cartão físico feito de titânio, que os clientes poderão solicitar. O serviço será integrado ao aplicativo de pagamentos e ao iMessage para gerar informação financeiras, como a divisão por categoria dos gastos realizados e consultas por chat a um gestor virtual.

O Apple Card usa o aprendizado automático e o Apple Maps para traduzir os crípticos nomes dos estabelecimentos onde as compras são feitas, como um restaurante. As cobranças são reconhecidas e classificadas para permitir que o usuário saiba quanto gasta em comida, viagens ou roupa, por exemplo.

A cada compra realizada, o consumidor será reembolsado em 2% do valor, ou 3% se a compra for numa Apple Store, seja por um produto físico ou um pagamento digital.

Para oferecer esse serviço, que será lançado em breve nos Estados Unidos, a Apple se aliou ao banco Goldman Sachs e ao MasterCard. A empresa especificou que não é necessário pagar nenhuma anuidade para usar o cartão, nem haverá multa por atraso nos pagamentos. “Precisávamos de um banco que estivesse disposto a fazer algo que nunca foi feito, por isso nos associamos ao Goldman Sachs. O cartão é de titânio, e é o mais bonito que já foi feito”, disse Jennifer Bailey, vice-presidenta da Apple Pay.

Notícias por um preço mensal

Através de seu aplicativo News, a Apple integrará um serviço com assinatura mensal de 9,99 dólares (cerca de 38,50 reais) que dará acesso a mais de 300 revistas, incluindo Vogue e National Geographic. As publicações estão totalmente integradas ao aplicativo e são diagramadas exclusivamente para serem lidas no iPhone, iPad ou Mac, incluindo conteúdos interativos, vídeo e infográficos animados. O resultado lembra o aplicativo Flipboard.

O Apple News+ incluirá o acesso a conteúdos pagos dos jornais Wall Street Journal e Los Angeles Times. Seu lançamento está limitado aos Estados Unidos e Canadá, mas chegará ainda neste ano à Europa, começando pelo Reino Unido, segundo o executivo-chefe da empresa, Tim Cook.

“Acredito que o Apple+ agregará um grande valor aos leitores e aos jornais”, disse Cook, que insistiu na importância de selecionar conteúdos confiáveis e de qualidade através de uma equipe de editores humanos. Salientou também a oportunidade de apresentar um formato como a revista a uma nova geração, através de dispositivos que são usados diariamente. Hoje, já está disponível nos Estados Unidos e Canadá, e o primeiro mês é grátis. “Não permitimos que os anunciantes rastreiem o que você lê. O que você lê na Apple News não vai perseguir você Internet afora”, disse Roger Rosner, vice-presidente de aplicativos da Apple. “Adoro a sensação de estar numa banca de jornais. Queremos tudo, mas só podemos ficar com um ou dois. Mas e se pudéssemos ter tudo? Hoje fazemos justamente isso. Trazemos revistas para a Apple News”, disse Cook.

Apple Arcade

Os videogames também tiveram seu espaço no evento com a apresentação do Apple Arcade, um serviço por assinatura que permite ao usuário jogar de forma ilimitada qualquer um dos mais de 100 títulos disponíveis inicialmente. O foco está em selecionar games de grande qualidade, que não ofereçam a clássica experiência de jogo gratuito que prende o consumidor e exige pequenos pagamentos. Poderá ser jogado sem conexão à Internet, e a assinatura, assim como com o Apple News+, poderá ser compartilhada entre os membros de uma mesma família.

O Apple Arcade será lançado no fim do ano em mais de 150 países, embora a Apple não tenha detalhado o preço da mensalidade. Os jogos do Apple Arcade poderão ser usados em iPhone, iPad, Mac e TV. A Apple vende sua plataforma de assinatura para jogos como um serviço que nunca teria chegado ao mercado sem a atenção e o cuidado de uma empresa como a Apple. “Jogos que nunca teriam sido possíveis”, diz a companhia. A Apple insiste em que não haverá nenhum tipo de rastreamento no Arcade.

A GUERRA DO 'STREAMING'

O anúncio feito pela Apple nesta segunda-feira não é senão a ponta do iceberg das ambições da companhia, que busca tirar o máximo partido de sua enorme base de usuários através dos serviços – sem dúvida seu mercado mais próspero nos últimos anos. A chegada de seu serviço, junto com a esperada nova plataforma da Disney após a compra da 20th Century Fox, estabelecerá um novo panorama de segregação de conteúdos e de grandes investimentos em conteúdos originais.

Diferentemente da música, os serviços de streaming de séries e filmes permitem com maior facilidade atrair os usuários mediante produções originais, evitando assim depender dos direitos de terceiros, que têm custos altos. Resta ver se tantas plataformas poderão coexistir sob a necessidade de ampliar sua operação em escala mundial, com baixas margens de lucro. É possível que os consumidores não tenham horas livres nem dinheiro sobrando para abarcar tal avalanche de conteúdos. Fonte: https://brasil.elpais.com

Peter Tabichi, do Quênia, é o vencedor do mais prestigiado prêmio da educação. A brasileira Débora Garofalo ficou entre os dez finalistas

Por Monica Weinberg, de Dubai

Os dez candidatos a melhor professor do mundo no Global Teacher Prize, o Nobel da educação, deixavam à mostra no rosto uma ansiedade muito justificada. Para ganhar os holofotes em Dubai, diante de uma plateia lotada de gente de renome na área, esta turma sobreviveu a uma peneira de 10.000 candidatos vindos de 179 países em um processo duríssimo. Quando o ator Hugh Jackman anunciou neste domingo, 24, o nome do vencedor, Peter Tabichi, do Quênia, o auditório tremeu. Ele chacoalhou sua sala de aula, fincada em região pobre do semiárido africano, com um clube de ciências que despertou a curiosidade e o talento de jovens sem nenhuma perspectiva. O prêmio foi entregue pelo xeique Mohammed bin Rashid Al Maktoum. E Tabichi, em tom nada professoral, se dirigiu ao público: “Ensinar é um ato de nobreza”, enfatizou.

Aos 36 anos, egresso de uma família de professores (o pai, inclusive, subiu ao palco arrancando aplausos), ele conseguiu cultivar a excelência num terreno em que grassava todo tipo de mazela: abuso de drogas, gravidez precoce, abandono escolar. Tabichi deixou o emprego em uma escola particular justamente para tentar guindar deste cenário os adolescentes de um colégio público. Com o clube que criou, promoveu a matemática, fomentou o pesamento científico e emplacou sua turma entre os primeiros em olimpíadas pelo Quênia. Os estudantes também levaram um prêmio da britânica Royal Society of Chemistry, por conseguir usar plantas locais para gerar eletricidade – só uma amostra do que faz.

Uma brasileira também gravou o nome no panteão dos dez melhores, em que figuram só aqueles que extrapolam o terreno conhecido e inovam na sala de aula alcançando resultados extraordinários. A paulista Débora Garofolo, 39 anos, chegou à reta final impulsionada por um trabalho que levou a uma guinada na vida de seus alunos na escola municipal Ari Parreiras, encravada entre quatro favelas de São Paulo – a maior delas, a Vietnã. O colégio precisava de uma professora para ensinar robótica e programação, e Débora, que lecionava de tudo para crianças menores, resolveu levantar o dedo. Disse à diretora que queria se arriscar no campo da tecnologia e ouviu: “Mas você é ótima alfabetizadora.” Era verdade. “Insisti, insisti”, ela conta a VEJA. “Entendi que por essa via poderia impactar para valer o rumo de crianças e jovens com tão poucas chances de crescer.”

Como os demais professores que cruzaram o tapete vermelho da educação em Dubai, Débora subverteu a lógica dominante da lousa-e-giz e inventou uma aula de robótica que ampliou – em muitos sentidos – as fronteiras da escola. Primeiro, literalmente, suas turmas (do 1º ao 9º ano), cruzaram o portão atrás de objetos, peças, fios perdidos no lixo que entulha o entorno. Estranharam. Iam ficar catando lixo quando o problema não era deles, mas do vazio deixado pelo poder público? Mas foram e dali retiraram fragmentos que, ao longo de três anos, somaram uma tonelada convertida em robôs, carrinhos e aviões movidos por circuitos elétricos montados na classe. Embutem princípios da física e da matemática, demandam de meninos e meninas que treinem a escrita preenchendo fichas com rigor científico e lapidam a capacidade de solucionar problemas.

Débora fez sua escola dar uma virada ao por em prática a ideia de que uma disciplina pode conversar com a outra, assim como acontece fora do ambiente escolar. No começo, houve certa desconfiança, mas seus pares encararam a sacudida na rotina – e o resultado veio: o Ideb da Ari Parreiras saltou de patamar em dois anos (de 4,2 para 5,2 em dez), e a evasão encolheu junto com a incidência de trabalho infantil. O lixo, por sua vez, virou um problema menor, com os moradores ajudando a frear o acúmulo. Exemplo de como uma iniciativa simples, semeada no meio de um cenário de escassez, pode ser propulsora de qualidade — esta, aliás, uma lição que todos os dez finalistas do prêmio deixam.

De nacionalidades diferentes, egressos de países ricos e pobres, eles, que circularam durante dois dias pelas salas de conferência de um dos gigantescos hoteis de Dubai, têm muito em comum. Todos entendem a necessidade de perseguir um elo indissolúvel com os alunos. O inglês Andrew Moffat, que toca concorridas classes de maioria muçulmana, cativou os estudantes pavimentando sua autoestima. A dele mesmo foi às alturas. “Primeira conquista: os alunos sabem o meu nome. Segunda: gostam de mim”, brincou, enquanto dava uma amostra de sua aula. Os dez também se preocupam em fincar metas, acompanhá-las e envolver a criança no plano. Cada um achou um jeito de atrair a atenção — clube de ciências, rádio escolar, música – e estimular a cartilha elementar deste século – criatividade, colaboração, habilidade para juntar fragmentos de informação e compor um raciocínio.

O prêmio foi dado pela quinta vez no Global Education & Skill Forum, encontro de notáveis que trouxe à mesa desafios e rotas para encontrar a excelência. No valor de 1 milhão de dólares, a honraria é concedida pela Fundação Varkey, do discretíssimo bilionário Sunny Varkey, filho de um casal de indianos que emigrou para os Emirados Árabes Unidos em 1959 e lá abriu o primeiro colégio do que viria a se tornar o maior grupo de escolas particulares do mundo, o Gems. Os professores que subiram ao palco ajudaram a descortinar a trilha da qualidade, em que até eles ainda tateiam, por não ser linear. O argentino Martin Salvetti, desta seleta lista, assim resumiu: “Saber como manter uma criança interessada na escola é muito mais difícil do que desvendar a fórmula da Coca-Cola.” Fonte: https://veja.abril.com.br

Eles escolheram um queniano como "o melhor professor do mundo": a história de Peter Tabichi

O professor de ciências e matemática ficou com o "Nobel da Educação" e receberá um milhão de dólares. 95% de seus alunos são pobres, mas alcançam resultados proeminentes. Martín Salvetti, o professor argentino, estava entre os dez finalistas

Maximiliano Fernandez

Enviado Especial - Dubai. O queniano Peter Tabichi ficou com o Global Teacher Prize, considerado o "Nobel da Educação". O prêmio, que dá um milhão de dólares ao vencedor, teve uma professora argentina - Martin Salvetti - entre os dez finalistas pela primeira vez.

Tabichi tem 36 anos e é professor de ciências e matemática. Ele leciona no Keriko Mixed Day em Pwani Village, localizado em uma parte remota e semi-árida do Vale do Rift, no Quênia. Lá a comunidade coexiste com fome e seca. 95% dos seus alunos vivem na pobreza e quase um terço são órfãos ou têm apenas um dos pais.

O queniano Peter Tabichi, com o Global Teacher Prize

As profundas adversidades não afetam seu trabalho como educador. Desde que assumiu o cargo em 2015, a matrícula se multiplicou: ele passou de 200 para 480. Uma das razões, dizem eles, é o clube de ciências que ele expandiu na escola. O professor ajuda as crianças a desenhar projetos de pesquisa de tal qualidade que 60% atualmente se qualificam para competições nacionais.

Tabichi graficou seu trabalho em uma história de sucesso. Um de seus alunos, Esther, apesar das deficiências de origem, alcançou o primeiro lugar na Feira de Ciências e Engenharia do Quênia. O prêmio veio como resultado de um dispositivo que o aluno inventou e permite que pessoas cegas e surdas possam medir e medir objetos. Agora Esther representará o Quênia em uma competição internacional nos Estados Unidos.

Tabichi é professor de ciências e matemática

Quando ele ouviu seu nome, a professora queniana não reprimiu as lágrimas. Ele pulou para abraçar Hugh Jackman, que anteriormente havia dedicado algumas palavras para cada professor. "Sua história é incrível, você é um exemplo para todos", ele havia dito a ele.

Como em cada edição do prêmio, houve uma surpresa, sempre extravagante. A figura principal desta vez foi Jackman, que não só serviu como apresentador, mas também atuou em três shows musicais com uma equipe de dançarinos.

Em seu discurso, Tabichi lembrou e até fez seu pai subir ao palco. Sua mãe morreu quando ele tinha apenas 11 anos e foi seu pai quem alimentou e educou cada um dos sete irmãos. Uma família inteira ligada ao ensino. E toda uma família franciscana. De fato, o professor doa 80% de seu salário mensal, de cerca de 400 dólares, para ajudar as crianças lotadas.

"Todos os dias na África temos uma nova página e capítulo, hoje é outro dia, esse prêmio não me reconhece, reconhece os jovens deste grande continente, estou aqui apenas pelo que meus alunos conseguiram. Diz ao mundo que eles podem fazer o que quiserem ", disse ele no salão principal do Hotel Atlantis, duas torres enormes localizadas nas Ilhas Palm, em Dubai.

A história de Tabichi não termina aí. Juntamente com outros quatro colegas, eles dão aulas particulares fora do horário escolar, mesmo durante os finais de semana, para crianças de baixo desempenho. O professor visita as casas para ver em primeira mão a realidade que cada aluno passa. Tradução: Gloogle

Durante assalto, Simone Silva Esteves foi alvejada com pelo menos cinco disparos

Rio - Uma motorista foi morta a tiros quando levava familiares de presos de Petrópolis, na Região Serrana, para visitas no Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste da capital. O caso aconteceu na madrugada de quarta-feira, próximo à feirinha de Itaipava, no distrito de Petrópolis. Simone Silva Esteves foi alvejada com pelo menos cinco tiros.

De acordo com testemunhas, Simone estava com pelo menos duas pessoas em um Fiat Doblô, quando eles foram abordados por um homem, que anunciou o assalto. A motorista reagiu e ele disparou vários tiros contra ela, que morreu.

O bandido fugiu e teria levado o carro da vítima. O caso é investigado pela 106ª DP (Itaipava), que analisa se o episódio trata-se de latrocínio (roubo seguido de morte) ou execução. Fonte: https://odia.ig.com.br

A escritora negra e pobre, um dos principais nomes da literatura no Brasil, é homenageada pelo Google nesta quinta-feira

Se estivesse viva, Carolina Maria de Jesus, uma das primeiras e mais importantes escritoras brasileiras, completaria 105 anos nesta quinta-feira, 14 de março. Seu livro de estreia, Quarto de Despejo, quando lançado em 1960, vendeu 10 mil cópias em uma semana. Moradora da favela do Canindé, na zona norte de São Paulo, por boa parte de sua vida, Carolina teve fama, foi traduzida em mais de duas dezenas de línguas, chegou a Europa, Ásia e América Latina, mas morreu em relativo esquecimento em 1977. Ainda hoje, a vida dela inspira escritores, jornalistas e até ilustradores à altura de grandes prêmios.

A história mais conhecida sobre a escritora é de que no final da década de 1950, o jornalista Audálio Dantas topou com ela na favela do Canindé e ficou sabendo que aquela mulher negra, que trabalhava na maior parte do tempo como catadora de papel, e que criava sozinha três filhos pequenos, era autora de dezenas de cadernos. Entre eles, um diário extensíssimo, que, editado por Dantas, virou o livro Quarto de Despejo, o primeiro documento que mostrou em primeira pessoa a desagradável realidade de ser mulher, negra e pobre neste país, e, ao mesmo tempo, com quanta dignidade era possível suportar tanta discriminação.

O cotidiano da vida no Canindé – o verdadeiro quarto de despejo do título do livro – narrado por Carolina de Jesus é esquálido, violento, permeado por doenças, alcoolismo e fome, a fome que, logo de início, é definida como a escravidão dos tempos modernos. Mas também é cheio de suas reflexões sobre o Brasil e a vida da mulher negra. O relato literário recebeu críticas e comentários de escritores e intelectuais como Sérgio Milliet, Rachel de Queiroz e Manuel Bandeira. No exterior, Carolina foi recebida com entusiasmo por Pablo Neruda e Octavio Paz

No ano passado, o jornalista Tom Farias lançou o livro Carolina: uma biografia, editado pela Malê, com o objetivo de humanizar a figura de Carolina de Jesus, tentando desvinculá-la do mito. Para ele, a escritora, ao contrário do que se pensa, não nasceu intelectualmente em 1960, com a publicação de seu livro. A biografia revela textos e matérias de jornais em que Carolina de Jesus já aparecia em 1940. “Ela fazia uma ronda pelas redações e rádios, apresentava-se como 'Carolina Maria, a poetisa negra', e ia oferecendo seus textos para publicação. Muitas vezes, era olhada de forma enviesada, tratada com desdém, mas teve alguns sucessos", conta.

Também em 2018, a vida da autora virou uma biografia em quadrinhos produzida por João Pinheiro e Sirlene Barbosa e publicado pela editora Veneta. O livro, que narra a infância pobre de Carolina de Jesus em Minas Gerais, sua vida sofrida em São Paulo, a fama, as ilusões, as decepções e o esquecimento, venceu o prêmio especial do Festival de Quadrinhos de Angoulême, o mais importante do mundo do gênero, uma espécie de Cannes do HQ.

Para o ilustrador e roteirista João Pinheiro, a palavra que define bem a obra é superação. “A história dela é muito triste, muito pesada muito para baixo. Mas ao mesmo tempo ela tem muita força. Então, apesar de ter essa miséria, fome, a situação degradante que ela vivia, por outro lado ela tem muita força e persistência. E supera tudo, mesmo diante daquelas dificuldades, ela consegue seguir em frente, levantar todos os dias e não desistir. Isso é o principal”, disse. Fonte: https://brasil.elpais.com

O fato ocorreu em São Caetano do Sul (SP). Menina atirou no próprio ouvido oito meses após a morte da mãe

Uma menina de 10 de anos tirou a própria vida neste domingo (17/3), com um tiro no ouvido, usando uma arma de fogo seu pai. O fato ocorreu em São Caetano do Sul, cidade do grande ABC paulista. As informações são do jornal Repórter Diário.

Os policiais da Guarda Civil Municipal (GCM) foram acionados por volta das 9h. Quando chegaram ao local, no bairro São José, a menina já estava morta. O atentato contra a própria vida cometido pela criança acontece em meio a toda discussão sobre a flexibilização do porte de armas após a tragédia ocorrida na escola Raul Brasil, em Suzano (SP), quando dois adolescentes invadiram o colégio e atiraram contra alunos e professores.

De acordo com informações do pai da criança, ele se preparava para tomar banho quando a garota foi até o quarto e pegou a arma que estava sem munição. As balas, segundo ele, foram colocadas no equipamento pela própria criança. Ao ouvir o tiro, o pai correu, mas, segundo contou à polícia, já encontrou a menina no chão.

A polícia encontrou na casa duas cartas escritas pela menina. O teor não foi revelado e está sob investigação. De acordo com vizinhos, a mãe da menina morreu há oito meses.

O pai da criança é funcionário público. A arma, datada de 1992, estava no nome do pai, mas não encontrava-se com situação regular.

Pelas redes sociais, o prefeito do município, José Auricchio Júnior (PSDB), lamentou o fato. “Deixo minha solidariedade à família e aos amigos da menina que deu fim à própria vida hoje pela manhã, no bairro São José. Meus sentimentos a todos. São Caetano do Sul em luto”, disse o prefeito.

O Metrópoles tem a política de publicar informações sobre casos ou tentativas de suicídio que ocorrem em locais públicos ou causam mobilização social, porque esse é um tema debatido com muito cuidado pelas pessoas em geral.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o assunto não venha a público com frequência, para o ato não ser estimulado. O silêncio, porém, camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o que, de fato, leva essas pessoas a se matarem.

Depressão, esquizofrenia e uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em um potencial suicida – problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.

Está passando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode ajudar você. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e Skype, 24 horas, todos os dias. Fonte: www.metropoles.com

Kauan Noslinde, de 12 anos, morreu após ser baleado durante uma ação da Polícia Militar (PM) na comunidade da Chatuba, em Mesquita, na Baixada Fluminense, na noite de ontem. Familiares acusam os policiais do 20º BPM (Mesquita) de entrarem atirando no local. Os PMs alegam que, ao entrarem na comunidade, já encontraram o jovem baleado. De acordo com parentes, o jovem saiu da casa do pai para comprar um lanche com o irmão, de 10 anos, no momento da ação policial.

Ele foi levado pelos policiais para o Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, mas não resistiu aos ferimentos. De acordo com o aplicativo Fogo Cruzado, somente neste ano 25 adolescentes foram baleados no Grande Rio. Fonte: www.bol.uol.com.br

Jovem de 20 anos deu tiros para o alto na porta da instituição e disse à polícia que queria assustar dois colegas. Arma do crime não foi encontrada

Ainda sob efeito da tensão que se espalhou pelo país com o ataque a tiros que terminou com 10 mortos em uma escola em Suzano, em São Paulo, alunos, funcionários e vizinhos de uma escola estadual de Nova Lima, na Grande BH, levaram um susto no início da noite dessa quinta-feira. Um estudante de 20 anos atirou para o alto na porta da instituição. Detido pela Polícia Militar (PM), ele disse que fez isso porque colegas estavam espalhando boatos sobre a sexualidade dele. 

O crime ocorreu por volta das 18h40 em uma escola que fica no Bairro Bonfim. A PM foi acionada via 190. Chegando ao local, populares fizeram a descrição do autor dos disparos, que usava uma camisa de cor vinho. 

Os policiais fizeram um rastreamento e localizaram o suspeito, que usava o uniforme da escola. No entanto, ao revistarem a mochila dele, eles encontraram a camisa vinho mencionada pelas testemunhas. 

De acordo com a PM, ele acabou assumindo ser o responsável pelos tiros, que tinham como objetivo assustar dois alunos. Na versão dele, os colegas estavam comentando que ele mantinha relações sexuais com outro homem e que, em troca disso, usufruía dos bens dele. 

O estudante disse que jogou a arma perto da casa dele, mas ela não foi encontrada pelos policiais no local indicado. Durante a confecção do boletim de ocorrência, um rapaz de 20 anos compareceu ao batalhão da PM para mostrar a troca de mensagens em um aplicativo em que o autor preso combinava com ele de se encontrar na porta da escola para “resolver as diferenças”. Ainda segundo a PM, o atirador parecia muito preocupado com o celular dele, o que fez os policiais suspeitarem que o aparelho armazenava algum arquivo que poderia comprometê-lo judicialmente. O jovem detido foi levado para a Central de Flagrantes da Polícia Civil (Ceflan) 3.

Estado de Minas entrou em contato com a Polícia Civil e a Secretaria de Estado de Educação para mais detalhes sobre o caso e aguarda resposta. Fonte: www.correiobraziliense.com.br

Testemunhas descreveram cenas caóticas e corpos ensanguentados. Crianças e mulheres estão entre as vítimas fatais

Ao menos 49 pessoas morreram em ataques, nesta sexta-feira (15/3), contra duas mesquitas da cidade neozelandesa de Christchurch e, segundo as autoridades locais, um dos autores foi identificado como um extremista australiano. Os ataques na cidade da Ilha Sul também deixaram 20 pessoas gravemente feridas, informou a primeira-ministra Jacinda Ardern. 

Ao citar um dos "dias mais obscuros" do país, ela denunciou uma violência "sem precedentes". Testemunhas descreveram cenas caóticas e corpos ensanguentados. Crianças e mulheres estão entre as vítimas fatais.

A polícia fez um apelo para que as pessoas não compartilhem nas redes sociais "imagens extremamente insuportáveis", depois que foi divulgado na internet um vídeo feito por um homem branco no momento em que atirava contra os fiéis em uma mesquita.

"Está claro que isto só pode ser descrito como um ataque terrorista. Pelo que sabemos parece que estava bem planejado", disse Ardern.  "Foram encontrados dois artefatos explosivos em veículos suspeitos e foram desativados", completou.

O atirador de uma das mesquitas era um cidadão australiano, revelou em Sydney o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison. "É um terrorista extremista de direita, violento", disse.

O número exato de criminosos não foi revelado, mas, de acordo com Ardern, três homens estavam detidos. A polícia afirmou que um homem com pouco menos de 30 anos foi acusado de assassinato. Esta pessoa será apresentada a um tribunal de Christchurch no sábado. A polícia afirmou ainda que não procura outros suspeitos. 

As duas mesquitas atacadas são as de Masjid al Noor, no centro de Christchurch, e Linwood. As duas estavam lotadas nesta sexta-feira para a sessão vespertina das orações.

"Corpos por todos os lados"

Um imigrante palestino que pediu para não ser identificado afirmou que viu o momento em que um homem foi atingido por um tiro na cabeça. "Escutei três disparos rápidos e depois de uns 10 segundos tudo começou de novo. Deve ter sido uma arma automática porque ninguém consegue apertar o gatilho tão rapidamente", disse o homem à AFP. "As pessoas começaram a correr, algumas estavam cobertas de sangue".

Outro homem contou à imprensa local que viu o momento em que uma criança foi atingida por tiros. "Havia corpos por todos os lados", declarou.Em uma das mesquitas estava a equipe de críquete de Bangladesh, mas os jogadores conseguiram fugir do local.

"Estão sãos e salvos, mas em estado de choque. Pedimos ao time que permaneça confinado no hotel", afirmou uma fonte da delegação. A partida entre as seleções de Bangladesh e Nova Zelândia foi cancelada.

Diversos vídeos e documentos que circulam na internet, mas que não foram confirmados oficialmente até o momento, indicam que o autor transmitiu o ataque no Facebook Live.  Uma equipe da AFP examinou as imagens, que pouco depois foram retiradas dos sites. De acordo com os jornalistas, especialistas em fact check, são autênticas.

Um "manifesto" vinculado às contas desta página do Facebook faz referência à "teoria da substituição", que circula entre a extrema-direita e que fala do desaparecimento dos "povos europeus". As forças de segurança bloquearam o centro da cidade, mas poucas horas depois suspenderam a medida. A polícia pediu aos fiéis que evitem as mesquitas em toda Nova Zelândia.

 

O município abriu uma linha direta para os pais dos estudantes que participavam em um protesto contra as mudanças climáticas em uma área próxima aos ataques. Todas as escolas da cidade foram fechadas. A polícia pediu a "todos os que estavam presentes no centro de Christchurch que não saiam às ruas e apontem qualquer comportamento suspeito".

Os tiroteios são raros na Nova Zelândia, um país que em 1992 restringiu a legislação que permite acesso às armas semiautomáticas após um massacre de 13 pessoas na cidade de Aramoana, na Ilha Sul.

Qualquer pessoa com mais de 16 anos, no entanto, pode solicitar uma licença para ter acesso a uma arma depois de participar de um curso sobre segurança.

Fonte: www.correiobraziliense.com.br

O participante, cujo nome não foi revelado, já foi ouvido pela polícia. Há a hipótese de haver ainda um quarto envolvido

Enviado especial a Suzano (SP) – O delegado-geral de Polícia de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, disse, nesta quinta-feira (14/3), que existe a possibilidade de haver um terceiro adolescente  envolvido no planejamento do massacre em Suzano, que teria sido idealizado desde 2018.

A apreensão do adolescente, que seria um ex-colega de classe de Guilherme Taucci Medeiros, de 17 anos, um dos atiradores, já foi pedida pela polícia. O adolescente não foi ao local da tragédia na quarta-feira (13/3), dia do tiroteio. A maior parte das conversas entre o grupo aconteciam pessoalmente, segundo a investigação.

A polícia trabalha com a hipótese de um quarto envolvido. Uma pessoa, ainda não identificada, foi vista no estacionamento onde os atiradores guardaram o carro. “Imagens de fotografia estão sendo analisadas para chegar a identidade”, destacou Ruy.

O delegado disse que, desde o inicio, a intenção dos assassinos era agir com crueldade e que, por isso, eles teriam se organizado com um alto poder de letalidade. “Eles queriam fazer o maior número de vítimas”, comentou, ao dizer que eles se inspiraram, segundo testemunhas, no massacre de Columbine, nos EUA, em abril de 1999.

Sem revelar detalhes das investigações, Ruy comentou o que se sabe até o momento. O delegado disse que aguarda resultados de laudos e análises de materiais apreendidos. “É muito cedo para traçar a dinâmica do crime dentro da escola. É uma presunção dizer que um matou o outro. Temos que aguardar os laudos dos corpos para concluir isso”, afirmou. Fonte: https://www.metropoles.com

Guilherme Taucci e Luiz Henrique de Castro cresceram na mesma rua e estavam sempre juntos

Fernanda Mena

SÃO PAULO

No cômodo de paredes sem acabamento, o aparelho de televisão que domina o pequeno ambiente exibe os retratos de Guilherme Taucci Monteiro, 17, e de Luiz Henrique de Castro, 25, sobre uma tarja onde se lê: “Assassinos mataram oito em escola de Suzano”.

Diante da tela, Tatiana Taucci, 35, esfrega as mãos, agitada, antes de levá-las ao rosto. “Como é que pode meu filho ser chamado de assassino, meu Deus? Isso é chocante”, lamenta. Segundos depois, ela mesma conclui: “Mas do que é que vão chamar ele se matou toda essa gente na escola?”.

Guilherme e Luiz invadiram a Escola Estadual Professor Raul Brasil, onde estudaram, na manhã desta quarta-feira (13), e abriram fogo contra coordenadora pedagógica, inspetora e alunos, matando sete pessoas e ferindo outras onze.

No caminho até o colégio, Guilherme parou na loja do tio, Jorge Antônio Moraes, irmão de sua mãe, onde já havia trabalhado, e atirou contra ele. O tio morreu no hospital. “Cheguei na escola gritando pelo meu filho, dizendo que tinham machucado ele. Quando me contaram o que tinha acontecido, meu mundo caiu”, diz.

“Perdi meu filho e meu irmão. Não dá nem pra acreditar... Minha vida acabou”, diz ela, sentada na cadeira em que, conta, Guilherme passava as madrugadas jogando no computador.

“Ele tinha internet, TV a cabo, tinha tudo. E o bobão faz isso?”, revolta-se. “Estou com muita raiva, de tudo.”

A família diz nunca ter desconfiado de que Guilherme pudesse ter algum tipo de comportamento violento. “Nosso relacionamento até que não era ruim. Mas a gente quase não conversava”, revela a mãe.

“A única coisa é que ele era pirado nesse bagulho de jogo de computador. Ele ficava paranoico e gritava para a tela: vou te matar, vou te matar!

Desempregada há dois anos e mãe de outras quatro crianças, duas das quais moram na mesma casa onde Guilherme vivia, Tatiana batalha contra uma dependência química de longa data, que a leva a passar boa parte do tempo nas ruas.

Fruto de um relacionamento breve entre Tatiana e Rogério Machado Monteiro, Guilherme foi criado pelos avós, Benedito Luiz Cardoso e Arlete Taucci, numa casa de tijolo aparente, entulhada de móveis e objetos, no bairro Jardim Imperador.

“O pai e a mãe não estavam muito aí pra ele, sabe?”, diz o avô, antes de ser repreendido pela filha. “Agora a culpa é minha? Culpa é sua, que criou ele”.

Com a morte da avó, quatro meses atrás, Guilherme passou a dar sinais de tristeza permanente. “Acho que ele ficou deprimido”, arrisca a tia.

O quarto de Guilherme fica nos fundos da casa, atravessando a lavanderia onde se acumulam roupas, jornais, latas, baldes, ripas de madeira, bicicletas de criança e uma gaiola com um pequeno pássaro.

Ao sair pela manhã para o atentado, Guilherme deixou no chão, ao lado do beliche onde dormia, uma foto queimada, que a mãe reconheceu como sendo sua com o pai do adolescente.

Do chão, a mãe recolhe uma sacola em que encontra mais de cinco caixas vazias de Bis de chocolate branco. “Ele tinha problemas de acne. Também, comendo chocolate desse jeito”, diz ela, como se falasse consigo mesma.

Segundo Tatiana, Guilherme abandonou a escola no ano passado, a um ano de concluir o ensino médio, porque dizia não aguentar mais ser “zoado por causa das espinhas do rosto”.

O avô pagou um tratamento para o neto, e sua pele “melhorou muito”. “Ontem mesmo, quando ele chegou da rua de noite, eu esquentei o jantar pra ele. Estava tudo bem”, lembra o avô, com a voz embargada. Guilherme comeu arroz, feijão e hambúrguer. “Ele adorava hambúrguer.”

Na mesma calçada da casa do adolescente, poucos metros depois, vivia Luiz Henrique, com os pais e irmãos. Eles moravam nos fundos da casa do avô, uma construção térrea de pintura alegre e jardim cuidado.

Luiz Henrique havia acabado de começar a trabalhar com o pai, que atua no ramo da jardinagem. 
O avô, de 85 anos, teve de ser sedado quando soube que o neto havia protagonizado um massacre. “Ninguém consegue acreditar”, comentou um amigo da família, que preferiu não se identificar.

Guilherme e Luiz se conheceram na infância e, desde então, andavam sempre juntos. 

“Eram meninos normais. Falavam bom dia, boa tarde, boa noite. Não usavam drogas”, conta o motorista Cássio Nogueira, 39, vizinho que os viu crescer. “Nunca percebi nenhum traço que indicasse que esse tipo de comportamento poderia ocorrer. Estamos todos ainda em choque.”

Os programas da dupla dos últimos tempos eram passeios pelo shopping e visitas regulares à LAN house do bairro, onde costumavam jogar video-games de tiros.

“Por aqui passam cerca de cem pessoas por dia, e quase todos jogam games de tiros. Se isso determinasse alguma coisa, todas essas pessoas seriam assassinas”, pondera Tatiane Motta, 27, que trabalhou até mês passado como atendente da LAN house frequentada pela dupla.

Ela conta que Guilherme e Luiz jogavam videogames no espaço ao menos três vezes por semana. Eram conhecidos por serem fechados, seletivos e xingarem muito e em voz alta durante as partidas.

Um dia, a atendente percebeu um pingente com a suástica nazista no pescoço de um deles. “Levei um susto”, diz. Os clientes passaram a ser vistos com cautela.

A mãe e o avô de Guilherme dizem nunca terem visto o menino ostentar esse tipo de símbolo.

A tia e vizinha Karina Mendes, 27, diz que está com medo de represálias. “A gente entra nas redes sociais e só vê gente xingando eles e dizendo que a culpa é da família, que temos todos de morrer também”, afirma. “Eu entendo a revolta das pessoas, mas não podemos pagar por aquilo que não fizemos. Estamos todos sofrendo, mas estamos com muito medo também.”

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br

O rapaz utilizou o Facebook para postar mensagens favoráveis ao ataque no interior de São Paulo. Além disso, ameaçou atacar uma escola do distrito onde mora em Minas Gerais

Moradores de São Pedro do Avaí, distrito de Manhuaçu, na Região da Zona da Mata, ficaram desesperados com uma mensagem postada por um jovem nas redes sociais. Um rapaz de 18 anos utilizou o Facebook pessoal para apoiar o massacre em Suzano, no interior de São Paulo, que deixou 10 pessoas mortas na Escola Estadual Raul Brasil. Além disso, na mensagem, ameaçou cometer um atentado semelhante na Escola Estadual Ana Mendes Pereira Dutra, localizada no distrito. Pessoas que acessaram o perfil do homem acionaram as polícias Civil e Militar e ele acabou preso. No celular dele, foram encontradas conversas com grupos de outros estados que também são favoráveis ao atentado. 

O medo e desespero de famílias do distrito começaram na manhã desta quinta-feira. O jovem, J.R, de 18 anos, utilizou as redes sociais para apoiar a chacina no interior de São Paulo. “Foi detectado que ele divulgou e tornou público no Facebook dele uma mensagem em relação aos fatos em São Paulo. Ele se manifestou favorável, apoiando a atitude dos cidadãos que cometeram o delito. Disse, ainda, que a ideia dele era fazer na escola que tem na cidade de São Pedro do Avaí, desprezando o distrito onde foi criado”, afirmou o tenente Cezário José de Araújo. 

“Luto é meu p... eu devia ter feito isso na Ana Mendes tmb (sic)mas precisava ter um caminhão de munição para todo mundo que eu odeio lá, enfim, parabéns aos envolvidos”, disse. “To famoso no São Pedro de novo kkkkkkkk. F... esse lugar”, completou.  Continua depois da publicidade

Assim que as mensagens foram vistas pelos moradores, várias famílias entraram em pânico. “A população ficou muito temerosa. Pais com medo de levar filhos na escola ligaram para a polícia. Por meio das redes sociais, em grupos de proteção que temos com os moradores, várias mensagens foram recebidas pedindo providência”, disse o tenente. 

Os militares deslocaram para o distrito. Quando estavam em um estrada de chão, se depararam com o jovem em uma moto. Ele foi abordado, mas nada de ilícito foi encontrado. Porém, cometia uma infração de trânsito, pois estava pilotando o veículo sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Buscas também foram feitas na casa dele. 

“Fomos recebido pelos pais dele, que são pessoas humildes. Ficaram até assustados com tudo. Fizemos uma revista no imóvel, autorizados por eles, e não encontramos nenhuma material ilícito que poderia causar algo futuramente. A Polícia Civil também compareceu e encontrou, no celular do jovem, mensagens dele com pessoas de outros lugares do país que são favoráveis e apoiam este tipo de crime”, explicou o tenente. 

O celular foi apreendido pela Polícia Civil que vai periciar o aparelho. O jovem foi encaminhado para a delegacia onde será ouvido ainda hoje por uma delegada da cidade.

Fonte: www.correiobraziliense.com.br

Episódio foi contado por parentes de Douglas Celestino nesta quinta-feira, durante o velório do jovem

Familiares de Douglas Murilo Celestino, de 17 anos, uma das oito vítimas do atentado na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), contaram, nesta quinta-feira (14/3), que o adolescente foi um dos heróis da tragédia, tendo sacrificado a vida para salvar a namorada.
Segundo parentes presentes no velório do jovem disseram ao site G1, Douglas havia conseguido fugir da escola quando o ataque começou, mas retornou ao perceber que a namorada, de 16 anos, não havia saído do colégio.

A adolescente ficou ferida, mas sobreviveu. De acordo com boletim divulgado pela Secretaria de Saúde de São Paulo, ela estava na UTI e seu quadro era estável no momento da última atualização desta matéria.

Angústia e dor

Foram quatro horas de angústia e informações desencontradas até que a família de Douglas recebesse a notícia que não queria: o aluno do 3.º ano do ensino médio da Escola Raul Brasil era uma das vítimas do massacre.Douglas foi baleado na cabeça e socorrido ao Hospital Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes, mas no momento do resgate estava próximo ao RG de outro aluno e foi identificado como José Victor. 
Mais ou menos no mesmo horário, por volta das 10 horas, um tio de Douglas, professor em outra escola de Suzano, começava a ser informado pelos alunos de um ataque no colégio próximo. "Não conseguia mais dar aula porque os alunos começaram a receber mensagens, fotos e vídeos", diz Robson Chaves, de 42 anos. "Quando deu 11 horas, minha esposa ligou falando que estava com a mãe do Douglas e ele não atendia o celular."
Aí começou a via-crúcis da família. Primeiro seguiram ao colégio e foram informados que o aluno tinha sido levado ao hospital de Mogi. Chegando lá, como o jovem havia sido identificado como José Victor, a família retornou a Suzano sem uma pista de onde o garoto estava.

Após muitas informações desencontradas, a família tentou novamente contatar o jovem pelo celular. "Só que dessa vez foi uma funcionária do hospital que atendeu o telefone e pediu que a gente fosse para lá." 

Segundo os tios do adolescente, Douglas, embora tivesse muitos amigos na escola, havia pedido à família para trocar de colégio. "Estava tendo muitos casos de indisciplina, bagunça, e ele era mais tranquilo, um menino muito dócil", diz o tio.

Evangélico, Douglas, além da escola regular, fazia aulas de informática e de futebol. Ao terminar o ensino médio, no fim deste ano, pretendia tentar Computação em uma universidade. Fã de videogames, costumava ir à casa do amigo Gustavo, de 16 anos, para jogar. O colega escapou por pouco. 

"Ele cruzou com um dos atiradores quando estava correndo, pulou o muro para fugir e correu para casa. Só machucou um dedo da mão. Foi um livramento de Deus", conta o pai, o corretor de imóveis José Roberto Santos, de 49 anos. "Ele chegou em casa, me ligou e disse 'Pai, aconteceu uma tragédia, escapei por milagre, mas acho que o (Douglas) Murilo não conseguiu." Os dois eram amigos desde os 5 anos e estudavam na mesma sala. "Ele vivia lá em casa. Meu filho está em choque", diz José Roberto.

Outra vítima, Samuel Melquíades, de 15 anos, se dividia entre a escola, o gosto pelo desenho e a igreja. "Era ele que levava mensagem de esperança aos outros jovens", disse José Silva, tio do rapaz. "Sempre estava nos dias de culto, quartas, sábados e domingos. Era atuante, dinâmico, alegre, incrível", contou o tio José Silva, aposentado de 70 anos. 
A família frequenta a Igreja Adventista do Sétimo Dia. "Tínhamos a esperança de que pudesse sobreviver", acrescentou, sobre o rapaz, aluno do 2.º ano do ensino médio do colégio, que havia sido achado vivo na escola. Ele morreu a caminho do hospital. Douglas é velado na igreja Assembleia de Deus.

Feridos

Com uma machadinha no ombro, José Victor Lemos, de 18 anos, chegou caminhando sozinho no Hospital Santa Maria, a duas quadras da escola. Ao ouvir os disparos dentro do colégio, o jovem tentou fugir. "Ele estava com a namorada, saiu para outro lugar, e os dois se desencontraram. Pulou o muro e foi pego de surpresa pelo atirador", conta o pai, Marco Lemos. Após cirurgia, seu quadro era estável nesta quarta-feira (13/3).
O jovem completou 18 anos dia 6. Para a mãe, Sandra Regina Lemos, a partir de agora ele terá duas datas de aniversário. "Nasceu de novo." Sete vítimas foram para esse hospital - cinco delas foram depois encaminhadas para outras unidades. Fonte: www.correiobraziliense.com.br

Divulgada lista oficial de vítimas de ataque em Suzano

O ataque em Suzano deixou dez mortos e 11 feridos, segundo nota da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo. O órgão informa que duas das pessoas que morreram já foram liberadas pelo Instituto Médico Legal aos familiares. 

Alunos da escola – todos óbito:

1. Caio Oliveira, 15 anos, estudante.

2. Claiton Antonio Ribeiro, 17 anos, estudante.

3. Douglas Murilo Celestino, 16 anos, estudante – socorrido ao Hospital de Clínicas Luzia Pinho de Melo, foi à óbito.

4. Kaio Lucas da Costa Limeira, 15 anos, estudante.

5. Samuel Melquiades Silva Oliveira, 16 anos, estudante.

Funcionárias da escola – todos óbito:

6. Eliana Regina de Oliveira Xavier, 38 anos.

7. Marilena Ferreira Vieira Umezo, 59 anos.

Atiradores - óbito:

8. Guilherme Taucci Monteiro - 17 anos 

9. Luiz Henrique de Castro - 25 anos 

Dono da locadora (tio do Guilherme)

10. Jorge Antonio de Moraes, 51 anos – transferido do PSM de Suzano para o HC/FMUSP onde foi a óbito.

Feridos

1. Adna Isabella Bezerra de Paula, 16 anos, transferida do PSM Suzano para o HC/FMUSP - estável, na emergência.

2. Anderson Carrilho de Brito, 15 anos, transferido do PSM Suzano para o HC/FMUSP - estado grave, no centro cirúrgico.

3. Beatriz Gonçalves Fernandes, 15 anos, estável no PSM de Suzano.

4. Guilherme Ramos do Amaral, 14 anos , neste momento passa por cirurgia no PS de Suzano.

5. Jenifer da Silva Cavalcante - HC Luzia de Pinho Melo, grave, porém estável, passou por procedimentos cirúrgicos e está sendo acompanhada pela equipe médica.

6. José Vitor Ramos Lemos, (Hospital Santa Maria). É o que foi atingido com o machado.

7. Leonardo Martinez Santos – socorrido ao HC Luzia de Pinho Melo – fraturou o tornozelo, será operado.

8. Leonardo Vinícius Santa Rosa, 20 anos, estava na Santa Casa de Suzano e foi transferido para o HC/FMUSP, estável no PS.

9. Letícia de Melo Nunes, (Hospital Santa Maria – transferida para Hospital Geral de Itaquaquecetuba) - estável e sob acompanhamento especializado de cirurgia geral.

10. Murillo Gomes Louro Benites, 15 anos – socorrido ao HC/FMUSP pelo Águia, estável no PS.

11. Samuel Silva Félix (Hospital Santa Maria).

Fonte: https://brasil.elpais.com

Há ainda outros sete feridos hospitalizados. Um deles segue em estado grave

Começou na Arena Suzano, no Parque Max Feffer, por volta das 6h30, desta quinta-feira (14), o velório de alunos e funcionários mortos no massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil.

No local estão os corpos dos estudantes Cleiton Antonio Ribeiro, 17; Caio Oliveira, 15; Samuel Melquiades Silva de Oliveira, 16; e Kaio Lucas da Costa Limeira, 15.

Também estão no ginásio o corpo da inspetora de ensino Eliana Regina de Oliveira Xavier, 38 e o da coordenadora pedagógica Marilena Ferreira Umezu, 59, que só será sepultada no sábado (16), quando um de seus filhos chega do exterior.

Outras duas famílias optaram por velórios separados. O estudante Douglas Murilo Celestino, 16, por ser evangélico, está sendo velado desde 1h, na igreja evangélica Assembleia de Deus, em Suzano.

Já o empresário Jorge Antonio Moraes, proprietário de uma revendedora de carros e tio de um dos atiradores, está sendo velado desde a madrugada no cemitério Jardim Colina dos Ypês, onde será sepultado.

O ministro da Educação, Ricardo Vélez, e o prefeito de Suzano, Rodrigo Ashiuchi, também estão no local.

O movimento de pessoas que não são das famílias é grande na Arena circundada por dezenas de coroas de flores. Elas ficam isoladas por uma grade que as separa dos familiares —os únicos próximos aos corpos.

Há ainda outros sete feridos hospitalizados. Um deles segue em estado grave. É o estudante Anderson Carrilho de Brito, 15, transferido de Suzano para o Hospital das Clínicas, na capital paulista. Fonte: www.revistaforum.com.br

Dr. Luís Rajos Marcos
Médico Psiquiatra

Há uma tragédia silenciosa que está se desenvolvendo hoje em nossas casas e diz respeito às nossas joias mais preciosas: nossos filhos. Nossos filhos estão em um estado emocional devastador! Nos últimos 15 anos, os pesquisadores nos deram estatísticas cada vez mais alarmant

es sobre um aumento agudo e constante da doença mental da infância que agora está atingindo proporções epidêmicas.

As estatísticas:

– 1 em cada 5 crianças tem problemas de saúde mental;
– um aumento de 43% no TDAH foi observado;
– um aumento de 37% na depressão adolescente foi observado;
– um aumento de 200% na taxa de suicídio foi observado em crianças de 10 a 14 anos.
O que está acontecendo e o que estamos fazendo de errado?

As crianças de hoje estão sendo estimuladas e superdimensionadas com objetos materiais, mas são privadas dos conceitos básicos de uma infância saudável, tais como:

pais emocionalmente disponíveis;
limites claramente definidos;
responsabilidades;
nutrição equilibrada e sono adequado;
movimento em geral, mas especialmente ao ar livre;
jogo criativo, interação social, oportunidades de jogo não estruturadas e espaços para o tédio.

Em contraste, nos últimos anos as crianças foram preenchidas com:

– pais digitalmente distraídos;
– pais indulgentes e permissivos que deixam as crianças “governarem o mundo” e sem quem estabeleça as regras;
– um sentido de direito, de obter tudo sem merecê-lo ou ser responsável por
obtê-lo;
– sono inadequado e nutrição desequilibrada;
– um estilo de vida sedentário;
– estimulação sem fim, armas tecnológicas, gratificação instantânea e ausência de momentos chatos.

O que fazer?

Se queremos que nossos filhos sejam indivíduos felizes e saudáveis, temos que acordar e voltar ao básico. Ainda é possível! Muitas famílias veem melhorias imediatas após semanas de implementar as seguintes recomendações:

– Defina limites e lembre-se de que você é o capitão do navio. Seus filhos se sentirão mais seguros sabendo que você está no controle do leme.
– Oferecer às crianças um estilo de vida equilibrado, cheio do que elas PRECISAM, não apenas o que QUEREM. Não tenha medo de dizer “não” aos seus filhos se o que eles querem não é o que eles precisam.
– Fornecer alimentos nutritivos e limitar a comida lixo.
– Passe pelo menos uma hora por dia ao ar livre fazendo atividades como: ciclismo, caminhadas, pesca, observação de aves/insetos.
– Desfrute de um jantar familiar diário sem smartphones ou tecnologia para distraí-lo.
– Jogue jogos de tabuleiro como uma família ou, se as crianças são muito jovens para os jogos de tabuleiro, deixe-se guiar pelos seus interesses e permita que sejam eles que mandem no jogo.
– Envolva seus filhos em trabalhos de casa ou tarefas de acordo com sua idade
(dobrar a roupa, arrumar brinquedos, dependurar roupas, colocar a mesa, alimentação do cachorro etc.).

– Implementar uma rotina de sono consistente para garantir que seu filho durma o suficiente. Os horários serão ainda mais importantes para crianças em idade escolar.
– Ensinar responsabilidade e independência. Não os proteja excessivamente
contra qualquer frustração ou erro. Errar os ajudará a desenvolver a resiliência e a aprender a superar os desafios da vida.
– Não carregue a mochila dos seus filhos, não lhes leve a tarefa que esqueceram, não descasque as bananas ou descasque as laranjas se puderem fazê-lo por conta própria (4-5 anos). Em vez de dar-lhes o peixe, ensine-os a pescar.
– Ensine-os a esperar e atrasar a gratificação.
Fornecer oportunidades para o “tédio”, uma vez que o tédio é o momento em que a criatividade desperta. Não se sinta responsável por sempre manter as crianças entretidas.
– Não use a tecnologia como uma cura para o tédio ou ofereça-a no primeiro segundo de inatividade.

– Evite usar tecnologia durante as refeições, em carros, restaurantes, shopping centers. Use esses momentos como oportunidades para socializar e treinar cérebros para saber como funcionar quando no modo “tédio”.
– Ajude-os a criar uma “garrafa de tédio” com ideias de atividade para quando estão entediadas.
– Estar emocionalmente disponível para se conectar com crianças e ensinar-lhes autorregulação e habilidades sociais.
– Desligue os telefones à noite quando as crianças têm que ir para a cama para evitar a distração digital.
– Torne-se um regulador ou treinador emocional de seus filhos. Ensine-os a reconhecer e gerenciar suas próprias frustrações e raiva.
– Ensine-os a dizer “olá”, a se revezar, a compartilhar sem se esgotar de nada, a agradecer e agradecer, reconhecer o erro e pedir desculpas (não forçar), ser um modelo de todos esses valores.
– Conecte-se emocionalmente – sorria, abrace, beije, faça cócegas, leia, dance, pule, brinque ou rasteje com elas.

Traduzido do original: The silent tragedy affecting today’s children
Fonte: www.revistapazes.com

As redes sociais tiveram falhas de conexão em todo o mundo. Facebook precisou utilizar o Twitter para dizer que 'está trabalhando para resolver o problema o mais rápido possível'

As redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp apresentaram instabilidade em todo o mundo nesta quarta-feira (13/3). Desde o início da tarde, usuários das plataformas têm reportado problemas e falhas de conexões ao tentar acessar os aplicativos.

Até as 16h40, o Facebook permanecia fora do ar em boa parte dos países. Já no Instagram, os usuários não conseguem publicar fotos, mesmo elas sendo totalmente carregadas. As ações dentro das plataformas também não estão sendo concluídas, como curtidas, comentários e interações.

Pelo Twitter, o Facebook se pronunciou dizendo que está "ciente de que algumas pessoas estão enfrentando problemas" para a acessar a rede social. A plataforma diz ainda "estar trabalhando para resolver o problema o mais rápido possível" e que "não é possível confirmar se tratar de um ataque DDoS", que é quando um computador mestre comanda vários outros terminais numa tentativa de tornar os recursos de um sistema indisponíveis para seus usuários.

No WhatsApp, que também pertence ao grupo Facebook, os usuários enfrentam dificuldades e lentidão para enviar áudios, fotos e GIFs na plataforma. As instabilidades na rede social não afetam o envio de mensagens de texto. Fonte: www.correiobraziliense.com.br

O ataque ocorreu na Escola Raul Brasil, que atende alunos do ensino fundamental e médio

Tiroteio em uma no interior de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (13/3), deixou ao menos 10 mortos, incluindo estudantes e os dois responsáveis pelo ataque, identificados como Gilherme Monteiro, 17 anos, e Luís Henrique de Castro, 25. Há ainda feridos, que foram socorridos a hospitais próximos.

A escola alvo do ataque é a Raul Brasil, que atende alunos do ensino fundamental e médio. Segundo o coronel Marcelo Salles, comandante-geral da PM de São Paulo, os dois atiradores primeiro atacaram um dono de lava a jato próximo à escola. O empresário foi levado ao hospital e submetido a cirurgia. 

Após esse primeiro crime, os dois se dirigiram ao colégio, onde primeiro balearam duas coordenadoras, que morreram no local. Em seguida, chegaram, por volta das 9h30, ao pátio do colégio, que estava cheio de alunos do ensino médio, porque era horário do intervalo. Ali, quatro estudantes foram mortos. 

Na sequência, a dupla, que usava capuz e portava um revólver calibre .38 e uma arma medieval que lança flechas, além de facas, dirigiram-se ao centro de línguas, onde uma professora e alunos se trancaram em uma sala. "Eles, então, se mataram no corredor", informou Salles.

Além das seis vítimas mortas na escola, outros dois estudantes morreram no hospital, após receberem socorro. Há ainda 15 feridos e outras pessoas que precisaram de atendimento médico porque se sentiram mal.

Pânico e correria

Durante o ataque, muitas pessoas correram e se esconderam nas salas de aula e nos banheiros. Outros alunos conseguiram deixar o prédio, pulando o muro, e foram abrigados por famílias que moram perto do colégio. Vídeos postados na internet mostram estudantes saindo do colégio por uma rua próxima ao colégio.

Uma estudante contou que, inicialmente, pensou que os barulhos eram bombinhas, mas, em seguida, percebeu a gravidade da situação. "Quando percebi que eram tiros de verdade, voltei para o banheiro para me proteger. Havia umas dez pessoas se escondendo comigo, nós ficamos rezamos, pedindo para viver", disse.

Além de equipes da Polícia Militar e do Serviço de Atendimento Móvel Urbano (Samu), pais e familiares de alunos e funcionários se deslocaram para o colégio em busca de informações.

O governador de São Paulo, João Doria, se deslocou até a escola em um helicóptero da PM e chegou à cena do crime pouco depois das 11h. Doria se disse "muito impactado" com o que viu no colégio. "A cena mais triste que já assisti em toda a minha vida", resumiu. Várias outras autoridades se manifestaram pelas redes sociais.

O secretário de Segurança de Suzano, Jeferson dos Santos, disse que a prioridade foi prestar socorro aos feridos e apoio aos alunos e familiares de vítimas. Ele disse ainda que a secretaria preparava a lista oficial de vítimas. Fonte: www.correiobraziliense.com.br