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CORA RÓNAI
Pequenas editoras audaciosas, ciência, História e, claro, um bom romance policial
Começo a lista de recomendações desse Natal com duas palavras mágicas: Carambaia e Antofágica. Duas pequenas editoras audaciosas, que se dedicam a fazer edições primorosas de títulos pouco óbvios, clássicos ou fora de mercado, a quem já fiz declarações públicas de amor e pelas quais continuo apaixonada. A Carambaia, que fará cinco anos em breve e lançou 24 títulos apenas esse ano, é uma veterana comparada à Antofágica, que mal começa a molhar a ponta dos pés com cinco livros publicados (entre eles “Um conto de Natal”, de Dickens, traduzido por Leonardo Alves, que ficou pronto semana passada); mas ambas trilham o caminho da saudosa Cosac Naify. Qualquer um dos seus livros é um presente raro e lindo.
(Por exemplo: ambas lançaram “Memórias póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, e é um bom exercício ir à livraria para tentar descobrir qual das edições é mais bonita. Eu, honestamente, não consegui me decidir.)
Mais comparação, mas essa num livro só, “Churchill e Orwell, a luta pela liberdade”, de Thomas Ricks (Zahar, tradução de Rodrigo Lacerda). Por que Churchill e Orwell, tão diferentes entre si? Ora, argumenta Ricks, porque ambos entenderam o valor do indivíduo para a democracia, e a importância de discordar da maioria. Uma biografia dupla que se lê de um fôlego, e que tem tudo a ver com os nossos dias. Para quem gosta de História, de política, de biografias e, pura e simplesmente, de boa escrita.
Dois livros distintos, mas igualmente fascinantes: “A maré humana”, de Paul Morland (Zahar, tradução de Maria Luiza Borges), e “Ascensão e queda dos dinossauros”, de Steve Brusatte (Record, tradução de Catharina Pinheiro). Um trata das mudanças do mundo causadas pelo vertiginoso crescimento demográfico dos últimos dois séculos; o outro, do que aconteceu com o segundo grupo de habitantes mais intrigantes do planeta ao longo de 150 milênios. Presentes perfeitos para quem se interessa por ciências e pelo mundo em que vive.
O primeiro grupo de habitantes mais intrigantes do planeta está vivo e bem, ainda que apareça em números alarmantes nos nossos pratos: são os cefalópodes, personagens de “Outras mentes: o polvo e a origem da consciência”, do filósofo e mergulhador Peter Godfrey-Smith (Todavia, tradução de Paulo Geiger). Mas Cora Rónai, um livro sobre polvos? Sim, sim — acreditem, essa é uma obra formidável (e altamente legível) sobre a evolução da consciência, sobre a vida na Terra (ainda que debaixo d'água) e sobre o mais estranho dos animais.
E, por falar em animais — “Why not: como os irmãos Joesley e Wesley, da JBS, transformaram um açougue em Goiás na maior empresa de carnes do mundo, corromperam centenas de políticos e quase saíram impunes”,de Raquel Landim (Intrínseca). Uma história que nunca deveria ter acontecido, espetacularmente bem contada. Para quem gosta de História e de jornalismo, e ainda não desistiu de entender o Brasil.
Como nenhuma lista de livros para o Natal fica completa sem um bom romance policial, é com particular alegria que informo que há um novo Camilleri na praça, “Uma voz na noite” (Record, tradução de Ivone Benedetti). Nele encontramos mais uma vez o inspetor Montalbano, que, aos 58 anos, começa a sentir o peso da idade. Como diz o blurb da contracapa, “Ou você adora Andrea Camilleri ou você nunca leu um livro dele”. Exatamente! Fonte: https://oglobo.globo.com
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“Somos mais populares que Jesus”, disse o beatle John Lennon em 1966, sobre terem “mais influência sobre a juventude do que qualquer outra coisa”. Exceto as distâncias, o mesmo conceito poderia se aplicar a ativista sueca Greta Thunberg em relação a todos os líderes políticos que passam nestes dias pela Cúpula do Clima de Madri. Falou apenas em poucas aparições na conferência oficial e, no entanto, sua mensagem ressoa e se espalha toda vez que aparece. Greta Thunberg devora a COP25 de Madri, antes mesmo de que cheguem os responsáveis pelo fechamento das duas semanas de negociações desta cúpula mundial.
A reportagem é de Raúl Rejón, publicada por El Diario, 09-12-2019. A tradução é do Cepat.
Essa adolescente de 16 anos não precisa falar muito para chamar a atenção e ampliar a mensagem daqueles que aparecem ao seu lado, seja um jovem violinista russo ou um adolescente dos povos indígenas dos Estados Unidos. Um bom número de políticos tem tentado voltar o seu olhar para quem queira atendê-los, mas a figura única da ativista sueca mobiliza a conferência sem a necessidade de mais autofalantes. Nesta segunda-feira, bastou Thunberg anunciar sua presença em um evento com jovens do sul do mundo para pôr de pernas para ar o centro de convenções. Sua presença foi suficiente para encher a sala.
Dentro do salão onde estava previsto o ato, uma hora antes do compromisso, aconteciam duas apresentações iniciais sobre pesca sustentável e o impacto da mudança climática em áreas vulneráveis. Os oradores não podiam esperar que a aglomeração para suas intervenções ia ser de nível estrela ambiental. Grande parte da plateia estava esperando a chegada da adolescente sueca. Mas, lá estavam.
Foco sem trégua
Então, um desses palestrantes aproveitou a oportunidade para lançar sua ideia resumida: “A transição verde está repleta de atividades nada verdes”, explicou sobre a extração de lítio no triângulo do Chile, Bolívia e Argentina que expulsa os habitantes dessas regiões. “Ainda temos três minutos antes da próxima conferência”, continuou seu companheiro, aproveitando os últimos momentos em frente ao microfone. “A melhor fórmula para proteger a Amazônia são as reservas indígenas”. Mas, a polícia da ONU já estava tomando posições na sala para ordenar: “Todo mundo fora!”. Chegava a vez de Greta e seus companheiros.
O foco que se coloca sobre Thunberg toda vez que aparece na COP não diminuiu desde a última sexta-feira, onde apareceu de surpresa na Ifema (feira de Madrid), assim que chegou à Espanha, vindo de Lisboa. As correrias atrás dela pelos pavilhões fizeram com que se refugiasse em locais fechados. Tinha ido participar de uma sessão do seu grupo, Fridays for Future. Mais tarde, na manifestação em massa convocada pela cúpula alternativa, a polícia protegeu Thunberg porque a aglomeração ao seu redor a impediu de avançar.
E, no entanto, Thunberg parece escolher corretamente como se movimentar e quais mensagens pode ampliar. Pelo menos nesta segunda-feira, deu grande ressonância a um grupo de meninos e meninas especialmente afetados pela crise climática. De países e regiões geralmente pouco ouvidas.
Jovens de Uganda, Ilhas Marshall, Filipinas, Chile ... cujos representantes vêm às cúpulas climáticas, ano após ano, com uma mensagem semelhante, mas com um impacto muito menor. Ela disse que é a história deles que deve ser contada. Diante de um fórum repleto de câmeras e veículos de comunicação de todo o mundo, essa história foi contada. E, desta vez, amplamente escutada.
Há um ano, na COP24, em Katowice (Polônia), o presidente das Ilhas Marshall fez um apelo quase desesperado ao perceber que a ciência havia estabelecido a necessidade de “medidas urgentes e sem precedentes” para conter o aquecimento da Terra em 1,5 grau. Seu país tem uma altura máxima de 10 metros, portanto, o aumento contínuo do nível do mar se traduz em simplesmente o desaparecimento. Seu discurso teve um impacto limitado. A frase de Thunberg, em setembro, em Nova York: How dare you! (como você se atrevem) foi colocada em um banner , sexta-feira passada, enquanto centenas de milhares marchavam pelo clima no centro de Madri.
Efeito multiplicador
Nesta segunda-feira, foi o Dia da Infância e da Juventude na cúpula. A jornada em que foi realizada a assinatura da Declaração sobre Infância, Juventude e Ação Climática promovida pelo Unicef. Um cenário ideal para Greta Thunberg. De fato, havia sido anunciado sua participação neste fórum, dias antes. Depois do vai e vem vivido pela COP em sua primeira intervenção do dia, alguém (não foi dito quem, nem como, ou se foi ela mesmo) decidiu que não voltaria a sair em público. Mas foi uma modificação de última hora, então a sala estava lotada novamente. Ainda havia uma fila nas portas para assistir, quando o evento estava a ponto de ser concluído.
As reprovações de um grupo de jovens à inação dos políticos, sua reclamação de que “os adultos atuam como crianças”, ressoaram com dezenas de câmeras e microfones reproduzindo-as. Um derivado do efeito Thunberg, que serviu para que a encarregada especial da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, admitisse que em Madri é preciso encontrar uma maneira de que as “reinvindicações da rua sejam refletidas nos corredores do poder. Muitos jovens estão enfurecidos com a forma como governos, empresas e adultos tem falhado na luta contra a mudança climática”, admitiu.
Doutrina Thunberg na veia, sem sequer ter que comparecer. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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Direitos humanos não é 'coisa de bandido' como alardeiam os que jamais pensam nos direitos dos pobres. É um dos mais elevados marcos jurídico e moral de nosso avanço civilizatório
Frei Betto
Desde a ditadura militar (1964-1985), nunca houve tantos retrocessos nos direitos humanos no Brasil como agora, sob Bolsonaro. Somos governados por autoridades que insistem na impunidade das forças repressivas, o que representa sinal verde para a eliminação sumária de suspeitos ou mesmo de cidadãos insuspeitos, como os nove jovens assassinados pela PM de São Paulo na favela de Paraisópolis, na madrugada de 1º de dezembro. Apenas no Rio, neste ano de 2019, seis crianças foram mortas por “balas perdidas” .
Terras demarcadas são invadidas por mineradoras, madeireiras e empresas agropecuárias. Indígenas são assassinados, entre eles o líder Paulo Paulino Guajajara, no Maranhão, a 1º de novembro, por defender a reserva de seu povo da ação de madeireiros ilegais. Os casos de feminicídio se multiplicam; uma mulher é violentada a cada 4 minutos no país.
O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo , cuja nomeação está sendo contestada pela Justiça, cospe na memoria de Zumbi, herói quilombola, ao declarar que no Brasil não existe racismo, e que “a escravidão foi benéfica para seus descendentes”... No Paraná, o jornalista Aluízio Palmar é processado por denunciar torturas no quartel do 1º Batalhão de Fronteira, em Foz do Iguaçu. O país tem mais de 12 milhões de desempregados, e o salário mínimo a vigorar em 2020 foi reduzido duas vezes pelo governo.
À beira de fazendas e estradas brasileiras, 80 mil famílias se encontram acampadas. O ex-presidente Lula é condenado sem provas. A mídia crítica ao governo é sabotada mediante o cancelamento de anúncios oficiais, e sofrem ameaças as empresas privadas que nela fazem publicidade de seus produtos. Alunos são incentivados a delatar professores que não rezam pela cartilha do Planalto. O mercado de armas e munições é estimulado pelo governo, que jamais condenou as milícias paramilitares que, ao arrepio da lei, disputam territórios com o narcotráfico.
Além dos direitos humanos, são violados também os direitos da natureza. A floresta amazônica é incendiada criminosamente para abrir espaço ao gado e à soja, enquanto Bolsonaro declara que as queimadas são “um problema cultural” . A Justiça atua com morosidade e leniência na punição dos responsáveis pelas tragédias resultantes do rompimento das barragens de Mariana (MG), em 2015, e Brumadinho (MG), em 2019, que ceifaram 382 vidas. O óleo derramado no litoral brasileiro não é saneado com a urgência e o rigor que a situação exige.
Segundo Marcelo Neri, da FGV, em dez anos o Brasil tirou 30 milhões de pessoas da pobreza. Porém, entre 2015 e 2017, 6,3 milhões de pessoas voltaram à miséria. Nos últimos três anos, a pobreza aumentou 33%. Segundo o IBGE, 58,4 milhões de pessoas vivem hoje abaixo da linha de pobreza, com renda mensal inferior a R$ 406. A lista de excluídos só aumenta: entre 2016 e 2017 subiu de 25,7% para 26,5 o que significa a exclusão de quase 2 milhões de pessoas. Segundo estes dados, 55 milhões de brasileiros passam por privações, dos quais 40% no Nordeste. Enquanto isso, a renda per capita dos ricos subiu 3%, e a dos pobres desceu 20%. Doenças já erradicadas retornaram, e a mortalidade infantil avança sobre as famílias mais pobres.
Somos uma nação rica, muito rica. Mas sumamente injusta. O PIB brasileiro é de R$ 6,3 trilhões, suficiente para garantir R$ 30 mil per capita/ano para cada um dos 210 milhões de habitantes. Ou R$ 10 mil por mês para cada família de 4 pessoas.
Direitos humanos não é “coisa de bandido” como alardeiam os que jamais pensam nos direitos dos pobres. É um dos mais elevados marcos jurídico e moral de nosso avanço civilizatório. Embora sejam violados sistematicamente por quem se proclama democrata e cristão, são irrevogáveis. Resta, agora, a ONU convocar os países a elaborar e assinar a Declaração Universal dos Direitos da Natureza, nossa “casa comum”, na expressão do papa Francisco. Fonte: https://oglobo.globo.com
*Frei Betto é escritor, autor de “Minha avó e seus mistérios” (Rocco), entre outros livros.
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O perigo mortal não vem das favelas, vem de dentro de cada um
Na madrugada, o barulho de gente correndo pelos becos de uma favela. No fim do beco uma grade, como nas prisões. Encurralados, morrem nove, outros são feridos. Sem saída. Como em um pesadelo. Eram adolescentes, quase crianças, que se divertiam numa festa. Não estarão em casa no Natal.
Há vídeos que mostram a polícia jogando bombas, batendo com cassetetes nos que tentam escapar ao tumulto. A cena é degradante, o gesto inominável. Uma autoridade põe em dúvida a veracidade das imagens, e o governador de São Paulo, o rosto gélido em que pretende imprimir a firmeza e a autoridade que os fatos desmentem, reafirma a eficácia da polícia e a continuidade de seus métodos. Dias depois, confrontado às mães das vítimas, admite “rever protocolos”. Não é justo.
Não é justo é o que dizem todos os pais e mães que mandam os filhos à escola e recebem de volta um cadáver e uma camiseta ensanguentada. Na dor da impotência face à impunidade gritam essa queixa. Mais um “erro operacional grave” da polícia, na expressão do ministro da Justiça. Erro? Não, impunidade que autoriza a reincidência.
Que desgraça, que tristeza, que vergonha! Onde foi parar a elementar compaixão que faz chorar nas tragédias e sentir revolta face à injustiça? Até quando governantes seguirão mentindo, sem piedade dos que perdem seus filhos, como se as vítimas não fossem ninguém? E, sobretudo, sem culpa, sem remorso, essa insensibilidade de que só os psicóticos são capazes. Até quando vão negar a humanidade dos que precisam de amparo e proteção?
A frieza, a insensibilidade das autoridades é assustadora. Essa insensibilidade é contagiosa, uma tara que se espalha pela sociedade enquanto se vende a imagem de um inimigo sem rosto que se esconde nas favelas e que justifica a violência cega que atinge qualquer um.
O perigo mortal não vem das favelas, vem de dentro de cada um: habituados ao horror em um convívio cotidiano, nos tornarmos, silenciosos e indiferentes, cúmplices por omissão do assassinato de crianças.
Não é justo.
Fonte: https://oglobo.globo.com
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Aline Aguiar, Jéssica Senra e Márcio Bonfim passam a fazer parte do rodízio de apresentação
Três jornalistas de emissoras e afiliadas da Globo que participaram da comemoração dos 50 anos do Jornal Nacional vão virar plantonistas do noticiário em 2020. Segundo a emissora, Aline Aguiar (Globo Minas), Jéssica Senra (TV Bahia) e Márcio Bonfim (Globo Nordeste) passam a fazer parte do rodízio oficial de apresentação do JN aos sábados.
Márcio também será o substituto de Tadeu Schmidt no Fantástico nos feriados e férias do apresentador, já a partir do final deste ano.
Os três foram aproveitados pela Globo após participarem do revezamento de jornalistas na bancada do telejornal, que foi realizado de 31 de agosto a 30 de novembro, como forma de comemorar os 50 anos do JN. Fonte: https://f5.folha.uol.com.br
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Há governantes que gostam de impor seu poder pelo medo
No começo deste ano, ao assumir a pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves declarou que o Estado podia ser laico, mas ela era “terrivelmente cristã”.
Jair Bolsonaro gostou da expressão e, em julho, durante um culto evangélico, disse que ele pretendia nomear, para o Supremo Tribunal Federal , um juiz “terrivelmente evangélico”.
O que significa ser “terrivelmente” cristão ou evangélico?
Há governantes que gostam de impor seu poder pelo medo. Mas será que há cristãos que querem mesmo ser medonhos?
Muitos cristãos sentirão repulsa diante da ideia de afirmar a sua fé pelo medo que poderiam incutir nos outros. Entendo, mas o cristianismo “terrível” não é uma invenção de Damares e Bolsonaro.
Os cristãos, os judeus e os islamitas são exclusivistas, ou seja, adotam o Antigo Testamento, no qual Deus proclama: não terás outros deuses além de mim.
Agora, o judaísmo não se tornou missionário por isso. A ideia é: meu Deus é o único verdadeiro, os outros podem acreditar no que quiserem —eventualmente, veremos no fim quem tinha razão.
O cristianismo, ao contrário, tornou-se imediatamente missionário, como se a ideia de que só nosso Deus é o verdadeiro acarretasse o dever moral de convertermos a todos os que veneravam outros deuses. O Islã tomou um caminho parecido, com a consequência que as duas religiões parecem estar em guerra até hoje.
Duas observações: 1) É sempre sábio desconfiar dos que querem nosso bem —quer estejam vestidos de cruzados, de comunistas ou de pastores.
2) O caso dos judeus mostra que a crença que nosso Deus seja o único verdadeiro não nos dá necessariamente o dever e o direito de convertermos o mundo a ferro e fogo.
O cristianismo atribuiu a si uma vocação missionária universal ao lutar para se tornar religião oficial do Império Romano. Mas essa circunstância não explica por qual razão interna (e não só de expansão pelo mundo) os cristãos se tornaram logo “terríveis”. Por que precisaram que todos os outros adotassem as suas crenças e as suas regras de comportamento?
Talvez haja, nos anseios missionários, uma vontade de fazer o bem. É possível. Mas os anseios missionários, sobretudo quando se tornam impositivos e violentos, mal escondem a boçalidade. O que é a boçalidade? Nenhum cristão consegue controlar seus desejos “pecaminosos” e as dúvidas de sua fé.
Quanto mais os desejos e as dúvidas o pressionam, tanto mais ele se torna boçal, ou seja, tenta reprimir nos outros tudo o que ele não consegue reprimir nele mesmo.
A boçalidade cristã tem uma longa história, que, aliás, deveria ser contada nas salas de aula (isso, se as aulas não fossem lugares de doutrinação cristã e boçal, justamente). Durante o primeiro milênio, a boçalidade se encarregou de exterminar e apagar um outro cristianismo, menos ou nada boçal, que poderia ainda ser o nosso (para começar, veja M. Onfray, “O Cristianismo Hedonista”, ed. Martins Fontes).
No mesmo período, a boçalidade também destruiu a cultura clássica greco-romana (veja C. Nixey, “A Chegada das Trevas - Como os Cristãos Destruíram o Mundo Clássico”, ed. Desassossego).
E a boçalidade vingou quando, na Renascença, a razão começou a semear dúvidas. Será que a terra é plana ou redonda? Será que está mesmo ao centro do universo? Os boçais foram deveras “terríveis”: para afastar as dúvidas que surgiam neles mesmos, eles se puseram a queimar bruxas e hereges.
A ministra Damares se preocupou recentemente com a possibilidade de que uma feminista se masturbasse com um crucifixo.
Há 400 anos, numa praça de Toulouse, um jovem filósofo, Giulio Cesare Vanini, foi executado por pensar que há leis da natureza e que talvez haja evolução das espécies. Antes de ser estrangulado e queimado (e que suas cinzas fossem no fim dispersadas), o algoz lhe cortou a língua, culpada por falar demais.
Quase sempre, nos últimos momentos de um herege, havia um boçal “terrível” que lhe estendia um crucifixo, para que fosse a última coisa que o supliciado contemplasse. Não é improvável que o sangue de Vanini tenha espirrado no crucifixo. Se isso aconteceu, acredito que o sangue de Vanini sujou o crucifixo muito mais profundamente do que a lubrificação de qualquer feminista imaginada por Damares.
Sei, a história de Vanini foi 400 anos atrás…o tempo passou, não é? Mas a clínica mostra que os boçais continuam capazes de tudo para evitar encontrar seus próprios demônios.
*Contardo Calligaris
Psicanalista, autor de 'Hello Brasil!' (Três Estrelas), 'Cartas a um Jovem Terapeuta' (Planeta) e 'Coisa de Menina?', com Maria Homem (Papirus). Fonte: www1.folha.uol.com.br
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Da esq. para dir. em cima: Denys Henrique Quirino da Silva, 16; Gustavo Cruz Xavier, 14; Gabriel Rogério de Moraes, 20; Mateus dos Santos Costa, 23; Da esq. para dir. em baixo: Bruno Gabriel dos Santos, 22; Dennys Guilherme, 16; Marcos Paulo, 16; Luara Victoria de Oliveira, 18 e Eduardo Silva, 21; Jovens mortos na madrugada de domingo(1), durante uma ação da PM em um baile funk na comunidade de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo. - Arquivo pessoal e Reprodução. Fonte: https://agora.folha.uol.com.br
"Expressamos a fraternal solidariedade da Igreja Católica às famílias atingidas por este grave golpe mortal e sangrento, que dilacerou seus corações", ressalta a nota dos bispos do Regional Sul 1 da CNBB.
Cidade do Vaticano
"Ele há de julgar as nações e arguir numerosos povos; estes transformarão suas espadas em arados e suas lanças em foices: não pegarão em armas uns contra os outros e não mais travarão combate" (Is 2,4).
Nós, Bispos do Regional Sul 1, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), diante da triste e assustadora notícia da grave ocorrência em Paraisópolis, na Cidade de São Paulo, na madrugada deste 1° de dezembro, em que nove jovens perderam suas vidas e vários outros foram feridos, queremos manifestar nosso lamento pelos atos violentos que resultaram nesta tragédia.
Tendo em nossos corações os mesmos sentimentos de Jesus Cristo, repudiamos toda forma de violência, manifestação de ódio e desrespeito à vida.
De modo particular, expressamos a fraternal solidariedade da Igreja Católica às famílias atingidas por este grave golpe mortal e sangrento, que dilacerou seus corações. Reafirmamos nossa opção preferencial pela juventude fazendo ecoar, nesta lamentável circunstância, o grito de milhões de jovens excluídos do direito à educação, ao trabalho, ao lazer e acesso aos bens culturais deste País.
Nas periferias dilaceradas pela ausência de recursos materiais e políticas públicas indispensáveis ao bem-estar, fraternidade e sociabilidade, em que se partilhe a vida com alegria e segurança, compreendemos que nossos jovens pobres e carentes procurem, a seu modo e como podem, oportunidades de lazer e encontro. Cumpre a todas as pessoas de boa vontade e senso ético, particularmente nas instâncias políticas responsáveis pelos aparatos de segurança do Estado, propiciar a todos, principalmente à população mais vulnerável, oportunidades e projetos eficazes que visem à superação da violência e das desigualdades econômicas e sociais. Não é ético nem patriótico que os recursos humanos e materiais sejam instrumentalizados para ferir e eliminar a vida e a dignidade de cada ser humano.
A Igreja católica reafirma seu propósito e compromisso com a evangelização da juventude, na convicção que, providos dos mais nobres sentimentos e valores familiares, culturais, religiosos e humanos, os jovens trilharão caminhos de justiça e cidadania, livres das circunstâncias que conduzem à violência e à morte.
Que a mensagem de amor e a paz, celebrada no Natal que se aproxima, seja o horizonte de esperança nos caminhos da juventude e da sociedade brasileira. E que Jesus Cristo renasça em nossos corações.
Dom Pedro Luiz Stringhini - presidente
Dom Edmilson Amador Caetano - vice-presidente
Dom Luiz Carlos Dias – secretário
Fonte: https://www.vaticannews.va
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No Chile, apresentadora expulsa de programa advogado que negou ditadura
Tonka Tomicic pediu que um advogado se retirasse do estúdio quando ele negou que houve ditadura no país
REDAÇÃO MARIE CLAIRE
A apresentadora Tonka Tomicic expulsou um advogado que participava de seu programa no Chile após ele negar que teve ditadura no país. Na sexta-feira (29), durante o programa Bienvenidos 13, Tonka pediu que o advogado Hermógenes Pérez de Arce se retirasse do estúdio.
"Não se pode compartilhar o espaço televisivo com uma pessoa que está negando parte da história do Chile", afirmou a apresentadora. Arce rebateu: "Não, eu estou afirmando que o que eu digo é uma verdade histórica". Outros convidados do programa ficaram indignados com a resposta do advogado.
Hermógenes Pérez de Arce é conhecido por ter sido muito próximo do ditador Augusto Pinochet, que governou o país por 17 anos. Ao ser expulso, ele disse ter sido censurado pela jornalista.
A ditadura do Chile foi uma das mais sangrentas da história, deixando mais de 3 mil mortos. O vídeo viralizou nas redes sociais. Fonte: https://revistamarieclaire.globo.com
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"Resta, porém, uma esperança: um mito. Não aquele que é o próprio espinheiro, mas o da fênix que renasce das cinzas. Resta saber quanto da floresta ainda vai ter de ser queimada para que a vida recomece", escreve Solange do Carmo, professora de teologia na PUC de Minas Gerais.
Eis o artigo.
“Uma árvore boa produz frutos bons e toda árvore má produz maus frutos”
(Mt 7,18)
“Tem rabo de jacaré, couro de jacaré, boca de jacaré,
pé de jacaré, olho de jacaré, corpo de jacaré
e cabeça de jacaré, como é que não é jacaré?”
(Leonel Brizola)
A bíblia, sempre ela a nos surpreender com sua sabedoria! Se para alguns é arma para destruir, matar e discriminar, nada é comparável ao seu caráter comunicativo, capaz de nos advertir acerca das agruras da vida. Como disse Veríssimo, o filho e não o pai, a bíblia está cheia de textos para todos os gostos e estilos (inserir a referência?).
Um de seus relatos mais intrigantes é a parábola do espinheiro, narrada no livro dos Juízes (Jz 9,7-21). O texto faz parte de uma coleção antimonárquica, decididamente vencida por sua adversária, a corrente pró-monarquista, representada por Joatão.
A história é mais ou menos assim. Tendo saído do Egito, traumatizado com a experiência da escravidão, o povo se instalou em Canãa e a terra conquistada fora dividida entre as doze tribos de Israel. Cada tribo se organizou e tocou a vida para a frente. Mas, se por um lado a igualdade era respeitada e a fraternidade era experimentada, pois não tinham líderes a explorá-los, os israelitas estavam mais sujeitos aos ataques do inimigo e, consequentemente, mais vulneráveis à violência. Em vez de se unirem para superar a violência, alguns, vendo como os povos importantes se organizavam com exércitos brutais e uma corte cheia de glória, começaram a invejar a segurança dos mesmos e acharam que também eram capazes de repetir a façanha: dominar os povos menores pela força, com a instalação da monarquia. Não faltou quem ficasse contra essa ideia estapafúrdia, quem mostrasse que a fraternidade conquistada e a divisão de bens experimentada no tempo dos juízes eram bens superiores à ilusão de uma monarquia poderosa. A maioria ingênua ganhou, mas não demorou para ver que todos perderam. Elegeram Saul, um louco desvairado, lunático e fora de si, que, segundo pensavam, por meio da violência acabaria com a violência.
É neste contexto que se encaixa a famosa fábula de Joatão. Breve resumo: As árvores resolveram ungir para si um rei. Disseram à oliveira: “Reina sobre nós”. Ciente de sua missão, ela rejeitou o convite dizendo: “Tenho muito azeite a produzir; não tenho forças para superar as outras árvores e ficar balançando sobre elas”. Convidaram a figueira. A boa árvore deu resposta semelhante: “Tenho de produzir frutos doces e deliciosos; não tenho forças para superar as outras árvores e ficar balançando sobre elas”. Tentaram outra vez com a videira, que, consciente de sua tarefa de agradar a Deus e aos homens com seu vinho, também escusou. Chateadas com a firme resolução das plantas nobres, as árvores decidiram eleger o espinheiro. Não foi preciso insistir. Ele já sonhava com ocasião para oprimir as irmãs da floresta. Respondendo prontamente ao convite, falou: “Se, na verdade, me ungis rei sobre vós, vinde e confiai-vos debaixo da minha sombra; mas, se não, saia fogo do espinheiro que consuma os cedros do Líbano”. E começou o pesadelo. Eleito, Saul perseguiu seus desafetos, matou, explorou seus irmãos e terminou doido, pois nenhum tirano pode escapar ao seu próprio veneno.
Não foi falta de avisar. A corrente anti-monarquista, entusiasta da vida tribal, tentou dissuadir o povo. Nem era preciso isso, afinal a história de Israel é plena de relatos e advertências que mostram que uma árvore boa dá bons frutos e que uma árvore má só pode oferecer frutos detestáveis. O próprio espinheiro não escondeu sua fúria. Com a possibilidade de sua unção, avisou que sairia fogo de si a ponto de consumir os cedros do Líbano, mostrando quem é.
Os cedros do Líbano são famosos por sua qualidade, durabilidade, capacidade de resistir ao tempo e por sua função de embelezar e sustentar as edificações. Dele se faziam não só móveis que se eternizavam, mas colunas para as grandes construções, como o templo de Jerusalém. O espinheiro, porém, não temia nada. Sua promessa foi a de consumir tudo, até o que de mais forte e mais belo havia no imaginário daquele tempo.
Bom, o fim da história a gente já conhece: a monarquia foi rolando ladeira abaixo, com líderes cada vez mais violentos, que só pensavam em si, até chegar à tomada de Jerusalém, no ano 597 a.C., pelo reino da Babilônia, quando grande parte da população ficou na miséria em terras de Israel e a elite foi deportada. Fim.
Esse texto poderia ter sido escrito ontem, mas não: tem pelo menos 2500 anos. Ora, qualquer semelhança com a situação política brasileira não é mera coincidência. O povo brasileiro, manipulado por uma mídia golpista e bombardeada por fake news, elegeu o grande espinheiro. A ilusão de segurança por meio da força e a promessa de acabar com o comunismo – que nunca existiu no Brasil – levou muita gente a pensar que o espinheiro – com seus espinhos mais que conhecidos – maltrataria apenas um grupo de corruptos e protegeria a população. Não foi falta de o próprio espinheiro avisar: “vou botar fogo na floresta; vou queimar até os cedros do Líbano...” Anestesiada de ódio, nossa gente pagou para ver. E estamos todos a pagar caro por isso. Dólar subindo, combustíveis e gás de cozinha a preços absurdos, salário mínimo corrigido abaixo da inflação, leis trabalhistas flexibilizadas, empresas de portas fechadas, demissões em massa, índices altíssimos de violência, licença para a polícia matar, ameaça de AI-5, fim da previdência social, privatização das estatais, censura, privatização da educação, ameaça de acabar com o SUS, exaltação da imbecilidade... A lista é sem fim. Mas esses são apenas alguns exemplos dos espinhos que nos ferem e matam, pois seu veneno é como de uma serpente, traiçoeiro e fatal.
E o pior não é isso. Uma vez o incêndio declarado, ou as árvores da floresta têm vergonha de admitir que erraram na escolha, ou são tão perversas quanto o espinheiro e querem mesmo ver o cedro pegar fogo. Não sabem, porém, que o cedro – símbolo da soberania e da resistência – é a última árvore a sofrer danos. Para que ele se queime, toda a floresta será devastada, a começar pelos ramos mais frágeis, aqueles desavisados que elegeram o espinheiro.
Resta, porém, uma esperança: um mito. Não aquele que é o próprio espinheiro, mas o da fênix que renasce das cinzas. Resta saber quanto da floresta ainda vai ter de ser queimada para que a vida recomece. Sigamos tocando a flauta, pois como disse Khalil Gibran “o canto é o melhor saber e o lamento da flauta sobrevive ao cintilar das estrelas”. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br
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Hackers podem usar as conexões para roubar dados pessoais do usuário e instalar programas maliciosos no celular
Chegar ao quarto do hotel após uma longa viagem e começar a procurar as tomadas para carregar os diversos aparelhos é algo que já se tornou rotina para a grande maioria. Nesse sentido, encontrar (sobretudo no exterior) um carregador USB na parede pode ser como descobrir um oásis no deserto. Conectores desse tipo evitam a dor de cabeça de lidar com as diferentes tomadas de cada país, mas os especialistas voltam a advertir sobre o seu perigo: eles podem ser uma porta de acesso para os hackers. E a ameaça é real.
Embora seja um perigo já conhecido e abordado pelos especialistas, o Ministério Público de Los Angeles (Estados Unidos) lançou um alerta público pedindo aos cidadãos que evitem a todo custo usar os conectores USB de hotéis e aeroportos, devido à séria possibilidade de serem vítimas do ciberataque conhecido como juice jacking. Através dessa técnica, os hackers podem roubar diretamente do celular os dados pessoais do usuário. E inclusive instalar programas maliciosos que poderiam registrar conversas e todas as atividades realizadas no dispositivo.
“Impacto elevado”
Estamos diante de um alerta exagerado ou a ameaça é real? Fernando Suárez, presidente do Conselho Geral de Ordens Oficiais de Engenharia Informática da Espanha, confirma que “o impacto desse risco é muito elevado. Segundo ele, “a ameaça e a consequente recomendação são similares às do uso de WiFi públicos: não utilizá-los, já que não sabemos quem são os outros usuários e com que finalidade usam esse meio compartilhado”.
A empresa Kaspersky Lab confirma a existência da ameaça, mas não considera que esteja disseminada. Daniel Creus, analista de segurança da companhia, diz que, embora “[o problema] não seja generalizado, é importante levá-lo em conta porque pode ser considerado um vetor de infecção e, portanto, uma ameaça”.
Como se proteger
A possibilidade de ficar sem bateria é um dos maiores temores de qualquer pessoa, mas o risco de carregar o aparelho é alto. Como evitá-lo?
- Não utilize as portas USB. Pode parecer óbvio, mas é a primeira recomendação de todos os especialistas: não usar esses conectores públicos, apesar da sua conveniência e por mais que você precise de bateria;
- Leve o carregador. As versões modernas ocupam pouco espaço e evitam que você precise recorrer a portas USB em espaços públicos;
- Use bateriasportáteis. As conhecidas como powerbankssão um salva-vidas para muito viajantes e sempre serão mais recomendáveis que um USB público;
- Apague o celular durante a recarga. Se realmente não houver outra opção a não ser carregá-lo usando portas USB, a McAfee recomenda desligar o aparelho para minimizar riscos e evitar que haja tráfego de dados durante o processo. Fonte: https://brasil.elpais.com
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Parentes de Denys Silva contestam a versão de que o jovem tenha morrido pisoteado durante ação da PM
SÃO PAULO
Os parentes do estudante Denys Henrique Quirino da Silva, 16 anos, contestam a versão de que o jovem tenha morrido pisoteado durante ação da PM no baile funk, em Paraisópolis.
Segundo eles, o corpo do jovem não tinha sinais de pisões, nem a roupa tinha marcas de sapatos. “Depois de ter visto o corpo do meu filho, tenho certeza de que ele foi assassinado. Meu filho não foi pisoteado. O rosto dele está intacto. Foi a primeira vez que ele foi a esse baile. Foi a viagem para a morte”, disse Maria Cristina Silva, mãe do jovem, após reconhecer o corpo do filho no IML, neste domingo (1º). [ x ]
Denys morava em Pirituba (zona norte de SP) com a família. Estudava e trabalhava com limpeza de estofados e sofás.
“Meu irmão não era um criminoso. Ele trabalhava, estudava e também gostava de funk. Quem morreu ali foi inocente. Não tinham 5.000 criminosos ali”, disse Danylo Quirino, irmão de Denys.
Outra vítima foi Gustavo Cruz Xavier, 14 anos, que morava com a família no Capão Redondo (zona sul de SP). Segundo o padrinho, Roberto Oliveira, a família teria dito ao jovem para não ir ao baile, pois temia por sua segurança.
Ainda na tarde de ontem, o Agora conseguiu confirmar entre as vítimas Bruno Gabriel dos Santos, 22 anos, de Mogi das Cruzes (Grande SP), Eduardo da Silva, 21, de Carapicuíba (Grande SP), e Marcos Paulo Oliveira dos Santos, 16. A família de outra vítima fatal, Matheus dos Santos Costa, 23 anos, não havia sido localizada até a noite de ontem.
A polícia não confirmou o nome das vítimas até a conclusão desta edição. Fonte: https://agora.folha.uol.com.br
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*Rafael R. Ioris e Aaron Schneider
Não são só as florestas, mas as instituições democráticas
Estimulado por um governo que despreza a riqueza biológica e humana da região amazônica, o Brasil se viu envolto em um número recorde de incêndios nos últimos meses. Embora dramática, a destruição promovida pelo governo Jair Bolsonaro vai muito além da floresta —é o pais que arde como um todo. A crescente erosão da democracia brasileira preocupa acadêmicos e ativistas no mundo todo, que vem se organizando para apoiar os que defendem os valores democráticos no país.
O Brasil sempre suscitou interesse em estudiosos dos EUA, especialmente a partir dos anos 1960, quando era tido como chave para os rumos que a América Latina poderia assumir. Consolidando sua relevância, seu promissor processo de redemocratização nos anos 1980 e, desde então, suas políticas de inclusão social promovidas por distintos governos, o Brasil foi alvo de intenso interesse na academia norte-americana. Mais recentemente, era objeto de simpatia e mesmo admiração ao redor do mundo dada a promessa de uma nova potência que emergia por meio de uma política externa pacifista e cooperativa. Hoje, contudo, estudiosos do mundo veem com espanto e preocupação o que ocorre no país que tanto apreciam.
O desprezo pela institucionalidade democrática no Brasil começa quando grupos de oposição derrotados na eleição presidencial de 2014 se recusaram a aceitar as regras do jogo e passam a articular um processo de impeachment casuístico, que tragicamente encontrou amparo nos meios de comunicação e no sistema judiciário, um dos mais elitistas do mundo.
Aprofundando o processo, o país presenciou em 2018 a ascensão de um movimento de cunho neofascista que, ao chegar ao poder, promove cortes orçamentais destinados aos programas sociais, toma direitos trabalhistas e garantias de seguro social contrárias aos interesses nacionais e dissemina uma narrativa que entende direitos humanos como desnecessários e perigosos, criminalizando assim os movimentos sociais e todos que defendem a pauta dos direitos humanos e das minorias.
Tais medidas são amparadas em uma retórica antissocial e anti-humanista vista por seus apoiadores como uma "nova política" —que de nova não tem nada, já que reestabelece um estado de natureza pré-político onde o que vale é a lei do mais forte.
Exemplos concretos do efeito perverso dessa lógica —o assassinato à queima-roupa da vereadora Marielle Franco por grupos milicianos próximos ao clã Bolsonaro e as ameaças de morte sofridas pelo ex-deputado e ativista dos direitos humanos Jean Wyllys, que o forçaram não só a renunciar ao mandato como a se exilar— revelam bem a erosão dos valores e da cultura democrática tão duramente construídos no Brasil ao longo das últimas décadas.
Mobilizando-se como estudiosos e amigos do Brasil, acadêmicos e ativistas norte-americanos têm se colocado ao lado dos que defendem a pauta de inclusão política, social e cultural no pais. Parte desse grupo, o Comitê de Justiça e Paz da cidade de Denver (EUA), uma organização não governamental que defende a agenda de direitos humanos há mais de 40 anos, outorgou em outubro passado o Prêmio Internacional de Direitos Humanos ao ex-deputado Jean Wyllys pela sua continuada defesa pelos direitos humanos e sociais no Brasil.
Os recentes eventos no Brasil parecem fazer parte de um processo mais amplo que, como acadêmicos, trabalhamos para entender. Complementando nosso trabalho intelectual, afirmamos nosso desejo de que, em vez dos incêndios e da dor sofrida pelos que promovem a agenda de direitos no Brasil, seja a exuberância da sua cultura e do que resta da sua ameaçada democracia o que venha a brilhar nos céus e no coração da sociedade brasileira.
*Rafael R. Ioris e Aaron Schneider
Professores de história e política latino-americanas e membros do Centro de Estudos Latino-Americanos da Josef Korbel School of International Studies, da Universidade de Denver (EUA)
Fonte: www1.folha.uol.com.br
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Luiz afirma que o celular estava fora da tomada no momento da explosão. Engenheiro elétrico dá dicas de segurança.
Por Mirielly de Castro, Diário TV 1ª Edição
Um funcionário público de Biritiba-Mirim/SP, ficou com queimaduras no abdômen e no braço depois que o celular dele explodiu. De acordo com Luiz Paulo Monteiro de Araújo, o aparelho, que tinha cerca de três anos de uso, nunca havia apresentado problemas e estava fora da tomada no momento da explosão.
O smartphone estava nas mãos dele quando o acidente aconteceu. Fotos tiradas logo depois mostram as queimaduras e cicatrizes. Ele chegou a ficar afastado do trabalho por quase uma semana para se recuperar.
“Teve que depois retirar um pedaço da pele onde perfurou e, basicamente, sarou. Se, por ventura, eu quiser tirar essas manchas, aí tem que fazer um procedimento estético para dar uma diminuída, mas ainda não será 100% porque tem cicatrizes”, explica.
Luiz estava sentado na sala da própria casa, acompanhado por outros dois amigos e mexendo no celular. A câmera de segurança da garagem registrou o momento da explosão. Depois de um clarão, o rapaz sai de casa correndo.
O funcionário público relata que comprou o celular há cerca de três anos e que nunca teve problemas com o aparelho. Quando explodiu, o celular não estava carregando ou conectado a dispositivos eletrônicos.
“A única tomada que tem aqui na sala é uma que está escondida aqui atrás [do sofá], então o cabo não chegaria. Ele não apresentava defeito, nunca foi para a manutenção nem nada, não esquentava. Ele apenas explodiu do nada”, conta Luiz.
O engenheiro elétrico Cássio Portugal Melo, professor do Senai de Mogi das Cruzes, acredita que a explosão tenha sido provocada pela bateria. Ele diz que, apesar de ser rara, essa é a uma situação que pode afetar qualquer celular.
“Os fatores são muitos, desde a vida útil do celular. O celular é um componente e como todo componente ele tem uma vida útil. Desde isso a [até] mesmo esse celular ter sido exposto a altas temperaturas, por exemplo, em cima da TV, celular em cima do computador, ou próximo a temperaturas altas”, diz.
Ele explica que o aquecimento do celular é perigoso, porque a bateria é composta por lítio e íon, materiais sensíveis quando expostos à água ou ao oxigênio.
“Outro fator é que existe um componente chamado eletrólito, que ajuda na proteção, para evitar explosão da bateria. Com o aumento da temperatura, ele não suporta e pode vir a provocar a explosão do equipamento, ou seja, da bateria”, explica.
O engenheiro ainda dá dicas para evitar que isso aconteça. Entre elas, jamais colocar o celular no painel do carro ou em qualquer outra base de calor, além de não falar ao telefone e nem usar os aplicativos enquanto carrega.
“Não devemos nunca deixar o celular, por exemplo, carregando a noite inteira ou o dia inteiro. O ponto de carga do celular, o gerenciador de carga, nem sempre está em perfeitas condições. [Também] não podemos utilizar o celular no momento de carga deles, porque a abertura de aplicativos e, ao mesmo tempo, você fala no celular, no momento da carga ele já sofre um grande aquecimento. Você abrindo o aplicativo aumenta o consumo de potência”.
Cássio ainda recomenda que o usuário evite acessórios que não sejam os originais, pois não possuem garantia de fábrica de que foram testados. Fonte: https://g1.globo.com
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Após quatro anos imortalizando (e monetizando) suas aventuras pelo mundo, Jack Morris e Lauren Bullen planejam descansar em sua nova casa. De lá continuarão publicando fotos por “não menos de 3.000 euros” o post
Quando Jack Morris e Lauren Bullen se conheceram nas ilhas Fiji, há quatro anos, já eram bastante famosos no Instagram. Ambos se dedicavam a viajar pelo mundo imortalizando em seus perfis as mais recônditas paragens e, de quebra, colaborando com algumas marcas, hotéis e companhias de viagem como qualquer influenciador que se preze. No entanto, foi pelo fato de começar a namorar que os pedidos de colaboração —e a renda— se multiplicaram. É fato que as histórias de amor funcionam bem no Instagram. Por isso, muitas blogueiras começaram a compartilhar imagens de seus companheiros, inclusive as que preferiam mantê-los no anonimato. No caso de Jack e Lauren, os seguidores e as ofertas de trabalho dispararam depois das primeiras fotos juntos. Com 28 e 26 anos, respectivamente, eles superam com folga os dois milhões de seguidores e ganharam tanto dinheiro que acabam de construir uma mansão em Bali com o que faturaram como instagrammers.
Anos atrás, teria sido impossível para eles pensar em viver numa casa espetacular com piscina numa ilha da Indonésia. Ele trabalhava limpando tapetes numa loja de sua Manchester natal; ela era assistente de dentista. A paixão comum por conhecer o mundo os levou a deixar de lado o trabalho e mergulhar na trepidante vida dos mochileiros. As fotos das suas viagens começaram a lhes render curtidas e, mais tarde, rendimentos. “Um dia, uma marca entrou em contato comigo e me ofereceu 35.000 euros (161.000 reais) para ir a Los Angeles, gravar uma campanha e publicar cinco posts na minha conta do Instagram. Não tinha ideia de que podia ganhar dinheiro dessa maneira. Aceitei e comecei a me concentrar no que faço agora. Literalmente uma semana depois, conheci a Lauren”, disse ele numa entrevista a The Cult. Ambos estavam numa viagem de trabalho a Fiji e, após começarem a se conhecer durante uma semana, decidiram continuar juntos em seu trajeto pelo mundo.
Desde então, não pararam de viajar e se tornaram um dos primeiros “casais viajantes” do Instagram. “Quando começamos, poucos posavam juntos. Muitos garotos tinham vergonha e preferiam ficar atrás da câmera no plano ‘namorados do Instagram’. Além disso, nossas fotos tinham um estilo que as deixava muito naturais. Hoje todo mundo faz esse tipo de coisa, mas naquela época era bastante inovador”, diz Jack. Ao serem pioneiros, eles puderam viver de sua paixão e economizar dinheiro suficiente para construir uma casa que, de alguma forma, planejam amortizar também em seus perfis. Esgotados após tanto tempo de país em país, querem agora deixar seu centro de operações em Bali e dedicar suas redes a um conteúdo mais focado em estilo de vida.
Por isso, eles dizem que construíram a casa com a intenção de que fosse “mais fotogênica possível” para continuar fazendo ali suas sessões de foto e alimentando suas lucrativas contas. “Fui muito específica para garantir que nossa casa fotografasse bem”, explica Lauren. “Se estou preparando um post no banheiro e falando, por exemplo, sobre clareamento dos dentes ou algo assim, quero que as pessoas possam ver bem o fundo. Preciso de uma boa iluminação, móveis bonitos e um sofá cool onde eu possa fotografar produtos. Quero poder fazer uma colaboração com uma marca sem ter que dizer: ‘Bem, onde deveríamos nos alojar esta noite para preparar um conteúdo?”.
O casal prefere hoje não revelar quanto cobra por post, mas em 2017 Jack confessou à edição britânica de Cosmopolitan que os dois chegavam a embolsar 9.000 dólares (cerca de 37.800 reais) por foto e que não aceitavam publicar nada por menos de 3.000 dólares (12.600 reais). Lauren diz que, embora sempre tenha tido menos seguidores que seu companheiro (ele tem 2,7 milhões e ela 2,1), houve uma temporada em que ganhava muito mais dinheiro que ele. “Nos últimos dois anos, porém, ele começou a ganhar muito mais do que eu. Acho que é porque existem menos homens nessa profissão. No meu caso, o Instagram está saturado de mulheres e cada vez é mais difícil”, afirma.
Provavelmente, a nova casa em Bali dê lucro para os dois. Fonte: https://brasil.elpais.com
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SÃO PAULO
O youtuber Felipe Neto disse nesta terça-feira (26) que recusou convite para entrar no reality A Fazenda, da Record. Por meio do seu perfil oficial no Twitter, ele também disse que não foi convidado para entrar no BBB 20, da Globo.
O influenciador falou sobre o assunto ao rebater uma notícia dada pelo portal R7, pertencente ao grupo Record, que afirmava que ele e outros influenciadores "esnobaram o BBB 20".
"Oi, Record, tudo bom? Não foi isso que eu falei, não foi nesse tom... E eu não 'esnobei' coisa alguma. Além disso, não neguei convite do BBB, pois não fui convidado. O que eu neguei convite, esse de fato neguei, foi para A Fazenda. Forte abraço", escreveu Neto.
O BBB 20, que começa em janeiro do ano que vem, deverá contar com influenciadores digitais importantes do país, segundo noticiado na segunda-feira (25) pela coluna Zapping, do F5.
Antes de negar que tenha sido convidado para participar do reality da Globo, Felipe Neto escreveu no Twitter que nenhum youtuber do "'1ª escalão' toparia ir para o BBB, porque o prêmio do programa é muito menos do que ele ganha em três meses". No BBB 19, a vencedora Paula ganhou R$ 1,5 milhão.
"Esse papo de 'Globo fará BBB com grandes influenciadores' é bobagem. É mais um exemplo de como ainda acham que TV aberta é o sonho de um criador de conteúdo. Não é", disse.
Em outro tuíte, ele também escreveu que conversou com grandes influenciadores nos bastidores, e todos negaram participar do programa. "A grana não compensa e a reputação é terrível. O que me faz ponderar: quem será que topou? E como a Globo pretende vender a ideia de 'influenciadores do 1° escalão no BBB'?", questionou.
Carlinhos Maia, considerado o rei do Instagram, disse na segunda (25) que foi procurado para participar do reality da Globo, mas não aceitou o convite. “Fico feliz e grato, adoro o reality, mas não me vejo nele. Sou chato, eu iria brigar e sair logo”, afirmou ele em vídeo nas redes sociais. Fonte: https://f5.folha.uol.com.br
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A morte de Gugu Liberato (1959-2019), um dos apresentadores mais populares da história da TV brasileira, é uma notícia importante sob qualquer ponto de vista. Mesmo assim, tem chamado atenção o espaço generoso e o tom emotivo adotado pela Globo desde quinta-feira (21), quando foi divulgada a notícia do acidente.
O anúncio da morte de Gugu foi feito na noite de sexta-feira (22), minutos após a divulgação do comunicado oficial, por William Bonner no "Jornal Nacional" e obrigou o telejornal a alterar o seu roteiro, terminando em silêncio, sem a tradicional trilha. No "Jornal da Globo", na mesma noite, foi a principal notícia e ocupou 20 dos 35 minutos da edição. Na manhã de sábado, Gugu apareceu nos primeiros 15 minutos do "É de Casa" e, pouco tempo depois, foi o maior destaque do telejornal "Hoje". Nos próximos dias, "Fantástico", "Mais Você", "Encontro com Fátima Bernardes" e "Se Joga" são outros programas que devem tratar do assunto com destaque.
Por Gugu estar vinculado à Record, uma concorrente com a qual a Globo tem relações hostis, imaginava-se que a cobertura da morte do apresentador seria mais sóbria e sintética, como foi, por exemplo, o "Jornal Nacional" sobre a morte de Marcelo Rezende, em 2017. Não é o que está ocorrendo. Houve uma recomendação da cúpula da emissora no sentido de dar ao assunto o destaque que ele merece. E as razões para esta atitude podem ser as seguintes.
Uma questão de imagem. A Globo entende melhor hoje que é muito antipático fechar os olhos para a realidade. Pressionada por um exército de "haters" nas redes sociais, a emissora seria bombardeada se não fizesse uma cobertura digna da morte de Gugu.
Uma questão de Ibope. As circunstâncias trágicas da morte de Gugu, aos 60 anos, comoveram mesmo quem não era fã do apresentador. O assunto é, de longe, o mais comentado e falado hoje no país. É evidente que traz audiência para qualquer veículo - e a Globo não está em condições de abrir mão disso em 2019.
Uma razão histórica. Gugu foi contratado da Globo por alguns meses, em 1987. Foi escolhido por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, como a arma para vencer Silvio Santos aos domingos. Num episódio célebre, Silvio pegou Gugu pelo braço e foi ao Rio conversar com Boni e, em seguida, Roberto Marinho para conseguir o distrato. Com a desistência de Gugu, Boni escolheu Fausto Silva para a tarefa.
Um motivo óbvio. Gugu foi um dos maiores comunicadores da televisão brasileira e reconhecer isso, como está fazendo a Globo, não é mais do que obrigação. Fonte: https://tvefamosos.uol.com.br
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Festa reuniu milhares de pessoas e ocorreu sem incidentes até o final, quando a polícia usou bombas para dispersar a multidão no Centro do Rio
O desfile do Flamengo para comemorar o título da Libertadores terminou em confusão no Centro do Rio.
A Polícia Militar lançou bombas de gás para dispersar a multidão após o trio elétrico que levava o time do Flamengo deixar a Avenida Presidente Vargas, na altura do monumento a Zumbi dos Palmares.
A confusão começou por volta das 16h15 assim que o trio entrou na rua de Santana e o som foi desligado. Segundo relatos, os torcedores tentaram furar o cerco e houve correira. Muitas crianças ficaram no meio do tumulto. A situação ficou mais tranquila por volta das 17h10, mas ainda com muitos policiais no Centro.
Durante cerca de 30 minutos, torcedores e policiais se enfrentaram no meio da Presidente Vargas. Policiais e agentes apontaram armas contra os torcedores que ainda estavam na avenida no meio do confronto.
No meio do tumulto, um carro a serviço da prefeitura atropelou um agente. Ainda não há informações sobre o estado de saúde e a identidade dele. Torcedores do Flamengo começaram a se reunir no Centro do Rio na manhã deste domingo (24) para a festa do bicampeonato na Libertadores.
O time carioca derrotou o argentino River Plate por 2 a 1 no Estádio Monumental de Lima, no Peru, neste sábado. Fonte: https://g1.globo.com
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Comemoração está no calendário federal, mas poucos estados consideram feriado
Nesta quarta-feira, 20 de novembro, comemora-se o Dia da Consciência Negra, data que marca a morte de Zumbi dos Palmares. A comemoração está no calendário oficial do país, instituída por lei federal de 2011.
Mas apenas alguns estados e capitais consideram a data feriado e decretam paralisação. A cidade de São Paulo é uma delas. Veja, abaixo, a lista:
ACRE
Não é feriado estadual
Rio Branco: não é feriado
ALAGOAS
Feriado estadual
Maceió: feriado
AMAZONAS
Feriado estadual
Manaus: feriado
AMAPÁ
Feriado estadual
Macapá: feriado
BAHIA
Não é feriado estadual
Salvador: Não é feriado
CEARÁ
Não é feriado estadual
Fortaleza: Não é feriado
DISTRITO FEDERAL
Não é feriado distrital
ESPÍRITO SANTO
Não é feriado estadual
Vitória: não é feriado
GOIÁS
Não é feriado estadual
Goiânia: lei municipal instituiu feriado, mas foi derrubada pela Justiça
MARANHÃO
Lei estadual instituiu feriado, mas foi derrubada pela Justiça
São Luís: feriado
MINAS GERAIS
Não é feriado estadual
Belo Horizonte: não é feriado
MATO GROSSO DO SUL
Não é feriado estadual
Campo Grande: não é feriado
MATO GROSSO
Feriado estadual
Cuiabá: feriado
PARÁ
Não é feriado estadual
Belém: não é feriado
PARAÍBA
Não é feriado estadual
João Pessoa: não é feriado
PARANÁ
Não é feriado estadual
Curitiba: lei municipal instituiu feriado, mas foi derrubada pela Justiça
PERNAMBUCO
Não é feriado estadual
Recife: não é feriado
PIAUÍ
Não é feriado estadual
Teresina: não é feriado
RIO DE JANEIRO
É feriado estadual
Rio de Janeiro: feriado
RIO GRANDE DO NORTE
Não é feriado estadual
Natal: não é feriado
RIO GRANDE DO SUL
Não é feriado estadual
Porto Alegre: não é feriado
RONDÔNIA
Não é feriado estadual
Porto Velho: não é feriado
RORAIMA
É feriado estadual
Boa Vista: é feriado
SANTA CATARINA
Não é feriado estadual
Florianópolis: não é feriado
SÃO PAULO
Não é feriado estadual
São Paulo: é feriado
Outras cidades em que há feriado: Guarulhos, Campinas, São Bernardo do Campo, Santo André
SERGIPE
Não é feriado estadual
Aracaju: não é feriado
TOCANTINS
Não é feriado estadual
Palmas: não é feriado
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Redes sociais tendem a ocupar as manchetes pelas polêmicas, mas há mais coisas positivas do que negativas acontecendo nas redes
“Bom dia, pessoal!” — escreveu a minha filha no Facebook, que ela pouco usa. “Tenho um pedido atípico hoje, mas não custa tentar... Na nossa última viagem, ao passar pela segurança do Aeroporto Marco Polo, em Veneza, esqueci a minha jaqueta favorita naquela bandeja de plástico. Essa jaqueta é a roupa que mais amo na vida. Ganhei de presente do meu marido e sempre que visto pareço 10 quilos mais magra e uma pessoa elegante e fina. Escrevi para o ‘Achados e Perdidos’ do aeroporto e soube que encontraram a minha jaqueta! O problema é que eles não mandam para cá. É preciso que alguém que esteja em Veneza a retire. Como já consegui até adoção para cachorro em Japaratinga, em Alagoas, acredito no poder das redes sociais. Será que alguém que está lendo essa mensagem está em Veneza, ou vai pra Veneza, ou tem algum amigo em Veneza que possa pegar essa jaqueta para mim?”
Chances remotas: cidade alagada, turismo desestruturado, uma tragédia anunciada mas ainda assim arrasadora e paralisante sempre que acontece. Amigos começaram a se marcar uns aos outros no post e ofereceram várias soluções possíveis — alguém que vai no fim do ano, o conhecido de um conhecido que tem um parente na cidade, alguém que conhece um serviço que talvez possa resolver a parada. Nada de muito concreto. Até que:
“Estou saindo amanhã do aeroporto, pego para você”.
Simples assim.
Uma vaga conexão de rede social, uma pessoa nunca vista antes, um problema resolvido.
Um perrengue chique, um problema fino mas, não obstante, um problema — e uma solução que mostra, pela enésima vez, porque, apesar de tudo, não desistimos das redes sociais (e, eventualmente, da humanidade). Um dia é uma jaquetinha de estimação recuperada em um aeroporto distante, no outro uma vaquinha para compra de material escolar ou uma ação para encontrar o cachorro que se perdeu no bairro.
Redes sociais tendem a ocupar as manchetes pelas polêmicas e pelos seus aspectos negativos. Há muito a ser discutido em relação à quantidade de dados dos usuários de que dispõem e à maneira como os utilizam, há longas conversas que precisamos ter sobre fake news , cyberbullying e monopólio, e já passou da hora de cobrarmos mais transparência e responsabilidade por parte de quem detém tanto poder.
Mas, como na vida off-line, há mais coisas positivas do que negativas acontecendo nas redes. Elas apenas não chamam tanto a atenção, e não são tão midiáticas. “Velhos colegas de turma se reencontram” não chega a ser propriamente uma notícia, “Jaquetinha querida volta para casa” não é manchete.
Um dia escrevi um post sobre uma das muitas barbaridades a que temos assistido nos últimos tempos, e uma amiga observou que, infelizmente, a maioria das pessoas parecia apoiar a sandice. Cerca de um quarto dos 230 comentários discordava da minha opinião, com palavras fortes, emojis e memes. Os que me apoiavam eram lacônicos, “Isso!”, “Concordo inteiramente!”, “Disse o que eu estava pensando” e assim por diante. Mas o post tinha, àquela altura, mais de duas mil curtidas — silenciosas e discretas.
O lado do mal é sempre mais barulhento.
Não podemos nos esquecer disso: é preciso parar de vez em quando, e prestar atenção às pequenas coisinhas boas, que tendem a ser discretas e pouco lacradoras.
Fonte: https://oglobo.globo.com
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Bispo do país atribui as causas à falta de sentido existencial, conectada à profunda carência de espiritualidade e religiosidade
Uma análise do período compreendido entre 1998 e 2010 apontou que mais de 30 mil pessoas se suicidaram no Japão em cada ano desse intervalo, taxa que, aproximadamente, continua se aplicando até o presente. Cerca de 20% dos suicídios se devem a motivos econômicos e 60% a motivos relacionados com a saúde física e a depressão, conforme recente pesquisa do governo.
O assunto é abordado pelo bispo japonês dom Isao Kikuchi em artigo divulgado pela agência AsiaNews. Ele observa que o drama se tornou mais visível a partir de 1998, “quando diversos bancos japoneses se declararam falidos, a economia do país entrou em recessão e o tradicional ‘sistema de emprego definitivo’ começou a colapsar”.
Durante os 12 anos seguintes, uma média superior a 30 mil pessoas por ano tirou a própria vida num país rico e avançado. O número, alarmante, é cinco vezes maior que o de mortes provocadas anualmente por acidentes nas rodovias.
Riqueza, tecnologia e… vazio na alma
Rodeados por riquezas materiais de todo tipo, os japoneses têm tido graves dificuldades em encontrar esperança no próprio futuro: perderam esperança para continuar vivendo, avalia o bispo.
Paradoxo: após histórica tragédia nacional, suicídios diminuíram
Um sinal de mudança, embora pequeno, foi registrado por ocasião do trágico terremoto seguido de tsunami que causou enorme destruição em áreas do Japão no mês de março de 2011: a partir daquele desastre, que despertou grande solidariedade e união no país, o número de suicídios, de modo aparentemente paradoxal, começou a diminuir. Em 2010 tinham sido 31.690. Em 2011, foram 30.651. Em 2012, 27.858. Em 2013, 27.283. A razão da diminuição não é clara, mas estima-se que uma das causas esteja ligada à reflexão sobre o sentido da vida que se percebeu entre os japoneses depois daquela colossal calamidade.
Motivos para o suicídio
Dom Isao recorda a recente pesquisa do governo que atrela 20% dos suicídios a motivos econômicos, enquanto atribui 60% a fatores de saúde física e depressão. Para o bispo, os estopins do suicídio são complexos demais para se apontar uma causa geral. No entanto, ele considera razoável e verificável afirmar que uma das razões do fenômeno é a falta de sentido espiritual na vida cotidiana dos japoneses.
O prelado observa que a abundância de riquezas materiais e o acesso aos frutos de um desenvolvimento tecnológico extraordinário são insuficientes para levar ao enriquecimento da alma. A sociedade japonesa focou no desenvolvimento material e relegou a espiritualidade e a religiosidade a um plano periférico da vida cotidiana, levando as pessoas a se isolarem e se sentirem vazias, sem significado existencial. E é sabido que o isolamento e o vazio de alma estão entre as principais causas do desespero que, no extremo, leva a dar fim à própria vida.
A ação da Igreja católica- A Igreja católica vem encarando esta questão há muito tempo no Japão.
Em 2001, o episcopado nacional dedicou uma campanha específica a esse tema, por meio da mensagem “Reverência pela vida”. Uma nova versão da mesma mensagem está sendo divulgada desde janeiro de 2017, com a abordagem direta do problema do suicídio e um apelo à população para prestar especial atenção ao isolamento das pessoas. Fonte: https://pt.aleteia.org
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