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Foto do recado escrito pelo líder religioso em contracapa de livro foi postado em rede social do ex-presidente petista
O perfil oficial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Twitter postou imagem de mensagem enviado pelo papa Francisco ao petista nesta quinta-feira (2/8). O recado teria sido enviado por meio do ex-ministro da Defesa e Relações Exteriores Celso Amorim, que se reuniu nesta manhã com o religioso no Vaticano, na Itália, para discutir sobre a condição política e jurídica do caso de Lula, do Brasil e da América do Sul. O encontro também contou com a participação do ex-ministro argentino Alberto Fernández e do ex-ministro chileno Carlos Ominami.
Na ocasião, o Pontífice recebeu a versão em italiano do livro do ex-presidente: “A verdade vencerá”. A seguinte mensagem teria sido escrita na contracapa do exemplar: “a Luiz Inácio Lula da Silva com a minha bênção, pedindo-lhe para orar por mim”. Fonte: www.metropoles.com
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Com 29,1%, presidenciável tem o dobro da segunda colocada, Marina Silva
O deputado federal e pré-candidato à presidência Jair Bolsonaro lidera, com 29,1%, as intenções de voto no estado do Rio de Janeiro, segundo pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas divulgado nesta segunda-feira (23), em cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O índice só não é maior que o de 39,3% que não souberam responder ou não escolheram nenhum dos candidatos.
O patamar do Bolsonaro é o dobro da segunda colocada, Marina Silva, com 15,2%. Ciro Gomes fica com 8,7%. Geraldo Alckmin praticamente empata com Alvaro Dias, de 4% e 3,7%.
Fernando Haddad saiu com 1,4%, atrás de Manuela D’Ávila (1,9%) e no mesmo patamar de Henrique Meirelles (1,4%) e João Amoêdo.
Outro cenário – Em outro cenário com Lula, Bolsonaro (27%) aparece tecnicamente empatado com o petista (26%). A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos. Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB) surgem com 10% e 3%, respectivamente. Ciro Gomes (PDT) ficou com 6%. Fonte: http://bahia.ba/eleicoes2018
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A coluna de Andreza Matais, do Estadão, informa que o deputado Francisco Everardo Oliveira Silva, a Tiririca, voltou atrás da decisão de abandonar a polícia. Vai disputar a reeleição como deputado. Quanto esforço deve ter custado ao PR, seu partido, para convencê-lo a mudar de ideia? Teve gente que se que comoveu com a pataquada que Tiritica disse da tribuna do Câmara quando anunciou que se retirava da política, fazendo-se passar por uma virgem no bordel. A seguir, a nota: O PR convenceu o deputado Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, a disputar a reeleição. Em dezembro de 2017, ele anunciou que sairia da vida pública. A candidatura do comediante é mais um ativo do partido, que se tornou protagonista nas negociações em torno de aliança na eleição presidencial. Em 2014, Tiririca foi o terceiro mais votado do País. O 1,016 milhão de votos obtidos por ele ajudaram o PR a eleger seis parlamentares em São Paulo. Sem Tiririca, a legenda prevê que conseguiria emplacar apenas três deputados federais no Estado.
Discurso vencido. No único discurso que fez em sete anos de mandato, Tiririca justificou sua decisão de não disputar mais cargos públicos. “Eu saio totalmente com vergonha do que eu vi nestes aqui. Estou decepcionado com a política brasileira.” Ele não foi encontrado ontem. Fonte: https://clickpolitica.com.br
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Saiba como O GLOBO participou do evento no qual o prefeito misturou política com religião
POR BRUNO ABBUD
Crivella recebeu 250 pastores e líderes de igrejas no Palácio da Cidade - Bruno Abbud
RIO - Duas imagens de tela de celular chegaram, via WhatsApp, à colunista Berenice Seara, do jornal “Extra”, um dos três títulos da redação integrada que reúne também O GLOBO e a revista “Época”, no final da tarde de terça-feira. Anunciavam que um evento intitulado “Café da Comunhão” aconteceria no dia seguinte, às 17h, no Palácio da Cidade, um prédio em estilo georgiano no número 360 da Rua São Clemente, em Botafogo. É o mais nobre espaço para os eventos oficiais da Prefeitura do Rio de Janeiro e um dos locais de trabalho do prefeito Marcelo Crivella.
Segundo a mensagem, que por meio do aplicativo havia sido divulgada para pastores e líderes de várias igrejas evangélicas do estado e do município, o encontro era um “convite de nosso amado e querido prefeito Marcelo Crivella e dos pré-candidatos Rubens Teixeira e Raphael Leandro” para que os participantes levassem suas “reivindicações por escrito em duas vias, relação de suas igrejas e número de membros”. O texto não deixava espaço a sutilezas: era uma oportunidade para que as lideranças apresentassem seus pleitos para que a máquina da prefeitura entrasse em ação, de acordo com aquela pauta de pedidos. “Na ocasião ouviremos tudo o que a prefeitura tem a nos oferecer, inclusive instalação de creches”, dizia um trecho. “Depois levaremos os pré-candidatos a nossas igrejas”.
Tudo isso a três meses do primeiro turno das eleições e a apenas 20 dias do início das convenções partidárias.
Por e-mail e por telefone, a colunista Berenice Seara pediu insistentemente esclarecimentos à Prefeitura do Rio e tentou confirmar o compromisso de Crivella, nunca divulgado em agenda oficial. Foi ignorada. “Era tão absurdo, que parecia até não ser verdade”, comentou Berenice.
Mesmo sem a confirmação oficial, a equipe de política do GLOBO decidiu que seria necessário verificar no próprio Palácio da Cidade qual a natureza daquele encontro em espaço público da Prefeitura do Rio e o que, afinal, seria prometido pelo prefeito, ainda que apenas conversando com os convidados na saída do evento. Mas havia um problema: muito conhecida pelos atores da política regional do Rio — até mesmo porque sua foto estampa a coluna “Extra, Extra” no site e no jornal impresso —, Berenice não poderia de forma alguma ser a jornalista com essa missão. Repórteres já conhecidos pelo prefeito e por sua equipe também não teriam facilidade para ter acesso ao “Café da Comunhão”.
É aqui que eu entro. Natural de São Paulo, morando há apenas quatro meses no Rio de Janeiro e jamais tendo ficado frente a frente com Crivella, mas já com experiência acumulada na cobertura política, fui escalado para a pauta.
Nos links abaixo, é possível acessar e ler todas as reportagens publicadas sobre o caso:
Cerca de uma hora antes do início do evento, me deparei com o belíssimo Palácio da Cidade pela primeira vez na vida. Quando avistei dois guardas municipais, pranchetas à mão, avaliei que não bastava apenas ter o rosto pouco conhecido por ali. Pouco antes de descer do Uber, fechei a camisa até o último botão, ajeitei o colarinho, abotoei também as mangas, lambi os dedos para espichar a franja e passei a andar com os braços colados ao tronco. A minha voz era a de um turista desorientado. Adotei o visual formal do público que imaginei que iria encontrar dentro do palácio. Funcionou:
— Você vai ao evento da igreja? — questionou o guarda assim que bateu os olhos em mim.
Assenti com a cabeça e segui caminhando até a entrada principal do palácio. Havia vários carros estacionados do lado de fora e os pastores, alguns acompanhados de suas mulheres, aglomeravam-se na frente do prédio e no saguão. Quando uma assessora autorizou, todos subiram as escadarias em direção a um salão no segundo andar. As doze mesas sustentavam pratos montados. Quatro garçons serviam água, sucos e refrigerantes. Sentei-me ao lado de outros convidados, alguns deles vestidos com paletós impecáveis, o que dava ao encontro ares de um casamento.
Imediatamente, os convidados, aparentemente impressionados com a arquitetura do lugar, passaram a sacar do bolso seus telefones celulares e a tirar selfies. A chefe do cerimonial de Crivella foi ao microfone e pediu para que ninguém fotografasse ali — “principalmente quando o prefeito estivesse presente”, nas palavras dela. Para mim, foi como uma senha. Nesse momento, coloquei o celular sobre a mesa com o gravador ligado. Só o desligaria duas horas mais tarde.
Depois de 40 minutos, Crivella apareceu, causando certo frisson no caminho até o “púlpito” improvisado.
O pré-candidato a deputado federal Rubens Teixeira, do PRB, sentou-se à mesma mesa que a mulher de Crivella, a mais perto do prefeito. Um pastor orou aos gritos, os religiosos ergueram as mãos e cerraram os olhos. Em seu habitual tom confessional, o prefeito disse que é o “Brasil evangélico que vai dar jeito nessa pátria” e que é preciso “votar em homens e mulheres de Deus”. Crivella também fez questão de elogiar Rubens Teixeira, com passagens pela Comlurb e pela Secretaria Municipal de Transportes. “Ele passou pelo fogo e nem um fio de cabelo queimou”, disse Crivella, sobre a ausência de Teixeira, que também foi diretor na Transpetro, em denúncias da Lava Jato. Crivella ofereceu, ainda, ajuda a pastores que tenham problemas com IPTU ou fiéis que precisem de cirurgias de catarata, vasectomia e varizes.
Ao fim da fala do prefeito, quatro assessores — identificados na ocasião apenas como Márcia, Marquinhos, Manassés e Milton — passaram a anotar em blocos as demandas dos pastores enquanto Crivella era ovacionado.
Após a publicação da reportagem, um assessor de Crivella telefonou contestando o número de presentes ao encontro — 180 em vez de 250, segundo ele. Disse que o croissant oferecido no lanche não era recheado com geleia, mas com goiabada. O sanduíche de queijo com damasco, para ele, era de banana com queijo. A agenda, embora não divulgada oficialmente, não poderia ser chamada de secreta. E as bebidas — descritas apenas como ‘bebidas’ na reportagem — pareciam ser alcoólicas na descrição do repórter, de acordo com o assessor. Ele não explicou, contudo, por que o prefeito usou um espaço da Prefeitura do Rio para oferecer acesso mais rápido a membros de igrejas evangélicas a serviços públicos.
O número de participantes foi contabilizado a partir da contagem das mesas, doze, cada uma com dez lugares, mais a soma dos que tiveram de permanecer em pé, do lado de fora. Disse ao assessor que goiabada equivale a geleia de goiaba e esclareci que, como tenho família de origem síria, conhecia muito bem desde criança a diferença entre damasco e banana. Ressaltei também que a palavra ‘bebidas’, semanticamente, abarca sucos e refrigerantes. E que algo que não é divulgado publicamente por uma autoridade, que tem a responsabilidade da transparência em sua agenda, é secreto. Fonte: https://oglobo.globo.com
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Juiz Rafael Cavalcanti Cruz proíbe o prefeito de usar máquina pública em benefício pessoal ou de grupo religioso. Em caso de descumprimento, ele pode ser afastado até julgamento.
A Justiça do Rio determinou, nesta segunda-feira (16), restrições à atuação do prefeito Marcelo Crivella (PRB), após a revelação de uma reunião secreta com pastores no Palácio da Cidade, na semana passada.
O juiz Rafael Cavalcanti Cruz, da 7ª Vara de Fazenda Pública, determinou que Crivella está proibido, por exemplo, de usar a máquina pública em interesse de grupos religiosos, de privilegiar o uso de serviços públicos (como filas de hospitais) ou de realizar censos religiosos.
A denúncia de improbidade administrativa foi oferecida pelo Ministério Público (MPRJ) no último dia 12. Em caso de descumprimento, Crivella pode ser afastado até julgamento.
Segundo o MP, o prefeito usou o espaço público e “extrapolou os limites do razoável” ao promover o encontro secreto com pastores e líderes religiosos. A reunião foi revelada pelo jornal "O Globo".
Em função da reunião, dois pedidos de impeachment também foram protocolados na Câmara. Ambos foram arquivados após uma votação em sessão extraordinária que interrompeu o recesso parlamentar.
Veja todas as restrições impostas pelo TJRJ
1-Utilizar máquina pública em defesa de interesse pessoal ou de grupo religioso
2-Determinar que servidores públicos privilegiem categorias no acesso ao serviço público (como filas de hospitais)
3-Atuar em favor da Igreja Universal do Reino de Deus, IURD (da qual é bispo licenciado)
4-Manter relação com entidades que se utilizam do poder político da Prefeitura
5-Realizar censo religioso
6-Estimular entidades religiosas com patrocínio, subsídio ou financiamento
7-Utilizar espaços públicos para doutrinação religiosa
8-Conceder privilégios em espaços públicos a pessoas de seu grupo religioso
9-Utilizar escolas ou hospitais para eventos da IURD
10-Realizar ação social ligada a entidades religiosas ou fé
11-Implantar agenda religiosa
12-Adotar atitude discriminatória com pessoas que não professam sua fé
O magistrado aponta que o prefeito Marcelo Crivella "provavelmente ofendeu o princípio da legalidade" no evento que foi chamado de Café da Comunhão. O juiz diz ainda que a administração pública não pode eatuar para prejudicar ou beneficiar "pessoas determinadas".
Ele cita uma série de eventos religiosos realizados durante a gestão Crivella, como o Festival de Cinema Cristão realizado gratuitamente na Cidade das Artes, ou a Vigília do Resgate, também realizada sem ônus no Sambódromo.
Para o juiz, há provável violação dos princípios da impessoalidade e da moralidade administrativa.
"De fato, o censo religioso compulsório realizado no âmbito da Guarda Municipal expõe os servidores municipais a constrangimento resultante do receio de represália ou perseguição por motivo religioso, podendo transformar-se em instrumento deperseguição religiosa e de proselitismo religioso". Fonte: https://g1.globo.com
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pede R$ 100 mil de indenização por danos morais de Danilo Gentili
Político entrou na Justiça no ano passado após comentários feitos pelo apresentador no Twitter
Rio - O deputado estadual Marcelo Freixo pede uma indenização de R$ 100 por danos morais ao apresentador Danilo Gentili. A informação foi confirmada ao "Uol" pela defesa do político. Freixo entrou na Justiça em 2017, após comentários do apresentador do SBT no Twitter.
Danilo Gentili se referiu ao deputado como "farsa" e "merd*". "Pô, Marcelo Freixo, mas você é uma farsa mesmo hein, seu merda. Aproveitando... E seus black blocs? Mataram mais alguém esses dias?", escreveu o apresentador.
"Eu fico mexendo com o Marcelo Freixo no Twitter e preciso ficar esperto... Se eu fosse mulher já tinha apanhado", escreveu Gentili em outra postagem. Além da indenização, a defesa de Marcelo Freixo pede que Danili Gentili publique a sentença, após ser julgada, em suas redes sociais.
O processo corre no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Danilo Gentili entrou com ação pedindo para que a ação fosse julgada em São Paulo, onde ele tem residência fixa. O pedido foi negado. Gentili recorreu da decisão. Marcelo Freixo e Danilo Gentili ainda esperam pelo julgamento do processo, que corre na 50ª Vara Cível do Rio. Fonte: www.correiobraziliense.com.br
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Documento será encaminhado ao presidente da Casa; abertura da comissão só poderá ser abertas na volta do recesso
RIO - A bancada do PSOL conseguiu assinaturas suficientes para abrir a CPI do Sistema de Regulação (Sisreg). O vereador Paulo Pinheiro (PSOL) entregará ainda nesta tarde o documento à mesa diretora da Casa para protocolar o pedido de abertura da comissão, que irá investigar se houve ou não fraude no sistema que regula as filas de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) no âmbito municipal. Desde a manhã desta sexta-feira, faltava apenas uma assinatura. No início desta tarde, o vereador Cláudio Castro (PSC) assinou o documento.
- Vamos submeter ainda hoje as assinaturas para a Mesa Diretora, mas a comissão só vai funcionar depois do recesso - explica Pinheiro. - Já está pronta, só não acontecerá se o presidente (da Câmara Jorge Felippe) não quiser. A responsabilidade agora é do presidente da casa. Conseguimos o número regimental de assinaturas. A CPI tem um fato lógico, determinante e agora cabe ao presidente constituí-la.
Documento que será entregue ao presidente da Câmara
Para protocolar uma CPI na Câmara são necessárias 17 assinaturas. Castro, que votou contra o impeachment do prefeito, decidiu hoje votar para a criação da CPI porque entendeu que o fato levantado merece investigação, ainda que, a seu ver, não justifiquem um pedido de impeachment em um primeiro momento.
- O remédio para esta crise não era a criação de um impeachment, que cria uma comissão processante, e não investigativa. É necessário investigar antes. Na minha opinião, o carro havia sido colocado antes dos bois - afirma ele. - Precisamos investigar os fatos, e se for constatado crime do prefeito, entrar com um pedido de impeachment.
Para o vereador Fernando William (PDT), a vitória do prefeito Marcello Crivella nesta quinta-feira foi conseguida às custas de muitos favores:
- O prefeito sabe que pagou um preço político bem alto, ficando com a base ainda mais reduzida e desgastada junto à opinião pública. Sabe que, a partir de agora, conseguir 17 assinaturas para abrir CPI, seja para investigá-lo ou impedir votações com substitutivos de projetos que prejudicam a população, é muito mais provável do que antes. Ademais, ganhou uma ação de improbidade junto ao MP. Com certeza pensará duas vezes antes tomar atitudes não republicanas, como esta que gerou toda esta polêmica.
Além da CPI do Sisreg, há duas outras comissões na fila: a CPI da Márcia, da vereadora Teresa Bergher (PSDB) e a CPI da Isenção do IPTU, também da bancada do PSOL.
A CPI do Sisreg se ampara em matéria publicada pelo GLOBO, que revelou a possível existência de uma "fila paralela" a oficial. Um documento do Tribunal de Contas do Município (TCM) constatou que, em várias policlínicas, hospitais e clínicas particulares conveniadas com o município, o número de procedimentos médicos realizados era muito superior ao de agendamentos por meio do Sisreg. De acordo com técnicos do tribunal, isso abre a possibilidade de fraudes no sistema.
Vereadores que assinaram o documento:
1 - Paulo Pinheiro (PSOL)
2 - Rafael Aluisio Freitas (MDB)
3 - Átila Nunes (MDB)
4 - Babá (PSOL)
5 - David Miranda (PSOL)
6 - Fernando William (PDT)
7 - Reimont (PT)
8 - Leonel Brizola Neto (PSOL)
9 - Luciana Novaes (PT)
10 - Renato Cinco (PSOL)
11 - Rosa Fernandes (MDB)
12 - Tarcísio Motta (PSOL)
13 - Teresa Bergher (PSDB)
14 - Ulisses Marins (PMN)
15 - Zico (PTB)
16 - Cesa Maia (DEM)
17 - Cláudio Castro (PSC)
Fonte: https://oglobo.globo.com
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Prefeito se reuniu com líderes religiosos em agenda secreta no Palácio da Cidade
RIO — Em agenda secreta no Palácio da Cidade, na quarta-feira, o prefeito Marcelo Crivella ofereceu ajuda a pastores e líderes de igrejas que tenham problemas com IPTU em seus templos ou que queiram angariar fiéis que necessitem de cirurgias de catarata e varizes.
Intitulado "Café da Comunhão", o encontro foi combinado por WhatsApp, em mensagem à qual O GLOBO teve acesso. Os organizadores pediram aos presentes que levassem "reivindicações por escrito, relações de suas igrejas e número de membros".
O prefeito discursou por mais de uma hora, na presença do pré-candidato a deputado federal pelo PRB, Rubens Teixeira.
— Na prefeitura, estamos fazendo mutirão da catarata. A Márcia trabalha comigo há quinze anos. Ela conhece os diretores de toda a rede federal, Ipanema, Lagoa, Andaraí, Bonsucesso, do Fundão, ela conhece os diretores de todos os hospitais da rede municipal que eu já apresentei a ela, que já vieram e almoçaram conosco, de maneira que ela me representa em todos esses setores, Miguel Couto, Souza Aguiar, Lourenço, Salgado, Piedade e por aí afora. Nós estamos fazendo o mutirão da catarata. Contratei 15 mil cirurgias até o final do ano. Então se os irmãos tiverem alguém na igreja com problema de catarata, se os irmãos conhecerem alguém, por favor falem com a Márcia. É só conversar com a Márcia que ela vai anotar, vai encaminhar, e daqui a uma semana ou duas eles estão operando — disse, emendando:
— A outra são varizes. A maioria são mulheres que estouram uma variz na perna e abre uma ferida que não fecha. E a senhora apenas troca o curativo. Hoje existe uma maneira, injeta na veia dela uma espuma medicinal e fecha a ferida, uma benção. Também por favor falem com a Márcia. E tem a vasectomia para os homens, estamos zerando a fila. É muito importante os irmãos ficarem com o telefone da Márcia ou do Marquinhos porque às vezes ocorre um imprevisto. Se houver caso de emergência, liga. Liga para a Márcia e ela liga para mim, para o Marquinhos… É importante você ter um canal para poder socorrer num momento de emergência.
Sobre problemas de pastores com impostos, Crivella informou que é preciso “dar um fim nisso”.
— Tem pastores que estão com problemas de IPTU. Igreja não pode pagar IPTU, nem em caso de salão alugado. Mas, se você não falar com o doutor Milton, esse processo pode demorar e demorar. Nós temos que aproveitar que Deus nos deu a oportunidade de estar na Prefeitura para esses processos andarem. Temos que dar um fim nisso.
Crivella também ofereceu soluções para outros problemas, como, por exemplo, pontos de ônibus distantes de igrejas.
— Às vezes o pastor está na porta da igreja e diz assim: ‘quando o povo atravessa, pode ser atropelado’. Vamos botar um sinal de trânsito. Vamos botar um quebra-molas. Ou então o pastor diz assim: ‘o ponto de ônibus é lá longe, o povo desce e vem tomando chuva até a porta da igreja’. Então vamos trazer o ponto pra cá. Vamos aproveitar esse tempo que nós estamos na prefeitura para arrumar nossas igrejas. Se vocês quiserem fazer eventos no parque Madureira, está aqui o nosso líder, que é o doutor Valmir. Se vocês tiverem problema, tem o Manassés, o nosso companheiro, que cuida das pessoas com problema de vícios em drogas. Contem conosco, este palácio está aberto a vocês. Qualquer coisa, nossa equipe está aqui. Se as igrejas estiverem bem, crescendo, quantas tragédias não vamos evitar?
No fim do evento, a mulher de Crivella puxou uma oração:
— Que a Justiça venha a reinar nessa cidade, Senhor — disse ela.
Na sequência, a equipe de assessores de Crivella passou a anotar as demandas e pedidos dos presentes. Um dos organizadores anunciou que um novo encontro com “novos pastores” está previsto para acontecer “em breve”, e disse que, na ocasião de qualquer problema, os fiéis poderiam procurar a sala 1501 no prédio da prefeitura.
OUTRO LADO
Em nota, a prefeitura informou que a reunião teve como objetivo prestar contas e divulgar serviços importantes para a sociedade, entre eles o mutirão de cirurgias de catarata e o programa sem varizes. E ressaltou que o prefeito " já recebeu os mais diversos representantes da sociedade civil, para tratar dos mais variados assuntos, tanto em seu gabinete quanto no Palácio da Cidade". Fonte: https://oglobo.globo.com
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Major do Exército, conhecido Balta Nunes, prestou depoimento nesta sexta-feira por videoconferência. Ato de apoio aos 18 jovens que estão no banco dos réus, em novembro do ano passado. F.
Estopim de um caso emblemático na história recente envolvendo a espionagem da inteligência do Exército em grupos de ativistas e manifestantes brasileiros, o major Willian Pina Botelho - ou Balta Nunes, o codinome pelo qual se apresentava -, falou diante de uma corte pela primeira vez nesta sexta-feira. Ele prestou depoimento no caso dos 18 jovens detidos na região da avenida Paulista antes de um protesto anti-Temer em São Paulo, em 4 de setembro de 2016, acusados na Justiça de formar uma "organização criminosa". O major admitiu que estava infiltrado em grupos de WhatsApp e do Facebook formados pelos manifestantes detidos. Em seu depoimento de cerca de 40 minutos, por videoconferência, Botelho afirmou também que o grupo era "pacífico" e disse ter atuado sob cobertura legal de um decreto de Garantia de Lei e da Ordem (GLO), usado para regular a atuação dos militares em algumas situações, tanto para participar no grupo de manifestantes como para estar presente no local da detenção. A justificativa do militar é alinhada com a do Exército, que, na época do ocorrido, questionado pelo EL PAÍS, já havia justificado uma possível ação na cidade naquele dia baseada na GLO editada para monitorar a passagem de tocha paraolímpica pela capital paulista.
Segundo advogados que acompanharam o depoimento transmitido no Fórum da Barra Funda, o militar levou leis anotadas para fundamentar seus argumentos, consultando-as em um papel de vez em quando. Alegou que havia sido colocado nos grupos virtuais, mas afirmou que não podia dizer por quem, porque estava protegido pelo departamento de inteligência do Exército. "Ele não quis polemizar, foi sucinto", disse o advogado Thiago Rocchetti. Botelho também afirmou que a maioria dos integrantes do grupo não se conhecia pessoalmente, algo dito por alguns dos jovens na época à reportagem.
Naquele 4 de setembro, 18 jovens e três adolescentes foram detidos antes do protesto contra o presidente Michel Temer começar, na região da avenida Paulista, local por onde a tocha paraolímpica havia passado mais cedo. Eles foram levados após uma forte batida policial e passaram a noite na delegacia. A suspeita de que Balta era um infiltrado foi levantada pelos próprios jovens, quando perceberam que, apesar de ele estar no momento da batida policial, era o único que não havia sido levado ao Departamento de Investigações Criminosas (DEIC) com os demais.
O grupo foi liberado na audiência de custódia no dia seguinte, quando um juiz considerou as detenções ilegais. Apesar da liberdade, todos foram processados depois que o Tribunal de Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), que acusou o grupo de formar uma organização criminosa. A promotoria argumentou que os envolvidos carregavam objetos no intuito de vir a perturbar a ordem pública e depredar o patrimônio. Dentre os utensílios, estariam vinagre, máscaras e capuzes, material de primeiros socorros e uma barra de ferro.
Frentes do caso
Poucos meses após a descoberta de sua identidade, Botelho foi promovido a major e enviado pelo Exército para Manaus. Por essa razão, o depoimento do militar, que ocorreu a pedido de parte das defesas, foi feito por videoconferência. As declarações do major, que usava o aplicativo de relacionamentos Tinder para procurar "meninas de esquerda" para se relacionar, são cruciais para o caso, pois muitas pontas dessa história ainda seguem soltas. Em primeiro lugar, está o debate sobre o uso adequado da GLO, que tem como finalidade estabelecer orientações para o uso das Forças Armadas para “garantir ou restaurar a lei ou e ordem”. Para ser usada, no entanto, ela precisa ser decretada pelo presidente e ter uma data estabelecida para começar a valer e para ser encerrada. De fato, naquele 4 de setembro, havia um decreto de GLO na cidade de São Paulo. Mas ele vigorava somente até o final daquele dia em virtude da passagem da tocha. Como o major justifica sua participação no grupo antes daquela data é uma das perguntas que seguem sem resposta. A presença dele no Tinder, usando a identidade de Balta Nunes, aponta que sua atuação não ocorreu somente no dia em que a tocha paraolímpica passava por São Paulo.
Outro questionamento que não foi respondido é de quem partiu a ordem para que o major estivesse naquele local naquele momento. Essa pergunta foi feita na audiência, mas Botelho afirmou que não poderia responder, pois estava protegido por seu cargo no setor de inteligência. Antes dessa resposta evasiva se tornar pública, o procurador Marcos Angelo Grimone já havia aberto uma investigação, detalhada pela Ponte Jornalismo, para apurar se houve ordem para a ação e de quem teria sido. Grimone investiga se Botelho praticou os crimes de identidade ideológica e usurpação da função pública.
Saber de quem partiu a ordem também desvendaria a questão sobre se a ação do militar ocorreu em conjunto com a secretaria de Segurança Pública de São Paulo, algo admitido pelo próprio Exército, mas negado veementemente pela Secretaria, e desmentido pelos militares na sequência.
Apesar de o major ter dito que o grupo era pacífico, o caso envolvendo os jovens detidos e Balta Nunes ainda não terminou também. O depoimento do militar foi o último de uma série de oitivas, tanto por parte da acusação, quanto das defesas, incluindo policiais militares e testemunhas. O próximo passo será a apresentação das alegações finais do juiz, com prazo para que a defesa recorra, algo que não tem data para ocorrer, mas deve acontecer nos próximos dois meses. Depois disso, virá a sentença e para ela ainda caberá recurso. Apesar das etapas que ainda faltam, uma das acusadas no processo se diz "aliviada". "É mais uma prova contundente de que somos inocentes", disse ela, que preferiu não se identificar. Fonte: https://brasil.elpais.com
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Aparentemente emocionado, o emedebista concluiu falando sobre apoio: “Ele [Deus] não tem me faltado, os amigos também não têm me faltado e minha família não tem me faltado”
Luís Filipe Veloso
Em vídeo divulgado nas redes sociais nesta terça-feira (19), o deputado federal Lúcio Vieira Lima (MDB) resolveu abrir o coração e contar que tem recorrido à religiosidade para superar as dificuldades enfrentadas nos últimos tempos.
Alvo de processo no Conselho de Ética da Câmara Federal, por quebra de decoro no caso dos R$ 51 milhões, o irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima se disse surpreso consigo: “eu hoje sou um homem que eu não me conhecia. Eu não sabia que tinha essa capacidade de superação”.
“Quando a vida tá (sic) tudo bacana, a gente termina esquecendo ou deixando de lado daquilo que nos ajuda, que nos dá força. E quando os problemas surgem, a primeira coisa que a gente faz é: ‘Oh meu Deus!’”, justificou o parlamentar.
Aparentemente emocionado, o emedebista concluiu falando sobre apoio: “Ele [Deus] não tem me faltado, os amigos também não têm me faltado e minha família não tem me faltado”. Fonte: http://bahia.ba/politica
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Corrigindo um nosso serviço precedente sobre o caso Grabois-Lula, devemos ressaltar que havia imprecisões na tradução e nas transcrições que induziram a alguns erros.
Cidade do Vaticano
Corrigindo um nosso serviço precedente sobre o caso Grabois-Lula, devemos ressaltar que havia imprecisões na tradução e nas transcrições que induziram a alguns erros. Abaixo apresentamos a notícia correta.
O advogado argentino Juan Gabrois é Consultor do ex-Pontifício Conselho Justiça e Paz, que passou a fazer parte do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, e é o coordenador do encontro mundial dos movimentos sociais em diálogo com o Papa Francisco.
Grabois concedeu uma entrevista (https://youtu.be/A7F-C1Bi5Q0) depois de ter sido impedido de visitar o ex-presidente Lula no Cárcere de Curitiba, onde está detido há mais de dois meses. Grabois definiu inexplicável a rejeição de não ter podido se encontrar com Lula a quem queria levar um Terço abençoado pelo Papa, as palavras do Santo Padre e as suas reflexões com os movimentos sociais e discutir assuntos espirituais com o ex-chefe de Estado.
Grabois disse que está muito preocupado com a situação política no Brasil e em vários países da América Latina. Enfim, disse estar muito triste pela proibição de realizar esta visita, mas que o importante é ter conseguido levar a Lula o Terço. Fonte: www.vaticannews.va
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“Lula, com seu prestígio crescente, sem dúvida a maior liderança no país, poderia ter um sinal de grandeza, não insistir como candidato inviável e isolado e ser o grande eleitor de uma candidatura plural, progressista, nacional e popular. É hora de amplas alianças”, escreve Luiz Alberto Gomez de Souza, sociólogo.
Eis o artigo.
“Para se chegar à fonte é preciso nadar contra a corrente”.
Stanislaw Jerzy Lec (1).
“Só uma coisa morta segue a correnteza. Tem de estar vivo para contrariá-la" (2).
- K. Chesterton
Tenho me unido aos que denunciam a criminosa campanha contra Lula. Mas talvez, neste grave momento, seja hora de fazer algumas reflexões na contracorrente petista. O PT insiste na candidatura Lula, que será declarada inviável às vésperas da eleição, caindo na ficha limpa. Fica isolado, olhando para seu umbigo e não para um momento delicado da situação nacional. Como se o Brasil apenas dependesse da candidatura de Lula. Os setores dominantes farão tudo para bloqueá-la, com firulas jurídicas. Ela é insuportável para os grandes setores do capital. Visto isso, Lula e o PT têm de olhar antes de tudo para o país, num momento delicado de transição.
Há uma inversão de prioridades. Para o PT o centro é Lula e sua candidatura. Nas redes sociais há uma acumulação de textos, declarações, palavras de ordem, centradas em Lula e não no Brasil. Quando o fundamental é preparar um governo que tenha força para sair deste neoliberalismo suicida. O importante é o país, num momento difícil, não uma candidatura particular.
Lembremos o que aconteceu depois da caída de Collor. Veio um governo de transição, que foi importante para o processo. Qual foi a atitude do PT? Oposição míope e expulsou Luiza Erundina que aceitara participar de um ministério de união nacional.
Um partido que nasceu das bases da sociedade foi capturado por um aparelhismo para o qual o importante não era o país, mas manter-se no poder a qualquer custo. Ainda é tempo de sair de seu caramujo e pôr-se à frente de uma frente ampla, nacional popular e democrática. Será pedir muito, ou veremos o PT fechado sobre si mesmo, à margem da história? Esperança ingênua?
Lula, com seu prestígio crescente, sem dúvida a maior liderança no país, poderia ter um sinal de grandeza, não insistir como candidato inviável e isolado e ser o grande eleitor de uma candidatura plural, progressista, nacional e popular. É hora de amplas alianças. Poderíamos, na contracorrente, esperar gestos que liberem?
Notas:
1.- Stanislaw Jerzy Lec, poeta polonês
2.- Gilbert K.Chesterton, pensador inglês, meu mestre desde a juventude.
Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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Vários meios de comunicação brasileiros deram a notícia sobre a entrega de um Terço do Papa ao ex-presidente Lula. Esclarecemos:
Cidade do Vaticano
Esclarecimento sobre a notícia da entrega de Terço do Papa ao ex-presidente Lula.
O advogado argentino Juan Gabrois, fundador do Movimento dos trabalhadores excluídos e ex-consultor do Pontifício Conselho Justiça e Paz, deu uma entrevista em sua tentativa de visitar o ex-presidente Lula na prisão de Curitiba, onde está detido há mais de dois anos meses. Grabois disse que a visita era pessoal e não em nome do Santo Padre. Ele não teve a permissão para se encontrar com Lula.
Na entrevista, ele nunca declarou que foi o Papa a enviar o Terço, mas simplesmente que se tratava de um Terço que tinha sido "abençoado" pelo Papa. Terços como esse são levados, como o Santo Padre deseja, a tantos prisioneiros do mundo sem entrar no mérito de realidades particulares. Fonte: www.vaticannews.va
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*Frei Betto
Encontrei-o vestido de moletão azul, muito animado, mais magro e bem penteado
Fiquei segunda-feira das 16h às 17h15m com o ex-presidente Lula na cela que ele ocupa na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. O recinto de 15 metros quadrados abriga a cama junto à janela, uma mesa no centro, esteira para exercícios físicos a um canto e o armário colado à divisória entre a cela e o banheiro. Na parede, uma única foto — ele com filhos, netos e bisneta.
Encontrei-o vestido com um conjunto de moletão azul, muito animado, mais magro e bem penteado. Sobretudo, bem informado. Dispõe de TV aberta, pela qual acompanha o noticiário e se entretém com filmes. Prefere a TV Aparecida, devido à programação de música sertaneja e pela qual assiste diariamente à missa das 18h.
Recebe todas as manhãs um clipping de notícias de jornais, blogs e agências internacionais, o que o ocupa na hora do café. Tem direito a duas horas diárias de banho de sol.
Riu muito quando comentei que figurou como fake news — teria sofrido síndrome de abstenção alcoólica nos primeiros dias de prisão. Já na época das caravanas ele se privou de álcool para não prejudicar a voz.
Há uma relação respeitosa entre ele e os agentes penitenciários, sem, contudo, qualquer aproximação amigável. Dois deles permanecem de plantão do lado de fora da cela, e tivemos que bater na porta para que viessem abri-la para eu sair.
Lula reafirmou que não pensa em retirar sua candidatura a presidente nem apoiar nenhum dos concorrentes, embora confesse sua admiração por Guilherme Boulos, do PSOL. “Como me retirar de uma disputa eleitoral se as pesquisas comprovam que, sozinho, tenho mais votos que a soma de todos os concorrentes?”
Admite não entender por que está preso em Curitiba se a peça da acusação — o tríplex do Guarujá — fica em São Paulo...
Considera que a elite brasileira, que tanto o bajulou durante os 13 anos de governo do PT, hoje se posiciona contra por estar interessada na venda do Estado brasileiro e indignada com a ascensão social da maioria pobre graças às políticas de inclusão adotadas no período em que ele e Dilma governaram.
Segundo ele, um novo golpe estaria sendo armado com a adoção do parlamentarismo via STF, sem consulta plebiscitária como prevê a Constituição.
Disse não estar preocupado com a questão jurídica, e aguarda sereno o julgamento do mérito dos processos nos quais figura como réu. Tem plena consciência de que o caráter político das acusações que o levaram à prisão pesa muito mais.
Hoje, a mídia o mostrará de terno e gravata ao depor por videoconferência em processo que envolve Sérgio Cabral e as Olimpíadas do Rio.
Antes de me despedir, rezamos juntos a Oração do Espírito Santo.
*Frei Betto é escritor, autor de “Calendário do poder” (Rocco), entre outros livros. Fonte: https://oglobo.globo.com/
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Fernando Henrique Cardoso
Entre o desemprego e a violência assustadora, a perda de confiança nas instituições é um incentivo ao autoritarismo
A semana que acaba hoje foi plena de tensão demonstrando a quem não percebera antes a profundidade das dissenções que vêm de há muito tempo. As incongruências da política econômica dos governos de Lula e Dilma, em sua fase final, já haviam levado a economia à paralisação e o sistema político a deixar de processar decisões. Daí o impeachment do último governo, ainda que baseado em arranhões de normas constitucionais.
Todo impeachment é traumático. Fui ministro de um governo que resultou de um impeachment, o do presidente Itamar Franco. Este, com sabedoria, percebeu logo que precisaria de um Ministério representativo do conjunto das forças políticas. Como o PT, que apoiara o impeachment do presidente Collor, se recusava a assumir responsabilidades de governo (com olho eleitoral), Itamar conseguiu a aceitação de uma pasta por Luiza Erundina, então no PT. Mesmo eu, eleito presidente por maioria absoluta no primeiro turno sem precisar buscar o apoio do PT, tive como um de meus ministros um ex-secretário-geral do PT.
De lá para cá os tempos mudaram. A possibilidade de algum tipo de convivência democrática, facilitada pela estabilização econômica graças ao Plano Real, que tornou a população menos antigoverno quando viu em marcha uma política econômica que beneficiaria a todos, foi substituída por um estilo de política baseado no “nós”, os supostamente bons, e “eles”, os maus. Isso somado ao descalabro das contas públicas herdado pelo governo atual, mais o desemprego facilitado pela desordem financeira governamental, levou a uma exacerbação das demandas e à desmoralização dos partidos. A Lava-Jato, ao desnudar as bases apodrecidas do financiamento partidário pelo uso da máquina estatal em conivência com empresas para extrair dinheiro público em obras sobrefaturadas (além do enriquecimento pessoal), desconectou a sociedade das instituições políticas e desnudou a degenerescência em que o país vivia.
A dita “greve” dos caminhoneiros veio servir uma vez mais para ignição de algo que estava já com gasolina derramada: produziu um contágio com a sociedade, que, sem saber bem das causas e da razoabilidade ou não do protesto, aderiu, caladamente, à paralisação ocorrida. Só quando seus efeitos no abastecimento de combustíveis e de bens essenciais ao consumo e mesmo à vida, no caso dos hospitais, tornaram-se patentes, houve a aceitação, também tácita, da necessidade de uma ação mais enérgica para retomar a normalidade.
Mas que ninguém se engane: é uma normalidade aparente. As causas da insatisfação continuam, tanto as econômicas como as políticas, que levam na melhor das hipóteses à abstenção eleitoral e ao repúdio de “tudo que aí está”. Portanto, o governo e as elites políticas, de esquerda, do centro ou da direita, que se cuidem, a crise é profunda. Assim como o governo Itamar buscou sinais de coesão política e deu resposta aos desafios econômicos do período, urge agora algo semelhante.
Dificilmente o governo atual, dado sua origem e o encrespamento político havido, conseguirá pouco mais do que colocar esparadrapos nas feridas. Nada de significativo será alcançado sem que uma liderança embasada no voto e crente na democracia seja capaz de dar resposta aos atuais desafios econômicos e morais. Não há milagres, o sistema democrático-representativo não se baseia na “união política”, senão que na divergência dirimida pelas urnas. Só sairemos da enrascada se a nova liderança for capaz de apelar para o que possa unir a nação: finanças públicas saudáveis e políticas adequadas, taxas razoáveis de crescimento que gerem emprego, confiança e decência na vida pública.
É por isso que há algum tempo venho pregando a união entre os setores progressistas (que entendam o mundo e a sociedade contemporâneos), que tenham uma inclinação popular (que saibam que além do emprego é preciso reduzir as desigualdades), que se deem conta que o mundo não mais funciona top/down, mas que “os de baixo” são parte do conjunto que forma a nação e que, em vez de se proporem a “salvar a pátria”, devem conduzi-la no rumo que atenda, democraticamente, com liberdade, os interesses do povo e do país.
Não se trata de formar uma aliança eleitoral apenas, e muito menos de fortalecer o dito “centrão”, um conjunto de siglas que mais querem o poder para se assenhorarem de vantagens, do que se unir por um programa para o país. Nas democracias é natural que os partidos divirjam quando as eleições majoritárias se dão em dois turnos, quando os “blocos sociais e políticos” podem ter mais de uma expressão partidária. Mas é preciso criar um clima que permita convergência. E, uma vez no caminho e no exercício do poder, quem represente este “bloco” precisará ter a sensibilidade necessária para unir os que dele se aproximam e afastar o risco maior: o do populismo, principalmente quando já vem abertamente revestido de um formato autoritário.
Na quadra atual, entre o desemprego e a violência cada vez mais assustadora do crime organizado, a perda de confiança nas instituições é um incentivo ao autoritarismo. O bloco proposto deve se opor abertamente a isso. Não basta defender a democracia e as instituições, é preciso torná-las facilitadoras da obtenção das demandas do povo, saber governar, não ser leniente com a corrupção e entender que, sem as novas tecnologias, não há como atender às demandas populares crescentes. E, principalmente, criar um clima de confiança que permita investimento e difundir a noção de que, num mundo globalizado, de pouco vale dar as costas a ele.
Tudo isso requer liderança e “fulanização”. Quem, sem ser caudilho, será capaz de iluminar um caminho comum para os brasileiros? “Decifra-me ou te devoro”, como nos mitos antigos. Fonte: https://oglobo.globo.com
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O presidente Michel Temer afirmou que foi “iluminado por Deus” no contexto do encerramento da paralisação dos caminhoneiros, durante cerimônia na Assembleia de Deus, em Brasília, nesta quinta, 31.
“Fui iluminado por Deus, que disse: ‘Vai lá no templo da assembleia comemorar a pacificação do país’. Quero pedir que todos vocês creiam como creio na força do diálogo e da palavra”, disse o presidente, segundo informa o G1. Fonte: http://br18.com.br
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Criado por grupo de jovens ligado à paróquia, o tapete teve as inscrições de "fora Temer" e o símbolo feminista apagado por iniciativa dos próprios membros da igreja, sob alegação de que as normas não previam símbolos não-religiosos.
Em meio à tradicional confecção de tapetes para Corpus Christi nas ruas de Aratiba, a cerca de 400 km de Porto Alegre, uma mensagem chamou atenção dos moradores na manhã desta quinta-feira (31): no tapete criado pela Pastoral da Juventude da Paróquia Santiago de Aratiba, estava escrito "fora Temer" no espaço designado a eles pela organização. Por decisão da própria paróquia, os integrantes do grupo receberam ordens de modificar a mensagem. Escreveram, então, "amar sem temer".
Insatisfeitos, membros da igreja apagaram todas as inscrições, inclusive um símbolo feminista incluído pelo grupo de jovens. "Não é lugar para se manifestar politicamente", define o membro do Conselho Econômico da Igreja, Walter Meurer.
A decisão provocou discussões na cidade de quase 7 mil habitantes do Norte do Rio Grande do Sul, de acordo com Walter. Segundo ele, todas as 17 entidades que receberam um espaço para criar o tapete ganharam as instruções, antes do feriado, sobre como deveriam ser os desenhos. Entre elas, está "não desenhar símbolos das entidades ou outros símbolos que não sejam religiosos".
Foi por esse motivo, conforme Walter, que a igreja resolveu apagar a mensagem, decisão que foi apoiada pelo padre Dirceu Balestrin. "Eles sabiam o que podiam colocar [no tapete], por que fizeram diferente?", resume Walter, que não acredita que o ato possa ser configurado como censura. "Aquele não era lugar de se manifestar. Foi o melhor a ser feito", conclui o religioso. O G1 tentou contato com o padre Dirceu, mas não teve as mensagens respondidas.
"Quem fala que religião e política não combinam não conhece a história"
Uma das integrantes da Pastoral da Juventude, que pediu para não ser identificada, classifica as mensagens como um "desabafo" do grupo sobre suas insatisfações com o país e com o governo de Michel Temer. "O Fora Temer significa que não aceitamos o congelamento dos investimentos na área da saúde e da educação, a retirada direito dos estudantes através do FIES,do Ciências sem Fronteiras, das bolsas de estudo nas universidades federais", cita ela, entre outras medidas do governo.
Na visão dos jovens, diz a jovem, não é possível separar política de religião. "A justificativa que usaram ao apagar é que religião e política não andam juntas, mas entende-se que Jesus Cristo foi o maior político da humanidade, pregava sempre defendendo os pobres e excluídos, enfrentava o imperialismo para defender os excluídos. Quem fala que religião e política não combinam não conhece a história", opina. Fonte: https://g1.globo.com
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