REI POBRE
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Dom Lindomar Rocha Mota
Bispo de São Luís de Montes Belos (GO)
Nas proximidades em que Cristo é celebrado Rei do universo, o Papa Francisco avizinhou-lhe o dia do pobre. Parece contraditório, mas em Deus não há contradição. Como no infinito tudo se conecta, o início é igual ao fim. A estética da realeza, que já vinha mudando desde o Antigo Testamento, assumiu forma definitiva em Jesus Cristo. Da beleza e esplendor dos palácios marfíneos à própria beleza de Davi foi superada nos contornos descaracterizados do Servo que nos apresenta Isaias 53.
Rei sem beleza, que muitos vieram ver, é a novidade gritante da escatologia profética. A condição estética da antiga realeza não vale mais, pois como continua nos informando Isaias 53,2 “Ele não tinha aparência (eídos) nem beleza (kállos) para atrair o nosso olhar, nem simpatia (dóxa) para que pudéssemos apreciá-lo.
A entrada neste novo feitio produz violência ao conceito e ao sentido, mas não nega o desejo e a busca, pois, mesmo sem eídos, dóxa e kállos, todos desejam alcançar sua incalculável riqueza (Ef 3,8).
A realeza de Jesus é outro tipo de advento. É outro modo pelo qual o belo contamina o mundo e ultrapassa o domínio das formas e da atração visual.
O mundo do Novo Testamento é totalmente desprovido do “belo” ostensivo, como ressalta Gehard Nebel, em seu Das Ereignis des Schönen: “Davi e Salomão eram grandes reis, mas a arte busca sempre sua identificação com o poder da história terrena. Os galileus, entre os quais o Verbo de Deus se fez carne, são provincianos, sem grande cultura […], onde é impossível que o belo pudesse significar um grande advento”.
A compreensão do belo sem o poder é alargada e se encontra com o desejo iminente dos Gregos que pediram: «Senhor queremos ver Jesus». Assim, é supriminda a contradição entre o Antigo e o Novo Testamento. É clara a expressão: «queremos ver!». Ela é um imperativo e serve para interpretar o que significaria beleza neste novo sentido. O kállon em seu autônomo modo de existir funda um novo estilo na apresentação de Jesus, capaz de atrair os olhares humanos e dos anjos, pois, como continua São Paulo aos Efésios: “os principados e autoridades no céu doravante, conhecem, graças a Igreja, a multiforme sabedoria de Deus”. O Rei pobre é novidade extraordinária que a Igreja revela até mesmo aos anjos.
A transcendência do belo, produtor de interesse para os sentidos, evolui no pensamento cristão até aos nossos dias. Essa transcendência encontra uma ordem simétrica na evolução que vai das coisas belas à alma bela e avança na tradição latina, onde o belo é o constitutivo do ser, e não a forma. A atração é pela existência – razão pela qual o ser perfeitamente humano de Jesus atrai todos os olhares.
Se continuarmos, entretanto, a buscar na evolução e o alargamento de kallòn, veremos o seu encostamento a ayatón, isto é, o belo e o bem; refletindo sobre a imagem bela nos colocamos em relação com a capacidade de fazer o bem, e deduzimos que o bem se torna visível, como beleza, naquele que está disposto ao amor. Em circunstancias precisas, de fato, o belo é o bem, e sendo assim a procura por Jesus evoca uma realeza para além da disposição formal de uma pessoa. É a procura dAquele que é coligado com a prática do bem e o próprio bem. Portanto, a identificação da Realeza de Jesus sobre todo o universo, com o pobre que se encontra entre os últimos de seus semelhantes, é adorável e real. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Quinta-feira, 17 de novembro-2022. 33ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita
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1) Oração
Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa, servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 19, 41-44)
Naquele tempo, 41Aproximando-se ainda mais, Jesus contemplou Jerusalém e chorou sobre ela, dizendo: 42Oh! Se também tu, ao menos neste dia que te é dado, conhecesses o que te pode trazer a paz!... Mas não, isso está oculto aos teus olhos. 43Virão sobre ti dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados; 44destruir-te-ão a ti e a teus filhos que estiverem dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não conheceste o tempo em que foste visitada. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
O evangelho de hoje informa como Jesus, chegando perto de Jerusalém, ao ver a cidade, começou a chorar e pronunciou palavras que faziam ver um futuro muito sombrio para a cidade, capital do seu povo.
Lucas 19,41-42 Jesus chora sobre Jerusalém
“Jesus se aproximou, e quando viu a cidade, começou a chorar. E disse: "Se também você compreendesse hoje o caminho da paz! Agora, porém, isso está escondido aos seus olhos!”. Jesus chora, pois ama a sua pátria, o seu povo, a capital da sua terra, o Templo. Chora, porque sabe que tudo vai ser destruído por culpa do próprio povo que não soube perceber nem avaliar o apelo de Deus dentro dos fatos. O povo não percebeu o caminho que pudesse levar à Paz, Shalôm. Agora, porém, isso está escondido aos seus olhos! Esta afirmação evoca a crítica de Isaías à pessoa que adorava ídolos: “Esse homem se alimenta de cinza. Sua mente enganada o iludiu, de modo que ele não consegue salvar a própria vida e nem é capaz de dizer: Não será mentira isso que tenho nas mãos?" (Is 44,20). A mentira estava nos olhos deles e, por isso, tornaram-se incapazes de perceber a verdade. Como diz São Paulo: “Eles se revoltam e rejeitam a verdade, para obedecerem à injustiça” (Rm 2,8). A verdade ficou prisioneira da injustiça. Numa outra ocasião, Jesus lamentou que Jerusalém não soube perceber nem acolher a visita de Deus: "Jerusalém, Jerusalém, você que mata os profetas e apedreja os que lhe foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir seus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas você não quis! Eis que a casa de vocês ficará abandonada” (Lc 13,34-35).
Lucas 19,43-44 Anúncio da destruição de Jerusalém.
“Vão chegar dias em que os inimigos farão trincheiras contra você, a cercarão e apertarão de todos os lados. Eles esmagarão você e seus filhos, e não deixarão em você pedra sobre pedra. ". Jesus descreve o futuro que vai acontecer com a Jerusalém. Usa as imagens de guerra que eram comuns naquele tempo quando um exército atacava uma cidade: trincheiras, cerco fechado ao redor, matança do povo e destruição total das muralhas e das casas. Assim, no passado, Jerusalém foi destruída por Nabucodonosor. Assim, as legiões romanas costumavam fazer com as cidades rebeldes e assim seria feito novamente, quarenta anos depois, com a própria cidade de Jerusalém. De fato, no ano 70, Jerusalém foi cercada e invadida pelos exércitos romanos. Tudo foi destruído. Diante deste pano de fundo histórico, o gesto de Jesus se torna uma advertência muito séria a todos que pervertem o sentido da Boa Nova de Deus. Eles devem ouvir a advertência final: “Porque você não reconheceu o tempo em que Deus veio para visitá-la”. Nesta advertência, todo o trabalho de Jesus é definido como uma “visita de Deus”
4) Para um confronto pessoal
1) Você chora sobre a situação do mundo? Olhando a situação do mundo, será que Jesus iria chorar? A previsão é sombria. Do ponto de vista da ecologia, já passamos do limite. A previsão é trágica.
2) O trabalho de Jesus é visto como uma visita de Deus. Você já recebeu alguma visita de Deus em sua vida?
5) Oração final
Cantai ao Senhor um cântico novo; ressoe seu louvor na assembléia dos fiéis. Alegre-se Israel no seu Criador, exultem no seu rei os filhos de Sião. (Sl 149, 1-2)
Dom Hélder Câmara: processo de beatificação do bispo avança no Vaticano
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Dom Hélder Câmara: processo de beatificação do bispo avança no Vaticano
Por Rayane Rocha — Rio de Janeiro
Fundador da CNBB e de obras sociais, arcebispo ganhou notoriedade por sua luta pela democracia Reprodução/Acervo O Globo
O processo de beatificação do arcebispo de Olinda e Recife Dom Hélder Câmara, morto em agosto de 1999, avançou no Vaticano nesta terça-feira. A informação foi comunicada aos fiéis pelo Arcebispo Dom Antônio Fernando Saburido e divulgada, por meio de um vídeo, pelos canais oficiais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nas redes sociais.
— O vice-postulador da causa de Dom Hélder Câmara, frei Jociel Gomes, comunica que foi emitido hoje, em Roma, o decreto de validade jurídica do processo, reconhecendo que todos os atos e toda a documentação feita à arquidiocese foram aprovados pelo Dicastério para a Causa dos Santos — explicou o atual arcebispo de Olinda e Recife
Um dos fundadores da CNBB, Dom Hélder Câmara foi nomeado arcebispo de Olinda e Recife em 12 de março de 1964, cerca de três semanas antes do início do golpe militar que deu início à ditadura no país. Desde então, o religioso estabeleceu forte resistência ao regime, denunciando violações de direitos humanos cometidas pelas autoridades policiais.
Dom Hélder morreu no Recife, aos 90 anos de idade. Em 2015, o processo de beatificação e canonização do arcebispo foi aberto e, com a autorização da Santa Sé, o religioso recebeu o título de Servo de Deus — o primeiro na escala que vai até os santos.
O frei Jociel Gomes foi designado o postulador do caso, responsável pela investigação da vida do candidato para provar sua santidade. Em dezembro de 2018, a etapa local da canonização foi concluída e um dossiê de 197 páginas foi enviado ao Vaticano, incluindo laudos, pareceres, relatos de pessoas que conheceram Dom Hélder e a descrição de um possível milagre, mantido em sigilo. Fonte: https://oglobo.globo.com
Quarta-feira, 16 de novembro-2022. 33ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa, servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 19, 11-28)
Naquele tempo, 11Ouviam-no falar. E como estava perto de Jerusalém, alguns se persuadiam de que o Reino de Deus se havia de manifestar brevemente; ele acrescentou esta parábola: 12Um homem ilustre foi para um país distante, a fim de ser investido da realeza e depois regressar. 13Chamou dez dos seus servos e deu-lhes dez minas, dizendo-lhes: Negociai até eu voltar. 14Mas os homens daquela região odiavam-no e enviaram atrás dele embaixadores, para protestarem: Não queremos que ele reine sobre nós. 15Quando, investido da dignidade real, voltou, mandou chamar os servos a quem confiara o dinheiro, a fim de saber quanto cada um tinha lucrado. 16Veio o primeiro: Senhor, a tua mina rendeu dez outras minas. 17Ele lhe disse: Muito bem, servo bom; porque foste fiel nas coisas pequenas, receberás o governo de dez cidades. 18Veio o segundo: Senhor, a tua mina rendeu cinco outras minas. 19Disse a este: Sê também tu governador de cinco cidades. 20Veio também o outro: Senhor, aqui tens a tua mina, que guardei embrulhada num lenço; 21pois tive medo de ti, por seres homem rigoroso, que tiras o que não puseste e ceifas o que não semeaste. 22Replicou-lhe ele: Servo mau, pelas tuas palavras te julgo. Sabias que sou rigoroso, que tiro o que não depositei e ceifo o que não semeei... 23Por que, pois, não puseste o meu dinheiro num banco? Na minha volta, eu o teria retirado com juros. 24E disse aos que estavam presentes: Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem dez minas. 25Replicaram-lhe: Senhor, este já tem dez minas!... 26Eu vos declaro: a todo aquele que tiver, dar-se-lhe-á; mas, ao que não tiver, ser-lhe-á tirado até o que tem. 27Quanto aos que me odeiam, e que não me quiseram por rei, trazei-os e massacrai-os na minha presença. 28Depois destas palavras, Jesus os foi precedendo no caminho que sobe a Jerusalém. - Palavra da salvação.
3) Reflexão Luca 19,11-28
O evangelho de hoje traz a Parábola dos Talentos, na qual Jesus fala dos dons que as pessoas recebem de Deus. Toda pessoa tem alguma qualidade, recebe algum dom ou sabe alguma coisa que ela pode ensinar aos outros. Ninguém é só aluno, ninguém é só professor. Aprendemos uns dos outros.
Lucas 19,11: A chave para entender a história da parábola
Para introduzir a parábola Lucas diz o seguinte:“Tendo eles ouvido isso, Jesus acrescentou uma parábola, porque estava perto de Jerusalém, e eles pensavam que o Reino de Deus ia chegar logo”. Nesta informação inicial, Lucas destaca três motivações que levaram Jesus a contar a parábola: (1) A acolhida a ser dada aos excluídos, pois, dizendo “tendo eles ouvido isso”, ele se refere ao episódio de Zaqueu, o excluído, que foi acolhido por Jesus. (2) A proximidade da paixão, morte e ressurreição, pois dizia que Jesus estava perto de Jerusalém onde seria preso e morto em breve. (3) A chegada iminente do Reino de Deus, pois as pessoas que acompanhavam Jesus pensavam que o Reino de Deus ia chegar logo.
Lucas 19,12-14: O início da Parábola
“Um homem nobre partiu para um país distante a fim de ser coroado rei, e depois voltar. Chamou então dez dos seus empregados, entregou cem moedas de prata para cada um, e disse: 'Negociem até que eu volte”. Seus concidadãos, porém, o odiavam, e enviaram uma embaixada atrás dele, dizendo: 'Não queremos que esse homem reine sobre nós'. Alguns estudiosos acham que, nesta parábola, Jesus se refere a Herodes que, setenta anos antes (40 aC), tinha ido para Roma a fim de receber o título e o poder de Rei da Palestina. O povo não gostava de Herodes e não queria que ele se tornasse rei, pois a experiência que tiveram com ele como comandante para reprimir as rebeliões na Galiléia contra Roma foi trágica e dolorosa. Por isso diziam: “Não queremos que esse homem reine sobre nós” Ao este mesmo Herodes se aplicaria a frase final da parábola: “E quanto a esses inimigos, que não queriam que eu reinasse sobre eles, tragam aqui, e matem na minha frente”. De fato, Herodes matou muita gente.
Lucas 19,15-19: Prestação de conta dos primeiros empregados que receberam cem moedas de prata
A história informa ainda que Herodes recebeu a realeza e voltou para a Palestina para assumir o poder. Na parábola, o rei chamou os empregados aos quais tinha dado cem moedas de prata, a fim de saber quanto haviam lucrado. O primeiro chegou, e disse: 'Senhor, as cem moedas renderam dez vezes mais'. O homem disse: 'Muito bem, empregado bom. Como você foi fiel em coisas pequenas, receba o governo de dez cidades'. O segundo chegou, e disse: 'Senhor, as cem moedas renderam cinco vezes mais'. O homem disse também a este: 'Receba também você o governo de cinco cidades”. De acordo com a história, tanto Herodes Magno como seu filho Herodes Antipas, ambos sabiam lidar com dinheiro e promover as pessoas que os ajudavam. Na parábola, o rei deu dez cidades ao empregado que multiplicou por dez as cem moedas que tinha recebido, e cinco cidades a quem as multiplicou por cinco.
Lucas 19,20-23: Prestação de conta do empregado que não lucrou nada
O terceiro empregado chegou e disse: 'Senhor, aqui estão as cem moedas que guardei num lenço. Pois eu tinha medo de ti, porque és um homem severo. Tomas o que não deste, e colhes o que não semeaste'. Nesta frase transparece uma idéia errada de Deus que é criticada por Jesus. O empregado vê Deus como um patrão severo. Diante de um Deus assim, o ser humano sente medo e se esconde atrás da observância exata e mesquinha da lei. Ele pensa que, agindo assim, não será castigado pela severidade do legislador. Na realidade, uma pessoa assim já não crê em Deus, mas crê apenas em si mesma, na sua própria observância da lei. Ela se fecha em si, desliga de Deus e já não consegue preocupar-se com os outros. Torna-se incapaz de crescer como pessoa livre. Esta imagem falsa de Deus isola o ser humano, mata a comunidade, acaba com a alegria e empobrece a vida. O rei responde: 'Empregado mau, eu julgo você pela sua própria boca. Você sabia que eu sou um homem severo, que tomo o que não dei, e colho o que não semeei. Então, por que você não depositou meu dinheiro no banco? Ao chegar, eu o retiraria com juros'. O empregado não foi coerente com a imagem que tinha de Deus. Se ele imaginava Deus tão severo, deveria ao menos ter colocado o dinheiro no banco. Ele é condenado não por Deus, mas pela idéia errada que tinha de Deus e que o deixou mais medroso e mais imaturo do que devia ser. Uma das coisas que mais influi na vida da gente é a idéia que nos fazemos de Deus. Entre os judeus da linha dos fariseus, alguns imaginavam Deus como um Juiz severo que os tratava de acordo com o mérito conquistado pelas observâncias. Isto produzia medo e impedia as pessoas de crescer. Sobretudo, impedia que elas abrissem um espaço dentro de si para acolher a nova experiência de Deus que Jesus comunicava.
* Lucas 19,24-27: Conclusão para todos
“Depois disse aos que estavam aí presentes: Tirem dele as cem moedas, e dêem para aquele que tem mil. Os presentes disseram: Senhor, esse já tem mil moedas! Ele respondeu: Eu digo a vocês: a todo aquele que já possui, será dado mais ainda. Mas daquele que nada tem, será tirado até mesmo o que tem”. O senhor mandou tirar dele as cem moedas e dar àquele que já tinha mil, pois “a todo aquele que já possui, será dado mais ainda. Mas daquele que nada tem, será tirado até mesmo o que tem. Nesta frase final está a chave que esclarece a parábola. No simbolismo da parábola, as moedas de prata do rei são os bens do Reino de Deus, isto é, tudo aquilo que faz a pessoa crescer e revela a presença de Deus: amor, serviço, partilha. Quem se fecha em si com medo de perder o pouco que tem, este vai perder até o pouco que tem. A pessoa, porém, que não pensa em si mas se doa aos outros, esta vai crescer e receber de volta, de maneira inesperada, tudo que entregou e muito mais: “cem vezes mais, com perseguições” (Mc 10,30). “Perde a vida quem quer segurá-la, ganha a vida quem tem coragem de perdê-la” (Lc 9,24; 17,33; Mt 10,39;16,25;Mc 8,35). O terceiro empregado teve medo e não fez nada. Não quis perder nada e, por isso, não ganhou nada. Perdeu até o pouco que tinha. O Reino é risco. Quem não quer correr risco, perde o Reino!
Lucas 19,28: Voltando à tríplice chave inicial
No fim, Lucas encerra o assunto com esta informação: Depois de dizer essas coisas, Jesus partiu na frente deles, subindo para Jerusalém. Esta informação final evoca a tríplice chave dada no início: acolhida a ser dada aos excluídos, proximidade da paixão, morte e ressurreição de Jesus em Jerusalém e a idéia da chegada iminente do Reino. Aos que pensavam que o Reino de Deus estivesse para chegar, a parábola manda mudar os olhos. O Reino de Deus chega sim, mas através da morte e ressurreição de Jesus que vai acontecer em breve em Jerusalém. E o motivo da morte foi a acolhida que ele, Jesus, dava aos excluídos como Zaqueu e tantos outros. Incomodou os grandes e eles o eliminaram condenando-o à morte de cruz,
4) Para um confronto pessoal
- Na nossa comunidade, procuramos conhecer e valorizar os dons de cada pessoa? Às vezes, os dons de uns geram inveja e competição nos outros. Como reagimos?
- Nossa comunidade é um espaço, onde as pessoas podem desenvolver seus dons?
5) Oração final
Louvai a Deus no seu santuário, louvai-o no firmamento do seu poder. Louvai-o por suas grandes obras, louvai-o pela sua imensa grandeza. (Sl 150, 1-2)
Bispo auxiliar de Belo Horizonte é ameaçado por homem armado após missa
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Arquidiocese disse que providências judiciais estão sendo adotadas
O bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, dom Vicente de Paula Ferreira, foi ameaçado por um homem armado em uma rua de Moeda, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O caso aconteceu após a realização de uma missa, no último sábado (12). As informações são do jornal O Tempo.
Segundo a arquidiocese da capital, o suspeito foi visto do lado de fora da igreja, aguardando o término da celebração. Ao fim do evento, ele teria abordado o religioso e o ameaçado. O homem não foi identificado.
A igreja não informou o teor da ameaça. Em nota, o chefe da Arquidiocese de BH, arcebispo dom Walmor Oliveira de Azevedo, lamentou o caso e disse que providências judiciais já estão sendo adotadas para que o caso não fique impune.
BOLETIM DE OCORRÊNCIA É REGISTRADO
Walmor também afirmou que "em uma sociedade livre, democrática, a divergência de opiniões não pode justificar atitudes beligerantes", ou seja, violentas. A entidade ainda afirmou que o suspeito não é conhecido pelos moradores e que o caso foi registrado em um boletim de ocorrência.
LEIA A NOTA NA ÍNTEGRA:
É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida' (Lc 21,19)
O arcebispo dom Walmor Oliveira de Azevedo se solidariza e permanece unido a dom Vicente de Paula Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, vítima da intolerância, da falta de um senso mínimo para a convivialidade, do desrespeito covarde, colocando vidas – dom sagrado – em risco, sintomas graves de uma sociedade adoecida.
Providências judiciais já estão sendo adotadas para que as hostilidades destinadas a um servidor do Evangelho, no exercício de sua missão, não permaneçam impunes.
Em uma sociedade livre, democrática, a divergência de opiniões não pode justificar atitudes beligerantes, descompromissadas com a fraternidade. O Evangelho ensina que todos, independentemente de suas convicções, somos irmãos uns dos outros, filhos e filhas de Deus. Fonte: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br
Segunda-feira, 14 de novembro-2022. 33ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita
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1) Oração
Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa, servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 18, 35-43)
35Ao aproximar-se Jesus de Jericó, estava um cego sentado à beira do caminho, pedindo esmolas. 36Ouvindo o ruído da multidão que passava, perguntou o que havia. 37Responderam-lhe: É Jesus de Nazaré, que passa. 38Ele então exclamou: Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim! 39Os que vinham na frente repreendiam-no rudemente para que se calasse. Mas ele gritava ainda mais forte: Filho de Davi, tem piedade de mim! 40Jesus parou e mandou que lho trouxessem. Chegando ele perto, perguntou-lhe: 41Que queres que te faça? Respondeu ele: Senhor, que eu veja. 42Jesus lhe disse: Vê! Tua fé te salvou. 43E imediatamente ficou vendo e seguia a Jesus, glorificando a Deus. Presenciando isto, todo o povo deu glória a Deus. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
O evangelho de hoje descreve a chegada de Jesus em Jericó. É a última parada antes da subida para Jerusalém, onde será realizado o “êxodo” de Jesus conforme tinha sido anunciado na sua Transfiguração (Lc 9,31) e nos avisos ao longo da caminhada até Jerusalém (Lc 9,44; 18,31-33).
Lucas 18,35-37: O cego à beira da estrada
“Quando Jesus se aproximava de Jericó, um cego estava sentado à beira do caminho, pedindo esmolas. Ouvindo a multidão passar, ele perguntou o que estava acontecendo. Disseram-lhe que Jesus Nazareno passava por ali”. No evangelho de Marcos, o cego se chama Bartimeu (Mc 10,46). Por ser cego, ele não podia participar da procissão que acompanhava Jesus. Naquele tempo, havia muitos cegos na Palestina, pois o sol forte que bate na terra pedregosa embranquecida fazia mal aos olhos sem proteção.
Lucas 18,38-39: O grito do cego e a reação do povo
“Então o cego gritou: "Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!" Ele invoca Jesus sob o título de “Filho de Davi”. O catecismo daquela época ensinava que o messias seria da descendência de Davi, “filho de Davi”, messias glorioso. Jesus não gostava deste título. Citando o salmo messiânico, ele chegou a perguntar: “Como é que o messias pode ser filho de Davi se até o próprio Davi o chama de “meu Senhor” (Lc 20,41-44) ? O grito do cego incomodava o povo que acompanhava Jesus. Por isso, “as pessoas que iam na frente mandavam que ele ficasse quieto. Elas tentavam abafar o grito. Mas ele gritava mais ainda: "Filho de Davi, tem piedade de mim!" Até hoje, o grito dos pobres incomoda a sociedade estabelecida: migrantes, aidéticos, mendigos, refugiados, tantos!
Lucas 18,40-41: A reação de Jesus diante do grito do cego
E Jesus, o que faz? “Parou, e mandou que levassem o cego até ele. Os que queriam abafar o grito incômodo do pobre, agora, a pedido de Jesus, são obrigados a ajudar o pobre a chegar até Jesus. O evangelho de Marcos acrescenta que o cego largou tudo e foi até Jesus. Não tinha muito. Apenas um manto. Mas era o que tinha para cobrir o seu corpo (cf. Ex 22,25-26). Era a sua segurança, o seu chão! Também hoje Jesus escuta o grito calado dos pobres que nós, às vezes, não queremos escutar. Quando o cego chegou perto, Jesus perguntou: "O que quer que eu faça por você?" Não basta gritar. Tem que saber por que grita! O cego respondeu: "Senhor, eu quero ver de novo."
Lucas 18,42-43: “Veja! Sua fé curou você!”
”Jesus disse: "Veja. A sua fé curou você." No mesmo instante, o cego começou a ver e seguia Jesus, glorificando a Deus. Vendo isso, todo o povo louvou a Deus”. O cego tinha invocado Jesus com idéias não inteiramente corretas, pois o título “Filho de Davi” não era muito bom. Mas ele teve mais fé em Jesus, do que nas suas próprias idéias sobre Jesus. Assinou em branco. Não fez exigências como Pedro (Mc 8,32-33). Soube entregar sua vida aceitando Jesus sem impor condições. A cura é fruto da sua fé em Jesus. Curado, ele segue Jesus e sobe com ele para Jerusalém. Deste modo, tornou-se discípulo modelo para todos nós que queremos “seguir Jesus no caminho” em direção a Jerusalém: acreditar mais em Jesus do que nas nossas idéias sobre Jesus! Nesta decisão de caminhar com Jesus está a fonte da coragem e a semente da vitória sobre a cruz. Pois a cruz não é uma fatalidade, nem uma exigência de Deus. Ela é a conseqüência do compromisso de Jesus, em obediência ao Pai, de servir aos irmãos e de recusar o privilégio.
A fé é uma força que transforma as pessoas
A Boa Nova do Reino anunciada por Jesus era como um fertilizante. Fazia crescer a semente da vida que estava escondida no povo, escondida como fogo debaixo das cinzas das observâncias sem vida. Jesus soprou nas cinzas e o fogo acendeu, o Reino desabrochou e o povo se alegrou. A condição era sempre a mesma: crer em Jesus. A cura do cego esclarece um aspecto muito importante da nossa fé. Mesmo invocando Jesus com idéias não inteiramente corretas, o cego teve fé e foi curado! Converteu-se, largou tudo e seguiu Jesus no caminho para o Calvário! A compreensão plena do seguimento de Jesus não se obtém pela instrução teórica, mas sim pelo compromisso prático, caminhando com ele no caminho do serviço, desde a Galiléia até Jerusalém. Quem insiste em manter a idéia de Pedro, isto é, do Messias glorioso sem a cruz, nada vai entender de Jesus e nunca chegará a tomar a atitude do verdadeiro discípulo. Quem souber crer em Jesus e fazer a entrega de si (Lc 9,23-24), aceitar ser o último (Lc 22,26), beber o cálice e carregar sua cruz (Mt 20,22; Mc 10,38), este, como o cego, mesmo tendo idéias não inteiramente corretas, conseguirá enxergar e “seguirá Jesus no caminho” (Lc 18,43). Nesta certeza de caminhar com Jesus está a fonte da coragem e a semente da vitória sobre a cruz.
4) Para um confronto pessoal- Para um confronto pessoal
1) Como vejo e sinto o grito dos pobres: migrantes, negros, aidéticos, mendigos, refugiados, tantos?
2) Como é a minha fé: fixo-me mais nas minhas idéias sobre Jesus ou em Jesus?
5) Oração final
Feliz quem não segue o conselho dos maus, não anda pelo caminho dos pecadores nem toma parte nas reuniões dos zombadores, mas na lei do Senhor encontra sua alegria e nela medita dia e noite. (Sl 1, 1-2)
Quinta-feira, 10 de novembro-2022. 32º Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus de poder e misericórdia, afastai de nós todo obstáculo para que, inteiramente disponíveis, nos dediquemos ao vosso serviço. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 17, 20-25)
Naquele tempo, 20Os fariseus perguntaram um dia a Jesus quando viria o Reino de Deus. Respondeu-lhes: O Reino de Deus não virá de um modo ostensivo. 21Nem se dirá: Ei-lo aqui; ou: Ei-lo ali. Pois o Reino de Deus já está no meio de vós. 22Mais tarde ele explicou aos discípulos: Virão dias em que desejareis ver um só dia o Filho do Homem, e não o vereis. 23Então vos dirão: Ei-lo aqui; e: Ei-lo ali. Não deveis sair nem os seguir. 24Pois como o relâmpago, reluzindo numa extremidade do céu, brilha até a outra, assim será com o Filho do Homem no seu dia. 25É necessário, porém, que primeiro ele sofra muito e seja rejeitado por esta geração. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
O evangelho de hoje traz uma discussão entre Jesus e os fariseus sobre o momento da vinda do Reino. Os evangelhos de hoje e dos próximos dias tratam da chegada do fim dos tempos.
Lucas 17,20-21: O Reino no meio de nós
“Os fariseus perguntaram a Jesus sobre o momento em que chegaria o Reino de Deus. Jesus respondeu: "O Reino de Deus não vem ostensivamente. Nem se poderá dizer: Está aqui ou: está ali, porque o Reino de Deus está no meio de vocês". Os fariseus achavam que o Reino só poderia vir depois que povo tivesse chegado à perfeita observância da Lei de Deus. Para eles, a vinda do Reino seria a recompensa de Deus pelo bom comportamento do povo, e o messias viria de maneira bem solene como um rei, recebido pelo seu povo. Jesus diz o contrário. A chegada do Reino não pode ser observada como se observa a chegada dos reis da terra. Para Jesus, o Reino de Deus já chegou! Já está no meio de nós, independente do nosso esforço ou mérito. Jesus tem outro modo de ver as coisas. Tem outro olhar para ler a vida. Ele prefere o samaritano que vive na gratidão aos nove que acham que merecem o bem que recebem de Deus (Lc 17,17-19).
Lucas 17,22-24: Sinais para reconhecer a vinda do Filho do Homem
"Chegarão dias em que vocês desejarão ver um só dia do Filho do Homem, e não poderão ver. Dirão a vocês: 'Ele está ali' ou: 'Ele está aqui'. Não saiam para procurá-lo. Pois como o relâmpago brilha de um lado a outro do céu, assim também será o Filho do Homem”. Nesta afirmação de Jesus existem elementos que vem da visão apocalíptica da história, muito comum nos séculos antes e depois de Jesus. A visão apocalíptica da história tem a seguinte característica. Em épocas de grande perseguição e de opressão, os pobres têm a impressão de que Deus perdeu o controle da história. Eles se sentem perdidos, sem horizonte e sem esperança de libertação. Nestes momentos de aparente ausência de Deus, a profecia assume a forma de apocalipse. Os apocalípticos, procuram iluminar a situação desesperadora com a luz da fé para ajudar o povo a não perder a esperança e para continuar com coragem na caminhada. Para mostrar que Deus não perdeu o controle da história, eles descrevem as várias etapas da realização do projeto de Deus através da história. Iniciado num determinado momento significativo no passado, este projeto de Deus avança, etapa após etapa, através da situação presente vivida pelos pobres, até à vitória final no fim da história. Deste modo, os apocalípticos situam o momento presente como uma etapa já prevista dentro do conjunto mais amplo do projeto de Deus. Geralmente, a última etapa antes da chegada do fim costuma ser apresentada como um momento de sofrimento e de crise, do qual muitos tentam se aproveitar para iludir o povo dizendo: “Ele está ali' ou: 'Ele está aqui'. Não saiam para procurá-lo. Pois como o relâmpago brilha de um lado a outro do céu, assim também será o Filho do Homem” Tendo olhar de fé que Jesus comunica, os pobres vão poder perceber que o reino já está no meio deles (Lc 17,21), como relâmpago, sem sombra de dúvida. A vinda do Reino traz consigo sua própria evidência e não depende dos palpites e prognósticos dos outros.
Lucas 17,25: Pela Cruz até à Glória
“Antes, porém, ele deverá sofrer muito e ser rejeitado por esta geração”. Sempre a mesma advertência: a Cruz, escândalo para judeus e loucura para os gregos, mas para nós expressão da sabedoria e do poder de Deus (1Cor 1,18.23). O caminho para a Glória passa pela cruz. A vida de Jesus é o nosso cânon, é a norma canônica para todos nós.
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus diz: “O reino está no meio de vós!” Você já encontrou algum sinal da presença do Reino em sua vida, na vida do seu povo ou na vida da sua comunidade?
2) A cruz na vida. O sofrimento. Como você vê o sofrimento, o que faz com ele?
5) Oração final
O Senhor é fiel para sempre, faz justiça aos oprimidos, dá alimento a quem tem fome. O Senhor livra os prisioneiros. (Sl 145, 6b-7)
Terça-feira, 8 de novembro-2022. 32º Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Deus de poder e misericórdia, afastai de nós todo obstáculo para que, inteiramente disponíveis, nos dediquemos ao vosso serviço. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 17, 7-10)
Naquele tempo, disse Jesus: 7Qual de vós, tendo um servo ocupado em lavrar ou em guardar o gado, quando voltar do campo lhe dirá: Vem depressa sentar-te à mesa? 8E não lhe dirá ao contrário: Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, enquanto como e bebo, e depois disto comerás e beberás tu? 9E se o servo tiver feito tudo o que lhe ordenara, porventura fica-lhe o senhor devendo alguma obrigação? 10Assim também vós, depois de terdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: Somos servos como quaisquer outros; fizemos o que devíamos fazer. - Palavra da salvação.
3) Reflexão
O evangelho de hoje traz uma parábola que só se encontra no evangelho de Lucas, sem paralelo nos outros evangelhos. A parábola quer ensinar que nossa vida deve caracterizar-se pela atitude de serviço. Ela começa com três perguntas e, no fim, Jesus mesmo dá a resposta.
Lucas 17,7-9: As três perguntas de Jesus
Trata-se de três perguntas tiradas da vida de cada dia, para as quais os ouvintes já adivinhavam a resposta. As perguntas são formuladas de tal maneira que elas reenviam cada ouvinte a consultar sua própria experiência e, a partir dela, dar a sua resposta. A primeira pergunta: “Se alguém de vocês tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: Venha depressa para a mesa?” Todo mundo responderá: “Não!” Segunda pergunta: “Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: Prepare-me o jantar, cinja-se e sirva-me, enquanto eu como e bebo; depois disso você vai comer e beber?” Todo mundo responderá: “Sim! Claro!” Terceira pergunta: “Será que vai agradecer ao empregado, porque este fez o que lhe havia mandado?” Todo mundo responderá: “Não!” Pela maneira de Jesus fazer as perguntas, a gente já percebe em que direção ele quer orientar nosso pensamento. Ele quer que sejamos servidores uns dos outros.
Lucas 17,10: A resposta de Jesus
No fim, Jesus mesmo tira a conclusão que já estava implícita nas perguntas: “Assim também vocês: quando tiverem cumprido tudo o que lhes mandarem fazer, digam: Somos empregados inúteis; fizemos o que devíamos fazer". Jesus, ele mesmo, deu o exemplo quando disse: “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mc 10,45). O serviço é um tema do agrado de Lucas. O serviço representa a forma como os pobres do tempo de Jesus, os anawim, esperavam o Messias: não como Messias glorioso rei, sumo sacerdote ou juiz, mas como o Servo de Javé, anunciado por Isaías (Is 42,1-9). Maria, a mãe de Jesus, se apresentou ao anjo: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra!” (Lc 1,38). Em Nazaré, Jesus se apresenta como o Servo, descrito por Isaías (Lc 4,18-19 e Is 61,1-2). No batismo e no transfiguração, ele foi confirmado pelo Pai que cita as palavras dirigidas por Deus ao mesmo Servo (Lc 3,22; 9,35 e Is 42,1). Aos seus seguidores Jesus pede: “Quem quer ser o primeiro seja o servo de todos” (Mt 20,27). Servos inúteis! É a definição do cristão. Paulo fala disso aos membros da comunidade de Corinto quando escreve: “Eu plantei, Apolo regou, mas era Deus que fazia crescer. Assim, aquele que planta não é nada, e aquele que rega também não é nada: só Deus é que conta, pois é ele quem faz crescer” (1Cor 1,6-7). Paulo e Apolo nada são; são apenas instrumentos, “servidores”. O que vale é o próprio Deus, só Ele! (1Cor 3,7).
Servir e ser servido. Aqui, neste texto, o servo serve ao senhor, e não, o senhor ao servo. Mas em outro texto de Jesus se diz o contrário: “Felizes dos empregados que o senhor encontra acordados quando chega. Eu garanto a vocês: ele mesmo se cingirá, os fará sentar à mesa, e, passando, os servirá” (Lc 12,37). Neste texto, é o senhor que serve ao servo, e não o servo ao senhor. No primeiro texto, Jesus falava do presente. No segundo texto, Jesus estava falando do futuro. Este contraste é uma outra maneira para dizer: ganha a vida que está disposto a perdê-la por amor a Jesus e ao Evangelho (Mt 10,39; 16,25. Quem serve a Deus nesta vida presente, Deus servirá a ele na vida futura!
4) Para um confronto pessoal
1) Como defino minha vida?
2) Faça para você as mesmas três perguntas de Jesus? Será que vivo como um servo inútil?
5) Oração final
O Senhor conhece os dias dos inocentes, eterna será sua herança. O Senhor firma os passos do homem, sustenta aquele cujo caminho lhe agrada. (Sl 36, 18.23)
Padre tira a batina e abandona missa após discussão política em igreja de Nerópolis
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Segundo fiel, algumas pessoas fizeram o símbolo de 'L' com as mãos para o sacerdote e ele não gostou. Diocese disse que repudia qualquer ato de intolerância.
Por Jamyle Amoury, g1 Goiás
Um padre tirou a batina, jogou sobre o púlpito e abandonou a missa após uma discussão política em uma igreja de Nerópolis, na Região Metropolitana de Goiânia. Segundo um fiel, que não quis se identificar, algumas pessoas fizeram o símbolo do “L” com as mãos para o sacerdote e ele não gostou. As imagens mostram quando ele e uma mulher discutem e, em seguida, o sacerdote diz:
“É? Então beleza. Vocês não precisam de padre. Então, estou deixando a paróquia”, em seguida, ele tira a batina e sai do altar
Ao g1, a Diocese de Anápolis, que responde pela paróquia da cidade de Nerópolis, confirmou que o caso ocorreu após uma discussão por causa de política. A diocese lamentou o caso, disse que repudia qualquer ato de intolerância e que vai tomar as providências necessárias (leia nota completa abaixo).
Até a última atualização desta reportagem, o g1 não havia conseguido localizar o padre para que se posicionasse.
A missa aconteceu no domingo (6), na Igreja Matriz Imaculado Coração de Maria. Segundo a testemunha, indignado, o padre Danilo Neto teria entrado para a missa e pedido para que, quem tivesse votado em Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à presidência eleito, deixasse o local.
Neste momento, também de acordo com a testemunha, uma mulher teria se levantado e começado a discutir com ele. Em seguida, ele tirou a batina e deixou a igreja.
Nota da Diocese de Anápolis:
A Diocese de Anápolis lamenta profundamente o episódio ocorrido durante a celebração da Santa Missa no dia 6 de novembro, na Paróquia Imaculado Coração de Maria, em Nerópolis. O Bispo diocesano, ao tomar conhecimento do fato, está acompanhando pessoalmente a situação e tomará as devidas providências.
Reiteramos a posição não partidária da Igreja e repudiamos qualquer ato de intolerância. Rogando ao Senhor Deus pela unidade e a paz, a Diocese de Anápolis convida os fiéis a rezar pelo sacerdote e pela comunidade. Fonte: https://g1.globo.com
Domingo 6 de novembro: Solenidade de todos os santos e santas de Deus.
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TODOS OS SANTOS
Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)
A solenidade de “Todos os Santos” celebra, “junto com os santos canonizados, todos os justos de toda raça e nação, cujos os nomes estão inscritos no livro da vida (cf. Apocalipse 20,12)”. O prefácio da missa reza: “Festejamos hoje, a cidade do céu, a Jerusalém do alto, nossa mãe, onde nossos irmãos, os santos, vos cercam e cantam eternamente o vosso louvor. Para esta cidade caminhamos, pressurosos, peregrinando na penumbra da fé. Comtemplamos, alegres, na vossa luz tantos membros da Igreja, que nos dais como exemplo e intercessão”.
Os santos não são um grupo restrito de eleitos e privilegiados, mas uma multidão inumerável, para a qual a liturgia exorta a levantar o olhar. Nesta multidão estão os santos canonizados, isto é, os que foram oficialmente reconhecidos. A Igreja ensina que “são dignos de especial consideração e honra aqueles cristãos que, seguindo mais de perto as pegadas e os ensinamentos do Senhor Jesus, ofereceram de forma voluntária e, livremente, a vida pelos outros, perseverando até a morte neste propósito”. A primeira via clássica da beatificação é o martírio. É aceitação voluntária da morte violenta por ser cristão, seguidor de Cristo, além de viver o martírio, como Cristo viveu, isto é, com mansidão e o perdão dos agressores. A segunda via é das virtudes heroicas, isto é, tornar as virtudes como modo habitual de ser e de agir em conformidade com Evangelho. Trata-se das virtudes teologais (fé, esperança e caridade), cardeais (prudência, justiça, fortaleza, temperança) e outras como pobreza, obediência, castidade e humildade.
Porém são poucos os batizados, de todas as épocas e nações, que tem a sua vida examinada num processo de canonização para serem declarados santos. A Igreja tem consciência desta limitação e reconhece que a maior parte dos santos não reconhecemos os rostos e nem sequer se sabe os nomes, mas com os olhos da fé resplandecem, como astros de glória, no firmamento de Deus. Lembrar desta multidão de santos anônimos é afirmar que a santidade é feita de pequenas ações, palavras bem dirigidas e a vivência das virtudes no dia a dia.
A santidade é um dom e uma graça. A 1ª carta de São João afirma: “Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus! (…) Sabemos que, quando Ele se manifestar seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é. Todo o que espera nele, purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” (1 Jo 3,1-3). A resposta ao dom e a graça recebidos corresponde a resposta humana sem a qual a santidade seria desumana e mágica. O traçado da resposta humana está nas bem-aventuranças, síntese e anúncio fundamental de todo cristianismo.
“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus” (Mateus 5,1-12). Fonte: https://www.cnbb.org.br
A LEMBRANÇA DOS QUE PARTIRAM
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Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS)
Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! No ciclo da vida, que para alguns pode durar uma centena de anos ou mais, e para outros pode ter a brevidade de uma flor rara, que não dura mais do que algumas horas, alguns dias, alguns meses ou alguns anos, não importa a brevidade do tempo, ninguém parte deste mundo sem deixar marcas no coração de alguém que ama.
No dia 02 de novembro celebraremos o dia dos finados e todos nós temos alguém para recordar. Neste dia de silêncio e oração, onde reavivamos na memória as lembranças de pessoas que fizeram parte da nossa vida. São familiares, amigos e conhecidos que marcaram a nossa vida e viveram a experiência da morte, mas os recordamos na mente e com afeto no coração.
Quando uma pessoa vive o seu caminho existencial, com todas as provações que fazem parte da vida do ser humano, e nós estamos profundamente ligados a ela, por laços afetivos de parentesco ou por amizade, choramos e lamentamos a sua partida. Porém, nos consolamos ou aceitamos quando entendemos que ela completou o seu peregrinar neste mundo, para viver a vida eterna e receber o abraço da ternura e da misericórdia do Pai, no dia da ressurreição.
A vida e a morte nos provam. Nos provam, e, às vezes, temos o coração ferido porque a vida nos aproxima e a morte nos separa. Perder uma pessoa que amamos, que faz parte da nossa vida, dos nossos sonhos, dos projetos que construímos juntos é uma dor que atinge milhões de pessoas. Num dia de finados, estando num grande cemitério, enquanto aguardava a hora da celebração eucarística, comecei a percorrer o local e fui observando os túmulos e os nomes escritos nas lápides. Alguns construídos de forma sóbria, outros artisticamente trabalhados, outros em estado de abandono, simbolizando como que uma ruptura entre passado e presente, na ligação afetiva familiar. No silêncio e naquele estado de abandono, eles nos falam: já não sou recordado, saí do mundo e do coração dos meus familiares.
Mas também pude perceber no semblante das pessoas que estavam junto à cruz, ascendendo velas, um olhar distante perdido no silêncio, mas naquele silêncio traziam presente o passado, a alegria da vida e a dor da separação pela morte de seus entes queridos. Ao redor de alguns túmulos, estavam agrupadas várias pessoas, em outros não tinha ninguém, mas tinha também aqueles que estavam recebendo a visita de uma única pessoa. Esta, às vezes estava sentada junto ao túmulo. Ali não se via risos, abraços e reencontros, mas percebia-se um reencontro marcado pelo silêncio, cujo olhar ia além do presente, fazia ponte de comunhão com alguém do passado, mas que no amor permanecia presente no coração. Fonte: https://www.cnbb.org.br
SOBRE O MORRER
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Dom Leomar Antônio Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)
Geralmente pensamos na morte fora da vida, contudo, gastar tempo, consumir energia e renunciar a algo são sinais de que, diariamente, a vida é como uma vela que se consome para produzir luz. Não duramos eternamente na Terra. Na vida, há também cansaço em busca de repouso. Depois de uma jornada de trabalho, é preciso descansar. Passado o dia ensolarado, segue o pôr do sol. Os livros tendem ao epílogo, e uma novela se desenrola para o último capítulo. Há muita beleza no fim. Os latinos costumavam dizer: finis coronat opus (o fim coroa a obra).
Preparar-se para o entardecer da vida não é olhar para a noite da morte, mas perceber que o sol se põe desse lado da existência, mas continua a iluminar a outra, onde é sempre dia. De certa forma, isso nos ajuda a compreender a vida: quando morremos, apagamos para este mundo, mas vivemos e somos iluminados na vida eterna que Deus nos preparou.
Após a morte, ensina a Igreja, nos encontraremos diante de Jesus Cristo e seremos examinados pelo amor aqui vivido. O julgamento é atual, porque é agora que decidimos a favor da verdade ou da mentira, da justiça ou da injustiça, do bem ou do mal, de Deus ou das trevas. A nossa vida é bela, com muitas oportunidades e responsabilidades. A beleza da vida e a liberdade que ganhamos não permitem que sejamos livres para fazer o mal.
Algumas pessoas chegam a sustentar que Deus é tão bom que, no final, perdoará tudo até mesmo todo o mal praticado. Supor que no final tudo será zerado, sem respeitar a opção daqueles que negam o projeto de Deus, é esvaziar a justiça divina. Permanece a possibilidade de condenação eterna como opção livre e consciente de quem construiu uma existência sem amor.
O critério de julgamento não é imprevisto, pois seremos julgados pelo Evangelho de Jesus. E isso vale para todo ser humano, até mesmo àqueles que não conheceram o “Redentor”. Sempre é tempo de recordar que seremos perguntados conforme o que consta no Capítulo 25 do Evangelho escrito por São Mateus, quando o Senhor sentenciar: “Tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, era forasteiro e me acolhestes, estive nu e me vestistes, estava doente e preso e me visitastes. Cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes.” (Mt 25,35-41)
O juízo usa critérios da misericórdia divina que considera as condições internas e externas de cada pessoa, na liberdade e responsabilidade de cada uma. Deus não condena ninguém, é a própria pessoa, pelos seus atos e palavras que trilha, ou não, o caminho de Deus. Daí a responsabilidade da vida humana na Terra. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Mensagem do Cardeal ao presidente eleito
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Mensagem do Cardeal ao presidente eleito
Brasília, 31 de outubro de 2022
Ex.mo Sr. presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente eleito do Brasil
Parabenizo-o pela eleição como Presidente da República Federativa do Brasil. Desejo ao senhor que, ao assumir este ofício, esteja atento aos ensinamentos cristãos do bem comum, da verdade e da justiça.
Papa Francisco, na Encíclica Fratelli Tutti, afirma que a ação do ser humano, tanto na vida íntima, como também, no seu aspecto social “exige reconhecer que «o amor, cheio de pequenos gestos de cuidado mútuo, é também civil e político, manifestando-se em todas as ações que procuram construir um mundo melhor». Por este motivo, o amor expressa-se não só nas relações íntimas e próximas, mas também nas «macrorrelações como relacionamentos sociais, econômicos e políticos»” (n. 181).
Com meus cumprimentos e orações, desejo que este mandato seja frutuoso e que seu governo promova a unidade e a paz do povo brasileiro, com um cuidado especial para com os mais pobres e necessitados. Sob a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil e de Brasília, com minha benção,
Dom Paulo Cezar Costa
Cardeal Arcebispo de Brasília
Fonte: https://arqbrasilia.com.br
De Silas Malafaia a Estevam Hernandes, veja a posição dos líderes evangélicos após vitória de Lula
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Muitos lamentaram derrota de Bolsonaro, mas conclamaram fiéis a orar pelo presidente eleito
Por Bernardo Mello
Pastores que lideram grandes denominações evangélicas, e que haviam se engajado na campanha do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), fizeram acenos ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após o resultado do segundo turno neste domingo. Mesmo lamentando a derrota de Bolsonaro, nomes como o apóstolo Estevam Hernandes, líder da Igreja Renascer e criador da Marcha para Jesus, e o bispo Renato Cardoso, atual número dois na hierarquia da Igreja Universal, conclamaram fiéis a orar pelo novo presidente e disseram não ter resistência "pessoal", tampouco "desejar o mal" ao petista.
Entre os líderes das maiores igrejas do país, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, foi quem expressou contrariedade com a vitória de Lula de forma mais explícita. Aliado próximo a Bolsonaro, Malafaia escreveu em suas redes sociais ter "consciência limpa" por não ter sido "omisso, nem covarde", e publicou em seguida uma citação atribuída a João Calvino, um dos principais líderes da reforma protestante no século XVI. "Quando Deus quer punir uma nação, Ele lhes dá governantes ímpios", diz a frase.
Cardoso, tido como sucessor do bispo Edir Macedo na Universal, adotou um tom distinto após semanas de campanha aberta contra Lula em cultos e no jornal "Folha Universal", distribuído a fiéis gratuitamente. Em transmissão ao vivo nas redes sociais na noite de domingo, Cardoso reafirmou acusações de que "a esquerda quer sexualizar as crianças, liberar as drogas e desarmar a população", que foram a tônica de ataques a Lula durante a campanha, mas frisou a seus seguidores que "a vontade de Deus sempre vai ser a melhor" ao comentar o resultado.
— Se você quer seu bem, então você ora às autoridades. Todos os cristãos têm que orar às autoridades que estão no poder. Nosso desejo não é pelo mal de ninguém, não é pelo mal do presidente Lula nem de outros governantes, é pelo bem das pessoas. Se eles fizerem um bom trabalho, então vamos ter uma vida melhor e mais fácil. Não temos em nosso coração nenhum medo ou preocupação — afirmou.
Hernandes, que afirmou ter feito "tudo que era possível" pela reeleição de Bolsonaro, afirmou que a "luta pelos valores cristãos" deverá continuar "de forma ordeira, porque o Brasil continua sendo um país abençoado". O líder da Igreja Renascer também elogiou a "atitude corretíssima" do ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), eleito governador de São Paulo, por ter se posicionado reconhecendo o resultado da eleição presidencial e conversado com o adversário derrotado no estado, o petista Fernando Haddad.
— Lamento quando as pessoas invadem a área que não é a deles. Nunca me levantei para falar pessoalmente contra A ou B. Temos que ter nossa postura de cristãos, e como cristãos precisamos realmente dar os exemplos. Seria absurdo falar coisas como "tem que tirar nossos filhos das escolas", não estamos vivendo esse clima. Jesus nos deu o desafio de orar até pelos nossos inimigos. Em caso de política, não temos inimigos, mas sim divergentes — disse Hernandes.
Outras lideranças de igrejas neopentecostais, como o bispo Robson Rodovalho, da Igreja Sara Nossa Terra, e o apóstolo Rina, da Bola de Neve, fizeram publicações em suas redes sociais afirmando que a "palavra de Deus jamais será abalada", independentemente do resultado das eleições. Rodovalho escreveu que para os evangélicos "não existe derrota, existem lições".
Na Assembleia de Deus, lideranças dos ministérios do Belém e de Madureira, os dois principais ramos da igreja, evitaram se manifestar diretamente sobre o resultado. Já o deputado federal Marco Feliciano (PL-SP), líder da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento e com atuação historicamente próxima ao Ministério do Belém, citou as sucessivas referências religiosas de Lula em seu primeiro discurso após se eleger:
"Vi o discurso de Lula. Começou agradecendo a Deus. Falou de Deus em vários momentos. Reafirmou compromisso pela liberdade religiosa, evitou temas que causam divergências com o segmento evangélico e terminou agradecendo a Deus", escreveu Feliciano, deixando em aberto o futuro da relação do petista com o segmento: "(Lula) Aprendeu a nos respeitar? Tenho dúvidas. Só o tempo dirá". Fonte: https://oglobo.globo.com
PRESIDÊNCIA DA CNBB: “O EXERCÍCIO DA CIDADANIA NÃO SE ESGOTA COM O FIM DO PROCESSO ELEITORAL”
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A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta segunda-feira, 31 de outubro, uma mensagem sobre a conclusão das Eleições 2022. O momento, segundo a mensagem, “convoca-nos, ainda mais, para a reconciliação, essencial ao novo ciclo que se abre”.
A presidência da CNBB aponta o caminho que todos os brasileiros, indistintamente, precisam trilhar: acompanhar, exigir e fiscalizar aqueles que alcançaram êxito nas urnas. “O exercício da cidadania não se esgota com o fim do processo eleitoral”, diz o documento.
Em um trecho da mensagem, a CNBB cumprimenta candidatos eleitos, deputados, senadores, governadores e presidente da República e “parabeniza ainda o Tribunal Superior Eleitoral por sua atuação no zelo de todo o processo democrático”.
“Todos possam caminhar unidos para a construção da política melhor, aquela que está a serviço do bem comum, conforme define o nosso amado Papa Francisco. São os votos da CNBB. É o que suplicamos em preces para o nosso país”.
Conheça a íntegra da mensagem abaixo:
Mensagem da Presidência da CNBB
sobre a conclusão do processo eleitoral 2022
Saúde e paz!
A conclusão das Eleições 2022 convoca-nos, ainda mais, para a reconciliação, essencial ao novo ciclo que se abre. Agora, todos, indistintamente, precisam acompanhar, exigir e fiscalizar aqueles que alcançaram êxito nas urnas. O exercício da cidadania não se esgota com o fim do processo eleitoral.
A CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – cumprimenta candidatos eleitos, deputados, senadores, governadores e presidente da República. Parabeniza ainda o Tribunal Superior Eleitoral por sua atuação no zelo de todo o processo democrático.
Todos possam caminhar unidos para a construção da política melhor, aquela que está a serviço do bem comum, conforme define o nosso amado Papa Francisco. São os votos da CNBB. É o que suplicamos em preces para o nosso país.
Com a materna intercessão de Nossa Senhora Aparecida – Rainha e Padroeira do Brasil, Deus muito abençoe a sua vida e a sua família.
Fraterno abraço, com apreço.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB
Dom Mário Antônio da Silva
Arcebispo de Cuiabá (MT)
Segundo Vice-Presidente da CNBB
Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB
Fonte: https://www.cnbb.org.br
Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo: Mensagem para o Presidente Eleito
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Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo
São Paulo, 31.10.2022
Ao ilustríssimo senhor Luiz Inácio Lula da Silva Presidente eleito do Brasil Congratulo-me com o senhor pela sua eleição como Presidente da República Federativa do Brasil, no segundo turno do pleito eleitoral transcorrido no domingo, 30 de outubro de 2022.
Democraticamente, a maioria dos eleitores depositou no senhor sua confiança para governar nossa nação, assumindo a desafiadora missão de unir o País, em harmonia com os demais poderes da República e instituições da sociedade.
Faço votos que seu governo seja comprometido com a promoção da vida e da dignidade humana, da justiça e da paz social, empenhado, sobretudo, na busca de caminhos para o desenvolvimento econômico e social que beneficie a todos, especialmente aqueles que mais sofrem com os impactos da crescente desigualdade social, do desemprego e da fome.
Com meus parabéns pela vitória eleitoral, apresento-lhe também as minhas preces a Deus para que o ilumine e lhe dê sabedoria para a realização de um mandato profícuo para o povo brasileiro, na edificação do bem comum.
Respeitosas saudações,
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo Metropolitano de São Paulo
Fonte: https://arquisp.org.br
Padre relata ser ameaçado de morte após alugar salão de paróquia para festejar aniversário de Lula.
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Por Jéssica Marques — Rio de Janeiro
O padre Volnei Luiz Weber, da Paróquia São José Operário, da Diocese de Rondonópolis, no Mato Grosso, relata ter sofrido ameaças de morte e ataques nas redes sociais depois de alugar o salão de eventos da igreja para uma equipe local do Partido dos Trabalhadores (PT). O grupo afiliado locou o espaço para comemorar o aniversário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quinta-feira, embora o petista não fosse para lá.
O pároco, que administra a igreja há quatro anos, registrou um boletim de ocorrência na quarta-feira. Ao GLOBO, ele contou que foi procurado por membros do partido na segunda-feira e que na ocasião negociou o aluguel do espaço por R$1.200. Na mesma noite, postagens em redes sociais começaram a aparecer, mostrando revolta.
"Triste realidade, disponibilizar o salão paroquial para esse tipo de evento", comentou uma internauta ao compartilhar o post.
Segundo o padre, a festa de comemoração fazia parte de uma celebração nacional a Lula e era organizado por partidos e movimentos sociais. Por conta dos ataques e ameaças, o evento foi cancelado e a locação retirada. Mesmo assim, Weber continuou sendo atacado.
— Começaram a ligar para a igreja e a me ameaçar. A maior parte da população aqui da cidade vota no (Jair) Bolsonaro (candidato à reeleição pelo PL). Acredito que se fosse uma festa para ele, não teria tido nenhuma reação. Eu fiquei com medo dos ataques. Alegaram que a igreja tomou partido. Eu nunca declarei meu voto abertamente. É claro que eu tenho minha preferência, mas faltou tolerância por parte das pessoas — afirma o padre que se mantem afastado dos eventos paroquiais.
O espaço de 40 metros quadrados é constantemente utilizado para eventos políticos, aniversários, casamentos e cerimônias. Segundo o padre, durante a campanha do primeiro turno, o prefeito de Rondonópolis, José Carlos Junqueira (Solidariedade), reservou o salão para uma festa de campanha da esposa, conhecida como Dona Neuma, que na época era candidata da deputada federal pelo PSB, mas que não foi eleita.
Devido às ameaças, a paróquia decidiu cancelar o contrato de locação. O padre explicou que algumas pessoas ligaram e disseram que, se o evento fosse realizado na igreja, iriam até o local e fariam um ato de protesto.
— Disseram que eu tinha que ser metralhado. Um senhor que frequenta a paróquia me ligou e disse que não concordava com a locação desse espaço para evento do Lula porque ele era a favor do aborto e da ideologia de gênero. Disseram que eu tinha que ir embora, que não poderia ficar mais aqui — completou.
Uma carta de repúdio aos ataques foi publicada no perfil do Facebook da igreja pelo bispo Dom Mauricio da Silva Jardim, que administra as Dioceses da região. Um trecho do documento agradecia as mensagens de apoio e comunicava o rompimento do evento.
"Diante da repercussão nas redes sociais sobre o contrato de aluguel firmado pela Paróquia São José Operário, da cidade de Rondonópolis, comunico que, após um diálogo fraterno e respeitoso com o Pe. Volnei Weber, decidimos romper o contrato para garantir a comunhão que nos identifica como cristãos católicos. Expresso minha gratidão pela alegria com que me acolheram", dizia o documento.
A Polícia Civil do Mato Grosso abriu um inquérito para apurar as ameaças, mas não deu detalhes do andamento. Em nota, disse que "como previsto na legislação, é necessário que a vítima se manifeste pela representação para que a investigação tenha sequência, uma vez que se trata de crime de âmbito privado".
A missa que será realizada no domingo, dia da eleição, não foi cancelada. No entanto, padre Weber informou que por medo de sofrer retaliações e ataques, dependendo do resultado, pediu que as celebrações sejam conduzidas pelo padre adjunto Marco Antônio. Fonte: https://oglobo.globo.com
Quinta-feira, 27 de outubro-2022. 30º Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 13, 31-35)
31No mesmo dia chegaram alguns dos fariseus, dizendo a Jesus: Sai e vai-te daqui, porque Herodes te quer matar. 32Disse-lhes ele: Ide dizer a essa raposa: eis que expulso demônios e faço curas hoje e amanhã; e ao terceiro dia terminarei a minha vida. 33É necessário, todavia, que eu caminhe hoje, amanhã e depois de amanhã, porque não é admissível que um profeta morra fora de Jerusalém. 34Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os enviados de Deus, quantas vezes quis ajuntar os teus filhos, como a galinha abriga a sua ninhada debaixo das asas, mas não o quiseste! 35Eis que vos ficará deserta a vossa casa. Digo-vos, porém, que não me vereis até que venha o dia em que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor!
3) Reflexão Lucas 13, 31-35
O evangelho de hoje nos faz sentir o contexto ameaçador e perigoso no qual Jesus vivia e trabalhava. Herodes, o mesmo que tinha matado João Batista, quer matar Jesus.
Lucas 13,31: O aviso dos fariseus a Jesus
“Nesse momento, alguns fariseus se aproximaram, e disseram a Jesus: "Deves ir embora daqui, porque Herodes quer te matar". É importante notar que Jesus recebeu o aviso da parte dos fariseus. Algumas vezes, os fariseus estão juntos com o grupo de Herodes querendo matar Jesus (Mc 3,6; 12,13). Mas aqui, eles são solidários com Jesus e querem evitar a morte dele. Naquele tempo, o poder do rei era absoluto. Ele não prestava conta a ninguém da sua maneira de governar. Herodes já tinha matado a João Batista e agora está querendo acabar também com Jesus.
Lucas 13,32-33: A resposta de Jesus
“Jesus disse: "Vão dizer a essa raposa: eu expulso demônios, e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho”. A resposta de Jesus é muito clara e corajosa. Ele chama Herodes de raposa. Para anunciar o Reino Jesus não depende da licença das autoridades políticas. Ele até manda um recado informando que vai continuar seu trabalho hoje e amanhã e que só vai embora depois de amanhã, isto é, no terceiro dia. Nesta resposta transparece a liberdade de Jesus frente ao poder que queria impedi-lo da realizar a missão recebida do Pai. Pois quem determina os prazos e a hora é Deus e não Herodes! Ao mesmo tempo, na resposta transparece um certo simbolismo relacionado com a morte e a ressurreição ao terceiro dia em Jerusalém. E para dizer que não vai ser morto na Galiléia, mas sim em Jerusalém, capital do seu povo, e que vai ressuscitar no terceiro dia.
Lucas 13,34-35: Lamento de Jesus sobre Jerusalém
"Jerusalém, Jerusalém, você que mata os profetas e apedreja os que lhe foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir seus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas você não quis!” Este lamento de Jesus sobre a capital do seu povo evoca a longa e triste história da resistência das autoridades aos apelos de Deus que chegavam a elas através de tantos profetas e sábios. Em outro lugar Jesus fala dos profetas perseguidos e mortos desde Abel até Zacarias (Lc 11,51). Chegando em Jerusalém pouco antes da sua morte, olhando a cidade do alto do Monte das Oliveiras, Jesus chora sobre ela, porque ela não reconheceu o tempo em que Deus veio para visitá-la." (Lc 19,44).
4) Para um confronto pessoal
1) Jesus qualifica o poder político como raposa. O poder político do seu país merece esta qualificação?
2) Jesus tentou muitas vezes converter o povo de Jerusalém, mas as autoridades religiosas resistiram. E eu, quanto vezes resisti?
5) Oração final
Procurai o SENHOR e o seu poder, não cesseis de buscar sua face. Lembrai-vos dos milagres que fez, dos seus prodígios e dos julgamentos que proferiu. (Sl 104, 4-5)
Quarta-feira, 26 de outubro-2022. 30º Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
- Detalhes
1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 13, 22-30)
22Sempre em caminho para Jerusalém, Jesus ia atravessando cidades e aldeias e nelas ensinava.23Alguém lhe perguntou: Senhor, são poucos os homens que se salvam? Ele respondeu:24Procurai entrar pela porta estreita; porque, digo-vos, muitos procurarão entrar e não o conseguirão.25Quando o pai de família tiver entrado e fechado a porta, e vós, de fora, começardes a bater à porta, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos, ele responderá: Digo-vos que não sei de onde sois.26Direis então: Comemos e bebemos contigo e tu ensinaste em nossas praças.27Ele, porém, vos dirá: Não sei de onde sois; apartai-vos de mim todos vós que sois malfeitores.28Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac, Jacó e todos os profetas no Reino de Deus, e vós serdes lançados para fora.29Virão do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e sentar-se-ão à mesa no Reino de Deus.30Há últimos que serão os primeiros, e há primeiros que serão os últimos.
3) Reflexão Lucas 13, 22-30
O evangelho de hoje traz mais um episódio acontecido durante a longa caminhada de Jesus desde a Galiléia até Jerusalém, cuja descrição ocupa mais de uma terça parte do evangelho de Lucas (Lc 9,51 a 19,28).
Lucas 13,22: A caminho de Jerusalém
“Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo caminho para Jerusalém”. Mais uma vez Lucas menciona que Jesus está a caminho de Jerusalém. Durante os dez capítulos que descrevem a viagem até Jerusalém (Lc 9,51 a 19,28), Lucas, constantemente, lembra que Jesus está a caminho de Jerusalém (Lc 9,51.53.57; 10,1.38; 11,1; 13,22.33; 14,25; 17,11; 18,31; 18,37; 19,1.11.28). O que é claro e definido, desde o começo, é o destino da viagem: Jerusalém, a capital, onde Jesus será preso e morto (Lc 9,31.51). Raramente, informa o percurso e os lugares por onde Jesus passava. Só no começo da viagem (Lc 9,51), no meio (Lc 17,11) e no fim (Lc 18,35; 19,1), ficamos sabendo algo a respeito do lugar por onde Jesus estava passando. Deste modo, Lucas sugere o seguinte ensinamento: temos que ter claro o objetivo da nossa vida, e assumi-lo decididamente como Jesus fez. Devemos caminhar. Não podemos parar. Nem sempre, porém, é claro e definido por onde passamos. O que é certo é o objetivo: Jerusalém, onde nos aguarda o “êxodo” (Lc 9,31), a paixão, morte e ressurreição.
Lucas 13,23: A pergunta sobre os número dos que se salvam
Nesta caminhada para Jerusalém acontece de tudo: informações sobre massacres e desastres (Lc 13,1-5), parábolas (Lc 13,6-9.18-21), discussões (Lc 13,10-13) e, no evangelho de hoje, perguntas do povo: "Senhor, é verdade que são poucos aqueles que se salvam?" Sempre a mesma pergunta em torno da salvação!
Lucas 13,24-25: A porta estreita
Jesus diz que a porta é estreita: "Façam todo o esforço possível para entrar pela porta estreita, porque eu lhes digo: muitos tentarão entrar, e não conseguirão”. Será que Jesus diz isto só para encher-nos de medo e obrigar-nos a observar a lei como ensinavam os fariseus? O que significa esta porta estreita? De que porta se trata? No Sermão da Montanha Jesus sugere que a entrada para o Reino tem oito portas. São as oito categorias de pessoas das bem-aventuranças: (1) pobres em espírito, (2) mansos, (3) aflitos, (4) famintos e sedentos de justiça, (5) misericordiosos, (6) puros de coração, (7) construtores da paz e (8) perseguidos por causa da justiça (Mt 5,3-10). Lucas as reduziu para quatro: (1) pobres, (2) famintos, (3) tristes e (4) perseguidos (Lc 6,20-22). Só entra no Reino quem pertence a uma destas categorias enumeradas nas bem-aventuranças. Esta é a porta estreita. É o novo olhar sobre a salvação que Jesus nos comunica. Não há outra porta! Trata-se da conversão que Jesus pede de nós. Ele insiste: "Façam todo o esforço possível para entrar pela porta estreita, porque eu lhes digo: muitos tentarão entrar, e não conseguirão. Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vocês vão ficar do lado de fora. E começarão a bater na porta, dizendo: Senhor, abre a porta para nós! E ele responderá: Não sei de onde são vocês”. Enquanto a hora do julgamento não chegar, é tempo favorável para a conversão, para mudar nossa visão sobre a salvação e entrar em uma das oito categorias.
Lucas 13,26-28: O trágico mal-entendido
Deus responde aos que batem na porta: “Não sei de onde são vocês”. Mas eles insistem e argumentam: Nós comíamos e bebíamos diante de ti, e tu ensinavas em nossas praças! Não basta ter convivido com Jesus, de ter participado da multiplicação dos pães e de ter escutado seus ensinamentos nas praças das cidades e povoados. Não basta ter ido à igreja e de ter participado das instruções do catecismo. Deus responderá: Não sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, todos vocês que praticam injustiça!”. Mal-entendido trágico e falta total de conversão, de compreensão. Jesus declara injustiça aquilo que os outros consideram ser coisa justa e agradável a Deus. É uma visão totalmente nova sobre a salvação. A porta é realmente estreita.
Lucas 13,29-30: A chave que explica o mal-entendido
“Muita gente virá do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. Vejam: há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos". Trata-se da grande mudança que se operou com a vinda de Deus até nós em Jesus. A salvação é universal e não só do povo judeu. Todos os povos terão acesso e poderão passar pela porta estreita.
4) Para um confronto pessoal
1) Ter o objetivo claro e caminhar para Jerusalém: Será que tenho objetivos claros na minha vida ou deixo-me levar pelo vento do momento da opinião pública?
2) A porta é estreita. Qual a visão que tenho da Deus, da vida, da salvação?
5) Oração final
Glorifiquem-vos, Senhor, todas as vossas obras, e vos bendigam os vossos fiéis. Que eles apregoem a glória de vosso reino, e anunciem o vosso poder. (Sl 144, 10-11)
CNBB MANIFESTA SOLIDARIEDADE À MINISTRA CÁRMEN LÚCIA E ÀS PESSOAS VÍTIMAS DE AGRESSÕES VERBAIS E FÍSICAS
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A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) diante de fatos que, nas últimas horas, chocaram cidadãos e cidadãs comprometidos com o bem comum de nosso país, vem manifestar sua solidariedade às pessoas diretamente atingidas por ofensas verbais e outras formas de agressão, como as sofridas pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia Antunes Rocha.
Lamenta e recorda que um país efetivamente democrático não se constrói desse modo. A história tem exemplos a indicar o resultado dessas atitudes, exemplos que não devem ser desejados nem para o Brasil nem para qualquer outro lugar.
A vitória, no Brasil, há de ser sempre da paz, do bem comum, da convivência social serena, do respeito às instituições e da Democracia.
Em Cristo,
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-presidente da CNBB
Dom Mário Antônio da Silva
Arcebispo de Cuiabá (MT)
Segundo Vice-presidente da CNBB
Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB
Fonte: https://www.cnbb.org.br
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