Evangelho do dia- Lectio Divina. Quarta-feira. 7 de dezembro-2022. 2ª Semana do Advento. - com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus todo-poderoso, que nos mandais preparar o caminho do Cristo Senhor, fazei que, confortados pela presença do divino médico, nenhuma fraqueza possa abater-nos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 11, 28-30)
Naquele tempo, tomou Jesus a palavra e disse: 28Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. 29Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. 30Porque meu jugo é suave e meu peso é leve. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
Certos textos dos Evangelhos só revelam todo o seu sentido quando colocados diante do pano de fundo do Antigo Testamento. Assim é este texto tão breve e tão bonito do evangelho de hoje. Nele ressoam dois temas muito amados e lembrados do Antigo Testamento, um de Isaías e outro dos livros chamados sapienciais.
Isaías fala do Messias-Servo e o apresenta como um discípulo que está sempre em busca de uma palavra de conforto para poder animar os desanimados: “O Senhor me concedeu o dom de falar como seu discípulo, para eu saber dizer uma palavra de conforto a quem está desanimado. Cada manhã, ele me desperta, para que eu o escute, de ouvidos abertos, como o fazem os discípulos”. (Is 50,4) E o Messias servo faz um convite: “Vocês que estão com sede, venham buscar água. Venham também os que não têm dinheiro: comprem e comam sem dinheiro e bebam vinho e leite sem pagar” (Is 55,1). Estes textos povoavam a memória do povo. Eram como os cânticos da nossa infância. Quando a gente os escuta dá uma nostalgia, uma saudade! Assim, a palavra de Jesus: “Venham a mim!” despertava a memória e trazia para perto o eco longínquo daqueles textos bonitos de Isaías.
Os livros sapienciais apresentam a sabedoria divina sob a figura de uma mulher, uma mãe, que transmite aos filhos a sua sabedoria e lhes diz: "Comprem a sabedoria sem dinheiro. Coloquem o pescoço debaixo do seu jugo e acolham a sua instrução. A sabedoria está próxima, e pode ser encontrada. Vejam com seus próprios olhos como trabalhei pouco, e acabei encontrando profundo repouso”.(Eclo 51,25-27). Jesus repete quase a mesma frase: “Vocês encontrarão repouso!”
Por esta sua maneira de falar ao povo, Jesus despertava a memória do povo e fazia com que o coração se alegrasse e dissesse: “Chegou o messias que tanto esperamos!” Jesus transformava a saudade em esperança. Fazia o povo dar um passo. Em vez de agarrar-se à imagem de um messias glorioso, rei e dominador, ensinadas pelos escribas, o povo mudava de visão e aceitava Jesus como o messias servidor. Messias humilde e manso, acolhedor e cheio de ternura, que fazia os pobres se sentirem em casa junto de Jesus.
4) Para um confronto pessoal
1) A lei de Deus é para mim um jugo leve que me anima, ou é um peso que me cansa?
2) Já senti alguma vez a alegria e a leveza do jugo da lei de Deus que Jesus nos revelou?:
5) Oração final
Minha alma, bendize o Senhor e tudo o que há em mim, o seu santo nome! Minha alma, bendize o Senhor, e não esqueças nenhum de seus benefícios. (Sl 102, 1-2)
SIM, É PRECISO SE CONFESSAR
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Dom Adelar Baruffi
Arcebispo de Cascavel (PR)
Como preparar bem a confissão individual:
1- Um momento de oração antes.
2- Quando foi a última vez que se confessou?
3-Analisar e escrever os pontos mais importantes da nossa vida.
4- Buscar um padre e falar tudo.
5- Acolher o perdão e o arrependimento que o padre lhe deu.
6- Agradecer a Deus sua bondade e misericórdia.
7- Renovo minha vontade de fazer o bem sempre.
Quando a nossa sociedade exalta o indivíduo até a ponto de colocá-lo no ponto mais alto, então nos perguntamos sobre o perdão e a salvação, que se tornam tão insensíveis! Já não acredita na misericórdia de Deus, porque não temos consciência do pecado. Achamos isso porque temos convicção de que existe em nós uma objetividade, nossa relação é conosco mesmos. Isto é, não existe mais a relação de Jesus Cristo comigo. Nós a rompemos. Vamos renová-la! Diante dele, uma atitude lúcida e prudente.
Se você for pai ou mãe de jovens e crianças, vão antes. Convidem. Eles irão também. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Evangelho do dia- Lectio Divina. Terça-feira. 6 de dezembro-2020. 2ª Semana do Advento. - com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que manifestastes o vosso Salvador até os confins da terra, dai-nos esperar com alegria a glória do seu natal. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 18,12-14)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:12Que vos parece? Um homem possui cem ovelhas: uma delas se desgarra. Não deixa ele as noventa e nove na montanha, para ir buscar aquela que se desgarrou? 13E se a encontra, sente mais júbilo do que pelas noventa e nove que não se desgarraram. 14Assim é a vontade de vosso Pai celeste, que não se perca um só destes pequeninos. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
Uma parábola não é um ensinamento a ser recebido passivamente e a ser decorado de memória, mas é um convite para participar na descoberta da verdade. Jesus começa perguntando: “O que vocês acham?” Uma parábola é uma pergunta com resposta não definida. A resposta vai depender da nossa reação e participação como ouvintes. Então, vamos buscar a resposta desta parábola da ovelha perdida.
Jesus conta uma história muito breve e muito simples: um pastor tem 100 ovelhas, perde uma, deixa as 99 nas montanhas e vai em busca da ovelha perdida. E Jesus pergunta: “O que vocês acham?” Ou seja: “Vocês fariam o mesmo?” Qual terá sido a resposta dos pastores e das outras pessoas que ouviram Jesus contar esta história? Fariam a mesma coisa? Qual a minha resposta à pergunta de Jesus? Pense bem antes de responder.
Se você tivesse 100 ovelhas e perdesse uma, o que faria? Não esqueça de que as montanhas são lugares de difícil acesso, cheios precipícios, onde rondam animais perigosos e onde ladrões e assaltantes se escondem. E lembre-se que você perdeu apenas uma única ovelha. Você continua na posse de 99 ovelhas. Perdeu pouco! Você iria abandonar as 99 naquelas montanhas? Será que uma pessoa com um pouco de bom senso faria o que fez o pastor da parábola de Jesus? Pense bem!
Os pastores que escutaram a história de Jesus, devem ter pensado e comentado: “Só um pastor sem juízo age desse jeito!” Eles devem ter perguntado a Jesus: “Jesus, desculpe, mas quem é esse pastor de que o senhor está falando? Fazer o que ele fez é uma loucura total!”
Jesus responde: “Esse pastor é Deus, nosso Pai, e a ovelha perdida é você!” Com outras palavras, esta loucura, quem a comete é Deus por causa do seu grande amor para com os pequenos, os pobres, os excluídos! Só mesmo um amor muito grande é capaz de cometer uma loucura assim. O amor com que Deus nos ama é maior que a prudência e o bom senso humano. O amor de Deus comete loucuras. Graças a Deus! Senão fosse assim, estaríamos perdidos!
4) Para um confronto pessoal
1) Coloque-se na pele da ovelha perdida e anime a sua fé e sua esperança. Você é essa ovelha!
2) Coloque-se na pele do pastor e verifique se o seu amor para com os pequenos é verdadeiro.
5) Oração final
Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, terra inteira. Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome, anunciai dia após dia a sua salvação. (Sl 95, 1-2)
COMUNICADO DE FALECIMENTO
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Com profundo pesar comunicamos o falecimento do Ir. Cláudio Carneiro de Melo, CR; religioso de votos temporários de nossa Província Paulo VI do Brasil da Ordem dos Clérigos Regulares - Teatinos, falecido nesta segunda-feira (05). Natural de Santa Maria de Suaçuí-MG, o Ir. Claudio Carneiro de Melo, CR; nasceu em 26 de novembro de 1995. Em 2021 ingressou no Noviciado em nossa Família Religiosa, professando os Votos de Pobreza, Castidade e Obediência em 29 de janeiro de 2022 na Paróquia Nossa Senhora das Dores, em Fartura-SP. Atualmente o Ir. Cláudio, CR cursava o 1° Ano do Curso de Teologia na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e residia na Casa de Formação Santo André Avelino, em Contagem-MG. Ainda não sabemos a causa, mas tudo indica que seja um mal súbito que venha ter acometido o falecimento. Assim que oportuno emitiremos nota sobre velório e sepultamento.
Que Deus conforte o coração de todos os amigos e familiares, suplicando ao Senhor que conceda ao nosso irmão o descanso e a luz eterna! R.I.P.
Firmes na esperança da Ressurreição!
Guarulhos-SP, 05 de Dezembro de 2022
Pe. Lucas Antônio Gobbo Custódio, CR
Secretário Provincial.
Fonte: https://www.facebook.com/paroquiasritataguai
Entenda como Caetano Veloso é o ateu convicto que faz música gospel
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Entenda como Caetano Veloso é o ateu convicto que faz música gospel
Artista lança neste domingo 'Deus Cuida de Mim', música do pastor Kleber Lucas, artista que vai participar da posse de Lula
SÃO PAULO
Caetano Veloso não dava muita moral para Deus. Chegou a citar sua descrença numa música de 1985 cheia de referências a religiões afro-brasileiras, "Milagres de Deus". "Quem é ateu e viu milagres como eu/ sabe que os deuses sem Deus/ não cessam de brotar, nem cansam de esperar", ele cantava então.
Quem te viu ateu, quem te vê regravando agora um clássico do cancioneiro gospel brasileiro. O artista lança neste domingo "Deus Cuida de Mim" em parceria com Kleber Lucas, pastor evangélico e autor dessa letra que fala sobre a necessidade de "aprender mais de Deus, porque Ele é quem cuida de mim".
A música gospel, ao contrário da valorização que tem nos Estados Unidos, sempre foi essa estranha no ninho fonográfico brasileiro. É como se vivesse num universo paralelo, com cifras milionárias e audiência polpuda, mas alcance pífio fora das bolhas religiosas. O próprio Kleber é um nome conhecidíssimo nas igrejas, mas provavelmente você, caro leitor, se não for evangélico, nunca ouviu falar dele.
Mas voltemos a Caetano. Então, ele falou sobre o lançamento no Fantástico, e o que ele pode dizer é que toda a deidade que enxotou de sua vida por décadas um belo dia apareceu para jantar.
"Eu acho que foi Deus", respondeu quando perguntado sobre por que gravar o hino evangélico. "Realmente é a única coisa que eu posso responder. Eu não sou propriamente religioso. Fui criado em uma família católica com uma visão religiosa das coisas, mas depois me afastei muito. Você sabe, Kleber, que eu cheguei a ser assim antirreligioso. Na minha juventude, eu era antirreligioso, mas agora a única resposta que veio a minha cabeça da sua pergunta é ‘foi Deus’."
Em 2011, ele declarou seu ateísmo a este jornal. Na mesma entrevista, falou sobre a origem cristã. Dona Canô, a matriarca, organizava novenas e não dormia sem antes rezar.
Em Salvador, um jovem Caetano se achegou ao candomblé. Até se iniciou como filho de Oxóssi na casa de Mãe Menininha, a poderosa mãe de santo. Mas não quis se aprofundar muito, como contou 11 anos atrás. "É o tal negócio de perder a consciência. Eu não queria entrar em transe. Ficava com medo."
Também discorreu sobre a experiência de ter três filhos religiosos.
Moreno era um católico que "se o papa João 23 fosse santo, ele seria devoto", fez graça à época. Os caçulas Tom e Zeca, evangélicos, frequentavam a Igreja Universal —hoje só Zeca continua indo, segundo a mãe, Paula Lavigne, ateia convicta.
A fé da prole fazia sentido para Caetano. "Minha geração teve que romper com a religiosidade imposta, a deles teve que recuperar a religiosidade perdida."
Se o baiano vai andar com fé, porque a fé não costuma falhar, como já cantou o chapa Gilberto Gil, é uma história ainda em construção. Mas não nasceu ontem seu interesse pela escalada evangélica no país.
Caetano escreveu a apresentação de "O Povo de Deus", livro que o antropólogo Juliano Spyer lançou em 2020. Nela contou como a ascensão pentecostal o instiga há tempos, ao contrário do "modo desatento e superficial com que o fenômeno era tratado por pessoas do meu ambiente".
Caetano não queria repetir o erro de tantos outros da sua bolha e torcer o nariz para uma manifestação de fé tão vigorosa para uma parcela significativa da população.
Postou esses dias numa rede social que "não está vendo o Brasil quem despreza pentecostais e neopentecostais, que são maioria entre pobres e pretos, sobretudo entre pretas pobres, e produzem o gênero musical mais buscado depois do chamado sertanejo".
Ele não é o primeiro secular, que é como evangélicos costumam chamar quem vive alheio à sua religião, a se aproximar do gospel. O pagodeiro Thiaguinho fez uma versão da mesma "Deus Cuida de Mim".
Maria Gadú, mais da MPB, e o sertanejo Luan Santana prepararam um remake de "Sonda-me, Usa-me", sucesso de uma das maiores cantoras evangélicas do país, Aline Barros. As duplas César Menotti e Fabiano e Marcos e Belutti também arrastaram um pé para o repertório religioso.
Kleber Lucas, de 54 anos, um pastor que se converteu ao neopentecostalismo com 17 anos e depois migrou para a igreja batista, é um gigante no segmento. Com um Grammy para chamar de seu, o de melhor álbum de música cristã em língua portuguesa, ele tem mais de 30 anos de carreira e milhões de discos vendidos.
Na eleição que deu por um triz a vitória a Lula, do PT, foi um exemplo bissexto de evangélico influente contra Jair Bolsonaro, do PL. Ele se recusou inclusive a participar do Louvorzão, evento evangélico sediado no Rio de Janeiro em julho, porque lá estaria o presidente. "Alguém que faz arminha com a mão em nome de Deus, não posso subir no palco com essa pessoa."
Conheceu o casal Caetano e Paula Lavigne no segundo turno. Um amigo em comum falou dele para Lavigne, e veio o convite para jantar. Kleber levou um vinho, os anfitriões abriram mais garrafas da adega, e a conversa se estendeu até o sol raiar.
Lá para as três da manhã, o convidado pegou o violão e tocou sua canção. Caetano também dedilhou o seu, querendo aprender a música. Um "momento muito lindo" que selou a gravação que estreia neste domingo, conta o pastor.
"O que acontece é que ‘Deus Cuida de Mim’ vem num divisor histórico", diz Kleber. "Estamos vindo de uma campanha muito disputada, em que a maioria evangélica apoiou o candidato derrotado. Quase que uma guerra escatológica, uma pretensa luta do bem contra o mal."
A dobradinha com Caetano é uma oportunidade de mostrar que há nas igrejas muita gente que não bate bumbo para o bolsonarismo. "Quem tá na esquerda tá falando, poxa, tem evangélicos que não concordam com esse governo." Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Evangelho do dia- Lectio Divina. Segunda-feira. 5 de dezembro-2020. 2ª Semana do Advento. - com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Cheguem à vossa presença, ó Deus, as nossas orações suplicantes, e possamos celebrar de coração puro o grande mistério da encarnação do vosso Filho. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
2) Leitura do Evangelho (Luca 5, 17-26)
17 Num desses dias, ele estava ensinando na presença de fariseus e mestres da Lei, que tinham vindo de todos os povoados da Galiléia, da Judéia e de Jerusalém. O poder do Senhor estava nele para fazer curas. 18 Vieram alguns homens carregando um paralítico sobre uma maca. Eles tentavam introduzi-lo e colocá-lo diante dele. 19 Como não encontras- sem um modo de introduzi-lo, por causa da multidão, subiram ao telhado e, pelas telhas, desceram o paralítico, com a maca, no meio, diante de Jesus. 20 Vendo a fé que tinham, ele disse: “Homem, teus pecados são perdoados”. 21 Os escribas e os fariseus começaram a pensar: “Quem é este que fala blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, a não ser Deus?” 22 Jesus, penetrando-lhes os pensamentos, perguntou: “Que estais pensando no vosso íntimo? 23 Que é mais fácil, dizer: ‘Teus pecados são perdoados’, ou: ‘Levanta-te e anda?’ 24 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem poder de perdoar pecados na terra, – e dirigiu-se ao paralítico – eu te digo: levanta-te, pega tua maca e vai para casa”. 25 No mesmo instante, levantando-se diante de todos, pegou a maca e foi para casa, glorificando a Deus. 26 Todos ficaram admirados e glorificavam Deus, cheios de temor, dizendo: “Vimos hoje coisas maravilhosas”.
3) Reflexão
Sentado, Jesus ensinava. O povo gostava de ouvi-lo. Qual era o assunto do ensino de Jesus? Ele sempre falava de Deus, seu Pai, mas dele falava de um jeito novo e atraente, diferente dos escribas e fariseus (Mc 1,22.27). Jesus apresentava Deus como a grande Boa Notícia para a vida humana; um Deus Pai/Mãe que ama e acolhe as pessoas, e não um Deus que nos ameaça e condena.
Um paralítico é carregado por quatro pessoas. Jesus é a única esperança deles. Vendo a fé, ele diz ao paralítico: Teus pecados estão perdoados! Naquele tempo, o povo achava que defeitos físicos (paralisia, etc) fossem castigo de Deus por algum pecado. Por isso, os paralíticos e tantos outros deficientes físicos sentiam-se rejeitados e excluídos por Deus! Jesus ensinava o contrário. A fé tão grande do paralítico era um sinal evidente de que ele e seus carregadores estavam sendo acolhidos por Deus. Por isso, Jesus declara: Teus pecados estão perdoados! Ou seja: “Você não está afastado de Deus!”
A afirmação de Jesus não combinava com a idéia que os doutores da lei tinham de Deus. Por isso, eles reagem: Ele blasfema! Conforme o ensinamento deles, só Deus podia perdoar os pecados. E só o sacerdote podia declarar uma pessoa perdoada e purificada. Como é que Jesus, homem sem estudo, um leigo, podia declarar o paralítico como perdoado e purificado dos pecados? Pois, se um simples leigo podia perdoar os pecados, os doutores e os sacerdotes perderiam o seu poder e também a sua fonte de renda! Por isso reagem e se defendem.
Jesus justifica a sua ação: O que é mais fácil. dizer: ‘Teus pecados estão perdoados!’ ou dizer: ‘Levanta-te e anda!’? Evidentemente, é muito mais fácil dizer: “Teus pecados estão perdoados”. Pois ninguém pode verificar se, de fato, o pecado foi ou não foi perdoado. Mas se eu digo: “Levanta-te e anda!”, aí todos poderão verificar se tenho ou não esse poder de curar. Por isso, para mostrar que, em nome de Deus, tinha o poder de perdoar os pecados, Jesus disse ao paralítico: ”Levanta-te, toma teu leito e vá para casa!” Curou o homem! Provou que a paralisia não é um castigo de Deus pelo pecado, e mostrou que a fé dos pobres é uma prova de que Deus os acolhe no seu amor.
4) Para um confronto pessoal
- Colocando-me na posição dos carregadores: será que eu seria capaz de carregar o doente, subir no telhado e fazer o que os quatro fizeram? Será que eu tenho tanta fé?
- Qual a imagem de Deus que está em mim e que se irradia nos outros? A dos doutores ou a de Jesus? Deus compassivo ou ameaçador?
5) Oração final
Vem, Senhor, visitar-nos com a tua paz: a tua presença nos enche de alegria. (cf. Sl 106, 4-5; Is 38, 3)
2º Domingo do Advento: Um Olhar
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OS PRECURSORES
Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)
Todo acontecimento precisa de precursores. E quanto maior o acontecimento mais amplamente precisa ser anunciado e preparado para desperta o ânimo, chamar atenção para que o acontecimento seja desejado e não passe despercebido. Como exemplo temos a Copa do Mundo. A decisão de fazer a Copa do Mundo no Catar em 2022 foi tomada há muitos anos. Desde aquele dia vários anúncios foram feitos, múltiplas decisões foram tomadas e inúmeros encaminhamentos foram feitos. A realização da Copa do Mundo é como um coroamento de toda preparação.
O Natal foi preparado por grandes precursores, entre eles se destaca o profeta Isaías. Como também o começo da vida pública de Jesus teve como precursor João Batista. No tempo presente, para que se perceba a presença de Jesus Cristo no mundo e seja acolhido tem-se necessidade de anunciadores sempre com o objetivo de preparar o ânimo, chamar atenção e desencadear medidas permitindo a acolhida do Salvador.
O profeta Isaías 11,1-10 anuncia e apresenta os traços fundamentais do Messias que haveria de vir. Parte de simples imagens do mundo vegetal e animal para caracterizar o anunciado. “Nascerá uma haste do tronco de Jessé e, a partir da raiz, surgirá o rebento de uma flor”. A origem do Messias se dá de onde não se espera, assim como os brotos e as flores de espécies de árvores que cortadas não brotam mais. Sobre o Messias “repousará o espírito do Senhor: espírito de sabedoria e discernimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de ciência e temor de Deus”. O Messias terá todos os dons que envolvem a existência humana com os quais poderá realizar grandes obras. Promoverá a renovação e a construção de um mundo onde “não julgará pelas aparências”, “nem por ouvir dizer”, mas “trará justiça para os humildes e uma ordem justa para os homens pacíficos”. Do mundo animal, cita animais que são hostis entre si que viverão de forma harmônica, para exemplificar a paz messiânica. Aquilo que parece impossível, mesmo na natureza, é possível para Messias.
João Batista surge com a missão de preparar e aplainar o caminho diante do Messias. Chama os ouvintes a tomarem medidas para perceberam a presença de Jesus Cristo entre eles, além de arrependerem-se dos pecados e corrigirem as mazelas da sociedade. Com palavras diretas e duras alerta para a urgência de produzirem frutos bons como prova de conversão.
Recordar o passado não é suficiente e nem é a finalidade do Advento. A memória coloca-nos dentro da história da salvação e aponta para onde precisamos caminhar. Enquanto prossegue o caminho do Advento nos preparamos para celebrar o Natal de 2022. A voz de Isaías e de João Batista continua a ecoar como um convite urgente a abrir o coração e a acolher Jesus Cristo que vem entre nós para manifestar o amor e o juízo divino. O evangelista João 5,22 escreveu: “Com efeito, o Pai não julga ninguém, mas deu todo poder de julgar ao Filho”. Comenta Bento XVI, “E é hoje, no presente, que se decide o nosso destino futuro; é com o comportamento concreto que temos nesta vida que decidimos o nosso destino eterno. No findar dos nossos dias na Terra, no momento da morte, seremos avaliados com base na nossa semelhança ou não com o Menino que está para nascer na pobre gruta de Belém, porque é Ele o critério de medida que Deus deu à humanidade”. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Sexta-feira, 2 de dezembro-2022. 1ª Semana do Advento. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Despertai, Senhor, vosso poder e vinde, para que vossa proteção afaste os perigos a que nossos pecados nos expõem e a vossa salvação nos liberte. Vos que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 9, 27-31)
Naquele tempo, 27Partindo Jesus dali, dois cegos o seguiram, gritando: Filho de Davi, tem piedade de nós! 28Jesus entrou numa casa e os cegos aproximaram-se dele. Disse-lhes: Credes que eu posso fazer isso? Sim, Senhor, responderam eles. 29Então ele tocou-lhes nos olhos, dizendo: Seja-vos feito segundo vossa fé. 30No mesmo instante, os seus olhos se abriram. Recomendou-lhes Jesus em tom severo: Vede que ninguém o saiba. 31Mas apenas haviam saído, espalharam a sua fama por toda a região. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
Novamente, o evangelho de hoje coloca diante de nós o encontro de Jesus com a miséria humana. Jesus não se retrai nem se esquiva. Ele acolhe as pessoas e na sua acolhida cheia de ternura revela o amor de Deus.
Dois cegos seguem Jesus e gritam: “Filho de Davi, tem piedade de nós!”. Jesus não gostava muito deste título Filho de Davi. Ele chegou a criticar o ensinamento dos escribas que diziam que o Messias devia ser filho de Davi: “Se o próprio Davi o chama Senhor, como pode ser seu filho? (Mc 12,37).
Chegando em casa, Jesus pergunta aos cegos: “Vocês acreditam que eu possa fazer isso?” Eles respondem: “Sim, Senhor!” Uma coisa é ter a doutrina correta na cabeça, outra é ter a fé correta no coração e nos pés. A doutrina dos dois cegos não era muito correta, pois eles chamam Jesus de Filho de Davi. Mas Jesus não se importa se o chamam assim. Ele quer saber se eles tem a fé correta.
Ele toca nos olhos e diz: “Aconteça conforme a fé de vocês!” Imediatamente, os olhos se abriram. Apesar de não terem a doutrina correta, os dois cegos tinham uma fé correta. Hoje muita gente está mais preocupada com a doutrina correta do que com a fé correta.
Vale a pena anotar um pequeno detalhe de hospitalidade. Jesus chega em casa e os dois cegos também entram com ele na casa dele, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Eles se sentem em casa na casa de Jesus! E hoje? Uma religiosa dizia: “Hoje, a situação do mundo é tal que fico desconfiada até dos pobres!” Mudou muito, de lá para cá!
Jesus pede para não divulgar o milagre. Mas a proibição não adiantou muito. Os dois saíram e espalharam a Boa Notícia. Anunciar o Evangelho, isto é, a Boa Notícia, é partilhar com os outros o bem que Deus nos faz na vida.
4) Para um confronto pessoal
- Será que tenho alguma Boa Notícia de Deus na minha vida a partilhar com os outros?
- Em que ponto eu insisto mais: em ter doutrina correta ou em ter a fé correta?
5) Oração final
Vou cantar para sempre a bondade do SENHOR; anunciarei com minha boca sua fidelidade de geração em geração. (Sl 88, 1)
Quinta-feira, 1º de dezembro-2022. 1ª Semana do Advento. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Despertai, ó Deus, o vosso poder e socorrei-nos com a vossa força, para que vossa misericórdia apresse a salvação que nossos pecados retardam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
2) Leitura do Evangelho (Mateus 7, 21.24-27)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 21Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. 24Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. 26Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. 27Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
O evangelho de hoje traz a parte final do Sermão da Montanha. O Sermão da Montanha é uma nova leitura da Lei de Deus. Começa com as bem-aventuranças (Mt 5,1-12) e termina aqui com a casa na rocha.
Trata-se de adquirir a verdadeira sabedoria. A fonte da sabedoria é a Palavra de Deus expressa na Lei de Deus. A verdadeira sabedoria consiste em ouvir e praticar a Palavra de Deus (Lc 11,28). Não basta dizer “Senhor, Senhor!” O importante não é falar bonito sobre Deus, mas sim fazer a vontade do Pai e, desse modo, ser uma revelação do seu amor e da sua presença no mundo.
Quem ouve e pratica a palavra constrói a casa sobre a rocha. A firmeza da casa não vem da casa em si, mas vem do terreno, da rocha. O que significa a rocha? É a experiência do amor de Deus que se revelou em Jesus (Rom 8,31-39). Tem gente que pratica a palavra para poder merecer o amor de Deus. Mas amor não se compra nem se merece (Cnt 8,7). O amor de Deus se recebe de graça. Praticamos a Palavra não para merecer, mas para agradecer o amor recebido. Este é o terreno bom, a rocha, que dá segurança à casa. A segurança verdadeira vem da certeza do amor de Deus! É a rocha que nos sustenta na hora das dificuldades e das tempestades.
O evangelista encerra o Sermão da Montanha (Mt 7,27-28) dizendo que a multidão ficou admirada com o ensinamento de Jesus, pois "ele ensinava com autoridade, e não como os escribas". O resultado do ensino de Jesus é a consciência crítica do povo com relação às autoridades religiosas da época. Admirado e agradecido, o povo aprovava os ensinamentos tão bonitos e tão diferentes de Jesus.
4) Para um confronto pessoal
- Sou dos que dizem “Senhor, Senhor”, ou dos que praticam a palavra?
- Observo a lei para merecer o amor e a salvação ou para agradecer o amor e a salvação de Deus?
5) Oração final
Dá, Senhor, tua salvação! Dá, Senhor, tua vitória Bendito o que vem em nome do Senhor! (Sl 117, 25-26a)
Regional NE3 emite nota de pesar pela morte de missionário, em Aracaju
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Os bispos do Regional Nordeste 3 da CNBB acabam de divulgar uma nota de profundo pela morte do missionário Uílson de Sá da Silva, na tarde desta segunda-feira, 28. Uílson tinha 47 anos, era presidente da Associação de Catadores de Mangaba, e desenvolvia uma reconhecida ação social na região do bairro Santa Maria (Aracaju), onde morava. Ele foi encontrado morto, em sua residência, com as mãos amarradas.
"Esperamos que os esforços das autoridades ajudem a esclarecer os fatos de sua morte repentina e violenta, para que a verdade e a justiça vençam a impunidade, e paz reine nos corações feridos por tão grande perda", afirmam os bispos na nota.
Durante vários anos, Uílson esteve ao lado da Cáritas Arquidiocesana em importantes causas sociais. Fonte: https://www.arquidiocesedearacaju.org
Terça-feira, 29 de novembro-2022. 1ª Semana do Advento. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Sede propício, ó Deus, às nossas súplicas, e auxiliai-nos em nossa tribulação. Consolados pela vinda do vosso Filho, sejamos purificados da antiga culpa.Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 10, 21-24)
Naquele tempo, 21Naquela mesma hora, Jesus exultou de alegria no Espírito Santo e disse: Pai, Senhor do céu e da terra, eu te dou graças porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, bendigo-te porque assim foi do teu agrado. 22Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 23E voltou-se para os seus discípulos, e disse: Ditosos os olhos que vêem o que vós vedes, 24pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
O texto de hoje revela o fundo do coração de Jesus, o motivo da sua alegria. Os discípulos tinham ido em missão e, na volta, partilham com Jesus a alegria da sua experiência missionária (Lc 10,17-21).
O motivo da alegria de Jesus é a alegria dos amigos. Ao ouvir a experiência deles e ao perceber a sua alegria, Jesus também sente uma profunda alegria. A causa da alegria de Jesus é o bem-estar dos outros.
Não é uma alegria superficial. Ela vem do Espírito Santo. O motivo da alegria é que os discípulos e as discípulas experimentaram algo de Deus durante a sua experiência missionária.
Jesus os chama “pequenos”. Quem são os “pequenos”? São os setenta e dois discípulos (Lc 10,1) que voltaram da missão: pais e mães de família, rapazes e moças, casados e solteiros, velhos e jovens. Eles não são doutores. São pessoas simples, sem muito estudo, mas que entendem as coisas de Deus melhor do que os doutores .
“Sim, Pai, assim é do teu agrado!” Frase muito séria. É do agrado do Pai que os doutores e os sábios não entendam as coisas do Reino e que os pequenos as entendam. Portanto, se os grandes quiserem entender as coisas do Reino, devem fazer-se discípulos dos pequenos!
Jesus olha para eles e diz: “Felizes vocês!” E por que são felizes? Porque estão vendo coisas que os profetas quiseram ver, mas não conseguiram. O que ele viram? Eles perceberam a ação do Reino nas coisas comuns da vida: curar doentes, alegrar os aflitos, expulsar os males da vida.
4) Para um confronto pessoal
- Coloco-me na posição do povo: eu me considero dos pequenos ou dos doutores? Por que?
- Coloco-me na posição de Jesus: qual a raiz da minha alegria? Superficial ou profunda?
5) Oração final
“Eu vos louvo, ó Pai, porque escondestes os mistérios do reino aos sábios e os revelou aos pequeninos”. (cf. Lc 10, 21)
Igreja evangélica foi a maior perdedora das eleições
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Apoio acrítico e indiscriminado prejudica a atuação de fiéis no debate político
Deborah Bizarria
Economista pela UFPE, estudou economia comportamental na Warwick University (Reino Unido); evangélica e coordenadora de Políticas Públicas do Livres
Ao frequentar uma reunião na minha igreja para recepção de novos membros, ouvi de muitos a mesma história: estavam ali porque era um ambiente livre de política partidária. Lembrei da minha própria experiência: eu também adotei esse critério quando, vinda de Recife, escolhi minha igreja em São Paulo.
A preferência majoritária dos evangélicos pela reeleição de Jair Bolsonaro (PL) não é novidade. Todas as pesquisas mostravam essa tendência, e a minha vivência a confirma. Eu não vejo problema de a maioria preferir um candidato, seja ele qual for. Mas me incomoda o uso político das igrejas e, principalmente, dos momentos de culto para coagir a comunidade a apoiar um postulante.
Para nós, evangélicos, o culto é o momento da semana reservado para adorar a Deus, ouvir o evangelho e ter comunhão com os irmãos na fé. Antes e durante a campanha, vimos o presidente e a primeira-dama utilizando o púlpito para buscar votos no meio do culto. Essa atitude, por si só, já deveria ser condenada e rechaçada pelos próprios evangélicos: o culto e a autoridade das igrejas não deveriam ser usados para fins eleitorais.
Esse princípio nem sequer é novidade no meio evangélico. "Na hora que a igreja evangélica faz uma opção, como igreja, por um candidato, ela deixa de ser igreja. O Senhor da igreja é Jesus, e ele não tem título de eleitor no Brasil. Nós, evangélicos, temos o direito de apoiar, mas dizer que a Assembleia de Deus apoia ‘A’ ou ‘B’ é reduzir a igreja a uma instituição qualquer", explicou Silas Malafaia, em vídeo de 2002, quando anunciou seu apoio ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Vinte anos depois, Malafaia, assim como outros pastores, usou o púlpito da sua igreja e trechos da Bíblia para endossar Bolsonaro.
Gradativamente, líderes e membros de diversas comunidades evangélicas começaram a tratar o voto como uma validação da própria fé em Cristo. Essa associação, por sua vez, acaba levando as pessoas a patrulhar e fiscalizar o voto alheio, ridicularizando ou até excluindo quem "vota errado". Comunidades que deveriam receber e unir pessoas completamente diferentes sob a mesma fé se tornaram um ambiente tóxico.
As consequências desse processo vão além das questões espirituais. Esse apoio indiscriminado e acrítico por parte das instituições religiosas e seus líderes dificulta a participação dos evangélicos na discussão de ideias e políticas públicas. Afinal, ficam carimbados como parte de um projeto político (que não necessariamente os representa de fato). A qualidade do debate público sai prejudicada, e a sociedade fica mais polarizada.
É necessário que os líderes evangélicos se perguntem: quantos membros não pararam de frequentar os cultos ou mesmo desistiram de participar de suas comunidades por causa de discussões políticas? É esse o exemplo que queremos dar para o resto da sociedade?
É importante ressaltar que a crítica ao uso político do culto e à coerção ao voto não devem ser confundidas com uma posição sobre participação de evangélicos na política. Todo brasileiro tem uma trajetória, valores, emoções e formas de pensar que o levam a apoiar um candidato ou uma ideologia.
Ninguém deveria ser excluído do debate público só porque seus valores foram forjados no meio de uma comunidade religiosa. Foi precisamente essa lógica que inspirou vários protestantes a contribuírem com a consolidação do legado da laicidade do Estado para que pudessem exercer sua fé livremente.
Entretanto, quando forças políticas se apoderam do espaço dedicado ao exercício da fé, saem prejudicados os crentes, a prática das liberdades individuais e, consequentemente, a reputação da comunidade. Ou seja, ainda que o candidato preferido da maioria dos evangélicos tivesse vencido, a igreja continuaria sendo uma das grandes perdedoras da eleição. Para superar a derrota, as lideranças evangélicas terão que voltar a participar do debate público a partir dos valores cristãos e abandonar o projeto de poder de um messias fajuto.
TENDÊNCIAS / DEBATES
Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
COROA DO ADVENTO
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Dom Carmo João Rhoden
Bispo Emérito de Taubaté (SP)
Texto Bíblico. Acaz respondeu: “Não pedirei, não porei o Senhor à prova”. Ele disse então: ouvi, pois, casa de Davi! É pouco para vós cansardes os homens, quereis cansar também o meu Deus? Pois bem, o Senhor mesmo vós dará um sinal: Eis que a jovem está grávida e dá à luz um filho e lhe dará o nome de Emanuel. (Is 7, 12-14)
O homem é um ser racional, afirmam filósofos, mas não há consenso, ao menos muitas vezes… Torna-se, por vezes até um animal muito violento (cf criminalidade, abortos, revoluções e guerras). Eu penso, ser o homem também um ser simbólico. Por isso, é importante o uso de símbolos.
1º Jesus mandou que seus discípulos, fossem pelo mundo inteiro para evangelizar, ou seja levar a boa nova, de que Deus é amor, e que somos amados por Ele. Fomos, portanto, criados, não para angústia, mas para a salvação: a felicidade. 1.1 A Igreja obediente a esse mandato, anuncia de diversas maneiras a mensagem de Deus. 1.1.1 Pela leitura e meditação da palavra. 1.1.2 Pelas homilias. 1.1.3 Pelas celebrações e cultos. 1.1.4 Pelo Testemunho (vivência).
2º Tem melhor pedagogia, quem souber apresentar o conteúdo do Evangelho pela audição, pela visão e principalmente pelo testemunho: vivência. De fato, a Igreja deve tornar-se mãe e mestra. Por isso, cabe-lhe, valer-se de pedagogia própria.
3º Em assim sendo, precisa valorizar mais e mais a riqueza dos símbolos. Entre outros, o da coroa, (a do advento), bem como a do presépio, com seus personagens. Nos 4 domingos que precedem o Natal, é apresentada a coroa (de ramos verdes!) 3.1 Esta tem forma circular (redonda), representa a eternidade, quer ser o primeiro sinal (símbolo) do anúncio do Natal. 3.2 As velas (4): entre elas, a verde, no 1º domingo, roxa no 2º domingo, vermelha no 3º domingo e branca no 4º domingo. (onde possível!)
4º Os grandes personagens do advento são: João Batista e principalmente Nossa Senhora. O Batista, sendo o percursor do Messias, acentua bastante, a necessidade da conversão e Maria Santíssima, que é de longe, a maior personalidade e o melhor exemplo, de preparação ao Natal. Ela acolheu, amorosamente, o Salvador em seu seio e foi, depois, sua melhor discípula.
5º hoje em dia, muitos conseguem iluminar, festivamente, suas casas e armar presépios até bem artísticos, mas já, são, até incapazes, de chegar ao personagem central: o menino Jesus. Não olvidam os magos, nem mesmo o burro (…) contudo esquecem o essencial. O Natal tornou-se indiscutivelmente, um acontecimento comercial e de muita festividade: espumante, panetone, etc. Os alemães afirmam: o Natal celebre-o, em sua casa, com os seus, a Páscoa, porém, onde você quiser. Os gregos eram cosmocêntricos, os medievais teocêntricos e nós, hoje? Antropocêntricos? Certamente muitíssimos. Outros, e não poucos, são agnósticos, ateus, quando não indefinidos… Não faltam nem mesmo, os que se dizem profetas e que um dia pertenceram a um santuário e hoje gerenciam grandes fazendas, ou coisas afins: comercialização da religião. Poderíamos, ainda, continuar, mas basta, pois, não podemos perder o centro, o ponto focal: Jesus Cristo, o Filho de Deus.
6º. Conclusão. Falamos de símbolos: coroa, presépio, figuras e personagens do advento. Mas acentuo uma vez mais: o centro é- e será sempre-, Jesus Cristo, o Salvador. Feliz advento. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Sexta-feira, 25 de novembro-2019. 34ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Levantai, ó Deus, o ânimo dos vossos filhos e filhas, para que, aproveitando melhor as vossas graças, obtenham de vossa paternal bondade mais poderosos auxílios. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 21, 29-33)
Naquele tempo, 29Acrescentou ainda esta comparação: Olhai para a figueira e para as demais árvores. 30Quando elas lançam os brotos, vós julgais que está perto o verão. 31Assim também, quando virdes que vão sucedendo estas coisas, sabereis que está perto o Reino de Deus. 32Em verdade vos declaro: não passará esta geração sem que tudo isto se cumpra. 33Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
O evangelho de hoje traz as recomendações finais do Discurso Apocalíptico. Jesus insiste em dois pontos: (1) na atenção a ser dada aos sinais dos tempos (Lc 21,29-31) e (2) na esperança, fundada na firmeza da palavra de Jesus, que expulsa o medo e o desespero (Lc 21,32-33)..
Lucas 21,29-31: Olhem a figueira e todas as árvores
Jesus manda olhar a natureza: "Olhem a figueira e todas as árvores. Vendo que elas estão dando brotos, vocês logo sabem que o verão está perto. Vocês também, quando virem acontecer essas coisas, fiquem sabendo que o Reino de Deus está perto”. Jesus pede para a gente contemplar os fenômenos da natureza para aprender deles como ler e interpretar as coisas que estão acontecendo no mundo. O aparecimento de brotos na figueira é um sinal evidente de que o verão está chegando. Assim, o aparecimento daqueles sete sinais é uma prova de “que o Reino de Deus está perto!” Fazer este discernimento não é fácil. Uma pessoa sozinha não dá conta do recado. É refletindo juntos em comunidade que a luz aparece. E a luz é esta: experimentar em tudo que acontece um apelo para a gente nunca se fechar no momento presente, mas manter o horizonte aberto e perceber em tudo que acontece uma seta que aponta para além dela mesma em direção ao futuro. Mas a hora exata da chegada do Reino, porém, ninguém sabe. No evangelho de Marcos, Jesus chega a dizer: "Quanto a esse dia e essa hora, ninguém sabe nada, nem os anjos, nem o Filho, mas somente o Pai!" (Mc 13,32).
Lucas 21,32-33:
“Eu garanto a vocês: tudo isso vai acontecer, antes que passe esta geração. O céu e a terra desaparecerão, mas as minhas palavras não desaparecerão. Esta palavra de Jesus evoca a profecia de Isaías que dizia: "Todo ser humano é erva e toda a sua beleza é como a flor do campo: a erva seca, a flor murcha, quando sobre elas sopra o vento de Javé; a erva seca, a flor murcha, mas a palavra do nosso Deus se realiza sempre” (Is 40,7-8). A palavra de Jesus é fonte da nossa esperança. O que ele disse vai acontecer!
A vinda do Messias e o fim do mundo
Hoje, muita gente vive preocupado com o fim do mundo. Alguns, baseando-se numa leitura errada e fundamentalista do Apocalipse de João, chegam a calcular a data exata do fim do mundo. No passado, a partir dos “mil anos”, mencionados no Apocalipse (Ap 20,7), se costumava repetir: “De 1000 passou, mas de 2000 não passará!” Por isso, na medida em que o ano 2000 chegava mais perto, muitos ficavam preocupados. Teve até gente que, angustiada com a chegada do fim do mundo, chegou a cometer suicídio. Mas o ano 2000 passou e nada aconteceu. O fim não chegou! A mesma problemática havia nas comunidades cristãs dos primeiros séculos. Elas viviam na expectativa da vinda iminente de Jesus. Jesus viria realizar o Juízo Final para encerrar a história injusta do mundo cá de baixo e inaugurar a nova fase da história, a fase definitiva do Novo Céu e da Nova Terra. Achavam que isto aconteceria dentro de uma ou duas gerações. Muita gente ainda estaria viva quando Jesus fosse aparecer glorioso no céu (1Ts 4,16-17; Mc 9,1). Havia até pessoas que já nem trabalhavam mais, porque achavam que a vinda fosse coisa de poucos dias ou semanas (2Tes 2,1-3; 3,11). Assim pensavam. Mas até hoje, a vinda de Jesus ainda não aconteceu! Como entender esta demora? Nas ruas das cidades, a gente vê pintado nas paredes Jesus voltará! Vem ou não vem? E como será a vinda? Muitas vezes, a afirmação “Jesus voltará” é usada para meter medo nas pessoas e obrigá-las a frequentar uma determinada igreja!
No Novo Testamento a volta de Jesus sempre é motivo de alegria e de paz! Para os explorados e oprimidos, a vinda de Jesus é uma Boa Notícia! Quando vai acontecer esta vinda? Entre os judeus, as opiniões eram variadas. Os saduceus e os herodianos diziam: “Os tempos messiânicos já chegaram!” Achavam que o bem-estar deles durante o governo de Herodes fosse expressão do Reino de Deus. Por isso, não queriam mudança e combatiam a pregação de Jesus que convocava o povo a mudar e a converter-se. Os fariseus diziam: “A chegada do Reino vai depender do nosso esforço na observância da lei!” Os essênios diziam: “O Reino prometido só chegará quando tivermos purificado o país de todas as impurezas”. Entre os cristãos havia a mesma variedade de opiniões. Alguns da comunidade de Tessalônica na Grécia, apoiando-se na pregação de Paulo, diziam: “Jesus vai voltar logo!” (1 Tes 4,13-18; 2 Tes 2,2). Paulo responde que não era tão simples como eles imaginavam. E aos que já não trabalhavam avisa: “Quem não quiser trabalhar não tem direito de comer!” (2Tes 3,10). Provavelmente, eram uns preguiçosos que, na hora do almoço, iam mendigar a comida na casa do vizinho. Outros cristãos eram de opinião que Jesus só voltaria depois que o evangelho fosse anunciado no mundo inteiro (At 1,6-11). E achavam que, quanto maior o esforço de evangelizar, mais rápido viria o fim do mundo. Outros, cansados de esperar, diziam: “Ele não vai voltar nunca! (2 Pd 3,4). Outros, baseando-se em palavras do próprio Jesus, diziam acertadamente: “Ele já está no meio de nós!” (Mt 25,40).
Hoje acontece o mesmo. Tem gente que diz: “Do jeito que está, está bem, tanto na Igreja como na sociedade”. Eles não querem mudança. Outros esperam pela volta imediata de Jesus. Outros acham que Jesus só voltará através do nosso trabalho e anúncio. Para nós, Jesus já está no nosso meio (Mt 28,20). Ele já está do nosso lado na luta pela justiça, pela paz, pela vida. Mas a plenitude ainda não chegou. Por isso, aguardamos com firme esperança a libertação plena da humanidade e da natureza (Rm 8,22-25).
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus pede para olhar a figueira, para contemplar os fenômenos da natureza. Na minha vida já aprendi alguma coisa contemplando a natureza?
2) Jesus disse: “O céu e a terra desaparecerão, mas as minhas palavras não desaparecerão”. Como encarno estas palavras de Jesus em minha vida?
5) Oração final
Feliz quem mora em tua casa: sempre canta teus louvores. Feliz quem encontra em ti sua força e decide no seu coração a santa viagem. (Sl 83)
Bolsonaristas usam vídeo com falso “bispo” católico para atacar o STF e a democracia
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Por @EquipeGN
A CNBB diz, em nota, que o cidadão com roupas que arremete ao expectador do vídeo a um religioso católico, não é da Igreja Católica Apostólica Romana e nem o “Santuário” pertence à Arquidiocese de Belo Horizonte (MG)
Bolsonaristas mentem ao divulgar em suas redes sociais que o cidadão “dom Wesley” seja um bispo da Igreja Católica, fato negado pela CNBB | Imagem: Reprodução de vídeo fake news nas redes sociais bolsonaristas
Os bolsonaristas insatisfeitos com a derrota do atual presidente de extrema-direita, Jair Bolsonaro (PL), intensificaram desde o fim das eleições a divulgação de fake news. Entre as mentiras difundidas está um falso “bispo” de um suposto “santuário” que seria sediado em Belo Horizonte (MG). O “bispo” fake usa o nome de “Dom Wesley” de um tal “Santuário de São Miguel”. Em um vídeo divulgado nas redes sociais bolsonaristas, ele se veste com uma roupa que lembra um padre católico e não utiliza palavras religiosas, mas destila o ódio bolsonaristas e instiga as Forças Armadas a provocar um golpe antidemocrático e acabar com a democracia brasileira.
O Grafitti News foi procurar por quem responde pela Igreja Católica no Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para saber se esse bispo existe de fato ou se era um fake news. E também foi questionada a veracidade do “Santuário de São Miguel”, em Belo Horizonte (MG). A resposta da CNBB foi curta: “O referido bispo não faz parte da Igreja Católica Apostólica Romana. O Santuário também não faz parte da Arquidiocese de Belo Horizonte.”
Na verdade, o “bispo” se faz passar por um religioso católico, para poder estimular o ódio contra a democracia e o desrespeito ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde nesse vídeo ele faz críticas ferozes para quem se propõe ser um religioso de fato. Ao se procurar informações sobre quem é esse cidadão que faz um discurso político de extrema-direita e que não usa, em nenhum momento palavras religiosas, descobre-se de que ele é de uma seita que se autodenomina “Igreja Católica Apostólica Carismática.”
O “santuário” onde o suposto religioso gravou o vídeo ofendendo os ministros do STF e Lula fica na Rua dos Guaranis, no centro comercial antigo de Belo Horizonte, local não recomendado pelos próprios mineiros por ser perigoso | Imagem: Google View Street
Sede em BH fica em local não recomendado pelos próprios mineiros
O tal “santuário” não é aquele prédio antigo e imponente como a palavra arrete, mas uma lojinha comercial, pintada de azul escuro, localizada na Rua dos Guaranis, 155, no Centro antigo de Belo Horizonte. O local, de acordo com pessoas residentes em Belo Horizonte, que foram ouvidas, fica numa região perigosa e não recomenda da cidade. É dali que o “bispo” gravou o vídeo ofendendo os ministros do STF e o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, a quem o ofendeu ao chamar de “bode diabólico.”
Esse movimento político ultraconservador e supostamente “religioso” surgiu 29 anos atrás na cidade paulista de Araraquara e foi criado por um cidadão mineiro chamado Fernando Fraga. Nos registros consta sendo uma organização religiosa e tem no quadro societário como presidente o sócio José Ricardo Padavani. E tem como atividade principal, com o código 9491000, a exploração de “Atividades de organizações religiosas ou filosóficas.” A seita não esconde que é uma organização política e entre seus projetos está a formação de uma bancada de parlamentares nos Estados e no Congresso Nacional. Fonte: https://grafittinews.com.br
Quarta-feira, 25 de novembro-2019. 34ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Levantai, ó Deus, o ânimo dos vossos filhos e filhas, para que, aproveitando melhor as vossas graças, obtenham de vossa paternal bondade mais poderosos auxílios. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 21, 12-19)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12Mas, antes de tudo isso, vos lançarão as mãos e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença dos reis e dos governadores, por causa de mim. 13Isto vos acontecerá para que vos sirva de testemunho. 14Gravai bem no vosso espírito de não preparar vossa defesa, 15porque eu vos darei uma palavra cheia de sabedoria, à qual não poderão resistir nem contradizer os vossos adversários. 16Sereis entregues até por vossos pais, vossos irmãos, vossos parentes e vossos amigos, e matarão muitos de vós. 17Sereis odiados por todos por causa do meu nome. 18Entretanto, não se perderá um só cabelo da vossa cabeça. 19É pela vossa constância que alcançareis a vossa salvação. - Palavra da salvação.
3) Reflexão Lucas 21,12-19
No evangelho de hoje, que é a continuação do discurso iniciado ontem, Jesus enumera mais um sinal para ajudar as comunidades a se situar dentro dos fatos e não perder a fé em Deus nem a coragem de resistir contra as investidas do império romano. Repetimos os primeiros cinco sinais do evangelho de ontem:
1º sinal: os falsos messias (Lc 21,8);
2º sinal: guerra e revoluções (Lc 21,9);
3º sinal: nação lutará contra outra nação, um reino contra outro reino (Lc 21,10);
4º sinal: terremotos em vários lugares (Lc 21,11);
5º sinal: fome, peste e sinais no céu (Lc 21,11).
Até aqui foi o evangelho de ontem. Agora, no evangelho de hoje, mais um sinal:
6º sinal: a perseguição dos cristãos (Lc 21,12-19)
Lucas 21,12. O sexto sinal da perseguição.
Várias vezes, durante os poucos anos que passou entre nós, Jesus tinha avisado aos discípulos que eles iam ser perseguidos. Aqui, no último discurso, ele repete o mesmo aviso e faz saber que a perseguição deve ser levado em conta no discernimento dos sinais dos tempos: "Antes que essas coisas aconteçam, vocês serão presos e perseguidos; entregarão vocês às sinagogas, e serão lançados na prisão; serão levados diante de reis e governadores, por causa do meu nome”. E destes acontecimentos, aparentemente tão negativos Jesus tinha dito: “Não fiquem apavorados. Primeiro essas coisas devem acontecer, mas não será logo o fim." (Lc 21,9). E o evangelho de Marcos acrescenta que todos estes sinais são "apenas o começo das dores de parto!" (Mc 13,8) Ora, dores de parto, mesmo sendo muito dolorosas para a mãe, não são sinal de morte, mas sim de vida! Não são motivo de medo, mas sim de esperança! Esta maneira de ler os fatos trazia tranqüilidade para as comunidades perseguidas. Assim, lendo ou ouvindo estes sinais, profetizados por Jesus no ano 33, os leitores de Lucas dos anos oitenta podiam concluir: "Todas estas coisas já estão acontecendo conforme o plano previsto e anunciado por Jesus! Por tanto, a história não escapou da mão de Deus! Deus está conosco!"
Lucas 21,13-15: A missão dos cristãos em época de perseguição
A perseguição não é uma fatalidade, nem pode ser motivo de desânimo ou de desespero, mas deve ser vista como uma oportunidade, oferecida por Deus, para as comunidades realizarem a missão de testemunhar com coragem a Boa Nova de Deus. Jesus diz: “Isso acontecerá para que vocês dêem testemunho. Portanto, tirem da cabeça a ideia de que vocês devem planejar com antecedência a própria defesa; porque eu lhes darei palavras de sabedoria, de tal modo que nenhum dos inimigos poderá resistir ou rebater vocês”. Por meio desta afirmação Jesus anima os cristãos perseguidos que viviam angustiados. Ele faz saber que, mesmo perseguidos, eles tinham uma missão a cumprir, a saber: testemunhar a Boa Nova de Deus e, assim, ser um sinal do Reino (At 1,8). O testemunho corajoso levaria o povo a repetir o que diziam os magos do Egito diante dos sinais e da coragem de Moisés e Aarão: “Aqui há o dedo de Deus!” (Ex 8,15). Conclusão: se as comunidades não devem preocupar-se, se tudo está nas mãos de Deus, se tudo já era previsto por Deus, se tudo não passa de dor de parto, então não há motivo para ficarmos preocupados.
Lucas 21,16-17: Perseguição até dentro da própria família
“E vocês serão entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vocês. Vocês serão odiados por todos, por causa do meu nome”. A perseguição não vinha só de fora, da parte do império, mas também de dentro, da parte da própria família. Numa mesma família, uns aceitavam a Boa Nova, outros não. O anúncio da Boa Nova provocava divisões no interior das famílias. Havia até pessoas que, baseando-se na Lei de Deus, chegavam a denunciar e matar seus próprios familiares que se declaravam seguidores de Jesus (Dt 13,7-12).
* Lucas 21,18-19: A fonte da esperança e da resistência
“Mas não perderão um só fio de cabelo. É permanecendo firmes que vocês irão ganhar a vida!" Esta observação final de Jesus lembra a outra palavra que Jesus tinha dito: “nenhum cabelo vai cair da cabeça de vocês!” (Lc 21,18). Esta comparação era um apelo forte a não perder a fé e a continuar firme na comunidade. E confirma o que Jesus já tinha dito em outra ocasião: “Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, esse a salvará” (Lc 9,24).
4) Para um confronto pessoal
1) Como você costuma ler as etapas da história da sua vida e do seu país?
2) Olhando a história da humanidade dos últimos 50 anos, a esperança aumentou em você, ou diminuiu?
5) Oração final
O Senhor manifestou sua salvação, aos olhos dos povos revelou sua justiça. Lembrou-se do seu amor e da sua fidelidade à casa de Israel. (Sl 97, 2-3)
Terça-feira, 22 de novembro-2019. 34ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Levantai, ó Deus, o ânimo dos vossos filhos e filhas, para que, aproveitando melhor as vossas graças, obtenham de vossa paternal bondade mais poderosos auxílios. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 21, 5-11)
Naquele tempo, 5Como lhe chamassem a atenção para a construção do templo feito de belas pedras e recamado de ricos donativos, Jesus disse: 6Dias virão em que destas coisas que vedes não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído. 7Então o interrogaram: Mestre, quando acontecerá isso? E que sinal haverá para saber-se que isso se vai cumprir? 8Jesus respondeu: Vede que não sejais enganados. Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e ainda: O tempo está próximo. Não sigais após eles. 9Quando ouvirdes falar de guerras e de tumultos, não vos assusteis; porque é necessário que isso aconteça primeiro, mas não virá logo o fim. 10Disse-lhes também: Levantar-se-ão nação contra nação e reino contra reino. 11Haverá grandes terremotos por várias partes, fomes e pestes, e aparecerão fenômenos espantosos no céu. - Palavra da salvação.
3) Reflexão Lucas 21, 5-11
No evangelho de hoje começa o último discurso de Jesus, chamado Discurso Apocalíptico. É um longo discurso, que será o assunto dos evangelhos dos próximos dias até o fim desta última semana do ano eclesiástico. Para nós do Século XXI, a linguagem apocalíptica é estranha e confusa. Mas para o povo pobre e perseguido das comunidades cristãs daquele tempo era a fala que todos entendiam e cujo objetivo principal era animar a fé e a esperança dos pobres e oprimidos. A linguagem apocalíptica é fruto da teimosia da fé destes pobres que, apesar das perseguições e contra todas as aparências em contrário, continuavam a crer que Deus estava com eles e que Ele continuava sendo o Senhor da história.
Lucas 21,5-7: Introdução ao Discurso Apocalíptico.
Nos dias anteriores ao Discurso Apocalíptico, Jesus tinha rompido com o Templo (Lc 19,45-48), com os sacerdotes e os anciãos (Lc 20,1-26), com os saduceus (Lc 20,27-40), com os escribas que exploravam as viúvas (Lc 20,41-47) e no fim, como vimos no evangelho de ontem, terminou elogiando a viúva que deu em esmola tudo que possuía (Lc 21,1-4). Agora, no evangelho de hoje, ouvindo como “algumas pessoas comentavam sobre o Templo, enfeitado com pedras bonitas e com coisas dadas em promessa”, Jesus responde anunciando a destruição total do Templo: "Vocês estão admirando essas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído." Ouvindo este comentário de Jesus, os discípulos perguntam: "Mestre, quando vai acontecer isso? Qual será o sinal de que essas coisas estarão para acontecer?" Eles querem mais informação. O Discurso Apocalíptico que segue é a resposta de Jesus a esta pergunta dos discípulos sobre o quando e o como da destruição do Templo. O evangelho de Marcos informa o seguinte sobre o contexto em que Jesus pronunciou este discurso. Ele diz que Jesus tinha saído da cidade e estava sentado no Monte das Oliveiras (Mc 13,2-4). Lá do alto do Monte ele tinha uma visão majestosa sobre o Templo. Marcos informa ainda que havia só quatro discípulos para escutar o último discurso. No início da sua pregação, três anos antes, lá na Galiléia, as multidões iam atrás de Jesus para escutar suas palavras. Agora, no último discurso, há apenas quatro ouvintes: Pedro, Tiago, João e André (Mc 13,3). Eficiência e bom resultado nem sempre se medem pela quantidade!
Lucas 21,8: Objetivo do discurso: "Não se deixem enganar!"
Os discípulos tinham perguntado: "Mestre, quando vai acontecer isso? Qual será o sinal de que essas coisas estarão para acontecer?” Jesus começa a sua resposta com uma advertência: "Cuidado para que vocês não sejam enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: 'Sou eu!' E ainda: 'O tempo já chegou'. Não sigam essa gente”. Em época de mudanças e de confusão sempre aparecem pessoas que querem tirar proveito da situação enganando os outros. Isto acontece hoje e estava acontecendo nos anos 80, época em que Lucas escreve o seu evangelho. Diante dos desastres e guerras daqueles anos, diante da destruição de Jerusalém do ano 70 e diante da perseguição dos cristãos pelo império romano, muitos pensavam que o fim dos tempos estivesse chegando. Havia até gente que dizia: “Deus já não controla mais os fatos! Estamos perdidos!” Por isso, a preocupação principal dos discursos apocalípticos é sempre a mesma: ajudar as comunidades a discernir melhor os sinais dos tempos para não serem enganadas pelas conversas do povo sobre o fim do mundo: "Cuidado para que vocês não sejam enganados!". Em seguida, vem o discurso que oferece sinais para ajudá-los no discernimento e, assim, aumentar neles a esperança.
Lucas 21,9-11: Sinais para ajudar a ler os fatos.
Depois desta breve introdução, começa o discurso propriamente dito: “Quando vocês ouvirem falar de guerras e revoluções, não fiquem apavorados. Primeiro, essas coisas devem acontecer, mas não será logo o fim." E Jesus continuou: "Uma nação lutará contra outra, um reino contra outro reino. Haverá grandes terremotos, fome e pestes em vários lugares. Vão acontecer coisas pavorosas e grandes sinais vindos do céu.". Para entender bem estas palavras, é bom lembrar o seguinte. Jesus vivia e falava no ano 33. Os leitores de Lucas viviam e escutavam no ano 85. Ora, nos cinquenta anos entre o ano 33 e o ano 85, a maioria das coisas mencionadas por Jesus já tinham acontecido e eram do conhecimento de todos. Por exemplo, em várias partes do mundo havia guerras, apareciam falsos messias, surgiam doenças e pestes e, na Ásia Menor, os terremotos eram frequentes. Num estilo bem apocalíptico, o discurso enumera todos estes acontecimentos, um depois do outro, como sinais ou como etapas do projeto de Deus em andamento na história do Povo de Deus, desde a época de Jesus até o fim dos tempos:
1º sinal: os falsos messias (Lc 21,8);
2º sinal: guerra e revoluções (Lc 21,9);
3º sinal: nação lutará contra outra nação, um reino contra outro reino (Lc 21,10);
4º sinal: terremotos em vários lugares (Lc 21,11);
5º sinal: fome, peste e sinais no céu (Lc 21,11);
Até aqui vai o evangelho de hoje. O evangelho de amanhã traz mais um sinal: a perseguição das comunidades cristãs (Lc 21,12). O evangelho de depois de amanhã traz mais dois sinais: a destruição de Jerusalém e o início da desintegração da criação. Assim, por meio destes sinais do Discurso Apocalíptico, as comunidades dos anos oitenta, época em que Lucas escreve o seu evangelho, podiam calcular a que altura se encontrava a execução do plano de Deus, e descobrir que a história não tinha escapado da mão de Deus. Tudo estava conforme tinha sido previsto e anunciado por Jesus no Discurso Apocalíptico.
4) Para um confronto pessoal
- Qual o sentimento que você teve durante a leitura deste evangelho de hoje? De medo ou de paz?
- Você acha que o fim do mundo está próximo? O que responder aos que dizem que o fim do mundo está próximo? O que, hoje, anima o povo a resistir e ter esperança?
5) Oração final
Alegrem-se diante do SENHOR, pois ele vem, ele vem julgar a terra. Julgará o mundo com justiça e com sua fidelidade todas as nações. (Sl 95, 13-14)
Padre de Guaira é encontrado morto com corte profundo no pescoço
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Ainda não foi apurado se foi suicídio ou homicídio
Um padre foi encontrado morto na manhã desta segunda-feira (21) no pátio da casa paroquial da cidade de Guaira/PR, apresentando um corte profundo no pescoço.
As autoridades policiais foram acionadas (Policias Civil e Militar) e a Policia Científica (IML) também desloca uma equipe de Toledo à Guaira para fazer a remoção do corpo.
O padre é José Aparecido Bilha, cerca de 63 anos, e que foi encontrado já sem vida.
Um corte profundo foi identificado no pescoço do pároco e a investigação vai apurar se o padre cometeu suicídio ou se foi assassinado.
A Diocese de Toledo também deverá montar uma equipe para acompanhar a investigação.
O padre Jose Aparecido Bilha era de Assis Chateubriand, e há anos estava à frente da Paroquia Nossa Senhora Aparecida, de Guaira.
ATUALIZAÇÃO
Uma informação extraoficial revelou que, membros da paroquia tiveram acessos as imagens das câmeras de segurança, sendo possível identificar que o pároco cometeu suicídio. Fonte: https://radiodifusora.net
Falecimento do Pe. José Aparecido Bilha
A Diocese de Toledo, por meio de seu bispo diocesano, D. João Carlos Seneme, e seu clero, manifestam o profundo pesar pelo falecimento do Pe. José Aparecido Bilha, 63 anos.
Ele estava no exercício de seu ministério como pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na cidade de Guaíra, e foi encontrado morto por funcionários na abertura do expediente desta segunda-feira, 21 de novembro.
Externamos condolências à família Bilha e à comunidade católica de Guaíra, especialmente desta paróquia, que foram surpreendidos pela triste notícia.
Informamos ainda que o caso está sendo investigado pelas autoridades de segurança pública e acompanhado pela Diocese.
O velório acontecerá primeiramente em Guaíra, junto da comunidade. Posteriormente, o corpo será trasladado para Assis Chateaubriand, onde haverá as exéquias e, em seguida, o sepultamento.
Pe. José Aparecido Bilha era natural de Astorga e tinha 28 anos de sacerdócio. Cursou Filosofia, em Toledo, e Teologia no Studium Theologicum, de Curitiba, e no Instituto de Teologia Pio XII, de Londrina.
Exerceu seu ministério presbiteral em Assis Chateaubriand, Quatro Pontes, Vila Nova (Toledo), Formosa do Oeste e, desde 2020, em Guaíra. Atuou ainda nos seminários diocesanos como promotor vocacional, diretor espiritual e reitor.
Rogamos a Deus que, na sua misericórdia, acolha este irmão no sacerdócio que dedicou sua vida pelo bem dos fiéis.
A Diocese de Toledo informa a respeito do funeral do Pe. José Aparecido Bilha.
Confirmando o previsto em comunicado anteriormente, o primeiro momento de despedidas ao Pe. José Aparecido acontece em Guaíra. O velório deve iniciar às 19h desta segunda-feira (21/11), na Paróquia Nossa Senhora Aparecida. Neste local, por volta das 21h, se rezará uma missa pelo descanso eterno do sacerdote.
Em seguida, às 23h, o corpo será trasladado para a Igreja Nossa Senhora do Carmo, na cidade de Assis Chateaubriand, onde o velório prosseguirá até às 15h desta terça-feira (22/11). Nesta data, será celebrada a missa com Rito de Exéquias, sob presidência do bispo diocesano, D. João Carlos Seneme, e concelebração de todo o clero. Pe. Cido será sepultado no cemitério municipal de Assis Chateaubriand.
Toda a programação foi definida em acordo entre a Diocese de Toledo e a família enlutada do sacerdote. Fonte: https://www.revistacristorei.com.br
SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO: Um Olhar.
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A Palavra de Deus, neste último domingo do ano litúrgico, convida-nos a tomar consciência da realeza de Jesus. Deixa claro, no entanto, que essa realeza não pode ser entendida à maneira dos reis deste mundo: é uma realeza que se exerce no amor, no serviço, no perdão, no dom da vida.
A primeira leitura apresenta-nos o momento em que David se tornou rei de todo o Israel. Com ele, iniciou-se um tempo de felicidade, de abundância, de paz, que ficou na memória de todo o Povo de Deus. Nos séculos seguintes, o Povo sonhava com o regresso a essa era de felicidade e com a restauração do reino de David; e os profetas prometeram a chegada de um descendente de David que iria realizar esse sonho.
O Evangelho apresenta-nos a realização dessa promessa: Jesus é o Messias/Rei enviado por Deus, que veio tornar realidade o velho sonho do Povo de Deus e apresentar aos homens o "Reino"; no entanto, o "Reino" que Jesus propôs não é um Reino construído sobre a força, a violência, a imposição, mas sobre o amor, o perdão, o dom da vida.
A segunda leitura apresenta um hino que celebra a realeza e a soberania de Cristo sobre toda a criação; além disso, põe em relevo o seu papel fundamental como fonte de vida para o homem.
EVANGELHO - Lc 23,35-43: Atualização.
Celebrar a Festa de Cristo Rei do Universo não é celebrar um Deus forte, dominador que Se impõe aos homens do alto da sua omnipotência e que os assusta com gestos espectaculares; mas é celebrar um Deus que serve, que acolhe e que reina nos corações com a força desarmada do amor. A cruz - ponto de chegada de uma vida gasta a construir o "Reino de Deus" - é o trono de um Deus que recusa qualquer poder e escolhe reinar no coração dos homens através do amor e do dom da vida.
À Igreja de Jesus ainda falta alguma coisa para interiorizar a lógica da realeza de Jesus. Depois dos exércitos para impor a cruz, das conversões forçadas e das fogueiras para combater as heresias, continuamos a manter estruturas que nos equiparam aos reinos deste mundo... A Igreja, corpo de Cristo e seu sinal no mundo, necessita que o seu Estado com território (ainda que simbólico) seja equiparado a outros Estados políticos? A Igreja, esposa de Cristo, necessita de servidores que se comportam como se fossem funcionários superiores do império? A Igreja, serva de Cristo e dos homens, necessita de estruturas que funcionam, muitas vezes, apenas segundo a lógica do mercado e da política? Que sentido é que tudo isto faz?
Em termos pessoais, a Festa de Cristo Rei convida-nos, também, a repensar a nossa existência e os nossos valores. Diante deste "rei" despojado de tudo e pregado numa cruz, não nos parecem completamente ridículas as nossas pretensões de honras, de glórias, de títulos, de aplausos, de reconhecimentos? Diante deste "rei" que dá a vida por amor, não nos parecem completamente sem sentido as nossas manias de grandeza, as lutas para conseguirmos mais poder, as invejas mesquinhas, as rivalidades que nos magoam e separam dos irmãos? Diante deste "rei" que se dá sem guardar nada para si, não nos sentimos convidados a fazer da vida um dom?
*Leia na íntegra clicando no link ao lado- EVANGELHO DO DIA.
JESUS CRISTO REI DO UNIVERSO
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Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)
A solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo coroa o ano litúrgico da Igreja Católica. As leituras bíblicas oferecem três grandes cenários que conduzem os fiéis para a compreensão de Cristo Rei. No centro está a crucificação narrada por São Lucas 23, 35-43; num lado está a unção real de Davi por parte dos anciãos de Israel 2 Samuel 5,1-3; no outro lado está o hino cristológico com qual São Paulo introduz a Carta aos Colossenses 1,12-20. O conjunto é dominado pela figura de Cristo, o único Senhor, diante do qual todos somos irmãos.
A compreensão de rei é bem ampla. A morte da rainha Elisabeth II do Reino Unido, ocorrido em 08 de setembro de 2022, ocupou amplo espaço nas conversas familiares e nas amplas reportagens. Foi possível conhecer melhor a família real e a sua função na sociedade. Para falar de Cristo Rei requer-se um esforço investigativo para compreender a realeza de Cristo que se difere do senso comum. Os textos bíblicos oferecem os elementos fundamentais.
O acontecimento central é a cruz. Nela Cristo manifesta a sua realeza. É o último ato do seu reino terrestre e como que o primeiro gesto de seu Reino glorioso ao oferecer o perdão e o paraíso ao malfeitor crucificado ao seu lado. Diante da cruz confrontam-se duas atitudes opostas. Alguns personagens aos pés da cruz e um dos malfeitores crucificados, dirigem-se com desprezo a Jesus. “A outros salvou. Salve-se a si mesmo, se de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!” Ao contrário, Jesus revela a própria glória permanecendo ali, na cruz como cordeiro imolado. O outro malfeitor, confessa-se pecador e pede; “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado”. O cenário da crucificação constitui o momento da verdade. Em Jesus crucificado acontece a revelação de Deus Amor. A morte de Jesus na cruz é ato de amor por toda a humanidade.
A segunda cena é o encontro das tribos de Israel em Hebron para encontrar-se com Davi. As tribos reconhecem que Davi já os dirigia e agora querem que ele os conduza como rei. Davi faz a “aliança com o povo, na presença do Senhor, e eles o ungiram rei de Israel”. Uma aliança humana, portanto, frágil, mas que é imagem do reinado de Cristo.
O terceiro texto bíblico é um hino cristológico. São Paulo começa manifestando alegria e gratidão pelo fato de tornar os homens capazes de participar da luz, participarem do Reino de Deus. A seguir São Paulo descreve a realeza de Cristo. “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois por causa dele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, tronos e dominações, soberanias e poderes. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele existe antes de todas coisas e todas têm nele a sua consistência. Ele é a Cabeça do corpo, isto é, da Igreja. Ele é o Princípio, o Primogênito dentre os mortos; de sorte que em tudo ele tem a primazia, porque Deus quis habitar nele com toda sua plenitude e por ele reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz”.
Este texto oferece uma síntese de verdade e de fé do mistério de Cristo. Ele se encarnou, assumindo a vida humana, foi morto, ressuscitou e foi constituído Rei do Universo. O hino ressalta a grande notícia de pacificar a terra: “realizando a paz pelo sangue da sua cruz”. Cristo Rei deseja construir com a humanidade “um reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz” (Prefácio da missa de Cristo Rei). Fonte: https://www.cnbb.org.br
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