Padre da Polícia Militar no DF é preso em flagrante por importunação sexual de jovem de 16 anos.
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Sacerdote teria convidado adolescente que vendia bombons na rua para ir até a sua casa onde teria proposto 'brindes' por favores sexuais
Uma armadilha preparada pela polícia culminou com a prisão em flagrante, na sexta-feira (21/10), do padre Jerfson dos Santos e Santos, tenente e sacerdote da Polícia Militar do Distrito Federal. Ele é acusado de importunação sexual de um jovem de 16 anos que vendia bombom nas ruas em Águas Claras, no Distrito Federal DF. A informação, divulgada pelo Metrópoles, foi confirmada pelo GLOBO. Após passar de carro por onde o adolescente vendia doce, o sacerdote o convenceu a ir até a casa dele porque estava sem dinheiro e tentou molestá-lo. Com a recusa do garoto, Jeferson concordou levá-lo de volta desde que dirigisse o carro e, numa nova tentativa de abuso, a vítima fugiu com o veículo. O jovem foi até a polícia e combinou com os policiais de devolver o veículo no estacionamento de um supermercado onde o religioso foi preso em flagrante.
O oficial é alvo, desde o final de 2021, de apurações conduzidas pelo Departamento de Controle e Correição (DCC) da Polícia Militar. Ele é investigado por denúncias de assédio a colegas que frequentavam suas missas. Em um dos casos, o padre é suspeito de ter convidado o filho de um policial a viajar com ele até Caldas Novas. Após as denúncias, o então bispo militar afastou Jerfson até que as investigações fossem concluídas. Procurada, a assessoria de comunicação da Polícia Civil do Distrito Federal informou ao GLOBO que o sacerdote foi indiciado por importunação sexual e entrega de direção a inabilitado. Segundo a instituição, a prisão do padre se deu por volta de 21h de sexta-feira e os detalhes da investigação são mantidos em sigilo porque menores têm proteção legal por força do Estatuto da Criança e do Adolescente. Jeferson está detido no Batalhão da Polícia Militar no Distrito Federal.
Mas a punição chegou antes devido à investida contra o ambulante. O adolescente contou que vendia bombons quando o militar se aproximou de carro e falou que levaria os chocolates, mas estava sem dinheiro e precisava que o acompanhasse até sua casa que era perto. No carro, o jovem já começou a observar atitudes suspeitas. Primeiramente, segundo contou aos policiais, o sacerdote ofereceu que ele dirigisse o carro apesar de ser menor de idade. Além disso, no apartamento tentou tocar o corpo do rapaz e sugeriu dar o dinheiro pelos bombons e um "brinde" se referindo, de acordo com a vítima, a um ato sexual.
O adolescente contou que convenceu o militar a deixá-lo ir embora e ele o levou de carro até a estação do metrô. Durante a viagem, ele mais uma vez teria dado a direção do veículo ao jovem que disse, durante o trajeto, que um pneu tinha furado. Quando o padre saiu para verificar o que tinha ocorrido, ele escapou e pediu socorro. Orientado sobre ir até uma delegacia, ele chegou na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) e relatou os abusos sofridos. Como o padre tinha a chave de pix do menino com o número de celular, passou a enviar mensagens ao garoto com ameaças, dizendo que ele teria problemas caso não devolvesse o carro ou contasse a situação para a polícia.
Foi combinado que a vítima do abuso deixaria o veículo no estacionamento de um supermercado de Águas Claras. No local, policiais civis esperaram o tenente da PM. Abordado, ele acabou preso em flagrante com base no depoimento e nos prints da conversa.
Padre e militar da PMDF, o acusado negou o crime e contou uma versão diferente na delegacia, segundo o Metrópoles. Ele disse que estava em Taguatinga Norte para ir ao mercado, mas não soube detalhar o nome do estabelecimento. Por perto, viu o garoto vendendo os bombons, parou e se ofereceu para comprar uma caixa inteira, mas sugeriu que o adolescente passasse a trabalhar em Águas Claras, onde o fluxo de pessoas era maior.
Segundo ele, o garoto disse que morava em Águas Lindas e não sabia como chegar lá. O padre, então, teria oferecido carona. O militar ainda argumenta que foi o menino que pediu para dirigir e só deixou porque achou que ele teria 18 anos.
Sobre a importunação sexual, o padre alegou que apenas pegou na perna do garoto dentro do carro, dizendo que ele dirigia muito bem, porque estaria surpreso com a habilidade. Outra parte da história contada na delegacia que chamou atenção foi a descrição de como eles foram parar no apartamento.
O homem diz que o adolescente perguntou onde ele morava e indicou o caminho. Quando o carro se aproximou do portão da garagem do prédio, ele teria aberto sozinho, por causa de uma TAG de identificação veicular. O acusado também se defende contando que foi o garoto que pediu para subir e, dentro da casa, teria prometido “algo a mais” caso ele comprasse todos os bombons, que seriam favores sexuais.
O padre ainda conta, na versão, que teria recebido uma proposta sexual do garoto por R$ 500. Sobre o furto do carro, ele diz que chegou a ligar para a PM, mas desistiu de formalizar a denúncia quando recebeu mensagem do garoto negociando a entrega.
Os prints das mensagens trocadas entre os dois foram anexadas ao processo e um primo da vítima foi contatado. A prisão do padre foi informada à corregedoria da Polícia Militar e um PM foi até a delegacia. Ele conduziu o autuado ao 19° Batalhão de PMDF. A reportagem entrou em contato com a corporação e solicitou nota sobre os fatos, mas não recebeu retorno até a última atualização desta matéria. O espaço segue aberto. O padre foi nomeado como capelão militar da PMDF em janeiro de 2020.
Em nota, a PMDF disse que o capelão encontrava-se afastado de suas funções no âmbito da Polícia Militar e da igreja, aguardando decisão de processo que tramitava no âmbito da Igreja Católica. “Ao ser acionada, a Polícia Militar prontamente deslocou à delegacia para as providências cabíveis. Cabe salientar que nossa Bicentenária Corporação está nas ruas 24 horas por dia, 07 dias por semana, em todas as Regiões Administrativas, para bem servir e proteger a Sociedade da Capital e não coaduna com fatos que sejam contrários a legislação e regulamentos em vigor”, destacou a corporação. Fonte: https://oglobo.globo.com
NOTA DE REPÚDIO EM SOLIDARIEDADE AO BISPO DIOCESANO DOM ALDEMIRO SENA DOS SANTOS
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DIOCESE DE GUARABIRA
NOTA DE REPÚDIO
A Diocese de Guarabira – clero diocesano, religiosos e religiosas, leigos e leigas que a constituem – demonstra, por meio desta nota, solidariedade ao seu Bispo Diocesano, Dom Aldemiro Sena dos Santos, que foi vítima de agressões verbais, na sacristia da Igreja Catedral de Nossa Senhora da Luz, em Guarabira – PB, após a celebração da Santa Missa – na manhã deste domingo (23). Essas ações de repressão e opressão à fé cristã, claramente motivadas por tendências ideológicas fascistas e autoritaristas, são e serão veementemente repudiadas pela Comunidade Diocesana que se posiciona, sobretudo, ao lado de Jesus Cristo – Príncipe da Paz (Is 9,6).
Atitudes de violência, como a que foi sofrida pelo Bispo de Guarabira, sinalizam a existência de perseguição ao cristianismo autêntico que tem sua opção pelos mais pobres (Lc 6,20), vulneráveis (Jo 8,11), estigmatizados e marginalizados (Mc 1,40-41). Não obstante, também desvelam aqueles que, de fato, desrespeitam a fé, maculam a religiosidade e profanam o templo ao modelo dos vendilhões expulsos por Nosso Senhor (Jo 2,13-16). Nesse sentido, concebemos que quaisquer tentativas de silenciar a pregação do Evangelho configura-se como uma violação à liberdade religiosa, direito assegurado constitucionalmente.
Para o catolicismo (CIC 1549), a presença de Jesus Cristo torna-se visível no seio da comunidade através do Bispo que, por excelência, corresponde ao sucessor dos apóstolos. A missão que lhe coube é, portanto, proteger, cuidar, guiar e amparar o rebanho, apascentando as ovelhas de Deus (Jo 21,15-17). Desse modo, é válido retomar a constituição dogmática Lumen Gentium, segundo a qual, “os Bispos sucedem aos Apóstolos, como pastores da Igreja; quem os ouve, ouve a Cristo; quem os despreza, despreza a Cristo e Aquele que enviou Cristo”. Nesses termos, desrespeitar a mensagem de Dom Aldemiro Sena é igualmente desrespeitar Aquele que lhe conferiu autoridade no âmbito da Igreja e que lhe confiou o papel de arauto e protetor zeloso do ensinamento de Jesus.
Por fim, é imprescindível reiterar que, através desta, repudia-se não apenas o ataque fascista à pregação do Evangelho ocorrido na casa de Nossa Senhora da Luz, mas a toda e a qualquer forma de violência, de violação à liberdade religiosa, de perseguição e intolerância. Rogos sejam feitos à Virgem Maria para que a comunidade cristã não se desvencilhe de Jesus Cristo, todavia, esteja cada vez mais a Ele ligada através da vivência do amor e da paz. Fonte: https://www.diocesedeguarabira.org.br
Os evangélicos contra-atacam com ‘Messias’
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Encontro de Michelle Bolsonaro e Damares Alves com fiéis no Rio Brenno Carvalho
Na época da ditadura militar, um censor, furibundo com alguns diálogos de uma peça teatral, convocou o autor a dar explicações. Por razões conhecidas, Shakespeare não pôde comparecer.
Nestes tempos michelenescos, o afável arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, se viu obrigado a explicar por que usa vestes vermelhas. O inquisidor ouviu algo mais ou menos assim:
—É a cor dos cardeais, meu filho.
No Twitter, dom Odilo cravou:
— Conheço bastante a História. Às vezes, parece-me reviver os tempos da ascensão ao poder dos regimes totalitários, especialmente o fascismo. É preciso ter muita calma e discernimento nesta hora!
Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, buscou inspiração em trecho de “Irmãos Karamazov”, de Dostoiévski, para cravar sua incredulidade diante da terra arrasada pelo Bolsolão:
— Quem mente a si mesmo e escuta as próprias mentiras chega ao ponto de já não poder distinguir a verdade dentro de si mesmo.
É possível que algum eleitor de Damares ou um pastor que prega nos cultos contra os homossexuais venha a chamar os Karamazov de comunistas, mas, vá lá, é da vida: o chefe deles já disse que -5% + 4% são 9% positivos. Perdoai-o, mas com Oscar Wilde na cabeça:
—Os loucos às vezes se curam; os imbecis, nunca.
Desde a redemocratização, pela primeira vez a Igreja Católica, trazida à vida terrena, se vê às voltas com laivos autoritários. Na ditadura militar não ocorreu; mas no regime nazista aconteceu algo semelhante às cenas de 12 de outubro. No dia de Nossa Senhora Aparecida, a milícia bolsonarista perseguiu padres em Aparecida , vaiou a homilia da missa principal, gritou palavrões e ainda fez brindes com latas de cerveja dentro da igreja.
A turba ensandecida saiu das redes sociais, incensada pelos pastores bolsonaristas, e, inspirada pelo desamor exalado por seu capitão, agora se comporta como milícia armada —e mira o contingente de fiéis católicos.
Ali pelo século IV e V, os protocristãos, perseguidos pela ignorância e pelo ódio, eram jogados aos leões, em espécie de sádico prazer. O sadismo se manifesta diante do infortúnio alheio — por exemplo, imitar alguém sufocado pela Covid-19. Ou na descrição libidinosa, detalhada e colorida, com brilho nos olhos, de crianças com dentes arrancados para fazer sexo oral. O prazer doentio se revela nas interjeições.
A milícia atual vigia, e ameaça e caça, conceitos vagos ditados por uma sombra escura de inclemência e ressentimento. Reagem, à semelhança dos ratos de Pavlov, quando explodem em seus ouvidos palavras como miséria, fraternidade ou empatia. Por desconhecerem o Evangelho, atacam os padres durante os sermões. E destroem imagens de santos. E correm atrás de quem veste batina.
As palavras de Cristo, em ensinamentos gravados na Bíblia, são ouvidas agora como acintes da esquerda. A turba esquece que Jesus Cristo acabou crucificado por seu tom solidário e generoso, verdadeiro incômodo ao poder da época: “Não roubarás; não matarás”; e, sentiram as meninas venezuelanas, “não desejarás a mulher do próximo”.
O problema de quem vaiou a catequese no Santuário de Aparecida é ter lido apenas a orelha dos Evangelhos e/ou acreditar na má-fé dos pastores bolsonaristas, religiosamente incultos e ideologicamente comprometidos. O cristianismo (como filosofia) nasceu em meio ao descalabro da escravidão, da pobreza brutal e da miséria civilizacional —pedofilia, satanismo, matanças entre os clãs, abuso de poder.
Demorou para a Igreja Católica ser enredada e reagir, de maneira ainda capenga, à instrumentalização da fé religiosa como base partidária. Os cães bolsonaristas há tempos vociferam a postura intolerante de jogar os adversários aos leões. É a mesma toada da turba romana. Os ataques às homilias e aos padres em diversas igrejas Brasil afora ocorrem quando ecoam os ensinamentos contra a violência, a intolerância e a mentira. De novo, Dom Leonardo Steiner:
— Usar a religião como ameaça a fim de angariar voto tem cheiro de imoralidade.
O manejo descarado e argentário da religião, se no momento atiçou parte da cúpula católica brasileira, obrigada a reagir ao retrocesso civilizacional (“quero todo mundo armado”), agora gera mobilização entre as denominações não embolsadas. Desde dias atrás, o projeto de poder messiânico de Michelle e Damares é desafiado dentro de seu quintal, encarnado pelo hit gospel “Messias”, cantado por Leonardo Gonçalves, entre os maiores sucessos no YouTube. Vale muito ouvir. A letra deve azedar as manhãs delas:
E tudo isso por causa de política/Por causa de um falso pânico moral/Promovido pelos donos de igreja/Que tiveram o perdão de uma dívida /De 1,4 bilhões de reais/Decretado pelo presidente da República (…)/A gente tem fome e sede de justiça.
Para os religiosos independentes, tem nome e endereço o satanás. Fonte: https://oglobo.globo.com
De Roma, Bispos do Espírito Santo lançam carta aberta ao povo de Deus
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Paz e Bem!
Reunidos em Roma, onde participam da Visita Ad Limina Apostolorum, os bispos do Espírito Santo (Regional Leste 3) lançaram, nesta quinta-feira (20/10), uma carta aberta ao Povo de Deus sobre os valores e as atitudes que devem nortear a escolha dos candidatos, às vésperas do segundo turno eleitoral.
A carta, que exorta a todos para a promoção da paz, da justiça e da fraternidade, foi escrita pelos bispos após encontro com o Papa Francisco, ocorrido na manhã desta quinta.
“Neste segundo turno eleitoral, o futuro do nosso Estado, aquilo que desejamos para nossas crianças, jovens, adultos e idosos, está sendo moldado. Por isto, todos nós devemos agir sempre comprometidos com a verdade, a justiça e a paz, na defesa da vida e da dignidade de todas as pessoas, especialmente os mais pobres e vulneráveis”, menciona um determinado trecho.
Roma, 20 de outubro 2022.
“Deixo-vos a Paz, a minha paz vos dou!” (Jo 14,27)
Caros irmãos e irmãs
A todos, graça e bênção da parte de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Príncipe da Paz!
Neste tempo de grandes desafios e esperanças, encontramo-nos em Roma, participando da Visita Ad Limina Apostolorum, junto aos túmulos dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, colunas da Igreja, e, em unidade com o Papa Francisco, com quem hoje nos encontramos, dirigimo-nos ao Povo de Deus do Estado do Espírito Santo, que se prepara para escolher os seus candidatos, às vésperas do segundo turno eleitoral.
Nosso Estado nasceu no dia de Pentecostes, celebração litúrgica que evoca o envio da Igreja pelo mundo inteiro para anunciar, com a alegria evangélica, as maravilhas do Reino de Deus, fazendo discípulos missionários de Jesus Cristo, formados com os valores do Reino para a promoção da paz, justiça e fraternidade.
Nossa história também foi marcada pela presença da Virgem Maria, reconhecida sempre como aquela que intercede e caminha conosco, a quem nós, capixabas, saudamos e reverenciamos como Nossa Senhora da Penha, Senhora das Alegrias.
Estas nossas origens cristãs não podem ser jamais esquecidas, a fim de que não percamos o rumo e a direção que devemos seguir na construção de um Estado marcado pelos frutos do Espírito Santo, que são: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, felicidade, mansidão e autodomínio” (Gl 5,22).
Neste segundo turno eleitoral, o futuro do nosso Estado, aquilo que desejamos para nossas crianças, jovens, adultos e idosos, está sendo moldado. Por isto, todos nós devemos agir sempre comprometidos com a verdade, a justiça e a paz, na defesa da vida e da dignidade de todas as pessoas, especialmente os mais pobres e vulneráveis, que sofrem ao longo dos anos, com a ausência de políticas públicas voltadas para o seu bem-estar integral, conforme ensina a Doutrina Social da Igreja. A verdadeira cidadania cristã exige diálogo, respeito, solidariedade e repúdio a toda e qualquer forma de violência, que fere a vida e a dignidade das pessoas.
As mentiras sobre fechamento de Igrejas, o medo, o ódio e a violência política que são disseminadas pelas ruas e pelas mídias sociais não podem calar a verdade do empobrecimento e da fome que a realidade nos mostra, orientando, assim, o agir e o voto dos cristãos. Não podemos admitir que o nosso Estado retroceda na garantia de direitos, na confiança e seriedade das instituições, no combate a toda forma de violência que provoca tanto prejuízo, dor e sofrimento ao povo, principalmente aos pequenos e empobrecidos.
Quando o voto é iluminado pela fé e a razão e não pela mentira e pelo medo, realiza-se um pacto com os governantes, pelo nosso futuro e pelo futuro de quem amamos, como uma manifestação de nossa vontade de viver num Estado que gera e faz a vida crescer.
A Carta Pastoral que escrevemos sobre a “Melhor Política” lança luzes sobre a realidade do nosso Estado e do nosso País, com princípios e orientações importantes para ajudar aos cristãos e a todos os que procuram o bem comum a escolherem os seus governantes.
Clamamos pela Paz e confiamos a vida do povo do nosso Estado do Espírito Santo à intercessão maternal de Maria, Nossa Senhora das Alegrias, a Virgem da Penha, pedindo sobre todos e todas a luz e o discernimento do divino Espírito, a fim de que nos comprometamos a construir o Estado que tanto desejamos, a partir da “Melhor Política”, isto é, a do Bem Comum.
Dom Dario Campos, OFM
Arcebispo Metropolitano de Vitória
Presidente do Regional Leste 3
Dom Paulo Bosi Dal’Bó
Bispo da Diocese de São Mateus
Vice-presidente
Dom Luiz Fernando Lisboa
Bispo da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim
Secretário
Dom Lauro Sérgio Versiani Barbosa
Bispo da Diocese de Colatina
Dom Andherson Franklin Lustoza de Souza
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória
Fonte: Diocese de Cachoeiro de Itapemirim-ES
30º Domingo do Tempo Comum- Dia Mundial das Missões
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QUEM ESTÁ JUSTIFICADO?
Dom Lindomar Rocha Mota
Bispo de São Luís de Montes Belos (GO)
É sobre a justificação que discorre o Evangelho de Lucas 18,9-14. Um tipo de justificação um tanto diversa daquela que se combateu na ruptura de primeira hora do protestantismo.
Em questão, dois homens diante de Deus; o primeiro oferece muito e agradece porque não é pecador e igual aos outros; o segundo oferece pouco e envergonhado.
A justificação, portanto, vem das obras conscientes de quem sabe que tudo que se oferece a Deus vale somente em proveito de quem o oferece. Elas nada acrescentam a Deus, mas mostram a nossa fidelidade.
O orgulho no oferecer e o engrandecimento pessoal, ao contrário, conduzem para longe de Deus e da justificação. Até na sublime forma de vida, a oração, pode se esconder o orgulho e o interesse próprio. Quanto a isso Jesus já expôs exaustivamente: “Se alguém reza para ser visto já recebeu a sua recompensa”. Do mesmo modo, poderíamos continuar falando das oferendas e até da vida ascética.
O Senhor, por outro lado, é um juiz que não faz discriminação de pessoas. A humildade é o combustível requerido para ser acolhido por Deus. A prece do humilde atravessa as nuvens (Eclo 13,21) e chega às alturas insondáveis, onde o julgamento é pronunciado.
A contradição é instalada na parábola de Jesus: “Dois homens subiram ao Templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos” (Lc 18,10). Dada a comparação, esperava-se que o fariseu saísse justificado. Ele mesmo está confiante em suas obras e em sua fé. Não pede, ele agradece por aquilo que é! Agradece pela diferença e não pela unidade, colocando-se acima dos demais.
Ao ficar de longe, cabeça baixa e envergonhado, o cobrador de impostos uniu sua fé, pois estava no Templo, e sua obra. Genuflexo diante de Deus exclamava “Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador”!
A coragem de ser e de crer deste homem levou Jesus a concluir: este último voltou para casa justificado, o outro não” (Lc 18,14).
A justificação, portanto, é uma junção entre fé e obra, e é ainda mais! Ela um sentimento de compaixão que se cultiva por si mesmo e pelo outro. Um movimento naquele espaço
onde a obra é Graça e a Graça é obra. Onde tudo se mistura e, sem que saibamos como, comove a Deus! Deus comovido é o princípio de nossa justificação. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Evangélicos pregam Brasil governado por igreja com Bolsonaro reeleito
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Conferência Global 22 reúne bispos e pastores pops em Brasília para profetizar um país refundado em valores cristãos a partir de 30 de outubro
BRASÍLIA
[RESUMO] Bispos e pastores pops fazem da Conferência Global 22 Renascimento, em Brasília, plataforma de difusão de profecias para um país que, acreditam, será refundado em valores cristãos a partir de 30 de outubro, com a reeleição de Jair Bolsonaro (PL). Entre os dias 12 a 15, a Folha acompanhou a extensa programação do encontro que reuniu cerca de 2.500 evangélicos por dia no Hípica Hall, espaço de shows e eventos de luxo recém-adquirido pela igreja Comunidade das Nações, frequentada pela primeira-dama Michelle Bolsonaro e pela senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF).
Sob um show de luzes no palco, eles profetizam uma nova era a partir de 30 de outubro e apostam na reeleição de Jair Bolsonaro (PL). JB Carvalho e Dirce Carvalho, bispos da Comunidade das Nações, são os anfitriões da Conferência Global 22, em sua 11ª edição em Brasília.
Evento profético para um Brasil com Cristo
Durante quatro dias, líderes evangélicos pops se colocaram na linha de frente da guerra espiritual travada nas eleições deste ano. Perfilados na trincheira bolsonarista e com o lema "Deus, Pátria, Família e Liberdade", os autodenominados profetas bradam contra progressistas, ideologia de gênero e degradação dos lares, males que associam ao petismo.
Para nomes famosos no meio, como o pastor Claudio Duarte, a apóstola Valnice Milhomens e o coach Tiago Brunet, Bolsonaro é o novo messias. A seguir, o relato do dia a dia do evento, definido como celeiro de profetas e missionários "de um novo Brasil governado pela igreja e por valores cristãos".
DIA 1 (12/10)
O controle de entrada no Hípica Hall é feito por QR Code. São 20h e está prestes a começar a conferência. O salão principal está lotado. No espaço VIP, mulheres com roupas e acessórios de grife e homens de terno se misturam a jovens de tênis da moda, em mix de público de festa de casamento e festival de rock.
A banda Morada convida os irmãos a "liberar a criança que está dentro de você", referência ao Dia da Criança, festejado naquela quarta-feira (12), também dedicada à padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, não citada ali.
Hits gospel são entoados com fervor pela plateia que dança e louva no espaço para 2.500 fiéis sentados. Às 21h, JB Carvalho faz a oração que dá a largada à maratona de pregações e shows também transmitida ao vivo para inscritos.
"Nós estamos aqui nesse feriado dizendo que o Senhor é o Senhor do Brasil. Jesus, seja entronizado nessa nação. Seja entronizado na economia, no sistema educacional, nas famílias, na mídia, nas artes."
As palavras do bispo são recebidas com "amém" pelo público que vai de jovens tatuados a senhoras de saias longas e Bíblia em punho. Para muitos, o dress code requer vestes em verde ou amarelo, camisetas da seleção e até a bandeira enrolada ao corpo.
Nesse clima, entra em cena a principal atração de abertura, o profeta chileno Victor Hugo, pastor da Ives Church, casado com brasileira. "Quem vai sair renovado daqui?", indaga ele, exemplo de fé pela cura de um câncer no estômago.
"Neste momento do país, isso é mais que conferência, é ajuntamento profético", define. "O inimigo nunca imaginou encontrar um exército de profetas reunido em Brasília."
O pregador encoraja os irmãos: "Chegou o tempo da igreja". E critica lamentos pelo cenário político conturbado. "Vocês vão ter um encontro com a profecia", diz, sobre a vitória em 30 de outubro. Nas andanças por Argentina, Chile e México, ele costuma dizer que "Deus está preparando alguém para governar o Brasil".
Para o país decolar, avalia que os brasileiros precisam ajustar a visão, enxergar a solução e não o problema. "Quem está com a visão errada enxerga pesquisas e jornais. A visão certa enxerga a vitória."
E prevê que, se o Brasil se alinhar espiritualmente, toda a América Latina vai no mesmo caminho. "Senhor, te peço que meus irmãos brasileiros profetizem um novo tempo. Se o Brasil cai, cai todo o continente."
"Chegou o tempo da igreja. Deus está preparando alguém para governar o Brasil". Victor Hugo. Pastor e profeta chileno
Nesse clima de triunfo eleitoral, JB Carvalho faz a prece de encerramento. O bispo agradece a presença da ministra Cristiane Britto, da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. "Ministra, Deus vai guardar a sua vida e a da nossa senadora eleita", diz, referindo-se a Damares Alves, ex-titular da pasta, eleita senadora pelo Distrito Federal.
"Queremos abençoar sua vida. Mais são aqueles que estão conosco do que aqueles que estão contra nós", ora Carvalho, em referência ao fogo cruzado contra a ex-ministra, após declaração de que crianças foram traficadas na Ilha de Marajó (PA) e tiveram dentes arrancados para "não morderem na hora do sexo oral".
O bispo expressa apoio. "Deus está impondo a agenda dele sobre qualquer agenda contra você. Amém."
DIA 2 (13/10)
Às 9h30, hinos de reavivamento espiritual marcam o início da jornada. O pastor Dito Rodrigues, que três dias antes postara foto com Jair Bolsonaro, declara: "O Brasil da esperança tem nome". Ele aquece o público para Lucinho Barreto, um dos pastores da Igreja Batista da Lagoinha, de Belo Horizonte.
"Quem aqui é resistência? Como no Dia D na Normandia, não temos medo de bala e vamos vencer", diz o líder da igreja de 92 mil membros, comparando o segundo turno à batalha que selou o início da derrocada dos nazistas na Segunda Guerra.
Em seguida, dá boas-vindas a irmãos de todo o Brasil. "Encontrei gente até do Maranhão. Outra língua, outro fuso horário e outro presidente", brinca, sobre o estado nordestino lulista.
"Bolsonaristas me dizem: ‘Pastor, você está chato’", admite, sobre posts pró-Bolsonaro no Instagram para os 2,3 milhões de seguidores. "Dia 30, voltamos à programação normal. Estamos sendo chamados para a guerra."
E dá o próprio exemplo de vitória sobre um câncer de boca, do qual se declara curado após cirurgia nos EUA. Usa o arquétipo de Davi, escolhido de Deus para vencer o gigante Golias e reinar em Israel. "Davi era quase gay na aparência, não era um brucutu. Um lutador de MMA saiu de dentro daquele Menudo", compara.
"Em 30 de outubro, estamos sendo chamados para a guerra". Lucinho Barreto-Pastor da Igreja Batista Lagoinha
"Já disseram que eu, André Valadão e Nikolas Ferreira temos um caso", relata, ao citar, respectivamente, o polêmico cantor e o deputado federal eleito pelo PL-MG com maior votação no país, todos da mesma Lagoinha. "Deixem falar, tenho um país pelo qual lutar."
Lucinho passa para análise do quadro eleitoral. "Lula ganhou o primeiro turno, mas vamos ver Jair Messias ganhar. Havia um clima de já ganhou e a igreja levou um susto." Encerra com prece: "Senhor, olha para quem está triste pelo momento político e com forças exauridas. Transforma eles em teus valentes".
A programação matutina traz ainda o nome internacional desta edição, a americana Chantell Cooley, cofundadora da Columbia Southern University. "O Brasil vai ocupar o trono", afirma. Ela pede que a plateia repita diversas vezes a profecia. "Os demônios que estão sobre essa nação não vão vencer."
Antes do almoço, o painel "Cosmovisão Bíblica e Escatologia", mediado por JB Carvalho, reúne Jean Regina, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito e Religião, e o apóstolo Henrique Schmitt.
"O plano de governo de Bolsonaro para 2023 a 2026 deixa claro o respeito às liberdades religiosa e individuais. O do Lula, ninguém sabe. Na retórica, ele deixa claríssimo que vai ter a liberdade que quiser dar", compara Regina. "Em governo progressista teremos decréscimo nas liberdades."
Carvalho indaga como ter visão positiva em cenário tão conturbado. "Você não pode andar pelas notícias, pelos jornais", responde o apóstolo. "A igreja tem que olhar pelo que ela crê, não pelo que vê."
Uma das crenças é o perigo do comunismo. O bispo introduz a questão falando dos três estágios da implantação do regime: a infiltração na educação e na mídia, a ocupação e a consumação. "Parece que interrompemos esse processo com o impeachment de Dilma Rousseff, que, com seu Plano Nacional de Direitos Humanos, ia implementar tudo isso", diz o mediador.
"Quando Lula tomou o poder, começou o processo de reconstrução de um modelo de Estado", diz Regina.
A discussão acaba em tom apocalíptico. "Minha esperança é Jesus voltar até o dia 30", diz o apóstolo. "É o início de uma nova era."
A programação noturna tem Ronny Oliveira, apresentado como um dos grandes profetas da atualidade. "Nessa conferência profética, palavras se tornam decretos, abençoando a nação inteira", diz o pastor da Assembleia de Deus Nueva Allianza, na Argentina.
"Brasil, não viva o que dizem a mídia e a estatística, mas o que Deus diz", declara. Pede para que repitam: "O gigante acordou". Avivamento que irá revolucionar outras nações, avalia.
DIA 3 (14/10)
A programação começa com cantoras gospel de rosa no palco, cor também escolhida pela primeira pregadora. Ezenete Rodrigues, líder de intercessão da Igreja Batista da Lagoinha, declara que é chegado o tempo dos improváveis.
Pede que Deus derrame sobre ela o seu espírito e profere palavras incompreensíveis. Volta à língua pátria para ensinar a se posicionar diante das ameaças. "Vamos sair daqui com estratégias do céu", diante do bombardeio no WhatsApp, na TV, no Uber. "Só se fala de direita e esquerda."
A profetiza estimula os fiéis a serem fortes e corajosos para preservar a liberdade religiosa e os valores cristãos. A guerra já foi vencida, acredita. "Pode vir a notícia que vier. Quando vejo o outro lado trabalhando, eu cancelo e digo: estou te destruindo na autoridade do Senhor", relata a profetiza que tem 607 mil seguidores no Instagram.
Ela exorta todos a sair do muro nestas eleições para vencer o "império das trevas". "Não é sobre um homem nem sobre um partido. Quem vai governar é a igreja." E passa a bola para a sua mãe espiritual, a apóstola Valnice Milhomens.
A televangelista chega de saia longa azul e blusa verde-amarela com inscrição "Ore pelo Brasil". Apoiadora em 2010 de Marina Silva, também evangélica, ela agora capitaneia jornada de jejum e oração pela reeleição de Bolsonaro.
"Não é sobre um homem nem sobre um partido. Quem vai governar é a igreja". Ezenete Rodrigues-Profetiza
"Cada um vai responder diante de Deus pelo seu voto. É a favor do aborto? Não. Ideologia de gênero? Não. Legalização da maconha? Não."
Valnice mostra como usar a armadura de Deus para ter a vitória pela fé na tal guerra espiritual. "O que vemos e ouvimos é distorcido pela atmosfera ao redor." A igreja está dividida, admite. "Como pastores estão votando no Lula?"
Na quarta (19), o petista divulgou carta aos evangélicos qualificando de "triste escândalo" o uso da fé para fins eleitorais. Lideranças progressistas, como pastor Ed René Kivitz, posicionam-se contra o fundamentalismo. "O bolsonarismo é ameaça ao Estado democrático de Direito."
A apóstola prefere não se informar. "Não leio, não ouço, não clico nos links, não quero saber o que o Diabo está falando, não quero saber de acusações. Só quero saber o que o trono está falando." Aplausos.
Valnice enfatiza que toda semana pastores vão ao gabinete presidencial orar e dizer que quem senta naquela cadeira é Jesus Cristo. "Ele é o governante desta nação." A justificativa para a reeleição de Bolsonaro é "não queremos que Jesus saia do Planalto".
"Não leio, não clico nos links, não quero saber o que o Diabo está falando. Só quero saber o que o trono está falando". Valnice Milhomens-Apóstola
Ao concluir, ela reafirma: "Não olhemos para a mídia nem para pesquisas. Levantemos o escudo da fé contra os dardos da dúvida e do medo lançados contra nós."
É hora do intervalo. No hall, camisetas com o lema "Ore pelo Brasil" são vendidas a R$ 49,90. Filas se formam por autógrafos de JB Carvalho, tietado pela comitiva maranhense.
Depois do almoço, o bispo apresenta uma das atrações mais esperadas, Claudio Duarte, pastor com quase 8 milhões de seguidores no Instagram. De camiseta estilizada com a bandeira e a inscrição "oro por ti Brasil", o showman mescla mensagem religiosa e tiradas de humor. Também entra no tom profético-eleitoral e pergunta a si mesmo, que declarou votar 22: "Pastor, e se nós não ganharmos a eleição?".
A possibilidade de derrota não o amedronta, em cenário em que Lula está à frente por margem pequena. "Não tenho medo disso não. Em Gênesis, Isaque prospera em ambiente desfavorável." É aplaudido. "Deus está nos chamando para uma nova estação. Vem aí o melhor tempo do Brasil."
Argumenta que os fracos ficaram para trás, como provou a pandemia. "Quem não fosse forte ou adaptável morria. Casamentos fracos enfrentaram o divórcio. Empresas fracas fecharam. Fiel fraco foi embora da igreja. Tem que ser forte, meu filho! Força e coragem é o que precisamos no dia 30!"
DIA 4 (15/10)
Ivan Júlio, conhecido como pastor Insano, abre os trabalhos com um ato profético no qual ata a Bíblia ao coração com fita adesiva. Exemplar que emprestou para a primeira-dama fazer uma leitura bíblica quando ela foi ungida naquele mesmo palco. "Foi um momento profético entregar a Bíblia para a mãe da nação."
Insano passa o microfone para a estrela da manhã, Marcos Borges, o Coty, líder no Paraná da Jocum (Jovens com uma Missão). O pastor fala de maturidade ou do déficit que acomete esta geração, vítima do que chama de "síndrome de retardamento moral e emocional". "Quer crescer? Abrace a sua responsabilidade."
Gancho para bater no vitimismo, "obrigação no progressismo". "Não transfira suas responsabilidades para outros. Isso é mentalidade marxista: transferir a responsabilidade do povo para o governo."
Entre os ingredientes de uma vida madura, Coty cita a convivência sadia com as diferenças. "Ser inclusivo, mas sem pecar contra a natureza. Hoje, infelizmente, o povo está unindo o que Deus separou e separando o que Deus uniu."
Temos que acordar para isso, enfatiza. "Só de você ser homem, branco e hétero, você se tornou tóxico. Não dá, né?"
Ele deixa o palco, enquanto a banda entoa canção que lembra: "É dia do renascimento". O hino emociona a dona de casa mineira que marca o assento com a bandeira, feliz de participar da conferência. Pagou R$ 347 de inscrição, mais bilhete de avião e hotel.
"Decidi vir quando vi um post da primeira-dama no Instagram", diz ela, um dos 4,4 milhões de seguidores da esposa do presidente.
"Michelle tem o cheirinho de Jesus. É uma mulher de Deus." Bolsonaro vai levar o voto dela, apesar de "ainda precisar se converter de verdade". A fã lamenta a ausência de Michelle, mas sabe que é preciso ganhar votos Brasil afora. "Aqui tá dominado."
É meio da tarde quando Chantell Cooley volta ao palco. Conta que em conversas com Bill Hamon, o pai do movimento profético moderno, ela o teria convencido de que o Brasil é o país escolhido para liderar a "terceira reforma", nova restauração da igreja para cumprir os propósitos de Deus no fim dos tempos.
"O bispo imaginava que seria uma nação de língua hispânica, mas é o Brasil que está se alinhando às palavras proféticas dele." Informação que se casa com a nova preleção de Coty. "Deus está chamando a igreja brasileira para ser protagonista não só de um avivamento, mas de uma reforma", afirma também o brasileiro.
Para a profecia se completar, é necessária uma revolução nos costumes, prega Coty. "O maior prejuízo da esquerda no Brasil não é corrupção. É a degradação moral." Relata lamúria de pais com filhos universitários. "Pastor, desde que ele entrou na universidade não o reconheço. Não me respeita. É imoral."
"O maior prejuízo da esquerda no Brasil não é corrupção. É a degradação moral". Marcos Borges (Coty) Pastor e líder do Jovens com uma Missão
Para Coty, só agora a igreja acordou para esse aliciamento cultural. "Vamos mudar os valores dessa nação." Na oração final, ele pede que o Senhor impeça toda corrupção, mentira e fraude na eleição.
É hora dos dízimos e ofertas, momento comandado pela bispa Dirce Carvalho. Luzes verdes e amarelas são projetadas no palco. A bispa fala de sacrifício como moeda espiritual. "É trazer para tirar você do caos", afirma, enquanto dados do Pix aparecem na tela e maquininhas de cartão passam entre as fileiras.
O último palestrante é Tiago Brunet, autor do best-seller "Especialista em Pessoas". "Que Deus prepare seu coração para o que vai viver nos próximos dias. Prepare-se como pessoa e como igreja."
O coach fala de foco. "Pai, tira toda a distração. Não nos desviemos nem à direita nem à esquerda. Vamos continuar rumo ao alvo que é Cristo."
Carvalho chama vídeo com melhores momentos. "Estamos vendo emergir o princípio de uma nova era. Enquanto as trevas tentam cobrir a terra, nossa luz brilha ainda mais. Prepare-se para o renascimento", diz a mensagem de despedida.
"Pai, o Brasil vive uma encruzilhada, livra-nos do mal", ora o bispo. "Até a próxima."
PROFETAS DE UM NOVO BRASIL COM CRISTO
Chantell Cooley
Cofundadora da Columbia Southern University e vice-presidente do Columbia Southern Education Group; após 30 anos de experiência no mundo corporativo, virou conferencista à frente do ministério Chantell Cooley; é autora de "Firme na Palavra". 22 mil seguidores no Facebook
Claudio Duarte
Pastor e conferencista, é conhecido como apresentador de stand-up pelo jeito bem-humorado de pregar sobre temas religiosos, sexo e matrimônio. É autor de mais de 30 livros e foi condecorado com a Ordem de Rio Branco em 2021. 7,9 milhões de seguidores no Instagram
Coty (Marcos Borges)
Conferencista internacional, é líder no Paraná da Jocum (Jovens com uma Missão), organização cristã ligada à senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF). É autor de "A Face Oculta do Amor". 104 mil seguidores no Instagram
Dirce Carvalho
É bispa na Comunidade das Nações em Brasília e idealizadora do Modeladas, proposta voltada para o público feminino que reúne mais de 15 mil mulheres. Conhecida como "Mama", é esposa de J.B Carvalho. 66 mil seguidores no Instagram
Ezenete Rodrigues
Profetiza e pastora à frente do Ministério Restaurando Vidas na Estância Paraíso, é líder da Igreja Batista da Lagoinha (MG). Escreveu a autobiografia "Uma Vida de Milagres"
607 mil seguidores no Instagram
JB Carvalho
Bispo presidente da Comunidade das Nações no Brasil e nos Estados Unidos, com sede em Brasília e 16 unidades no país e 5 no exterior; é teólogo e autor de 13 livros, entre eles "A Jornada - De Meninos a Homens". 267 mil seguidores no Instagram
Lucinho Barreto
É pastor da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte (MG); tem cerca de 40 livros publicados, entre eles a série "Loucos por Jesus", com testemunhos de cristãos perseguidos em nome de Cristo. 2,3 milhões de seguidores no Instagram
Tiago Brunet
Fundador do Instituto Destiny, o escritor e coach promove palestras e imersões sobre carreira e aprimoramento pessoal, unindo conceitos teológicos e neurociência. É autor de best-sellers como "Especialista em Pessoas". 5,1 milhões de seguidores no Instagram
Valnice Milhomens
Televangelista e apóstola presidente da Igreja Nacional do Senhor Jesus Cristo (Insejec), preside o Ministério Palavra da Fé. Nas eleições de 2010, apoiou Marina Silva; em 2022, faz jejum e oração pela reeleição de Bolsonaro. 334 mil seguidores no Instagram
Victor Hugo
Profeta chileno e casado com brasileira, é pastor presidente do Ministério Internacional Vitória do Espírito Santo. Em 2019, foi diagnosticado com um câncer no estômago e se diz curado pela fé. 126 mil seguidores no Instagram. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
Quarta-feira, 19 de outubro-2020. 29ª Domingo do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita
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1) Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor, e vos servir de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 12, 39-48)
39Sabei, porém, isto: se o senhor soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria sem dúvida e não deixaria forçar a sua casa. 40Estai, pois, preparados, porque, à hora em que não pensais, virá o Filho do Homem. 41Disse-lhe Pedro: Senhor, propões esta parábola só a nós ou também a todos? 42O Senhor replicou: Qual é o administrador sábio e fiel que o senhor estabelecerá sobre os seus operários para lhes dar a seu tempo a sua medida de trigo? 43Feliz daquele servo que o senhor achar procedendo assim, quando vier! 44Em verdade vos digo: confiar-lhe-á todos os seus bens. 45Mas, se o tal administrador imaginar consigo: Meu senhor tardará a vir, e começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, 46o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar e na hora em que ele não pensar, e o despedirá e o mandará ao destino dos infiéis. 47O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. 48Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes. Porque, a quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém, dele mais se há de exigir.
3) Reflexão Lucas 12,39-48
O evangelho de hoje traz novamente uma exortação à vigilância com outras duas parábolas. Ontem, a parábola era de patrão e empregado (Lc 12,36-38). Hoje, a primeira parábola é do dono de casa e do ladrão (Lc 12,39-40) e a outra fala do proprietário e do administrador (Lc 12,41-47).
Lucas 12,39-40: A parábola do dono da casa e do ladrão
“Fiquem certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que lhe arrombasse a casa. Vocês também estejam preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que vocês menos esperarem”. Assim como o dono da casa não sabe a que hora chega o ladrão, assim ninguém sabe a hora da chegada do Filho do Homem. Jesus deixa bem claro: "Quanto a esse dia e essa hora, ninguém sabe nada, nem os anjos, nem o Filho, mas somente o Pai!" (Mc 13,32). Hoje, muita gente vive preocupada com o fim do mundo. Nas ruas das cidades, se vê escrito nas paredes: Jesus voltará! Teve até gente que, angustiada com a proximidade do fim do mundo, chegou a cometer suicídio. Mas o tempo passa e o fim não chega! Muitas vezes, a afirmação “Jesus voltará” é usada para meter medo nas pessoas e obrigá-las a freqüentar uma determinada igreja! De tanto esperar e especular em torno da vinda de Jesus, muita gente já nem percebe mais a presença dele no meio de nós, nas coisas mais comuns da vida, nos fatos do dia-a-dia. Pois o que importa mesmo não é saber a hora do fim deste mundo, mas sim ter um olhar capaz de perceber a vinda de Jesus já presente no meio de nós na pessoa do pobre (cf Mt 25,40) e em tantos outros modos e acontecimentos da vida de cada dia.
Lucas 12,41: A pergunta de Pedro
“Então Pedro disse a Jesus: "Senhor, estás contando essa parábola só para nós, ou para todos?" Não se vê bem o porquê desta pergunta de Pedro. Ela evoca um outro episódio, no qual Jesus respondeu a uma pergunta semelhante dizendo: “A vocês é dado conhecer o mistério do Reino de Deus, mas aos outros tudo é dado a conhecer em parábolas” (Mt 13,10-11; Lc 8,9-10).
Lucas 12,42-48ª: A parábola do proprietário e do administrador
Na resposta à pergunta de Pedro Jesus formula uma outra pergunta em forma de parábola: "Quem é o administrador fiel e prudente, que o senhor coloca à frente do pessoal de sua casa, para dar a comida a todos na hora certa?” Logo em seguida, o Jesus mesmo, na própria parábola, já dá a resposta: bom administrador é aquele que cumpre sua missão de servidor, nunca usa os bens recebidos em proveito próprio, e está sempre vigilante e atento. Talvez seja uma resposta indireta à pergunta de Pedro, como se dissesse: “Pedro, a parábola é realmente para você! É para você saber administrar bem a missão que Deus lhe deu como coordenador das comunidades. Neste sentido, a resposta vale também para cada um de nós. E aí toma muito sentido a advertência final: “A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido”.
A chegada do Filho do Homem e o fim deste mundo
A mesma problemática havia nas comunidades cristãs dos primeiros séculos. Muita gente das comunidades dizia que o fim deste mundo estava perto e que Jesus voltaria logo. Alguns da comunidade de Tessalônica na Grécia, apoiando-se na pregação de Paulo, diziam: “Jesus vai voltar logo!” (1 Tes 4,13-18; 2 Tes 2,2). Por isso, havia até pessoas que já não trabalhavam, porque achavam que a vinda fosse coisa de poucos dias ou semanas. Trabalhar para que, se Jesus ia voltar logo? (cf 2Ts 3,11). Paulo responde que não era tão simples como eles imaginavam. E aos que já não trabalhavam avisava: “Quem não quiser trabalhar não tem direito de comer!” Outros ficavam só olhando o céu, aguardando o retorno de Jesus sobre as nuvens (cf At 1,11). Outros reclamavam da demora (2Pd 3,4-9). Em geral, os cristãos viviam na expectativa da vinda iminente de Jesus. Jesus viria realizar o Juízo Final para encerrar a história injusta deste mundo cá de baixo e inaugurar a nova fase da história, a fase definitiva do Novo Céu e da Nova Terra. Achavam que isto aconteceria dentro de uma ou duas gerações. Muita gente ainda estaria viva quando Jesus fosse aparecer glorioso no céu (1Ts 4,16-17; Mc 9,1). Outros, cansados de esperar, diziam: “Ele não vai voltar nunca! (2 Pd 3,4). Até hoje, a vinda final de Jesus ainda não aconteceu! Como entender esta demora? É que já não percebemos que Jesus já voltou, já está no nosso meio: “Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo." (Mt 28,20). Ele já está do nosso lado na luta pela justiça, pela paz, pela vida. A plenitude ainda não chegou, mas uma amostra ou garantia do Reino já está no meio de nós. Por isso, aguardamos com firme esperança a libertação plena da humanidade e da natureza (Rm 8,22-25). E enquanto esperamos e lutamos, dizemos acertadamente: “Ele já está no meio de nós!” (Mt 25,40).
4) Para um confronto pessoal
1) A resposta de Jesus a Pedro serve também para nós, para mim. Será que sou um bom administrador, uma boa administradora da missão que recebi?
2) Como faço para estar vigilante sempre?
5) Oração final
Do nascer ao pôr-do-sol seja louvado o nome do Senhor. O Senhor é excelso sobre todos os povos, mais alta que os céus é sua glória. (Sl 112, 3-4)
Diocese de Bonfim- Bahia: NOTA DE ESCLARECIMENTO
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Durante os últimos dias surgiram algumas reações às homilias de Dom Hernaldo Pinto Farias, sss, Bispo Diocesano de Bonfim, sugerindo que o mesmo se utilizou das celebrações para promover candidatos durante as eleições de 2022.
É de suma importância realizarmos alguns esclarecimentos para os diocesanos, que têm recebido informações distorcidas e ofensivas sobre a Igreja, o Bispo e a realidade dos fatos.
1- Nos dias 8 e 9 de outubro, Dom Hernaldo presidiu a Eucaristia em que jovens da Paróquia de Santo Antônio, em Campo Formoso, receberam o sacramento da Confirmação. Durante a homilia, em consonância com a liturgia própria daquela celebração, o Bispo trouxe alguns pontos de reflexão, dentre os quais o dom do discernimento: o Espírito Santo leva os homens e mulheres da sociedade a discernirem sobre a realidade na qual vivem e a olharem os acontecimentos sob as luzes do mesmo Espírito. Ao trazer temas caros ao Evangelho, não houve declaração ou indução a votos em candidatos específicos. No contexto da homilia, Dom Hernaldo aprofundou temas primariamente evangélicos e não políticos.
2- No dia 12 de outubro, durante a Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, o Bispo, mais uma vez, desempenhou o múnus episcopal de ensinar, ao convidar os fiéis a aprofundarem no mistério da celebração da Padroeira do Brasil, no cenário em que mais do que nunca necessitamos da proteção da Virgem Maria sobre os mais pobres da sociedade e, em particular, da Diocese de Bonfim. Mais uma vez, sem declarar apoio ou induzir ao voto em candidatos específicos, Dom Hernaldo reafirmou o dever de cada fiel conhecer as propostas que discordam do anúncio de Jesus e a votar de acordo com a consciência de cristãos, que nunca deve ir em desencontro ao pregado por Jesus.
Ressaltamos que o conteúdo das homilias está em sintonia com a Doutrina Social da Igreja, com a “Mensagem da CNBB ao povo brasileiro sobre o momento atual”, publicada durante sua 59ª Assembleia Geral e, principalmente, com o Evangelho de Jesus Cristo, que pelo Apóstolo dos gentios, exorta a Timóteo e a todos os que têm a missão de pastorear o rebanho de Cristo: “Permanece firme naquilo que aprendeste e aceitaste como verdade; tu sabes de quem o aprendeste. Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras: elas têm o poder de te comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para argumentar, para corrigir e para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e qualificado para toda boa obra” (2 Timóteo 3,14-17).
Repudiamos o desrespeito e a lógica do ódio com que alguns irmãos e irmãs têm se direcionado ao Bispo Diocesano; lamentamos que a missão profética da Igreja seja incompreendida ainda nos tempos atuais e agradecemos as inúmeras manifestações de apoio vindas dos mais diversos setores da sociedade e da Igreja. O momento atual deve ser marcado por união, empatia e racionalidade, afastando-se da tendência passional de colocar as ideologias acima do respeito e acima da fraternidade cristã que nos une.
Senhor do Bonfim, 18 de outubro de 2022.
Assessoria de Comunicação Diocese de Bonfim
Fonte: http://diocesedebonfim.org
CNBB LAMENTA INTENSIFICAÇÃO DA EXPLORAÇÃO DA FÉ E DA RELIGIÃO PARA ANGARIAR VOTOS NO SEGUNDO TURNO
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A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota, nesta terça-feira, 11 de outubro, na qual lamenta “a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno” das eleições deste ano. Os bispos recordam que a manipulação religiosa desvirtua valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que precisam ser debatidos e enfrentados no país.
Leia o pronunciamento na íntegra:
NOTA DA PRESIDÊNCIA
“Existe um tempo para cada coisa” (Ecl. 3,1)
Lamentamos, neste momento de campanha eleitoral, a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno. Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições. Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta e reprova tais ações e comportamentos.
A manipulação religiosa sempre desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e com o Evangelho.
Ratificamos que a CNBB condena, veementemente, o uso da religião por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral. Convocamos todos os cidadãos e cidadãs, na liberdade de sua consciência e compromisso com o bem comum, a fazerem deste momento oportunidade de reflexão e proposição de ações que foquem na dignidade da pessoa humana e na busca por um país mais justo, fraterno e solidário.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-presidente da CNBB
Dom Mário Antonio da Silva
Arcebispo de Cuiabá (MT)
Segundo Vice-presidente da CNBB
Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB.
Fonte: https://www.cnbb.org.br
28º DOMINGO DO TEMPO COMUM
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Dom Carmo João Rhoden
Bispo Emérito de Taubaté (SP)
Textos inspiradores: “Mestre tem compaixão de nós” (Lc 17,13). Tomando a palavra, Jesus lhe disse: “Os dez não ficaram purificados? Onde estão os outros nove? Não houve, acaso, quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?” Em seguida, disse-lhe: “Levanta-te e vai; a tua fé te salvou” (Lc 17,17-19).
1º Ontem, como hoje, uns fogem de Jesus, outros dele se aproximam, mas há, os que se mantem à distância, enquanto, outros são proibidos, de se achegarem: Verbi gratia, chineses, russos ou norte-coreanos etc… Outrora, eram os fariseus e doutores da lei, que hostilizavam a Jesus, pois se consideravam donos da verdade e do sistema religioso, enquanto pobres, doentes, leprosos, mulheres, se aproximavam. Ele sabia acolhe-los, amorosamente. Não se envergonhava deles.
2º No evangelho de hoje, dez leprosos vão ao encontro de Jesus, parando à certa distância, por que eram tidos, como impuros. Eram, de fato, leprosos, mas não mudos. Gritam. Interpelam a Jesus dizendo: “Mestre tem compaixão de nós” (Lc 17,13). Ele, antes de curá-los, enviou-os aos sacerdotes, como mandava a lei de Moisés. Em indo, foram curados, pela fé que nutriam. Todos. Também, nós cristãos, não somos, sem lei: esta, no entanto, é para nós, Jesus Cristo, o Mestre que sabe amar, servir e salvar.
3º Nós todos, já fomos, quem mais, quem menos curados, disso ou daquilo. Infelizmente continuamos, espiritualmente doentes, e nem sempre procuramos os sacramentos da Igreja, de modo particular os da cura. Há, às vezes, até os que tem vergonha de pedir socorro, continuam, então doentes, sofrendo da lepra do pecado. Esta, pode matar.
4º “Levanta-te e vai, tua fé te salvou” (Lc 17,19), disse Jesus. Contudo, antes disso, se magoou, pois, eram dez os curados, dizendo, “onde estão os outros nove?” (Lc 17,17) Para o maior desaponto de Jesus, o que regressara, era um samaritano e não membro do povo de Israel, como percebemos. Jesus, não ficou insensível, diante da falta de gratidão. Esta dói: ontem, hoje e sempre. O cristão deve ser grato: “sede sempre gratos a Deus” (Cl 1,15). Jesus, continua a nos perguntar, onde estão os outros nove, hoje, os milhões de agraciados? Ainda não voltaram, talvez, nem voltem para agradecer.
5º Lembro, em tempo: outubro é o mês da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida e das crianças. Não as esqueçamos, nem as deixemos de lado. Não há ainda outros, a serem lembrados? Quem? De modo especial, médicos e professores. Não os recordamos, aqui, porém, também, não os esquecemos. Parabéns. Fonte: https://www.cnbb.org.br
Filha de fundador é afastada e escancara brigas na igreja Deus É Amor
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Crise na cúpula da denominação tem troca de farpas entre familiares que inclui vazamento de áudios
SÃO PAULO
Uma das igrejas pentecostais mais tradicionais do Brasil, a Deus É Amor foi arrastada para o noticiário evangélico com o afastamento de Leia Miranda, filha do fundador, David Miranda (1936-2015). A denominação publicou em setembro uma decisão que a retira de "suas funções administrativas e ministeriais até que se apurem as graves acusações envolvendo sua conduta e comportamento".
O comunicado não especifica do que se trata. Nesta semana, Leia anunciou que a igreja decidiu desligá-la por cinco anos. O veredicto foi por insubordinação, diz sua advogada, Juliana Grigorio de Souza Ribeiro. A instituição evangélica entendeu que a evangelista teria incitado uma rebelião ao fazer comentários públicos sobre o caso, expressando neles sua revolta com o "afastamento sumário", sem direito à defesa.
Ela chegou a ser retirada por policiais militares do púlpito de onde pregava mensagens conservadoras.
O racha na cúpula da igreja tem como pano de fundo um escândalo sexual.
Circula uma troca de áudios supostamente entre a missionária e um homem casado. A igreja é conhecida pela rigidez moral —sua doutrina desaconselha, por exemplo, que fiéis frequentem a praia, tida como antro de perversão, e que as mulheres usem maquiagem, salto alto e calça.
Na conversa, uma voz atribuída a Leia faz referência a uma relação sexual com um fiel da Deus É Amor. A pessoa no áudio elogia o órgão genital do rapaz e diz que adorou o encontro. Ele corresponde. O áudio vazou e foi inserido num vídeo que mostra fotos de Leia, que é divorciada, ao lado de um rapaz.
A filha de David Miranda "nega veementemente" que tenha participado desse diálogo, segundo sua advogada. "Ela já chorou muitas vezes, fala que não entende como pode estar sendo alvo disso."
A Folha não conseguiu falar com a igreja.
O caso detonou uma briga familiar, porque é a mãe de Leia, Ereni Miranda, quem preside a diretoria que resolveu removê-la temporariamente de postos internos, como o de coordenadora da Fundação Reviver. Numa live, a filha se diz "profundamente injustiçada por todo esse imbróglio, esse assunto nefasto", e pede perdão se porventura chorar, já chorando.
"Estou realmente profundamente machucada. Não por causa dos ataques que me fazem nas redes sociais, não, não. Nada disso me atinge. Dizer que sou isso ou aquilo outro mais", afirma. "O que tem me atingido mesmo, de verdade, me ferido profundamente, são as atitudes da minha mãe."
David Miranda Neto, sobrinho da missionária, voltou-se contra ela e definiu como "pecado gravíssimo" não só o adultério que sua tia teria cometido, mas o comportamento dela diante do caso. Leia reagiu e disse que ele "pinta e borda aqui dentro, gente". Os dois polarizam dentro da igreja: ele, mais flexível diante da austeridade moral que remonta aos tempos do avô, ela a favor da manutenção do conservadorismo.
A evangelista na berlinda é um dos quatro filhos do homem que inaugurou, em 1962, aquela que viria a ser uma das igrejas mais simbólicas do pentecostalismo nacional, sediada num templo colossal na Baixada do Glicério (região central de São Paulo).
Seu irmão David Miranda Filho já tinha se envolvido em polêmica própria, com o vazamento de áudios de teor sexual que teria enviado a uma jovem. Ele acabou saindo da denominação e fundando outra, a Igreja Pentecostal Santificação no Senhor.
A advogada de Leia diz que sua cliente está processando por difamação plataformas que mantêm no ar o vídeo com o áudio vinculado a ela. Quer que eles sejam removidos.
A missionária também contratou uma empresa para analisar o material que diz não corresponder à sua voz. CEO da OAS Perícias Forenses, Wesley Eduardo diz à reportagem que uma perícia preliminar mostrou que o começo do áudio foi suprimido, e que "há edições de censura, as palavras mais pornográficas, vamos colocar assim, foram retiradas". Elas foram substituídas pelo barulho de um apito.
Quanto à voz pertencer ou não à Leia, o relatório inicial voltou como inconclusivo. Eduardo explica que a base de comparação, vídeos dela pregando, não foi suficiente. Ele voltou para uma "coleta oficial", com um aparelho apropriado para captar os sons da evangelista. O resultado deve sair semana que vem.
Enquanto as rixas familiares crescem e se multiplicam na Deus É Amor, fiéis lamentam nas redes sociais. "Vocês deveriam ter vergonha na cara em escandalizar um ministério pelo qual [David Miranda pai] lutou durante anos", comentou uma seguidora do Instagram da igreja, num vídeo em que Leia canta. Fonte: https://www.folha.uol.com.br
Arquidiocese diz que não convidou Bolsonaro para Círio de Nazaré e afirma não permitir uso político
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Candidato à reeleição vai participar de romaria fluvial, embarcado em navio da Marinha, segundo unidade da Igreja Católica
MANAUS
A arquidiocese de Belém afirmou em nota divulgada na noite desta sexta-feira (7) que não convidou o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, para participar do Círio de Nazaré, uma das maiores celebrações religiosas e populares do país.
A unidade da Igreja Católica, responsável pela organização da festa, disse ainda que o acesso do candidato à embarcação da Marinha é uma responsabilidade da própria Força e que não está permitida a utilização política ou partidária do evento religioso.
Bolsonaro decidiu usar o Círio de Nazaré no Pará para fazer campanha na tentativa de reeleição.
A campanha de Bolsonaro confirmou a presença dele no chamado Círio fluvial, quando uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré é colocada numa embarcação da Marinha e levada de um distrito de Belém até o centro da cidade, seguida de jet skis e embarcações com capacidade para até 700 pessoas.
O presidente chegou à Base Aérea de Belém no começo da noite desta sexta-feira (7).
"Tomamos conhecimento da presença do senhor presidente da República, Jair Bolsonaro, na Corveta da Marinha Garnier Sampaio durante a romaria fluvial", cita a nota divulgada depois das 22h desta sexta.
"Comunicamos não ter havido nenhum convite da parte da arquidiocese de Belém, nem da diretoria da festa de Nazaré, a qualquer autoridade seja em nível municipal, estadual ou federal. Entretanto reconhecemos ser responsabilidade da Marinha do Brasil o acesso à referida embarcação", diz a nota, assinada pelo arcebispo de Belém, dom Alberto Taveira Corrêa.
"Cabe ao arcebispo de Belém a condução da imagem peregrina em todas as etapas de embarque e desembarque do Garnier Sampaio", afirma. "Temos o dever de observar a plena liberdade de qualquer cidadão ou cidadã de participar dos eventos do Círio de Nazaré. Todavia, não desejamos e nem permitimos qualquer utilização de caráter político ou partidário das atividades do Círio."
A romaria fluvial, a ser realizada neste sábado (8), não é vista como uma das principais do Círio de Nazaré.
Conforme o que consta na agenda divulgada pela campanha de Bolsonaro, a participação do presidente se limitaria a essa romaria.
Segundo integrantes da arquidiocese de Belém, uma das responsáveis pela festa, a Presidência da República fez contatos na quinta (6) para repassar orientações sobre a presença de Bolsonaro no Círio. Ele deve ficar no navio da Marinha para recepcionar a imagem de Nossa Senhora de Nazaré.
A confirmação da presença do candidato na festa causou desconforto entre integrantes da arquidiocese. A diretoria da festa vinha mantendo o silêncio a respeito.
O gesto do candidato é considerado raro na arquidiocese. O ex-presidente Lula (PT), que disputa o segundo turno das eleições com Bolsonaro, disse que não vai comparecer para evitar uso político de um evento religioso. O governador reeleito do Pará, Helder Barbalho (MDB), aliado de Lula, vem criticando o uso político do Círio por Bolsonaro.
Os festejos do Círio de Nazaré começaram na terça (4). Nesta sexta, houve uma romaria rodoviária, um trecho de 57 quilômetros que envolve Belém, Ananindeua e Marituba.
No sábado, logo cedo, a imagem é levada até o distrito de Icoaraci. O navio da Marinha, onde Bolsonaro deve estar, sai do Porto Naval e vai até o distrito para buscar a imagem.
A procissão fluvial, então, é realizada, um percurso de 26 km de navegação. Cerca de 500 embarcações devem acompanhar a romaria.
À tarde, no sábado, ocorre a romaria que é considerada a segunda mais importante do Círio, entre a basílica e a catedral. Esta romaria é feita com a imagem original —as anteriores usam o que os católicos chamam de imagem peregrina.
Nesta romaria já existem as cordas, que puxam o carro com a imagem e que são procuradas por multidões de fiéis. Para esta romaria, segundo a arquidiocese, é esperado 1,5 milhão de pessoas, num percurso de 3,7 km.
A principal romaria ocorre no domingo (9), quando são esperados 2 milhões de pessoas. Os eventos do Círio prosseguem pelos dois fins de semana seguintes, conforme a arquidiocese de Belém.
O Círio é realizado há mais de 200 anos na capital do Pará, e é considerado uma das maiores manifestações católicas do mundo. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br
OPORTUNISMO ELEITOREIRO
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Dom Antonio de Assis Ribeiro
Bispo de Belém (PA)
Neste tempo de campanha eleitoral, como todos os anos, fomos tocados pelo festival das eleições: discursos inflamados, propostas mirabolantes, confusão de competências; vimos candidatos se passando por amiguinhos do povo nas periferias cumprimentando, abraçando, ouvindo e comendo com os pobres; muitos ilustres desconhecidos e sujeitos sem história de luta social!
A calmaria vai voltar, os clamores continuarão e milhares de abanadores de bandeiras permanecerão desempregados. Continuaremos com a carência de pessoas generosas, críticas e comprometidas com a promoção de um mundo melhor no dia a dia. O oportunismo eleitoreiro deve ser objeto da nossa reflexão e nos levar com criticidade a aprofundar qual perfil de servidores na categoria de políticos queremos para o Brasil. O que está por detrás de tantos interesses em se eleger? Por que tanta agressividade? Por que sempre o concorrente não presta? Por que um sujeito, partido ou instituição, gastam tanto para eleger seu candidato? Qual será a estratégia do pagamento das dívidas? Será que todo esse esforço, para todos, é sinal de compromisso com o Bem Comum? São questões importantes! O Brasil precisa de políticas institucionais de longo alcance, permanentes, universais, interdependentes. Por isso, não pode ficar à deriva das políticas de governos e nem de aventureiros.
Certa vez, houve uma discussão entre os discípulos de Jesus e o objeto da questão
era sobre quem deles era o maior (cf. Lc 9,46-49). Isso significava o desejo de um fazer prevalecer sobre os outros seus próprios interesses, fantasias, pretensões, vontade… Essa disputa entre os discípulos acusava a busca de glória pessoal, sinal de tentação da vaidade. Dela vem sutis formas de violências sobre os outros! A vaidade nunca serve, só se serve! E assim é a vida do vaidoso em qualquer contexto.
Na intervenção de Jesus, os discípulos foram chamados a uma radical mudança de preocupação e mentalidade. Quem quer ser prestigiado, reconhecido como grande, deverá cultivar a atitude de gratuidade, simplicidade, serviço! Nisso ninguém deve se impor nem comprar ninguém! Também isso serve para a política. Quem quer ser notado deve aprender a servir gratuitamente, com generosidade, transparência, ser capaz de compromisso cotidiano com o exercício da filantropia, caridade, responsabilidade social. São Paulo nos adverte para não nos deixarmos levar pela mania de grandeza (cf. Rm 12,16). Jesus esclarece que o sadio desejo de grandeza deve ser consequência do testemunho da fé, da gratuidade, do amor (cf. Mt 5,12).
Quem busca glória e status, buscará atrair sobre si benefícios, aplausos, riquezas e muitas formas de compensação. Por isso, seu serviço será seletivo e voltado para seus interesses e aqueles da sua categoria, porque lhe falta a compreensão das exigências do Bem Comum, da justiça social e do desenvolvimento humano integral.
Quem compreendeu a identidade da autêntica política, se faz servidor público com espírito ético e senso de cidadania; esse poderá fazer um grande bem à sociedade, pois se a “cidade celeste” é servida pelos anjos, por sua vez, a “cidade terrena”, é cuidada por autênticos cidadãos apaixonados pela dignidade de todos. Que todos os que forem eleitos continuem nas ruas e amigos do povo! Fonte: https://www.cnbb.org.br
Papa nomeia Dom Valdir José Castro membro do Dicastério para as Comunicações
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De 2015 a 2022, Pe. Valdir foi superior geral da Sociedade de São Paulo em Roma, tornando o sétimo sucessor do fundador Bem-Aventurado Tiago Alberione e o primeiro não italiano a assumir o cargo.
Vatican News
Nesta quinta-feira, 29 de setembro, o Papa Francisco nomeou como novos membros do Dicastério para a Comunicação Dom Valdir José de Castro, S.S.P., bispo da Diocese de Campo Limpo, ex-superior geral da Sociedade de São Paulo, e Dom Ivan Maffeis, arcebispo de Perugia-Città delle Pieve (Itália). Dom Valdir havia sido nomeado bispo pelo Santo Padre no último dia 14 de setembro.
A biografia de Dom Valdir José de Castro
Dom Valdir José de Castro nasceu em 14 de fevereiro de 1961 em Santa Bárbara d'Oeste, Diocese de Piracicaba (SP). Estudou Filosofia na Universidade de Caxias do Sul/RS (1981-1983) e Teologia no Instituto Teológico de São Paulo/SP (1984-1987).
Obteve a Licenciatura em Espiritualidade na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma (1992-1994) e frequentou o curso de Jornalismo na Universidade de Caxias do Sul/RS (1996-2000). Em seguida, especializou-se em Comunicação na Faculdade Cásper Líbero em São Paulo/SP (2001-2004) e fez Doutorado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2012-2016).
Ele fez sua profissão religiosa em 11 de fevereiro de 1981 na Sociedade de São Paulo e foi ordenado sacerdote em 12 de dezembro de 1987.
No Instituto religioso foi mestre de Noviços (1997-2001); diretor geral do Apostolado Paulino em São Paulo/SP (2001-2006); provincial da Província da Argentina, Chile e Peru (2007-2011); provincial da Província de São Paulo (2012-2015).
De 2015 a 2022, Pe. Valdir foi superior geral da Sociedade de São Paulo em Roma, tornando o sétimo sucessor do fundador Beato Tiago Alberione e o primeiro não italiano a assumir o cargo.
Nomeação de novos consultores
Papa o mesmo Dicastério, o Santo Padre nomeou como consultores o padre Andrew Kaufa, S.M.M.; Fabio Pasqualetti, S.D.B. e George Plathottam, S.D.B.; as Irmãs Veronica Amata Donatello, S.F.A. e Adelaide Felicitas Ndilu, S.I.H.M.; o Prof. Antonio Cisternino; os doutores Óscar Augusto Elizalde Prada e Helen Osman e os senhores John E. Corcoran e Tomás Insua. Fonte: https://www.vaticannews.va
Terça-feira, 27 de setembro-2022. 26ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Deus, que mostrais vosso poder sobretudo no perdão e na misericórdia, derramai sempre em nós a vossa graça, para que, caminhando ao encontro das vossas promessas, alcancemos os bens que nos reservais. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 9,51-56)
51Aproximando-se o tempo em que Jesus devia ser arrebatado deste mundo, ele resolveu dirigir-se a Jerusalém. 52Enviou diante de si mensageiros que, tendo partido, entraram em uma povoação dos samaritanos para lhe arranjar pousada. 53Mas não o receberam, por ele dar mostras de que ia para Jerusalém. 54Vendo isto, Tiago e João disseram: Senhor, queres que mandemos que desça fogo do céu e os consuma? 55Jesus voltou-se e repreendeu-os severamente. [Não sabeis de que espírito sois animados. 56O Filho do Homem não veio para perder as vidas dos homens, mas para salvá-las.] Foram então para outra povoação.
3) Reflexão Lucas 9,51-56
O evangelho de hoje conta como Jesus decide ir para Jerusalém. Descreve também as primeiras dificuldades que ele encontra nesta caminhada. Traz o começo da longa e dura caminhada da periferia para a capital. Jesus deixa a Galiléia e segue para Jerusalém. Nem todos o compreendem. Muitos o abandonam, pois as exigências são grandes. Hoje acontece o mesmo. Na caminhada das nossas comunidades também há incompreensão e abandono.
“Jesus decide ir para Jerusalém”. Esta decisão vai marcar a longa e dura viagem de Jesus desde a Galiléia até Jerusalém, da periferia até a capital. Esta viagem ocupa mais de uma terça parte de todo o evangelho de Lucas (Lc 9,51 até 19,28). Sinal de que a caminhada até Jerusalém teve uma importância muito grande na vida de Jesus. A longa caminhada simboliza, ao mesmo tempo, a viagem que as comunidades estavam fazendo. Elas procuravam realizar a difícil passagem do mundo judeu para o mundo da cultura grega. Simbolizava também a tensão entre o Novo que continuava avançando e o Antigo que se fechava cada vez mais. E simboliza, ainda, a conversão que cada um de nós tem que fazer, procurando seguir Jesus. Durante a viagem, os discípulos e as discípulas tentam seguir Jesus, sem voltar atrás. Nem sempre o conseguem. Jesus dedica muito tempo à instrução dos que o seguem de perto. Um exemplo concreto desta instrução temos no evangelho de hoje. Logo no início da viagem, Jesus sai da Galiléia e leva seus discípulos para dentro do território dos samaritanos. Ele procura formá-los para que possam entender a abertura para o Novo, para o “outro”, o diferente.
Lucas 9,51: Jesus decide ir para Jerusalém
O texto grego diz literalmente: "Quando se completaram os dias da sua assunção (ou arrebatamento), Jesus firmou o seu rosto para ir a Jerusalém”. A expressão assunção ou arrebatamento evoca o profeta Elias que foi arrebatado ao céu (2 Rs 2,9-11). A expressão firmar o rosto evoca o Servo de Javé que dizia: “Faço meu rosto duro como pedra, certo de não ser enganado” (Is 50,7). Evoca ainda uma ordem que o profeta Ezequiel recebeu de Deus: "Fixa a teu rosto contra Jerusalém!" (Ez 21,7). Usando tais expressões, Lucas sugere que, com a caminhada em direção a Jerusalém, começa uma oposição mais declarada de Jesus contra o projeto da ideologia oficial do Templo de Jerusalém. A ideologia do Templo queria um Messias glorioso e nacionalista. Jesus quer ser o Messias-Servo. Durante a longa viagem, esta oposição vai crescer e, no fim, vai terminar no arrebatamento ou na assunção de Jesus. A assunção de Jesus é a sua morte na Cruz, seguida da ressurreição.
- Lucas 9,52-53: Fracassa a missão na Samaria
Durante a viagem, o horizonte da missão se alarga. Logo no início, Jesus ultrapassa as fronteiras do território e da raça. Ele manda seus discípulos preparar a sua vinda numa aldeia da Samaria. Mas a missão junto dos samaritanos fracassou. Lucas diz que os samaritanos não receberam Jesus porque ele estava indo para Jerusalém. Porém, se os discípulos tivessem dito aos samaritanos: “Jesus está indo para Jerusalém para criticar o projeto do Templo e para exigir maior abertura”, Jesus teria sido aceito, pois os samaritanos eram da mesma opinião. O fracasso da missão deve-se, provavelmente, aos discípulos. Eles não entenderam por que Jesus “firmou a cara contra Jerusalém”. A propaganda oficial do Messias glorioso e nacionalista impedia-os de enxergar. Os discípulos não entenderam a abertura de Jesus, e a missão fracassou!
- Lucas 9,54-55: Jesus recusa o pedido de vingança
Tiago e João não querem levar desaforo para casa. Não aceitam que alguém não concorde com a idéia deles. Querem imitar Elias e usar o fogo para se vingar (2 Rs 1,10). Jesus recusa a proposta. Não quer o fogo. Certas Bíblias acrescentam: "Vocês não sabem de que espírito são movidos!" Significa que a reação dos dois discípulos não era do Espírito de Deus. Quando Pedro sugeriu a Jesus para não seguir pelo caminho do Messias Servo, Jesus chamou Pedro de Satanás (Mc 8,33). Satanás é o mau espírito que quer mudar o rumo da missão de Jesus. Recado de Lucas para as comunidades: os que querem impedir a missão junto dos pagãos são movidos pelo mau espírito!
Durante os dez capítulos que descrevem a viagem até Jerusalém (Lc 9,51 a 19,28), Lucas, constantemente, lembra que Jesus está a caminho de Jerusalém (Lc 9,51.53.57; 10,1.38; 11,1; 13,22.33; 14,25; 17,11; 18,31; 18,37; 19,1.11.28). Raramente, porém, ele diz por onde Jesus passava. Só aqui no começo da viagem (Lc 9,51), no meio (Lc 17,11) e no fim (Lc 18,35; 19,1), você fica sabendo algo a respeito do lugar por onde Jesus estava passando. Isto vale para as comunidades de Lucas e para todos nós. O que é certo é que devemos caminhar. Não podemos parar. Nem sempre, porém, é claro e definido por onde passamos. O que é certo é o objetivo: Jerusalém.
4) Para um confronto pessoal
1) Quais os problemas que já apareceram em sua vida como consequência da decisão que você tomou de seguir Jesus?
2) O que aprendemos da pedagogia de Jesus com seus discípulos que queriam vingar-se dos samaritanos?
5) Oração final
Hão de vos louvar, Senhor, todos os reis da terra, ao ouvirem as palavras de vossa boca. E celebrarão os desígnios do Senhor: Verdadeiramente, grande é a glória do Senhor. (Sl 137, 4-5)
26º DOMINGO DO TEMPO COMUM: EXTREMOS.
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Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de de Passo Fundo
Neste domingo continua a leitura do capítulo 16 de Lucas, com os versículos 19-31. Todo capítulo ensina sobre as consequências maléficas do mau uso dos bens materiais. A chocante parábola do “rico e do pobre Lázaro” serve de introdução ao tema. Por um lado, temos um homem que vive diariamente em festas esplêndidas; por outro lado, temos um homem requisitando migalhas e sendo cuidado por cachorros. A morte chega para ambos, nisto eles são iguais. O diálogo, após a morte, levanta questões inquietadores sobre o situação antes da morte. Também oferece indicações para solucionar situações dramáticas da miséria.
A fé cristã crê e vive na esperança da vida eterna. Professa que o Senhor que “há de vir a julgar os vivos e os mortos”. É a cena que inicia a segunda parte da parábola: o julgamento divino. Aquele que tinha condições de fazer festa todos os dias, agora requisita apenas que “Lázaro molhe a ponta do dedo para me refrescar a língua”. A resposta é negativa porque durante a vida foi cavado um “grande abismo entre eles” e agora é intransponível.
As migalhas desejadas por Lázaro em vida e da gota de água desejada pelo homem festeiro depois da morte indicam que os abismos são cavados com pequenas decisões, medidas e mecanismos. A vida e a organização da sociedade não é feita somente de grandes fatos e decisões. Mas a rotina, as “migalhas”, vai aprofundando ou vai aterrando o abismo.
O homem rico percebendo que as opções feitas em vida eram irreversíveis e que não havia mais possibilidade de volta, começa a preocupar-se com os seus irmãos que mantinham o mesmo modo de vida dele. Até sugere que Lázaro seja enviado de volta para a terra, como último recurso, para sacudir os irmãos. Recebe como resposta: “Eles têm Moisés e os profetas, que os escutem” e “não acreditarão” em Lázaro ressuscitado.
Convivemos, quase que diariamente, com notícias de situações de extrema miséria e, por outro lado, de anúncios de fortunas pessoais inimagináveis para a absoluta maioria das pessoas, de lucros milionários de algumas empresas em períodos curtos. É uma cena análoga à parábola. O que significa “ouvir Moisés e os profetas”? Moisés, na tradição bíblica, liderou o povo da escravidão para a liberdade. Mas também, o êxodo tinha por objetivo fazer uma sociedade mais igual e fraterna. Estes princípios estão expressos no pentateuco e recordados pelos profetas quando esquecidos.
Hoje a Doutrina Social da Igreja oferece princípios para orientar os cristãos. “Estes princípios, expressões da verdade inteira sobre o homem conhecida através da razão e da fé, promanam “do encontro da mensagem evangélica e de suas exigências, resumidas no mandamento supremo do amor, com os problemas que emanam da vida da sociedade” (160). Os quatro princípios da Doutrina Social da Igreja são a dignidade da pessoa humana, o bem comum, a subsidiariedade e a solidariedade.
O tema que a Palavra de Deus propõe liga-se ao princípio do bem comum. “Dentre as múltiplas implicações do bem comum, assume particular importância o princípio da destinação universal dos bens: “Deus destinou a terra, com tudo que ela contém, para o uso de todos os homens e de todos os povos, de tal modo que os bens criados devem bastar a todos, com equidade, segundo a regra da justiça, inseparável da caridade”. (171). “A destinação universal dos bens comporta, portanto, um esforço comum que mira obter para toda pessoa e para todos os povos as condições necessárias ao desenvolvimento integral, de modo que todos possam contribuir para a promoção de um mundo mais humano, “onde cada um possa dar e receber, e onde o progresso de uns não seja mais um obstáculo ao desenvolvimento de outros, nem um pretexto para a sua sujeição” (175). Fonte: https://www.cnbb.org.br
Quinta-feira, 22 de setembro-2019. 25ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Pai, que resumistes toda lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 9,7-9) (Mc 6,14-16)
7O tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que Jesus fazia e ficou perplexo. Uns diziam: É João que ressurgiu dos mortos; outros: É Elias que apareceu; 8e ainda outros: É um dos antigos profetas que ressuscitou. 9Mas Herodes dizia: Eu degolei João. Quem é, pois, este, de quem ouço tais coisas? E procurava ocasião de vê-lo.
3) Reflexão
O evangelho de hoje traz a reação de Herodes diante da pregação de Jesus. Herodes não sabe situar Jesus. Ele já tinha matado João Batista e agora quer ver Jesus de perto. Ameaças aparecem no Horizonte.
Lucas 9,7-8: Quem é Jesus?
O texto começa com um balanço das opiniões do povo e de Herodes sobre Jesus. Alguns associavam Jesus com João Batista e Elias. Outro o identificavam como um Profeta, isto é, como alguém que fala em nome de Deus, que tem a coragem de denunciar as injustiças dos poderosos e que sabe animar a esperança dos pequenos. É o profeta anunciado no Antigo Testamento como um novo Moisés (Dt 18,15). São as mesmas opiniões que o próprio Jesus vai colher dos discípulos quando perguntou: "Quem dizem as multidões que eu sou?" (Lc 9,18). As pessoas procuravam compreender Jesus a partir das coisas que elas mesmas conheciam, acreditavam e esperavam. Tentavam enquadrá-lo dentro dos critérios familiares do Antigo Testamento com suas profecias e esperanças, e da Tradição dos Antigos com suas leis. Mas eram critérios insuficientes. Jesus não cabia lá dentro. Ele era maior!
Lucas 9,9: Herodes quer ver Jesus
“Então Herodes disse: "Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?" E queria ver Jesus”. Herodes, homem supersticioso e sem escrúpulo, reconhece ser ele o assassino de João Batista. Agora ele quer ver Jesus. Lucas sugere assim que ameaças começam a aparecer no horizonte da pregação de Jesus. Herodes não teve medo de matar João. Também não terá medo de matar Jesus. Por outro lado, Jesus, também não tem medo de Herodes. Quando lhe disseram que Herodes procurava prendê-lo, mandou dizer: “Vão dizer a essa raposa: eu expulso demônios, e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho” (Lc 13,32). Herodes não tem poder sobre Jesus. Quando na hora da paixão, Pilatos manda Jesus para ser investigado por Herodes, Jesus lhe dá nenhuma resposta (Lc 23,9). Herodes não merecia resposta.
De pai para filho
Às vezes se confundem os três Herodes que viveram naquela época, pois os três aparecem no Novo Testamento com o mesmo nome: 1) Herodes, chamado o Grande, governou sobre toda a Palestina de 37 a 4 antes de Cristo. Ele aparece no nascimento de Jesus(Mt 2,1). Matou as crianças de Belém(Mt 2,16). 2) Herodes, chamado Antipas, governou sobre a Galiléia de 4 antes a 39 depois de Cristo. Ele aparece na morte de Jesus(Lc 23,7). Matou João Batista(Mc 6,14-29). 3) Herodes, chamado Agripa, governou sobre toda a Palestina de 41 a 44 depois de Cristo. Aparece nos Atos dos Apóstolos(At 12,1.20). Matou o apóstolo Tiago(At 12,2).
Quando Jesus tinha mais ou menos quatro anos, morreu o rei Herodes. Aquele que matou as crianças de Belém (Mt 2,16). O território dele foi dividido entre os filhos. Arquelau, um dos seus filhos, recebeu o governo sobre a Judéia. Ele era menos inteligente que o pai, mas mais violento . Só na tomada de posse dele, foram massacradas em torno de 3000 pessoas na praça do Templo! O evangelho de Mateus informa que Maria e José, quando souberam que este Arquelau tinha assumido o governo da Judéia, tiveram medo de voltar para lá e foram morar em Nazaré, na Galiléia (Mt 2,22), governada por um outro filho de Herodes, chamado Herodes Antipas (Lc 3,1). Este Antipas ficou mais de 40 anos. Durante todos os trinta e três anos que Jesus viveu nunca houve mudança de governo na Galiléia.
Herodes o Grande, o pai de Herodes Antipas, tinha construído a cidade de Cesaréia Marítima, inaugurada em no ano 15 antes de Cristo. Era o novo porto de escoamento dos produtos da região. Devia competir com o grande porto de Tiro no Norte e, assim, ajudar a desenvolver o comércio na Samaria e na Galiléia. Por isso, já desde os tempos de Herodes o Grande, a produção agrícola na Galiléia começava a orientar-se não mais a partir das necessidades das famílias como era antes, mas sim a partir das exigências do mercado. Este processo de mudança na economia continuou durante todo o governo de Herodes Antipas, mais de quarenta anos, e encontrou nele um organizador eficiente. Todos estes governantes eram subservientes. Quem mandava mesmo na Palestina, desde 63 antes de Cristo, era Roma, o Império.
4) Para um confronto pessoal
1) É perguntar sempre: quem é Jesus para mim?
2) Herodes quer ver Jesus. Era curiosidade mórbida e supersticiosa. Outros querem ver Jesus porque querem encontrar um sentido para a vida. E eu qual a motivação que me empurra para ver e encontrar Jesus?
5) Oração final
Cumulai-vos desde a manhã com as vossas misericórdias, para exultarmos alegres em toda a nossa vida. Que o beneplácito do Senhor, nosso Deus, repouse sobre nós. Favorecei as obras de nossas mãos. Sim, fazei prosperar o trabalho de nossas mãos (Sl 89, 14.17)
Terça-feira, 20 de setembro-2019. 25ª Semana do Tempo Comum. Evangelho do dia- Lectio Divina- com Frei Carlos Mesters, Carmelita.
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1) Oração
Ó Pai, que resumistes toda lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
2) Leitura do Evangelho (Lucas 8,19-21)
Naquele tempo, 19A mãe e os irmãos de Jesus foram procurá-lo, mas não podiam chegar-se a ele por causa da multidão. 20Foi-lhe avisado: Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e desejam ver-te. 21Ele lhes disse: Minha mãe e meus irmãos são estes, que ouvem a palavra de Deus e a observam.
3) Reflexão Lucas 8,19-21 (Mc 3,31-35)
O evangelho de hoje traz o episódio em que os parentes de Jesus, inclusive sua mãe, quiseram conversar com ele, mas Jesus não lhes deu atenção. Jesus teve problemas com a família. Às vezes, a família ajuda a viver o evangelho e a participar da comunidade. Outras vezes, ela atrapalha. Assim foi com Jesus e assim é conosco.
Lucas 8,19-20: A família procura Jesus
Os parentes chegam na casa onde Jesus estava. Provavelmente tinham vindo de Nazaré. De lá até Cafarnaum são uns 40 quilômetros. Sua mãe veio junto. Eles não entram, pois havia muita gente, mas mandam recado: "Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem te ver". Conforme o evangelho de Marcos, os parentes não querem ver Jesus. Eles querem é levá-lo de volta para casa (Mc 3,32). Achavam que Jesus tinha enlouquecido (Mc 3,21). Provavelmente, estavam com medo, pois conforme a história informa, havia uma vigilância muito grande da parte dos romanos com relação a todos que, de uma ou de outra maneira, tinha liderança popular (cf. At 5,36-39). Em Nazaré na serra seria mais seguro do que na cidade de Cafarnaum.
Lucas 8,21: A resposta de Jesus
A reação de Jesus é firme: "Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática." Em Marcos a reação de Jesus é mais concreta. Marcos diz: “Então Jesus olhou para as pessoas que estavam sentadas ao seu redor e disse: Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe" (Mc 3,34-35). Jesus alargou a família! Ele não permite que a família o afaste da missão: nem a família (Jo 7,3-6), nem Pedro (Mc 8,33), nem os discípulos (Mc 1,36-38), nem Herodes (Lc 13,32), nem ninguém (Jo 10,18).
É a palavra de Deus que cria a nova família ao redor de Jesus: "Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática.". Um bom comentário deste episódio é o que diz o evangelho de João no prólogo: “A Palavra estava no mundo, o mundo foi feito por meio dela, mas o mundo não a conheceu. Ela veio para a sua casa, mas os seus não a receberam. Ela, porém, deu o poder de se tornarem filhos de Deus a todos aqueles que a receberam, isto é, àqueles que acreditam no seu nome. Estes não nasceram do sangue, nem do impulso da carne, nem do desejo do homem, mas nasceram de Deus. E a Palavra se fez homem e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória: glória do Filho único do Pai, cheio de amor e fidelidade” (João 1,10-14). A família, os parentes, não entenderam Jesus (Jo 7,3-5; Mc 3,21), não fazem parte da nova família. Só fazem parte da nova comunidade aqueles e aquelas que recebem a Palavra, isto é, que acreditam em Jesus. Estes nascem de Deus e formam a Família de Deus.
A situação da família no tempo de Jesus.
No tempo de Jesus, tanto a conjuntura política, social e econômica como a ideologia religiosa, tudo conspirava para o enfraquecimento dos valores centrais do clã, da comunidade. A preocupação com os problemas da própria família impedia as pessoas de se unirem em comunidade. Ora, para que o Reino de Deus pudesse manifestar-se, novamente, na convivência comunitária do povo, as pessoas tinham de ultrapassar os limites estreitos da pequena família e abrir-se para a grande família, para a Comunidade. Jesus deu o exemplo. Quando sua própria família tentou apoderar-se dele, reagiu e alargou a família (Mc 3,33-35). Criou comunidade.
Os irmãos e as irmãs de Jesus
A expressão “irmãos e irmãs de Jesus” é causa de muita polêmica entre católicos e protestantes. Baseando-se neste e em outros textos, os protestantes dizem que Jesus teve mais irmãos e irmãs e que Maria teve mais filhos! Os católicos dizem que Maria não teve outros filhos. O que pensar disso? Em primeiro lugar, as duas posições, tanto dos católicos como dos protestantes, ambas têm argumentos tirados da Bíblia e da Tradição das suas respectivas Igrejas. Por isso, não convém brigar nem discutir esta questão com argumentos só de cabeça. Pois trata-se de convicções profundas, que têm a ver com a fé e com o sentimento de ambos. Argumento só de cabeça não consegue desfazer uma convicção do coração! Apenas irrita e afasta! Mesmo quando não concordo com a opinião do outro, devo sempre respeitá-la. Em segundo lugar, em vez de brigar em torno de textos, nós todos, católicos e protestantes, deveríamos unir-nos bem mais para lutar em defesa da vida, criada por Deus, vida tão desfigurada pela pobreza, pela injustiça, pela falta de fé. Deveríamos lembrar algumas outras frases de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância”(Jo 10,10). “Que todos sejam um, para que o mundo creia que Tu, Pai, me enviaste”(Jo 17,21). “Não o impeçam! Quem não é contra nós é a favor”(Mc 10,39.40).
4) Para um confronto pessoal
- A família ajuda ou dificulta a sua participação na comunidade cristã?
- Como você assume o seu compromisso na comunidade cristã sem prejudicar nem a família e nem a comunidade?
5) Oração final
Escolhi o caminho da verdade, impus-me os vossos decretos. Ensinai-me a observar a vossa lei e a guardá-la de todo o coração. (Sl 118, 30.34)
Salto evangélico: 21 igrejas são abertas por dia no Brasil; segmento é alvo de Lula e Bolsonaro
- Detalhes
Série de reportagens vai mostrar como, nos últimos 30 anos, o crescimento dos templos evangélicos no Brasil acompanhou o aumento do protagonismo político do segmento no país
Por Bernardo Mello e Natália Portinari — Rio e Brasília
Vinte e uma igrejas evangélicas foram abertas por dia no Brasil — quase uma por hora — ao longo da última década, indicam dados inéditos compilados pelo GLOBO. Na ausência de versão atualizada do Censo Demográfico, os números são a evidência concreta de que a presença do grupo religioso no país, que superou um quinto da população em 2010, acelerou seu ritmo no período mais recente: o crescimento da quantidade de templos superou em 12% o avanço da década anterior, que havia marcado até então o maior boom protestante na história brasileira. A cada três igrejas evangélicas existentes hoje no país, uma foi inaugurada nos últimos dez anos.
O levantamento marca o início de uma série de reportagens sobre a expansão evangélica, fenômeno que obriga as campanhas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Lula (PT) a fazer gestos diários para o público, seja com visitas a pastores em igrejas ou em entrevistas para podcasts direcionados ao segmento. Os textos vão detalhar características que unem e diferenciam algumas das principais denominações, lideranças e etapas do movimento evangélico. As informações foram coletadas pela organização Brasil.io junto à Receita Federal, reunindo as pessoas jurídicas classificadas como organizações religiosas.
Até o início dos anos 1990, quando o Censo apontou que 9% dos brasileiros se declaravam evangélicos, havia 30,2 mil igrejas no país. Desde então, o número de novos templos cresceu a cada década, até chegar, em maio, à marca de 178.511 CNPJs cadastrados.
Desde 2002, a bancada evangélica eleita no Congresso aumentou mais de 60% — 92 parlamentares do bloco conseguiram cadeiras em 2018, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Nesse período, dois partidos de centro-direita— Republicanos, com 48 cadeiras, e PL, com 43 — foram a principal guarida desses parlamentares, indicativo concreto da dificuldade que a esquerda tem em arregimentar apoios no segmento. A Assembleia de Deus, maior denominação em número de fiéis, já contou com 110 deputados e senadores, de acordo com o Diap.
Dívidas perdoadas
A bancada evangélica vem sendo uma das engrenagens para alterações legais que beneficiaram entidades religiosas. Com histórico de conquistas pontuais em diferentes governos, desde a imunidade tributária de templos assegurada pela Constituição de 1946, a primeira pós-era Vargas, as igrejas multiplicaram suas vitórias no Legislativo desde 2019. A lista recente inclui, por exemplo, o perdão de dívidas de igrejas, em iniciativas capitaneadas por parlamentares evangélicos — que hoje miram novos projetos, prevendo desde isenções em remessas para o exterior até imunidade sobre todos os imóveis e serviços com vínculo religioso, em demandas a serem resolvidas pelo próximo governo. Em outra ponta, diretamente com o Executivo, houve uma série de passaportes diplomáticos concedidos a líderes religiosos.
Pesquisadores e lideranças de igrejas avaliam que o crescimento evangélico ocorreu em vácuos de assistência espiritual e material, especialmente a partir da década de 1970, quando o Brasil tornou-se um país majoritariamente urbano. Tanto nas grandes cidades quanto em municípios menores, bolsões marcados pelo avanço do crime organizado, pobreza e esvaziamento econômico passaram a receber atendimento de igrejas evangélicas em cultos e em ações sociais, que incluíam alfabetização e distribuição de cestas básicas. Nesses locais, poder público e Igreja Católica não conseguiram se fazer representar com a intensidade dos evangélicos, cujos processos de formação de pastores, de abertura de igrejas e de interpretação do texto bíblico foram acelerados pela pluralidade e descentralização do movimento protestante.
Só na última década, entre 2013 e 2022, foram 71,7 mil unidades abertas — volume que corresponde a 80% dos novos templos de todas as religiões cadastrados no período. Desde os anos 1970, só houve uma abertura maior de igrejas católicas do que evangélicas em 1971, quando os católicos abriram 1.702 novos CNPJs, e os evangélicos, 918.
— À época do Censo de 2010, com os evangélicos crescendo 0,7% ao ano e os católicos caindo 1%, projetava-se uma ultrapassagem em 2040. Desde então, o ritmo se acelerou. Hoje, a projeção é que os evangélicos sejam maioria em 2032 — afirma o sociólogo José Eustáquio, doutor em demografia pela UFMG. — A abertura de templos é fundamental para atrair fiéis. A transição religiosa começa pela periferia, onde outras religiões não se fizeram presentes no mesmo ritmo da concentração populacional.
Em contraposição ao estereótipo de “rebanho”, atribuído de forma pejorativa a fiéis, o levantamento expõe o caráter multifacetado do salto evangélico no Brasil. A liderança do ranking de criação de templos, com 34 mil aberturas nesta década, é do conjunto de igrejas evangélicas “diversas”, que não se enquadram em nenhuma das principais denominações do país. São ramos e ministérios, em muitos casos, com uma dezena de templos ou menos.
O antropólogo Flávio Conrado, da Casa Galileia, agência que promove ações voltadas ao público cristão, observa que lideranças evangélicas também mostraram “capacidade de adaptação à expansão dos meios de comunicação” de massa. Esta foi uma das marcas do pentecostalismo, movimento que se afastou da tradição “histórica” protestante em questões doutrinárias e estratégias de expansão — e que também se dividiu, por sua vez, em ao menos três “ondas” com diferenças em discursos e comportamentos.
Os ramos históricos, que incluem batistas, presbiterianos, metodistas, luteranos e anglicanos, remontam à reforma protestante do século XVI, centrada em expandir a leitura, o estudo e a interpretação do texto bíblico. Já o movimento pentecostal, originado nos Estados Unidos em 1906 e logo difundido para o Brasil em missões da Assembleia de Deus e da Congregação Cristã, trouxe ênfase a dons de cura, exorcismo e à ação do Espírito Santo. Recorrendo à imagem do “fogo” como sinal de avivamento religioso, e aberto a pregações mais calcadas na vivência, o pentecostalismo ganhou tração especialmente entre a população pobre e negra, alijada dos espaços hegemônicos. Nas décadas de 1940 e 1950, ganhou novo impulso com a radiodifusão, avançando pelo interior do país. E a partir dos anos 1970, na fase denominada “neopentecostalismo”, expoentes como a Igreja Universal e a Mundial do Poder de Deus passaram a atingir um público ainda maior pela televisão. Com a atuação dessas igrejas, o gênero religioso tornou-se o mais presente na TV aberta brasileira, segundo a Ancine, chegando a ocupar 21% do tempo de programação em 2016. Hoje, pastores e influenciadores evangélicos com milhões de seguidores se multiplicam pelas redes sociais, nova fronteira das igrejas.
O sociólogo Paul Freston, especializado em religião e professor da Balsillie School of International Affairs, classifica Bolsonaro como o primeiro presidente “pancristão”, visto como “defensor” do segmento mesmo ligado a pautas incômodas, como o armamento,. Freston, porém, pondera que as lideranças também estiveram alinhadas a todos os governos pós-redemocratização, incluindo gestões do PT. Pesquisadora da UFF e colaboradora do Instituto de Estudos da Religião, Christina Vital avalia que Bolsonaro conseguiu imprimir uma “identidade religiosa” no mandato, evocando a “memória histórica de perseguição institucional das igrejas”. Na última pesquisa Datafolha, o atual presidente teve 49% da preferência de evangélicos, contra 32% de Lula.
— Todo evangélico é bolsonarista? Não. Mas dentre os candidatos que se apresentam, é a pessoa mais alinhada com nossas pautas — resume o deputado federal Paulo Bengston (PTB-PA), pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular. Fonte: https://oglobo.globo.com
25º Domingo do Tempo Comum: USO DOS BENS
- Detalhes
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba
A palavra “bem” se refere a tudo aquilo que é destinado para a boa vivência das pessoas. Ele pode ser de nível material, psicológico e espiritual. O importante é que todo bem seja tratado com equilíbrio e intencionalidade para que realize aquilo que identifica sua finalidade. O trato em relação aos bens materiais passa por um sistema econômico capitalista neoliberal e um apelo para o ter mais.
Dentro deste contexto, os líderes deveriam ter compromisso e valorizar o bem comum acima de interesses herméticos e egoístas. A não valorização desta prática comunitária é abrir espaço para uma sociedade portadora de pobres e empobrecidos. É preciso saber como relacionar-se com o dinheiro para fazer dele um instrumento do bem em prol dos valores do Reino e não absolutizá-lo como divindade.
A miséria é fruto da má distribuição das riquezas do país, constituindo uma verdadeira injustiça social e desrespeito humano. O dinheiro faz parte essencial de sobrevivência das pessoas e ajuda na superação da situação de precariedade. É lamentável encontrar e ouvir a frase como esta: “O luxo de alguns poucos no mundo é mantido à custa de sacrifícios de muitos da sociedade”.
Os profetas eram inconformados com o ritmo de exploração sofrida pelos pobres. Assim foi o entender de Amós ao citar muitos fatos concretos de injustiça praticada no seu tempo, falando contra aqueles que dominavam e compravam os pobres com dinheiro (Am 8,4-7). O pior ainda é comprar a consciência das pessoas por poucos denários, principalmente durante as Campanhas Eleitorais.
As riquezas desonestas com um dinheiro sujo, trazem muitas consequências de teor negativo para a população. Isto pode acontecer no campo religioso, expressando uma fé desligada do compromisso com a ética e com a moral cristã. Temos muitos líderes religiosos desonestos, passando por cima dos princípios indicados pelo Evangelho, desabonando a identidade de sua instituição.
A prática da justiça e da caridade precisa estar acima dos interesses egoístas. Todos nós somos administradores dos bens da criação, mas não sendo maus servidores, e até aproveitadores da situação. Na visão bíblica de Jesus, o administrador desonesto não passa de um “filho das trevas”, porque ele age com astúcia e por caminhos tortuosos, causando prejuízo para o bem público. Fonte: https://www.cnbb.org.br
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